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terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Por um cálice de atenção...

Ainda é Natal! Me desculpem, por favor, e tentem compreender o desabafo. Minha sensibilidade está à flor da pele. Do nada, brota uma lágrima, outra e mais outra. O velho sorriso já é escasso.

Depressão? Não! Melancolia? Saudade dos pais que se foram? Do filho que não apareceu? Dos irmãos distantes? Sei lá! Só sei que machuca! Corta como navalha!

O importante, a boia salvadora, é que, no silêncio da cidade grande e sob o testemunho da lua cheia,  recebo o carinho incomparável, porque sincero, da filha, Maira, e dos netos, Victor e Júlia. Paixões doentias, vulcânicas. Simplesmente, a-va-ssa-la-do-ras.

Porém, não sei por que, e não só hoje, repito, virei um chorão contumaz. Por muito ou por pouco. Pra ser justo, às vezes, até de alegria. Como na maior conquista do time de coração.  Então, talvez seja apenas carência de pai, esperança descabida.

São novos tempos, mais acelerados, sem tempo a perder. É preciso compreender e tocar a vida. Mas fica, sinceramente, uma pitada de amargura, de decepção, ao dar de cara com as agruras da vida e perceber que o tempo, infelizmente, passou.

Sei que erros e acertos fazem parte. Sei que também sou culpado, responsável. Os filhos cresceram. Alguns professores da vida, aos quais eu jamais deixaria de agradecer,  já partiram. Mesmo sem serem perfeitos, deixaram lições de vida eternas.  Daquelas que resistem a tsunamis, tornados, furacões e até desprezo.

Certos momentos passam a ser cortantes. Como o médico irresponsável  -- que novidade, né? -- que falta ao plantão da noite natalina quando poderia salvar a menina, mais uma vítima de bala perdida.

Como o prefeito da cidade vítima das enchentes que tem a cara-de-pau de desviar verba governamentais e doações para contas particulares. Abandona cidadãos desabrigados em benefício do próprio umbigo.

Quando não é isso, os caras, esses políticos inescrupulosos, são capazes de cortar a merenda escolar de pequeninos famintos. Uma farsa, mais uma fraude. Afinal, pra quê comer? É mais vantajoso fazer obras e ganhar  por fora, de construtoras e empreiteiras.

O que dizer, então, de prefeitos, vereadores, deputados, senadores e presidente -- inclusive aquele que não sabe de nada -- que brincam com saúde da população e transformam hospitais em verdadeiros matadouros?

Também me dói no peito ver aquelas crianças, no lixão, dividindo  espaço com  adultos e até urubus e ratos gigantes e fedorentos, à cata de uma sobrinha qualquer que pode significar a salvação. Pra não morrer de fome! É triste, chocante!

Ou os idosos, amontoados em asilos mal-cuidados ou mesmo isolados em casa, sem a companhia de filhos que,  se normais e com um dedinho de gratidão --  poderiam lhes proporcionar um momento de carinho, de atenção. Só serve se tiver dinheiro ou a merreca do INSS.

O que dizer, então, daqueles moradores de rua por absoluta falta de um lar, de um aconchego, de alguém que lhes estenda a mão? Um simples gesto de amor, de compreensão. Afinal, eles precisam voltar a sonhar.

Tanto quanto o dependente químico, que, por opção própria ou imposição da vida -- quase sempre arapucas do destino -- está abandonado. Sua companhia é o cachimbo que  empolga, engana, dilacera e mata. O viciado e a família.

Crianças -- a brutalidade do atirador que assassinou tanta gente nos EUA foi uma monstruosidade --, idosos, dependentes e tantas outras vítimas da sociedade merecem momentos de felicidade. Talvez uma oportunidade de dar a volta por cima.

Quem sabe com um toque mágico, no rosto. Um carinho no cabelos. Um olhar respeitoso. Um pequenino gesto de solidariedade, de amor ao próximo. Talvez um obrigado, sussurrado, bem baixinho, ao pé do ouvido.

Enfim, coisas que se falam ou se fazem com a cumplicidade do coração. Mesmo que seja um pedido de perdão. Um simples piscar de atenção verdadeira, sem interesses.

Obrigado minha filha. Obrigado moleque. Cuidado pra não cair da bike nova.  Obrigado princesa. Não se esqueça de abraçar o ursão.

Obrigado por um cálice de carinho com a força do mar. Um cálice de atenção com a doçura do mel. Um cálice de amor com a intensidade do sol. Com a sinceridade e a inocência de crianças capazes de dizer: vô, te amo.

Amor! Uma palavra mágica. Gratidão! Uma atitude de grandeza. Doação! Um gesto de humildade tão simples quanto belo. Tão raro e difícil para alguns quanto arrebatador! Mais uma vez, obrigado por vocês existirem. Vô Raddi também ama vocês.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Marta: cesta de três ou bandeja desastrosa?

Instado por um amigo corintiano, hoje cedo no Parque Central,  sob chuva e em plena corrida, acabei deixando a resposta (?) para o texto do blog.

Afinal, Marta vai representar uma bela cesta de três pontos ou uma bandeja desastrosa,  desperdiçada quando a marcadora mais próxima estava a dez metros do garrafão?

Sinceramente, é muito cedo para se projetar sucesso ou decepção de quem foi tão importante para o basquete brasileiro, mas, como dirigente pública, está apenas começando.

Futura Secretaria de Esportes e Lazer de Santo André, a ser criada por decreto e/ou aprovação da Câmara de Vereadores, não é tarefa tão simplória, pra qualquer para-quedista metido a besta.

Indicação da pivô revelada em Santo André, pelas mãos de Laís Elena Aranha e que acabou nos Estados Unidos e na Seleção Brasileira, me pegou de surpresa. Achei que alguém havia confundido com a Janeth. 

Fontes confiáveis garantem que a ex-atleta, ligada ao PC do B, parceiro do PT, apoiou o deputado estadual eleito prefeito e foi recompensada. Por  esse ângulo, nenhuma surpresa. Secretariado de Carlos Grana privilegiou o viés político-sindical e repete vários nomes de administrações anteriores. Tudo como dantes no quartel de Abrantes.

Vários nomes eram especulados, menos o de Marta.  Além de Janeth  (basquete), apareciam William Carvalho (vôlei), Celso Luiz de Almeida (presidente do ECSA e ex-diretor de Esportes em Santo André), Carlos Tadeu Costa (secretário de Esportes em São Bernardo e ex-diretor de Lazer em Santo André), Raimundo Salles (político derrotado e advogado) e até mesmo José Eduardo Barbosa( dirigente do Aramaçan).  Por isso a surpresa.

O fato de Marta ser do esporte é bom.  O fato de ser medalhista olímpica e pan-americana ( ouro, prata e bronze) também é interessante.  Pesa no currículo! Tanto quanto a origem na favela  e o fato de trabalhar com crianças e adolescentes carentes ( Projeto Lance Livre) na favela de Heliópolis e no Grande ABC.

Discurso da basqueteira em prol da inserção social e da formação do cidadão por meio de escolinhas de esportes é outro ponto positivo. Na teoria. Assim como a aposta no binômio esporte-educação. Se praticar mesmo tudo isso, Santo André só tem a ganhar.

Mesmo assim, não dá pra garantir que Marta vai acertar o arremesso e converter três pontos decisivos para um esporte  problemático e em franca decadência nos últimos anos. Principalmente como drástica consequência de investimento pífio, competência duvidosa, comprometimento enganoso e excesso de vaidade diretiva.

Também não há como afirmar que a bandeja fácil, até pra juvenil, vai ser desperdiçada de forma ridícula. Marta tem personalidade forte e esbanja confiança, mas a realidade é dura. Pra quem não sabe, só pra começo de conversa, no alto rendimento salário atrasado virou rotina nos últimos tempos. Em São Caetano não foi diferente...

Como resolver esse e outros pepinos? Nossa grande reboteira vai precisar  rebolar muito e provar que merece o cargo, que é capaz de liderar e de gerenciar recursos financeiros e humanos como fazia com a bola de basquete.

Pra tanto, é fundamental que a administração Grana encare o esporte não como prioridade, mas com a atenção e o respeito que não lhe foram dedicados na  gestão por se findar. Se o PT olhar o esporte com o mesmo menosprezo do prefeitão, Marta não vai concretizar nem a bandeja. Repetirá o fiasco atual!

Se a escolha de Grana for mesmo apenas um agrado político e Marta não souber montar equipe competente e comprometida com o esporte -- não só o basquete --, Santo André vai continuar dando vexames nas quadras, nas pistas, nos campos, nas piscinas e onde quer que se pratique esporte.

Marta colecionou vitórias, ganhou medalhas e foi campeã ao lado de feras incomparáveis como Paula e Hortência. Agora, tem a oportunidade de ser protagonista. Sozinha, pode dar com os burros na água. Cercada de assessores de meia tigela e comissionados impostos e vagabundos, vai bater a cabeça no aro.

Então, que a experiência de Marta comece com o pé direito, tomando pé da situação nada confortável e escolhendo profissionais certos para os lugares certos. Sem agrados, sem protecionismo e sem corporativismo nefasto. Inventar pivô no lugar de ala é suicídio. Especialmente pra quem vive a passear à beira do canyon.

Tenho cá minhas dúvidas quanto à desenvoltura gerencial de Marta em quadra minada e desconhecida, com bons e maus profissionais, como em todos os segmentos da sociedade, mas desejo boa sorte! Avaliação virá com o tempo.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Ramalhão volta ao ninho. E agora?

Como era de se esperar, o futebol profissional de Santo André está de volta ao velho ninho. Só que o ninho já não é o mesmo. Os pais são conhecidos, dedicados e capazes.

Como era de se esperar, o todo-poderoso  Ronan Maria Pinto entregou a rapadura por absoluta falta de competência gerencial. Lógico que o empresário jamais reconhecerá a derrota. Quando interessa, problemas pessoais servem como escudo para a incompetência.

Como era de se esperar, o Sagedd -- Santo André Gestão Empresarial e Desportiva Desastrosa -- sucumbiu por se submeter sem contestações, covardemente,  a um regime ditatorial e por não ter intimidade  com as coisas do futebol. Em outras áreas, pouco nobres, por sinal, dizem que o chefe é expert.

Como era de se esperar, sobrou para o Esporte Clube Santo André um singelo, irônico e cinico bilhete: Quem pariu que o embale. Com carinho, do amigo RMP.

Como era de se esperar, o Diario do Grande ABC, ainda presidido por RMP, se limita a informar que Sagedd e Santo André fizeram um acordo de cavalheiros e a criança debilitada foi devolvida ao bom berço que a acolheu em setembro de 1967.

Como era de se esperar, ninguém informa com transparência as condições em que a criança chega após passar pelas UTIs e frequentar os sombrios corredores do Hospital do Rebaixamento. Ou o Sagedd não precisa assumir dívidas e responsabilidades? Será que agora os pais conhecem a realidade deixada por quem sempre a escondeu?

Como era de se esperar, quando emparedadas -- raramente -- as partes falam sem clareza,  sem consistência, sem dizer nada. Não revelam como ficam as reais responsabilidades  jurídicas, fiscais e trabalhistas do clube após todos os prejuízos morais e financeiros.

O problema é que o Sagedd jamais respondeu juridicamente por qualquer ato. Nada saiu do nome do Santo André.  Inclusive os contratos de jogadores. Até mesmo na Federação Paulista de Futebol, onde  merecido respeito é direcionado ao presidente Celso Luiz de Almeida, que  tem trânsito livre.  Isso pode ajudar!  

Como era de se esperar, o DGABC, até então espécie de assessoria de imprensa privilegiada de RMP, não fala nada sobre  dívidas  superiores a R$ 30 milhões. Pra quem não tem nada além do patrimônio... Como ficam acionistas do Sagedd, credores e até mesmo o INSS, com recolhimentos atrasados?

Por sinal, não me esqueci de que sou uma das vítimas. Acredito, como amigo e ex-funcionário, que o presidente cumpra sua palavra. Afinal, o bom empregador tem de honrar suas obrigações trabalhistas plenamente.

Como era de se esperar, repito, nossos órgãos de imprensa também não citam uma herança maldita, um rombo financeiro que pode até resvalar nos cerca de 3.2 mil associados titulares ( com dependentes, mais de 13 mil sócios, em números atualizados) do belo poliesportivo encravado no Parque Jaçatuba.

Administração de finanças  -- sempre no limite -- e gerenciamento de recursos humanos já não são lá essas coisas. Volta do futebol  profissional pode fazer com que tudo se agrave e  orçamento, já com a faca na jugular, feche no vermelho.

Pior é que a herança pode afetar a saúde financeira do clube e a saúde clínica de dirigentes apaixonados. Mais uma vez, Celso e Jairo vão abrir mão da família e de cuidados próprios em prol do Ramalhão. Alguém duvida? Talvez não tivessem escolha!

Não nos esqueçamos de que a cessão da área pública municipal em comodato tem algumas  cláusulas importantes, incluindo a manutenção do futebol da cidade. Ter aquele patrimônio não é sinônimo de riqueza.

Ou será, que, simplesmente o coração azul dos dois importantes cardeais falou mais alto?

Como o Ramalhão, com a imagem desgastada e hoje de quatro,  apoiado por poucos torcedores dedicados,  vai se virar sem caixa, sem patrocinadores e sem as cotas da TV? Talvez a Timemania ou os mensaleiros do governo ... Não duvide; nem seja trouxa!

Como será  a relação do ECSA com o Poder Público? Com Aidan Ravin, o prefeito inimigo do esporte, foi um desastre. Por culpa do prefeitão e do todo-poderoso que se apresentou como salvador e se adonou do nosso Ramalhão.

Por comodidade ou  omissão, parece que a maioria da imprensa regional dá demonstrações de que não vai questionar com profissionalismo possível relação político-clubista  nebulosa envolvendo o PT de Carlos Grana com o clube. Prefeito eleito já esteve no Jaçatuba.

O que será que pensam torcedores, sócios, conselheiros, cotistas, potenciais patrocinadores hoje distantes -- enfim, a sociedade andreense -- sobre o futuro de um clube que já nos deu tanta alegria e hoje está no fundo do poço?

Sem caixa,  provavelmente o Ramalhão vai montar time modesto e apostar na poucas revelações aproveitáveis. Mesmo porque, sem investimento à altura, as categorias de base  ( Sub-13, Sub-15, Sub-17) estão escanteadas.

Quando não, entregues de mão beijada a ONGs que, em nome do social quase sempre empresarial, recebem verba do Ministério do Esporte usando e abusando do nome do Santo André. Abra o olho, presidente! É melhor passear pelos nossos campos distritais e checar os documentos.

O presidente Celso Luiz de  Almeida e o vice Jairo Livólis se dedicam ao Ramalhão há mais de 30 anos. Já estiveram no comando do clube, e do futebol, por 15 anos, de 1992 a 2007.  É bom lembrar que sou contra o continuismo prolongado.

Agora, além do importante clube social,  voltam a comandar o futebol em momento que não permite erros nem amadorismo. O quê não se faz para não ver morrer um amor antigo? Me desculpem, mas, sem respaldo, soa como loucura. É uma aposta nas trevas. Precisa ter peito para assumir tamanha bucha de canhão!

A criança cresceu e passou a significar um balaio de problemas, da base ao profissional,  agora nas mãos de quem sempre se dedicou mas não pode fazer milagres se não contar com o apoio de torcedores, de empresários e até mesmo do Poder Público. Sem paternalismo!

Desde que, como acontece de forma abusiva em São Bernardo -- e o amigo Daniel Lima está coberto de razão -- , o PT, provável parceiro a respaldar,  não se arvore de salvador e posteriormente dono do Ramalhão.

Desde que o PT não partidarize as relações protecionistas e se julgue no direito de trocar o azul do Ramalhão pelo vermelho do partido. Ajudar pode. Melhor, deve. Com limites. Se não for possível, que ao menos não atrapalhe. Como Aidan Ravin e cia.

Em resumo, os abnegados Celso e Jairo pegam uma verdadeira batata quente. O passado é erros e acertos, de lutas e glórias, vitórias e derrotas inesquecíveis. O futuro é incerto e temerário. Precisa ter peito! Boa sorte, senhores!  Não lhes falta currículo.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Campeão não ganhou o mundo no 4-2-3-1

Garanti, na véspera, que o campeão mundial interclubes adotaria o esquema 4-2-3-1. Entenda-se: com diferenças de posicionamento e características individuais,  Corinthians e Chelsea jogariam predominantemente com quatro zagueiros, dois volantes, três meias e um atacante de referência.

Mas não foi bem assim. De fato, Tite escalou o campeão no 4-2-3-1, mas a prática ficou próxima de um 4-2-2-2, com pequenas variações. Os laterais seguiram a banda e marcaram com a eficiência que se espera de um time determinado e taticamente disciplinado. Triangularam com Danilo,  Jorge Henrique e Paulinho. Pouco se aventuraram ao ataque.

Ralf cumpriu sua função de proteção, mas não foi tão eficiente porque errou passes e em alguns momentos se viu sobrecarregado pela ofensividade e pelo bom toque de bola do adversário. Raramente passou do meio-campo. Não precisava e não devia, viu, Neto!

Onde já se viu, o ex-craque do Corinthians, hoje comentarista da Band,  usar o microfone para dizer que Ralf estava jogando mal e que deveria evitar os lançamentos de Lampard para Fernando Torres, Moses e Hazard?

Besteira pura! Imaginem o volante campeão saindo da frente da zaga para ir buscar Lampard lá na intermediária do Chelsea. Dominado pela emoção, Neto -- um dos jogadores mais importantes da história do Corinthians -- deve ter visto outro jogo. Tarefa caberia a um dos atacantes ou um dos meias operários. Se preciso, até mesmo Paulinho. Enfim, quem estivesse mais próximo. Jamais Ralf.

Sem a bola, o aplicado Paulinho recuava para ajudar Ralf, enquanto que Danilo e Jorge Henrique fechavam os espaços por onde poderiam subir os laterais. Principalmente Ashley Cole pela esquerda. Por isso, taticamente,  Jorge Henrique foi quase perfeito.

Além de bloquear o ala inglês, Jorge Henrique assessorou Alessandro e reduziu os espaços do rápido belga Hazard.  Mais uma vez, Tite  foi coerente e acertou em cheio ao sacar Douglas em benefício da equipe.

Já Emerson foi mais um segundo atacante do que um terceiro marcador, naquela cantada linha de três falsos meias. Não foi excepcional, mas até ajudou a cercar e chamou a marcação ao flutuar  do centro para as beiradas do campo. Também foi fominha em três ocasiões, mas não deixou o herói peruano, Guerrero,  tão isolado.

Portanto, Tite acabou  dando um baile tático ao passear pelo 4-2-3-1, o 4-2-2-2, o 4-1-3-2 (com Paulinho completando uma linha de três à frente de Ralf) e até o 4-4-2, com duas linhas de quatro e dois atacantes (um de velocidade e outro de referência, esperando a chegada dos companheiros).

Sem desmerecer a conquista corintiana e a inteligência diferenciada de Tite, hoje o melhor técnico do Brasil,  Rafa Benitez foi determinante no resultado. Escalou errado e mexeu tarde. Bastava manter o 4-2-3-1 bem compacto ou mesmo colocar Lampard mais recuado no lugar de Moses, liberando um dos meias.

Mas não! Em plena final, inventou um 4-2-2-2 ( com variação para 4-2-1-3) frouxo no preenchimento dos espaços e na marcação. O espanhol sacou Mikel, um volante que sabe marcar e sair pro jogo, e escalou Ramires como primeiro homem de contenção, ao lado do experiente mas recém-lesionado Lampard. Por isso sem tanta mobilidade e preparo físico contra um Corinthians que sobra na transpiração, na pressão constante.

O espanhol Juan Mata ficou incumbido da armação e da chegada ao ataque ao lado de Hazard, pela esquerda, e pelo meio. Só que o belga é rápido e perigoso com a bola nos pés, mas não marca ninguém. Por isso a variante com três atacantes propiciava campo para o Timão jogar.

Ao contrário do que eu esperava, Moses foi muito mais um segundo atacante, para jogar no mano a mano ou às costas de Fábio Santos, do que um meia mais defensivo do que Oscar. Foi ofensivo e exigiu uma grande defesa de Cássio. Só! Com Oscar o time inglês ganharia mais criatividade e jogadas de aproximação.

Desde que o Chelsea estivesse preparado taticamente para ocupar os espaços entre os três setores, com a aproximação e compactação de zagueiros, volantes e meias. Como seus zagueiros são lentos e durões -- especialmente  Ivanovic e Cahill --  Rafa Benitez não ousou correr riscos de tomar contra-ataques fatais.

Melhor para um Corinthians com volume e intensidade de jogo, comprometido, determinado e inteligente do começo ao fim. Mesmo quando não tinha domínio e dependia dos milagres de São Cássio. Um santo com cara de louco, diga-se. E que ainda está longe de São Marcos.

Coletiva e taticamente, o Corinthians foi bem melhor. E provou que força defensiva não é sinônimo de retranca.  Por isso ganhou o futebol coletivo, organizado. Individualmente, destaques para Cássio, Guerrero, Danilo ( jogou muito!) e Jorge Henrique.

Segundo melhor jogador do Brasil -- só perde de Neymar -- Paulinho foi importante para o esquema de Tite, o cara. Mesmo sem o brilhantismo de costume, Paulinho apareceu bem no ataque e participou inclusive do gol de Guerrero. Assim como Jorge Henrique e Danilo.

Coletivamente, o Chelsea não foi organizado e só mostrou que Rafa Benitez precisa aprender mais e teimar menos. Individualmente,  gostei da David Luiz, Lampard e Ramires.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Um Guerrero, uma conquista e um Pai feliz

Momentos de tristeza e, principalmente, de muita felicidade,  são feitos para se compartilhar. Pra chorar ou sorrir junto. De preferência com a família e com os amigos mais próximos, aqueles com jeito de irmãos.

Hoje cedo, logo após o Corinthians conquistar o Mundial Interclubes e pintar o globo de preto e branco, abracei a Angela sem conter as lágrimas. "É campeão!!!. É nóis!!!"

Em seguida, meio que sem pensar, fui até a sala de estar, olhei para o telefone e aí... aí, sim, chorei de verdade.  De saudade. Uma saudade cortante.

Só que não adiantava ligar para repartir tamanha felicidade. Afinal, ainda não descobri o número do "céu". Momentaneamente resignado, ligo e festejo com filhos (Maira e Felipe), neto (Victor) e irmãos (Valéria e Moisés).

Ausente há um ano e meio, seu Valério "conversou" comigo quando ganhamos a Libertadores. Então, penso, hoje não seria diferente. Ele gostaria de saber como foi a conquista histórica, festejada até agora. Então, resolvi contar. 0193608...

-- E aí, Pai, tudo bem? Tô com saudade! O senhor faz falta, sabia?

-- Oi, filho. Aqui é muito paradão, meio quieto. Nem sabiá eu escuto cantar. Mas tá tudo bem. De vez em quando, tomo uma cervejinha com seus tios e jogo bocha com o pessoal mais velho. Posso pescar traíra, mas não me deixam caçar com aquela cartucheira de dois canos. Dizem que é pecado matar nhambu. E por aí, tudo em ordem com seus irmãos e com os meus netos?

-- Opa! Tudo certo e todos com saúde. Victor e Júlia são espertíssimos. E aí, assistiu a vitória do nosso Timão?

-- Como? Aqui ninguém tem rádio nem televisão. Sei de alguma coisa só quando alguém sobe e traz  notícia ou algum recado. Ou quando você inventa esse "telefone sem fio" com nome de saudade. Quanto foi? Gol de quem? Do Ronaldo?

-- Pai, foi muito legal. Ganhamos do Chelsea, da Inglaterra, por 1 a 0. Gol do Guerrero! O Ronaldo já parou.

-- Quem é esse Guerrero? Aquele que era do Santos e jogava com o Pelé?

--  Não, Pai! O Toninho Guerreiro já morreu. Talvez vocês se encontrem por aí pra tomar uma. Ele também gostava. O Guerrero é um peruano que chegou há pouco tempo. Jogou muito. Assim como o Cássio e o Danilo. O Cássio travou o gol, segundo seu bisneto. 

-- Como assim, travou?

-- Pegou até pensamento, Pai. Mas o time todo foi bem como conjunto. Foi intenso, solidário, aplicado, marcou muito e não se acovardou. Foi corajoso, foi pra cima dos caras e ganhou por me-re-ci-mento. E olha que eles são bons e assustaram várias vezes. Pararam num goleiro com cara de maluco.

-- Maluco por que?

-- Jeitão de doido, Pai. Antes maluco do que veado, como diz o antigo ditado, do seu tempo, quando não era encarado como preconceito. E olha que o nosso time foi bem diferente daquele Santos que levou um baile técnico e tático do Barcelona no ano passado.

-- Mas o Barcelona joga bonito e  é bem melhor que esse time aí. Parece o Santos do Pelé, o Cruzeiro do Tostão, o Flamengo do Zico...

-- Sim! Mas o Chelsea não é bobo não. Tem um monte de fera por lá. Cech, Lampard, David Luiz. Sabia que esse menino, David Luiz, é aqui de Diadema? Quando moleque, ele era corintiano. E hoje foi um dos melhores em campo. O senhor se lembra de que eu, quando criança, lá em São José, era santista, por causa do Pelé?

-- Lembro sim, mas isso é passado. Eu não podia te forçar a torcer pro meu time, né?

-- Ainda bem que eu cresci e virei corintiano. Por enquanto o Victor é palmeirense, como o pai (Danilo), mas também vai crescer e, quem sabe, entrar para o bando de loucos.

-- Como assim, bando?

-- É, Pai, agora é moda por aqui. Todo corintiano grita Vai Corinthians e se diz integrante de um bando de loucos. Acredita que lá no Japão tinha mais de 30 mil corintianos. Outra invasão! Fizeram como no Maracanã, contra o Fluminense, em 76. Só que desta vez eu não fui.

-- Um Guerrero fez gol pra 30 mil invasores?

-- Sabe que o senhor me deu uma idéia pro título da coluna? Um Guerrero, 30 mil invasores e uma conquista.

-- Você ainda escreve o Confidencial?

-- Não, Pai, o Diario é passado.

De repente, um silêncio  enigmático, quebrado pelo som característico de quem, a soluçar, tenta conter o choro. Lágrimas de um campeão. Lágrimas de um Pai feliz.  De um Pai que foi embora sem dizer adeus.

Tomara que Ele não se esqueça de dar o grande recado pra minha mãe...

    

sábado, 15 de dezembro de 2012

Campeão mundial joga no 4-2-3-1

Decisão de amanhã em Yokohama tem pelo menos duas certezas: o bando de loucos vai invadir e torcer como nunca e o esquema tático que vai ganhar o título mundial é o 4-2-3-1.

Resta saber se o dono do mundo da bola será o Corinthians campeão invicto da Libertadores ou o Chelsea campeão europeu.

Distribuição numérica de ambos é semelhante, mas atuação é bem diferenciada. Tite escala quatro zagueiros de ofício, que raramente se aventuram ao ataque: Alessandro, Chicão, Paulo André e Fábio Santos.

O espanhol Rafa Benitez também volta ao normal, com Ivanovic, Cahill, David Luiz e Ashley Cole. Só que aquele menino corintiano de Diadema se projeta com fluidez ( e deixa buraco nas costas) e Cole apóia com desenvoltura.  Corinthians pode atacar por ali. Quem sabe surpreender com Paulinho, Emerson...

Timão de tanta gente se apresenta com dois volantes. Ralf  é cão de guarda mais centralizado e próximo dos zagueiros internos, mas cobre os dois lados. Paulinho ajuda mais pela direita e na retomada de bola se transforma em meia-atacante. Aí o Corinthians se transforma em 4-1-3-2.

Se Paulinho for bem marcado, o Chelsea fica mais perto do sucesso. O problema do time inglês é que Mikel marca bem, tem bom passe e sabe atacar, mas o segundo volante ainda não está definido.

Ramires é mais rápido na chegada ao ataque e na recomposição defensiva, enquanto que o veterano Lampard é mais experiente e melhor finalizador.  Alguém vai ter de cobrir o setor de David Luiz e Ashley Cole.

Ultimamente, o Chelsea ter jogado com três meias de constante aproximação, velocidade, ousadia e excelente toque de bola. Juan Mata pela direita, Oscar centralizado e o belga Hazard pela esquerda. Todos quase sempre encostam no 1, Fernando Torres.

Problema é que, se a defesa não subir e os três não ajudarem na marcação, não compactarem com os volantes, o Corinthians vai ter espaço para trabalhar com  Paulinho, Danilo e Jorge Henrique, dando mais opções para Emerson, no facão pela esquerda, e Paolo Guerrero, na referência.

Entrada de Jorge Henrique significa assessoria defensiva para Alessandro conter o lépido Hazard e mais velocidade para chegar no mapa da mina. Sem Douglas, perde-se a opção daquela enfiada de bola fatal. Mas o time ganha intensidade, voluntariedade e disciplina tática. Desde que Jorge Henrique não apronte alguma molecagem. Romarinho é boa opção ofensiva.

Por isso, por respeito,  Rafa Benitez está em dúvida se escala Oscar ou o mais defensivo Moses, que entraria pela direita, centralizando Mata. O alemão Marko Marin também pode aparecer como surpresa no lugar do meia brasileiro. Sinal de que Benitez também está preocupado em não dar espaços ao time de Tite.

Se uma final de Mundial se resumisse meramente ao confronto tático, seria mais ou menos assim. Como também existem os componentes físico, técnico e  emocional, além do imponderável futebol clube, tudo pode acontecer.

Uma expulsão, uma lesão muscular,  um gol-relâmpago, uma falha individual, um  erro de arbitragem, a neve, o vento... Tudo isso pode fazer o título mudar de mãos quando uma decisão sugere equilíbrio e definição nos detalhes.

Os 35 milhões de corintianos loucos de verdade, lá representados por 30 mil invasores, só não vão admitir frouxidão, amarelão,  medo de perder.  Seria uma vergonha, um  fiasco. Mesmo que o adversário não seja o grande Barcelona.  Vai Curíntia!!! É nóis, mano!!!    

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O passeio do Chelsea

Ao contrário do que muita gente esperava, o Monterrey não ofereceu a mínima resistência diante do milionário Chelsea. Foi um passeio!

Vitória de 3 a 1 poderia ter sido mais elástica e coloca o time inglês na decisão do Mundial Interclubes diante do Corinthians.

Até aí, nenhuma novidade. Deu o que  quase todo mundo previa. Superioridade dos times comandados por Tite e Rafa Benitez é indiscutível. Apesar do sufoco que o Corinthians levou contra o Al Ahly.

Contra adversário bem inferior, Rafa Benitez escalou o Chelsea no mesmo 4-2-3-1, mas teve a ousadia de agrupar e adiantar os três setores, dificultando a saída de bola mexicana.

Moral da história: Chelsea foi bem mais ofensivo porque os meias Juan Mata, Oscar e Hazard se aproximavam de Fernando Torres. E ainda se deu ao luxo de sempre liberar um dos laterais e um dos volantes.

Sempre atacou com muita gente.  Nada a ver com aquele Chelsea  retrancado que superou o Barcelona e o Bayern de Munique, ganhando a Liga dos Campeões da Europa.

Improvisado no meio-campo ao lado de Mikel, o zagueiro brasileiro David Luiz (corintiano desde criança, em Diadema) foi um dos destaques do jogo.

Outra boa surpresa de Benitez foi o retorno de Ivanovic para o miolo de zaga, com a entrada de Azpilinqueta na lateral-direita.

Frouxo na marcação do sistema defensivo,  espaçado e dispersivo na armação do meio-campo e sem poder ofensivo, o Monterrey foi presa fácil.  Além de jogar melhor, o Chelsea não encontrou obstáculos.

Contra o Corinthians, é bem provável que o time inglês não seja o mesmo. Pra começo de conversa, vai respeitar mais. É possível que David Luiz retorne ao miolo de zaga e Ivanovic à lateral. Mikel deve ser mantido, mas  talvez tenha Ramires ou o experiente Lampard como companhia.

Também não será surpresa se o posicionamento global for mais defensivo, com volantes e meias mais recuados, isolando Fernando Torres. Rafa Benitez  ainda pode trocar o criativo Oscar pelo mais combativo e operário Moses, que ficaria mais pela direita, com Juan Mata centralizado.

Tudo isso são suposições.  É bom lembrar que o Corinthians também deve apresentar novidade. Talvez um atacante de velocidade como Romarinho no lugar do instável Douglas ). Romarinho não arma, mas  marca mais e ataca com eficiência. Como Tite garante que seu time não jogará recuado...

Certeza de um jogo pegado, da disciplina tática sem covardia diante de individualidades que podem fazer a diferença na decisão. Pelo que apresentaram na estréia, o campeão da Libertadores tem 47% de possibilidades de ficar o título. Campeão europeu fica, portanto, com 53%.

Na teoria, ligeiro favoritismo! Na prática, só se saberá no domingo de manhã.      

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Botinudos pipocam e São Paulo é campeão

Pra ser sincero, não torço para o São Paulo. Pelo contrário! Quase sempre, quero mesmo é que os meninos do Morumbi chorem a cada resultado negativo. Coisa de torcedor. Nada mais!

Só que ontem foi diferente. Não que  estivesse deliberadamente disposto a ver o time do bom treinador Ney Franco massacrar o Tigre argentino.

No início, diante de um festival de pancadaria aplaudido por um árbitro incompetente, frouxo, comecei a perceber que a decisão da Sul-Americana não acabaria bem.

Antes mesmo dos belos e merecidos gols de Lucas e Osvaldo, me flagrei torcendo contra os argentinos. Nada de futebol! Só  correria e pancadaria! Como se fossem mais machos que os  são-paulinos.

Na saída para o intervalo o pau quebrou no campo e já no túnel de acesso aos vestiários. Os jogadores do São Paulo foram provocados ostensivamente por botinudos que, na bola, são nitidamente inferiores.

Com Dias e Paulo Miranda expulsos por um juizão feito de palhaço e culpado por não coibir a violência argentina, eu torcia para que no segundo tempo o Tigre levasse de seis. Só pra aprender!

Porém, não fui atendido. Depois de mais de 30 minutos de intervalo, veio a notícia triste para o futebol: de forma amadora e  irresponsável, os "valentes argentinos", sob alegação de lesões provocadas após atrito com seguranças do Tricolor -- o que precisa ser apurado sem patriotismo -- , pipocaram e  não voltaram para encerrar a decisão.

O São Paulo comemorou uma conquista merecida. O desrespeito argentino não impediu a vibração de mais de 60 mil torcedores presentes ao Morumbi na despedida do craque Lucas.

A gigante Metodista sobra e é hepta nacional

O sonho do hepta virou realidade! O forte handebol feminino da Metodista/São Bernardo manteve a hegemonia  na Liga Nacional.

Agora há pouco, em Concórdia, a Metodista precisava do empate para ganhar o sétimo título consecutivo. Mas sobrou em quadra no segundo tempo e venceu o  time catarinense por 22 a 20.

Mais uma vez com boas atuações da ponta-direita Agda, da cengtral Amanda e da goleira Jéssica, Concórdia ganhou o primeiro tempo por 11 a 8.

Principalmente porque  executou a transição com qualidade e velocidade. Apesar do equilíbrio, os contra-ataques da UNC/Concórdia foram mortais.  Mais uma vez, a goleira Ariadne apareceu bem, mas não faz milagre full time.

Além disso, a defesa 6/0 do adversário dificultou a conclusão eficiente das ações ofensivas da Metodista. Intensidade, volume e arremessos de fora das meninas de Eduardo Carlone morriam nas defesas de Jéssica.

O time de Alexandre Schneider tentou iniciar o segundo tempo com o mesmo posicionamento defensivo e igual aproveitamento nos contragolpes sustentados. Só não esperava que a Metodista se agigantasse e subisse tanto de produção.  

Para  buscar ao menos o empate, a Metodista arriscou mais, errou menos e defendeu muito mais forte ( 5/1), com uma aplicação invejável. Tanto que diminuiu a diferença para um gol em apenas  três minutos. E aos 10 já estava na frente, com 14 a 13, e o título na mão.

Amanda, que antes tinha liberdade para arremessar de fora, foi marcada mais de perto, individualmente, e Concórdia sentiu. Tanto quanto acusou a marcação ostensiva da Metodista -- Taíra entrou muito bem no ataque -- e passou a errar passes e  precipitar arremessos.

Aos 12 minutos já estava 17 a 13 para a Metodista. Abalada, nervosa e, para piorar, em inferioridade numérica, Concórdia se esforçava mas continuava errando tudo.  Ou quase tudo. Especialmente porque esbarrava nas virtudes do time de São Bernardo.

Aos 17 minutos estava  18 a 16 para a Metodista, quando a superioridade numérica -- dois minutos de exclusão para Taíra --  passou a ser de Concórdia, que pouco aproveitou.  Já com Taíra de volta, aos 23 minutos estava 19 a 16.

Nos sete minutos finais, a Metodista manteve a agressividade defensiva,  quebrou o ritmo da boa equipe catarinense, administrou o resultado e fechou com dois gols de vantagem: 22 a 20. 

Destaques individuais para Célia, Taíra, Adriana e Ariadne.  No coletivo, nota 10 pela determinação, pela valentia e pela aplicação tática.

Conquista  do hepta não só é merecida como vem coroar um trabalho pleno -- da inserção social e da base da pirâmide ao alto rendimento --, alicerçado em competência, profissionalismo e comprometimento de dirigentes, comissão técnica e jogadoras.

O Corinthians, o show e o susto

O Corinthians de hoje cedo no Japão deu um show, mas levou um susto. Nada disso surpreende.

O show foi da torcida. Mais de 20 mil corintianos fizeram muita festa no Toyota "Pacaembu" Stadium.

Os invasores do bem -- salvo  raríssimas exceções -- se adonaram do espaço, mas, em campo, os jogadores do campeão da Libertadores não repetiram as performances de quem sempre foi caseiro.

Corinthians  de tanta gente, a favor ou contra, ganhou de 1 a 0 do Al Ahly, campeão egípcio e africano, mas passou por momentos de desconforto em busca do bi no Mundial Interclubes.

Foi superior e teve mais posse de bola no primeiro tempo, quando fez 1 a 0 com o peruano Guerrero, mas recuou em demasia no segundo e perdeu o domínio das ações.

Não que tenha faltado competência técnica, física ou tática. Aos homens de Tite faltou competência emocional para lidar com situação adversa.

Esbarrou no bom desempenho de um adversário que não tem nada de bobo, que ataca e defende em bloco e, principalmente, que não sente a bola queimar nos pés. Ao Al Ahly  só faltou mais sentido de penetração e finalização.

Em vantagem, o Corinthians foi simplesmente Corinthians. Jogou pro gasto -- tinha a  obrigação de vencer -- , e fez o resultado que o coloca na final diante de ingleses ou mexicanos, que jogam amanhã cedo.

Estréia foi superada  graças, novamente, ao bom desempenho defensivo -- por isso o Al Ahly chegou pouco --, que impediu a aproximação do time egípcio. O excepcional Paulinho não brilhou no meio e o endiabrado Émerson não infernizou ninguém. Por isso a bola batia e voltava. Por isso o Corinthians se assustou e ficou longe do time dos sonhos.

É provável que domingo, em Yokohama, sem o peso da estréia nem da obrigatoriedade de vencer, o Timão jogue mais solto. Não vai abrir mão da disciplina tática que o levou tão longe.

Porém, também não vai se acovardar e decepcionar 20 mil invasores/artistas a provar um amor sem fronteiras.  Um show de causar inveja! Disso ninguém duvida! Vai Curíntia!!! 

sábado, 8 de dezembro de 2012

Handebol da Metodista a um empate do hepta

Vitória de 23 a 22, hoje no ginásio do Baetão, deixa a Metodista a um empate do sétimo título da Liga Nacional de Handebol Feminino.

Pensei em escrever "apenas um empate", mas  estaria a forçar a barra logo na abertura do texto, já que a tarefa das meninas de Eduardo Carlone, quarta-feira, em Concórdia, sugere dificuldades; muitas dificuldades.

Diferença de um gol significa bem pouco. Como teve melhor campanha na fase classificatória, o representante catarinense joga por vitória simples. E tem time para vencer.

Haja vista que no jogo de agora há pouco as feras de Alexandre Schneider ofereceram incrível resistência. Começaram  dominando tática e tecnicamente. O jogo de velocidade encaixou e o contra-ataque foi concluído com competência.

A Metodista chegou a ficar quatro gols atrás, mas corrigiu a marcação. Trocou o  6/0 pelo 5/1 e foi mais agressiva. Se recuperou ainda na etapa inicial ( 12 a 11); abriu a vantagem no início do segundo tempo, chegou a ser ultrapassada por excesso de precipitações ofensivas mas acabou vencendo por um gol, com méritos.

As goleiras Ariadne (Metodista) e Jéssica (Concórdia) foram os destaques da decisão ao lado de Agda, Celia, Moniky e Taíra, as maiores goleadoras.

Técnico Eduardo Carlone reclamou bastante da arbitragem  no final do jogo. Passou dos limites! Descontrole emocional não se justifica.

Dupla de árbitros não foi determinante para o resultado apertado. Faltou jogar mais pra ganhar de mais! Só isso! É choro de vencedor que sabe o que vai encontrar um adversário à altura na grande final.                           

O CACHORRO LIBERADO  E A KOMBI PREGUIÇOSA

Outro dia, no Jardim Tamoio, aqui no Ipiranguinha, o GCM Jones acabou numa saia justa. Confesso que não foi intencional.

Fui questioná-lo sobre a presença, ali dentro, de uma senhora passeando com um cachorro. Era um jovem pitbull; com coleira, diga-se.

Novato no pedaço,  apenas um mês, o guarda municipal respondeu, educadamente, que existia uma placa na entrada citando lei de 22 de setembro de 2008, especificando detalhes da "permissão".

Que eu saiba, segundo matéria do DGABC, só pode passear com cachorro no Parque Central, onde, por sinal, ninguém fiscaliza nada. Muito menos cachorro cagão e dono mal-educado.

Como não me dei por satisfeito, fui tomar ciência da citada placa. Qual não foi minha surpresa ao deparar, ali, juntinho, com outras duas placas, bem mais antigas, "proibindo" a entrada de animais, bicicletas e outros quetais.

Não tive dúvidas: mais uma vez, procurei o GCM e o alertei de que existia no mínimo um conflito de informações. Ele concordou e ficou de falar com seus superiores. Até hoje de manhã, estava tudo igual. Só não existia guarda!

Por falar Jardim Tamoio, mais uma vez flagrei um perua Kombi da Craisa --  final da placa é 96 -- atravessando por dentro do jardim em vez de dar a volta por fora, pela rua, para entregar as refeições dos funcionários.

Pra cortar caminho, o motorista irresponsável se acha no direito de passar por onde não deve sem a menor cerimônia. Até quando? Estão esperando acontecer algum  acidente pra tomar providência?

Cabe ao Poder Público justificar a presença do cachorro (ou dar placas) e a preguiça do motorista. , Provavelmente terceirizado, mas não menos irresponsável.       

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A tragédia, o trote e o descaso do Poder Público

Fábio não é a primeira vítima do descaso do Poder Público. Nem será a última. A morte do menino de apenas 12 anos de idade poderia ter sido evitada. Mas não foi! 

Mais uma família vai carregar a dor pela eternidade. A trave caída. A tragédia anunciada. O "responsável" ausente.  A artéria perfurada. O SAMU atrasado. A vida ceifada. A família dilacerada. E a Prefeitura calada. 

O desfile de irresponsabilidades fatais segue como  se o valor de nossas crianças fosse inferior ao de cães e gatos.  Familiares alegam que o SAMU -- mais um atraso? -- só chegou  uma hora depois do acidente no campo do Humaitá.

Distrital Salvador dos Santos fica ali ao lado do Aramaçan. Portanto, não tão longe de ambulâncias estrategicamente estacionadas no Hospital Municipal, no Jardim las Vegas ou mesmo no Jardim Santo André. Percurso rápido,  de cinco a 15 minutos, no máximo.  

Ridículo! Absurdo! Dizem que o atendente do SAMU imaginou tratar-se de mais um trote. Mais uma sacanagem de desocupados. Coisas de criança!  Irresponsabilidades de adultos. E o menino na poça de sangue. Imperdoável!

E o Poder Público ainda não se manifestou. Vai dizer o quê? Negligência pura! Responsabilidade pela manutenção dos campos é da Secretaria de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo (Departamento de Esportes) e da Secretaria de Obras e Serviços Públicos (SOSP), que dificilmente conserta um mero alambrado.

Só que o problema existe há mais de 30 anos. Problema não; desleixo! Nossos mais de 40 campos de várzea praticamente inexistem aos olhos do Poder Público. Independente de  partido político,  desprezo é a palavra de ordem.

Prefeitura deveria ser a cuidadora dos distritais, mas não está nem aí. Há muito tempo! Maioria dos nossos campos tem dono. Mas o dono, de fato, não é o cidadão. Nem a Prefeitura.

Por absoluta incompetência, por inaceitável omissão, por flagrante comodismo ou simplesmente em nome de uma excrecência chamada governabilidade, os distritais de Santo André são tomados na mão grande ou entregues a apadrinhados políticos.

Quem grita mais alto se adona do espaço onde deita e rola. Por trás de pseudo-zeladores e concessões de uso  irregulares -- quando existem -- quase sempre há um vereador do bairro ou um candidato ligado ao poder maior .

Há muitos anos se fala em  legalização de cessões e utilização, mas não acontece nada porque não interessa a muita gente miúda bem protegida sob as asas de gente graúda. Por isso nossos campos são uma vergonha. Por isso são terra de todos e de ninguém.  Por isso são arapucas para pássaros livres, crianças inocentes, vítimas em potencial.

A omissão e o medo consciente do Poder Público permitem situações inimagináveis por todos os cantos da cidade. De Utinga ao Parque Miami. Do Bom Pastor até Capuava. Do Humaitá, do Independência e do Sajea/Aliança ao Parque Andreense/Paranapiacaba.

Pouco se faz. Por isso o verdadeiro futebol amador deixa de ser protagonista. É coadjuvante diante de atividades nada dignas. Aluguel para terceiros, propaganda ilegal, show sertanejo,  tráfico de drogas, puxadinho para a família junto a vestiários nojentos, escolinhas particulares, boteco irregular,  jogatina madrugada afora, esconderijo de bandido e até prostituição. Escrevo isso há 30 anos!!!

Esse é o retrato fiel de distritais que deveriam ser espaços sagrados da população. Especialmente das crianças. Se lá existissem  escolinhas de futebol da Prefeitura ou mesmo atividades recreativas. Se lá existissem funcionários contratados que dessem satisfação dos seus atos.

Se lá existissem manutenção e segurança capazes de evitar mais uma tragédia anunciada há pelo menos três décadas. E olha que o prefeitão inimigo do esporte só comanda o Executivo há quatro anos. Portanto, todos os outros  também têm  culpa no cartório.

Quem vai assumir a culpa pela morte de Fábio?  Já temos uma "figueira assassina" no Parque Celso Daniel. Será que  agora encontrarão uma "trave assassina" no Humaitá?  Não seria surpresa!

domingo, 2 de dezembro de 2012

A fratura exposta da incompetência médica

Não há como negar que no segmento da saúde, nós, brasileiros, vivemos na corda bamba. Tanto quanto na educação, na segurança, no saneamento básico, na mobilidade social e na habitação.

Se correr, o bicho pega; se ficar, o bicho come. Mas... correr pra que lado quando se necessita de assistência médica?  É um pior do que o outro! Tanto no setor público quanto no privado, a incompetência profissional soa como fratura exposta.

Parece erva daninha plantada nas hortas de universidades mais preocupadas com os lucros financeiros do que com a formação plena de  profissionais de valor. 

Além de competência, falta investimento coerente. Em "compensação", a roubalheira é desenfreada e o gerenciamento de recursos financeiros e humanos é digno de prostíbulos. Acontece de tudo! 

Falta hospital. Falta equipamento. Falta médico. Falta remédio. Falta salário compatível. Falta leito. Falta UTI. Falta ambulância. Falta respeito ao usuário. Falta carinho. Falta sensibilidade. Falta, acima de tudo, comprometimento profissional da maioria de doutores de meia pataca.

Salvo raríssimas exceções, a saúde brasileira é um caos. No Grande ABC não é diferente. Basta um passeio pelos principais hospitais de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Mauá, Diadema...

Particularmente, já tive problemas com atendimentos no Hospital Santa Helena -- dizem que melhorou -- , na Unimed,  no Hospital Dr. Cristóvão da Gama. Já briguei, já dei murro na mesa -- o médico, sonolento, boliviano,  quase morreu de susto e depois foi demitido --, já reclamei e já cancelei convênio. Tudo dentro dos direitos de quem teima em exercer a cidadania.

A última -- por enquanto -- decepção aconteceu há menos de dois meses, quando minha esposa tropeçou numa calçada irregular e acabou no pronto-socorro do Cristóvão da Gama, aqui atrás de casa.

Antes mesmo da opinião médica, nós, cinquentões e professores de Educação Física, tínhamos certeza de que havia fratura na cabeça do rádio, osso do braço.  Tombo foi feio -- imagine, sem rir, por favor, alguém caindo em seis apoios! -- e  o movimento de flexão ficou bem limitado.

Para nossa surpresa, o doutor -- um jovem arrogante e aparentemente sozinho para atender contingente significativo, o que não é culpa do paciente -- garantiu que não era "nada" após avaliar o raio-X. Ainda bem! Voltamos pra casa surpresos com nossa ignorância ortopédica. Porém, momentaneamente, felizes.

Após uma semana de imobilização e mais uma sem maiores esforços, o braço continuava estranho.  Havia algo de errrado. A dor era inversamente proporcional à mobilidade. Insisti para que a Angela procurasse o "doutorzinho sabe-tudo" e pedisse explicações no hospital.

Chateada, mas avessa a discussões, ela preferiu ir aqui mesmo na rua Santo André, na Otur, do experiente dr. Tardini, que, salvo engano,  já foi médico do Guarani  quando o time campineiro ainda era vencedor.

Atendida com muita atenção e zelo pelo dr. Humberto, não deu outra.  A experiência e a competência profissional falaram mais alto. Nova radiografia constatou  fratura. Adivinhe onde! Na cabeça do rádio, lógico!

Mais do que isso;  ficaram comprovadas a incompetência e a falta de responsabilidade profissional de alguém  que se formou mas faz da empáfia  e do desprezo armas letais contra o cidadão comum; leigo, como nós.

É provável que o jovem cansado se ache professor. Pela soberba, pela atitude e pela pressa, não passa de mais um enganador de plantão, que deveria voltar a colocar a bunda nos bancos escolares para ver se aprende visualizar ao menos uma fratura. E se fosse um caso de vida ou morte?

Pena que ainda não achamos o receituário para dar nome aos bois e levar à diretoria do hospital, um dos mais conceituados da região.  Talvez não seja tão difícil; era o único plantonista no dia 6 de outubro, um sábado, por volta do meio-dia.

Com certeza, seria melhor optar pelo caminho mais curto e sem os custos exorbitantes de qualquer convênio particular. Pronto-socorro do Hospital Municipal, que tem profissionais bons e éticos, e fica mais perto de casa, seria a melhor opção.  Além de ser mantido com o dinheiro dos nossos impostos. Portanto, não é de graça.

  

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Tite é melhor, mas vão errar com Felipão

Tite não é tão experiente nem foi campeão do mundo -- ainda --, mas é superior a  Muricy Ramalho e muito, mas muito, melhor que o Luiz Felipe Scolari atual.

Repito o que já escrevi pelo menos três vezes: Felipão é passado! Tem concepções e métodos ultrapassados de futebol. Pra mim, nunca foi um grande treinador. Brilhou, de fato, quanto tinha um timaço nos tempos de Palmeiras/Parmalat.

Ah, mas ele foi campeão com a Seleção Brasileira em 2002. Nada disso merece tanto destaque pessoal! O título não teve o dedo do gaúcho boa praça mas parou no tempo  quando o assunto é tática.

Pregou a família Scolari, que só colou porque o grupo ganhou o título. Se perdesse, os brasileiros deportariam a família toda. Taticamente, nossa seleção era limitada.

Só ganhamos porque tínhamos -- como em outras copas que conquistgamos ou não --individualidades muito acima da média e em momentos excepcionais. Quem não se lembra do trio atacante com Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho? Além disso, a Seleção tinha Marcos no gol e Cafu e Roberto Carlos nas laterais. Meio-campo era mais marcador, pega-pega.

A verdade é que deram uma rasteira vergonhosa em Mano Menezes e o juizão não marcou nem falta. Tite é bem  nas competências técnica, tática e emocionais.  Conhece futebol, valoriza potenciais técnicos e gerencia recursos humanos e vaidades individuais como poucos. Nosso futuro está em Tite.

Bem diferente, também, de Muricy. Estrategicamente e em nome de compromisso a ser cumprido, ex-treinador do Fluminense e hoje no Santos declinou convite da CBF no momento em que  tudo deveria ser remontado após o fim de uma geração de prata.

Agora que Mano arrumou as peças e a pizza está pré-pronta, esperando apenas a azeitona e o manjericão, talvez o temperamental Muricy não dissesse não.  

Após rasteira em Mano Menezes, Muricy  anda ainda mais reclamão com os dirigentes santistas. Só se esquece de que na Seleção o buraco é mais embaixo e seus conhecimentos precisam ser reavaliados para não ficar pra trás. 

Tite é o mais ético, mais atualizado e mais competente, mas não será o escolhido. Merece e seria o substituto ideal de Mano Menezes após a Copa de 2014. Com ou sem título!

Felipão deve ser anunciado como técnico e Parreira como coordenador técnico. Pode até dar certo, mas experiência de Parreira seria muito mais útil ao lado de Mano ou Tite.

Se alguém pensa que ainda somos favoritos e temidos, está totalmente enganado. Somos respeitados mas não metemos medo em mais ninguém. Temos de ter a humildade para aprender com os melhores e jogar muito mais.

Não  vai ser com Felipão! Infelizmente! Ele vai errar na azeitona e no manjericão!

P.S: Andrés Sanchez dançou. Nada mais normal para o ex-diretor de Seleções passado pra trás. Achou que fazia parte do poder maior. Bobinho! 

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Título e decepção do ABC nos J. Abertos

O ABC voltou a triunfar nos Jogos Abertos. Menos o A, de André, já que a cidade do prefeito Inimigo do Esporte voltou a decepcionar ao ficar em quinto lugar na Segunda Divisão.

Isso mesmo! Um dos maiores campeões da história da principal competição poliesportiva do País hoje amarga o quinto lugar na Segundona paulista. Tal como no futebol.

Olimpíada caipira, recém-encerrada em Bauru ( mais de 15 mil atletas e 184 municípios participantes) apresentou a volta por cima de São Caetano, retomando o título conquistado por São Bernardo no ano passado.

Em 2011, São Caetano somou 193 pontos e ficou em sexto lugar. Neste ano,  cresceu bastante e fez 295 pontos, apenas nove a mais que a vice-campeã, São José dos Campos.

Piracicaba ficou em terceiro lugar com um ponto a mais que São Bernardo ( 262 a 261).  Para triunfar em 2011 São Bernardo totalizou 277 pontos.

Em Bauru, o quinto lugar ficou com Pindamonhangaba com 194 pontos, seis a menos que na edição anterior. O sexto foi São José do Rio Preto com  179.

O título da Segunda Divisão foi conquistado por Santos sem qualquer dificuldade. Fez 247,5 pontos, contra 197 de Mogi das Cruzes, 143 de Rio Claro, 119 de Jundiaí, 103 de Santo André e 102 de Jacareí. Mauá foi 39º com apenas 13 pontos.

Desrespeitado, menosprezado pelo Poder Público, o esporte de Santo André segue, ladeira a baixo, o mesmo caminho do futebol profissional, expert em rebaixamento.

Enquanto isso, o futebol de São Bernardo sobe para a elite paulista e seu esporte, como um todo, ao menos mantém investimento e competência capazes de colocá-la entre as melhores.

O mesmo ocorre com outro vizinho, São Caetano. A retomada do título é sintomática de quem acordou depois de fazer besteira reduzindo investimento e dispensando inúmeros atletas e técnicos, além de trocar um diretor de Esportes vencedor.

O futebol do Azulão não conseguiu o acesso à elite nacional, mas fez boa campanha e ficou a uma vitória da Série A. Bem melhor que o Santo André, rebaixado à Série D principalmente devido à administração desastrosa do Saged.

                                                   MEXA-SE E 6K RUN

Participei, nos últimos dias, de duas provas de rua em São Caetano e Santo André. Ambas primaram pela boa organização.

A 6k Run/Toledo, com largada e chegada no Parque Chico Mendes, foi bem interessante. Percurso foi legal. Assustou um pouco com uma subida bem na largada, mas depois nos poupou com terreno plano e até sombra em boa parte das avenidas.

Divulgação, orientação, distribuição de kits e suporte médico também não decepcionaram. Poderiam colocar pelo menos mais um ou dois postos de água no trajeto de 6km. Camiseta  azul, levíssima, é legal. Assim como  frutas, sucos e barrinhas.

Medalha poderia ser um pouco melhor. Que nada! Tá bom demais! Esqueci que a inscrição foi gratuita. Pra quê chorar de barriga cheia?

Em Santo André, a promoção da Coop tem melhorado a cada edição. O 6º Mexa-se foi  bem organizado em todos os sentidos. Reclamações sempre existem, mas nada que macule a boa imagem do evento.

Verde mais escuro da camiseta e boné branco, discreto, agradaram em cheio. Erro de anos anteriores não foi repetido. Desta vez não houve o encavalamento da caminhada de 5km com a corrida de 10km, da qual participei. Retardamento da largada dos caminhantes foi fundamental.

Gostaria de ter corrido abaixo de uma hora, mas cravei 1h4min00.  Na minha faixa etária (55/59), fiquei em 156º; na geral, fui 2654º. A exemplo de 2010 e 2011, medalha é das mais bonitas. Percurso moderado e seletivo é ideal. Cumprimentos à organização.

sábado, 24 de novembro de 2012

A dor de uma vitória inútil

Goiás ( campeão), Criciúma, Atlético Paranaense e Vitória  são os novos integrantes da elite do futebol brasileiro.  Ao São Caetano, resta a dor de uma vitória inútil. O 2 a 1 em Campinas serviu para rebaixar o Guarani.

Com os mesmos 71 pontos ganhos de Atlético Paranaense e Vitória, o Azulão perde a vaga porque teve uma vitória a menos ( 21 a 20). Agora, não adianta chorar o leite derramado, o ponto desperdiçado.

No primeiro tempo do Brinco de Ouro  o São Caetano teve cinco bons momentos de gol: aos dois minutos com Leandrão, aos oito com Éder e aos 14, 24 e 42 com Danielzinho. Apoiado pela torcida, o  limitado e apenas esforçado Guarani chegou três vezes -- duas com Medina e uma com Klebinho.

O jogo foi franco porque o Guarani precisava vencer para não depender de tropeços de terceiros e o São Caetano só sonharia com o acesso se ganhasse. Como sobraram espaços no meio-campo e entre zagueiros e laterais, o São Caetano usou a inteligência e a velocidade para chegar com perigo. Especialmente com o rápido Danielzinho, o melhor em campo.

Pressionado por resultados adversos ( vitórias parciais de Guaratinguetá e Bragantino), o Guarani voltou para o segundo tempo mais disposto e mais ofensivo, além de liberar laterais e adiantar o meio-campo.

Porém, esbarrou na próprias limitações técnicas e na incompetência ofensiva. Tanto que ameaçou seis vezes mas falhou nas conclusões. Ao São Caetano  restou se recuperar do abalo inicial pelas vitórias parciais de Atlético e Vitória e controlar a agressividade inicial do adversário para depois contragolpear como se estivesse a passear no parque.

Como nos dois gols de Danielzinho em enfiadas perfeitas de Ailton ( substituiu o discreto Marcelo Costa com muito mais eficiência), aos 20 e aos 30 minutos. Sempre em contra-ataques, o Azulão usou a inteligência e ainda esteve por marcar em três ocasiões. Mas abusou  do preciosismo.

Mesmo vítima dos próprios nervos |( e depois desespero), com erros de passes, de posicionamento e de marcação, o Guarani chegou a empatar aos 27 minutos com Danilo Sacramento, além de chegar  com perigo em outras cinco oportunidades.

Pouco para se livrar de um rebaixamento sacramento pelo mau desempenho no terço final da Série B. Ao contrário de Bragantino e Guaratinguetá, que cresceram no final do campeonato, venceram hoje (Boa Esporte e Barueri) e se salvaram.

CRB, Ipatinga e Barueri fazem companhia ao campeão brasileiro de 78 como novos integrantes da Série C. Coisas do futebol!  

A cartolagem, o gaúcho e a rasteira paulista

Mano Menezes caiu? Nada disso! O técnico da Seleção Brasileira levou, com todas as letras, uma senhora rasteira da cartolagem paulista que comanda a Confederação Brasileira de Futebol.

Pra dizer a verdade, o bom gaúcho foi vítima da politicagem barata de três dirigentes ligados a São Paulo, Palmeiras e Corinthians: o presidente José Maria Marin, o vice Marco Polo del Nero e o diretor de Seleções Andrés Sanchez.

O ex-presidente do Corinthians garante que foi voto vencido e que prefere respeitar a hierarquia em nome da imposição presidencial de "novos métodos, nova tecnologia e novo planejamento", justificativa nada convincente.

Em outras palavras, mais diretas, Mano Menezes foi guilhotinado; cortaram-lhe a cabeça simplesmente porque o substituto do insuportável carioca Ricardo Teixeira resolveu mostrar quem manda, expurgando nomes que não escolheu. Maldito poder! Odor de retrocesso!

Mano Menezes teve altos e baixos na seleção; mais acertou do que errou, mas nenhum dos mais cotados para substituí-lo lhe é  muito superior. Tite se iguala ou é até um pouco melhor porque sabe trabalhar tática e coletivismo como poucos, Muricy não tem perfil nem a capacidade de Tite   e Felipão já deu o que tinha de dar. Inclusive a Segundona de presente para o Palmeiras.

Aproveitamento de Mano e seus mais de 100 convocados supera os 70% e isso, no futebol atual, é bastante. Por isso a rasteira é absurda,  não se sustenta. Tanto quanto pelo desempenho atual, justamente agora que a Seleção tinha mais cara de time, de jogo coletivo e consciente.

Com padrão mais definido e opções mais claras visando à Copa das Confederações e à Copa do Mundo, a Seleção mostrou evolução depois de um início em que o legado não se garantia e jogava contra Mano.

Mano Menezes passou pelo pior, ajeitou o grupo e, repito, agora que mostrou um time mais compacto, mais agrupado, com futebol mais moderno diante da necessidade de resultados, acaba sendo vítima de sacanagem pura.

Dirigentes não podem jogar para a torcida nem exercitar o egoísmo exacerbado. Mas é isso que acaba de acontecer, mais uma vez. Se depender do torcedor apaixonado ele quer um time apenas ofensivo e os melhores do seu time na seleção. Nada mais! Virar refém da paixão suicida é um risco danado. Hoje em dia, não leva a nada. Talvez a derrotas. Aí, sobra pra quem?

Mano Menezes não é burro, como gritam alguns torcedores. Não é unanimidade, mas sabe o que faz e por que convoca ou escala este ou aquele. Também já convocou, escalou ou mexeu errado. Outros treinadores já foram mais contestados.

Hoje, qualquer lista de convocados como o mínimo de sensatez não teria mais que três ou quatro nomes diferentes. Inclusive a do técnico a ser anunciado em janeiro de 2013 e que, se optar pela comodidade da mera ousadia sem cuidados, vai dar com os burros n'água.

Como o poder da cartolagem  sempre fala mais alto, a corda arrebentou do lado mais fraco. Andrés Sanchez enfiou o rabo entre as pernas e deixou as velhas raposas se locupletarem com o churrasco gaúcho. Se tivesse mais caráter, pediria o boné sem pestanejar.  

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O parque, a ciclovia, a égua e o potrinho

Concordo! Título soa mesmo como mistureba sem sentido. Como não consegui algo melhor, fica assim mesmo. O leitor vai entender.

Não é invenção. Apenas chamariz. Não é a essência do absurdo que assisti entre 17h30min e 18h05min de hoje no nosso Parque Central.

Aconteceu em plena ciclovia, ali bem próximo do campo distrital utilizado pelo Independência e provavelmente ainda pelo Unidos da Gamboa.

Junto à escada, sem a menor cerimônia, o senhor de meia-idade parecia dono do pedaço "reservado" aos seus animais. Amarrada a uma corda de mais ou menos 12m e 15cm, presa à mão do cara-de-pau, a égua lavava a égua de tanto comer.

Flores, plantas em geral e capim também serviam para saciar a fome do belo potrinho, que ainda tinha a companhia de um (a) cachorrinho (a) preto (a), cotó ( sem rabo).

Sem ironia, a cena era comovente. A beleza do trio animal faria a alegria de qualquer criança ou adolescente minimamente sensível. Porém, convenhamos, em local totalmente inadequado. Parque não é pasto público nem particular!

A ousadia do provável proprietário não foi contestada por ninguém. A jovem ficou com medo de descer a escada momentaneamente ocupada  pelos animais. " Pode descer. Eu garanto", disse o senhor de cabelos brancos puxando a corda mais para a direita.

Ciclistas e pedestres que passavam ( tirei algumas fotos com o celular, mas não ficaram boas) pela ciclovia também ficaram surpresos e foram atrapalhados, mas não aconteceu nada.

Avisei um dos guardas de plantão na "casinha" da entrada ( GCM Taíra), mas nenhuma providência foi tomada. Ao menos a julgar pela volta seguinte.

Os "ilustres visitantes", talvez satisfeitos, já estavam mais pra cima, sendo puxados tranquilamente ciclovia afora, até sair, às 18h05min, pelo portão de acesso da rua Javaés.

Não sei se nessa minha ausência de uma semana a Prefeitura resolveu permitir que o nosso parque virasse pasto, piquete, haras, hipódromo ou coisa do gênero. Pelo desfilar de incompetências administrativas, não seria surpresa.

E não havia sequer um funcionário a quem se pudesse alertar sobre o que já deveria ser obrigação. Se o Central está aberto, sugerem-se cuidados dos servidores pagos para tal.

Mais uma prova de que o nosso parque   continua sem comunicação, sem orientação, sem fiscalização e sem punição a usuários mal-educados e funcionários não comprometidos.

Se a moda pega, logo logo o bom prado do nosso Parque Central vai ser um prato cheio para vacas (e seus lindos bezerrinhos) e aliás (e  seus lindos elefantinhos). Pra quem não se lembra, aliá, elefoa e elefanta são femininos de elefante. Se é que não mudaram por decreto.

Acorda, prefeitão! Mesmo que no último minuto de um mandato a ser esquecido, bote esse pessoal pra trabalhar.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

São Caetano: como ganhar do líder Goiás?

Na briga  por uma das três vagas restantes à elite do futebol nacional, a tarefa do São Caetano é quase tão improvável quanto o grande Palmeiras se salvar do rebaixamento.

Em quinto lugar com 67 pontos ganhos e 19 vitórias, o Azulão pega o líder e já classificado Goiás no Estádio Anacleto Campanella e o ainda ameaçado Guarani em Campinas, na última rodada.

Quarto colocado com dois pontos e duas vitórias a mais, o instável e decadente Vitória vai a Joinville e depois recebe o Ceará no Barradão.

Em terceiro lugar com os mesmos 69 pontos e 21 vitórias, mas  melhor saldo de gols do que o time baiano, o Atlético Paranaense vai a Criciúma e na rodada decisiva faz o clássico contra o Paraná.

Segundo colocado e virtualmente classificado com 71 pontos ganhos e 22 vitórias, o Criciúma recebe o Atlético Paranaense e encerra participação em Florianópolis, no clássico diante do Avaí.

Além de secar os adversários e depender de combinação de resultados , o São Caetano tem dois jogos teoricamente problemáticos e precisa vencer. Neste sábado o obstáculo se chama Goiás. Simplesmente líder e, no momento, depois de início titubeante, dono do melhor futebol da Série B.

Não acredito, mas se voltar a desfilar a incompreensível apatia do jogo diante do Boa Esporte -- venceu por 4 a 2 mas não convenceu -- , o Azulão vai levar uma varada e dizer adeus ao sonho do acesso.

Se quiser mesmo vencer, além de se aplicar com extrema determinação, também não pode repetir o distanciamento setorial nem as falhas de posicionamento e cobertura do sistema defensivo, exatamente um dos pontos altos do time de Ailton Silva.

Volta de Augusto Recife,  volante de ofício e entrosado com Moradei, deve acertar a marcação de forma geral. Se isso não acontecer e os laterais não estiverem atentos aos costados, difilcilmente o Azulão escapará das estilingadas certeiras de Ricardo Goulart,  que marca pouco mas articula e chega no ataque com a mesma competência. Se Ricardo Goulart for mais participativo na marcação, voltará a chamar a atenção de clubes de primeira grandeza.

Gabriel e Wagner formam talvez uma das melhores zagas do campeonato, mas não terão vida fácil com as chegadas do menino revelado no Santo André e a intensa movimentação de Valter.

Mesmo acima do peso, o ex-jogador do Inter abre espaços, dá assistências e ainda finaliza de média e curta distâncias com bom aproveitamento. E é bom não achar que o Goiás vai ficar levantando bola para consagrar os zagueirões!

Outros perigos do rápido  e envolvente time goiano são os contragolpes e as invertidas de bola. Laterais Victor e Egídio são perigosos e devem ser marcados de perto por quem jogar aberto. Talvez Danielzinho pela direita e Éder ou Geovane pela esquerda. Vai ser complicado!

Como goleiro e zaga interna do Goiás também têm experiência e futebol de primeira, São Caetano  deve abusar da velocidade e da rotatividade. Caso contrário, vira presa fácil.

Se errar na liberação dos laterais para atacar, o São Caetano vai dar os espaços que o Goiás adora para contra-atacar. Por isso, todo cuidado é pouco. Resta ao Azulão contar com a técnica de Pedro Carmona, que sabe meter uma bola com precisão e  se aproxima do ataque com sabedoria. Se brilhar sem abusar do individualismo improdutivo, vai dar trabalho e o jogo pode ficar mais equilibrado.

Outra boa opção do Azulão são as bolas "paradas", quase sempre endereçadas por Pedro Carmona (ou Marcelo Costa) para as cabeçadas certeiras dos zagueiros Gabriel e Wagner. Jogo aéreo pode ser o fiel da balança. Exatamente o oposto do Goiás.

Expectativa é de que seja um jogo bem melhor do que o último. Os dois times são bons e saber tocar a bola sem exagerar nos chutões. Apesar dos seis gols, não gostei e discordo dos que  viram um show de emoções e intensidade contra o Boa. Os gols são enganosos!

Último jogo do São Caetano vai ser em Campinas. Guarani está em 15º lugar, apenas quatro pontos à frente do Guaratinguetá, o primeiro da zona de rebaixamento. Se o Guarani não estiver a salvo,  vencer na casa do adversário será tarefa hercúlea.

Talvez seja menos difícil ganhar do Goiás elitizado do que do bugre campineiro com a corda no pescoço. Talvez seja mais fácil escapar da varada do que da flechada bugrina.    

   

sábado, 10 de novembro de 2012

São Caetano: apatia, susto e virada

De virada, o São Caetano  venceu o Boa Esporte por 4 a 2 hoje à noite no Estádio Anacleto Campanella. Mas só ficou no sonhado G-4 de acesso à elite do futebol nacional por duas horas, já que o Atlético Paranaense foi a Arapiraca e derrotou o ASA por 3 a 2.

Com 67 pontos ganhos, o Azulão continua em quinto lugar e ainda enfrenta o Goiás em casa e o Guarani em Campinas. Com 69 pontos, 21 vitórias e saldo de 28 gols, o Atlético dorme como vice-líder. Nas duas rodadas finais, vai a Criciúma e depois tem o clássico estadual diante do Paraná.

Com os mesmos 69 pontos, 21 vitórias e saldo de 17 gols, amanhã o Vitória joga em Guaratinguetá. Líder com 71 pontos,  o Goiás  recebe o lanterna  e rebaixado Barueri disposto a garantir matematicamente a vaga. Quarto colocado com 68 pontos, o  Criciúma vai a Natal enfrentar o América.

No estranho jogo de São Caetano, o Azulão levou um susto; vítima de duas falhas  individuais, acabou tomando 2 a 0. Mesmo sem jogar bem, se recuperou, também em lances individuais, e chegou ao empate ainda na etapa inicial. Depois, fez mais dois gols, virou, se acomodou e administrou o resultado.

Soa paradoxal, mas, apesar dos seis gols, o jogo não foi bom técnica e taticamente. Nem tão emocionante como pode sugerir. Houve muitos erros técnicos e igual desorganização tática dos dois lados.

Primeiro tempo do Azulão beirou afrontar seus números no campeonato e a própria capacidade do grupo. Não é possível que um time que luta pelo acesso seja refém da preguiça, da apatia. Ficou a falsa impressão de controle emocional de quem sabe que é superior tecnicamente mas não jogou nada.

Sem Augusto Recife, suspenso e substituído pelo menos combativo Allan, o bom sistema defensivo do São Caetano, um dos melhores do campeonato, esteve à beira do caos.

Tanto que, com Moradei sobrecarregado na marcação aos meias  Radamés e Francismar, o Azulão tomou dois gols, foi ameaçado em mais dois lances e teve vários momentos falhos no posicionamento, na recomposição, na antecipação e na cobertura.

Se bem que o gol de Radamés, aos 21 minutos,  em chute de longe, foi um frango do bom goleiro Luiz, homenageado por completar  300 jogos com a camisa do clube.

No segundo gol, aos 28 minutos, a jogada começou pela esquerda, às costas do lateral Samuel Xavier, e o cruzamento de Radar encontrou Siloé sozinho (Wagner marcou a bola) para concluir sem dificuldades.

Por que o Azulão não brilhou? Porque marcou mal, cobriu mal, protegeu mal, não aproximou os três setores, deixou espaços entre meias e volantes, não criou e ainda se deu ao luxo de ser vítima de uma autossuficiência inadmissível e uma (des)organização tática amadora.

Fez, sim, dois gols ainda no primeiro tempo, mas não acordou. Ambos em jogadas individuais de Vandinho ( entrou  aos 27 minutos no lugar do lesionado Leandrão e marcou aos 31) e Danielzinho ( aos 38), as duas em cima do zagueiro Gabriel.

No segundo tempo, o São Caetano voltou menos apático ( não dava para ser mais!), liberou um pouco mais os laterais, encurtou os espaços e melhorou o posicionamento defensivo do meio-campo.

Azulão ameaçou aos 9 minutos com Samuel Xavier e aos 10 com Danielzinho, antes de marcar o terceiro gol aos 14, com Pedro Carmona cobrando pênalti sobre Vandinho. Wilson Júnior, goleiro emprestado pelo São Bernardo, nada pôde fazer.

O Boa ameaçou seis minutos depois com outro chute de fora da área de Radamés, mas tomou o quarto gol aos 26. O lateral Diego fez boa jogada pela esquerda, foi à linha de fundo e cruzou para Danielzinho  concluir com categoria.

Com 4 a 2, o Azulão voltou a se desinteressar pelo jogo; se acomodou. Não aproveitou os espaços nem as limitações defensivas e o cansaço do time mineiro.

Provalvelmente para não correr riscos, o técnico Ailton Silva tirou o contundido volante Allan e colocou o zagueiro Jaime Bustamante ( expulso no final). Mesmo assim, levou três sustos.

Porém, não se abalou. Talvez já estivesse pensando em torcer contra o Atlético Paranaense para assumir a quarta colocação. Não adiantou nada! Resta secar Vitória, Criciúma e Goiás amanhã para que o resultado de hoje tenha maior relevância.   

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Ronan resiste, compartilha ou larga de vez o Ramalhão?

 

DANIEL LIMA - 5/11/2012

Há três alternativas excludentes a projetar o futuro do futebol de Santo André, durante quatro décadas sob a responsabilidade do Esporte Clube Santo André e há cinco anos cravejado de derrotas sob a denominação de Saged (Santo André Gestão Empresarial e Desportiva). Desde 2007, quando de fato e de direito migrou do modelo socioesportivo para o esquadrinhamento supostamente empresarial, o Ramalhão caiu pelas tabelas. São seis rebaixamentos em 12 campeonatos disputados, situação que colocou a agremiação na Série B do Campeonato Paulista (safou-se da Série C na última rodada este ano) e na Série D do Campeonato Brasileiro (à qual foi rebaixada dentro de campo já no ano passado, mas foi salva pelo tapetão).

Diante do estado de insolvência institucional, técnica, estrutural, financeira e econômica, parece não haver mesmo no horizonte de curto prazo quem seja capaz de sustentar algo minimamente confortável. A disputa da Série B Paulista no começo do ano que está chegando ganha a forma de ameaça, porque o elenco foi praticamente desfeito após a queda à Série D do Brasileiro, há 15 dias. Um time reverenciado até pouco tempo atrás como símbolo de competência nas páginas do Diário do Grande ABC, jornal de propriedade de Ronan Maria Pinto, mandachuva do Saged, foi completamente aniquilado na última semana. Sobraram poucos jogadores. E mesmo assim a maioria de qualidade duvidosa.

O que vai acontecer com o futebol de Santo André nos próximos tempos? Traçamos três cenários diferentes com base não apenas nas circunstâncias mas também em fatores históricos:

1. Ronan Maria Pinto segue dirigindo o Saged de forma autocrática e devastadora, na tentativa de provar o improvável: que entende de futebol e de gestão esportiva.

2. Ronan Maria Pinto cede parte do controle do Saged a indicados do prefeito petista Carlos Grana, em troca de suporte publicitário da Administração Pública e do governo federal petista à publicação que dirige e também de patrocínios à equipe.

3. Ronan Maria Pinto sente-se completamente isolado e devolve o ex-Ramalhão à direção do Esporte Clube Santo André.

Destrinchando as alternativas

O detalhamento dessas possibilidades é mais que necessário para compreender o que se avizinha a uma agremiação que terá enormes dificuldades para recompor-se entre as forças de médio porte do futebol brasileiro. Uma agremiação que chegou ao estágio mais desolador em quase meio século de existência, sempre considerando como parte integrante da história os cinco tenebrosos anos sob a administração do Saged.

Primeira alternativa – Ronan Maria Pinto segue dirigindo o futebol da cidade. A experiência desanimadora de cinco anos de autocracia, de dívidas estratosféricas, de desmonte da estrutura de formação de jogadores deixada pelo Esporte Clube Santo André quando da transposição do modelo socioesportivo para o empresarial, tudo isso parece não ter impressionado o dirigente. Ronan Maria Pinto estaria decidido a não entregar a rapadura nem mesmo ante o estouro de novo escândalo a envolvê-lo, conforme denúncia da revista Veja. A possibilidade de enormes contratempos que um dos principais operadores do mensalão, o publicitário Marcos Valério de Souza, lhe imporia, colocou Ronan Maria Pinto na defensiva, mas não a ponto de levá-lo a jogar a toalha esportivamente. Ronan Maria Pinto é denunciado por Marcos Valério no Ministério Público Federal por suposta chantagem ao então presidente Lula da Silva e ao então ministro Gilberto Carvalho por irregularidades na gestão de Celso Daniel na Prefeitura de Santo André. Há tempestade à vista. A oposição mobiliza-se para levar adiante investigações lastreadas no depoimento de Marcos Valério.

Segunda alternativa – Não está descartada a possibilidade de, mesmo sob o fogo cruzado de Marcos Valério, Ronan Maria Pinto continuar a comandar o Saged, agora com a companhia de representantes do PT da Província do Grande ABC. Haveria interesse da direção do São Bernardo Futebol Clube, especialmente do presidente Luiz Fernando Teixeira, em estender o domínio do futebol vinculado ao partido também a Santo André. O São Bernardo Futebol Clube tem estreitas ligações com o prefeito Luiz Marinho. Haveria uma aproximação com o prefeito eleito Carlos Grana. A perspectiva de que Ronan Maria Pinto poderia, como Edinho Montemor, em São Bernardo, virar presidente de honra, acabou abalada mas não afastada. O problema todo gira em torno não só das denúncias de Marcos Valério, mas também das dívidas do Saged, cujos valores são mantidos a sete chaves. Haveria viabilidade de criar-se nova empresa para acomodar os dirigentes do São Bernardo. Ronan Maria Pinto sairia de cena oficialmente, mas teria voz ativa nos bastidores.

Terceira alternativa – Ronan Maria Pinto estaria encalacrado de tal forma que não lhe restaria saída imediata senão acertar a toque de caixa a devolução do futebol ao Esporte Clube Santo André. Sabe-se que há resistência do clube que por 40 anos administrou o futebol com relativo sucesso. O que se pretende entregar é uma agremiação devastada tecnicamente, sem lastro econômico e financeiro, desmanchada na organização de divisões de base e com a imagem institucional completamente arrasada. Provavelmente só haveria um encontro de águas se a Administração Pública der total suporte ao futebol. Como nos tempos do prefeito Celso Daniel. E que Ronan Maria Pinto, de alguma forma sustentavelmente legal, assumisse todo o passivo do Saged. Um passivo que deixa brechas enormes a complicações para o Esporte Clube Santo André, porque oficialmente é o clube que representa o futebol da cidade nas instâncias esportivas e, em última instância, também nas áreas previdenciárias e trabalhistas. Sabe-se que passa de R$ 2,5 milhões o buraco atual de obrigações financeiros que o Saged está transferindo para o Esporte Clube Santo André em forma de impostos atrasados e sentenças trabalhistas e previdenciárias. Mas outras ações estão a caminho. O buraco pode multiplicar-se porque tem o formato de saco sem fundos.

É a terceira alternativa?

Se tivesse de apostar alguma coisa numa das alternativas, ficaria com a terceira. E mesmo assim com enormes dificuldades de consumação. Tudo vai depender da disposição do presidente do Esporte Clube Santo André, Celso Luiz de Almeida, e do ex-presidente Jairo Livolis, apeados do Saged por decisão de Ronan Maria Pinto. O afastamento dos dois dirigentes, em setembro de 2007, deixou um rastro de mágoa que o tempo pode ter apagado ou reduzido, mas provavelmente lhes ensinou uma lição que Ronan Maria Pinto subestimou: o voluntarismo com que o Esporte Clube Santo André foi conduzido ao longo dos anos não cabe mais no figurino do futebol destes tempos e não poderia ser reproduzido nem mesmo em situação emergencial. Tanto Jairo Livolis quanto Celso Luiz de Almeida dominavam essa percepção naquele 2007. Principalmente Jairo Livolis, autor intelectual da terceirização do futebol do Ramalhão. Tudo bem esquematizado. Só esqueceu de combinar com Ronan Maria Pinto.

Qualquer outra vertente que venha a se configurar resolutiva para o futebol do Esporte Clube Santo André derivará desses cenários. Não há outra estrada a percorrer. Transferir o futebol de Santo André a um grupo de investidores é utopia após o desastre do Saged. Dúvidas sobre o passivo financeiro impediriam avanços nas negociações. Sem contar que as seguidas quedas da equipe na hierarquia estadual e, principalmente, nacional, são uma ducha de água fria para quem vê futebol muito além das quatro linhas.

O Saged deste final de 2012 encurtou o horizonte já dúbio que o Esporte Clube Santo André reconhecia naquele começo de 2007, quando Jairo Livolis levou adiante a proposta de adotar modelo empresarial. Os acionistas do Saged não formaram um braço de suporte diretivo em vários departamentos porque Ronan Maria Pinto jamais levou a sério algo que aproximasse minimamente o futebol de métodos administrativos modernos. Restaurar a credibilidade do futebol de Santo André é uma tarefa árdua e demorada. Dentro e fora de campo. O prefeito eleito Carlos Grana sabe que seu prestígio está em jogo. Se não conseguir organizar e amarrar um pacote de soluções, tomará o lugar do antecessor Aidan Ravin, transformado em bode expiatório de uma derrocada que tem apenas um responsável – o homem agora sob a mira de Marcos Valério e do Ministério Público.

São Caetano volta à briga direta pelo acesso

Rodada de ontem foi uma bênção para as pretensões do São Caetano na Série B. Além da importantíssima vitória de  2 a 0 em Criciúma, o Azulão contou com o empate de 1 a 1 do Atlético Paranaense com o América de Natal.

Por isso, a apenas três rodadas do final do campeonato,  o representante do Grande ABC volta a entrar diretamente na briga por uma das vagas à Série A do Brasileiro em 2013.

O Goiás empatou de  2 a 2 com o Boa Esporte, lidera com 71 pontos e está virtualmente classificado. O segundo colocado é o Vitória, que, em casa, derrotou o América Mineiro por 5 a 3 e chegou a 69.

Com 68 pontos, se vencesse o Criciúma estaria classificado, mas perdeu mais uma em casa e caiu para terceiro. Mesmo com o empate em casa, o Atlético Paranaense manteve o quarto lugar com 66 pontos e 20 vitórias.

Com dois pontos e duas vitórias a menos, o São Caetano ainda sonha com a vaga. Joga duas vezes em casa e uma fora. Nesta sexta-feira, recebe o Boa Esporte e na próxima rodada, também no Anacleto Campanela, pega  o líder Goiás.  Na última rodada, vai a Campinas encarar o Guarani.

Já o Atlético Paranaense viaja para enfrentar o ASA e o Criciúma. Na rodada final, faz o clássico contra o Paraná. Teoricamente, ao contrário do que se vislumbrava três rodadas atrás, agora a sequência de jogos do Furacão sugere maiores dificuldades.

Vitória e Criciúma, que pareciam praticamente classificados, se complicaram nas últimas rodadas. Por isso, tudo pode acontecer daqui até o final. Cinco pontos separam o segundo do quinto colocado.

INTELIGÊNCIA E APLICAÇÃO X TRANSTORNO EMOCIONAL

No encontro de um São Caetano aplicado, técnico, inteligente e com as rédeas das emoções contra um Criciúma desorganizado, apavorado e vítima de transtorno emocional doméstico, vitória do visitante mais indigesto do Série B.

Inicialmente impulsionado pela torcida e pelo sonho de antecipar o acesso com uma simples vitória sobre o quinto colocado, no primeiro tempo o   Criciuma  foi um pouco superior.

Montado num 4-3-1-2 aparentemente cauteloso para proteger uma defesa limitada, o Tigre teve mais posse de bola e quatro bons momentos de gol, contra apenas dois de um  Azulão formatado num ousado 4-2-1-3, sem Marcelo Costa.

Seguro, com boa movimentação, sincronismo dos três setores, sério no sistema defensivo e sem liberar tanto os laterais, o São Caetano tinha dois volantes e em Pedro Carmona o único meia para armar e municiar um ataque que  também ajudava no fechamento de espaços.

O gol contra de França, aos 28 minutos, quando o anfitrião estava melhor,  começou com o escanteio cobrado pelo armador. Na segunda oportunidade do Azulão, 10 minutos depois, com Danielzinho, enfiada de bola também foi de Pedro Carmona. Danielzinho passou pelo goleiro Douglas Leite mas falhou na conclusão.

O segundo tempo começou o Criciúma mais ofensivo. Com o objetivo de buscar o empate, trocou o volante Elias pelo atacante Gilmar e o 4-3-1-2 virou 4-2-1-3.

Em contraposição, o técnico Ailton Silva tentou se fechar e substituiu o inoperante atacante Geovane por mais um volante. O 4-2-1-3 virou 4-3-1-2. Só que Marcone saiu machucado logo aos seis minutos e deu lugar ao meia Éder.

Moral da história: com dois meias, o São Caetano adotou o 4-2-2-2. Com inteligência e maturidade, apostou em contragolpes rápidos, como no primeiro tempo, e na marcação incessante e quase perfeita do sistema defensivo.

Desesperado, com os nervos à flor da pele e sem poder de organização, penetração e conclusão, o Criciúma virou refém de uma infinidade de erros primários. Tanto que só ameaçou uma vez com Gilmar e poderia ter tomado o segundo gol aos 11 minutos, quando Danielzinho voltou a falhar na finalização.

Cinco minutos depois, o árbitro Leandro Vuaden deixou de dar pênalti claro do zagueiro Matheus Ferraz sobre Danielzinho. Aos 19 foi a vez de o zagueiro Wagner cabecear com perigo.

Aos 22 minutos o auxiliar técnico substituto do falso líder Émerson Leão trocou corretamente o atacante Danielzinho ( não gostou!) pelo zagueiro Bustamante com o objetivo de garantir o resultado. E aos 27 Leandrão matou o jogo ao aproveitar rebote do goleiro após chute de Éder.

Daí até o final o Criciúma apostou na correria inconsequente e ficou ainda mais pilhado. Pior, ficou órfão porque a torcida passou a torcer contra, vaiar, gritar "vergonha"  e "olé". Como se o Tigre ainda não estivesse no páreo. Tudo o quê o Azulão queria para manter as esperanças de voltar à elite nacional. 
        

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Muitos são os responsáveis pelo fracasso do Ramalhão!

"Adivinhe quem é o responsável pelo fracasso do ex-Ramalhão". Título da coluna do amigo Daniel Lima no CapitalSocial e aqui transcrito (colado, né?) é ao mesmo tempo desafiador e conclusivo.

Inigualavelmente direto e corajoso, Daniel indaga, exclama e conclui, sem meias palavras.  Riqueza de detalhes e solidez de argumentos. Por isso, bem diferente do DGABC, no CapitalSocial o  boi berra, baba, tem chifres, nome e sobrenome marcados a ferro quente.

Ronan Maria Pinto, coincidentemente, o dono do Diario do Grande ABC e do futebol profissional que um dia foi de tantos e agora é só do Saged/RMP. Paradoxalmente, o boi dominador comanda um bando de cordeirinhos travestidos de investidores.

Lógico que poucas pessoas ousam contestar a conclusão e enxergar que, nas entrelinhas do texto, responsáveis secundários são poupados, mas não esquecidos. Os argumentos são irrefutáveis, irrebatíveis. Ao menos para quem tem bom senso e não tem  rabo preso.

Confesso, no entanto, que, mesmo sem querer mitigar culpabilidade tão cristalina,  não a vejo como solitária. Sinceramente, eu não daria 100% dos votos ao todo-poderoso homem de comunicação. O mesmo que, indiretamente, lógico,  outro dia definiu uma manchete absurda e pessoal ao citar o nome de Klinger de Oliveira. Vergonhoso para o verdadeiro jornalismo!!!

Não quer dizer que o empresário, também capitão do Saged,  gestão antiempresarial, não seja o principal responsável pelos erros/omissões de terceiros. Com incompetência e isolacionismo ímpares, o D de Desportiva há muito é de Desastrosa.

Se dividíssemos hipotético universo eleitoral em 100 urnas, o nobre senhor ganharia por unanimidade em pelo menos 80%.  Se dependesse deste caipira, os outros 20% dos votos ficariam, sim,  com vários segmentos, todos com influenciáveis pelo chefão de fala mansa e perigo nos olhos.

Pelo menos 13% dos sufrágios ficariam com o Poder Público comandado por Aidan Ravin, o Prefeito Inimigo do Esporte. Como a bola pune, o prefeitão derrubou o Estádio Bruno Daniel e o troco veio na urnas. 

Mesmo em número cada vez menor, o torcedor-cidadão foi desrespeitado pela Prefeitura com uma interdição interminável devido ao não cumprimento de um TAC ( Termo de Ajustamento de Conduta) assumido há mais de dois anos junto ao Ministério Público.

Como o prefeitão ( para dar respaldo ao diretor Esportes que assumiu mas não cumpriu) entrou em rota de colizão com o dono do DGABC e do Saged, sobrou para o pobre e apaixonado torcedor. Aquele que assistiu aos jogos sobre árvores e muros.

Retaliação seria endereçada a RMP -- pelo autoritarismo, também merecidamente escanteado por outros empresários --, mas o prefeitão perdedor enxergou pouco além do nariz ( ou da barriga avantajada?) e menosprezou o cidadão andreeense. Empurrou com a barriga ( de novo, não foi difícil!) e foi levando em banho-maria, até que o Ramalhão encarasse outro rebaixamento. Merecido, por sinal!

Como coadjuvante do desastre, Aidan Ravin não está sozinho.  Os outros 7% dos votos válidos que levaram um ex-campeão a nocaute também passam, entre outros, pela omissão dos verdadeiros dirigentes do ECSA, ainda responsável jurídico por todas as dívidas e ações desastrosas da gestão. Presidente Celso Luiz de Almeida usa a prudência, a polidez, para evitar o confronto direto. Não concordo, mas respeito o amigo.

Afinal, é o nome do clube do Jaçatuba que está, por exemplo, nas ações de cobrança. Ninguém tem coragem de peitar e cobrar transparência de RMP?  Dívidas trabalhistas são altas, especialmente com o INSS. É só checar! Posso provar porque também fui vítima.

Porcentuais restantes também se dividem entre cotistas-cordeirinhos manipulados pelo senhor dos anéis e com o diretor de Futebol, aquele que, ao contrário do boi fujão, RMP, dá a cara para baterem.

Afinal, foi nosso colega Sérgio do Prado quem escolheu o técnico Claudemir Peixoto e ajudou a formar o elenco no início do campeonato. Também foi opção de Serginho jogar no gramado conhecido, mas sem torcida, em vez de aceitar o convite para jogar em São Bernardo, com o apoio dos torcedores. Poucos, é verdade, mas torcedores com alma.

Técnico Itamar Schulle acabou de chegar e não poderia fazer milagre após o desfilar de lambanças. Por isso deve permanecer. Bem diferente da maioria dos jogadores, que, como perdedores e rebaixados, já pegaram o caminho da roça e vão dar lugar a juniores sonhadores e menos onerosos. Se bem que os investimentos já eram limitados.

É bom frisar que, direta ou inderetamente, todos os segmentos citados estão controlados pelas rédeas da prepotência ronaniana. E se alguém acha que o homem vai  pedir o boné, pode tirar o cavalinho da chuva. Erroneamente, ele acha que a eleição de Grana significa garantia plena de  novos tempos. Pode perder o pasto já ralo.

Lógico que o Brunão vai passar por algumas reformas -- é o mínimo que se espera --, mas o momento não permite sonhar com arena multiuso para amanhã. Está no programa de governo petista, mas só vai sair do papel se aparecer uma parceria público-privada nos próximos quatro anos. Agora, nem pensar! Não é prioridade.

Porém, não tenha dúvidas, caro leitor: se Ronan abandonar o barco, Jairo Livólis, do ECSA, pega o leme correndo. Mesmo sabendo que o time está na Segunda Divisão estadual e na Quarta nacional e que há dívidas físicas e morais significativas.

Pra não parecer corporativista, também entendo que os editores do jornalzinho parcial( O DGABC já foi considerado o maior e melhor jornal regional do País),  por motivos óbvios, também são cúmplices do fracasso.

Por determinação superior, o Diário sempre tratou o Santo André com a suspeita competência de uma assessoria de Imprensa. Talvez, se menos parcial/omisso e mais comprometido profissionalmente, pudesse mostrar trabalho mais digno. Ah, o chefão não deixaria, né? Paciência!   Então, que cubram o Ramalhão na Quarta Divisão.

Como se vê, não se pode dizer que o Daniel exagera. O mandonismo estende seus tentáculos para todos os lados. E os cordeirinhos da Província, como define meu amigo do peito, de verdade, se encolhem de medo.

Com o perdão da palavra, um bando de cagões. Incapazes de dizer que o Santo André não é um feudo, um império sob o jugo de um rei nu. É da cidade, de todos nós! Ou não?