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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Vitória da mediocridade. Mas importante

São Caetano medíocre. Salgueiro mais medíocre. Futebol medíocre. E esse medíocre não é de razoável não! É de ruim mesmo. O retrato do jogo de ontem no Anacleto Campanella não poderia ser pior.

No entanto, a vitória do Azulão -- 3 a 1 com três gols de Ricardo Xavier -- diante de adversário candidatíssimo ao descenso para a Série C do Brasileiro não deve ser menosprezada.

É de suma importância para quem sai momentaneamente da zona de degola e fortalece em vez de fragilizar o lado emocional de quem se vê coagido a vencer de qualquer maneira.

Considerando-se a fragilidade do time pernambucano e o poder individual do São Caetano, deveríamos ter assistido a um atropelamento.

Não só não foi o que aconteceu como o Azulão esteve prestes perder. Tomou o primeiro gol e empatou, mas no início do segundo tempo Marcos Tamandaré poderia ter colocado o Salgueiro em vantagem mas desperdiçou o pênalti.

Foi aí que o São Caetano encontrou a vantagem em penalidade sofrida por Luciano Mandi e convertida por Ricardo Xavier. Como cachorro picado por cobra tem medo de linguiça, o técnico Vadão tratou de se proteger defensivamente.

Quando percebeu que o Salgueiro estava entregue, mexeu outra vez no time, foi novamente mais ofensivo e chegou ao terceiro gol. Mas ganhou sem convencer.

Defensivamente, o Azulão mostrou laterais -- Arthur e Bruno Recife -- excessivamente presos, limitados à marcação quando têm perfil e potencial para ousar mais. Minimamente, poderiam chegar vez ou outra ao fundo ou triangular com meias e atacantes.

O goleiro Leandro não compromete, mas o titular, Luiz, passa mais segurança. Os zagueiros internos, Domingos e Eli Sabiá, agora mais protegidos por dois volantes de contenção, ainda têm alguns vacilos, principalmente na cobertura. Parece faltar concentração, como no gol, quando Thiago Martinelli já estava no lugar de Domingos, contundido.

Os volantes Augusto Recife e Leo Mineiro deram conta do recado e tendem a se entender bem com o decorrer dos jogos. Leo Mineiro se impõe mais que Souza como volante.

Dos meias armadores, só Ailton me convence. Ainda prefiro um canhoto de ofício para cadenciar e acelerar, criar e finalizar com desenvoltura. Roger não ajuda a marcar e é muito individualista, além de meio mala e mascarado. Joga menos do que pensa. Quer ser Neymar. Um sonho distante.

No ataque, Luciano Mandi faz um trabalho interessante porque também fecha espaços pelas laterais e chega com qualidade quando ousa penetrar e concluir. Dependendo do adversário ou do momento do jogo, poderia ser meia, ao lado de Ailton.

Nesse caso, o bom Ricardo Xavier -- mais jogador que Nunes -- teria os rápidos Antonio Flávio ou Geovane como companhia. Pode até dar certo.

Moral da história: se quiser mesmo chegar aos 45/46 pontos ganhos e se livrar da degola, o Azulão precisa trocar a mediocridade de ontem pelo bom futebol de um passado não muito distante.

Os primeiros três pontos no início do returno podem ajudar na difícil caminhada.
Sonhar com o acesso não é impossível, mas a dura realidade mostra que é mais prudente evitar a queda. Quem diria?

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Azulão no sufoco, Ramalhão na UTI e Tigre na boa

O tempo passa e o futebol profissional do Grande ABC não muda. Para o bem e para o mal. Exceção momentânea solitária é o São Bernardo, recém-rebaixado da elite paulista.

O São Caetano tenta sair mas patina no lamaçal do Campeonato Brasileiro da Série B. O Santo André fica no prejuízo até quando não joga na Série C. O São Bernardo Futebol Clube é um rolo compressor na Copa Paulista.

Já o Esporte Clube São Bernardo perdeu em Jacareí e está eliminado da Segundona paulista. Faz companhia para Grêmio Mauense e Palestra naquela que, na prática, é a quarta divisão.

O ainda instável e nada consistente Azulão conquistou bom empate em Criciuma, mas encerra o primeiro turno da Série B como 17º colocado, na zona de rebaixamento, à frente apenas de Guarani, Salgueiro e Duque de Caxias.

Com apenas quatro vitórias, nove empates, seis derrotas, 25 gols a favor e 29 contra -- deficit de quatro -- em 19 jogos, o time dirigido por Vadão precisa vencer e convencer urgentemente.

Nada melhor do que começar atropelando o Salgueiro, amanhã no Anacleto Campanella, para sair do sufoco.

O abalado e conturbado Ramalhão consegue se dar mal até quando folga. Não sai da UTI. Com apenas 4 pontos ganhos -- uma vitória, um empate e três derrotas --, o time de Rotta é o lanterna do Grupo D.

O Caxias, que tinha apenas 5 pontos ganhos, foi a Joinville e, surpreendentemente, quebrou a invencibilidade do adversário ao enfiar 4 a 2. Alcançou oito pontos, está em terceiro e domingo recebe justamente o Santo André.

O quarto colocado é o Brasil, que, em Pelotas, perdeu de 1 a 0 da agora líder Chapecoense -- 10 pontos ganhos, contra 9 do Joinville.

Além de viajar para Caxias do Sul, no dia 11 o Ramalhão recebe a Chapecoense e no dia 18 encerra participação -- possivelmente rebaixado ou com a corda no pescoço -- em Pelotas.

Se alguém acreditar em milagre, que sonhe com a classificação como um os dois melhores do grupo. Se gosta de apostar alguma ficha em político milongueiro, não custa nutrir esperanças de que o Ramalhão ainda se salve de outro vexame.

Por seu lado, a verdadeira salvação do Grande ABC continua nas mãos do São Bernardo de Luís Carlos Martins. Arrumadinho, o Tigre voltou a vencer no final de semana -- 2 a 1 no Juventus -- é lidera do Grupo 4 da Copa com 10 pontos de folga.

São sete vitórias, um empate e apenas uma derrota. Não dá pra contestar. As possibilidades de título e vaga na Copa do Brasil são concretas. É o futebol levado a sério. Pena que alguns vizinhos que já foram campeões não aprendam.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O adeus do zagueiro do lápis azul

Foram 14 anos de um relacionamento leal. Nem sempre imune a turbulências comuns para quem tem sangue italiano, senso de justiça à flor da pele e personalidade antagônica a bajuladores e hipócritas de plantão.

Foram 14 anos de respeito, de aprendizado contínuo com quem sempre fez da exemplar independência editorial um dos pilares de um jornalismo comprometido com a região, com a informação, com a ética e com o profissionalismo.

Foram 14 anos de Diario do Grande ABC em duas etapas: de 75 a 88 e entre 97 e 98. Desde a revisão até a redação, como editor de Esportes, a convivência com o poder.

Mas não o poder do empresário predador e irresponsável. O poder de cada título, de cada palavra, de cada crítica mais ácida. Cortante, dura,porém embasada, imparcial e justa. Com o perdão da redundância, que o digam os maus políticos da época.

E também o poder daquele maldito lápis azul -- marca e corta texto -- com o qual convivi desde os tempos de revisor, em 75. Juro que no início, com apenas 22 anos de idade e formado em Educação Física, eu tremia de medo. Do lápis azul -- símbolo da censura durante a ditadura portuguesa -- e das advertências do poderoso chefão.

Por sorte, revisava o editorial, importantíssimo, naquela época, ao lado dos experientes Mário Polesi (irmão de Fausto) e Orlando Barbeito, duas pessoas às quais também serei eternamente grato.

Depois, já na redação, fui me acostumando com a presença constante daquele senhor imponente, que, vítima de parada cardíaca, nos deixou na manhã de ontem.

Fausto Polesi não foi meu mestre. Meu mestre, outro a quem serei eternamente grato, é o amigo Daniel Lima. Mas o Fausto também foi importante na minha formação e na minha postura profissional.

Tivemos, sim, alguns arranca-rabos. Por que não? Quase sempre no campo profissional. Mas sempre prevaleceram o bom senso e a lealdade, a sinceridade, o olho no olho. Mesmo quando o homem estava nervoso e com semblante alterado de raiva.

Lembro-me de que, na década de 80, cheguei a ter um Confidencial engavetado. Guardo-o até hoje, como relíquia marcada de azul. O famoso e temido lápis azul. No caso, relembrando Portugal, sinônimo de censura.

O assunto eram os Jogos Escolares de Santo André.Os homens públicos cujas atitudes --ou falta de -- foram criticadas com rigor eram amigos íntimos da cúpula da rua Catequese. A incompetência teve um manto protetor, em detrimento da ética e da moralidade esportiva.

Até hoje, não sei de quem partiu a ordem, mas entendo que a liberdade jornalística pregada e exercitada por Polesi não permitiria, individualmente, tamanha afronta profissional.

Não gostei mas entendi e, uma semana depois, escrevi o que queria, de outra forma. Não sem inventar que meu cachorro -- Rosnec, o censor -- tinha comido a coluna anterior. Pelo menos, sobrevivi com a consciência em paz, sem violentar meus princípios!

Também levei um puxão de orelhas na sala do quarto andar quando meti bronca numa atitude intempestiva de um então presidente do Esporte Clube Santo André, que, alcoolizado, invadiu o vestiário e ofendeu jogadores e comissão técnica num intervalo de jogo.

À época, meu companheiro de zaga na Seleção da Imprensa do Grande ABC e de chope após algum jogo do Corintians questionou a notícia e pediu a fonte. Sustentei a informação e não revelei a fonte,lógico, atitudes que aprendi um pouco com ele mesmo.

Minhas fontes estavam dentro do próprio vestiário. As palavras do diretor de redação foram mais ou menos estas:"Garoto, gosto desse jeitão italiano. Nós ainda vamos brigar muito. Por isso você trabalha comigo. Mas você insiste em enfiar o dedo na tomada. Cuidado! Posso cortar sua mesada". (rsrsrs)

Pra bom entendedor..."Obrigado. Fique à vontade. Não vou mudar" -- afirmei sorrindo, olhando nos seus olhos e simulando me ajoelhar de mãos postas. Mais risos.

Pedi demissão do DGABC pela primeira vez em março de 88, quando a cabeça de um excelente profissional foi cortada após pressão comercial de uma multinacional, a GM, dona de um grande time de futsal mas não da verdade.

"Como vocês podem demitir um repórter se o responsável sou eu, como editor? Será que um homem vale menos que um anúncio, Italiano? Se for assim, quero que você também me demita, agora. Por favor".

Vermelho, bravo, com a boca torta e um sorriso emblemático, o editor-chefe não titubeou: " Decisão de demitir o repórter não é exclusivamente minha. Faço parte da diretoria. E também não vou te mandar embora. Quero você aqui".

Eu sabia. Não precisava dizer mais nada. Duas semanas depois eu deixei o DGABC, demitido com todos os direitos trabalhistas, para voltar quase 10 anos depois, com indicação do próprio Fausto para o filho Alexandre, então editor-chefe em substituição ao pai, agora "apenas" diretor de redação.

Enfim... São apenas algumas recordações de quem não descarta gratidão. Foi-se um corintiano verdadeiro (Jorge Alvinegro era um dos pseudônimos do grande editorialista).

Foi-se um ex-presidente do Santo André que jamais deixou de ser torcedor de carteirinha. Foi-se mais um companheiro com muitos feitos relevantes e com tantos defeitos quanto nós. Foi-se a voz mais forte do cidadão mais fraco.

Foi-se um ex-tecelão cujo sobrenome deveria ser Trabalho. Foi-se o homem nascido aqui na Alfredo Fláquer que virou jornalista de fato e fez escola sem sonhar com honras de herói. Obrigado, zagueiro! Não se esqueça de levar o lápis azul.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Ramalhão à beira do precipício

O final de semana não foi nada bom para o futebol profissional do Grande ABC. Exceção, mais uma vez, foi o São Bernardo. São Caetano e Santo André tiveram os chamados empates-derrotas, cada um com seu devido peso real.

Líder absoluto do Grupo 4 da Copa Paulista -- 19 pontos ganhos, contra 12 de Paulista e Juventus -- o Tigre foi a Taubaté e arrancou um empate nos acréscimos.

Com seis vitórias, um empate e apenas uma derrota, o bom time de Luiz Carlos Martins dá toda pinta de que vai mesmo brigar pelo título e consequente vaga na Copa do Brasil 2012.

Já o Santo André, mesmo sem jogar bem, poderia ter deixado o Bruno Daniel com uma vitória heróica -- jogou com um a menos desde os sete minutos do primeiro tempo -- mas cedeu o empate ao líder Joinville.

Moral da história: com três derrotas, um empate e uma vitória, o Ramalhão é o lanterna do Grupo D e se perder do Caxias, dia 4 de setembro em Caxias do Sul, deixa a beira do precipício e salta de vez para o rebaixamento à Série D.

Pra completar, depois do jogo o pau quebrou à porta dos vestiários. Torcedores (?) das chamadas organizadas foram tirar satisfação com jogadores, que, provavelmente ofendidos, teriam feito gestos obscenos em direção às arquibancadas.

Onde estavam os seguranças para coibir a invasão? E se o clube perder o mando de jogo contra a Chapecoense?

Tal atitude, de ambas as partes, só complica ainda mais a situação de quem não se garante e flerta com o caos de forma rotineira nas últimas temporadas.

Somatório de incompetências costuma macular a beleza da história e punir com o vexame da insolvência. Mais uma vez, só nos resta rezar. Se bem que... já estamos acostumados.





sábado, 20 de agosto de 2011

Azulão continua na zona

O São Caetano voltou a empatar e continua na zona de rebaixamento da Série B do Campeonato Brasileiro. Agora há pouco, em Bragança Paulista, apenas 143 pagantes viram um bom jogo e a igualdade de 2 a 2 com o Vitória.

O campo pesado devido às chuvas sugeria um primeiro tempo mais truncado, mas não foi o que aconteceu. São Caetano e Vitória até que conseguiram fazer a bola rolar e tiveram bons momentos de gol.

Ricardo Xavier marcou para o Azulão em bola roubada por Bruno Recife e Neto Baiano empatou em seguida, após bela jogada de Marquinhos em cima de Domingos -- tem nome, fama de xerifão e fala muito, mas não inspira confiança.

Ao São Caetano faltaram maior compactação e consistência defensiva, principalmente na direita com Artur e no meio-campo com Souza. Por isso o time baiano trabalhou a bola com desenvoltura e chegou com certa facilidade.

Ofensivamente, o Azulão chegou apenas esporadicamente porque não teve em Ailton um bom articulador e em Antonio Flávio um segundo atacante sem tanta mobilidade. Se bem que nos 15 minutos finais a marcação do Vitória facilitou um pouco.

Na segunda etapa o jogo não mudou muito, mas o São Caetano, agora com Leo Mineiro no lugar do pouco produtivo Souza, foi superior. Mais agressivo e liberando Artur para subir, o Azulão teve mais domínio e chegou com perigo duas vezes com Ricardo Xavier.

No entanto, deu espaço para o Vitória contra-atacar e tomou o segundo gol aos 29 minutos, em jogada de Lúcio Flávio pela direita e conclusão de Marquinhos às costas da zaga.

Gol tomado, o técnico Vadão trocou o volante Ricardo Conceição pelo meia-atacante Geovane, além de Antonio Flávio por Magnun. Em vantagem, o Vitória manteve a postura sem exageros defensivos e se limitou a contragolpear, se aproveitando de espaços generosos.

Quando o placar parecia definido, o volante Zé Luiz foi expulso e o São Caetano, com um a mais, saiu decididamente pro tudo ou nada.

Deu certo: aos 47 minutos, em chute cruzado de Artur, Luciano Mandi desviou de cabeça e estabeleceu uma igualdade justa mas que não tira o Azulão da incômoda zona de rebaixamento.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Só o Tigre se salva!

De caçula empolgado a gatinho rebaixado na elite paulista, o São Bernardo é a exceção momentânea do futebol profissional do Grande ABC.

Líder disparado da Copa Paulista, que já classificou o Santo André para conquistar a Copa do Brasil em 2004, o Tigre nada de braçadas.

Neste domingo de manhã a equipe de Luiz Carlos Martins vai ao Vale do Paraíba enfrentar o Taubaté em busca da sétima vitória consecutiva.

Enquanto isso, o São Caetano não sai do lugar. O Azulão não canta nem quando desencanta. Dá impressão de cantar/piar afinando de medo de outro macho disposto a marcar território. Parece voar sempre com uma asa quebrada.

Por falta de planejamento e/ou responsabilidade, Prefeitura e clube comeram bola na manutenção do gramado do Anacleto Campanella.

Vítima dos milionários shows de aniversário do município bancados pelo cidadão comum por meio de impostos, o gramado foi pra cucuia. Sufocada, a semente de inverno não germinou a contento e exigiu replantio.

É a mesma que deu trabalho também no Bruno Daniel, onde foi plantada tardiamente.Por isso o Azulão joga contra o Vitória amanhã em Bragança Paulista, pela Série B do Brasileiro. O que, cá entre nós, não deve fazer muita diferença.

Afinal, o time não está bem nem dentro nem fora de casa. Por isso está na zona de degola e ameaçado de encontrar o rival na Série C de 2012. E o quesito torcida jamais fez a diferença em se tratando de São Caetano.

Já o capenga Santo André, outro que também não tem (mais) a torcida dos velhos tempos, recebe o Joinville domingo à tarde no Brunão.

Pelo que vi outro dia, ninguém vai poder reclamar do gramado, bem mais compactado e bom pra quem sabe jogar.

Talvez aí esteja o problema. O Ramalhão não tem um bom time, e pega exatamente o líder do grupo. Se não se desdobrar em aplicação e transpiração, vai sofrer para escapar de outro resultado negativo.

E se não vencer a coisa vai ficar preta, pretíssima. Meu amigo Oldegar, mais conhecido como Agepê, deve estar se descabelando ao imaginar novo rebaixamento. Caxias é o lanterna mas no returno pega o Ramalhão em casa. Portanto...

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Jogos Escolares, sinônimo de talento

Em tempos de vacas magras, nada melhor do que minimamente se exercitar a inteligência.

Para muitos dirigentes do esporte regional, a tarefa de trabalhar sem orçamento público satisfatório é hercúlea. Coisa de outro mundo!

Por incompetência ou pressa de se colherem os louros das conquistas em no mínimo quatro anos, muitos fazem questão de não valorizar categorias de base e eventos não profissionais. Olhares focam exclusivamente no resultado do alto rendimento.

Exemplos são os Jogos Escolares. Independentemente de onde aconteçam, as competições estudantis representam uma das melhores opções para a formação de equipes competitivas.

No momento é disputada a 42ª (?) edição dos Jogos Escolares de Santo André. É imprescindível que o evento tenha investimento adequado e dedicação plena do Poder Público e das instituições envolvidas.

Tão imprescindível quanto a presença de técnicos e auxiliares técnicos de todas as modalidades e categorias em busca de talentos que ainda brotam nas escolas.

No caso de Santo André, Laís, Arilza, Madeira, Celsinho, Piazza, Marcão, Speiller, Gil, Audrey, Lee, Luzia, Fátima, Fernando, Laranjeira e cia -- da elite ou não -- devem dar as caras e abrir os olhos em quadras, pistas, piscinas e dojôs da vida.

É bom que se diga que Laís e Arilza sempre fizeram isso. Por isso, vira e mexe o basquete feminino tem alguma revelação. São frutos de um bom e penoso trabalho.

Sem nenhum constrangimento, os tops do esporte devem contatar alunos e professores. De escolas particulares e estaduais, além de representantes do Departamento de Esportes com o mínimo de comprometimento profissional.

Com olheiros-garimpeiros, fica muito menos difícil encontrar pedras preciosas e lapidá-las, em todos os sentidos, para no futuro representarem a cidade em competições de alto nível.

Isso vale para todos os municípios do Grande ABC que se dignarem a respeitar e valorizar o esporte como alavanca de inserção social. No mínimo!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Enfim, Azulão desencanta

Após jejum de mais de um mês, enfim, o São Caetano desencantou. Voltou a vencer e saiu da vexatória zona de rebaixamento da Série B do Campeonato Brasileiro.

Vexatória principalmente por se tratar de clube novo, mas que já foi campeão paulista, vice da Libertadores e por duas vezes disputou a finalíssima da elite nacional.

Sobrou para o bom Goiás, um time em ascensão e que com 1 a 0 entrava no G-4 do bem, o do acesso, e mantinha o Azulão no G-4 do mal, o do descenso.

Já pensou o São Caetano a fazer companhia para o Santo André na Série C? Se é que o Ramalhão não vai cair para a D!

Mesmo sem cantar nem encantar, o Azulão reuniu forças e méritos para virar e ganhar de 2 a 1 num jogo dos mais interessantes, com bons momentos técnicos e nuances táticas com cheiro de Série A.

Desta vez o time de Vadão foi mais consistente e bem mais inteligente. Também demonstrou aplicação louvável em busca do resultado.

Agora, é esperar pelo complemento da rodada e torcer contra os vizinhos dos degraus inferiores para não voltar à zona de degola.

RAMALHÃO NO FIO DA NAVALHA

Com três derrotas e apenas uma vitória, o Santo André é o quarto colocado da Série C. O Caxias está em último, mas tem um jogo a menos.

Próximo jogo, dia 21 no Bruno Daniel, contra o bom Joinville, pode apresentar o Ramalhão na lanterna. Portanto, será o fiel da balança para quem precisa vencer para não ratificar a previsão de sério candidato a nova queda.

E é aí que a roda pega! O time não é bom e está no fio na navalha. O componente emocional vai ser determinante. Sob pressão interna e externa, o grupo de Rotta vai pular miudinho.

Como a tendência é decidir o direito (?) de não cair com o Caxias, não pode se esquecer de que faz o jogo do returno no Sul, na casa do adversário direto. Pra quem esbarra nas próprias limitações, até a torcida pode fazer a diferença.

GOL DE PAULINHO SERRA

Entrevista do vereador Paulinho Serra ao amigo Daniel Lima -- CapitalSocial -- tem tudo a ver com uma família com cheiro de gol.

Pra quem não sabe, os Paulinhos, pai e filho, sempre foram artilheiros de ofício. Por isso a intimidade com o gol.

Respostas de PS soam como um grito de gol. Salvo raras exceções verborrágicas, na maioria, são posições maduras, consistentes, diretas, cortantes e transparentes. Tudo coisa rara em 99% dos políticos.

Tomara que as palavras de Paulinho sejam verdadeiras! E se for mesmo candidato à Prefeitura de Santo André, que não se esqueça de que acaba de fazer um discurso de peso, de comprometimento.

GOL CONTRA DE ISRAEL ZEKCER

Tenho enorme apreço e gratidão à diretora da Fefisa, Dinah Zekcer. Por isso, antecipo o meu pedido de desculpas à vice-prefeita.

Porém, não posso deixar de me surpreender (?) negativamente com a atitude do nobre vereador Israel Zekcer.

Sessão solene para homenagear o jornalista Milton Neves com o título de cidadão benemérito é uma afronta ao verdadeiro cidadão andreense. É se comparar a um monte de cidades provincianas por esse Brasil a fora. É dar uma demonstração clara de puxa-saquismo inconsequente.

Com todo respeito, caro dr. Israel, que importância real tem ator-animador de auditório para a cidade como um todo? O quê de relevância o moço fez pela cidade? Ao menos apoia alguma instituição assistencial, como bem faz em outras paragens?

Com certeza, Santo André, dentro e fora do segmento esportivo, tem cidadãos -- hoje esquecidos -- que reúnem mais méritos. Endeusado ou demonizado, admirado ou criticado profissionalmente, o radialista não recusaria.

Afinal, para muitas pessoas, Milton Neves reúne lá seus méritos e não tem culpa de ter nome, poder e visibilidade. Tudo isso interessa aos políticos. E eu que sempre pensei que a Câmara tivesse atribuições mais nobres, mas cidadãs...

Gol contra, sem sombra de dúvidas! E se o Paulinho Serra endossou a indicação estapafúrdia, também participou do gol contra.


sábado, 6 de agosto de 2011

Gramado bem mais decente

Estive quinta-feira de manhã no Estádio Bruno José Daniel. Depois, fui ao Colégio São José buscar o neto, Victor.

De longe, ali do gol de entrada, pude perceber que os restos da demolição da marquize ainda são recolhidos e triturados. Vai longe! Tomara que fique bom!

De perto, ligeiro passeio pelo gramado foi suficiente para perceber que já não falamos de um pasto. Tampouco, brejo. Dá pra jogar.

Grama já está mais compactada, embora ainda exista bastante areia e as proximidades dos gols necessitem de mais tempo para ficar no ponto, sem buracos e depressões.

O importante é que para dia 21, contra o mesmo Joinville de amanhã, o gramado já estará bem melhor, mais decente, sem fazer ninguém passar a vergonha da estréia diante do Brasil.

TICO BEM MELHOR

Baleado no início da semana em suposta tentativa de assalto no Parque Novo Oratório, meu amigo Tico já deixou a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Assunção.

Felizmente, os deuses de todos os tatames do mundo estavam de plantão. Tico está fora de perigo, mas ainda necessita de cuidados médicos, carinho e sossego.

Tomara que o quanto antes nosso eterno campeão, ícone do judô nacional da década de 70, reúna forças para cuidar dos seus alunos e reencontrar seus amigos de verdade.

SAÚDE BEM MELHOR?

Se depender da promessa de campanha e do anúncio feito pelo prefeito Ainda Ravin, a saúde de Santo André deve dar um salto de qualidade nos próximos anos.

Serão construídas seis Unidades de Pronto Atendimento e cinco Unidades de Saúde da Família, além de reformas importantes como a do posto de Paranapiacaba e da valorização de agentes de saúde.

Bola dentro do prefeitão. Investir em saúde, educação e segurança, entre outros, é prioridade. Aidan garante investimento de R$ 30 milhões em benefício do cidadão andreense. É ver pra crer!

METODISTA NA UTI?

Não consigo entender com clareza o que acontece na Metodista. Dívida de R$ 183 milhões com o INSS está mal explicada. Além de não ser novidade porque está sendo discutida há quase uma década.

Estranho é o DGABC, mesmo sem consistência, transformar o assunto em manchete principal e apenas depois de 15 dias dar um pirulito -- matéria de uma coluna -- bem às escondidas.

Leilão de imóveis para saldar parte das possíveis dívidas está marcado para terça-feira. Garantem que tudo é jogo de cena e que não vai acontecer nada.

Também há quem garanta que o fato não vai afetar em nada o bom investimento que a entidade de São Bernardo canaliza para o esporte, especialmente o handebol campeão.

Que justiça seja feita! Se a Metodista for devedora e estiver mesmo na UTI, que pague. Se não for, que seja respeitada. E que não abandone o esporte.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Tico, mais uma vítima da violência

O corpo sempre foi avantajado. Hoje, com o peso de 56 anos de idade, mais ainda. Fortão, um guarda-roupa. Inteligente, conciliador, justo. Fala mansa e muita atenção antes de se manifestar. Violência zero.

Segunda-feira à tarde. Diante da EMEIF Professor Darcy Chagas, Rua Tanganica, Parque Novo Oratório, Santo André. Violência mil.

Fox preto, Peugeot verde, suposta tentativa de assalto, hipotética reação ou fuga. Atiradores disparam. Um professor de Educação Física é atingido quando chega ao trabalho. Segurança zero!

Tiros na região das costelas. Pulmão perfurado, bala alojada, cirurgia salvadora, UTI do Hospital e Maternidade Assunção, em São Bernardo, até onde Carlos Eduardo Santos Motta ainda foi dirigindo o Fox. Coragem, loucura ou pura necessidade? Por que tão longe?

Ex-atleta da Pirelli imbatível, campeão pan e sul-americano, ícone do judô nacional na década de 70, Tico também ganhou a Copa Latina e foi à Olimpíada de Montreal (Canadá), em 76, além de disputar vários mundiais.

Títulos estaduais e nacionais, então, nem se fala. No tatame, quantos koshiguruma, uchi-mata, o-uchi-gari, tomae-nague, kata-gatame. Na pontuação, sobravam ippons, wazaris, yukos, kokas...

Conquistas,golpes, pontos, medalhas... Hoje, talvez nada disso tenha tanta importância para o nosso campeão.

A essência está na vida de mais uma vítima de uma violência que campeia sem fronteiras. E os nossos nobres governantes insistem no exercício de roubar descaradamente ou desperdiçar...

A beleza do mundo de Tico está na arte de formar cidadãos e fazer amigos. Isso sim ninguém rouba e não tem preço. Uma palavra de apoio, um abraço verdadeiro, um beijo de irmão, uma cumplicidade de amigo.

Assim é o Tico. Ele não precisa ser perfeito. Seu estado é estável, mas o eterno campeão ainda corre riscos. Por isso ainda estava na UTI hoje à noite.

Orações não lhe faltam. Amigos não lhe faltam. Carinhos não lhe faltam. Porque grandeza não lhe falta!!! Tico é merecedor.

Que todos os deuses dos tatames o protejam! Que em breve os dojôs da vida o recebam de braços abertos, com olhar carinhoso e sorriso permanente.

Que a generosidade de Carlos Eduardo se some à firmeza de Tico, nosso eterno campeão, na luta mais difícil de uma linda história dedicada ao próximo e ao esporte. Força, AMIGO! Ippon neles!

Decreto revogado? Por que?

Há cerca de um mês, sob o título "Parques:responsabilidade de todos", comentei o Decreto 16.170, de 20 de maio de 2011.

Texto sobre ato aprovado pelo prefeito Aidan Ravin tecia considerações gerais e alertava para a importância de se estabelecerem e se cumprirem regras claras para a utilização dos parques de Santo André.

Comentário cobrava a participação da administração municipal e da população em geral. Afinal, todos nós temos responsabilidades no zelo pelo bem público.

Também abria os olhos para falhas do decreto e não garantia sucesso na empreitada. Mas clamava por um voto de confiança dos usuários.

Pois bem! Na semana passada, ao ver cachorros, ambulantes e pescadores à vontade no Parque Central, questionei os agentes públicos em serviço sobre o tal decreto.

Um respondeu que o decreto foi revogado devido às reclamações dos usuários e à impossibilidade de fiscalização. Outro disse que não tinha certeza da revogação, mas achava que sim.

Nota-se, portanto, que foi mais uma lambança da administração. Mais uma precipitação. Ali, ninguém comunica, ninguém orienta, ninguém fiscaliza como deveria.

Que desculpa será que a Prefeitura vai dar? Tentou acertar, mas falhou. Errou antes ou errou agora? O que será que a SOSP -- Secretaria de Obras e Serviços Públicos -- tem a dizer? Se é que tem!

O que vai justificar por meio do senhor Alberto Casalinho, o mesmo que não parece muito disposto a ver esclarecido o assalto ocorrido no estacionamento da secretaria. Será que alguém tem culpa no Cartório?

Vão jogar a respnsabilidade exclusivamente no DPAV -- Departamento de Parques e Áreas Verdes --diretoria da SOSP, ou em outro setor da Municipalidade? A Guarda Civil Municipal? Quem sabe?

Prefeitão precisa tomar mais cuidado com o que endossa e assina. Se não tem condições de fiscalizar e fazer cumprir, não adianta assinar decreto nenhum.

O que parecia um alento, soa como mais uma trapalhada de quem capricha em executar tudo pela metade. Literalmente, nas coxas, sem consistência e sem medir consequências além da ponta do nariz. Que pena!