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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O Santo André, os números e as orações

Os mais otimistas podem até discordar, mas, no momento, todas as estatísticas e projeções jogam contra o Santo André. Pela rigidez matemática, vetor de peso mas não exclusivo pelo dinamismo do esporte, as possibilidades de o clube escapar do rebaixamento são pequenas. É melhor rezar, e muito, além de trabalhar de sol a sol e torcer contra os companheiros de calvário.

Lógico que no futebol quase tudo é possível. Porém, quando os números e as perspectivas práticas do jogo da bola se mostram contrários, é difícil confiar e reverter. Por mais trabalho que se pratique. Por mais vontade que se tenha. Por mais esperança que se semeie. Por mais sonhos que se acalentem. Por mais velas que se acendam.

Não conheço professor de Educação Física ou jornalista esportivo que seja batuta em ciências exatas como a matemática. Portanto, não serei a exceção. Mesmo assim, por sugestão indireta do amigo-irmão Daniel Lima, resolvi botar a mão na massa e passei a fazer contas sobre contas para saber das reais chances de o Santo André se livrar do maldito rebaixamento.

Acompanhem comigo! Peguei os 38 jogos do Brasileiro -- 114 pontos em disputa -- e dividi em nove minitorneios. Os dois primeiros são de cinco partidas -- portanto, 15 pontos possíveis -- e os outros sete são de quatro -- 12 conquistáveis.

Dos nove, seis já foram realizados. No primeiro, o Ramalhão ganhou seis pontos, contra oito do Náutico, três do Botafogo, oito do Fluminense, cinco do Sport, um de Coritiba e Atlético Paranaense. No caso, dá pra perceber que ainda não descarto a possibilidade de os dois representantes do Paraná terem uma recaída. Improvável porque o futebol dos dois tem convencido, mas não descartável. No segundo minitorneio o Santo André ganhou oito pontos, contra nenhum do Naútico, sete do Botafogo, dois do Flu, seis do Sport, nove do Coritiba e 10 do Atlético Paranaense.

Na sequência, foram quatro minitorneios de quatro jogos e em nenhum deles a equipe superou a marca de 50% de aproveitamento. Só igualou. E é aí que a roda pega! Considerando-se que o Santo André está em 17º lugar com 25 pontos, apenas um ponto atrás do Náutico -- fez um jogo a mais --, junto com o Botafogo, dois a mais que o Sport e quatro a mais que o lanterna Fluminense, a pontuação do representante do Grande ABC só não é dramática porque os "amiguinhos" de rabeira estão numa draga danada.

Vejamos: no terceiro minitorneio, o Ramalhão fez apenas três pontos de 12 possíveis, contra três Naútico, seis do Botafogo, um do Fluminense, dois do Sport, cinco do Coritiba e unzinho do Atlético Paranaense. No quarto módulo, ridículo um ponto para o Santo André, sete para ao Náutico, quatro para Botafogo e Fluminense, nenhum para o Sport, um para o Coritiba e nove para Atlético Paranaense.

No quinto, o Santo André reagiu e ganhou 50% dos pontos disputados, assim como Náutico e Atlético Parananense. O melhor foi o Coritiba, que ganhou nove pontos, contra quatro do Sport, três do Botafogo e apenas um do Flu. O sexto agrupamento foi catastrófico para o time do bom goleiro Neneca, uma das salvações do elenco ao lado do veterano mas sempre eficiente e guerreiro Fernando. De novo, apenas um ponto, contra dois de Náutico e Botafogo, quatro do Atlético Paranaense, cinco de Coritiba e Flu e seis do Sport.

Isto posto, vamos ao que interessa diante de números passados e projeções nada sombrias. Acho até que, embora quase utopia, é possível escapar com 42 pontos ganhos, mas com base em especialistas, vamos trabalhar com os 45 da salvação.

Para chegar aos 45 pontos -- 39,47% de aproveitamento contra os 32,05% atuais -- o nosso Ramalhão precisa ganhar mais 20 pontos. Como na nossa brincadeira séria restam só três minitorneios, 36 pontos em disputa, o aproveitamento precisa atingir 55,55%.

Em média, há necessidade de se ganharem 6,64 pontos por minitorneio ou 1,66 ponto por jogo. Nos três últimos minitorneios o Santo André ganhou escassos oito pontos --média ridícula de 0,66 por partida -- de 36 possíveis. No campeonato, a média é de 0,96 ponto por jogo.

Vamos dizer que no primeiro dos próximos minitorneios -- contra Vitória, Barueri, Flu e Atlético Paranaense -- o time de Sérgio Soares ganhe "extratosféricos" oito pontos, frutos de duas vitórias e dois empates. E olha que uma arrancada seria fator decisivo para o sucesso. Um componente emocional, motivacional, nada desprezível.

Na sequência -- diante de Palmeiras, Cruzeiro, Grêmio e Corintians, tudo pedreira -- mais cinco pontinhos, com dois empates, um vitória e uma derrota. Média maior anterior equilibraria a menor de agora. Para fechar e se livrar com 45 pontos, haveria necessidade de mais sete pontos -- duas vitórias, um empate e apenas uma derrota -- contra Goiás, Avaí, Náutico e Internacional.

Dá pra perceber o tamanho do problema, mesmo sem descartar o inferno astral e as limitações técnicas dos demais ameaçados? Desconsiderando-se os meandros do futebol, talvez seja menos dificultoso ganhar oito pontos na etapa inicial do que cinco na "chave" intermediária, a da morte, onde aparecem bichos-papões do nível de Palmeiraas, Cruzeiro, Grêmio e Corinthians. No último bloco, seria bom decidir precisando vencer o limitado Náutico, no Bruno Daniel, para não depender de três pontos em Porto Alegre contra o Inter.

Moral da história: o retrospecto numérico não favorece um leitura otimista para o que está por vir e o futebol apresentado na íntegra da campanha não credencia o Santo André a atingir objetivos tão distantes.

Que dureza! Acho melhor tomar um Dreyer. Ou seria melhor sugerir rezar, rezar e rezar pra que os concorrentes diretos continuem no fundo do poço? Assim a salvação não seria inviável, mesmo sem se atingir o limite dos especialistas. E que todos os santos estejam de plantão. A começar pelo jogo de amanhã contra o Vitória. Pode ser o primeiro de 12 passos que podem não levar ao céu, mas nos livrariam do fogo do inferno.

De Primeira

* Já que o tema é matemática, situação do São Caetano ficou bem complicada após a derrota para o Guarani, outro virtual classificado na Série B, ao lado do Vasco. Aproveitamento de 50,61% está distante dos 58% pra quem tem, hipoteticamente, de chegar aos 66 pontos. É muito chão! Ganhar 25 pontos em 33 possíveis ( 75,7%) é tarefa tão ingrata quanto fazer um lutador de sumô passar no buraco de uma agulha. Daniel Lima tem razão: Azulão pode ter perdido a grande oportunidade de acesso com os tropeços domésticos diante de Vasco, Ceará e Guarani. Um ponto em nove é insignificante.

* Ainda na matemática: Brasil vai sediar os Jogos Olímpicos de 2016. Ótimo para o esporte. Tomara que não seja melhor ainda para maus políticos, dirigentes incompetentes, empreiteiros gananciosos e lobistas de plantão. Se repetirem as promessas, a roubalheira e as mazelas do Pan-2007, no Rio, vai arder no nosso bolso. Vai sobrar para o contribuinte. E aí o presidente Lula vai dizer que não sabia?

* Jogos Abertos do Interior começam terça-feira em São Caetano. Novamente, favoritismo do anfitrião. São José dos Campos, Santos e São Bernardo devem ser os principais concorrentes. Santo André? Faz tempo que não passa de coadjuvante. Quem sabe quando nossos governantes levarem o esporte mais a sério... E isso não depende de partido e não é de agora! Todos são muito semelhantes na incompetência, no sinismo, na enganação e na má vontade.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

São Caetano: vencer ou vencer

Depois do empate-derrota com o Ceará, o São Caetano não tem alternativa. Se quiser mesmo manter o sonho de retornar ao Campeonato Brasileiro da Série A, precisa vencer o vice-líder Guarani amanhã à noite no Anacleto Campanela.

Todos estão caducos de saber que para ratificar a bela evolução o time de Antonio Carlos Zago não pode ser dar ao luxo de não ganhar três pontos jogando em casa contra adversários diretos às três vagas restantes. Ou alguém duvida de que o Vasco já subiu?

Então, Guarani (49 pontos ganhos), Atlético Goianiense (47), Ceará (44) e Figueirense ( 42) são os maiores obstáculos do Azulão (41). Se tivesse feito a lição de casa, vencendo o Ceará, estaria no G-4 com 43 pontos.

Agora, além de ganhar, depende de maus resultados de Ceará e Figueirense, também hoje. Nada de excepcional, já que ambos jogam fora diante de um Campinense em ascensão e um Vasco predador.

Na sequência o São Caetano pega mais duas pedreiras, fora: Atlético Goianiense e Portuguesa. Os confrontos diretos, de seis pontos, valem vaga. Alguém discorda? Se ganhou da Ponte em Campinas, pode fazer o mesmo no complemento da maratona. Time tem! É só jogar.

São Bernardo sem moleza

Não é só o São Caetano que vai pegar pedreira, não. Na Copa Paulista, o São Bernardo tem os tradicionais Botafogo, Ituano e Ferroviária como adversários de grupo. Classificam-se os dois primeiros de cada para a próxima fase, quando ainda sobram oito. O campeão disputa da Copa do Brasil e tenta imitar o Santo André em 2004.

Nos jogos que vi, o time foi bem do meio pra frente. Jogou fácil, com toques rápidos, boa técnica e velocidade nos contra-ataques. Sistema defensivo não me convenceu, embora seja considerado um ponto forte no torneio. Se não melhorar, fica na saudade. E os "3 mil torcedores" vão se decepcionar.

Palestra vacila

O Palestra de Sandro Gaúcho ficou em situação nada cômoda ao empatar de 2 a 2 com o limitado Mogi das Cruzes em pleno Baetão. Igualdade fez com que o parceiro do Santo André caísse em grupo bem difícil na fase decisiva do Campeonato Paulista da Segunda Divisão.

Se vencesse, ficaria em segundo e estaria numa chave menos problemática. Agora, vai ter de dar um duro danado pra ficar com uma das duas vagas contra o Red Bull -- acho que o técnico ainda é Jair Picerni --, 0 Desportivo Brasil, de Pita e Dario Pereira, e o Taubaté, do Reinaldo, homem forte da Federação Paulista. O outro grupo tem Paulínia, Santacruzense, Atlético Araçatuba e Lemense.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Há rosas...Mas nem tudo são flores

A data pode ter passado despercebida. Com certeza, poucos se lembraram de que 25 de setembro é o Dia do Rádio. E, dentre outras características e virtudes, o rádio, para os mais antigos, lembra o vozeirão inigualável de Nelson Gonçalves. Gago, boêmio, mulherengo, dependente químico, pugilista e um dos maiores cantores dos áureos tempos do rádio. A Volta do Boêmio, Naquela Mesa, Pensando em Ti, Fica Comigo Esta Noite, Chão de Estrelas, Boate Azul, As Rosas Não Falam ( composição do inesquecível Cartola)... E por aí vai, um sem-número de sucessos a embalar corações apaixonados nos anos 40 , 50 e 60, principalmente.

As rosas não falam. Simplesmente, as rosas exalam o perfume que roubam de ti... Rosas realmente não falam. Lembram perfumes, flores. Flores lembram coisas boas, felicidade, conquistas. Enfim, um mar de rosas, diz o ditado popular. Exatamente o que a edição do Diario do Grande ABC do dia 25 tenta fazer crer com a matéria baba-ovo comemorativa aos dois anos da Gestão Empresarial à frente do Esporte Clube Santo André. Tudo é festa! Parece.

Não é bem assim! Menos, né minha gente?! Creio que o todo poderoso diretor-presidente e dono da GE ficaria chateado, mas não determinaria que o bom jornalista-setorista se limitasse a falar bem da empresa que comanda o futebol do Santo André. Seria abuso de poder, assédio moral.

Se assim fosse, a imparcial e reparadora coluna Confidencial, no DGABC de hoje, nem tocaria em algumas feridas. No caso, agenda positiva e matéria conduzida são bem semelhantes. Tão semelhantes quanto questionáveis em termos profissionais quando a pretensão não é engabelar leitores desavisados.

Mas, pra não dizer que não falei das flores, não posso deixar de lembrar que a Saged foi e ainda tem sido importante na vida do Santo André. Primeiro, porque em setembro de 2007, quando a empresa encampou o futebol do clube, o Ramalhão estava numa pindaíba danada. Não tinha mais como se sustentar. Nem pra que lado correr.

Tanto que, durante a festa de 42 anos do ECSA, Jairo Livólis, um os presidentes mais atuantes na história do clube, não mediu palavras quando questionado -- acho que pelo Nilo Ortiz, presidente do Primeiro de Maio -- sobre a maior conquista ramalhina: " Foi o memorável titulo da Copa do Brasil, em 2004. Foi um momento de glória, inesquecível, o mais importante do nosso futebol. Em compensação, também foi o que, em seguida, como consequência, provocou mais problemas e decepções".

Não há nada de errado nas palavras de Livolis. Explicação não é das mais difíceis: com o título, todos -- dirigentes, torcedores, imprensa e Poder Público -- acharam que o Santo André deveria agir como clube grande. Sem estrutura, sem dinheiro, sem público cativo, sem os pés no chão, o Ramalhão naufragou feio. Com dívidas e futebol aquém das expectativas, esteve bem próximo de cair para Série C em 2007.

Ao entregar o futebol para a Saged, o respaldo financeiro foi um alívio. Daí à salvação do rebaixamento iminente foi um verdadeiro salto triplo. Em 2008, a volta por cima de forma triunfal, com o acesso à Série A do Brasileiro, ficando atrás apenas do Corinthians, e o título da A-2 paulista, que lhe deu o direito de voltar à Divisão Especial.

Enfim, as sonhadas elites estadual e nacional, o que se significa grande visibilidade e belas cotas de televisão. São cerca de 4 milhões apenas no Brasileiro. O que poucos sabem, no entanto, é que a folha do clube é bem próxima de um milhão. Afinal, é preciso desperdiçar!

Raros também sabem que o escudo de patrocinadores, embora importantíssimo, ainda fica aquém das necessidades. Principalmente para quem paga pelo noviciado no futebol profissional, ignora o planejamento sustentável e exagera na dose de erros em contratações e troca-troca de treinadores. Faltou critério. Sobrou sonho. Faltou ação. Sobrou palpite.

Na hora de festejar, também não nos esqueçamos do Centro de Treinamento e Formação, importante infra-estrutura na aconchegante Chácara Santa Luzia, e do possível novo salvamento das garras da Série B do Brasileiro. Porém, quando se prevê dívida bem próxima de cinco milhões no final do ano, é bom colocar as barbas de molho, já que, se cair, o torcedor e patrocinador serão jóias raras. E adeus cota de televisão em alto nível.

Parece pouco, diante dos 100 milhões devidos pelo grande Corinthians. Mas lá eles têm como e de onde tirar. E aqui? Não temos dinheiro, não temos torcida permanente, não temos dirigentes competentes, nem times respeitáveis. Parece que a torcida/patrimônio deixou de existir. Culpa de quem?

Se a degola se concretizar -- o Santo André está em 17º lugar, com 25 pontos ganhos e apenas 32,05% de aproveitamento --, existe até risco de insolvência nos próximos anos. Está certo que o contrato com a Gestão Empresarial é de 20 anos, mas cotista quer resultado dentro de campo, com títulos e revelações que se traduzam em vendas e números dignos de um investimento rentável. Caso contrário, os acionistas vão definhando e o ECSA, que tem 20% do bolo, pode ficar com a brocha na mão. Pelo menos moralmente, vai sobrar para o presidente errado.

Isto posto, fica claro que nem tudo são flores, ao contrário do que deixa transparecer a matéria especial (?) publicada no nosso DGABC. Quem não leu o "mar de rosas" em que navega o bom patrão, não deixe de ler. Ao menos como parâmetro para avaliar o que escrevem com sabedoria Nelson Cilo, no Confidencial, e Daniel Lima, no CapitalSocial. Por sinal, leitura imperdível. Sem necessidade de concordância plena. Em comum, uma certeza: nós três gostamos muito do Esporte Clube Santo André, por isso não temos por que deturpar a dura realidade. Doa a quem doer!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

O Diario e o pão amanhecido

Presidente nega jogo em Araraquara. Esta a manchete do Caderno de Esportes do nosso Diario do Grande ABC de hoje, terça-feira, 22 de setembro de 2009.

Ronan Maria Pinto garante que Santo André e Palmeiras vão se enfrentar no Bruno Daniel. Esta a linha fina, que vem abaixo do título principal da página.

Não se pretende, aqui, reproduzir a matéria na íntegra. Apenas o que está entre aspas, nas palavras do presidente da Saged -- a Gestão Empresarial que comanda os destinos de todo o futebol do Esporte Clube Santo André.

"Isso não existe. Não sei por que estão falando. Vai (Palmeiras) jogar em Santo André. Estamos preparando o estádio, o gramado. Todos os nossos jogos serão em Santo André. Não existe esse negócio de Araraquara".

"Não temos nada acertado em Araraquara, não discutimos e não pedimos nada à CBF, para mudar o jogo pra lá" -- afirmou Ronan rebatendo declarações creditadas ao prefeito de Araraquara, Marcelo Barbieri, na quinta-feira, de que Santo André e Palmeiras fariam o jogo de inauguração da Arena Fonte Luminosa, dia 25 de outubro.

E Ronan disse mais: " O Santo André tem um estádio que realmente não oferece todas as condições e isso é atestado pelo própria Imprensa, que reclamou do estádio, do gramado. Tivemos jogos adiados e até interrompidos por conta de enchente no vestiário ( contra o Marília, pelo Paulista) -- explicou Ronan.

" É uma forma de protestar, porque precisamos de um estádio à altura. Araraquara, por exemplo, tem um time na Segunda Divisão e vai inaugurar uma arena. O Santo André tem um estádio e precisa brigar por condições melhores no Grande ABC" -- concluiu o dirigente ao justificar que as mudanças para o Interior ( Corinthians e São Paulo) vão além do fato de a Polícia Militar liberar apenas 10 mil torcedores para partidas de grande porte no Brunão.

Tudo normal! Quer dizer, para o grande público, o leitor que não se aprofunda e raramente questiona o que se escreve, tudo normal com o texto. Porém, jornalisticamente, nada é tão anormal. Pelo contrário! A manchete volta a retratar as limitações e a falta de comprometimento de alguns profissionais (?) de comunicação do DGABC.

Por que? Simplesmente porque todas (TODAS) as declarações de Ronan Maria Pinto foram dadas à reportagem da Rádio Joven Pan, às portas do vestiário do Estádio Santa Cruz, em Ribeirão Preto, no domingo ( DOMINGO) por volta das 15h (15h).

Para um jornalismo com o mínino de responsabilidade profissional e compromisso com o leitor, em tempos de Internet, twitter, blog e afins, notícia foi dada com atraso imperdoável. Não sei se existe justificativa plausível, capaz de respaldar minha amiga Lola Nicolás, diretora de Redação, e o colega Ângelo Verotti, editor de Esportes. Ademais, nem sei se era plantão do editor ou o fechamento ficou por conta do sub ou de outro repórter. Sabe-se lá como a redação funciona hoje em dia!

Lamento questionar e criticar, mais uma vez, mas o que interessa é que, pelo bem da credibilidade, cantada em prosa e verso até mesmo em editoriais de primeira página, como o do último dia 7, o ainda respeitável DGABC não pode se dar ao luxo de atos falhos tão rotineiros. E olha que não se está falando de um pequeno erro de ortografia.

Será que o enviado a Ribeirão Preto comeu bola? Será que ouviu a entrevista? Ou será que não enxergou relevância na resposta de Ronan, que foi execrado -- em parte com razão -- por negociar dois mandos de jogos -- seria o terceiro -- e atuar longe do torcedor? Será que não havia espaço na página? Será que o jornalista responsável pelo fechamento não viu necessidade? Ou alguma conversa definiu que seria melhor guardar (?!) a matéria para terça-feira? Que feio!

Independente de qualquer justificativa, soa mal quando não se noticia minimamente o que todos estão a comentar. Seria até possível um aprofundamento posterior, ouvindo-se, além do presidente da Gestão Empresarial, o prefeito Aidan Ravin e os representantes da Polícia Militar.

Porém, não colocar no momento certo nem mesmo a posição de quem, coincidentemente, também é o diretor-presidente do DGABC, é demais, ? Não dá pra engolir!

No caso, o Diario deu-se ao luxo de trocar um pão quentinho, recém-saído do forno doméstico, por um pão amanhecido. Dois dias depois então, tem de tudo pra virar pão bolorento.

Por essas e outras, a credibilidade do auto-rotulado "maior jornal regional do País" vai se dissipando. Que falta faz uma concorrência de verdade! Quem sabe o recém-lançado Bom Dia melhore e faça o Diario se coçar pra valer. Por enquanto, é só esperança.

P.S.: ainda voltarei a falar sobre o Brunão, que já recebeu mais de 20 mil pessoas em jogos contra Corinthians e Palmeiras e hoje acomoda, oficialmente, 15 mil e 500 espectadores. Quem sabe uma arena multiuso?

domingo, 20 de setembro de 2009

Sobre táticas e táticas (2)

Quinta-feira, durante a festa do 42º aniversário do originalmente Santo André Futebol Clube e hoje Esporte Clube Santo André, o presidente da Gestão Empresarial, Ronan Maria Pinto, revelou o provável time que enfrentaria o São Paulo.

" Pelo que ouvi dizer, o time titular treinou com Neneca; Cesinha, Marcel e Gustavo Nery; Rômulo, Fernando, Júnior Dutra, Marcelinho Carioca e Artur ; Nunes e Wanderley" -- afirmou Ronan.

Numa roda de seis ou sete pessoas, ousei afirmar que com aquele 3-5-2, com apenas Fernando como verdadeiro volante de contenção, e Júnior Dutra e Marcelinho Carioca na armação, dois alas e dois atacantes, o Santo André ficaria desprotegido demais e que a ousadia ofensiva poderia custar caro. " Assim não dá! Vai tomar uma varada" -- bradei com ares de pitonisa que mais tarde se comprovaria mera aprendiz de cigana.

Quando o Santo André começou o jogo, praticamente com o grupo citado por Ronam, não deu pra entender bem o quê o bom técnico Sérgio Soares queria. Deu impressão de colocar o time com duas linhas de quatro tortuosas e estranhas. Cesinha mais pela direita, Marcel centralizado, Gustavo Nery como quarto-zagueiro com vontade de ser lateral-esquerdo e Ávine sem saber se era lateral, ala ou meia-esquerda. Moral da história: ficou com um poste, como espectador privilegiado.

A segunda linha de quatro tinha Rômulo como verdadeiro ala, com constantes incursões pela direita. Fernando, o melhor em campo do começo ao fim, era o único volante, já que Júnior Dutra se limitava a cercar pela direita e Marcelinho Carioca se posicionava mais pela esquerda, mas sem queda ao combate. Nunes e Wanderley ficavam à frente, prendendo os três zagueiros são-paulinos.

Com ousadia, o Ramalhão cumpriu a promessa do técnico e saiu pro jogo, de igual pra igual, sem medo de um favoritismo absoluto na teoria, mas frágil na prática. Tanto que já no primeiro minuto o árbitro Flávio Guerra deixou de dar pênalti claro de Miranda em Fernando.

Quando o São Paulo liberou os alas, contra-atacou e fez 1 a 0 com Jean -- de chicotada, antes dos 10 minutos --, parecia que a ousadia andreense seria suicida. Mas não foi o que aconteceu. A partir daí, com clareza no esquema, o 3-5-2 foi mais produtivo em termos de domínio -- estéril, por sinal --, o que inibiu o time de Ricardo Gomes.

Com três zagueiros em linha e Ávine mais adiantado, batendo de frente com Jean, agora mais preso, o Santo André só não empatou ainda no primeiro tempo por falta de objetividade ofensiva e pontaria nas conclusões.

Como a ousadia tem seu preço, o São Paulo recuou mas ficou com a prerrogativa dos contragolpes e criou três situações de gol com Dagoberto. No final do primeiro período a posse de bola do Ramalhão chegou a 61%, contra 39% do São Paulo. Se traduzido em números, o domínio levaria a uma justa igualdade no placar.

Na segunda etapa o jogo pouco mudou. Mesmo com espaços para matar a partida nos contragolpes, o São Paulo marcou mal, não criou, mostrou apatia, recuou o meio-campo, distanciando-o ainda mais dos dois atacantes, e levou sufoco até tomar o gol de Pablo Escobar, que entrou no lugar de Marcelinho Carioca aos 16 minutos e empatou aos 26. Gol, mais que merecido, teve a participação de Ávine e Nunes.

Antes disso, o Santo André quase empatou com Fernando em mais uma incursão ofensiva de fazer inveja aos mais jovens. É bom lembrar que o volantão tem 42 anos de idade, vende saúde e vai encerrar carreira no final do Brasileiro.

Moral da história, o duvidoso esquema montado por Sérgio Soares mostrou que ousadia nem sempre é o caminho mais próximo do suicídio. Pelo contrário! Exatamente por precisar ganhar e não ter medo de perder, o treinador fez o São Paulo se apequenar, se encolher.

Tanto que quando quis reagir não teve forças para criar sequer uma oportunidade contundente de gol e ainda deu campo para o Santo André contra-atacar. Se houvesse um vencedor, por méritos, deveria ser o representante do Grande ABC.

O Santo André aumentou o tabu para cinco jogos. Porém, continua em 17º lugar com 25 pontos ganhos, o mesmo que o Botafogo, que empatou de 0 a 0 com o Santos. Sport, com 20, e Fluminense, com 18, são os outros dois ameaçadíssimos de rebaixamento.

Só que na rodada do final de semana o nosso Ramalhão -- sem Marcelinho Carioca, que, além de lesionado, recebeu o terceiro cartão amarelo -- tem jogo dificílimo diante do Sport, em Recife, enquanto que o Botafogo recebe o Vitória no Rio. Coritiba ( 15º com 27 pontos) e Náutico (16º com 26) jogam em Curitiba. Sem dúvida, uma briga de foice no escuro.

sábado, 19 de setembro de 2009

Sobre táticas e táticas

Aprender e analisar táticas de todos os esportes é exercício dos mais saudáveis para quem se atreve a escrever com o mínimo de responsabilidade profissional. Especialmente sobre futebol. Algumas lições provam que, ao contrário do que eu pensava inicialmente, o técnico Antonio Carlos Zago tem rodagem e conhecimento acima da média.

Boleiro com vivência de grandes clubes nacionais e internacionais, além da Seleção Brasileira, o ex-zagueiro consegue aliar ainda o visão de gestão esportiva, competência emocional e de aprendizado técnico-diretivo. O somatório de experimentos é bom pra todos. Principalmente porque sugere ter a confiança do grupo e liberdade para trabalhar.

Exemplo claro é a postura do São Caetano no Campeonato Brasileiro da Série B. Depois de um início claudicante, também por pegar o time numa draga desgraçada, Antonio Carlos tomou as rédeas do elenco de tal forma a fazer inveja pra muita gente mais vivida como treinador.

Taticamente, até parece que Antonio Carlos move as peças do tabuleiro de xadrez futebolístico com a destreza de Karpov, Bob Fischer e cia. Jogo de ontem, na vitória de 3 a 1 diante da Ponte Preta, adversário dificílimo de ser superado quando joga em casa, foi mais um exemplar de capacidade cognitiva e executiva.

Equipe iniciou numa espécie de 4-5-1, com quatro zagueiros praticamente em linha e liberação limitada dos laterais. Outra linha de quatro mostrava Adriano e Jairo como volantes de contenção pelo meio, ladeados por Roger pela direita e Xuxa pela esquerda. Sem bola, os dois encontravam os laterais adversários. Com bola, saiam pro jogo e rapidamente se aproximavam de Washington, apenas aparentemente sozinho contra dois zagueiros.

parência, já que Eduardo Ramos dava o primeiro combate aos volantes da Ponte e, de posse de bola, movia-se com liberdade inclusive para chegar ao ataque de forma mais verticalizada e aguda, enquanto que Xuxa e Roger o faziam quase sempre pelas beiradas.

Irrepreensível taticamente, o São Caetano matou o jogo em 30 minutos. E olha que dois dos três gols vieram de jogadas ensaiadas em bolas paradas alçadas de Eduardo Ramos para o bom zagueiro Marcelo Batatais. Bem marcada e sem conseguir fugir da marcação, a Ponte foi dominada pelo adversário e pelos nervos. Como era de se esperar, a equipe campineira se desesperou e o São Caetano procurou tocar a bola.

No segundo tempo a Ponte foi para o tudo ou nada. E nem poderia ser diferente. Ao adiantar o meio-campo e liberar os laterais, complicou para o time do Grande ABC. Predominantemente pela direita, com Edilson, a Ponte criou várias oportunidades. Diminuiu o placar no início e quase fez o segundo gol em pelo mais cinco ocasiões. Numa delas, talvez a derradeira durante um período de domínio ostensivo, Danilo Neco cabeceou no poste e a bola correu sobre a linha de gol.

Por que isso aconteceu? Porque a linha de quatro à frente dos zagueiros já não funcionava a contento na marcação pelas beiradas. Tanto que Antonio Carlos manteve o 4-5-1, mas fez entrar o mais descansado e rápido Wendelll no lugar de Xuxa. Daí para a frente a Ponte perdeu a pegada, ameçaou menos e entrou no jogo cadenciado que interessava ao Azulão.

Quer dizer que o esquema falho no segundo tempo? Não! A execução das individualidades perdeu o alto nível de eficácia. De nota 8, caiu pra 6. Só isso! Esquema implantado por Antonio Carlos só prova que o São Caetano não é estanque, mecanizado. É capaz de atuar de várias maneiras, de jogo pra jogo e durante no próprio jogo.

Haja vista que na vitória sobre o Bragantino o esquema foi o 4-3-3, com dois volantes ( Jairo e Adriano), apenas um meia de ligação ( Eduardo Ramos) e três atacantes ( Vandinho, Washington e Wendell). Diante do Vasco, antes da expulsão de Anderson Marques e da lesão de Vandinho, prevaleceu o 4-4-2 . Lançamentos longos, para Vandinho receber ou fechar em diagonal eram arma quase mortífera. E agora o 4-5-1 bem executado. Até o cansaço chegar.

Fica bem claro que cada jogo tem sua história e os treinadores precisam estar atentos ao movimentar peças determinantes de vitórias e derrotas. Antonio Carlos não é um grande-mestre internacional de xadrez, mas tem demonstrado vocação desacreditada por muitos. Por enquanto, o rótulo de Mequinho está bom demais.

Agora o São Caetano está mais perto do G-4, mas a expulsão -- boba, infantil, por sinal -- de Adriano vai pesar no próximo jogo desta série decisiva para quem quer voltar à elite nacional. Na sequência, o Azulão recebe o Ceará -- concorrente direto à quarta vaga -- e o vice-líder Guarani. Depois vai a Goiânia enfrentar o Atlético Goianiense, outro postulante à vaga, e fecha o ciclo da morte diante da Portuguesa, provavelmente em Barueri.

O mestre Antonio Carlos já ganhou confiança suficiente para saber exatamente com que esquema deve jogar, e vencer. E a torcida não precisa se preocupar. Tem mais é que acreditar numa evolução consistente e capaz de conquistar o acesso.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A pequenez de uma grandeza

A grandeza é do Esporte Clube Santo André. A pequenez de atitude é da Gestão Empresarial que assumiu para profissionalizar as coisas do futebol, mas teima em mesclar acertos e erros numa proporção perigosa.

A grandeza do ECSA está estampada na sua história, cujo 42º aniversário foi comemorado ontem à noite no salão social do belo clube, que nasceu como a maioria, como um time de 11 camisas. Esteve à beira da insolvência, caiu, subiu e deu a volta por cima em inúmeras oportunidades. Até chegar ao título da Copa do Brasil e agora retornar à elite do futebol nacional. Não nos esqueçamos de que em 84, sob o comando do presidente Lourival Passarelli, o Ramalhão foi 13º colocado no Brasileiro, depois de chegar em quarto no Paulista de 83.


A pequenez da GE está estampada em mais uma atitude de total desrespeito ao cidadão andreense, ao torcedor e ao esporte como direito e paixão de um povo.

Prometi a mim mesmo que não tocaria mais no assunto, mas é impossível. Me desculpem!
No início, a GE queria negociar a bilheteria de um pacote de seis jogos. O Internacional, por exemplo , enfrentaria o Santo André em Cascavel, no Paraná. Não deu certo mas os donos das decisões dos cotistas não desistiram. Afinal, era preciso fazer dinheiro para saldar dívidas.

Como se não bastasse a negociação financeira que culminou com o jogo contra o Corinthians sendo realizado em Rio Preto, agora o Santo André vai enfrentar o São Paulo em Ribeirão Preto.

Convenhamos! Coisa de time pequeno, postura de quem não se garante, que só fala em ser grande da boca pra fora. Certas posições do comando da GE continuam restritas ao quadradinho da pequenez, da incompetência, da inexperiência. Não acredito em maldade, mas não a descarto quando egos inflados caminham lado a lado com a sede de poder.

Há algum tempo, dentro das regras impostas pela CBF, a GE negociou a bilheteria dos dois jogos por R$ 750 mil. Pegou a antecipação da grana com um empresário paranaense e agora está com as calças na mão.

Desrespeitou a história do clube. Atropelou o torcedor. Ignorou todos os concorrentes do Corinthians e agora, mais ainda, prejudica os do São Paulo, que disputa a liderança do Brasileiro com Internacional e Palmeiras, principalmente.

Não se quer dizer que, se o jogo fosse aqui o São Paulo deixaria de ter mais torcida. Como cabem 15 mil e 500 pessoas no Bruno Daniel, talvez tivéssemos 10 mil sãopaulinos e cinco mil torcendo contra, lotando as numeradas. Só que em Ribeirão Preto serão 20 mil contra apenas 50 fanáticos de Tuda, Fúria e cia. Eu disse 50, um ônibus lotado.

Também não quer dizer que o forte São Paulo de Ricardo Gomes deixaria de atuar como franco favorito. Basta olhar para a tábua de classificação. É melhor e passa por bom momento. O que não é sinônimo de vitória.


Porém, nada disso importa. Eu estaria dizendo a mesma coisa se nesse momento as classificações estivessem invertidas, com o São Paulo na zona de degola e o nosso Ramalhão brigando por vaga na Libertadores.

Um buraco é mais embaixo. Para somar às cotas da TV, fazer caixa e gastar de forma inconsequente, desregrada, com altos salários, dispensas de técnicos e contratações duvidosas, a GE vendeu o mando dos jogos e ignorou o direito sagrado do torcedor.

É bem verdade que a torcida tem ido pouco ao estádio -- isso por uma gama enorme de motivos -- mas grandes jogos significam a possibilidade de público bem maior, conquista de novos torcedores e reconquista de antigos. Poderia até ser o fiel da balança com pressão e incentivo do começo ao fim.

Assim, o torcedor vai minguando, minguando, até secar. Como se não bastasse toda a concorrência tão próxima geograficamente com os grandes do futebol paulista!

Se Internacional, Atlético Mineiro, Santos e Flamengo jogaram no Brunão, por que não Corinthians e São Paulo? Ah, o problema é de estrutura, de segurança? A Polícia Militar que dê conta de garantir a segurança de no mínimo 13/14 mil torcedores. Quem ficar de fora, que veja o jogo pela televisão.

Pelo andar da carruagem, desconjuntada e ladeira abaixo, nosso temor não deve se limitar à decepção do rebaixamento. A vergonha da falência moral e financeira seria uma punhada na alma do torcedor.

Neste domingo, às 16h, o Brunão vai estar às moscas, à mercê do casal de quero-quero e seus filhotes. Diante da TV, a mais de 300 quilômetros de distância, vamos torcer de forma passiva, sem participar de uma festa para a qual não somos convidados. Afinal, pobres mortais, coadjuvantes de uma história grandiosa, podem, no máximo, contestar uma pequenez, um desprezo que beira a imoralidade.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Nem a força da torcida salvou o Azulão. Que pena!

Nem mesmo a participação efetiva do torcedor salvou o São Caetano da derrota de 1 a 0 para o líder Vasco. Mais de 4.4 mil pagantes estiveram no Anacleto Campanella, mas o destino quis que Elton, emprestado pelo Azulão, fizesse o gol do Vasco aos 40 minutos do segundo tempo.

Quase sempre criticada e menosprezada, a torcida do São Caetano fez bonito. Gritou e incentivou o time do começo ao fim. A do Vasco, também em bom número, não deixou por menos.

Público total foi quse três vezes a média do Santo André no Bruno Daniel. Detalhe é que um disputa a elite nacional e o outro a Série B. Vibração do torcedor de São Caetano também foi superior ao que se tem visto no Brunão. Como fica pra quem não se cansa de tirar o sarro dos vizinhos?

Duelo de gigantes no bom jogo de ontem foi protagonizado por Adriano, o melhor marcador do São Caetano, contra o sempre perigoso Carlos Alberto, principal arma do Vasco para chegar com constância e contundência ao gol de Luís.

Elton teve poucas chances diante de Marcelo Batatais e Anderson Marques, mas quando deram espaço e a zaga interna ficou desprotegida o moço não perdoou. Fez um belo gol e calou o torcedor do Azulão por alguns segundos.

Apesar da intensa marcação de parte a parte e do alto número de passes errados e bolas perdidas no meio de campo -- principalmente do São Caetano, com Eduardo Ramos e Xuxa --, o jogo foi equilibrado e eletrizante. Foram poucas finalizações e raras defesas difíceis dos goleiros, mas ninguém abdicou de atacar e se aplicar.

Expulsão do quarto-zagueiro Anderson Marques, aos 20 minutos do segundo tempo foi crucial para o Vasco se tornar ainda mais ofensivo e perigoso. Técnico Dorival Júnior adiantou o meio-campo, liberou os laterais e colocou Adriano mais próximo de Elton. Daí para a vitória foi questão de tempo, embora o São Caetano não tivesse recuado e se acovardado. Afinal, precisava da vitória para encostar no sonhado G-4.

Antonio Carlos viu o jogo da arquibancada e deve ter ficado desesperado. Entre tantos outros, falha de Xuxa propiciou o contra-ataque que provocou a expulsão de Anderson Marques e erro de passe de Adriano, no ataque, levou ao gol. Faltou cobertura na esquerda, nas costas de Roger, por onde Ramon apareceu para cruzar.

Com seis pontos atrás do quarto colocado, o Ceará, o São Caetano só não pode se desesperar. Ainda são 42 pontos em disputa e o time tem condições de chegar. Se ficar para 2010, tudo leva a crer que será muito mais difícil. É só reparar nos ameaçados da Série A. Reação deve começar diante da Ponte, que, em casa, sempre é páreo duro.


De Primeira


* O tradicional Esporte está voltando. Promessa dos dirigentes do Esporte Clube São Bernardo de tantas glórias e tradições é retornar no ano que vem, na Segunda Divisão. César Franco de Morais seria o técnico, Luiz Pressutti o preparador físico e o companheiro Jurandir Martins o diretor de Futebol. Lógico que a família Cheidde está à frente de tudo. É esperar pra ver. Vamos torcer.

* Carregado de méritos, o companheiro Ademir Medici recebeu o título de cidadão andreense ontem à noite na Câmara de Santo André. Além de corintiano dos bons, Ademir é sinônimo de memória e respeito à história do Grande ABC. Continua viva sua boa sugestão de uma homenagem a Piolim, Oberdan Catani e Begliomini, ligados ao Grande ABC e que jogaram juntos na Seleção Brasileira. Um singela placa de bronze no saguão do Estádio Bruno Daniel cairia bem para os ex-jogadores de São Paulo, Palmeiras e Corinthians.

* Parque Celso Daniel continua sem as demarções de distância referentes a 600 e 700 metros. Além disso, acho que a distância de 0 a 100 não está correta. Bloquetes de concentro são mesmo a melhor alternativa, como se viu o Parque Central. Ficou legal, Mineirinho! Por falar em Parque Central -- o meu Parque dos Sabiás --, Guardas Civis Municipais raramente saem da toca para passear pelos cantos do Parque Celso Daniel. Quando acontecer o pior, não adianta reclamar. Há exceções, lógico!

* Campeoníssimo da Maratona de Nova York e da São Silvestre, Marilson Gomes estava lá no PCD hoje de manhã para treinar. Lamentou a derrota do São Caetano. Ele viu o jogo ao lado da esposa Juliana, também ícone do esporte nacional e medalhista no Pan de 2007.

* Ao lado do maridão João Márcio, a não menos importante e famosa Fofão também esteve no Campanella. Campeã olímpica de vôlei -- além de outros inúmeros títulos --, não deu sorte, mas mostrou o carisma e a simpatia de sempre ao ser reconhecida pelos torcedores.

* Muitas vezes reclamamos do nosso futebol. Especialmente quando um time se limita à defesa. O quê dizer, então, da tetracampeã italiana, Inter de Milão, que, jogando em casa, se apequenou diante do forte mas não imbatível Barcelona? A Copa dos Campeões da Europa também tem seus momentos de covardia. A Inter raramente chegou ao gol e teve 34% e posse de bola, contra 66% do equipe espanhola. Só que a covardia de um campeão é muita mais doída!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Palestra com um pé na vaga

Agora há pouco, no Baetão, o Palestra/Santo André ficou bem perto da próxima fase do Campeonato Paulista da Segunda Divisão ao vencer o Atlético Araçatuba por 3 a 0.

Placar leva a equipe de Sandro Gaúcho à liderança provisória do Grupo 15, com oito pontos ganhos, mas o forte Desportivo Brasil é favorito neste sábado diante do Mogi das Cruzes e pode reassumir o primeiro lugar.

Resultado sugere jogo sem maiores traumas, mas não foi nada disso. Quem esteve no Baetão sabe que o Palestra mereceu vencer. Ninguém duvida. Porém, talvez um 4 a 2 se encaixasse melhor como placar moral.

O início do jogo foi de intensa marcação e briga para encontrar espaços quase impossíveis nas defesas. Campo pequeno, gramado artificial e bola rápida. Tais ingredientes colaboraram para ninguém conseguir jogar com técnica. Prevaleceram o lançamento longo e a aplicação na marcação.

Jogo só mudou depois dos 20 minutos, quando o Palestra fez 1 a 0. Como num passe de mágica, o jogo ficou aberto. Parece que o campo cresceu. Araçatuba foi à frente para tentar o empate -- e por pouco não conseguiu, até bola na trave mandou --, mas deu espaços para o contra-ataque. Em três ocasiões o Palestra esteve por marcar, mas desperdiçou.

Desperdício quase custou caro logo no início do segundo tempo, quando o Araçatuba voltou a pressionar e merecia o empate. De novo encontrou a trave, mas facilitou no sistema defensivo e permitiu o contragolpe fatal -- 2 a 0. Perdendo por dois gols, o Araçatuba manteve a postura ofensiva, mas não aproveitou as falhas de marcação do Palestra, que fez 3 a 0 em boa trama do ataque e conclusão de Murilo.

Placar pode ter sido enganoso, já que o Palestra não jogou bem, mas o importante é que conquistou três pontos diante de adversário respeitável e dificilmente perderá uma das duas vagas do grupo, já que no último jogo pega o Mogi das Cruzes.
Isso é bom para o futebol do Grande ABC.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Cartão amarelo! E virada injusta

Muitas vezes, a definição de justiça não escapa totalmente de critérios subjetivos. Porém, não há como deixar de caracterizar como injusta a vitória do Atlético Mineiro sobre o Santo André.

A quem culpar? O trio de arbitragem exagerou um pouco em cartões amarelos, especialmente por reclamações, mas não pode ganhar o carimbo de culpado.

O campo? Não! Desta vez não! Se contra o Internacional o gramado parecia um pasto esburacado, agora não há do que reclamar. A bola rolava macia. A grama até parecia um pouco alta.

A ausência de Neneca, que cumpria suspensão? Nada disso! Júlio César sempre foi bom goleiro e substituiu o titular à altura. Sem culpa nos gols, ainda fez uma defesa sensacional em arremate de Diego Tardelli.

O esquema 3-6-1/4-5-1 tão pregado pelo ex-técnico, Alexandre Gallo? Não! O interino, Sandro Gaúcho, um dos maiores artilheiros da história do Ramalhão -- só perde para Tulica -- não poderia escalar o time com apenas um atacante. Não seria tão maluco!

Tanto que jogou com Nunes e Vanderlei enfiados no primeiro tempo, com Marcelino Carioca e Júnior Dutra nas meias, e Sidney e Fernando como volantes de pura contenção. Muitas vezes Fernando virava quarto-zagueiro para cobrir a falta de adaptação de Gustavo Nery, o terceiro da linha de quatro defensores.

Melhor posicionado e com mais volume de jogo, o Santo André perdeu pelo menos três boas oportunidades no primeiro tempo, assim como o Atlético, sempre nos contragolpes. Na segunda etapa, Sandro Gaúcho voltou com Cicinho na lateral-direita, tirou Nunes e encostou Marcelinho e Rômulo -- quase um ponta-direita com liberdade -- em Vanderley. Foram três momentos de gol, dois deles com Marcelinho.

Antes de fazer 1 a 0 com Vanderley, em jogada de Rômulo pela direita, aconteceu o lance que determinou, de fato, a derrota do Santo André. E aí descobri o culpado: eu! Bobamente, Cesinha reclamou de marcação correta do árbitro e recebeu o cartão amarelo. Olhei para trás e disse para outro torcedor: " Que besteira! Agora o Cesinha vai precisar fazer uma falta para matar algum contra-ataque e acabará tomando outro amarelo, ou seja, vai ser expulso".

Não há necessidade de detalhar o resto. Não deu outra! Com a expulsão, após o gol, Sandro Gaúcho teve de sacrificar um atacante -- Vanderley -- para recompor a defesa e fazer entrar um zagueiro de ofício, Rogério. Com um jogador a mais, Celso Roth fez o oposto: sacou Alex Bruno e colocou o grandalhão Pedro Oldoni para segurar a zaga do Santo André, além de tirar Diego Tardelli da área.

Pressionado, o Ramalhão se apavorou, recuou em demasia e levou o empate em finalização de Éder Luís entre Gustavo Nery, Artur e Fernando, a esta altura um terceiro zagueiro de área. Nos acréscimos, de novo pela direita, o levantamento de Carlos Alberto -- ele não havia acertado um, até então -- encontrou Diego Tardelli, que de cabeça, sacramentou a virada. Fernando estava na jogada. Se fosse Cesinha, que enquanto presente foi um dos melhores em campo, talvez o gol não tivesse saído.

Mas saiu e agora o Santo André está sem técnico -- Sérgio Soares tem o melhor perfil e está mesmo voltando -- e na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Pior: tem uma sequência indigesta, com três jogos fora: Santos ( uma incógnita), São Paulo ( em ascensão) e Sport ( também com a corda no pescoço). A coisa tá feia!

domingo, 6 de setembro de 2009

Gallo, Catarino e o amigo do rei

Pois é... não deu outra! Sob a alegação de pressões e ingerências, Alexandre Gallo pediu o boné e deixou o Santo André. Vou escalar um time de situações. As conclusões ficam por conta do amigo leitor. Afinal, quem está certo? Gallo, os dirigentes ou os dois lados têm lá suas razões? E o Santo André? Ora bolas, que se lasque ladeira abaixo! Torcedores e cotistas não devem pensar assim.

1) Em sete jogos sob o comando de Gallo o Santo André ganhou dois e perdeu cinco. Fez cinco gols levou 11.

2) Dos 21 pontos disputados, Gallo ganhou apenas seis, o que significa aproveitamento pífio de 28,57%, contra 40,47% de seu antecessor, Sérgio Guedes.

3) Em sete jogos Gallo utilizou mais de 20 jogadores e não definiu time nem esquema com clareza. Contentou e descontentou muita gente. Isso é bom?

4) Gallo chegou com carta-branca para dispensar e contratar. Acertou ao executar as tarefas, de baciada, com o campeonato na metade?

5) Será que acertou ao barrar e/ou disponibilizar vários jogadores, causando desconforto e melindre no elenco?

6) Será que acertou ao contratar mais dois laterais, dois zagueiros, um meia e dois atacantes?

7) Será que acertou ao insistir num esquema ( 3-6-1 com variação para 4-5-1) sabidamente fadado ao fracasso? Tanto que, a não ser em situações de exceção, raríssimos técnicos no futebol mundial chegam tão perto do 3-7-0.

8) Será que o treinador acertou ao escalar Rogério e Ávine, ex-reservas do Bahia, assim que chegaram, para enfrentar o Flamengo?

9) Será que Gallo parou para pensar na besteira que fez ao escalar o Santo André do Maracanã com Cris, Rogério e Artur, lateral-esquerdo improvisado como terceiro zagueiro?

10) Será que acertou ao transformar o bom segundo volante Ricardo Conceição em ala direito, desarticulando o meio-campo e dando espaços para Petkovic passear?

11) Será que acertou ao insistir com Júnior Dutra em funções diferentes da que executa com certa desenvoltura, a de segundo atacante? Combater, conduzir bola e armar? Esquece!

12) Será que acertou ao escalar do meio pra frente o bom lateral Rômulo como faz-tudo que não resolve nada?

13) Será que acertou ao deixar Marcelinho Carioca e Gustavo Nery no banco de reservas diante do Flamengo? Afinal, mesmo em recuperação de lesão muscular, o Pé-de-Anjo faz a diferença com lançamentos e arremates. Ainda é perigoso nas bolas paradas. Independente de regalias, ele está para o para o Santo André assim como Ronaldo está para o Corinthians.

14) Será que Gustavo Nery é solução como terceiro zagueiro quando todos sabem que o moço ataca melhor do que defende?

15) Será que no 3-6-1 Nunes, mesmo em má fase, consegue fazer gol se a bola não chega e o companheiro mais próximo está a 30 metros de distância? Bolas do fundo, então, só em ano bissexto.

16) Será que Elvis é tão dispensável assim, de um dia pro outro? De titular para a rua?

17) Será que Gallo conseguiria dar padronização tática para o time a tempo de salvá-lo do rebaixamento?

18) Será que é correto Gallo deixar Marcelinho Carioca fora do time e sugerir que readquira a forma física para o Paulistão de 2010? Não parece loucura? Por que não deixá-lo jogar até o momento que suportar o ritmo? Que outros carreguem o piano!

19) Será que as conversas de Gallo com Marcelinho e depois com o diretor de Futebol Juraci Catarino foram determinantes para a saída do treinador? Ou há algo de podre no reino da Dinamarca?

20) Será que o jogador colocou a diretoria na parede e proclamou o famoso " Ou ele, ou eu"?

21) Será que Gallo se esqueceu de que Marcelinho é amigo do rei? Afinal, para Marcelinho, o presidente da Gestão Empresarial do Santo André, Ronan Maria Pinto, é Deus.

22) Como parece que a recíproca é verdadeira, será que o todo-poderoso não determinou ao seu funcionário, Juraci Catarino, que impusesse a Gallo a manutenção de Marcelinho como titular? Lógico que antes disso Marcelinho teria minimamente ligado para o "chefe".

23) Será que todos se esquecem de que Marcelinho sempre reclamou quando foi substituído ou ficou na reserva?

24) Será que todos se esquecem de que Marcelinhodesrespeitou companheiros e Sérgio Guedes, que, por sinal, também saiu após ingerência da GE para escalar Osny?

25) Será que é difícil entender que Marcelinho é diferenciado, é estrela, é amigo do rei e jamais abrirá mão dos privilégios?

26) Será que é difícil perceber que o clima está tenso e que o Santo André está pavimentando a estrada rumo à Série B e precisa deixar vaidades de lado antes que seja tarde demais?

27) Será que Marcelinho é mais importante do que a instituição Santo André?

28) Será que a convivência ainda pode ser saudável junto ao grupo e aos torcedores?

29) Será que nos próximos jogos o Ramalhão terá Marcelinho, Neneca, Fernando, Ronan, Romualdo e Juraci como técnicos? Um sexteto imbatível?

30) Será que, nas atuais circunstâncias, com clima pesado e com um pé no inferno da zona de rebaixamento, algum técnico capaz e de personalidade vai aceitar o convite para ser pau-mandado, marionete, joguete ou coisa do gênero?

São Bernardo fácil

Pela Copa Paulista, vi a fácil vitória do São Bernardo sobre o São José. Resultado de 3 a 1 poderia ser mais elástico. Meio-campo e ataque do Tigre jogam por música. Em contraposição, pelo menos ontem, a defesa facilitou e bateu cabeça várias vezes antes de tomar o gol.

Público anunciado, de exatos 3 mil pagantes -- a farsa de sempre -- é conversa mole pra boi dormir. Não havia mais do que 1017 pessoas no Primeiro de Maio. Se vendem ingressos com antecedência, não vejo por que esconder. Qual o pecado?

Parece que acontece ao contrário do Santo André, quando o público anunciado é sempre inferior ao que está no Bruno Daniel. Será que é para pagar valores menores à CBF, considerando-se porcentuais de rendas? Não sei.

Vôlei: bela vitória dos meninos de Madeira!

Antes de ver a vitória do futebol brasileiro sobre a Argentina, pela TV, estive no Dell'Antonia para acompanhar de perto o vôlei de Santo André. Meninos do técnico Marcelo Madeira jogaram como gente grande e conseguiram importante vitória de 3 a 0 sobre Araçatuba. Simplesmente atropelaram o Vôlei Futuro nos três sets. Impuseram um ritmo forte e mantiveram a atitude do começo ao fim. Foi bom. Quer dizer, foi ótimo!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Basquete de Santo André vence time de "estrela"

A bela vitória da Apaba/Santo André sobre o Pinheiros/Sky, agora há pouco no Ginásio Celso Daniel, deve ser enaltecida. No entanto, fica difícil não citar alguns momentos tristes protagonizados por Cláudio Mortari, que já fez história no basquete mas parece não se aperceber de que seu tempo já passou. Pelo menos pelo que demonstrou nesta sexta-feira. Se não quer mais, se está de saco cheio, que fique em casa.

Carrancudo, debochado, irônico, omisso, grosso e mal-educado são adjetivos insuficientes para definir o conjunto de atitudes de um técnico que já dirigiu -- e bem -- a Seleção Brasileira. Gritos, palavrões e agressividade com jogadores e até mesmo com o auxiliar técnico -- nervoso com o time, Mortari amassou e jogou no chão a estatística do primeiro quarto entregue pelo assessor -- substituíram conselhos e orientações táticas de jogo.

O resultado de 97 a 86 talvez até fosse outro, se Mortari não se limitasse à tática do grito ou do silêncio desafiador. Encarava seus comandados com ar de deboche e/ou superioridade, e raramente se dignava a falar algo de útil nos pedidos de tempo. Parecia a estrela de uma companhia que podia até não jogar bem, mas merecia mais respeito.

Nem a característica prancheta utilizada por todos os técnicos apareceu como instrumento de trabalho de Mortari. O que não deixa de ser direito seu. Isolado e demonstrando incrível má vontade, o moço viu Santo André superior no primeiro quarto e displicente no segundo. Na segunda etapa, assistiu passivamente à superioridade de um time vibrante e efetivo, especialmente no ataque.

A Apaba/Santo André chegou a exercer marcação opressiva, mas sofreu com a efetividade de Shamell, cestinha da partida com 42 pontos, além de seis rebotes defensivos, um ofensivo e cinco assistências.

Os destaques de Santo André, além da conduta pessoal e profissional do atuante técnico Luiz Carlos Gianini, o Pizza, foram Daniel ( 26 pontos e cinco rebotes defensivos), Mauro (21 pontos, dois rebotes ofensivos, sete defensivos e seis assistências) e o pivô Fabião, com dois rebotes ofensivos, quatro defensivos, sete assistências -- é isso mesmo! -- e duas roubadas de bola, além de oito pontos.

Com o resultado, Santo André sobe momentaneamente do 11º para o sexto lugar, mas tem jogos a mais. O Pinheiros da "estrela" Mortari está em último lugar.

Campeonato prosssegue neste sábado e a atração regional fica por conta da líder Metodista/São Bernardo, que recebe Americana a partir das 17h no Baetão. Pessoal, vamos prestigiar o time de Coppini e do supervisor Rogério Toto!

P.S.: sobre a demissão de Alexandre Gallo, o Blogdoraddi se manifesta ainda neste sábado. Lógico que o moço pediu o boné porque houve pressão exacerbada e ingerência na escalação. Como se fosse novidade em se tratando de EC Santo André!

O bom vôlei de Blausiegel/SC e BVC/SB

O Grande ABC tem cinco representantes nos campeonatos paulistas de vôlei. São Bernardo e São Caetano estão no masculino e no feminino, enquanto que Santo André, no sacrifício e como acontece há muito tempo, está só no masculino.

No final do primeiro turno, os destaques ficam por conta do Blausiegel/São Caetano, líder invicto no feminino e do Brasil Vôlei Clube/SB -- ex-Santander Banespa --, segundo colocado no masculino.

O Blausiegel, do técnico Mauro Grasso e das brilhantes Fofão, Mari e Sheilla, vem de bela vitória sobre Osasco por 3 a 1. São seis vitórias seguidas. Ainda no feminino, o caçula São Bernardo, dirigido por José Alexandre, vem de bom 3 a 1 sobre Franca e está em quarto lugar com duas vitórias e duas derrotas.

No masculino, o BVC não deu a mínima chance para o Ulbra/São Caetano ontem à noite no Poliesportivo de São Bernardo. Ganhou o clássico de 3 a 1, mas emplacaria 3 a 0 se não caísse tanto de produção no terceiro set, quando abusou do direito de errar nos passes e na finalização dos ataques pelas pontas. No quarto set, o time do técnico Rubinho voltou mais concentrado, reencontrou o ritmo inicial, ampliou o repertório ofensivo e ganhou com superioridade indiscutível. Gostei do que vi, in loco. Com Serginho, Dante, Marlon e o comando de Rubinho o time é outro.

No Complexo Esportivo Pedro Dell'Antonia, nenhuma surpresa. Líder do Paulista e um dos favoritos ao título ao lado do SESI/SP e do BVC/SB, o Pinheiros/Sky superou o GAC Logistics/Santo André. Time de Giba, Gustavo e Marcelinho fez 3 a 0. Diferença de performance é proporcional ao nível de investimento.

Santo André está em sexto lugar na classificação, atrás da Ulbra e à frente de Climed/Atibaia e Lupo-Náutico/Araraquara. Sábado o BVC joga em Araquara e a Ulbra em Atibaia. O GAC Logistics recebe o Vôlei Futuro/Araçatuba, quarto colocado no campeonato, a partir das 17h30. Vamos prestigiar o jovem e aplicado time de Marcelo Madeira!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Afinal, qual é a do técnico Gallo?

Juro que não é por falta de esforço, mas até agora não consegui entender qual é a do Gallo, técnico do Santo André. Não é fácil, mas que tal tentar comparar aproveitamento e esquema tático em relação ao antecessor, Sérgio Guedes, hoje no Bahia?

Com Sérgio Guedes, invariavelmente com o time no esquema 4-4-2, sujeito a alterações pontuais no decorrer do jogo, o Ramalhão realizou 14 jogos. Pautou pelo equilíbrio. A balança só pendeu para o negativo quando a sequência de jogos dificílimos e derrotas para Palmeiras, Cruzeiro e Grêmio não pode ser evitada. Foram quatro vitórias, cinco derrotas e cinco empates, com 18 gols a favor e 21 contra -- deficit de três gols. Fechou a 14ª rodada com 17 pontos ganhos, em 13º lugar, posição intermediária, entre as quatro vagas da Libertadores e as cinco da zona de rebaixamento à Série B. Disputou 42 pontos e teve um aproveitamento superior a 40%.

Devido à ingerência de dirigentes da Gestão Empresarial na escalação do time, Sérgio Guedes deixou o clube antes do empate de 1 a 1 com o Corinthians. Comando interino ficou por conta do ex-centroavante Sandro Gaúcho, hoje técnico do Palestra/Santo André, que faz boa campanha no Campeonato Paulista da Segunda Divisão.

A campanha de Alexandre Gallo, que chegou sonhando com a Libertadores, começou com derrota para o Goiás, seguida de novos resultados negativos diante de Avaí, Náutico e Internacional. Contra Botafogo e Coritiba, duas boas vitórias, mesmo sem futebol tão convincente. Diante do Flamengo, a derrota de 3 a 0 foi o retrato de um time esfacelado, apático, frouxo na marcação e sem clareza no esquema tático.

Esquema que, em sete jogos -- duas vitórias, cinco derrotas, cinco gols a favor e 11 contra --, já deveria estar implantado com mais clareza. Com Sérgio Soares no Campeonato Paulista e Sérgio Guedes no Brasileiro o torcedor andreense ao menos sabia a escalação e conseguia enxergar como o time queria jogar.

Hoje, talvez até mesmo jornalistas setoristas e torcedores mais fanáticos tenham dificuldades para recitar a escalação sem titubear. Quanto ao esquema, está claro que nem mesmo os jogadores sabem direito o que o treinador quer. Se é que ele sabe o que quer. Lógico que não quer perder, mas como fazeer para ganhar?

Aparentemente, Gallo insiste num 3-6-1 com variação para 4-5-1 que não vai levar a lugar nenhum. Melhor, tem tudo para levar o nosso Ramalhão para a Série B. Dispensar e contratar de baciada não é sinônimo de solução quando não se percebe um grupo sabedor do que tem de fazer dentro de campo. Às vezes, o segredo é a simplicidade, aliada à dose exata de competência técnica e emocional.

Simples palpites: por que não monta o time com uma linha de quatro, mais três volantes, um meia de ligação e dois atacantes? Ou duas linhas de quatro -- uma na zaga, outra no meio -- e dois atacantes? Ou uma linha de quatro zagueiros, quatro no meio-campo --dois volantes e dois meias, aproveitando as virtudes de Marcelinho Carioca -- e dois atacantes de ofício -- Malaquias ou Júnior Dutra e Nunes ou o recém-contratado Vanderley? Insistir com Júnior Dutra praticamente na armação é uma aberração. Ou não entendo nada de bola!

Gallo também pode optar por três zagueiros, com cinco no meio -- dois alas, dois volantes de contenção e um meia -- e dois atacantes. O que não deveria é insistir num 3-6-1 ou 4-5-1 suicida, onde o centroavante parece o bobo-da-corte. Ao menos se fosse o 3-5-2 com definição cristalina das funções de cada um.

Por que digo isso? Ora bolas, como entender o bom lateral Rômulo a correr feito doido de um lado para outro. Tem de disputar a lateral-direita com Cicinho e agora Eduardo Ratinho, nada mais! Por falar em Cicinho, vinha sendo boa opção ofensiva mas parece que não caiu no gosto do treinador. Outro dia, contra o Coritiba, estava bem, mas saiu para Rômulo ser deslocado do meio (?) para a lateral. Rômulo foi um desastre defensivo -- Marcelinho Paraíba por pouco não fez estragos pelo setor-- e ofensivamente nada fez de prático após ser vaiado pelo torcedor das cobertas. Será que Cicinho, a exemplo de Júnior Costa, também já está negociado.

Existe, ainda, outra invenção de Gallo que vai de encontro -- eu não disse ao encontro -- à postura de outros treinadores, que, por sinal, raramente utilizam o famigerado 3-6-1. A não ser em situações excepcionais, ninguém inventa um lateral de ofício como terceiro zagueiro. São três zagueiros de verdade e fim de papo! É mais fácil deslocar zaagueiro para as laterais. No Santo André, Gustavo Nery e Artur estão na contramão, viraram zagueiros-zagueiros. Triste sina quando todos sabem que as maiores virtudes de ambos são ofensivas. E agora chegou Ávine, do Bahia, para disputar a posição. Só não se sabe se de terceiro zagueiro, lateral, ala ou meia-esquerda. Coisas de Gallo!

Outra sugestão para Gallo pensar: me parece que a boa entrada de Sidney como volante fixo, centralizado, ofuscou a bela performance do veterano Fernando. Um ou outro, ao lado de Ricardo Conceição, poderia ser uma alternativa a ser testada. Com Sidney, parece que Fernando fica o tempo todo a se perguntar para onde deve correr.

Por estas e outras, o aproveitamento do Ramalhão sob o comando de Gallo é preocupante. Ele disputou 21 pontos e só ganhou seis, o que dá um aproveitamento de 28, 57%, bem abaixo dos 40,47% de Sérgio Guedes.

Considerando-se um número mágico/estatístico estabelecido pelos especialistas em matemática futebolística, o Santo André precisa atingir entre 45 e 50 pontos para se livrar da Série B em 2010. Portanto, aproveitamento global deveria ficar entre 39,37% e 43,85%.

Do jeito que a coisa anda, é inadiável começar uma reação consistente a partir deste domingo, no Brunão, com vitória diante do decadente -- mas não morto -- Atlético Mineiro. De preferência com extrema aplicação e muita atitude, além de esquema adequado e padronagem tática capaz serem vislumbrados até mesmo por pobres mortais apaixonados pelo futebol.

Os desfalques na zaga e no meio vão a atrapalhar, mas se Gallo inventar menos o Santo André pode começar a sair de posição tão incômoda. Sérgio Guedes nos deixou a oito passos do céu e a cinco do inferno. Com Gallo, que chegou agora e não é o único culpado, o Santo André está com um pé no inferno e a 13 passos do céu. Melhor fugir do fogo!