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domingo, 29 de agosto de 2010

Aqui é Curíntia, mano!

Qual a diferença do Corinthians de Mano Menezes para o Corinthians de Adilson Baptista?

O time do hoje técnico da Seleção Brasileira atendia pelo nome de Corinthians. O de hoje pode ser definido como simplesmente Curíntia.

Agora sim o irmão corintiano pode bater a palma da mão no antebraço oposto -- lógico! -- e dizer: " Aqui é Curíntia, mano!"

O Timão de Mano Menezes era o retrato da coerência, da sensatez, do cuidado, da prioridade defensiva para posterior contragolpe em velocidade. Tudo na correta visão do treinador. Exalava fundamentos, posicionamento e obediência tática. Quase sempre sem sobressaltos.

Pouco se via de ousadia, de plasticidade técnica, de criatividade, de ofensividade perigosamente descompromissada. Porém, muito se via de resultado. Os títulos da Série B, da Copa do Brasil e do Campeonato Paulista são exemplos indiscutíveis.

Já o time do ex-zagueiro Adilson Baptista é mais moleque, mais irresponsável. É um convite ao susto, ao sobressalto, ao ataque cardíaco. Goleiro, zagueiros internos e volantão de contenção que o digam.

Bola perdida é sinal de contragolpe, de perigo. Cheiro de gol. Jeito de "ai meu Deus" seguido ou não de "graças a Deus".

Em compensação, hoje nossos laterais já podem virar alas, pontas e até meias. Nossos meio-campistas se mandam com constância e encostam nos atacantes. Finalizam, até, sem medo. Como Elias, Jucilei, Paulinho...Até as triangulações laterais e centrais estão de volta.

Tudo isso faz com que a dinâmica seja outra. Já não somos tão retos, tão perfeitos, tão ortodoxos. Também não somos sinônimo de rigidez tática, de isolamento ofensivo do centroavante ou peças estanques.

Contra o São Paulo foi assim. Se bem que aquele foi um jogo de um time só. Deu dó do time de Rogério Ceni. Mas adorei. Prefiro o Curíntia atropelando do São Paulo ao Brasil goleando a Argentina na final de uma Copa do Mundo.

Eu não disse que o time de Mano não atacava com sabedoria e eficiência. Só estou dizendo que o de hoje ousa tanto que se torna um convite ao risco. Não tem medo de errar, de perder. Pode até não ganhar nada, mas tem mais a nossa cara.

Se perder, não deixará de ser apaixonante, não deixará de ser Curintia. É assim que a gente gosta. Punto e basta!

sábado, 28 de agosto de 2010

Empate-vitória ou empate-derrota?

O Santo André poderia ter sido goleado. Também poderia ter vencido. Mas apenas (?) empatou com Sport Recife hoje à tarde no Bruno Daniel.

Poderia sair goleado porque o Sport foi melhor, dominou e fez 2 a 0 no primeiro tempo, além de ter criado dois bons momentos de gol no início do segundo.

O Ramalhão também poderia ter vencido, já que no segundo tempo teve várias oportunidades e mostrou muito mais velocidade, ousadia e volume de jogo. O time escalado por Sérgio Soares para começar jogando não aprovou. Porém, as mudanças deram resultado. Na marra, mas deram! Ao menos ofensivamente!

Mas apenas (?) empatou! E a igualdade em dois gols só aconteceu no finalzinho, quando o time de Geninho tinha um homem a menos.

A interrogação cabe porque quem joga em casa tem obrigação de vencer, mas nas circunstâncias daquele momento, em desvantagem, até um empate-derrota pode ser considerado empate-vitória.

O detalhe é que a difícil situação do Ramalhão na classificação não foi alterada. Ainda fazemos parte dos quatro mais sérios candidatos ao rebaixamento à Série C em 2011 e o time precisa melhorar muito para não cair.

Enquanto isso, ontem, em Sete Lagoas, o São Caetano voltou a não jogar bem e perdeu do América Mineiro de 2 a 0. Por isso deixa momentaneamente o G-4 do acesso. Precisa reagir. E rápido.

domingo, 22 de agosto de 2010

Vergonha, omissão e ambulâncias

"Time sem vergonha". Assim protestaram alguns componentes da TUDA durante e depois do fiasco do Santo André diante do Bragantino.

"Ramalhão ! Ramalhão !". Assim, pelo menos na essência, cantou a Fúria Andreense durante e após o vexame do Santo André em pleno Bruno Daniel.

"Acho que essas duas ambulâncias estão levando o time do Santo André para a UTI". Assim se manifestou meu amigo-irmão Cal quando demos passagem para as ambulâncias que deixavam o estádio.

Sem qualquer dúvida, a frase-observação mais condizente com o que se viu em campo e com a situação do Ramalhão no campeonato é a do Cal torcedor comum.

Exceção aos primeiros 15/20 minutos, quando fez 1 a 0 e perdeu duas boas oportunidades de gol, o Santo André foi o retrato fiel de um time sem forças para reagir e escapar do caminho do abismo, mais conhecido como rebaixamento.

Lamentavelmente, o que se viu foi um amontoado de jogadores limitados, sem criatividade, sem arrumação tática, sem personalidade e sem garra. Fisicamente, também ficou a dever.

Infelizmente, o time do competente Sérgio Soares pecou defensivamente, não teve competência no meio-campo e ofensivamente apresentou atacantes demais e capacidade de menos.

Está certo que os desfalques de Alê e Gil e a ausência de um articulador foram determinantes, mas até mesmo SS pecou na armação da equipe e nas substituições.

Colocar cinco atacantes, congestionando área e intermediária adversárias e desguarnecendo um sistema defensivo claudicante, foi o principal pecado de SS.

Tanto que o impaciente Santo André passou quase todo o segundo tempo rifando a bola em levantamentos das laterais e não da linha de fundo. Além disso, o time não teve sentido de penetração.

Deu no que deu! A derrota de 3 a 1 mostrou incompetências crônicas e exige reação já, antes mesmo do final do primeiro turno.

Quanto às atitudes das duas maiores torcidas organizadas do clube, nem tanto ao céu, nem tanto à terra. Uma foi pesada, mas verdadeira; a outra foi omissa ou viu outro jogo. Cantou muito, mas, estranhamente, não cobrou ninguém com a intensidade que se esperava.

Já o torcedor comum foi mais sensato. Viu que o time não jogou bem, criticou com ponderação, vaiou e aplaudiu com a sensatez dos sábios e está muito preocupado com o destino das ambulâncias.

Se perder do Ipatinga, a situação de SS ficará insustentável. Ele é o menos culpado, mas é bem provável que seja o maior sacrificado. Talvez só mesmo a diretoria seja capaz (?) de explicar o mau momento e fazer milagres.

Metodista campeã e vice

O handebol da Metodista/São Bernardo voltou a brilhar no Campeonato Paulista.

Na quinta-feira, o feminino, dirigido pelo competente Eduardo Carlone, superou mais uma vez a valente equipe de Santo André e conquistou o penta.

Com méritos, por sinal, em dois jogos parelhos. Pra alguns, não fez mais do que a obrigação, já investe pelo menos quatro vezes mais que o vizinho pobre.

Enquanto a Metodista é parceira da Prefeitura de São Bernardo, em Santo André o Poder Público arca sozinho com os custos de uma equipe que dá bem mais do que recebe. Valeu, meninas!

Ontem, na terceira partida decisiva do masculino, o empate colocou o título novamente nas mãos do Pinheiros, dono de melhor campanha. A Metodista de SB e Alberto Rigollo ganhou o primeiro jogo e perdeu o segundo.

Metodista e Santo André representam a nata estadual. Pena que os empresários andreenses não dêem a mínima para o esporte da cidade.

Agora, é esperar e torcer por boas campanhas também na Liga Nacional.

domingo, 15 de agosto de 2010

As meninas do Piazza

Gostei muito do handebol mostrado pelas meninas do técnico Rubens Piazza na primeira partida da decisão do Campeonato Paulista.

Apesar da derrota por um gol de diferença -- 24 a 23 --, diante da Metodista/São Bernardo, a equipe de Santo André mostrou personalidade, consistência e volume de jogo que há muito tempo não se via.

Pode parecer exagero, mas nos últimos anos o handebol feminino de Santo André nunca me pareceu tão forte, tão estruturado, tão senhor de si e consciente dentro de quadra.

No primeiro tempo do jogo de sábado no Baetão prevaleceu o equilíbrio, apesar da diferença de quatro gols a favor das meninas de Eduardo Carlone.

Em jogo muito equilibrado, pecar em passes ou conclusões é pecado capital. A transição perfeita para o contragolpe é fatal. Foi o que aconteceu. Especialmente nos minutos finais, quando Santo André também perdeu a concentração.

Na segunda etapa a Metodista manteve a diferença por bom tempo. Quando vacilou, no terço final, permitiu que Santo André crescesse, traduzisse o bom jogo em gols -- antes, desperdiçara muitas oportunidaes claras -- e chegasse ao empate de 22 a 22 quando faltavam apenas quatro minutos.

No minuto final Tayra colocou a Metodista em vantagem e faltando 30 segundos a goleira Ariadne evitou o empate ao defender tiro de sete metros -- pênalti -- cobrado por Rosária.

Repito: fiquei feliz pelo jogo igual, pel atitude e pela personalidade das meninas de Piazza diante de um adversário com investimento muito maior. E por isso mesmo tetracampeão estadual. A igualdade faria justiça ao clássico.

No masculino, a Metodista venceu com méritos a forte equipe do Pinheiros, último campeão paulista. Após primeiro tempo de 15 a 11, como no feminino, São Bernardo fechou em 32 a 26 sem sofrer sobressaltos.

Campeões serão conhecidos nesta quinta-feira, no ginásio do EC Pinheiros. A Metodista está com a mão na taça. Mas os adversários são fortes e estão vivíssimos. Alguém duvida?

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Ramalhinho Ramalhão

Juro que gostei do que vi ontem à noite no Bruno Daniel. Apesar do frio, fui um dos quase 700 torcedores presentes para prestigiar e avaliar o Ramalhão sem as lentes da TV.

In loco, com direito ao amendoim do falante Galinha e à companhia de gente que realmente gosta do Santo André, pude ver um time misto com cara de titular. Foram tantas mudanças que parecia uma espécie de Ramalhinho.

Do começo ao fim o que se viu foi um grupo aplicado, solidário e disposto a disputar cada palmo de campo. Um time com atitude. Em momento algum o grupo de Sérgio Soares reduziu a velocidade ou abriu mão da marcação pegajosa, ostensiva, iniciada pelos dois atacantes e por um meia, Pio.

Previa-se um jogo difícil, equilibrado. Nada disso. Nem parecia que naquele momento o Santo André ocupava a zona de degola e o América Mineiro beliscava o G-4. Como um todo, sem brilho de individualidades, o Ramalhão fez do conjunto um exemplo de dedicação.

Montada num 4-4-2, a equipe da Vila Pires liberava laterais e meio-campistas quando de posse de bola. Apenas Alê ficava na proteção, embora também tenha ousado atacar em duas ou três oportunidades.

No 3-5-2, o time mineiro foi engolido. Não chegou uma vez com real perigo no primeiro tempo, quando já perdia por 2 a 0 e não conseguia nem ao menos contragolpear. Também, pudera, não encontrava espaço nem pra respirar.

Tecnicamente, o Ramalhão não precisou ser brilhante. Taticamente, foi exemplar. Fisicamente, foi eletrizante. Fez um gol de pênalti com Nando e outro de fora da área com Cicinho. Foi pouco!
Uma surpresa agradável.

E voltou para o segundo tempo com a mesma sede. Com mais espaços, já que o adversário saiu um pouco mais para o ataque, o time de Ronan fez o terceiro gol antes dos 15 minutos. Pio acertou um canudo de fora da área, no ângulo direito.

Quando se pensou em goleada, desenhada, inevitável, a equipe desperdiçou mais duas oportunidades e em seguida perdeu a mão. As entradas de Walker e Xuxa nos lugares dos extenuados Makelelê e Altair fizeram o time cair.

Tanto que apareceram os erros de passe, algumas falhas de marcação no meio-campo, e a defesa ficou mais exposta às estocadas do América. Sozinho, Alê não poderia fazer milagres, embora tenha sido um dos melhores em campo ao lado de Pio.

Embora mantivesse a marcação pressionada no campo de ataque e a velocidade pós retomada de bola, o misto do Ramalhão não chegou mais, enquanto que o América mandou uma bola na trave.

No final, a torcida chegou a ficar preocupada com a queda de rendimento e bronqueada com os erros de passes, especialmente de Walker e Xuxa. Nada que a impedisse de aplaudir um Ramalhinho aplicado do primeiro ao último minuto e que mereceu deixar temporariamente o zona de descenso.

Mais tarde, em Joinville, o contraponto. O eterno rival e sempre estável e consistente São Caetano entrava de vez no G-4 ao derrotar o líder Coritiba por 2 a 1. Time de Sérgio Guedestem ótimo conjunto e está arrumadinho. Mas dizem que no final levou um sufoco e por pouco não cedeu o empate.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O perigo do mesmo caminho

Dia 12 de agosto de 2009, em mais uma das inúmeras entrevistas ao Diario do Grande ABC, o vice-presidente da gestão empresarial do Santo André, Romualdo Magro Júnior, garantiu que o então já ameaçado Ramalhão não cairia para a Série B do Campeonato Brasileiro: " Cair? Nunca! Essa é uma nuvem passageira". No final do ano, deu no que deu!

Dia 8 de agosto de 2010, em entrevista ao seu DGABC, o presidente da Saged, Ronan Maria Pinto, garante que o ameaçado Ramalhão vai se safar:"O Santo André não vai cair. Vamos buscar a elite do futebol brasileiro". Pelo andar da carruagem -- ou da frota de ônibus? -- no final do ano o destino pode ser semelhante. O caminho é o mesmo. E perigoso!

Dentre as respostas às questões formuladas pelo jornalista Nelson Cilo, o dono do jornal garantiu que não abandona o barco, que não chuta o balde, que falta atitude a alguns jogadores, que a empresa está no vermelho, que cotas e patrocínios são insuficientes e que novas dispensas podem acontecer se o time não reagir imediatamente.

Entrevista do dono do poder -- mas não da verdade -- soa como passional, intempestiva, infantil e antiética para alguns. Para outros, foi uma atitude corajosa, no momento exato em que o grupo precisa de uma puxão de orelhas.

Fico com os primeiros. Dá a impressão de que o dono do nosso futebol escorrega como bagre ensaboado. Então, a culpa é dos jogadores? Sérgio Soares está acima de tudo? E os dirigentes, novamente, não têm culpa de nada?

Ameaçar publicamente, por meio do próprio brinquedinho -- DGABC -- é muito fácil. Uma conversa franca, de vestiário, com elenco e Comissão Técnica talvez fosse muito mais produtiva.
Não sei por que, mas ainda acredito que uma sequência de três vitórias nos próximos jogos pode colocar o ônibus na pista.

Amanhã, diante do América Mineiro, quinto colocado com nove pontos a mais -- 21 contra 12 -- o Ramalhão vai ter de apresentar, acima de tudo, controle emocional. As palavras do todo-poderoso podem botar pressão ainda maior no grupo.

Se ganhar, alguém pode até creditar à dura pública do presidente. Nada disso! É que já passou da hora de reagir. Quem for ao Bruno Daniel vai torcer pelo início da reação. Nós também. Em seguida o Santo André pega ASA (fora), Bragantino (casa), Ipatinga (F), Sport e Bahia (C) e Náutico (F). Tabela não é nenhuma sumidade de ruim.

Hoje o time de Sérgio Soares tem aproveitamento de apenas 33,3% e ocupa a décima sétima colocação, com míseros 12 pontos, frutos de econômicas três vitórias e três empates, com 20 gols a favor e 24 contra. Porcentagem está muito aquém da salvação.

Enquanto isso, o vizinho São Caetano marcha a passos firmes para atingir o G-4 que ascende à Série A. Time de Sérgio Guedes tem 21 pontos ganhos -- seis vitórias, três empates e três derrotas -- e aproveitamento de 58,3%, a apenas 2 pontos do céu. O líder Coritiba tem excepcionais 75% de aproveitamento.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Simples perguntas...

Não adianta querer dourar a pílula.

Não adianta tapar o sol com a peneira.

O Ramalhão de hoje é um poço sem fundo de perguntas com respostas que assustam e deixam dúvidas sobre um futuro não tão distante.

Afinal, o Santo André vice-campeão paulista já engrenou no Brasileiro da Série B? Não!

Os jogadores contratados ainda estão distantes do entrosamento conjuntural e dos destaques individuais do primeiro semestre? Óbvio!

Taticamente, a equipe chega perto de quem encantou muita gente com futebol ousado e envolvente, embora deficiente defensivamente? Nem pensar!

Mesmo comprovadamente competente, o técnico Sérgio Soares pode ser demitido a qualquer momento em função dos maus resultados? Sim!

O nosso Ramalhão está prestes a ser ultrapassado por Sport e Bragantino e entrar na zona de degola? Sim!

A continuar nessa toada o Santo André corre sério risco de rebaixamento à Série C? Sim! Seriíssimo!

Duas ou três vitórias consecutivas representariam a retomada do caminho da salvação? Quase certeza!

A diretoria do Santo André Gestão Empresarial e Desportiva -- Saged -- está preocupadíssima com a atual classificação? Lógico!

O presidente Ronan Maria Pinto está perdidinho com a situação? Tá na cara!

O presidente do Esporte Clube Santo André, Celso Luiz de Almeida, deve estar coçando a barba ao imaginar o que pode sobrar lá na frente? Claro!

Enxugar o elenco é a melhor alternativa em busca de solução? Não!

Enxugar o elenco é a melhor alternativa para reduzir custos de quem está no vermelho? Sim!

Contratar vários outros reforços -- jogadores e não dirigentes -- pode ser a solução para salvar o cargo de SS? Nem pensar!

Contratar cirurgicamente pode ser a solução para fortalecer técnico e elenco? Sim!

Com o grupo de hoje o Ramalhão se salva? Dificilmente!

Os dirigentes do Saged sabem o que estão fazendo? Provavelmente, não!

Os mesmos dirigentes ao menos têm mostrado preocupação e empenho para resolver a situação? Acredito que sim!

Se o Ramalhão não reagir imediatamente e cair a coisa vai ficar preta? Muito!

Pra quem? Pra técnico, jogadores, presidentes, diretores, cotistas...