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domingo, 26 de setembro de 2010

O perigo ainda veste azul

Pois é... Não é que o perigo insiste em vestir azul na Série B do Campeonato Brasileiro? Só que após a conclusão da 24ª rodada o risco passou a ser muito mais significativo para o Ramalhão do que para o Azulão.

O São Caetano foi a Campinas e derrotou a Ponte Preta. Impossível não afirmar que o resultado foi tão gratificante quanto surpreendente. Na estréia de Toninho Cecílio, o Azulão conquistou três pontos importantíssimos para quem ainda sonha com o acesso e fica mais longe da ameaça de rebaixamento.

O mesmo não se pode dizer do Santo André. Em pleno Bruno Daniel, na estréia de Fahel Júnior, o Ramalhão voltou a decepcionar e apenas empatou com o Guaratinguetá. Situação fica cada vez mais complicada. Pior é que não se enxerga nem a famosa e salvadora luz no fim do túnel. E, a continuar nessa toada, a luz pode ser do trem da morte.

Agora o São Caetano está em oitavo lugar com 35 pontos ganhos e aproveitamento de 48,6%. O líder Coritiba tem 46 pontos e 63,9% de pontos conquistados. O Figueirense, quarto colocado e que também subiria para a Série A, tem 42 pontos e 58,3%.

Já o Santo André aparece em 18º lugar com apenas 25 pontos ganhos e míseros 34,7% de aproveitamento. Patina na zona de rebaixamento e precisa fazer das tripas coração se não quiser sumir do mapa privilegiado do futrebol profissional.

Para atingir hipotéticos 46 pontos salvadores e 40% de aproveitamento, o Santo André precisa ganhar pelo menos mais 21 pontos em 14 rodadas. Pra quem ganhou apenas 25 em 24 rodadas, não vai ser fácil. Em 42 pontos em disputa, o Ramalhão tem de cravar 50% de aproveitamento.

Ouso dizer que se o técnico contratado fosse Toninho Cecílio a tarefa seria menos problemática. Mas o ex-zagueiro do Palmeiras foi para o arqui-rival. Com Fahel, o Santo André não tem muito o quê melhorar. Toninho passava firmeza, perseverança, luta do começo ao fim. Fahel não tem o mesmo estilo.

Nesta terça-feira o São Caetano vai ao Recife enfrentar o perigoso Náutico. Se vencer, volta aencostar no G-4. Enquanto isso, o Santo André recebe o ascendente Vila Nova no Bruno Daniel. Jogo de seis pontos, já que o time goiano está em 16º lugar com 28 pontos. Mesmo que ganhe, o Ramalhão ainda não deixará a zona mais perigosa do futebol.

Sapos 37 x GCMs 0

Nem sempre o que aqui se escreve significa novidade. Nem sempre, portanto, conseguimos deixar de ser recorrentes em alguns assuntos. Por isso insisto na falsa segurança do Parque dos Sabiás, oficialmente conhecido como Parque Central, em Santo André.

Por que falsa segurança? Porque o espaço é enorme e os guardas municipais raramente deixam a sala da entrada principal para ao menos dar um passeio pelo local. Porque, embora recebam para trabalhar, se enfiam naquela toca e dificilmente sabem o quê acontece a 100 metros dali. Imagine do outro lado do parque, onde ocorrem pescas ilegais, pequenos furtos e o consumo de drogas é livre, especialmente às segundas-feiras, depois das 18h.

Isso mesmo! Depois das 18h a parte mais escura fica abandonada. Por sinal, há várias lâmpadas queimadas. Na quinta-feira, entrei no parque às 17h45min e fiquei até as 19h. Rodei 10 quilômetros e não vi um "segurança" sequer fora da área VIP, aquela, quentinha, creio, do acesso principal.

Em compensação, em plena aparição da lua cheia, contei em média 37 sapos por volta na ciclovia, local que uns confundem com pista de Cooper e outros pensam tratar-se de velódromo, pois andam em altíssima velocidade.

Pois é... , assim como ontem e hoje, em mais de uma hora não vi um GCM sequer fora do esconderijo, mas precisei desviar de 37 sapos horríveis. O que faz o responsável pela segurança do espaço? Onde está ou o quê tem feito o chefe da Guarda? A quem responde o chefe da guarda? Ah, ao senhor prefeito?

Não estou aqui pra elencar exceções -- lógico que existem cumpridores de seus deveres --, discutir se os guardas estão ou não preparados, capacitados. Tampouco se recebem salário justo ou não. Só sei que, como outros cidadãos responsáveis, pago imposto religiosamente e não sinto firmeza ao frequentar o parque.

Sugestão ao prefeitão Aidan Ravin: por que não contratar os sapos? Ao menos têm sido mais presentes do que os guardas. Ao menos em dias chuvosos ou frios. Importante não se esquecer de fazer um concurso dentro de todas as regras vigentes. Proporção candidato/vaga deve ser de 10/1. Portanto, se 100 sapos se credenciarem à rigidez do exame de admissão, 10 serão contratados.

Em tempo: as rãs também podem se candidatar, pois parecem mais eficientes que os sapos. Também são mais bonitas, mais dinâmicas e menos preguiçosas. Pra bom entendedor, pingo é letra. E sapo não é rã.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O perigo veste azul

A situação do Grande ABC no Campeonato Brasileiro da Série B é delicada. O Azulão é o décimo colocado e o Ramalhão é o décimo-oitavo. O risco de degola veste azul. Infelizmente!

O São Caetano caminhava a passos firmes para conquistar uma das quatro vagas à Série A de 2011. De repente -- será que foi tão de repente? --, o time desandou a não vencer e estagnou nos 31 pontos.

O aproveitamento de 47% após 22 jogos e 66 pontos disputados não garante nada à equipe. São seis pontos de distância para o quarto colocado, o América Mineiro, que tem 56,1% de aproveitamento. Também são apenas seis pontos de diferença para o Bragantino, primeiro dos quatro mais sérios candidatos ao rebaixamento, com 37,9% de aproveitamento.

Portanto, a distância entre o céu do acesso e o inferno do descenso é a mesma. A vantagem (?) é que amanhã o São Caetano recebe o Bragantino no Anacleto Campanella. Se não voltar a pisar na bola, tem tudo para conseguir bom resultado.

O técnico Sérgio Guedes caiu. Se bobear, o São Caetano, que dava pinta de time bem montado e de consistência tática, segue o mesmo caminho. Se abusar do direito de errar...

Já o Santo André está à frente apenas do América de Natal -- 19 pontos e 28,8% de aproveitamento -- e do Ipatinga -- 18 pontos e míseros 27,3% de produtividade.

Com 24 pontos ganhos e 36,4% de aproveitamento, o Ramalhão comemora 43 anos com a corda no pescoço. Precisa melhorar e reagir urgentemente para não amargar novo rebaixamento.

O adversário de hoje, no Canindé, é a imprevisível Portuguesa, nona colocada com 31 pontos e 47% de aproveitamento. Como vem de derrota, a Lusa não vai querer dar mole diante de seus fanáticos torcedores.

Jogo pode ser um divisor de águas para um Ramalhão em ebulição. Nova vitória pode tirá-lo da zona de degola. Empate não serve nas atuais circunstâncias. A não ser que Bragantino, Vila Nova e outros ameaçados percam.

Se o Santo André não vencer, escapar vai tarefa tão difícil quanto acreditar na esmagadora maioria dos candidatos nas próximas eleições. Políticos são muito semelhantes no egocentrismo, no protecionismo, no cinismo, no empreguismo familiar, no malabarismo safado, nas falcatruas e nas incompetências coletivas.

Só para lembrar: o líder é o tradicional Bahia, que já foi campeão brasileiro com Bobô e Charles. Torço para os baianos especialmente porque a dirigi-lo está um amigo riopardense, o Márcio Araújo, aquele que, como meio-campista, barrou o craque Falcão nos tempos de São Paulo.

Aproveitamento do Bahia e do Coritiba é de 60,6%, quase o dobro do nosso Ramalhão.
Ambos conquistaram 40 pontos em 22 jogos. Figueirense, com 59,1% de pontos conquistados, e América Mineiro, com 56,1, que se cuidem. Ponte Preta e Sport, principalmente, têm força, camisa e time pra chegar. Que os líderes se cuidem!

Maratona: 30 mil iguais e um irresponsável

A décima-oitava edição da Maratona Pão de Açúcar de Revezamento, realizada ontem em São Paulo, foi mais uma mostra do quão somos ou podemos nos enxergar como iguais. Foram mais de 30 mil pessoas, sem distinção de cor, religão, sexo, beleza, condicionamento atlético ou camada social.

Foi muito legal participar. Muita gente bonita, saudável, feliz. Mau humor ou condutas inadequadas? Nem pensar! Organização quase perfeita, percurso seletivo e de nível médio, apesar da ondulação do asfalto. Clima bom pra correr.

Nosso octeto fez os 42.195 metros em 4h44min14seg. Fiz 10 quilômetros em 55 minutos. Tempo razoável pra quem não se preocupa tanto com metas e vitórias. Afinal, somos, todos, 30 mil vencedores. Minha esposa, Angela, estreou fazendo cinco quilômetros em bons 32 minutos. Valeu, Chu!

Integramos uma das equipes -- 65 corredores esmeraldinos, no total -- do Primeiro de Maio, embora eu coordene a academia do EC Santo André. É que jogo futebol e a Angela dá aula no Primeiro de Maio e eu já havia assumido o compromisso de completar uma das equipes de oito atletas quando o pessoal do Ramalhão também resolveu participar. Fica para próxima. Se o Lucas, o Anderson e o Rogério me aceitarem! Juro que não foi traição.

Voltemos à bela promoção do Pão de Açúcar. Não sei nem quem venceu. Só vi o campeoníssimo Marilson passar como uma Ferrari logo após a largada. Também... não me interessa.

Como disse, foi importante me sentir igual. Faz um bem danado. Pena que o mundo seja tão diferente! O Ibirapuera foi igual. É o que importa!

Na verdade, só não gostei de duas situações. A primeira, comum em estádios de futebol, mostrou banheiros químicos sujos e malcheirosos. Era um absurdo! Não sei se dá pra evitar. Acho difícil. Parece que dá ca... diarréia em todo mundo no mesmo horário.

A segunda ressalva fica por conta da irresponsabilidade do motorista do ônibus -- AndreaTur é o nome da empresa -- que nos levou. Demorou simplesmente mais de duas horas para nos pegar de volta no portão combinado.

Pior do que isso. Cansados, suados, com fome -- haja barrinha de cereais! -- e com sono, ficamos estressados com tanta desculpa esfarrapada a cada ligação dos responsáveis por cobrar uma atitude coerente de um mau profissional.

Foi como passar quatro dias nas montanhas de Minas para aliviar qualquer tipo de tensão urbana e no retorno pegar um congestionamento quilométrico na Ayrton Senna.

Quando, enfim, o irresponsável chegou -- por sinal, com uma jovem acompanhante que não deveria estar lá --, entrei rapidamente e me ajeitei num banco junto à cabine.

Pela fresta da cortina, consegui ler um recado comum em coletivos. "Favor não conversar com o motorista. Beije, abrace, amasse". Pura ironia, considerando-se a situação. Beije e abrace talvez fosse um recado para sua acompanhante.

O "amasse" bem que poderia ter ficado por nossa conta. Se não fôssemos minimamente civilizados. Me controlei, mas juro que senti vontade de pegá-lo pelo pescoço.

E pensar que acordei às 4h da manhã, com o canto triste, confuso e insistente de um dos muitos sabiás madrugadores da rua Santo André. Seu nome? Please, don't go! Foi o som que me ocorreu.

Por favor, não vá! Olha a tradução! Dez horas depois... Será que meu amigo sabiá estava a avisar que o pós-maratona seria um martírio, pior que correr 42 quilômetros?

Apesar das ressalvas, valeu muito! Parabéns a todos os nossos campeões e obrigado ao pessoal do Primeiro de Maio.

sábado, 18 de setembro de 2010

De 11 camisas a uma cidade

Poucos se lembram, mas o aniversariante de hoje está completando 43 anos de vitórias e derrotas históricas. Começou com míseras, porém honrosas, 11 camisas e hoje pode ser comparado a uma cidade de 20 mil habitantes.

Nasceu Futebol Clube mas hoje responde por Esporte Clube. No entanto, jamais deixou de ser Santo André. Nasceu na antiga sede do Tiro de Guerra, junto à estação de trem, e hoje se ergue com imponência e galhardia no valorizado Parque Jaçatuba.

Poucos se lembram, mas o Ramalhão já esteve várias vezes na UTI. Antes de deixar de ser um time para virar um clube de verdade, o Ramalhão passou por poucas e boas. Hoje, tem um poliesportivo de fazer inveja.

Do outro lado da linha férrea, como dizem alguns preconceituosos do lado de cá, o Santo André cresceu de verdade e não fica a dever a co-irmãos mais velhos e talvez mais ricos como Primeiro de Maio e Aramaçan.

Com cerca de 4 mil sócios titulares, o que significa mais de 20 mil associados se considerarmos os dependentes, o Santo André de hoje se garante como clube, com patrimônio invejável. Isso sem falar na sede náutica, com a absorção do Clube de Campo. Se assemelha a uma cidade.

Poucos se lembram, até mesmo dentro do clube -- que pena! --, mas para chegar ao status atual, com tamanha grandeza, o nosso Santo André contou com homens de verdade a comandá-lo.

Todos tiveram sua importância. Alguns mais, outros menos. Todos são impagáveis. Brandão, Wigand, Amazonas, Acyr, Celso Lara, Breno, Duílio, Passarelli, Polesi, Germano, Livólis e Celso Luiz merecem respeito porque formam o time mais importante da história do clube.Significam bem mais do que uma galeria de fotos de ex-presidentes numa das salas do Jaçatuba.

Talvez tenha me esquecido de alguém, mas sei que convivi com todos. Convivência nem sempre serena, mas jamais desrespeitosa. Muito menos parcial. Diferenças de pontos de vista, nada mais. Em alguns momentos, a coisa pegava e a relação ficava estremecida. Passarelli, Polesi, Germano e Jairo que o digam.

Alguns tinham os limites nas quatro linhas do gramado. Outros tiveram a grandeza de olhar para o futuro e ousaram sonhar além futebol, com um clube que virou realidade.Virou cidade! O prefeito? Por méritos e pelos 15 anos na presidência, seria o amigo Jairo.

Jamais foram artilheiros, mas não passaram um jogo sequer sem fazer gol em prol de uma instituição. Jamais tomaram frangos, mas dificilmente sairiam ilesos. Ninguém é perfeito. Também erraram ou abusaram do poder.Tomaram suas bolas nas costas e pagaram alto preço.

Porém, esquecê-los, jamais! Presidentes, diretores, médicos, massagistas, roupeiros,gerentes, mordomos, técnicos, jogadores, supervisores... Todos fazem parte de uma história bonita, escrita com suor e lágrimas, com sorrisos e frustrações, com conquistas e derrotas inesquecíveis.

O Santo André só é o que é porque teve a comandá-lo homens que abriram mão da própria identidade -- quem não conhece o Celsinho, do Santo André? -- para se dedicar de corpo e alma a uma paixão. A família de muitos deles ficou para segundo plano. Saúde? Esquece!

Treinos, viagens, reuniões, jogos, entrevistas... problemas sem fim. E o convívio com pais, irmãos, filhos e amigos ficou na saudade. Tudo em nome de uma causa nobre chamada Santo André.

Que os sócios do clube não se esqueçam dos verdadeiros heróis de uma conquista eterna. Que os torcedores não se lembrem apenas de criticá-los quando o time não vai bem. Como agora, na agonia de novo rebaixamento. Que não culpem Celso Luiz e Jairo Livólis. Hoje, ônus e bônus do futebol andreense cabem aos donos do Saged.

Se o torcedor ou associado parar para pensar, vai ter sensatez suficiente para concluir que os gols de Tulica, Sandro Gaúcho, Barbosa, Da Silva, Nunes e cia só foram possíveis porque a tabela deu certo. Afinal, do outro lado estavam Livólis, Celso Luiz, Breno, Passarelli, Wigand e cia.

Duas cidades deverão render reverências eternas aos ex e ao atual presidente. Uma de 20 mil habitantes, fincada no Jaçatuba, e outra de 690 mil habitantes, a grande Santo André, a quem o futebol profissional já deu muito orgulho.

Parabéns, Santo André!O clube patrimonial é maior que o futebol, que os títulos, que os artilheiros, que os empresários forasteiros, que os usurpadores de plantão. Cuidado com eles!