Seguidores

domingo, 19 de dezembro de 2010

Cadê a fiscalização no Parque Central?

Peço desculpas aos amigos leitores, mas preciso voltar ao tema. Só não tenho certeza se o tema é sinônimo de descaso ou negligência, preguiça ou incompetência.

O nosso Parque Central -- pra mim, Parque dos Sabiás -- tem de tudo para ser um novo Ibirapuera. Porém, há muitos anos as autoridades de Santo André pecam em alguns pontos que deveriam ser melhorados de forma significativa.

Não estou falando dos cuidados cabíveis exclusivamente ao Departamento de Parques e Áreas Verdes. Volto a mexer na ferida da acomodação. Da falta de fiscalização.

Nosso PC é carente de informação, de comunicação visual e de orientação aos frequentadores. Nosso PC não tem regras claras. Tampouco fiscalização eficaz e punição exemplar.

Os guardas municipais continuam na toca e não há fiscais designados para coibir condutas inadequadas em espaço tão especial, tão adequado à família andreense. Um verdadeiro cartão postal. Se for cuidado com mais carinho.

Por exemplo: quem vai fiscalizar e coibir o abuso de quem pesca em lagos em que a proibição só não é clara porque a placa praticamente não é visualizada?

No sábado, três pessoas pescavam tranquilamente num dos lagos próximos à entrada da Rua Javaés. E não é a primeira vez, não! Só que ontem a ousadia foi ainda maior. Limparam as belas tilápias ali mesmo, no bebedouro junto à área de alongamento.

Por ali passaram funcionários que cuidam das plantas e da manutenção em geral, mas não deram nem bola. Um deles, se limitou a recolher uma linhada velha. Arma do crime.

Talvez não lhes caiba nem ao menos alertar os responsáveis pela fiscalização. Provavelmente os tranquilos e descompromissados ocupantes da toca de acesso.

Assim como em relação à pesca, também não há fiscalização para o consumo de drogas, para carros acima da velocidade adequada para o local, para excesso de velocidade na ciclovia -- confundem com velódromo.

Ainda há ambulantes que vendem cerveja e adolescentes que nadam no lago de águas barrentas -- piscina dos cães no final de semana. E quando alguém se afogar?

Sem falar dos que jogam pedras nos pássaros, dos que tentam acertar os marrecos com molinetes e dos que não recolhem as "necessidades" dos cachorros.

A quem cabe zelar pelo Parque Central? Se falamos de uma área pública municipal, então é à Prefeitura. Se cabe à Prefeitura, providências devem ser cobradas do prefeitão Aidan Ravim.

Se Aidan não sabe o que acontece bem próximo do seu apartamento, está mal assessorado e desinformado. Mesmo assim, poderia dar um pulinho até lá. A pé! Aproveitaria para perder uns quilinhos se o fizesse ao menos três vezes por semana. Já que quem deveria não fiscaliza...

terça-feira, 30 de novembro de 2010

E agora, Ramalhão?

Agora, tudo está consumado! Lamentavelmente, o milagre não aconteceu. O Ramalhão do limitado mas eficiente Jair Picerni reagiu tarde e caiu para a Série C do Campeonato Brasileiro.

Caiu principalmente por absoluta falta de competência diretiva. Os mesmos dirigentes que quase fizeram do Santo André campeão paulista conseguiram fazer dele um dos rebaixados.

Goste ou não, a cúpula do Saged -- Santo André Gestão Empresarial e Desportiva -- precisa assumir a responsabilidade, reconhecer os erros de gerenciamento do futebol do ECSA e dar a volta por cima.

O divisor de águas será o Paulistão 2011. Se for bem e mantiver um bom elenco, pode até reunir forças e virtudes para retornar à Série B.

Mas o bicho vai pegar se o Ramalhão não brilhar, ou brilhar e reprisar 2010, deixando de ser competente na montagem do elenco para a deficitária Série C.

Fica a impressão de que, em caso de participação apagada,Ronan e cia vão entregar a rapadura. Ou pepino, como queira. Possivelmente, o entregarão cheio de dívidas.

No pacote das dívidas, um doce recado, carregado de ironia: "Quem pariu que o embale! Não quero mais! Só me dá prejuízo! Abraços. Saged".

Um sério risco para os dirigentes do Esporte Clube Santo André. Vai pintar a chamada bucha de canhão se ficar caracterizada a responsabilidade jurídica. Pode sobrar pra todo mundo. Inclusive para os sócios do belo poliesportivo.

Uma pena para os raríssimos torcedores que ainda choram pelo Ramalhão.Pra quem ainda não entendeu, eu disse raríssimos. Poucos ou não, merecem mais respeito. Com sentimento não se brinca.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A pequenez do grande Palmeiras

Fingindo inocência, juro que cheguei a pensar que o grande Palmeiras não seria tão pequeno quanto o São Paulo. E, de novo, o Fluminense ganhou três pontos de presente sem necessidade de jogar.

Mais uma vez a entrega não precisou ser explícita. Tratou-se apenas do segundo ato de uma peça teatral encenada na mesma arena. Que pena! Isso tira a legitimidade do título.

Mais rápida que Sedex, a entrega do "parmerinha" começou por um técnico que já foi campeão do mundo. Antes do "jogo", Luiz Felipe Scolari só falou besteira. Só ironizou. Sua escalação com alguns titulares bem orientados cheirava blefe, engana-trouxa.

No banco de reservas, Felipão foi uma farsa. Pouco falou. Quando falou, encenou. Até mesmo quando deu uma "dura" no jovem lateral Gabriel, indicando que deveria jogar pra frente.

Por que não disse a mesma coisa para Marcos Assunção, o melhor volante do Campeonato Brasileiro? Por que não chamou Kléber para uma conversinha? O "gladiador" foi um fiasco, uma cinderela.

A justificativa de Felipão: " O Dinei jogou mais avançado e o Kléber tinha de voltar para buscar a bola. O time foi bem. Gostei". Um fanfarrão, sem dúvida. A cinderela recuava, recebia e se enrolava até perder a bola de forme grotesca.

Os zagueiros do Palmeiras lembravam becões de fazenda, dando chutões e furadas infantis. O meio-campo foi omisso, contemplativo. O ataque foi pífio, ridículo,e lamenta até agora o belo gol do menino Dinei.

Apenas Deola se salvou. Mesmo ameaçado por meia-dúzia de imbecis, o goleiro fez pelo menos quatro boas defesas. Foi profissional. Jogou por si mesmo e por uma instituição, Sociedade Esportiva Palmeiras, muito maior do que uma vitória ou um título.

Pena que a comédia não termina aí. Vai chegar um momento em que o Coríntians também entregará. Igualmente, seria imperdoável. Caráter, dignidade, honra, profissionalismo, respeito, pra quê? Tudo tão fora de moda, né? Talvez seja o retrato o cidadão brasileiro, nada mais.

Quem perde, de verdade, é o futebol brasileiro. Quem se apequena, de verdade, é o futebol brasileiro.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A pequenez do grande Tricolor

Ao Coríntians faltou a grandeza de um campeão.
Ao São Paulo sobrou a pequenez de um timinho de esquina, um enganador.

Ao forte Coríntians faltou competência.
Ao grande São Paulo faltou dignidade.

Ao Coríntians de Tite faltou a ousadia de guerreiros sonhadores.
Ao São Paulo de Carpeggiani sobrou a covardia de cordeirinhos em plena cena teatral.

Ao Coríntians faltou a agressividade de quem precisa vencer.
Ao São Paulo faltou o comprometimento de quem se diz profissional da bola.

Ao Coríntians sobrou conservadorismo tático e faltou capacidade técnica.
Ao São Paulo sobrou a passividade dos desmotivados. Só faltou aplaudir cada lance do adversário.

Ao Coríntians sobrou a tristeza de quem honra a camisa.
Ao São Paulo sobrou felicidade (normal)pelas lágrimas corintianas.

Ao Coríntians faltou jogar. Mas não faltou vergonha.
Ao São Paulo faltou simplesmente querer jogar.Faltou vergonha!Sobrou mentira, encenação.

Ao Coríntians faltou capacidade ofensiva.Sem Ronaldo, então...
Ao São Paulo faltou simplesmente marcar. Especialmente Conca, Deco, Mariano, Carlinhos, Fred e Washington.

Isto é, deixaram meio time passear o jogo inteiro. Principalmente após as duas expulsões. A de Richarlyson foi tão estranha quanto injusta. Sei que reclamou e xingou, mas nem falta fez. Vai jogar no Flu de Murici!

Ao torcedor do Coríntians resta o choro dos perdedores.
Ao torcedor do São Paulo sobra a paradoxal alegria de perdedores que viram seu time fazer o que a maioria queria. Entregar sem parecer uma afronta ao mudo da bola.

Sinceramente, não é legal vibrar com a goleada. Porém, na mesma situação, eu também torceria e não ficaria chateado com a derrota do grande rival. Só não iria ao estádio. Tampouco me misturaria à torcida do Flu.

Quanto aos jogadores, com raríssimas exceções -- Jean, Alex Silva, Lucas. Rogério e Carlinhos Paraíba -- deveriam ter mais dignidade. Faltou profissionalismo. O futebol ficou menor. O São Paulo, instituição, ficou bem menor.

Tanto quanto faltou ao goleiro Felipe diante do campeão Flamengo no ano passado, quando o São Paulo foi prejudicado.Felipe foi moleque irresponsável, mas o Corintians não fez marmelada, não entregou, não simulou, não enganou.

Agora não adianta chorar. Nem achar que a pequenez do grande Tricolor já deu o título ao merecedor Fluminense. Faltam duas rodadas.

Ao Coríntians resta jogar e torcer para Palmeiras e/ou Guarani. Aos anticorintianos resta torcer contra. Como sempre. Tudo normal. Por isso sou corintiano.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A dor de cotovelo dos anticorintianos

Juro que não aguento mais ouvir e ler sobre o pênalti de Gil sobre Ronaldo. Pra mim, corintiano imparcial, foi pênalti e fim de papo. Assim como foi pênalti no cai-cai Rodriguinho, ex-Santo André, no empate do Fluminense com o Goiás.

Pra mim, zagueiro duro por natureza, o lance foi claro. Por trás, força desproporcional... Cal! Pra muitos, a maioria anticorintianos, foi tranco normal de um futebol definido como esporte de contato.

Até aí, tudo bem! O que não dá pra suportar são os absurdos proferidos por técnico, jogadores e dirigentes do Cruzeiro e de todos os anticorintianos com dor de cotovelo antes mesmo de o Timão confirmar um título ainda incerto e difícil. Tudo pode acontecer nas três últimas rodadas. Até mesmo os rivais Palmeiras e São Paulo ajudarem.

Falar em armação pró-Corínthians, em roubo descarado, em apito amigo, é não ter o mínimo de discernimento. Opiniões contraditórias são sempre saudáveis, mas daí a acusar a limitada juizada brasileira de fabricar resultados é falta de responsabilidade de jornalistas e paixão exacerbada de torcedores.

O que não existe na arbitragem brasileira e mundial é clareza de critérios. Melhor: não há critérios. Sandro Meira Júnior quase sempre apitará a infração. Assim como Paulo César de Oliveira. Simon e Héber Roberto Lopes simplesmente vão dizer: "Segue o jogo. Não foi nada". Afinal, pra quê polêmica, né?

Lamentavelmente, o que se repete é uma ladainha que nasceu com o futebol. O choro de perdedor não se limita ao Cruzeiro. Acontece em Rio Pardo, em São Sebastião da Grama, em Mococa, em Caconde, em Guaxupé e até em Casa Branca, cidade do meu amigo Lance.

Quem chora por ti Ramalhão?

Afinal, quem chora por ti Ramalhão? Quem vai chorar a queda do Santo André para o Campeonato Brasileiro da Série C em 2011? Poucos, pouquíssimos. Quase ninguém, aposto.

Torço pelo Ramalhão há mais de 37 anos, mas, confesso, não chorei, nem vou chorar. Chorei a queda do meu Corinthians, mas não derramei uma lágrima pelo Santo André.

Garanto que as derrotas e as decepções mais marcantes do Timão são inundadas de lágrimas verdadeiras. Tanto quanto do Palmeiras, do Flamengo, do Atlético Mineiro,do Remo, do Paissandu, do Santa Cruz, do Bahia, do Sport, do Coritiba, da Ponte, do Vitória e de tantos outros.

Repito: quem chorará o rebaixamento do Ramalhão? Por que poucos? Porque o torcedor andreense abandonou o time há muito tempo. A média de público do Bruno Daniel é uma das piores da Série B. Vexame que está ali, pau a pau, com a torcida do São Caetano.

Hoje, lamentavelmente, o Santo André não tem nem quem por ele se digne a chorar. Talvez alguns torcedores mais fanáticos da Fúria Andreense, da Tuda, da Ramalhões...
Nada mais!

Dos torcedores comuns, ninguém vai chorar. Simplesmente vão voltar a torcer apenas por Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo. E vida que segue.

Será que presidente e vice do Santo André Gestão Empresarial e Desportiva -- Saged -- vão chorar? Esqueçam! Ronan Maria Pinto e Romualdo Nuvem Passageira Magro Júnior jamais terão a grandeza do torcedor de arquibancada, apaixonado.

Será que presidente e ex-presidentes do clube chorarão a derrocada final? Ledo engano pensar em tamanha grandeza de sentimento. Celso Luiz, Wigand, Brandão, Jairo Livólis e cia podem até ficar chateados. Nada mais.

Será que Marcelinho Carioca, Tulica, Fernandinho,Romolo, Élcio, Ulisses, Rotta, Da Silva, Sandro Gaúcho, Fernando e cia ficarão tristes. Claro que sim. Mas não esperem um rio de lágrimas.Nem um fio!,

Será que Jair Picerni e ex-treinadores do clube vão entrar em depressão? Claro que não? Sérgio Soares, Sérgio Guedes, Fahel e cia vão continuar trabalhando no futebol, sem perder tempo com lamentações. Talvez só apareçam para cobrar algum débito.

Será que algum jornalista do Grande ABC será surpreendido com um lenço nos olhos marejados? Impossível! Daniel Lima, Jurandir Martins, Divanei Guazzelli, Nelson Cilo, Marcelo Camargo, Rodrigo Lombardi, Angelo Verotti, Anderson Fattori e cia não têm tempo pra isso.

Será que o prefeito Aidan Ravin choraria a queda do seu Coríntians? Talvez sim!Será que chorou a queda do Ramalhão? Com certeza, não! Apenas uma chateação passageira.É preciso prestar atenção em segmentos mais importantes como saúde, educação e segurança.

Aceitemos, portanto, a frieza da realidade: o Ramalhão não tem mais quem por ele chore. Domingo, ontem, a cidade foi a mesma de sempre, sem um sinal sequer de lamentação. Infelizmente, ninguém vai chorar.

domingo, 14 de novembro de 2010

Mexam-se, Coop e Corpore!

Foi bem legal participar da quarta edição do Mexa-se, promoção da Coop, organização da Corpore e apoio da Prefeitura de Santo André.

Faço apenas uma ressalva mais significativa. É inadmissível que especialistas tão renomados incorram em erro tão primário como atravessar a caminhada de cinco quilômetros na corrida de 10.

Fazer a virada dos 5km no início da D. Pedro II foi a maior falha de organização e definição de percurso. Mesmo com apenas 30 minutos de diferença na largada,o ideal seria que os caminhantes se misturassem aos últimos corredores mais ou menos à altura do viaduto sobre a avenida Prestes Maia. Ou no quarteirão adequado para totalizar a quilometragem.

Como definido, a confusão foi inevitável. Corredores menos rápidos, do pelotão do fundo, como eu, ficaram encaixotados da d. Pedro II até a virada, na praça Adhemar de Barros. Não dava para correr nem em zigue-zague.

Que para o ano que vem a organização preste mais atenção e não prejudique os cerca de sete mil participantes. Número é chutômetro, já que o Diario do Grande ABC conseguiu noticiar 6 mil na primeira página e 17 mil no caderno de Esportes. Por essa e outras, perde credibilidade a cada dia, a cada manchete, a cada falha de informação.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Quatro gols em tempos distintos

Milan x Real Madrid é um dos maiores clássicos da história do futebol mundial. Afinal, são inúmeros títulos nacionais, europeus e mundiais.

O Real Madrid, maior ganhador da Copa dos Campeões -- nove vezes -- foi nitidamente superior no primeiro tempo. Nem mesmo a bela atuação do brasileiro Thiago Silva foi suficiente para escamotear as falhas defensivas do Milan, campeão europeu em sete oportunidades.

Com três volantes defensivos e criatividade zero no meio de campo, o Milan foi inteiramente dominado no setor nevrálgico, onde de fato se decide um jogo de futebol.

O 4-3-3 do Milan foi engolido pelo tradicional 4-4-2 ( duas linhas de quatro mais dois atacantes) com variação para 4-5-1 armado pelo marrendo José Mourinho. Pato, Ibraimovich e Ronaldinho foram um fiasco. O 1 a 0 do time espanhol foi magro pelo que se viu.

No entanto, o mesmo 4-3-3 mal ajambrado deu certo no segundo tempo, quando Ronaldinho deu lugar a Inzaghi e o Milan pelo menos mostrou mais velocidade e disposição. Mesmo sem virtuosismo técnico e tático, o time italiano achou o empate.

Abalado, o esquadrão de Cristiano Ronaldo perdeu a embocadura, reduziu o ritmo, teve falhas individuais e tomou a virada com o mesmo Inzaghi. No final, no entanto, quando o Milan já festejava, tomou o empate.

Considerando-se os tempos distintos -- embora o domínio do Real tenha sido muito mais ostensivo e claro -- até que a igualdade foi justa. Para os limitados italianos, foi um empate-derrota.

Milagre em cinco batalhas?

Particularmente, não acredito. Mas a possibilidade existe. Sim, o Santo André pode ser premiado com o milagre da salvação. E deve acreditar até o último momento.

Se jogadores, técnico e dirigentes não alimentarem a esperança, quem o fará? Depois da boa vitória de 3 a 0 sobre o ASA, o Ramalhão ainda mantém possibilidades de fugir do rebaixamento à Série C do Brasileiro.

Só que, para o milagre se concretizar é preciso jogar bem mais nas últimas batalhas. São cinco. Os dois jogos em casa são contra adversários diretos -- Ipatinga e Náutico, que perderam na última rodada. Pode acontecer de tudo.

As três partidas fora do Bruno Daniel significam ossos duríssimos de roer. O Bragantino ainda precisa de três pontos pra se livrar, enquanto que o forte Sport quer ocupar uma das quatro vagas do acesso e o tradicional Bahia quer o título. Moleza, né?

A rodada de ontem poderia ter sido melhor, não fossem as vitórias magras de Vila Nova e Brasiliense sobre América de Natal e Guaratinguetá, respectivamente.

Ipatinga e Naútico, ameaçadíssimos, perderam. Até mesmo o rival São Caetano ajudou o Ramalhão ao empatar com o Icasa. Ainda acho que um dos problemas do Santo André vai serr o número de vitórias -- nove, contra 10 do Ipatinga e do Guaratinguetá, 11 do Náutico e do Icasa, e 12 do Vila Nova.

São cinco batalhas à procura de um milagre. O time de Jair Picerni vai ter de jogar tudo o que não jogou nas 33 rodadas anteriores. Assim, quem sabe?

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

As palavras da presidenta

Já disse que não votei em Dilma. Tampouco votaria na empáfia e na arrogância sem freios do presidente Lula. Também já disse que jamais compraria um carro usado do senhor Luís Inácio.A figura me incomoda sobremaneira. Não confio!

No entanto, nada disso me impede de torcer muito para que a mineira -- e atleticana -- Dilma Rousseff faça pelo Brasil boa parte do que todos os brasileiros esperam. A começar por um governo para todos.

Sem essa de privilégios para a companheirada de ontem ou de hoje. Tampouco para raças, religiões, banqueiros ou camadas sociais mais ou menos favorecidas.

Gostei das primeiras palavras de Dilma como presidenta. Ou presidente, tanto faz.
Confio mais nela do que naquele que a colocou na garupa e fez dela a mais alta mandatária do País.

Só que não dá pra ficar agradecendo eternamente. Nem batendo na porta do padrinho. A fila anda. Que governe como Dilma. Sem prepotência, sem nepotismo, sem politicagem barata, sem revanchismo e sem compadrios.

Competência, trabalho e ética são fundamentais em todos os segmentos. Sem se esquecer da importância do esporte como ferramenta indispensável para a inserção social e para o desenvolvimento dos cidadãos.

Que a presidenta não se limite a pensar em esporte como megaeventos. Tipo Copa do Mundo e Jogos Olímpicos. Pensar grande é encarar o esporte como um todo. É imprenscindível pensar no esporte como ação social, no esporte educacional, nos eventos, no alto rendimento e no lazer.

O exercício da massificação, pra colher a longo prazo, é, há muito tempo, o pulo-do-gato. Pensar no esporte a curto prazo é um tiro no pé. Ninguém vai colher nada se o objetivo se limitar a medalhas de ouro nas Olimpíadas e ao título da Copa. Cuidado com a roubalheira nas obras!

É preciso plantar com paciência em todas as curvas de nível.Sem pressa para a colheita. É preciso entender que a atividade física, independente de considerada ou não esporte, é fundamental para a saúde.

E atividade física sem a orientação de professor de Educação Física não é o ideal. Daí a necessidade de se olhar o profissional da EF como alguém tão importante quanto o médico, o engenheiro, o advogado ou a nutricionista.

Também é necessário pensar na infra-estrutura para que os homens do esporte não tenham do que reclamar. Nem todas as escolas têm uma simples quadra coberta para que se dê uma aula decente. Por que não virar obrigatoriedade de todos os governantes federais, estaduais e municipais? Custa?

Que Dilma olhe para o esporte, para a educação e para a saúde -- todos se entrelaçam -- com extremo respeito. Gastar com esse trinômio é sinônimo de investimento inteligente. E Dilma não é burra.

Sobre Lula e Felipão

Nunca achei Luiz Felipe Scolari um grande treinador. Já defendi, inclusive, sua volta ao comando da Seleção Brasileira, mas jamais o coloquei no patamar mais alto do podium e do ranking de treinadores de futebol.

Felipão teve méritos como campeão no Grêmio de Porto Alegre e no Palmeiras. O Grêmio tinha um time de razoável pra bom, marcava muito e tinha duas ou três jogadas ofensivas mortais. Já o Palmeiras tinha um timaço. Os títulos foram consequência. Bom técnico e bom time quase sempre significam conquistas.

Depois o ex-zagueiro do Caxias chegou ao topo, ao comando da Seleção Brasileira de Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho e cia de craques extraordinários. Foi campeão do mundo em 2002 e virou herói nacional.

Como técnico da seleção portuguesa, perdeu da Grécia na final da Eurocopa. Na Copa do Mundo, sua estrela não brilhou. Ameaçou, mas não brilhou.

Daí em diante, Felipão passeiou por divisões secundárias do futebol mundial. Até voltar ao Parque Antártica para dirigir um Palmeiras sem tantos figurões e sem personalidade de campeão.

Como sempre, chegou chorando além da conta. Também chegou com ironia, com sinismo, com desculpas esfarrapadas, com agressividade à Imprensa e se colocando acima dee vitórias e derrotas. Deu de ombros até mesmo quando o Palmeiras estava mal no Brasileiro.

As gotas d'água que fizeram transbordar a paciência até mesmo de alguns de seus velhos amiguinhos bajuladores da Imprensa aconteceram nos últimos 10 dias. Primeiro desandou a proferir palavras inadequadas na coletiva de imprensa quando questionado sobre o estranho estado clínico e físico de Valdívia. Depois, generalizou ao acusar os jornalistas e qualificá-los como "palhaços".

Felipão tem personalidade forte e é bom profissional, mas jamais foi bom moço. Só que anda passando do limite. Não precisava usar batina, mas bem que poderia maneirar. Intolerante, o gauchão não aceita se contestado, não permite que alguém ouse pensar diferente dele. Aboliu o contraditório do dicionário e ponto final.

Desconfio, até, que Felipão andou fazendo algum curso intensivo com o presidente Lula. Ambos se julgam acima de bem e do mal. Ambos são donos da palavra final. Ambos se julgam deuses, acham que podem tudo. Todos os outros são reles coadjuvantes num mundo reservado para protagonistas escolhidos a dedo.

Que a Imprensa imparcial e não bajuladora tenha ao menos coragem de bater de frente quando Felipão passar dos limites. Que receba críticas e elogios na medida exata de seus méritos. Sem meias verdades.

Que a Imprensa também tenha a grandeza de reconhecer que usa e abusa do direito de errar, de pecar por atos irresponsáveis e nada profissionais. E que tudo não termine com o manifesto do nariz de palhaço. Talvez sirva, ao menos, para Felipão repensar seus conceitos.

domingo, 31 de outubro de 2010

Não dá mais!

Com 100% das urnas apuradas, Dilma Rousseff acaba de ser eleita como primeira mulher a presidir o Brasil. Dilma, mais conhecida como Lula, um corintiano que se julga acima de Deus, obteve cerca de 56% dos votos, contra aproximadamente 44% de José Serra, um palmeirense derrotado pela opção do povo e pela máquina pública.

Opa! Me esqueci de que, mais uma vez, ia escrever sobre o ameaçadíssimo Santo André. Voltemos, portanto, ao esporte bretão.

Embora ainda exista um fio de esperança, não dá mais. Que jogadores, técnico e dirigentes acreditem, ainda vá lá, mas a frieza dos números nos mostra um Santo André inexoravelmente rebaixado à Série C.

No início da semana o Ramalhão caiu de quatro diante do América Mineiro. No final de semana, não precisou nem jogar para permanecer de quatro e entre os quatro fadados à degola.

Brasiliense e Ipatinga ganharam e nos deixaram na penúltima colocação, à frente apenas do América de Natal. O único resultado positivo foi a derrota do Náutico, em casa, para o itinerante Guaratinguetá, que vai virar Americana.

Com míseros 33,3% de aproveitamento, o Ramalhão depende de um milagre para se salvar. Conquistou 32 pontos e apenas oito vitórias.

Primeiro dos ameaçados fora da zona de rebaixamento, o Náutico tem 38 pontos e 11 vitórias, o que pode ser determinante no fechamento das contas. Aproveitamento é de 39,6%. Bem próximo do décimo-quinto colocado, Vila Nova, com 39 pontos, 11 vitórias e 40,6% de pontos conquistados.

Tabela mostra que o Ramalhão não encontrará facilidades nos seis jogos restantes. Precisa ganhar pelo menos 13/14 dos 18 pontos a serem disputados. Pela ordem, pega o ASA em casa, Bragantino, fora, Ipatinga (C), Sport (F), Bahia (F) e Náutico no Bruno Daniel.

Difícil é encontrar no Santo André subsídios consistentes para nos fazer acreditar no milagre da salvação. Nem mesmo os pouquíssimos torcedores que comparecem ao Brunão têm motivos para otimismo.

Talvez uma das raríssimas exceções fique por conta do diretor-presidente do Diario do Grande ABC. Coincidentemente, Ronan Maria Pinto também é o dono do Santo André. Portanto, o maior responsável por tudo de bom e de ruim que acontece com o futebol profissional -- ainda -- da cidade.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Políticos, comadres e verdades

Juro que não queria, mas na semana passada resolvi prestar um pouco mais de atenção na propaganda política. Não tenho mais estômago, mas até que foi interessante desviar olhos e ouvidos do futebol e do esporte como um todo.

Fiquei com a certeza de que preciso mesmo acreditar nos dois (?) candidatos à presidência do Brasil. Está aí o pulo do gato. Todos devemos confiar nas palavras de Lula, Dilma, Serra e cia bela.

A cada flash, uma novidade (?). Quantos subsídios! Quantas propostas mirabolantes!Quantas coisas que eu não sabia da Dilma! Quantas informações fresquinhas sobre as lambanças de Serra.

Cara, quantas acusações!Como aprendi a acreditar nos dois, sou obrigado a concluir que nem Serra, nem Dilma -- muito menos o dono do mundo, mais conhecido como Lula -- merecem meu voto.

Pelo que disseram um do outro, ou não prestam, ou são experts na arte de mentir. Se são corruptos, promessões, inexperientes, incompetentes e coisas do gênero, por que escolher um dos dois para comandar a nação?

Estou convicto de que político é mesmo um bicho estranho, exótico, até. Pena que não estão em extinção. Também fiquei com a certeza de que um velho ditado caipira, repetido pelo interior afora, está mais atualizado do que nunca. " Em briga de comadres é que aparecem as verdades".

Foi inevitável me lembrar da infância, lá na Fazenda Boa Esperança. Sá Maria e Sá Bina se davam bem, mas quando brigavam, e quase saíam na mão, sobrava acusação pra todo lado.

E eram comadres em dose dupla. Sá Maria e a seu Albino batizaram o Jair, filho mais velho do Nestor e da Sá Bina, que eram padrinhos do Zé Arthur, primogênito dos compadres italianos.

Pois é... sobravam verdades de corar o mais bobo dos meninos escondidos atrás do tronco da mangueira para ver o pau comer. As vezes eu não entendi direito, pois se xingavam como autênticos carcamanos.

Infelizmente, somos induzidos a acreditar no compadre Serra e na comadre Dilma. Tanto quanto no compadre Lula, na comadre Marta, no compadre Collor, na comadre Marina, no compadre FHC, na comadre Roseane Sarney -- filha do coronel Sarney.

Acreditemos, pois, nas duras verdades de compadres e comadres. Pena que eu não possa votar num boi chamado Gostosão ou numa mula de nome Trepadeira. Que pena! Pelo menos nunca ouvi alguém falar mal dos dois lá pelos grotões da Boa Esperança. Pena mesmo!

sábado, 23 de outubro de 2010

Ramalhão mandou bem

Está certo que o "se" não entra em campo, não faz gol e não defende pênalti. Mas se o Santo André do campeonato fosse 70% do de ontem à noite diante da Ponte Preta, não estaria com a corda no pescoço.

Prestes a cair para a Série C do Brasileiro, o time de Jair Picerni venceu -- 2 a 0 -- e convenceu. Foi um exemplo de aplicação, de doação individual e coletiva, do começo ao fim. Está certo que a equipe campineira facilitou tudo ao se deixar dominar por um marasmo inconcebível para uma camisa de tamanha tradição.

Diferente de outros jogos, desta vez o Santo André não oscilou tanto. Desde o primeiro minuto, o indispensável posicionamento ofensivo, saindo sempre em velocidade, foi a tônica.

Especialmente pela direita, por onde o ala Cicinho deitou e rolou. Só o treinador Jorginho, da Ponte, não percebeu o mapa da mina. Se viu, não tomou providências que resultassem ao menos no estreitamento da avenida quase sempre também utilizada pelo rápido atacante Richelli, autor do primeiro gol após outra jogada do ousado Cicinho.

Mal posicionada defensivamente, a Ponte Preta, que ainda sonha com uma vaga no G4, não encontrava forças para conter um time melhor estruturado. O sistema defensivo do Santo André também deu poucas chances para os atacantes ponte-pretanos. Marcação opressiva, até, deu resultado.

Um momento delicado do jogo foi quando o sempre instável zagueiro Douglas deu um ombrada -- pra mim foi pênalti desnecessário -- em Guilherme junto à linha de fundo e o jogador da Ponte acabou escorregando para dentro do túnel de acesso ao vestiário do time visitante.

Não é a primeira vez que isso acontece naquele local. Mais uma vez, sugerem-se providências do Saged e/ou da Prefeitura. Aquilo é um sabão. Com chuteiras, então, vira um caminhão sem freio.

Ao menos ontem, o Ramalhão mostrou atitude, disposição e arrumação tática de um time que ainda pensa em evitar o descenso. Impossível é ter certeza de que, terça-feira, fora de casa, contra o América Mineiro, a equipe finalmente conseguirá a segunda vitória consecutiva.

Momentaneamente -- agora são cinco da tarde -- o Ramalhão ocupa a décima-sétima posição com 32 pontos ganhos. Só que América-RN (29), Ipatinga (30), Brasiliense (31) e Vila Nova (35) ainda vão jogar pela 31ª rodada.

Faltam sete jogos -- 21 pontos em disputa -- para quem quer se salvar. Mesmo com a corda no pescoço, e sem folga mínima, o Ramalhão não está impedido de lutar. Se acredito? Não! Mas o imponderável costuma passear pelos campos da vida.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Mais atenção aos distritais!

Prefeitura de Santo André "inaugurou" sábado o maior gramado sintético do Grande ABC. Campo de 100x65 metros supera Baetão e Aramaçan.

Revitalização do espaço na rua América do Sul, lá no Parque Novo Oratório, custou cerca de 600 mil reais, segundo os assessores do prefeitão Aidan Ravim. No entanto, há que diga que custou mais de um milhão.

Na verdade, o preço não vem ao caso. Pode ser discutível, mas o mais importante é o custo-benefício, além da utilização regulamentada. A garantia é de que o ex-campo do Nacional vai ser da comunidade, do futebol amador e das escolinhas da Prefeitura.

No papel, uma maravilha. Na prática, pode ser bem diferente. Portanto, cuidado!Nos outros mais de 40 campos distritais de Santo André quem manda, de fato, não é a Prefeitura. Tampouco a comunidade, que raramente aproveita o espaço.

Políticos e dirigentes do nosso judiado futebol amador se adonaram dos campos. Neles até se joga futebol. Porém, a maioria fica ociosa durante a semana. Todos deveriam ter escolinhas públicas.

À tarde, muitos botecos, alguns bem próximos de escolas, ficam abertos. À noite, alguns servem como ponto de bebedeira, jogatina e/ou droga. Até prostituição já foi detectada num campo na divisa com São Paulo. E faz tempo. Também há quem ganhe dinheiro alugando ilegalmente para empresas, empresários do futebol e escolinhas de clubes.

Que o prefeitão fique atento ao novo e a todos os outros distritais. O time não é dono do campo. O espaço é público, não privado, como muitos.

Também é bom que a população preste atenção se o Cidade dos Meninos não se curvará a interesses políticos. E se não será cedido para treinamentos do futebol profissional ou divisões de base do Esporte Clube Santo André.

A intenção é boa, tanto que já se programa mais uma revitalização. No entanto, olhos bem abertos. Por trás da aparente boa intenção sempre há alguém disposto a tirar vantagem.

domingo, 17 de outubro de 2010

Victor e Júlia, novas paixões

Quase oito da manhã. Com cara de sete, lógico, no horário de verão. Ruas desertas e um friozinho agradável. Na caminhada de casa -- junto à matriz -- ao hospital Brasil, um pensamento insiste em martelar.

-- Cara, estou ficando velho. Olha só... 55 anos, quatro filhos. O Fábio Vinícius já tem 32, a Maira, 31, o Felipe Augusto tem 27 e o Fernando, 25, bem próximo de 26. Há também o Victor, meu neto, minha nova paixão, com apenas três anos e meio-- penso.

Pois é... o tempo passa rápido demais. Por isso é preciso viver. E bem. Chego ao hospital e subo direto para o berçário. Minha filha já está no centro cirúrgico.

Me acomodo num sofá da confortável sala de espera. Pelo vidro, observo cerca de 20 berços e uma movimentação intensa, orquestrada. Não, no berçário não existe maestro. Os anjos seguem os sinais de Deus. A regência é divina. Só pode ser! Que maravilha!

Dez berços estão ocupados. Não há instrumentos de corda ou de sopro. Ainda falta um músico, ou uma criança, para completar o time-orquestra.

Perninhas que sobem e descem, abrem e fecham de forma desconessa. Talvez futuros jogadores de futebol. Pés grandes não lhes faltam. Miguel, Nícolas, Júlio César, Artur.

Os bracinhos das ferinhas também não param. Vicentina, Nicole, Carol, Lara, Gabriela, Mariana... Será que alguém vai jogar vôlei? Ou basquete? Nem precisa, basta que sejam saudáveis e pessoas decentes, do bem.

Caras e bocas se multiplicam. Choros deduzidos, bocas abertas de sono, dedos na boca a sugar o leite imaginário, olhos abertos, olhos fechados. O que será que se passa naquelas cabecinhas carecas ou cabeludas, de apenas um ou dois dias?

-- Nossa, acabei de sair. É melhor eu ficar de olho fechado. Vou fingir que não é comigo. Vão pensar que estou dormindo.Lá dentro estava tão quentinho! Ninguém me perturbava. Lá não havia agitação. Acho que aqui fora eu vou passar apertado. Comer, dormir, estudar, trabalhar, namorar, esconder da chuva e dos bandidos. Meu Deus! Chi, acho que quero voltar! Mãe,por favor, me esconde! Eu vou chorar! -- devem pensar nossos anjinhos -- por enquanto, já que crescem.

Afinal, o que sonham as crianças que daqui a 25 anos serão o nosso presente, nossos cidadãos? Será que em 2035 nossos políticos ainda serão tão corruptos, canalhas, sínicos, mentirosos e egoistas? Será que em 2035 tantas crianças ainda morrerão de fome, de frio, de doenças como a AIDS?

De repente, ouço um choro forte. Olho para dentro do berçário mas o gestual e a leitura labial não me permitem concluir. A orquestra não para. Emocionante, mesmo sem som.

-- É lá no centro cirúrgico, senhor! O choro é da sua neta. Júlia, né? -- alerta e pergunta Camila, a "recepcionista".

-- Isso, Júlia Raddi Renaldim, a irmã do Victor.

De pé, com lágrimas nos olhos, vou mais perto do corredor e ouço. Sim, o choro é de mais uma Raddi. Pura intuição. Nada mais!

Em poucos minutos, chega a princesinha, o time do berçário está completo. Pelo choro, está mais pra soprano. Faltavam os gestos da minha Júlia, os sonhos da pequenina Júlia. As caras-e-bocas da minha nova paixão.

Obrigado Maira!Que você e o Danilo sejam para Victor e Júlia muito mais do que eu consegui ser para meus quatro filhos. Sei que fiquei a dever. Uma dívida impagável. Nunca é tarde para pedir perdão e repetir que meu amor por todos será eterno.Passou!

Mil beijos de um vô coruja e babão. E chorão.

-- Vô Raddi...

A vozinha suave, os olhinhos brilhando, a inocência pairando no ar. A cada palavra, a cada choro, a cada bico, a cada gesto. Modéstia à parte, não tem preço.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Timão com cara de timinho

O Corínthians derrotado pelo Vasco foi um arremedo de time de futebol. Um Timão com cara de timinho.

Por mais que os maus resultados sejam creditados às sucessivas baixas por cartões, convocações, sobrepeso ou lesões musculares, é impossível não criticar.

Agora fica fácil jogar a culpa no preparador físico, no ex-técnico, no presidente, no roupeiro ou mesmo no assessor de Imprensa.

A verdade é que o Corínthians não tem jogado nada. Diante de um Vasco limitado, mas extremamente aplicado na marcação e rápido no contra-ataque, o Timão foi uma vergonha.

A começar pelo sistema defensivo, que de solidez não teve nada. Quatro zagueiros em linha, com velocidade paquidérmica, desatentos e sem sentido de cobertura. Zagueiros experientes, de seleção ou cotados pra ela, com erros infantis.

Limitados defensivamente e mal posicionados, os volantes Jucilei e Paulinho não encontravam a bola e corriam feito barata tonta, sempre pro lado errado. Quando ousavam atacar, deixavam a zaga ainda mais exposta. O combativo Ralf faz muita falta.

Um dos pretensos meias,Danilo alugou uma área pela esquerda e ali ficou, simulando aplicação. Pouco desarmou e nada armou. Elias, então, devia estar pensando na seleção brasileira. É bom jogador, mas não rendeu. Tem a desculpa de ter jogado dois dias antes contra a Ucrânia.

Já o ataque do timinho tinha Yarlei e Souza. O primeiro é esforçado mas perde gols incríveis. O segundo é uma piada de mau gosto. Com 55 anos de idade, eu ainda marcaria o cara sem dar vexame.

Isto posto, o quê esperar do ainda terceiro colocado do Brasileiro? Ninguém desaprende do dia pra noite, mas parece que o time virou o fio. Física, tática e tecnicamente, o Corínthians dos últimos jogos não é nem sombra do grupo que até outro dia liderava o campeonato.

Já escrevi que preferia a ousadia do Curíntia de Adilson Batista ao previsível mas vencedor Corínthians de Mano Menezes. Mas assim não dá. Deixaram o Cruzeiro chegar, o Santos está no páreo e a única opção é reagir começando por vitória diante do Guarani.

O Timão que tenho visto não é o Curíntia dos sobressaltos nem o Corínthians do calculismo. Tem mostrado futebol de um timinho prestes a se afundar de vez, perdendo até mesmo a vaga à Libertadores.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O Azulão e a troca de pena

Ainda ontem, escrevi que o Santo André dá uma no cravo, outra na ferradura. Oscila muito e não mostra consistência. E não é que o São Caetano segue o mesmo caminho?

Não dá pra entender. Quanto o time de Toninho Cecílio ameaça deslanchar, escorrega feio e fica de quatro em vez de ficar entre os quatro.

O Azulão é verdadeiramente um azulão. Mas parece um azulão em plena troca de pena. Cantar? Nem pensar! Mal pia. Passarinheiro que se preze não aposta uma ficha sequer num azulão sem brilho e sem atitude. Um azulão que afina.

Diante do Bahia, ontem, em pleno Anacleto Campanella, o São Caetano não foi inferior apenas nas arquibancadas.

Em campo, o bom Bahia do riopardense Márcio Araújo foi superior e poderia ter matado o jogo no primeiro tempo.

Forte candidato a uma das quatro vagas à Série A de 2011, o tricolor baiano fez um gol e perdeu pelo menos outros dois, em oportunidades contundentes neutralizadas pelo bom goleiro Luiz.

Sem criatividade -- o armador Everton Ribeiro faz muita falta --, sem a liderança de Marcelo Batatais e sem proteção aos zagueiros internos e aos laterais, o São Caetano mais parecia um time que fugia do rebaixamento. Bem distante do que se espera de um pleiteante ao acesso.

No segundo tempo o São Caetano melhorou um pouco. Acelerou o ritmo ofensivo e valorizou razoavelmente a posse de bola, mas ainda deu espaços aos rápidos contragolpes do Bahia.

O Azulão empatou e poderia até ter vencido, se Eduardo não desperdiçasse um pênalti nos minutos finais. Não seria justo. O Bahia jogou mais.

Jogando assim, o nosso Azulão vai prolongar a troca de pena. Encorujado, triste, vai deixar de cantar. Pode até subir para o puleiro superior, mas está cada vez mais difícil.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

A seleção de Mano

Apesar da sequência de três vitórias nos primeiros amistosos pós-Copa do Mundo, a nova Seleção Brasileira ainda não empolga.

Muitos amiguinhos da Imprensa já rasgam elogios e garantem sucesso em futuro próximo. Calma, pessoal! É cedo demais!

Primeiro que nossos adversários não são lá essas coisas. Segundo que a seleção do momento, mutante, é um laboratório de experiências com os olhos nos Jogos Olímpicos e na Copa do Mundo de 2014.

Contra a Ucrânia, houve quem comparasse o Brasil à Espanha campeã do mundo. Quanta heresia! Quanta pretensão! Posse de bola nem sempre significa eficiência. Toque de bola não é sinônimo de eficácia.

Faltou objetividade. Faltou velocidade. Faltou aplicação. Faltou um jogo mais cortante, mais vibrante. Em alguns lances, sobrou preguiça, empáfia. O toque lento e para trás soou como menosprezo.

Mesmo num simples amistoso, seria legal que a seleção de Mano Menezes se aplicasse um pouco mais.

Individualmente, tenho gostado dos zagueiros internos e dos laterais. No gol, Victor é bom, mas a titularidade de Júlio César, um dos melhores do mundo, é indiscutível. Vai voltar.

Também gostei das convocações de Juliano, Sandro, André Santos, Lucas, Pato, Elias e Jucilei, que, por sinal, rolou ladeira abaixo com a camisa do Corinthians depois que vestiu a amarelinha.

Hernanes, Neymar e Ganso vão voltar, com certeza. E a seleção vai ganhar em inventividade e ousadia. Neymar está de castigo, e dou razão a Mano Menezes. O jovem tem cabeça de adolescente irresponsável e futebol de gente grande.

Ainda é cedo para elogiar. Ainda cedo pra criticar. O novo exige tempo. O novo exige oportunidade. O novo exige paciência. De todos.

Sonhar sem jogar, não dá!

Uma no cravo, outra na ferradura! Assim tem sido o Santo André ao longo de 28 rodadas do Brasileirão da Série B. Sobe, desce e não apresenta consistência.

Tanto que jamais ganhou dois jogos seguidos. Portanto, se repicar o canto até o final do campeonato, o destino não será outro que não o inferno do rebaixamento.

Ganhar, perder, empatar... Ganhar, perder, empatar. E cair! São 10 rodadas. Se fizer apenas quatro pontos de cada nove possíveis... De 30, vai contabilizar mais ou menos 12. E ficar pelo caminho.

Se depender do que anda jogando, não chegará aos 45/46 pontos. Fará entre 42 e 44. Agora a pouco, em São Januário, mais uma vez o Ramalhão não convenceu.

Desta vez, diante do Duque de Caxias, a disposição mostrada no clássico contra o São Caetano não foi suficiente.

O primeiro tempo foi enganoso. A vitória parcial de um Santo André limitado não se sustentou na etapa final. Ruiu quando Somália e cia resolveram correr e jogar.

Deu no que deu. De novo, o Ramalhão perdeu -- 3 a 2. De novo, o Ramalhão não convenceu. De novo, o Ramalhão nos deixou ainda menos esperançosos.

Lógico que a esperança é a última que morre. Mas sonhar sem jogar, sinceramente, não dá.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Clássico sem graça

De clássico, o SanSão de agora a pouco no sempre desértico Bruno Daniel não teve nada. Foi um jogo sem graça, sem emoções e sem ao menos um duelo tático que pudesse chamar à atenção de quem gosta de futebol bem jogado. Chutões e passes errados não faltaram.

A esperançosa vitória de 1 a 0 coloca o Santo André na 17ª colocação, ainda na zona de rebaixamento. No entanto, o importante resultado ainda não serve de alento para quem precisa remar muito para fugir da degola.

No primeiro tempo o Ramalhão começou melhor e fez o gol com Marcelo Godri. Ao menos não lhe faltou disposição. Totalmente perdido, o defensivo e sonolento São Caetano só começou a jogar depois dos 25 minutos. Jogar, mas sem empolgar. O Santo André, apesar da correria desconexa, desapareceu e o preguiçoso Azulão só não empatou porque falhou nas poucas conclusões.

No segundo tempo o jogo ficou ainda pior e só ganhou alguma emoção no finalzinho, quando o time de Toninho Cecílio tentou sufocar o adversário. Limitado e pouco criativo, pouco conseguiu, além de oferecer espaços para contragolpes perigosos.

Se quiser se livrar, o Santo André precisa melhorar muito. Porém, foi importante vencer. Se quiser sonhar com o milagre do G-4, o São Caetano precisa melhorar muito. Pelo que não mostrou, o G-8 já será lucro.

Donos das piores médias de público da Série B, talvez Santo André e São Caetano não estejam fazendo por merecer melhor sorte. Pior para o futebol do Grande ABC.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

E o palhaço me deixou triste

Exatamente à meia-noite de ontem, domingo, senti uma pitada de tristeza. Nada de derrota do Corinthians ou perda na família. Tampouco de um grande amor. Coisa aparentemente boba.

Paradoxalmente, quem me fez tão triste foi um palhaço. Pois é... que sina... um palhaço. Exatamente aquele que nasceu para nos fazer sorrir. Morrer de rir.

Como nos tempos de São José do Rio Pardo. Circo Garcia, Circo Mexicano ou Stankovich. A vida não era fácil. Assim como no futebol do Rio Pardo, quando às vezes era preciso entrar na marra, embocar, pra ver Ari Tessari e cia na Terceira Divisão de Profissionais. A grana era curta. Não dava pro amendoim.

Juro que muitas vezes eu saia do circo com as calças -- curtas -- molhadas. Cara, chegava a fazer xixi nas calças de tanto rir. Quando dava tempo, pulava do puleiro/arquibancada e fazia ali mesmo, no cantinho.

Os palhaços mais conhecidos eram , Pimentinha, Lolô e Mixirica. A molecada delirava. Tanto quanto a atração era o "perigoso" globo da morte, com motocicletas potentes e barulhentas.

Voltemos ao corpo. Quando o Tribunal Superior Eleitoral confirmou a votação do humorista Tiririca, fiquei pasmo. Mais de um milhão 350 mil votos num palhaço despreparado, semi-analfabeto.

"Pior do que tá, não fica". O slogan pegou, mas não é verdadeiro. Fica sim, caro senhor. Basta olhar para a composição do Congresso. Caro palhaço, você sabe o que é Congresso? O que faz um deputado federal?.

A fantástica votação de Tiririca é o retrato fiel da política nacional. Protesto ou ignorância, não importa. E a reforma política não sai do papel. Talvez não interessa pra muita gente. É melhor ficar como está, com Tiriricas e cia.

Ignorantes e analfabetos são mais interessantes como vítimas em potencial de políticos profissionais, o que não falta nos palácios do poder. Tiririca vai ser mais um boneco, uma marionete.

Tudo por culpa nossa. Elegemos mas não cobramos nada de prefeitos, vereadores, governadores, deputados e senadores. Do presidente, então, não se pode falar nada.
O senhor Lula está acima de tudo. O cara de Obama virou deus. Tem lá suas virtudes, mas não aceita o contraditório. É o rei do marketing, da ironia e da incoerência.

Quer saber? Não confio no presidente. Compraria um carro velho do palhaço, mas não do deus, todo-poderoso. Tiririca vai se dar bem com ele. Pra quê seriedade num país que não é sério? As urnas só comprovaram.

domingo, 3 de outubro de 2010

Com a corda no pescoço

Lamentavelmente, o nó da corda que envolve o pescoço do Santo André fica mais e mais apertado. Uma pena, mas é a dura realidade. Um castigo para quem abusou do direito de errar.

Principalmente ao confundir Campeonato Paulista com Brasileiro. Paradoxalmente, a exemplo do que ocorreu com a conquista da Copa do Brasil, o título de vice-campeão estadual foi um câncer.

Sem poder de fogo para segurar seus principais jogadores e sem competência diretiva para remontar o elenco a tempo de enfrentar as intempéries e os riscos da Série B, o Ramalhão sucumbiu às próprias limitações.

Com a corda no pescoço. Com o nó da asfixia. Com a esperança do milagre. Assim vai ser o dia a dia do "clube" até a última rodada, quando recebe o Náutico no Bruno Daniel.

Isso se não estiver rebaixado na semana anterior, já que pega Sport e Bahia fora de casa. Sport e Bahia têm tradição, têm time e estarão brigando por uma das quatro vagas de acesso.

Hoje o Santo André está em 18º lugar com 26 pontos. Aproveitamento de míseros 33,3% não leva a nada. Pior, leva ao inferno da degola. Com 12 rodadas e 36 pontos a disputar, é preciso ganhar 19 para atingir presumíveis 45 salvadores.

Só mesmo um milagre! Sinceramente, não acredito!Se em 78 pontos o Ramalhão ganhou 26, fica difícil imaginar que o aproveitamento chegue aos 52/53%.

O clássico com o São Caetano, sexta-feira no Brunão, pode ser decisivo para o início de uma reação consistente. Azulão está em oitavo lugar e ainda sonha com o acesso, mas não quer dizer que seja favorito. Se não vencer, o Ramalhão pode encomendar o caixão.

sábado, 2 de outubro de 2010

Ramalhinho: antes tarde do que nunca

A idéia não é nova, mas é boa. Não significa a descoberta da pólvora, mas tem tudo para dar certo. Independente do mau momento do ameaçado Santo André na Série B do Campeonato Brasileiro, o lançamento do Projeto Ramalhinho oferece boas perspectivas de sucesso.Se levado a sério!

Sob o comando de Antonio Carlos Moreno, diretor executivo do Santo André Gestão Empresarial e Desportiva -- Saged --, a parceria com a Prefeitura de Santo André demorou muito pra acontecer, mas pode vingar. Antes tarde do que nunca.

Ainda não há clareza na definição das responsabilidades das partes, mas, finalmente, o aproveitamento de meninos andreenses entre 9 e 14 anos, bons de bola, tem tudo para virar realidade.

Independente de virem a se tornar jogadores de futebol, ao menos terão oportunidade de inserção social e desenvolvimento humano. Craques, poucos serão. Cidadãos de bem, muitos.

Campos, infra-estrutura, uniforme, transporte, alimentação, professores capacitados e educação são indispensáveis para nossos meninos sonhadores. Saged e Prefeitura são os responsáveis sob a liderança do grande capitão do vôlei, Moreno.

Oito campos distritais serão colocados no projeto. Deduz-se, portanto, que são as oito escolinhas de futebol da Prefeitura, creio que ainda sob o comando do professor Fernando Campagnolli.

Pra quem não sabe, Fernandinho foi um dos três maiores volantes nos 43 anos de história do Ramalhão. Jogava muito! Marcava e saia pro jogo com desenvoltura incomum. E mosca de boi pra qualquer adversário. Fora de campo, uma moça. Dentro, insuportável.

Há alguns anos, tenho conversado com Fernandinho sobre a parceria. Afinal, por que não encaminhar os meninos das escolinhas para o Santo André? Bastava que Poder Público e clube conversassem e tivessem o bom senso de unir forças. Muitos acabavam e ainda acabam em clubes grandes de São Paulo.

Felizmente, parece que agora vai. Só não entendo como Santo André, uma cidade com quase 700 mil habitantes, tem apenas 600 crianças nas escolinhas de futebol. Menos de 0,1%. Número irrisório, ridículo. Pífio, até, diante da grandeza do município.

Depois nossos homens públicos, independente de partidos políticos, vêm falar de investimentos na base, na iniciação. Conversa mole pra boi dormir. Todos são muito semelhantes na incompetência para governar com discernimento e na competência para enganar com esperteza incomparável.

Temos mais de 40 campos distritais em Santo André. Todos são da Prefeitura, portanto, da população. Minto: metade tem donos locais, normalmente atrelados a algum político. Em muitos, infelizmente, campeia o tráfico de drogas.

Deveríamos ter no mínimo 7 mil crianças -- apenas 1% da população -- fazendo futebol na periferia de uma cidade cheia de problemas e de favelas. E cheia de crianças que poderiam ao menos ter uma oportunidade na vida.

Que o projeto Ramalhinho não seja apenas mais um balão de ensaio. Que a dupla Aidan/Ronan faça, de fato, algo por crianças e adolescentes sonhadores. Senhores do poder, respeitem nossos meninos. Investir no esporte é apenas uma das formas.

domingo, 26 de setembro de 2010

O perigo ainda veste azul

Pois é... Não é que o perigo insiste em vestir azul na Série B do Campeonato Brasileiro? Só que após a conclusão da 24ª rodada o risco passou a ser muito mais significativo para o Ramalhão do que para o Azulão.

O São Caetano foi a Campinas e derrotou a Ponte Preta. Impossível não afirmar que o resultado foi tão gratificante quanto surpreendente. Na estréia de Toninho Cecílio, o Azulão conquistou três pontos importantíssimos para quem ainda sonha com o acesso e fica mais longe da ameaça de rebaixamento.

O mesmo não se pode dizer do Santo André. Em pleno Bruno Daniel, na estréia de Fahel Júnior, o Ramalhão voltou a decepcionar e apenas empatou com o Guaratinguetá. Situação fica cada vez mais complicada. Pior é que não se enxerga nem a famosa e salvadora luz no fim do túnel. E, a continuar nessa toada, a luz pode ser do trem da morte.

Agora o São Caetano está em oitavo lugar com 35 pontos ganhos e aproveitamento de 48,6%. O líder Coritiba tem 46 pontos e 63,9% de pontos conquistados. O Figueirense, quarto colocado e que também subiria para a Série A, tem 42 pontos e 58,3%.

Já o Santo André aparece em 18º lugar com apenas 25 pontos ganhos e míseros 34,7% de aproveitamento. Patina na zona de rebaixamento e precisa fazer das tripas coração se não quiser sumir do mapa privilegiado do futrebol profissional.

Para atingir hipotéticos 46 pontos salvadores e 40% de aproveitamento, o Santo André precisa ganhar pelo menos mais 21 pontos em 14 rodadas. Pra quem ganhou apenas 25 em 24 rodadas, não vai ser fácil. Em 42 pontos em disputa, o Ramalhão tem de cravar 50% de aproveitamento.

Ouso dizer que se o técnico contratado fosse Toninho Cecílio a tarefa seria menos problemática. Mas o ex-zagueiro do Palmeiras foi para o arqui-rival. Com Fahel, o Santo André não tem muito o quê melhorar. Toninho passava firmeza, perseverança, luta do começo ao fim. Fahel não tem o mesmo estilo.

Nesta terça-feira o São Caetano vai ao Recife enfrentar o perigoso Náutico. Se vencer, volta aencostar no G-4. Enquanto isso, o Santo André recebe o ascendente Vila Nova no Bruno Daniel. Jogo de seis pontos, já que o time goiano está em 16º lugar com 28 pontos. Mesmo que ganhe, o Ramalhão ainda não deixará a zona mais perigosa do futebol.

Sapos 37 x GCMs 0

Nem sempre o que aqui se escreve significa novidade. Nem sempre, portanto, conseguimos deixar de ser recorrentes em alguns assuntos. Por isso insisto na falsa segurança do Parque dos Sabiás, oficialmente conhecido como Parque Central, em Santo André.

Por que falsa segurança? Porque o espaço é enorme e os guardas municipais raramente deixam a sala da entrada principal para ao menos dar um passeio pelo local. Porque, embora recebam para trabalhar, se enfiam naquela toca e dificilmente sabem o quê acontece a 100 metros dali. Imagine do outro lado do parque, onde ocorrem pescas ilegais, pequenos furtos e o consumo de drogas é livre, especialmente às segundas-feiras, depois das 18h.

Isso mesmo! Depois das 18h a parte mais escura fica abandonada. Por sinal, há várias lâmpadas queimadas. Na quinta-feira, entrei no parque às 17h45min e fiquei até as 19h. Rodei 10 quilômetros e não vi um "segurança" sequer fora da área VIP, aquela, quentinha, creio, do acesso principal.

Em compensação, em plena aparição da lua cheia, contei em média 37 sapos por volta na ciclovia, local que uns confundem com pista de Cooper e outros pensam tratar-se de velódromo, pois andam em altíssima velocidade.

Pois é... , assim como ontem e hoje, em mais de uma hora não vi um GCM sequer fora do esconderijo, mas precisei desviar de 37 sapos horríveis. O que faz o responsável pela segurança do espaço? Onde está ou o quê tem feito o chefe da Guarda? A quem responde o chefe da guarda? Ah, ao senhor prefeito?

Não estou aqui pra elencar exceções -- lógico que existem cumpridores de seus deveres --, discutir se os guardas estão ou não preparados, capacitados. Tampouco se recebem salário justo ou não. Só sei que, como outros cidadãos responsáveis, pago imposto religiosamente e não sinto firmeza ao frequentar o parque.

Sugestão ao prefeitão Aidan Ravin: por que não contratar os sapos? Ao menos têm sido mais presentes do que os guardas. Ao menos em dias chuvosos ou frios. Importante não se esquecer de fazer um concurso dentro de todas as regras vigentes. Proporção candidato/vaga deve ser de 10/1. Portanto, se 100 sapos se credenciarem à rigidez do exame de admissão, 10 serão contratados.

Em tempo: as rãs também podem se candidatar, pois parecem mais eficientes que os sapos. Também são mais bonitas, mais dinâmicas e menos preguiçosas. Pra bom entendedor, pingo é letra. E sapo não é rã.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O perigo veste azul

A situação do Grande ABC no Campeonato Brasileiro da Série B é delicada. O Azulão é o décimo colocado e o Ramalhão é o décimo-oitavo. O risco de degola veste azul. Infelizmente!

O São Caetano caminhava a passos firmes para conquistar uma das quatro vagas à Série A de 2011. De repente -- será que foi tão de repente? --, o time desandou a não vencer e estagnou nos 31 pontos.

O aproveitamento de 47% após 22 jogos e 66 pontos disputados não garante nada à equipe. São seis pontos de distância para o quarto colocado, o América Mineiro, que tem 56,1% de aproveitamento. Também são apenas seis pontos de diferença para o Bragantino, primeiro dos quatro mais sérios candidatos ao rebaixamento, com 37,9% de aproveitamento.

Portanto, a distância entre o céu do acesso e o inferno do descenso é a mesma. A vantagem (?) é que amanhã o São Caetano recebe o Bragantino no Anacleto Campanella. Se não voltar a pisar na bola, tem tudo para conseguir bom resultado.

O técnico Sérgio Guedes caiu. Se bobear, o São Caetano, que dava pinta de time bem montado e de consistência tática, segue o mesmo caminho. Se abusar do direito de errar...

Já o Santo André está à frente apenas do América de Natal -- 19 pontos e 28,8% de aproveitamento -- e do Ipatinga -- 18 pontos e míseros 27,3% de produtividade.

Com 24 pontos ganhos e 36,4% de aproveitamento, o Ramalhão comemora 43 anos com a corda no pescoço. Precisa melhorar e reagir urgentemente para não amargar novo rebaixamento.

O adversário de hoje, no Canindé, é a imprevisível Portuguesa, nona colocada com 31 pontos e 47% de aproveitamento. Como vem de derrota, a Lusa não vai querer dar mole diante de seus fanáticos torcedores.

Jogo pode ser um divisor de águas para um Ramalhão em ebulição. Nova vitória pode tirá-lo da zona de degola. Empate não serve nas atuais circunstâncias. A não ser que Bragantino, Vila Nova e outros ameaçados percam.

Se o Santo André não vencer, escapar vai tarefa tão difícil quanto acreditar na esmagadora maioria dos candidatos nas próximas eleições. Políticos são muito semelhantes no egocentrismo, no protecionismo, no cinismo, no empreguismo familiar, no malabarismo safado, nas falcatruas e nas incompetências coletivas.

Só para lembrar: o líder é o tradicional Bahia, que já foi campeão brasileiro com Bobô e Charles. Torço para os baianos especialmente porque a dirigi-lo está um amigo riopardense, o Márcio Araújo, aquele que, como meio-campista, barrou o craque Falcão nos tempos de São Paulo.

Aproveitamento do Bahia e do Coritiba é de 60,6%, quase o dobro do nosso Ramalhão.
Ambos conquistaram 40 pontos em 22 jogos. Figueirense, com 59,1% de pontos conquistados, e América Mineiro, com 56,1, que se cuidem. Ponte Preta e Sport, principalmente, têm força, camisa e time pra chegar. Que os líderes se cuidem!

Maratona: 30 mil iguais e um irresponsável

A décima-oitava edição da Maratona Pão de Açúcar de Revezamento, realizada ontem em São Paulo, foi mais uma mostra do quão somos ou podemos nos enxergar como iguais. Foram mais de 30 mil pessoas, sem distinção de cor, religão, sexo, beleza, condicionamento atlético ou camada social.

Foi muito legal participar. Muita gente bonita, saudável, feliz. Mau humor ou condutas inadequadas? Nem pensar! Organização quase perfeita, percurso seletivo e de nível médio, apesar da ondulação do asfalto. Clima bom pra correr.

Nosso octeto fez os 42.195 metros em 4h44min14seg. Fiz 10 quilômetros em 55 minutos. Tempo razoável pra quem não se preocupa tanto com metas e vitórias. Afinal, somos, todos, 30 mil vencedores. Minha esposa, Angela, estreou fazendo cinco quilômetros em bons 32 minutos. Valeu, Chu!

Integramos uma das equipes -- 65 corredores esmeraldinos, no total -- do Primeiro de Maio, embora eu coordene a academia do EC Santo André. É que jogo futebol e a Angela dá aula no Primeiro de Maio e eu já havia assumido o compromisso de completar uma das equipes de oito atletas quando o pessoal do Ramalhão também resolveu participar. Fica para próxima. Se o Lucas, o Anderson e o Rogério me aceitarem! Juro que não foi traição.

Voltemos à bela promoção do Pão de Açúcar. Não sei nem quem venceu. Só vi o campeoníssimo Marilson passar como uma Ferrari logo após a largada. Também... não me interessa.

Como disse, foi importante me sentir igual. Faz um bem danado. Pena que o mundo seja tão diferente! O Ibirapuera foi igual. É o que importa!

Na verdade, só não gostei de duas situações. A primeira, comum em estádios de futebol, mostrou banheiros químicos sujos e malcheirosos. Era um absurdo! Não sei se dá pra evitar. Acho difícil. Parece que dá ca... diarréia em todo mundo no mesmo horário.

A segunda ressalva fica por conta da irresponsabilidade do motorista do ônibus -- AndreaTur é o nome da empresa -- que nos levou. Demorou simplesmente mais de duas horas para nos pegar de volta no portão combinado.

Pior do que isso. Cansados, suados, com fome -- haja barrinha de cereais! -- e com sono, ficamos estressados com tanta desculpa esfarrapada a cada ligação dos responsáveis por cobrar uma atitude coerente de um mau profissional.

Foi como passar quatro dias nas montanhas de Minas para aliviar qualquer tipo de tensão urbana e no retorno pegar um congestionamento quilométrico na Ayrton Senna.

Quando, enfim, o irresponsável chegou -- por sinal, com uma jovem acompanhante que não deveria estar lá --, entrei rapidamente e me ajeitei num banco junto à cabine.

Pela fresta da cortina, consegui ler um recado comum em coletivos. "Favor não conversar com o motorista. Beije, abrace, amasse". Pura ironia, considerando-se a situação. Beije e abrace talvez fosse um recado para sua acompanhante.

O "amasse" bem que poderia ter ficado por nossa conta. Se não fôssemos minimamente civilizados. Me controlei, mas juro que senti vontade de pegá-lo pelo pescoço.

E pensar que acordei às 4h da manhã, com o canto triste, confuso e insistente de um dos muitos sabiás madrugadores da rua Santo André. Seu nome? Please, don't go! Foi o som que me ocorreu.

Por favor, não vá! Olha a tradução! Dez horas depois... Será que meu amigo sabiá estava a avisar que o pós-maratona seria um martírio, pior que correr 42 quilômetros?

Apesar das ressalvas, valeu muito! Parabéns a todos os nossos campeões e obrigado ao pessoal do Primeiro de Maio.

sábado, 18 de setembro de 2010

De 11 camisas a uma cidade

Poucos se lembram, mas o aniversariante de hoje está completando 43 anos de vitórias e derrotas históricas. Começou com míseras, porém honrosas, 11 camisas e hoje pode ser comparado a uma cidade de 20 mil habitantes.

Nasceu Futebol Clube mas hoje responde por Esporte Clube. No entanto, jamais deixou de ser Santo André. Nasceu na antiga sede do Tiro de Guerra, junto à estação de trem, e hoje se ergue com imponência e galhardia no valorizado Parque Jaçatuba.

Poucos se lembram, mas o Ramalhão já esteve várias vezes na UTI. Antes de deixar de ser um time para virar um clube de verdade, o Ramalhão passou por poucas e boas. Hoje, tem um poliesportivo de fazer inveja.

Do outro lado da linha férrea, como dizem alguns preconceituosos do lado de cá, o Santo André cresceu de verdade e não fica a dever a co-irmãos mais velhos e talvez mais ricos como Primeiro de Maio e Aramaçan.

Com cerca de 4 mil sócios titulares, o que significa mais de 20 mil associados se considerarmos os dependentes, o Santo André de hoje se garante como clube, com patrimônio invejável. Isso sem falar na sede náutica, com a absorção do Clube de Campo. Se assemelha a uma cidade.

Poucos se lembram, até mesmo dentro do clube -- que pena! --, mas para chegar ao status atual, com tamanha grandeza, o nosso Santo André contou com homens de verdade a comandá-lo.

Todos tiveram sua importância. Alguns mais, outros menos. Todos são impagáveis. Brandão, Wigand, Amazonas, Acyr, Celso Lara, Breno, Duílio, Passarelli, Polesi, Germano, Livólis e Celso Luiz merecem respeito porque formam o time mais importante da história do clube.Significam bem mais do que uma galeria de fotos de ex-presidentes numa das salas do Jaçatuba.

Talvez tenha me esquecido de alguém, mas sei que convivi com todos. Convivência nem sempre serena, mas jamais desrespeitosa. Muito menos parcial. Diferenças de pontos de vista, nada mais. Em alguns momentos, a coisa pegava e a relação ficava estremecida. Passarelli, Polesi, Germano e Jairo que o digam.

Alguns tinham os limites nas quatro linhas do gramado. Outros tiveram a grandeza de olhar para o futuro e ousaram sonhar além futebol, com um clube que virou realidade.Virou cidade! O prefeito? Por méritos e pelos 15 anos na presidência, seria o amigo Jairo.

Jamais foram artilheiros, mas não passaram um jogo sequer sem fazer gol em prol de uma instituição. Jamais tomaram frangos, mas dificilmente sairiam ilesos. Ninguém é perfeito. Também erraram ou abusaram do poder.Tomaram suas bolas nas costas e pagaram alto preço.

Porém, esquecê-los, jamais! Presidentes, diretores, médicos, massagistas, roupeiros,gerentes, mordomos, técnicos, jogadores, supervisores... Todos fazem parte de uma história bonita, escrita com suor e lágrimas, com sorrisos e frustrações, com conquistas e derrotas inesquecíveis.

O Santo André só é o que é porque teve a comandá-lo homens que abriram mão da própria identidade -- quem não conhece o Celsinho, do Santo André? -- para se dedicar de corpo e alma a uma paixão. A família de muitos deles ficou para segundo plano. Saúde? Esquece!

Treinos, viagens, reuniões, jogos, entrevistas... problemas sem fim. E o convívio com pais, irmãos, filhos e amigos ficou na saudade. Tudo em nome de uma causa nobre chamada Santo André.

Que os sócios do clube não se esqueçam dos verdadeiros heróis de uma conquista eterna. Que os torcedores não se lembrem apenas de criticá-los quando o time não vai bem. Como agora, na agonia de novo rebaixamento. Que não culpem Celso Luiz e Jairo Livólis. Hoje, ônus e bônus do futebol andreense cabem aos donos do Saged.

Se o torcedor ou associado parar para pensar, vai ter sensatez suficiente para concluir que os gols de Tulica, Sandro Gaúcho, Barbosa, Da Silva, Nunes e cia só foram possíveis porque a tabela deu certo. Afinal, do outro lado estavam Livólis, Celso Luiz, Breno, Passarelli, Wigand e cia.

Duas cidades deverão render reverências eternas aos ex e ao atual presidente. Uma de 20 mil habitantes, fincada no Jaçatuba, e outra de 690 mil habitantes, a grande Santo André, a quem o futebol profissional já deu muito orgulho.

Parabéns, Santo André!O clube patrimonial é maior que o futebol, que os títulos, que os artilheiros, que os empresários forasteiros, que os usurpadores de plantão. Cuidado com eles!

domingo, 29 de agosto de 2010

Aqui é Curíntia, mano!

Qual a diferença do Corinthians de Mano Menezes para o Corinthians de Adilson Baptista?

O time do hoje técnico da Seleção Brasileira atendia pelo nome de Corinthians. O de hoje pode ser definido como simplesmente Curíntia.

Agora sim o irmão corintiano pode bater a palma da mão no antebraço oposto -- lógico! -- e dizer: " Aqui é Curíntia, mano!"

O Timão de Mano Menezes era o retrato da coerência, da sensatez, do cuidado, da prioridade defensiva para posterior contragolpe em velocidade. Tudo na correta visão do treinador. Exalava fundamentos, posicionamento e obediência tática. Quase sempre sem sobressaltos.

Pouco se via de ousadia, de plasticidade técnica, de criatividade, de ofensividade perigosamente descompromissada. Porém, muito se via de resultado. Os títulos da Série B, da Copa do Brasil e do Campeonato Paulista são exemplos indiscutíveis.

Já o time do ex-zagueiro Adilson Baptista é mais moleque, mais irresponsável. É um convite ao susto, ao sobressalto, ao ataque cardíaco. Goleiro, zagueiros internos e volantão de contenção que o digam.

Bola perdida é sinal de contragolpe, de perigo. Cheiro de gol. Jeito de "ai meu Deus" seguido ou não de "graças a Deus".

Em compensação, hoje nossos laterais já podem virar alas, pontas e até meias. Nossos meio-campistas se mandam com constância e encostam nos atacantes. Finalizam, até, sem medo. Como Elias, Jucilei, Paulinho...Até as triangulações laterais e centrais estão de volta.

Tudo isso faz com que a dinâmica seja outra. Já não somos tão retos, tão perfeitos, tão ortodoxos. Também não somos sinônimo de rigidez tática, de isolamento ofensivo do centroavante ou peças estanques.

Contra o São Paulo foi assim. Se bem que aquele foi um jogo de um time só. Deu dó do time de Rogério Ceni. Mas adorei. Prefiro o Curíntia atropelando do São Paulo ao Brasil goleando a Argentina na final de uma Copa do Mundo.

Eu não disse que o time de Mano não atacava com sabedoria e eficiência. Só estou dizendo que o de hoje ousa tanto que se torna um convite ao risco. Não tem medo de errar, de perder. Pode até não ganhar nada, mas tem mais a nossa cara.

Se perder, não deixará de ser apaixonante, não deixará de ser Curintia. É assim que a gente gosta. Punto e basta!

sábado, 28 de agosto de 2010

Empate-vitória ou empate-derrota?

O Santo André poderia ter sido goleado. Também poderia ter vencido. Mas apenas (?) empatou com Sport Recife hoje à tarde no Bruno Daniel.

Poderia sair goleado porque o Sport foi melhor, dominou e fez 2 a 0 no primeiro tempo, além de ter criado dois bons momentos de gol no início do segundo.

O Ramalhão também poderia ter vencido, já que no segundo tempo teve várias oportunidades e mostrou muito mais velocidade, ousadia e volume de jogo. O time escalado por Sérgio Soares para começar jogando não aprovou. Porém, as mudanças deram resultado. Na marra, mas deram! Ao menos ofensivamente!

Mas apenas (?) empatou! E a igualdade em dois gols só aconteceu no finalzinho, quando o time de Geninho tinha um homem a menos.

A interrogação cabe porque quem joga em casa tem obrigação de vencer, mas nas circunstâncias daquele momento, em desvantagem, até um empate-derrota pode ser considerado empate-vitória.

O detalhe é que a difícil situação do Ramalhão na classificação não foi alterada. Ainda fazemos parte dos quatro mais sérios candidatos ao rebaixamento à Série C em 2011 e o time precisa melhorar muito para não cair.

Enquanto isso, ontem, em Sete Lagoas, o São Caetano voltou a não jogar bem e perdeu do América Mineiro de 2 a 0. Por isso deixa momentaneamente o G-4 do acesso. Precisa reagir. E rápido.

domingo, 22 de agosto de 2010

Vergonha, omissão e ambulâncias

"Time sem vergonha". Assim protestaram alguns componentes da TUDA durante e depois do fiasco do Santo André diante do Bragantino.

"Ramalhão ! Ramalhão !". Assim, pelo menos na essência, cantou a Fúria Andreense durante e após o vexame do Santo André em pleno Bruno Daniel.

"Acho que essas duas ambulâncias estão levando o time do Santo André para a UTI". Assim se manifestou meu amigo-irmão Cal quando demos passagem para as ambulâncias que deixavam o estádio.

Sem qualquer dúvida, a frase-observação mais condizente com o que se viu em campo e com a situação do Ramalhão no campeonato é a do Cal torcedor comum.

Exceção aos primeiros 15/20 minutos, quando fez 1 a 0 e perdeu duas boas oportunidades de gol, o Santo André foi o retrato fiel de um time sem forças para reagir e escapar do caminho do abismo, mais conhecido como rebaixamento.

Lamentavelmente, o que se viu foi um amontoado de jogadores limitados, sem criatividade, sem arrumação tática, sem personalidade e sem garra. Fisicamente, também ficou a dever.

Infelizmente, o time do competente Sérgio Soares pecou defensivamente, não teve competência no meio-campo e ofensivamente apresentou atacantes demais e capacidade de menos.

Está certo que os desfalques de Alê e Gil e a ausência de um articulador foram determinantes, mas até mesmo SS pecou na armação da equipe e nas substituições.

Colocar cinco atacantes, congestionando área e intermediária adversárias e desguarnecendo um sistema defensivo claudicante, foi o principal pecado de SS.

Tanto que o impaciente Santo André passou quase todo o segundo tempo rifando a bola em levantamentos das laterais e não da linha de fundo. Além disso, o time não teve sentido de penetração.

Deu no que deu! A derrota de 3 a 1 mostrou incompetências crônicas e exige reação já, antes mesmo do final do primeiro turno.

Quanto às atitudes das duas maiores torcidas organizadas do clube, nem tanto ao céu, nem tanto à terra. Uma foi pesada, mas verdadeira; a outra foi omissa ou viu outro jogo. Cantou muito, mas, estranhamente, não cobrou ninguém com a intensidade que se esperava.

Já o torcedor comum foi mais sensato. Viu que o time não jogou bem, criticou com ponderação, vaiou e aplaudiu com a sensatez dos sábios e está muito preocupado com o destino das ambulâncias.

Se perder do Ipatinga, a situação de SS ficará insustentável. Ele é o menos culpado, mas é bem provável que seja o maior sacrificado. Talvez só mesmo a diretoria seja capaz (?) de explicar o mau momento e fazer milagres.

Metodista campeã e vice

O handebol da Metodista/São Bernardo voltou a brilhar no Campeonato Paulista.

Na quinta-feira, o feminino, dirigido pelo competente Eduardo Carlone, superou mais uma vez a valente equipe de Santo André e conquistou o penta.

Com méritos, por sinal, em dois jogos parelhos. Pra alguns, não fez mais do que a obrigação, já investe pelo menos quatro vezes mais que o vizinho pobre.

Enquanto a Metodista é parceira da Prefeitura de São Bernardo, em Santo André o Poder Público arca sozinho com os custos de uma equipe que dá bem mais do que recebe. Valeu, meninas!

Ontem, na terceira partida decisiva do masculino, o empate colocou o título novamente nas mãos do Pinheiros, dono de melhor campanha. A Metodista de SB e Alberto Rigollo ganhou o primeiro jogo e perdeu o segundo.

Metodista e Santo André representam a nata estadual. Pena que os empresários andreenses não dêem a mínima para o esporte da cidade.

Agora, é esperar e torcer por boas campanhas também na Liga Nacional.

domingo, 15 de agosto de 2010

As meninas do Piazza

Gostei muito do handebol mostrado pelas meninas do técnico Rubens Piazza na primeira partida da decisão do Campeonato Paulista.

Apesar da derrota por um gol de diferença -- 24 a 23 --, diante da Metodista/São Bernardo, a equipe de Santo André mostrou personalidade, consistência e volume de jogo que há muito tempo não se via.

Pode parecer exagero, mas nos últimos anos o handebol feminino de Santo André nunca me pareceu tão forte, tão estruturado, tão senhor de si e consciente dentro de quadra.

No primeiro tempo do jogo de sábado no Baetão prevaleceu o equilíbrio, apesar da diferença de quatro gols a favor das meninas de Eduardo Carlone.

Em jogo muito equilibrado, pecar em passes ou conclusões é pecado capital. A transição perfeita para o contragolpe é fatal. Foi o que aconteceu. Especialmente nos minutos finais, quando Santo André também perdeu a concentração.

Na segunda etapa a Metodista manteve a diferença por bom tempo. Quando vacilou, no terço final, permitiu que Santo André crescesse, traduzisse o bom jogo em gols -- antes, desperdiçara muitas oportunidaes claras -- e chegasse ao empate de 22 a 22 quando faltavam apenas quatro minutos.

No minuto final Tayra colocou a Metodista em vantagem e faltando 30 segundos a goleira Ariadne evitou o empate ao defender tiro de sete metros -- pênalti -- cobrado por Rosária.

Repito: fiquei feliz pelo jogo igual, pel atitude e pela personalidade das meninas de Piazza diante de um adversário com investimento muito maior. E por isso mesmo tetracampeão estadual. A igualdade faria justiça ao clássico.

No masculino, a Metodista venceu com méritos a forte equipe do Pinheiros, último campeão paulista. Após primeiro tempo de 15 a 11, como no feminino, São Bernardo fechou em 32 a 26 sem sofrer sobressaltos.

Campeões serão conhecidos nesta quinta-feira, no ginásio do EC Pinheiros. A Metodista está com a mão na taça. Mas os adversários são fortes e estão vivíssimos. Alguém duvida?

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Ramalhinho Ramalhão

Juro que gostei do que vi ontem à noite no Bruno Daniel. Apesar do frio, fui um dos quase 700 torcedores presentes para prestigiar e avaliar o Ramalhão sem as lentes da TV.

In loco, com direito ao amendoim do falante Galinha e à companhia de gente que realmente gosta do Santo André, pude ver um time misto com cara de titular. Foram tantas mudanças que parecia uma espécie de Ramalhinho.

Do começo ao fim o que se viu foi um grupo aplicado, solidário e disposto a disputar cada palmo de campo. Um time com atitude. Em momento algum o grupo de Sérgio Soares reduziu a velocidade ou abriu mão da marcação pegajosa, ostensiva, iniciada pelos dois atacantes e por um meia, Pio.

Previa-se um jogo difícil, equilibrado. Nada disso. Nem parecia que naquele momento o Santo André ocupava a zona de degola e o América Mineiro beliscava o G-4. Como um todo, sem brilho de individualidades, o Ramalhão fez do conjunto um exemplo de dedicação.

Montada num 4-4-2, a equipe da Vila Pires liberava laterais e meio-campistas quando de posse de bola. Apenas Alê ficava na proteção, embora também tenha ousado atacar em duas ou três oportunidades.

No 3-5-2, o time mineiro foi engolido. Não chegou uma vez com real perigo no primeiro tempo, quando já perdia por 2 a 0 e não conseguia nem ao menos contragolpear. Também, pudera, não encontrava espaço nem pra respirar.

Tecnicamente, o Ramalhão não precisou ser brilhante. Taticamente, foi exemplar. Fisicamente, foi eletrizante. Fez um gol de pênalti com Nando e outro de fora da área com Cicinho. Foi pouco!
Uma surpresa agradável.

E voltou para o segundo tempo com a mesma sede. Com mais espaços, já que o adversário saiu um pouco mais para o ataque, o time de Ronan fez o terceiro gol antes dos 15 minutos. Pio acertou um canudo de fora da área, no ângulo direito.

Quando se pensou em goleada, desenhada, inevitável, a equipe desperdiçou mais duas oportunidades e em seguida perdeu a mão. As entradas de Walker e Xuxa nos lugares dos extenuados Makelelê e Altair fizeram o time cair.

Tanto que apareceram os erros de passe, algumas falhas de marcação no meio-campo, e a defesa ficou mais exposta às estocadas do América. Sozinho, Alê não poderia fazer milagres, embora tenha sido um dos melhores em campo ao lado de Pio.

Embora mantivesse a marcação pressionada no campo de ataque e a velocidade pós retomada de bola, o misto do Ramalhão não chegou mais, enquanto que o América mandou uma bola na trave.

No final, a torcida chegou a ficar preocupada com a queda de rendimento e bronqueada com os erros de passes, especialmente de Walker e Xuxa. Nada que a impedisse de aplaudir um Ramalhinho aplicado do primeiro ao último minuto e que mereceu deixar temporariamente o zona de descenso.

Mais tarde, em Joinville, o contraponto. O eterno rival e sempre estável e consistente São Caetano entrava de vez no G-4 ao derrotar o líder Coritiba por 2 a 1. Time de Sérgio Guedestem ótimo conjunto e está arrumadinho. Mas dizem que no final levou um sufoco e por pouco não cedeu o empate.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O perigo do mesmo caminho

Dia 12 de agosto de 2009, em mais uma das inúmeras entrevistas ao Diario do Grande ABC, o vice-presidente da gestão empresarial do Santo André, Romualdo Magro Júnior, garantiu que o então já ameaçado Ramalhão não cairia para a Série B do Campeonato Brasileiro: " Cair? Nunca! Essa é uma nuvem passageira". No final do ano, deu no que deu!

Dia 8 de agosto de 2010, em entrevista ao seu DGABC, o presidente da Saged, Ronan Maria Pinto, garante que o ameaçado Ramalhão vai se safar:"O Santo André não vai cair. Vamos buscar a elite do futebol brasileiro". Pelo andar da carruagem -- ou da frota de ônibus? -- no final do ano o destino pode ser semelhante. O caminho é o mesmo. E perigoso!

Dentre as respostas às questões formuladas pelo jornalista Nelson Cilo, o dono do jornal garantiu que não abandona o barco, que não chuta o balde, que falta atitude a alguns jogadores, que a empresa está no vermelho, que cotas e patrocínios são insuficientes e que novas dispensas podem acontecer se o time não reagir imediatamente.

Entrevista do dono do poder -- mas não da verdade -- soa como passional, intempestiva, infantil e antiética para alguns. Para outros, foi uma atitude corajosa, no momento exato em que o grupo precisa de uma puxão de orelhas.

Fico com os primeiros. Dá a impressão de que o dono do nosso futebol escorrega como bagre ensaboado. Então, a culpa é dos jogadores? Sérgio Soares está acima de tudo? E os dirigentes, novamente, não têm culpa de nada?

Ameaçar publicamente, por meio do próprio brinquedinho -- DGABC -- é muito fácil. Uma conversa franca, de vestiário, com elenco e Comissão Técnica talvez fosse muito mais produtiva.
Não sei por que, mas ainda acredito que uma sequência de três vitórias nos próximos jogos pode colocar o ônibus na pista.

Amanhã, diante do América Mineiro, quinto colocado com nove pontos a mais -- 21 contra 12 -- o Ramalhão vai ter de apresentar, acima de tudo, controle emocional. As palavras do todo-poderoso podem botar pressão ainda maior no grupo.

Se ganhar, alguém pode até creditar à dura pública do presidente. Nada disso! É que já passou da hora de reagir. Quem for ao Bruno Daniel vai torcer pelo início da reação. Nós também. Em seguida o Santo André pega ASA (fora), Bragantino (casa), Ipatinga (F), Sport e Bahia (C) e Náutico (F). Tabela não é nenhuma sumidade de ruim.

Hoje o time de Sérgio Soares tem aproveitamento de apenas 33,3% e ocupa a décima sétima colocação, com míseros 12 pontos, frutos de econômicas três vitórias e três empates, com 20 gols a favor e 24 contra. Porcentagem está muito aquém da salvação.

Enquanto isso, o vizinho São Caetano marcha a passos firmes para atingir o G-4 que ascende à Série A. Time de Sérgio Guedes tem 21 pontos ganhos -- seis vitórias, três empates e três derrotas -- e aproveitamento de 58,3%, a apenas 2 pontos do céu. O líder Coritiba tem excepcionais 75% de aproveitamento.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Simples perguntas...

Não adianta querer dourar a pílula.

Não adianta tapar o sol com a peneira.

O Ramalhão de hoje é um poço sem fundo de perguntas com respostas que assustam e deixam dúvidas sobre um futuro não tão distante.

Afinal, o Santo André vice-campeão paulista já engrenou no Brasileiro da Série B? Não!

Os jogadores contratados ainda estão distantes do entrosamento conjuntural e dos destaques individuais do primeiro semestre? Óbvio!

Taticamente, a equipe chega perto de quem encantou muita gente com futebol ousado e envolvente, embora deficiente defensivamente? Nem pensar!

Mesmo comprovadamente competente, o técnico Sérgio Soares pode ser demitido a qualquer momento em função dos maus resultados? Sim!

O nosso Ramalhão está prestes a ser ultrapassado por Sport e Bragantino e entrar na zona de degola? Sim!

A continuar nessa toada o Santo André corre sério risco de rebaixamento à Série C? Sim! Seriíssimo!

Duas ou três vitórias consecutivas representariam a retomada do caminho da salvação? Quase certeza!

A diretoria do Santo André Gestão Empresarial e Desportiva -- Saged -- está preocupadíssima com a atual classificação? Lógico!

O presidente Ronan Maria Pinto está perdidinho com a situação? Tá na cara!

O presidente do Esporte Clube Santo André, Celso Luiz de Almeida, deve estar coçando a barba ao imaginar o que pode sobrar lá na frente? Claro!

Enxugar o elenco é a melhor alternativa em busca de solução? Não!

Enxugar o elenco é a melhor alternativa para reduzir custos de quem está no vermelho? Sim!

Contratar vários outros reforços -- jogadores e não dirigentes -- pode ser a solução para salvar o cargo de SS? Nem pensar!

Contratar cirurgicamente pode ser a solução para fortalecer técnico e elenco? Sim!

Com o grupo de hoje o Ramalhão se salva? Dificilmente!

Os dirigentes do Saged sabem o que estão fazendo? Provavelmente, não!

Os mesmos dirigentes ao menos têm mostrado preocupação e empenho para resolver a situação? Acredito que sim!

Se o Ramalhão não reagir imediatamente e cair a coisa vai ficar preta? Muito!

Pra quem? Pra técnico, jogadores, presidentes, diretores, cotistas...

sábado, 31 de julho de 2010

Ramalhão contrata Moreno. Do vôlei

A nova contratação do Santo André chuta com dificuldades e cabeceia apenas razoavelmente, embora tenha boa estatura e aceitável impulsão. Seu forte não é a velocidade, tampouco a colocação ou o sentido de cobertura.

Bola parada não é seu forte. Não pega no gol, mas sempre foi mais eficiente com as mãos do que com os pés e a cabeça. Dificilmente faz gol. A não ser nos campeonatos internos do Aramaçan (?) e do Primeiro de Maio. É bom lembrar que não se trata de uma revelação, de uma jovem promessa do futebol. É um sessentão conservado.

Antonio Carlos Moreno é o novo diretor-executivo do Saged -- Santo André Gestão Empresarial e Desportiva . Ex-jogador da Seleção Brasileira de Vôlei, com currículo de fazer inveja a William, Giovanni, Tande, Giba, Maurício e cia, Moreno disputou quatro olimpíadas, quatro mundiais, quatro Pan-Americanos e sete Sul-Americanos. Chegou a ser considerado um dos cinco melhores do mundo na década de 70.

Inegavelmente, um orgulho para Santo André, que sempre dependeu das cortadas de Moreno para conquistar inúmeros títulos. Que saudade! Quantos títulos! E a auto-estima do cidadão andreense lá em cima.

Professor de Educação física e empresário -- não sei se também é formado em Administração --, Moreno já fez um pouco de tudo no mundo do esporte. Dentro de fora das quadras. Foi diretor, professor, coordenador, supervisor, gerente e gestor de clubes e de faculdades distribuídos pela Grande São Paulo.

Na década de 80, foi diretor de Esportes da Prefeitura de Santo André. Como tinha mais empregos do que tempo e disposição para trabalhar de verdade, pouco fez como dirigente/servidor público. Acabou recebendo cartão vermelho.

Bem diferente do brilhantismo demonstrado em 366 jogos pela Seleção Brasileira e outros tantos por Pirelli e Aramaçan, principalmente. Ganhou quase tudo e cansou de carregar seus times nas costas. Foi excepcional em títulos nacionais e estaduais, entre eles os Jogos Abertos e Regionais.

Como pai de família e empresário, não cabe a mim analisar. Como homem do futebol, infelizmente, não tem currículo a apresentar. Treinador de goleiros do Palmeiras no início da década de 70 não acrescenta nada. A passagem apagada como diretor/supervisor do Paraná Clube, há algum tempo, também não o credencia.

Agora, o desafio é novo, diferente. Mais uma vez, cabe a Moreno provar que é capaz. Vai fazer o meio-campo entre as divisões de base e o profissional. Vem para botar ordem na casa por onde passaram Muller, Carlitos e Ricardo Navajas.

Carlitos mostrou algum serviço e já caiu fora. Muller e Navajas quase nada fizeram, além de ganhar dinheiro. Não sei se por culpa própria ou da entidade gestora do futebol andreense.

Só sei que todos recebiam entre R$ 20 mil e R$ 25 mil mensais. E com Moreno não deve ser diferente, calculo. Nada mau! Especialmente se considerarmos que o Saged acumula débitos superiores a R$ 8 milhões, segundo um amigo cotista da empresa. Cotista preocupado, por sinal.

Dizem que Moreno chega para fazer um trabalho mais institucional, de relações públicas e marketing, envolvendo clubes co-irmãos e a sociedade como um todo. A mesma sociedade que pouco liga para quem já ganhou a Copa do Brasil e acaba de ser vice-campeão paulista.

Enfim, ao ex-ídolo do vôlei está reservada uma tarefa nada fácil, e de grande responsabilidade. Torço muito pra dar certo, mas pago pra ver. Questão de perfil! Acho que Moreno não casa com tais funções. Se estiver sozinho, piorou! É trabalho de equipe. De longo prazo, sem o imediatismo suicida tão comum no futebol.

Para completar: dentre as muitas declarações creditadas ao ex-capitão da Pirelli e da Seleção, uma chama mais a atenção: "Vou contribuir com cabeça, alma e coração. Quero resgatar a pujança do esporte da cidade, como acontecia entre os anos de 1960 e o início de 1990 com o time da Pirelli".

Preste atenção! A declaração está muito mais para um diretor de Esportes da cidade do que para o diretor-executivo do nosso futebol profissional. Será? Não sei de quem foi a idéia, ou a indicação, mas prefiro não escrever o pensamento perigoso que passou pela minha cabeça. Só sei que Moreno será uma espécie de braço direito de Ronan Maria Pinto, o dono do Saged.

Em todo caso, fica a torcida... Sem nos esquecermos de que o Ramalhão está seriamente ameaçado de entrar na zona de rebaixamento à Série C do Campeonato Brasileiro. Se cair novamente, quem vai pagar o pato? Sérgio Soares, Ronan ou Moreno? Nenhum deles. Todos nós.