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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O voo curto de um pássaro ferido

Não há dúvidas de que no momento o Azulão nada mais é do que um pássaro ferido, à procura de um ninho seguro. Também não ficam dúvidas de que a vitória sobre o lanterna Duque de Caxias foi merecida e importante.

Porém, o futebol apresentado pelo São Caetano em Volta Redonda ainda está longe do que se exige para quem precisa encontrar o prumo para fugir da a clara ameaça de rebaixamento.

Os erros do São Caetano começam pela escalação. Opções do técnico Márcio Araújo devem ser respeitadas. Tanto quanto podem ser contestadas.

Embora ocupando a mesma zona de degola na classificação, o Azulão tem mais time e elenco do que o Duque de Caxias. E precisava vencer. Ousar com cuidado é bem diferente de se acovardar. Daí a não concordância com a escalação no 4-3-1-2.

Quatro zagueiros, com a excessiva retenção dos laterais, tudo bem! Mas escalar três volantes com alguma mobilidade mas sem capacidade de criação e sem poder de finalização eficaz é dar sopa pro azar. Muita transpiração e pouca inspiração.

Por que não colocar só dois volantes e escalar dois meias com mais sentido de penetração, armação e conclusão? Kléber não é um articulador de primeira grandeza e ainda ficou sozinho.

O elo entre meio-campo e ataque não armou e nem se aproximou com a constância exigida por quem joga mais perto do gol. Daí que a bola não chegou em Ricardo Xavier e Antonio Flávio.

Acho, até, que Márcio Araújo fez besteira ao tirar um centroavante não municiado em vez de trocar um volante por um armador de chegada como Ailton. Eu faria essa alteração aos três minutos do primeiro tempo.Isso mesmo!

Só que o treinador credenciado à execração deu sorte porque Nunes entrou e empatou no início do segundo tempo. E o jogo mudou. Depois de ficar assustado com o gol do Duque no segundo minuto de jogo e só se recuperar depois dos 30, o Azulão voltou melhor na segunda etapa. Efeito do gol, lógico!

Com mais vontade e mais velocidade, o Azulão não abdicou da marcação mas ao menos liberou laterais para subir constante e alternadamente. Assim como soltou ainda mais um dos volantes -- Souza ou Ricardo Conceição, já que Augusto Recife mais parecia quinto zagueiro.

Melhor postado e com Kléber a se movimentar com certa desenvoltura, sem isolar os atacantes, o São Caetano transformou a posse de bola em domínio efetivo, enquanto que o Duque de Caxias afrouxou a marcação.

Daí a tomar mais dois gols foi um pulo. Mesmo com Márcio Araújo errando de novo ao trocar Souza pelo zagueiro Revson. Excesso de zelo e com o jogador errado.

É bom não se empolgar com o resultado positivo. Sábado, em casa, contra a líder e embalada Portuguesa, o Azulão não pode se dar ao luxo de escalar errado e mexer errado. Se não vacilar, tem condições de ganhar e sair do sufoco. Mas vai ser pedreira.

Voo de ontem ainda foi curto, rasante. De filhotinho! Quem sabe o voo mais longo de uma vitória contra o líder não represente um decolar definitivo?

sábado, 24 de setembro de 2011

Pássaro ferido

Cara, te juro que não tenho mais saco para escrever sobre a triste e perigosíssima regularidade do São Caetano. Em contraposição, sinto necessidade de expor o que penso, o que vejo.

E, infelizmente, o que vejo, hoje, é um presente que não consegue prospectar um futuro feliz para o Azulão. Repito: não sinto firmeza!

Entra rodada, sai rodada, o Azulão não sai do lugar. Só derrapa e não alça voo. Mais parece um pássaro preguiçoso. Não voa, não briga, não canta e não gala nem a mais tentadora das fêmeas.

Sinceramente, fico preocupadíssimo com o time do conterrâneo e gente finíssima Márcio Araújo. Já se foram dois terços do campeonato e o Azulão continua lá, na zona de degola.

Hoje, mais uma vez, decepcionou. Sem pegada consistente -- garra, mesmo -- e sem criatividade, voltou a empatar em casa.

Mesmo com a pseudo-segurança defensiva de um 3-5-2 com variação para 4-3-1-2, perdeu a concentração, teve falhas individuais em momentos cruciais e, mais uma vez, cedeu a igualdade nos minutos finais.

Isso já não é síndrome de fim de jogo. Tem mais cheiro de incompetência emocional e técnica em prol do coletivo. Não é possível!

Agora são cinco jogos de jejum exatamente na hora de a onça beber água. Ah, mas o time é bom e tem bons valores individuais. E daí? Time bom é aquele que joga, vence e não vive no sufoco. Individualidades não são sinônimo de coletivo vencedor.

Pior é que nem sei se Márcio Araújo -- bom moço que precisa ser muito mais exigente do que conciliador -- tem tempo para montar e colocar em prática um esquema capaz de salvar o São Caetano.

Márcio é competente, mas isso não basta. É imprescindível que, além de jogar com consciência e organização, o time coloque a bunda no chão, não seja tão frouxo e tenha sangue nos olhos.

O Azulão é um pássaro ferido. Se não brigar para escapar da arapuca e pontuar de forma significativa nas próximas três rodadas, pode encomendar uma gaiola dourada para encarar a escuridão da Série C.

É triste, mas sinto cheiro de clássico regional com o Santo André, que acertou a renovação com o técnico Rotta. É o fim da linha. Para ambos.

Enquanto isso, pelos lados de São Bernardo, o Tigre vem de quatro derrotas, um empate e apenas uma vitória na reta final da Copa Paulista.

É líder e está classificado à próxima fase, mas ultimamente anda miando como gatinho a pedir leitinho. Que tigre é esse?

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Enfim, um não à indecência

Finalmente, uma das sete Câmaras Municipais do Grande ABC resolveu agir com um mínimo de decência. Falo como leigo em política, minha praia é esporte, mas com satisfação momentânea.

Ao contrário das outras seis casas legislativas, Santo André não acatou a Emenda Constitucional 58/09. Votou pela manutenção de 21 em vez de ampliar para 27 o número de vereadores para a próxima legislatura.

Dezessete "nobres edis" disseram não à alteração com base na proporcionalidade calculada pelo número de habitantes -- 670 mil.

Apenas dois -- o presidente José de Araújo (PMDB) e o médico Marcelo Chehade (PSDB) -- voltaram pela indecência. Que os eleitores não se esqueçam!

O PSB, representado por Almir Cicote e José Ricardo, se omitiu. Ficou em cima do muro. Atitude tão pequena quanto a indecência.

Felizmente, ao menos desta vez, prevaleceu o bom senso do apelo popular. Lógico, dos 17 contrários, muitos não o fizeram por convicção. Apenas satisfizeram o voz do povo. Fizeram média pensando nas próximas eleições.

Afinal, pra que dividir o bolo com outros, né? Quer saber, 21 já é uma extravagância. Se é que deveria existir algum.

Trabalhar com eficiência e competência poucos querem. O objetivo é olhar para o próprio umbigo e privilegiar família, amiguinhos, assessores e cabos eleitorais. Nada mais.

Lamentavelmente, as outras Câmaras da região aderiram ao trem da alegria e vão continuar a fazer festa com o dinheiro do povo. Sempre sobra pro rabo de alguém.

Lamentavelmente, somos passivos. Trouxas, até! Somos cordeirinhos demais. Ou não seria o caso de a população, o cidadão comum, contestar com vigor e fazer valer sua voz, sua força?

domingo, 18 de setembro de 2011

Ramalhão escapa, Azulão derrapa, Tigre reage

O São Bernardo Futebol Clube voltou a ser a exceção do futebol profissional do Grande ABC no final de semana. O Santo André escorregou mas não caiu; São Caetano derrapou de novo e não saiu da boate da luz vermelha, mais conhecida como zona da degola.

Pela Copa Paulista -- a mesma Copa Estado de São Paulo conquistada pelo Santo André e que serviu de degrau para o título da Copa do Brasil em 2004 --, o Tigre finalmente reagiu depois de três derrotas seguidas.

Começou perdendo em pleno Primeiro de Maio, mas virou pra cima do São José e ganhou de 2 a 1. Com isso, mantém a liderança do Grupo D com quatro pontos de vantagem sobre o Taboão da Serra.

Já o instável São Caetano esteve bem perto de se reencontrar com a vitória na estréia do meu amigo e também rio-pardense Márcio Araújo. Porém, cedeu o empate no final e continua na incômoda quadra de rebaixamento da Série B.

Situação fica cada vez mais complicada e o novo treinador vai ter trabalho para livrar do Azulão de um alçapão nada agradável. Produtividade tem de crescer muito se quiser somar pelo menos 46 pontos e se livrar do vexame nacional.

Por falar em vexame, o Santo André só escapou de mais um rebaixamento em pleno aniversário de 44 anos porque o STJD puniu o Brasil de Pelotas com a perda de seis pontos.

Se dependesse do futebol medíocre, estaria na Série D, já que, agora há pouco, em Pelotas, apenas empatou de 1 a 1 com o Brasil. Resultado o deixaria na lanterna da chave e o rebaixaria para a Série D.

Resta saber o que será do Ramalhão nos próximos meses. Sem competição, praticamente sem apoio da torcida e com má administração da gestão empresarial, o Santo André vai viver momentos complicadíssimos.

Se a propalada dívida superior a R$ 10 milhões for mesmo verdadeira, a bomba pode deixar as mãos pouco hábeis do Saged e cair perigosamente no colo do clube sócio-esportivo comandado por Celso Luís de Almeida. Belo presente, hein, Celsinho?

domingo, 11 de setembro de 2011

Ramalhão volta para a UTI

A performance do futebol profissional do Grande ABC no final de semana foi simplesmente desastrosa. Só lambança!

Como se não bastassem as derrotas do ameaçado São Caetano para o Bragantino (Série B) e do ainda líder São Bernardo para o Taboão da Serra (Copa Paulista), hoje foi a vez do Santo André.

Em pleno Bruno Daniel, o Ramalhão jogou melhor mas perdeu de 2 a 0 da desfalcada Chapecoense e volta para UTI, onde, de novo, corre sério risco de morrer nos cafundós da Série D nacional.

Joinville (15 pontos ganhos) e Chapecoense (13) já estão classificados para a próxima fase. Caxias (8 pontos ganhos, duas vitórias e deficit de dois gols), Brasil (7 PG, 2V e deficit de quatro gols) e Santo André (7 PG, 2V e deficit de cinco gols) ainda lutam no Grupo D para evitar a queda.

Na última rodada da primeira fase, domingo, a Chapecoense recebe o Caxias e o Brasil pega o Santo André em Pelotas. Jogo de Chapecó só tem importância para o Caxias. Aí reside o perigo maior.

Para não depender do resultado do Caxias, o Ramalhão precisa vencer. Se perder, cai. Se empatar, soma oito pontos, mas perde do Brasil no saldo de gols e fica na dependência de derrota do Caxias por mais de três gols de diferença.

Situação é dificílima, mas ganhar em Pelotas não é impossível. O Brasil tem sido tão irregular quanto o Santo André. Como ainda está vivo, ao time de Rotta só resta lutar com nunca se não quiser perpetrar o vexame de quase sempre.

sábado, 10 de setembro de 2011

Azulão perde mais uma

O São Caetano perdeu do Bragantino -- 2 a 0 -- em pleno Anacleto Campanella e continua como sério candidato ao rebaixamento para a Série C do Brasileiro.

O Azulão entrou com formação teoricamente mais cautelosa, num 4-3-1-2 com variação para 4-3-2-1, dependendo o posicionamento de Luciano Mandi.Já o Bragantino veio com o seu já tradicional 3-5-2, procurando congestionar o meio-campo.

No entanto, ao contrário do que a escalação de três volantes possa sugerir, o Azulão não abdicou do ataque no primeiro tempo. De forma moderada, liberou laterais para subirem ao ataque e teve aproximação constante e chegadas perigosas dos meio-campistas para concluir.

Geovane não ficou tão isolado. Mas faltou principalmente finalizar com precisão. Oportunidades foram criadas e desperdiçadas na mesma proporção.

Também ao contrário do que a escalação de tantos volantes possa sugerir, o time do técnico Vadão não foi nenhuma fortaleza defensiva. Tanto que em pelo menos três ocasiões foi pego de calça curta. Deu espaços e por pouco não levou o gol no contra-ataque.

O segundo tempo nem bem havia começado quando Romarinho aproveitou contraataque pela esquerda, falha de marcação e cobertura, e bateu no canto esquerdo baixo do estreante Fábio.

O São Caetano sentiu o gol e permitiu que o agora mais aceso time do técnico Marcelo Veiga -- ex-lateral do Santo André e do Santos -- crescesse, dominasse e voltasse a ameaçar com real perigo aos 5 e aos 8 minutos.

Aos 11 minutos Vadão trocou um volante e um meia -- Augusto Recife e Ailton -- por dois meias -- Kléber e Renatinho -- ofensivos e teoricamente com mais velocidade e poder de finalização.

Bem arrumado taticamente e com recuo estratégico, o Bragantino manteve o bloqueio defensivo e a saída rápida para o ataque. Aos 16 minutos o Bragantino trocou o meia Leo Jaime pelo artilheiro Otacílio Neto.

As modificações do Azulão não deram resultado. Visivelmente abalado, o time não teve sentido de penetração, não melhorou a pontaria e se limitou a ameaçar o gol de Gilvan em apenas duas oportunidades, mesmo assim, sem tanta contundência.

Aos 31 minutos Vadão trocou outro volante -- Leo Mineiro -- por mais um atacante (Magnum). Mesmo assim, o time não melhorou, continuou apático e desligado, e o empate não saiu. Pior: aos 40, Otacílio cruzou da esquerda, Fábio soltou e Lincoln fez 2 a 0.



RAMALHÃO JOGA O DESTINO

O Santo André joga praticamente seu destino na Série C do Brasileiro amanhã à tarde no Bruno Daniel.

Recebe a Chapecoense e precisa vencer para não voltar a ficar em situação delicada, com sério risco de rebaixamento.

Time do amigo Rotta vem de belo resultado em Caxias do Sul e o fator emocional pode ser extremamente positivo para conquistar nova vitória.

É bom lembrar que o jogo está mantido para a 16h, o que, pela falta de iluminação artificial, pode provocar problemas de visibilidade se o tempo estiver fechado.

TIGRE QUER SER GATINHO?

Difícil acreditar, mas parece que o São Bernardo está louco para dar sopa pro azar na Copa Paulista. Será que o Tigre está querendo virar gatinho na hora errada?

Justo no momento de garantir classificação, o time de Luís Carlos Martins volta a perder, desta vez para o Taboão da Serra. O que será que acontece pelos lados da Capital do Automóvel?

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Ramalhão respira, Azulão empaca, Tigre derrapa

Na coluna/texto da semana passada o São Caetano aparecia no sufoco na Série B do Campeonato Brasileiro. Já o Santo André estava na UTI, no fio da navalha para ser rebaixado na Série C. Enquanto isso, o estável São Bernardo passeava. Estava na boa na Copa Paulista.

Hoje a situação já é um pouco diferente. O Ramalhão ganhou surpreendentemente em Caxias do Sul e, embora ainda lanterna do Grupo D, respira sem ajuda de aparelhos e passa a ter possibilidades reais de superar Caxias e/ou Brasil.

Chapecoense, em casa, e Brasil, em Pelotas, são os próximos adversários na luta para se livrar da degola. Time de Rotta ganhou moral e isso é fundamental, alémde alentador.

Por outro lado, o Azulão -- ah, o Azulão! -- não toma jeito. Empacou! Estava no sufoco da zona de rebaixamento e lá continua. Levou uma sonora estilingada em Varginha quando queria pelo menos o empate diante do Boa Esporte.

Pior: levou de quatro jogando de quatro. Agora recebe o Bragantino, osso duro de roer. Dizem que Vadão pode cair. Ainda não acredito. Pelo nos próximos três jogos.

O Tigre, ainda líder do Grupo 4 da Copa Paulista, derrapou e perdeu do Paulista de Jundiaí. Não mostrou o brilho nem a organização tática de outros jogos. Tem gordura pra queimar, mas não pode entrar na descendente no momento de garantir a vaga.