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sexta-feira, 29 de junho de 2012

A vergonha e a dependência química do poder

CURRÍCULO

Nome: Ricardo Teixeira.

Idade revelada: 72 anos.

Endereços atuais: Miami, Angra dos Reis, paraísos fiscais e hospital da Lagoa.

Endereço antigo: Rua da Alfândega, Rio de Janeiro.

Telefones para contato: 021-21250171 ou 021-21260152

Cargos pretendidos: consultor nos subterrâneos da área esportiva, prestação de serviços sem transparência e captação de recursos de origem duvidosa.

Horário disponível: terças e quintas-feiras, das 10h às 11h, apenas na segunda e na quarta semana do mês.

Ressalvas importantes: férias em janeiro, fevereiro, março, julho, setembro e dezembro. Não trabalha, nem engana, em ano bissesto. Dispensa integral do compromisso profissional em ano de Copa do Mundo.

Pretensões salarias e bônus complementares: R$ 75 mil mensais, mais comissão de 30% sobre amistosos da Seleção, patrocínios e obras contratadas para a construções de estádios para a Copa de 2014. Além de bicho por vitórias do selecionado e prêmio extra em caso de conquista da Copa das Confederações e do Mundial.

Experiência e conquistas profissionais: representante brasileiro na Conmebol e na FIFA, importantes títulos no comando do futebol brasileiro e vitorioso em todos os segmentos da sociedade em que se admite o abuso do poder.

Outra atribuição importante: administrar, sozinho, como dono do poder, mais de 300 contratos, ainda em andamento.

Último emprego decente: lembrança apagada

Último emprego altamente lucrativo: comando da CBF, por 23 anos.

Motivo da demissão/renúncia: saúde debilitada em função de pressões do governo brasileiro e ameaça de exclusão da FIFA.

Atual fonte de renda: Cerca de R$ 75 mil mensais oriundos da CBF, referentes a serviços de consultoria, prestação de serviços e captação de recursos com patrocínios.

Referências principais: Amigos presidentes de clubes, João Havelange e José Maria Marin, seu substituto/cumpridor até 2014.

Com currículo invejável e ainda amigo de quem manda, o arrogante, cínico e intragável RT, "destituído" em março, já recebeu R$ 225 mil da CBF pelos relevantes serviços prestados em 90 dias.

Pagamentos questionáveis, mas regulares e pontuais, são efetuados com plena anuência da nova presidência. Infelizmente, Marin é mais do mesmo. Estende o manto protetor e troca favores. Um esbulho a céu aberto!

Enquanto isso, Brasil afora, clubes menores e integrantes das séries C e D do campeonato nacional vivem à míngua. Sempre de pires na mão, à beira do precipício, da falência.

Pra quem achava que Marin seria um pouco diferente, com atitudes menos corporativas e mais voltadas para seus filiados, está aí mais um exemplo decepcionante. Então, fora Marin!

Isso é uma vergonha! Uma indecência! Será que o Ministério Público não tem autoridade para intervir na entidade? Mesmo porque, se depender exclusivamente de improváveis ações contestatórias dos presidentes de clubes, não vai acontecer nada.É mais fácil o burro voar!

Quase todos são dependentes químicos de uma droga chamada poder. Sem ele, sem suas benesses, muitos vegetariam. Isso é Brasil! Por isso todos querem ser amigos do rei.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Empate-vitória, importante mas ilusório

Empate-vitória na falsa arapuca da Bombonera é tão importante quanto ilusório. Pra ser campeão diante de uma torcida loucamente apaixonada, o Corinthians precisa mostrar bem mais.

O Boca Juniors jogou mais com a mística, com a camisa. É um time de respeito, mas tem limitações técnicas e físicas. Não mete medo como antigamente. Não é um bicho-de-sete-cabeças.

No 1 a 1 de ontem em Buenos Aires, teve mais disposição e mais iniciativa que o Corinthians. Tem um bom meio-campo que sabe tocar e marcar. Mas se o Timão ousasse um pouco mais...

Riquelme, mesmo não sendo mais aquele jovem tão participativo e decisivo, faz a diferença pela inteligência, pelo posicionamento e pela precisão na bola parada. Também fala muito e quer apitar o jogo.

Se a defesa do Corinthians -- a melhor da história da Libertadores -- manteve o bom nível, a do Boca mostrou lentidão a ser explorada na final de quarta-feira no Pacaembu. Além disso, não sabe sair jogando e dá chutões quando apertada. Assim como a corintiana.

Corinthians errou muitos passes e Alex exagerou nas quedas, corretamente ignoradas pela arbitragem. Com certeza, não foi por falta de orientação.

Se o time de Tite mostrasse um meio-campo coeso, equilibrado, que não sobrecarregasse Paulinho, e fosse mais ousado com a bola, como nos minutos finais, depois que tomou o gol, o sistema defensivo argentino entregaria o ouro. Como no belo gol do menino-herói Romarinho.

Mesmo sem ser uma sumidade, o Boca de tantos argentinos e paulistas "anti" foi superior. Especialmente no segundo tempo, quando, cobrado e empurrado pela fanática torcida, emparedou um Timão aparentemente com medo de perder.

Até o regularíssimo Ralf decepcionou. Não achou o melhor posicionamento para conter a movimentação argentina. Será que sentiu o peso da arena e a importância do duelo?

No Pacaembu, não adianta imaginar que a torcida vai ganhar o título inédito no grito. Quarenta mil vozes ajudam, empurram, mas não entram em campo. Não marcam Riquelme. Não fazem gol. Nem defendem pênalti.

Tite costuma manter o esquema vencedor (1 a 0 está de bom tamanho), mas se quiser entrar definitivamente para a história corintiana talvez seja melhor repensar a forma de atuar numa decisão.

Não basta coração! O segredo é jogar e não deixar jogar. Com disposição, concentração e inteligência do primeiro ao último minuto.

Nem sempre o 4-4-2, com variação para o 4-2-3-1, deixando apenas Emerson à frente, vai dar certo. Só se impõe se a marcação sob pressão na saída de bola for executada com intensidade e perfeição, agilizando a retomada e o contragolpe fatal.

Caso contrário, é melhor jogar com duas linhas de quatro de verdade, com dois volantes (Ralf e Paulinho) e dois meias (Alex e Danilo) praticamente numa horizontal de quatro na hora de defender.

Com Alex e/ou Danilo mais Paulinho e/ou Fábio Santos subindo para triangular com os dois atacantes (como Paulinho com Emerson e Romarinho no empate salvador) e forçando a espaçada defesa do Boca, o Corinthians estará mais perto do gol e do título.

Se o Timão de tanta gente (a favor ou contra) insistir no exemplar defensivismo de doação e no discutível ofensivismo de ocasião, o torcedor vai ter de rezar para o matreiro e traiçoeiro Boca não jogar por duas ou três bolas letais.

É imprescindível se impor. Nem sempre o salvador Romarinho estará de plantão. Por falar nisso, acho melhor Tite deixar o menino no banco. Se precisar, o predestinado entra no lugar de Willian ou Liédson.

São bons jogadores, mas não estão bem. São os prováveis candidatos à vaga do lesionado Jorge Henrique, que faria falta porque exerce importante função tática.

Pra falar a verdade, além de torcer, acredito no título. A história do clube e a devoção do torcedor corintiano merecem ver o vale do Pacaembu inundado de lágrimas. De felicidade, lógico! Então, vai Curíntia! Não para de lutar...

P.S: Corinthians, a torcida não pode vencer por você, mas você pode vencer por ela!

Itália foi superior e está na grande final da Euro

O mundo esportivo apostava e até torcia para que a invicta e favorita Alemanha fizesse a grande final da Eurocopa contra a Espanha campeã mundial. Não adiantou!

Quem estará na decisão de domingo, tentando evitar o bi espanhol, é a seleção italiana, que acaba de derrotar os alemães por 2 a 1, com dois gols do polêmico e instável Balotelli. Ozil, de pênalti, diminuiu no final.

Em Kiev, na Ucrânia, a Espanha ( campeã europeia em 1964 e 2008) vai tentar o terceiro título, enquanto que a Itália ( ouro em 68) quer a segunda conquista continental.

A Itália ganhou porque foi mais objetiva, mais inteligente, mais determinada, mais competente e mais organizada taticamente. Poderia ter feito 4 a 0 nos contragolpes!

Superior tecnicamente, a Alemanha teve mais posse de bola, desperdiçou várias oportunidades e falhou individualmente nos gols.

Antes do primeiro gol de Balotelli (aos 19 minutos, de cabeça, aproveitando falhas sequenciais dos zagueiros internos), a Alemanha tomava a iniciativa e mandava no jogo. Em 12 minutos, perdeu três chances concretas.

Depois do gol, a Alemanha sentiu o baque da surpresa e a Itália melhorou a produção do quadrado de meio-campo, de novo com destaque para Pirlo.

Montolivo poderia ter ampliado ou Khedira empatado, mas Balotelli voltou a brilhar aos 36 minutos. Belo lançamento de Montolivo pegou o atacante às costas de Lahm, pelo meio; da entrada da área, o chute saiu forte, no ângulo esquerdo de Neuer.

Como era de se esperar, a Alemanha voltou para o segundo tempo mais disposta, rápida e ofensiva, mas dando espaços generosos para a Itália contragolpear e matar o jogo.

Recuada, fechada e determinada na marcação, a Itália teve quatro ocasiões de gol em contra-ataques abertos. A Alemanha ameaçou cinco vezes, mas diminuiu a pressão e só chegou ao gol aos 46 minutos, em pênalti bem cobrado por Ozil.

A final de domingo tem o duelo de duas estrelas de primeira grandeza (Iniesta x Pirlo) e dois grandes goleiros (Casillas e Buffon), mas não tem favorito.

A Itália mantém superioridade histórica sobre a Alemanha e chega fortalecida pela vitória de hoje. Com mais técnica e valores individuais, a ainda devedora Espanha tem mais time. A Alemanha também, mas perdeu.

Na primeira fase da Euro, em jogo equilibrado, com a Itália melhor na primeira etapa e a Espanha superior na segunda, deu l a l.

O vereador, o umbigo e o esporte

Na calada da noite, exatamente como reza a cartilha do político mal-intencionado, sem o mínimo constragimento, os vereadores de Santo André acabam de aprovar reajuste de 61,6% para a próxima legislatura.

A classe beneficiada? Ora bolas, a desses trabalhadores exemplares, escravizados e mais necessitados e merecedores do grande prêmio. A dos representantes do "indispensável" Poder Legislativo!

Pra variar, os nobres edis legislaram em causa própria. Quem for eleito, ou reeleito, em outubro, passará a receber cerca de R$ 15 mil mensais a partir de janeiro.

Sem dúvida, um absurdo! Uma vergonha! Principalmente se considerarmos o grosso da população brasileira, daquele operário braçal que pega no batente de verdade, de sol a sol.

Bem diferente de qualquer político, de qualquer partido. Com raríssimas e meteóricas exceções, vereador é enfeite de luxo, um adorno dispensável. Quase todos coçam ou se limitam a fazer conchavos o dia inteiro. O mandato inteiro.

Orçamento municipal é de aproximadamente R$ 2,6 bilhões. Câmara fica com R$ 50 milhões. Vereadores, além dos salários, têm carro à disposição, gasolina, telefone, e altas cotas de xerox e selos. E poder!

Também são contemplados com assessores de meia-tigela e cargos a serem distribuídos estrategicamente no Legislativo e no Executivo. A maioria, comissionados que não fazem absolutamente nada com competência, ética, responsabilidade social e profissionalismo.

São aqueles famosos cabos eleitorais capazes de dar a vida ou vender a alma da mãe para continuar mamando nas generosas tetas mantidas pelos impostos pagos pelo cidadão comum. Adoram puxar o saco do chefete que usa o nosso dinheiro para pagar o seu salário.

Enquanto isso, outros segmentos, que deveriam ser olhados com mais respeito e menos descaso, têm orçamentos pífios, inferiores a 1% do bolo. O esporte é um deles.

Lembrado apenas quando interessa a alguém, em anos eleitorais, o esporte da cidade é menosprezado, olhado com certo desdém, pelo prefeito Aidan Ravin e pela maioria dos vereadores.

Talvez Paulinho Serra, Bahia, Montorinho (também apoiaram o aumento umbilical) e Pinheirinho sejam exceções na área esportiva, mas não têm força individual suficiente para mudar muita coisa. Estádio Bruno Daniel e equipes de alto rendimento são exemplos do descaso do prefeitão e seus pares.

Poucos se dispõem a lutar pelo fortalecimento do segmento esportivo em todas as suas valências. Incluindo formação, pelo educacional e pelo social. Estão mais dispostos a perfumarias insignificantes, nepotismos, fisiologismos, benesses e troca-trocas envolvendo os poderes.

Olham descarada e apaixonadamente para o próprio, e lindo, umbigo. Se esquecem das verdadeiras necessidades da população. Aquela que precisa se virar com salário-mínimo e cujos filhos não têm oportunidade de inserção social.

Defendem o seu, o da família, dos amigos e demais protegidos. Dão de ombros para a responsabilidade fiscal e para os limites orçamentários, sempre lembrados quando a reivindicação parte de outros setores.

Enquanto isso, o esporte andreense -- e não só o futebol profissional --, que já foi referência nacional e destaque internacional, fica jogado às traças. Sem dinheiro e com competência administrativa discutível, o sucesso fica ainda mais improvável.

Há vagabundos de plantão, mas alguns profissionais comprometidos com o esporte e com a cidade se dedicam. Recolhem migalhas para sobreviver e tentar descobrir algum talento; quem sabe conquistar algum título na marra, formar um cidadão de bem, com a força do coração, de quem ama o que faz.

Nem sei se a tramóia legislativa me surpreende (São Caetano, Ribeirão Pires e outros vizinhos fazem o mesmo ou pior), mas, aqui, apenas Pinheirinho, o polêmico vereador das bicicletas, das traíras e das pizzas, votou contra o reajuste indecente. Alemão do Cruzado se absteve. Isso segundo o DGABC.

Os demais, candidatos ou não à reeleição, cravaram o punal nas costas do povão sem a mínima complacência. Isso sim é investir no futuro. Ao esporte, as batatas!

Se a torcida corintiana -- e nela me incluo -- se define como um bando de loucos, fica a nítida impressão de que em Santo André somos considerados um bando de idiotas. Um bando de trouxas!

Nos omitimos e nos portamos como pseudocidadãos, sem coragem para simplesmente exercer o legítimo direito à cidadania. Cordeirinhos, sem força pra berrar. Torcedores passivos, sem peito para gritar gol.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Espanha mantém o sonho do bi; 4 a 2 nos pênaltis

Após empate de 0 a 0 em 120 minutos de tempo normal e prorrogação, a Espanha manteve o sonho do bicampeonato ao vencer Portugal por 4 a 2, nos pênaltis, e se classificar para decidir o título europeu contra Alemanha ou Itália, que jogam amanhã.

Foi um clássico interessante, igual e em vários momentos truncado, com 52 faltas e nove cartões amarelos. Muito por culpa do árbitro turco, que "picou" o jogo. Apitou perigo de gol, não deu vantagem e inventou faltinhas; enfim, não deixou fluir.

Com mais opções táticas e individuais, a Espanha nitidamente superior e impôs a melhor capacidade técnica e física apenas na prorrogação, quando até merecia ter chegado ao gol.

O primeiro tempo da semifinal foi equilibrado em ações e oportunidades. Portugal anulou os principais articuladores da Espanha. Xavi e Iniesta não conseguiram armar e chegar com liberdade.

Como também era marcada na saída de bola, a Espanha se via obrigada a rifar a bola em vários momentos, facilitando a combatividade incessante e a boa antecipação portuguesa. Especialmente dos volantes e dos zagueiros internos, Pepe e Bruno Alves.

Com a supremacia defensiva dos dois times, as tentativas ofensivas foram bloqueadas com sucesso. A Espanha chegou com Arbeloa e Iniesta; Portugal ameaçou com Cristiano Ronaldo.

Apesar do 0 a 0, pelo menos desta vez os toques espanhóis não deram sono. Não se limitaram à lateralidade improdutiva. Havia objetividade, verticalidade e até ousadia para finalizar. Principalmente com as jogadas pela esquerda, com Iniesta e o lateral Alba.

Portugal, conforme prometido pelo técnico Paulo Bento, não se acovardou. Tanto que jogou o tempo todo no 4-3-3, com uma linha de três volantes.

Time de Cristiano Ronaldo marcou com intensidade e quando retomou a bola foi corajoso para atacar e dar trabalho ao time de Vicente del Bosque, montado no tradicional 4-4-2, com um quadrado no meio do campo -- dois volantes e dois armadores sem espaço, embora Iniesta aparecesse mais que Xavi.

No segundo tempo, de novo um jogo parelho, sem superioridade de ninguém. Mas Portugal chegou mais. A Espanha ameaçou num chute longo de Xavi, que não brilhou.

Mesmo com o falso centroavante Fábregas no lugar do pivô Negredo e depois o velocista Navas no lugar do pouco produtivo David Silva, a Espanha pouco fez.

Portugal foi mais incisivo e arriscou seis chutes a gol. Três com Hugo Almeida e três com Cristiano Ronaldo -- dois de falta. No principal momento de perigo, em contragolpe de quatro contra dois, aos 44 minutos, Cristiano Ronaldo desperdiçou. Se bem que a assistência não foi perfeita.

Na prorrogação, já com Pedro, outro atacante de velocidade, e de verdade, no lugar do armador Xavi -- alteração acertadíssima e transformadora, já que Iniesta estava sobrecarregado e faltava contundência ofensiva --, a Espanha tentou se impor pelas beiradas do campo.

Portugal manteve a marcação determinada, embora já demonstrasse certo cansaço e não oferecesse perigo de gol como no início.

No final do primeiro tempo da prorrogação a Espanha por pouco não fez prevalecer a superioridade e a maior agressividade. Primeiro com Navas, depois com Iniesta exigindo excepcional defesa de Rui Patrício; e em seguida com Sérgio Ramos cobrando falta.

Na segunda etapa, provavelmente cansado, o volante português Miguel Velloso foi substituído por Custódio, outro marcador.

Com dois pontas à antiga, abertos, e sem centroavante de referência, a Espanha encontrou espaços a partir da flutuação de Fábregas e manteve o domínio. Além de ameaçar com Navas e Pedro.

Na prorrogação a Espanha foi melhor e merecia melhor sorte. Nos pênaltis, Rui Patrício pegou a cobrança de Xabi Alonso, João Moutinho parou em Casillas, Iniesta marcou, Pepe empatou, Piqué fez 2 a 1, Nani deixou tudo igual, Sérgio Ramos fez 3 a 2 de cavadinha, Bruno Alves chutou no travessão e Fábregas fez 4 a 2.

A campeã europeia e mundial está na final. Hoje com méritos! Não adiantou torcer por Portugal.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Quem é o melhor jogador da Eurocopa?

Afinal, quem é o melhor jogador da Eurocopa?

Resposta não é fácil! Mesmo porque, o segundo maior evento futebolístico do universo ainda não terminou.

Entre os quatro finalistas, vou apontar candidatos que podem ganhar ou perder força ao sabor dos ventos da vitória e do título.

Um deles é Pirlo, o meio-campista que faz a Itália fugir do lugar-comum e atacar com inteligência e contundência, sem o histórico estigma de defensivista.

O veterano e cerebral Pirlo é tão discreto quanto eficiente. Nas bolas paradas então... Até me assustei com aquela cavadinha suicida, irresponsável, e maravilhosa, no pênalti contra a Inglaterra. Buffon é um grande goleiro, também candidato a herói.

Outro candidato é o oposto de Pirlo como estrela de primeira grandeza. Cristiano Ronaldo adora holofotes e telões. Mas ele pode. Joga muito! Quando quer, vai pra dentro, pra cima.

E como chuta! Você, amigo leitor, já reparou como a bola do menino balança. Pergunte para os goleiros. Vedete ou não, se Portugal passar ele tem tudo para ser o cara da Eurocopa e talvez o melhor do mundo.

Na Espanha, por enquanto, ninguém teve brilho individual. Nem coletivo, convenhamos!Mas Casillas é um ótimo goleiro. Também vejo Xabi Alonso com bons olhos, já que Iniesta, Xavi e Fábregas, também meus ídolos, estão devendo. Por enquanto!

Sobrou a Alemanha, talvez a seleção mais forte da Eurocopa. Se fosse para escolher hoje, diria que é a bola da vez. Tem um futebol coletivo, ofensivo, técnico, organizado e prático.

Candidatos alemães ao título de melhor jogador do torneio continental são dois. Ozil, companheiro de Cristiano Ronaldo no Real Madrid, é muito mais do que um simples armador. Marca, se movimenta com sabedoria, serve e conclui com desenvoltura.

O outro é o excepcional Schweinsteiger. Teoricamente segundo volante, é o maestro alemão na hora de defender, orientar, liderar, armar e até atacar. Jogador do Bayern vice-campeão europeu interclubes é quase completo e merece duas medalhas de ouro.

Vou torcer por Portugal!

Se jogar o que tem (ou não tem)jogado, a Espanha dificilmente vai vencer Portugal na primeira semifinal da Europa. Quem sabe no sufoco ou nos pênaltis?

Isso se não perder! Derrota da última campeã mundial e europeia, cantada em prosa e verso como dona do melhor futebol do mundo, não pode ser descartada por quem tem juízo.

Se amanhã os talentos individuais não brilharem em prol da estratégia coletiva diferenciada, a seleção espanhola vai esbarrar nas próprias limitações de quem não é sinônimo de perfeição.

Se Portugal encontrar alternativa capaz de escapar da marcação espanhola ainda na chamada saída de bola, fica menos difícil armar jogadas que ofereçam riscos a Casillas, Pique, Xabi Alonso, Busquets e cia defensiva do segundo pelotão. Atacantes e meias compõem o primeiro, que é o diferencial, o pulo do gato.

Se Portugal conseguir evitar que o toque de bola artístico termine com flechadas cortantes e certeiras, a Espanha vai correr muito mais perigo do que imagina.

Se Portugal confirmar as intenções do técnico Paulo Bento, de, além de morder o calcanhar, jogar no ataque, sem medo de perder, o time de Vicente del Bosque vai pular miudinho.

Se Cristiano Ronaldo estiver naqueles dias de segundo melhor do mundo que se julga o primeiro, é bem capaz de o menino narcisista fazer mais a diferença do que Xavi, Iniesta e Fábregas juntos.

Mesmo porque, os três me parecem meio enfastiados, de saco cheio. Talvez pela repetição incessante de todas as ações sem que possam, vez por outra, abusar um pouco mais da individualidade, da criatividade, do drible e do arremate de fora.

Cuidado! O artilheiro é ousado, não tem medo do erro; seu chute é fantástico e o futebol prático, vertical. Um olho no telão e outro no gol. É daqueles que vão pra dentro, no linguajar do boleiro.

Se Casillas e Xabi Alonso jogassem ao seu lado, como no Real Madrid campeão espanhol, a ladainha de favoritismo espanhol seria menos enfatizada. Mas Pepe joga. Para o bem e para o mal. O perigoso mas instável Nani também pode ajudar a fazer história!

Se a Espanha abusar do toque sem objetividade, da intensidade estéril e da posse de bola enganosa, vai dançar. Pode escrever!

Mas se jogar o que sabe e que ainda não jogou na Eurocopa, com toques conscientes e envolventes de Xavi, enfiadas milimétricas de Iniesta e aparições de surpresa (?) de Fábregas ou Fernando Torres, quem vira bobinho e dança é Portugal.

Favoritismo? Nenhum, de ninguém! Se for um jogo franco, aberto e com emoções de lado a lado, aplaudo se a Espanha ganhar. Desde que apresente o belo futebol que se cobra de um campeão.

Vou torcer por Portugal! Desde que não seja covarde. Vencer pode estabelcer um divisor de águas nos referenciais do futebol atual. Mesmo que não seja campeão.

O Barcelona é endeusado como melhor do mundo mas perdeu o Espanhol e a Liga dos Campeões. A Espanha não é invencível e corre o risco de ter o mesmo destino.

domingo, 24 de junho de 2012

Justiça nos pênaltis. Deu Itália!

Estão definidas as semifinais da 14ª edição da Eurocopa. Portugal e Espanha jogam quarta-feira (dia 27) em Donetsk, na Ucrânia, enquanto que a Alemanha pega a Itália quinta-feira (28) em Varsóvia, na Polônia.

Em campo, quatro países que já ganharam, juntos, oito títulos mundiais e seis europeus. Destaque numérico para a Alemanha, que já conquistou três mundiais e três continentais. A Espanha vive melhor momento e traz como handicap o fato de ser a atual campeã dos dois maiores eventos interseleções do mundo.

Vencedores das semifinais fazem a finalíssima dia 1º de julho em Kiev, Ucrânia. O último semifinalista foi definido agora há pouco em Kiev, onde a Itália jogou melhor, fez justiça nos pênaltis e derrotou a Inglaterra por 4 a 2.

Ao contrário do que muitos esperavam, pelas escolas mais defensivas de ambas, Itália e Inglaterra fizeram um jogo que não se limitou à aplicação e à virtude defensiva.

Foi um clássico tático,sim, mas muito disputado. Apesar de não sair gol no tempo normal e na prorrogação, não faltou emoção. Sobrou! Bem diferente do toque-toque sonolento de Espanha 2 x 0 França, ontem.

A Inglaterra não se acovardou, mas a Itália foi sempre superior. Teve mais posse de bola, mais dinamismo, mais chegada do meio-campo e mais intensidade ofensiva.

Não teve competência para fazer o gol, mas finalizou com perigo três vezes mais que a Inglaterra. Sinal claro de que foi um jogo de alternâncias com superioridade italiana: foram 13 conclusões com contundência, contra quatro de Rooney e cia.

Por que? Principalmente porque usaram o mesmo esquema tático, mas com uma diferença significativa. O 4-4-2 inglês tinha duas linhas de quatro horizontais e dois atacantes que também ajudavam marcar. Era um bloco mais recuado, mas que oferecia perigo nos contragolpes. Não tinha medo de atacar.

Já a Itália teve mais presença e mais mobilidade; chegou muito mais porque seu 4-4-2tinha postura mais adiantada, era mais flexível e mais ofensivo. Em vez de uma segunda linha horizontal no meio do campo, os italianos tinham um quadrado móvel, com boa saída de bola e aproximação no ataque.

Apesar de muitas oportunidades e emoção do começo ao fim, o gol não saiu. Se saísse, deveria ser de quem ousou mais, criou mais e chegou mais, e ainda deu poucos espaços aos ingleses.

Nos pênaltis, o polêmico Balotelli fez 1 a 0, Gerrard empatou, Montolivo chutou para fora, Rooney marcou, Pirlo empatou com direito a cavadinha, Young chutou no travessão, Nocerino colocou a Itália na frente, Ashley Cole parou em Buffon e Diamanti fez 4 a 2, decretando a classificação.

Fez-se justiça a quem mereceu! Promessa de um jogão entre italianos e alemães, ícones do futebol mundial.

sábado, 23 de junho de 2012

"Barcelona" sem Messi faz 2 a 0. Mas deu sono!

Não há nada de errado no título acima! É isso mesmo. A seleção espanhola que derrotou a França agora há pouco em Donetsk, na Ucrânia, jogou à imagem e semelhança do Barcelona, o melhor time do mundo.

Mas (e só) faltou o argentino Messi, o melhor jogador do mundo. Aquele que faz, de fato, a diferença. Aquele que, com arte, genialidade e ousadia, faz um jogo de futebol fugir da mesmice e ganhar em emoção.

Mesmo com estrelas de primeira grandeza como Iniesta, Xavi e Fábregas, o "Barcelona" de Vicente del Bosque não brilhou. Deu sono! Ganhou de 2 a 0 e vai pegar Portugal na semifinal, mas ainda está devendo nesta Eurocopa.

Como a França tem se preocupado mais em brigar internamente do que em jogar futebol prático e de gente grande, o jogo foi ruim. Ao menos pra quem gostaria de ver 90 minutos com número razoável de emoções.

O "Barcelona" voltou a exagerar no discurso monocórdio, de uma só letra, uma só jogada, um só verbo: tocar, tocar e tocar. Até fazer o gol. Posse de bola mais posse de bola. Estéril! De Xabi pra Xavi, de Xavi pra Fábregas, de Fábregas pra Iniesta...

E a França assistindo, tentando marcar e abdicando de atacar. Quer saber? Um futebol que, sem Messi, fica muito chato! Não é espetáculo! Falta verticalidade rumo ao gol. Perde a graça! Chega a dar vontade de mudar de canal ou de ir até a cozinha comer bolo de fubá cremoso com quentão.

No primeiro tempo, a indiscutivelmente talentosa Espanha pouco criou, não penetrou e só chegou com real perigo aos 19 minutos, quando fez o gol: pela esquerda, Iniesta encontrou o lateral-esquerdo Jordi Alba, que foi ao fundo e cruzou para o volante Xabi Alonso cabecear no contrapé do goleiro Lhoris.

Porém, nem o gol fez a França ousar um pouco mais. Manteve um 4-4-2 respeitador, com variação para um 4-5-1 ou 4-6-0 covarde, recuando inclusive Benzemá, que, ao lado de Ribéry, poderia oferecer algum perigo.

Quando pensou em sair um pouco mais, a França não assustou e ainda esbarrou num adversário que também é eficiente na marcação e na retomada de bola.

Com zagueiros e laterais (Jordi saiu pouco) mais fixos, defensivos, além de dois volantes marcadores e com boa saída de bola, e meias que dispensam comentários, a Espanha manteve o ritmo de bolero. Continuou melhor, mas nada criativa. Faltaram objetividade e tesão para fazer mais gols.

Se na primeira etapa a França mal conseguia sair jogando e só chegou uma vez em cobrança de falta, na segunda a equipe de Laurent Blanc adiantou meio-campo e ao menos tentou atacar um pouco mais.

Foi menos medrosa, mas pouco criou. Uma vez com o lateral Debuchy e outra com Ribéry demorando para concluir. A Espanha (melhor, o "Barcelona" sem Messi), continuou brincando de bobinho.

Sem dribles, enfiadas e infiltrações -- a não ser uma de Xavi para Fábregas, um falso centroavante que hoje não jogou nada --, sem jogadas de fundo, sem finalizações de fora e muito menos lançamentos, o jogo continuou chato.

Mesmo sem empolgar, distante do futebol de campeã mundial e europeia, a Espanha ainda achou o segundo gol, aos 45 minutos. Pedro, substituto de David Silva e de futebol mais rápido e incisivo, foi tocado na área e o árbitro italiano Nicola Rizzoli marcou pênalti.

Contato de jogo. Eu não daria. Xabi Alonso converteu com categoria, no canto direito. Um prêmio para quem foi exceção e completava 100 jogos com a camisa da seleção.

Pra quem privilegia o resultado, a Espanha está no caminho certo, rumo ao bi. Pra quem gostaria de variação de jogadas e mais emoções, o jogo decepcionou.

Seria interessante que na semifinal do dia 27 Portugal marcasse um gol antes dos 15/20 minutos. Talvez tivéssemos um jogo de verdade, entre dois times. Especialmente se Cristiano Ronaldo estiver aceso.

E olha que o craque português conhece muito bem e já venceu o Barcelona de verdade, o de Messi, com Xavi, Iniesta, Fábregas e cia; acordados. Aquele Barcelona, bem melhor do que a seleção espanhola de hoje.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Alemanha goleia. Sem sustos!

Se alguém achava que seria diferente, caiu do cavalo. A fortíssima e sempre candidata ao título Alemanha não deu a mínima para a Grécia, está nas semifinais da Eurocopa e espera o vencedor de Itália x Inglaterra, domingo.

Para manter o sonho de conquistar o quarto título europeu, a Alemanha fez 4 a 2. Sem sustos! Chegou a permitir o empate em 1 a 1, mas não se abalou. A goleada poderia ter sido mais elástica.

De forma surpreendente, os alemães entraram com novas formação e postura tática. Estruturado num 4-3-3 de intensa movimentação, que liberava volantes e meias e virava praticamente um 4-1-5 quando de posse de bola, o time liderado por Schweinsteiger engoliu o precavido 4-5-1 greco desde o início.

Como era de se esperar, o domínio da Alemanha foi total. As oportunidades foram criadas de forma sequencial, com Klose centralizado, Reus aberto pela direita e o substituto de Podolski, Schurrle, pela esquerda, fechando em diagonal.

A exemplo de Schweinsteiger e Khedira, Ozil chegava ainda mais e ameaçava com constância. Com a vantagem de chamar o jogo e flutuar por todos os setores da intermediária greca.

No entanto, por obra do destino, e da competência, o gol foi do sempre eficiente Lahm. Destro, o lateral-esquerdo atacou em diagonal pelo meio e chutou forte da entrada da área, aos 38 minutos.

Dominada e sem opções, a defensiva e limitada Grécia voltou para o segundo tempo com duas alterações. Deu mais espaços, mas ousou; ficou mais ofensiva e mais rápida.

Tanto que ameaçou aos seis minutos e empatou aos nove em novo contragolpe. Na direita, Salpingidis foi ao fundo e cruzou para Samaras puxar a camisa de Boateng antes de fazer 1 a 1.

A Alemanha não se assustou. Manteve a postura ofensiva, o toque de bola e teve paciência para fazer 2 a 1 aos 16 minutos, com o volante Khedira aproveitando cruzamento de Boateng da direita.

A Grécia tentou reagir no minuto seguinte com Gekas, mas tomou o terceiro aos 22, quando Ozil bateu falta da direita e o veterano Klose (começou no lugar do artilheiro Mário Gomez) marcou de cabeça.

Passeando em campo, os alemães voltaram a oferecer perigo com Klose e Muller (entrou no lugar de Schurrle) antes de Reus aumentar aos 28 em chute forte após boa defesa do goleiro.

Com a Grécia entregue, a dona do melhor futebol desta Eurocopa reduziu levemente o ritmo, voltou a chegar com Ozil aos 35, mas tomou o segundo gol aos 44 minutos.

O árbitro interpretou bola na mão como toque intencional de Boateng. Salpingidis bateu com categoria e diminuiu o tamanho do prejuízo pra quem sonhava repetir o título de 2004, quando surpreendeu e derrotou Portugal, de Felipão, na finalíssima.

Palmeiras, Corinthians e o perigo da fila

Jogo de Palmeiras e Grêmio, ontem na Arena Barueri, lembrou a rivalidade das duas últimas décadas. Pegado, truncado, violento, com polêmicas, expulsões e brigas.

A classificação do Palmeiras para a final da Copa do Brasil foi oficializada após o 1a 1 de ontem, mas conquistada no Sul. Aqueles 2 a 0 no finalzinho, com gols de Mazinho (não serviu para o São Caetano?) e Barcos, foram determinantes.

Grêmio bateu muito e jogou pouco. Palmeiras marcou muito e atacou apenas o suficiente. Valdívia entrou muito bem. Em poucos minutos, desequilibrou, empatou e mandou uma bola no poste.

Absurda foi a expulsão de Henrique. Bate-boca foi normal e o zagueiro-volante do Palmeiras saiu no prejuízo ao encostar desnecessaariamente na confusão após a expulsão de Rondinelli. Levou um soco de Edilson e acabou expulso junto.

Quem dedou foi o assistente. De novo um bandeirinha se mete a juiz. Indeciso, de muita conversa e pouca ação consistente, o juizão Ricardo Marques Ribeiro deixou o jogo correr, aceitou a delação não premiada e deu cartão vermelho para Henrique.

Na decisão contra um Coritiba arrumadíssimo e consciente, Henrique vai fazer falta. Se Valdívia não for sequestrado e resolver jogar o que sabe, equilíbrio fica latente. Caso contrário, os paranaenses levam vantagem por ter mais conjunto e por decidir em casa.

Coritiba joga um futebol moderno, com equilíbrio de ações ofensivas e defensivas; marca forte e sai para o ataque em velocidade. Éverton Ribeiro, revelado no Corinthians como lateral e aproveitado no São Caetano como meia, é um dos poucos destaques individuais de quem privilegia o coletivo. Marcelo Oliveira, ex-atacante do Atlético Mineiro, é um ótimo técnico.

Como em casa (na decisão do dia 11 de julho) o Coritiba vira Boca, que o Verdão se cuide. Primeiro jogo, com mando do Palmeiras, será dia 5. Time de Felipão precisa antecipar o título com apoio da torcida. Se não o fizer, vai continuar na fila.

BOCA JÚNIORS MERECEU A VAGA

Aconteceu o que eu, como corintiano, não queria. Não temia, mas não queria. Com amplos méritos, o Boca Júniors vai ser o adversário na final da Libertadores.

Como no caso do Palmeiras, o time de Riquelme ganhou a vaga nos 2 a 0 de Buenos Aires e não em Santiago. No 0 a 0 de ontem o Boca foi melhor no primeiro tempo e cansou de perder gol.

No segundo, emparedado pela necessidade de vitória, o Universidad foi mais à frente, quase sempre à base do desespero e da correria desregrada. Deu espaços para o contragolpe, criou quatro oportunidades de gol e mandou duas bolas na trave. Pouco para quem precisava vencer.

Corínthians e Boca fazem a final sem favoritismo. Boca não mete medo mas merece respeito pela tradição, pelo peso de camisa e pela dedicação exemplar do primeiro ao último minuto. Só que o time argentino já não tem a qualidade de outros tempos.

Se o Corínthians mantiver a força do conjunto, a alta produtividade defensiva e a intensidade de marcação, o Boca não terá espaços nem facilidade.

O que o time de Tite não pode fazer é abrir mão de também atacar o bicho-papão, que já ganhou seis Libertadores. Principalmente no caldeirão de Buenos Aires, na próxima quarta-feira. Se ficar com medo de perder, vai continuar na fila.

Palmeiras e Corinthians correm o mesmo risco: amargar na fila. Para a felicidade de santistas e são-paulinos, que, obviamente, vão se declarar paranaenses e argentinos desde criancinhas.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Quando o bandeirinha se mete a juiz

Antigamente, mas nem tanto, a nomenclatura mais utilizada para definir o comando dos jogos de futebol se resumia a juiz e bandeirinhas, além do representante (delegado) da entidade promotora do evento.

Hoje, com tanta gente envolvida, chega-se a sexto árbitro sem qualquer cerimônia. Um árbitro, dois assistentes de arbitragem, dois fiscais de fundo e mais o chamado quarto árbitro, eventual substituto do titular.

Até aí, tudo bem! O que não pode é qualquer um deles se julgar estrela e querer mandar mais do que aquele definido como principal autoridade do jogo.

Definir se a bola entrou ou não, se o goleiro se adiantou ou não na cobrança de pênalti, ou coisas do gênero, fazem parte das atribuições dos auxiliares.

Assim como marcar saídas de bola, impedimentos, faltas e até pênaltis quando a colocação e a visibilidade forem mais favoráveis em relação ao árbitro principal.

Eles também costumam observar o que acontece até mesmo fora das quatro linhas. Vigiar as atitudes de gandulas, técnicos e demais componentes do banco de reservas também está no escopo de atribuições.

Quando passam do limite, a porca torce o rabo. Quando querem marcar e mandar mais que o árbitro líder, extrapolam e caem do cavalo de tanta incoerência desnecessária.

Outro dia, terça-feira, em Maceió, a arbitragem de Ítalo Medeiros foi muito contestada pelo técnico do São Caetano. Sérgio Guedes deitou a lenha num dos assistentes, que teria superado a autoridade do árbitro.

Em vários lances, o cara inventou faltas, levantou a bandeira quando o juizão dava vantagem e outros quetais. A gota d'água foi o lance que originou o empate do CRB, aos 46 minutos. O juizão deu lateral, o bandeirinha mandão deu falta. Prevaleceu o mandão e aconteceu o gol. Legal, né?

Situações parecidas acontecem bastante no futebol brasileiro. Principalmente quando o árbitro não tem tanta personalidade e estão em ação o gaúcho Altemir Hausmann e o paranaense Roberto Braatz, ambos da FIFA.

Experientes e indiscutivelmente dois dos principais assistentes do Brasil e talvez do mundo, cansam de se meter em roubadas quando encarnam a roupagem de autoridade máxima e clamam por holofotes.

Nasceu pra ser bandeira, então, que não se meta a fazer lambanças e a prejudicar a arbitragem! Ambos passam do limite até mesmo quando discutem ou passam sermões em jogadores e técnicos. Que também não são santinhos!

Muita gente achou engraçado -- inclusive o autor -- quando o gaúcho de Estrela entrou em campo e desenhou um semicírculo para determinar a distância exata de 9m15 para que o Corinthians cobrasse um falta na lateral, aos 47 minutos do jogo de ontem.

Com ironia o não, o "aparecido" Hausmann garante que da próxima vez vai desenhar um coração e escrever "te amo", para homenagear a esposa. Quanta graça! Está na regra?

Antes disso, ele já havia batido boca com jogadores e intimado abusivamente o gandula peitado por Adriano, já nervoso com o resultado adverso. Atitude do gandula não foi tão acintosa assim. Não posso garantir, mas senti o nojento odor de racismo.

Em outros tempos, já vi os palmeirenses Luiz Pereira e César Maluco -- não tenho tanta certeza -- serem expulsos pelo mesmo motivo num clássico contra o Corinthians.

No interior, cidade pequena e com igreja lotada, sempre que alguém queria aparecer mais do que o normal, a sugestão era simples: ponha uma melancia de 10 kg na cabeça e vá na missa das 10.

Professor Hausmann, faça isso! Se preferir, em vez de ir à missa, apareça pelado na decisão da Copa do Mundo de 2014. De chuteirinha cor-de-rosa e bandeirinha lilás. Se estiver frio e o senhor optar pelo modelito básico das vedetes, não se esqueça da cinta-liga ou daquele uniforme colante, bem agarradinho, e da toquinha com orelhinha.

Ou assuma de vez a frustração por jamais ser, talvez por opção, o protagonista entre as autoridades do jogo. Também pode pleitear o comando de fato e de direito.

Estranho, mas se alguém erra tão pouco e é um ótimo assistente, por que não se limitar aos merecidos elogios restritos às suas difíceis e decisivas atribuições.

Se eu fosse o árbitro e Hausmann se metesse a querer mandar no jogo, pode ter certeza de que o cartão vermelho sairia para o assistente metido a besta.

No clássico, o gaúcho quis ser a estrela mais cintilante num palco que tinha Neymar, Ganso, Paulinho, Alex e outras feras. Que pena!

Neymar não brilha; Danilo decide

O melhor jogador do futebol brasileiro teve de se curvar à incrível capacidade de decidir de um meia sem brilho técnico individual mas expert na arte de se dedicar, de suar a camisa.

No empate-vitória de 1 a 1 que classificou o Corinthians à inédita final da Libertadores, Neymar fez o gol do Santos. Nada mais! Absolutamente nada! É muito peso pra carregar quase sozinho!

Novamente anulado por Alessandro e mais um assessor, ou mesmo pela marcação sempre dobrada imposta por Tite, o menino não pode fazer o milagre da multiplicação de competências.

Do outro lado, o quase sempre criticado e pouco confiável Danilo voltou a mostrar eficiência tática, aplicação defensiva e presença ofensiva para empatar e levar um bando de loucos às lágrimas mais alegres do universo.

Beneficiado pelo empate, o Corinthians do coletivismo foi excessivamente defensivo até tomar o gol, embora tivesse criado duas boas oportunidades em contragolpes.

Não queria jogo! Mas também não permitia que o Santos jogasse como sabe. Ou, pelo menos, tentasse, rodando a bola de um lado pro outro.

A briga de cachorro grande só começou realmente no final do primeiro tempo, quando Neymar fez de canela após cruzamento de Alan Kardec da direita e desvio de Borges no poste direito.

Depois, um novo Corinthians precisava surgir. E surgiu! Ameaçou com Jorge Henrique de cabeça mas só empatou aos três minutos do segundo tempo.

Alex bateu falta sofrida por Liédson ( entrou no lugar de Willian e o time melhorou) na esquerda e Danilo apareceu sozinho às costas de Juan para tocar com categoria.

O Santos foi pego de surpresa com o gol, porque estava pronto para ampliar nos contragolpes que tanto aprecia. Até voltou a ter maior posse de bola, mas de forma estéril, sem objetividade e tampouco criatividade individual.

Provavelmente também em função de o Corinthians ter intensificado e adiantado a marcação de volantes, meias e até Liédson. A procura doentia do Santos por espaço se assemelhava a um garimpo sem fim. E inócuo!

Muricy fez entrar Elano e Leo nos lugares de Adriano (não precisava ter agido daquela forma com o gandula e deveria ser expulso) e Juan. E no final, Dimba no de Borges.

Nada mudou diante do paredão corintiano. Desta vez o melhor sistema defensivo da Libertadores nem necessitou das defesas de Cássio, tal a incompetência ofensiva dos santistas. Nenhuma grande ocasião de gol; nenhuma defesa excepcional.

De novo, o bom time do Santos achou que a individualidade do monstro de canelas finas poderia resolver. De novo, ninguém ajudou no limite da capacidade. Nem Ganso!

Por isso a genialidade de Neymar se curvou diante da produtividade espantosa e invejável de Danilo e cia. Por isso, diante de 36 mil loucos, o Corinthians mereceu a vaga dos sonhos.

Tudo com tensão, angústia, sofrimento, e chuva. Se fosse fácil, sem dificuldades, sem dor, com céu estrelado e lua cheia, não seria o Corinthians. Tudo bem ali, no seu quintal, o velho, aconchegante e iluminado Pacaembu.

Agora, que venham argentinos ou chilenos, adversários de daqui a pouco. O Boca tem mais camisa e está mais perto da decisão porque ganhou em casa. Mas o Universidad é forte em casa e tem bom time.

Independente de quem chegar nas finais das próximas quartas-feiras (fora e depois no Pacaembu), o Corinthians da muralha defensiva precisa jogar mais e ter mais ousadia e competência ofensivas.

Se quiser o título dos sonhos, não basta não deixar o adversário jogar. Fora de casa, o time de Tite e de tanta gente não pode confiar apenas na determinação e na invejável performance destrutiva.

Deu Portugal, a pule de 10!

O primeiro semifinalista da Eurocopa foi definido agora há pouco em Varsóvia, na Polônia. E não deu outra! Era mesmo pule de 10. Sem sustos!

Portugal venceu a República Tcheca por 1 a 0 com gol dele, Cristiano Ronaldo, e está classificado para enfrentar o vencedor de Espanha e França, que jogam sábado.

A vitória portuguesa foi indiscutível, assim como sua superioridade. Embora no primeiro tempo os tchecos tenham dificultado as ações ofensivas de Nani e cia.

Tanto que, sem espaços, Portugal pouco criou e só chegou duas vezes com real perigo. Ambas com Cristiano Ronaldo. Uma bicicleta pra fora e uma conclusão no poste esquerdo após bela jogada.

No segundo tempo Portugal se movimentou mais, adiantou o meio-campo, liberou os laterais e o 4-3-3 passou a funcionar com eficiência.

Antes e depois da cabeçada indefensável de Cristiano Ronaldo, aproveitando cruzamento da direita, aos 34 minutos, Portugal ainda ameaçou quatro vezes.

Os tchecos sumiram, afrouxaram a marcação e não chegaram. As grandes defesas de Cech não foram suficientes para conter uma seleção bem superior, especialmente na segunda etapa.

Contra os campeões mundiais e europeus ou diante de franceses em ascensão, tarefa de vencer deve ser mais difícil.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Alemanha vai atropelar

Sobre o jogo de sexta-feira em Gdansk, na Polônia, de novo prefiro o risco de apontar o favorito a chegar às semifinais da Eurocopa.

Se mantiver a performance dos últimos jogos, a Alemanha vai atropelar a Grécia no encontro do primeiro colocado do Grupo B, do da morte, com o segundo do A, o da baba do boi, se olharmos para o ranking mundial.

Com todo o respeito que os gregos merecem, não há como ignorar a superioridade histórica e atual dos alemães. Tanto individual quanto coletivamente ( e economicamente), a Alemanha sobra, nada de braçadas na comparação direta.

A Grécia sempre mostra voluntariedade incomum, mas sua capacidade técnica é tão discutível quanto seu sistema nervoso, quase sempre à flor da pele. Se ganharem, os gregos vão quebrar pratos até o Natal.

A Alemanha tem individualidades que desequilibram, a começar pelo goleiro Neuer e até o lateral Lahm. No meio-campo, destaques para Tony Kroos e o excepcional, quase completo, Scheweinsteiger. No ataque, Muller e o artilheiro Mario Gomez podem fazer estragos se tiverem espaço.

Por isso deve dar o melhor. Quem tem aproveitamento de 100%. A Alemanha tem enormes possibilidades de fazer uma das semifinais contra o vencedor de Inglaterra x Itália.

O clássico mundial tem tudo para confirmar a história e privilegiar a força física, a aplicação tática e o defensivismo. Não quer dizer que o domingo não terá emoção.

Espanha não é favorita!

Sei que corro sério risco de ser execrado, detonado e definido como maluco. Mas não consigo definir a Espanha como favorita no jogo de sábado em Donetsk contra a França.

Considerada a melhor seleção da atualidade, campeã mundial e europeia, a Espanha ainda não convenceu plenamente na Eurocopa. A merecida goleada sobre a Irlanda é enganosa. Os irlandeses não metem medo em ninguém no futebol.

A Espanha terminou como primeira do Grupo C, ao vencer também a Croácia, sem merecer, e empatar com a Itália. Os espanhóis tentam ser semelhantes ao Barcelona, mas não têm o genial Messi.

Quando faltam objetividade, verticalidade, criatividade, ousadia e competência nas finalizações, não há como chamar a estrela argentina, o melhor do mundo.

Está certo que a França, segunda colocada no Grupo D, não é um bicho-papão, mas tem técnica, velocidade e volúpia ofensiva para dar trabalho. Diante da Suécia, perdeu uma invencibilidade de 23 jogos.

Se melhorar o sistema de marcação, a França vai dificultar a vida de Casillas, Iniesta, Fábregas, Xavi, Fernando Torres e o resto da constelação espanhola.

Não há favoritismo! Nem de campeão a sonhar com o bi! Se as individualidades espanholas resolverem jogar em prol do coletivo, a coisa pode ficar preta para Ribery, Benzemá e cia. Caso contrário, é jogo igual.

O conjunto da Alemanha é melhor que os dois. Isso não quer dizer que o campeão já esteja definido. Como diz o ditado caipira, lá da minha São José do Rio Pardo, "o jogo é jogado e o lambari é pescado".

Portugal é pule de 10

Lógico que o futebol nos reserva surpresas e mais surpresas, dia após dia, jogo após jogo, lição após lição. Por isso é tão apaixonante, tão envolvente.

Nem por isso deixo de cravar que Portugal é pule de 10 no jogo de amanhã em Varsóvia, na abertura das quartas-de-final da Eurocopa.

No meio turfístico, é aquele cavalo definido antecipadamente como vencedor. Não dá outra! A chamada barbada. Quem apostou R$ 10, recebe os R$ 10 de volta. Ninguém enriquece!

Embora a República Tcheca tenha chegado como primeira colocada do Grupo A e Portugal como segundo de B, o time de Cristiano Ronaldo é favorito. Pelo menos teoricamente. Tem de provar em campo.

Os tchecos ganharam, com méritos, uma série nivelada por baixo. Rússia, Polônia e Grécia estão mais a classe C/D do futebol mundial.

Portugal chegou no chamado grupo da morte, o mais forte da fase classificatória. Alemanha, Holanda e Dinamarca são adversários de peso. O nível é outro. Classe A/B.

Especialmente se Cristiano Ronaldo voltar a brilhar como contra a Holanda, Portugal vai ser a primeira seleção semifinalista, com grandes possibilidades de enfrentar o ganhador de Espanha x França. Favoritismo espanhol é discutível!

A República Tcheca tem no goleiro Cech um paredão e na marcação sua principal característica, embora também saiba chegar com rapidez e força no ataque. Portugal ataca melhor do que defende. Como tem o mais vaidoso e segundo maior jogador do mundo, Portugal leva vantagem teórica.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Azulão cede empate mas encosta no G-4

Foi um empate com sabor de derrota. O São Caetano não venceu o CRB mas continua invicto nas mãos do técnico Sérgio Guedes.

Agora há pouco, no Estádio Rei Pelé, em Maceió, o novo Azulão cedeu a igualdade nos acréscimos e soma cinco jogos sem derrota (três vitórias e dois empates).

Com os 2 a 2, o time de Sérgio Guedes chega à quinta colocação com 11 pontos ganhos e fica mais perto do G-4 do acesso à Série A do Campeonato Brasileiro.

No primeiro tempo, enquanto o CRB ousou adotar a correria sem eficiência, quando lhe interessou o São Caetano preferiu a cadência do cuidado. Especialmente no início.

Consciente, fechado e organizado no 4-4-2, o Azulão adotou postura inteligente e optou por contragolpes quase sempre em velocidade, com o apoio alternado dos laterais e a chegada de pelo menos um dos meias, com destaque para Marcelo Costa.

Aos poucos, a equipe se soltou. Sem a bola, a opção era marcar com aplicação; com a bola, a ordem era jogar e explorar os espaços dados pelo CRB na intermediária defensiva e nas laterais.

Foi assim que o Azulão chegou com perigo aos 13 minutos com Leandrão. Foi assim que o lateral Diego fez boa jogada pelo meio e sofreu pênalti. Marcelo Costa cobrou com categoria, aos 18 minutos, e fez 1 a 0.

O CRB manteve o 4-4-2 sem consistência defensiva e a disposição ofensiva, mas não ofereceu tanto perigo diante de uma zaga bem postada. Como continuou falho na marcação, por pouco não tomou o segundo gol aos 45 minutos, em mais uma jogada de Diego que Leandrão não conseguiu concluir.

O CRB voltou para o segundo tempo com duas alterações que melhoraram a velocidade e a organização ofensiva. Tanto que a equipe de Roberto Fonseca empatou logo aos 3 minutos com Gleidson, após desatenção defensiva e boa defesa de Fábio.

O São Caetano sentiu o gol, não aproveitou os espaços dados por quem continuava no ataque e só reagiu aos nove minutos, quando Diego fez outra boa jogada pela esquerda e apareceu sozinho. Só que nem concluiu nem cruzou para Leandrão.

Aos 13 minutos, com o domínio mais consciente do CRB, Sérgio Guedes tirou o bom meia ofensivo Éder, hoje inoperante, e colocou o terceiro atacante, Danielzinho. Em seguida o time alagoano perdeu outra chance pela esquerda e aos 16 Ricardinho, de novo às costas de Samuel Santos, quase surpreendeu o goleiro Fábio.

Provavelmente insatisfeito com o rendimento ofensivo do time, Sérgio Guedes colocou Somália no lugar de Leandrão aos 22 minutos. O time melhorou com as duas alterações e aos 28 Somália fez 2 a 1 em mais um contragolpe puxado por Marcelo Costa e Geovane.

O CRB sentiu o gol, se deixou dominar pelo desespero, pouco criou e por pouco não tomou o terceiro aos 38 minutos em lambança de Roberto Lopes e Gersimar.

O Azulão retomou as rédeas do jogo e só não chegou com perigo em outros contra-ataques porque errou passes ou se precipitou. Especialmente com Augusto Recife, agora encarregado de sair com a bola dominada mas em alguns momentos sobrecarregando Moradei na marcação.

Tanto que nos minutos finais, correta e preventivamente, Sérgio Guedes tirou Geovane e colocou Marcone para ajudar na marcação. Não adiantou!

Aos 46 minutos, castigo para um São Caetano mais organizado e prêmio para um CRB que não desistiu e empatou com o zagueiro Rodrigão em outra falha de marcação. Sem dúvida, um empate com o amargo sabor de derrota.

Pela oitava rodada, sábado, dia 30, o São Caetano recebe o Paraná no Anacleto Campanella.

Nos outros jogos de hoje, pela abertura de sétima rodada, o América Mineiro venceu o Bragantino por 3 a 2 e o América de Natal derrotou o ASA de Arapiraca por 2 a 0.

A liderança é do América de Natal com 16 pontos ganhos e mais gols a favor que o América Mineiro, segundo colocado. O Criciuma está em terceiro com 15 e um jogo a menos. O quarto integrante do G-4 é o Vitória com 13 pontos ganhos.

Eurocopa define classificados

Portugal x República Tcheca (quinta-feira em Varsóvia), Alemanha x Grécia (sexta-feira em Gdansk), Espanha x França (sábado em Donetsk) e Inglaterra x Itália (domingo em Kiev) são os jogos, todos na Polônia, das quartas-de-final da Eurocopa.

Os vencedores fazem as semifinais dias 27 em Donetsk e 28 em Varsóvia. Finalíssima será dia 1º de julho, em Kiev, Ucrânia.

Nos jogos de hoje, na Ucrânia, pelo Grupo D, a Inglaterra terminou em primeiro lugar ao vencer os anfitriões por 1 a 0. Mesmo perdendo de 2 a 0 da Suécia, a França ficou em segundo.

Em Donetsk, a Ucrânia foi pra cima da Inglaterra e dominou desde o início. Pecou nas infiltrações e conclusões. Os ingleses se limitaram à defesa e só chegaram duas vezes, em contragolpes. Num deles, Rooney cabeceou mal e perdeu gol certo.

A Inglaterra, que já mostrava evolução depois dos 30 minutos iniciais, voltou menos defensiva e mais organizada no segundo tempo. Rooney aproveitou jogada de Gerrard pela direita e fez 1 a 0 logo aos dois minutos. Se antes a Ucrânia já era ofensiva, depois, então, foi quase toda à frente, dando espaços para o contragolpe inglês.

Como aos oito minutos, quando Rooney demorou ao sair sozinho mas sofreu pênalti não assinalado pelo árbitro. Aos 15 e aos 16 minutos, totalmente no ataque, a Ucrânia teve duas boas oportunidades. Na segunda, inclusive, a bola já havia entrado quando Terry salvou, mas a arbitragem não deu o gol. Aos 22, a Inglaterra voltou a ter a bola do jogo, mas o goleiro Pyatov evitou o gol de Ashley Cole.

Provavelmente se despedindo do futebol, o ídolo internacional Shevchenko, ainda lesionado, entrou aos 24 minutos, para delírio do torcedor. Mas pouco fez.

A Ucrânia manteve o domínio e a ofensividade (criou três oportunidades), mas exagerou no individualismo. A Inglaterra, como de costume, só saiu no contra-ataque, quando desperdiçou duas chances.

Em Kiev, França e a desclassificada Suécia fizeram um primeiro tempo equilibrado. No segundo tempo o capitão sueco Ibrahimovic abriu o placar com um golaço aos nove minutos. Larson fez 2 a 0 no finalzinho, quebrando uma invencibilidade francesa de 23jogos.

ESPANHA JOGA MAL MAS VENCE; ITÁLIA TAMBÉM

Nos jogos de ontem, na Polônia, pelo Grupo C, vitórias difíceis da Espanha e da Itália. Em Poznan, a Itália teve muita dificuldade para superar a limitada mas aplicada Irlanda por 2 a 0. Cassano no primeiro tempo e o sempre polêmico Balotelli no final do segundo fizeram os gols.

Em Gdansk, a Espanha não foi nem sombra do que se espera de um país campeão europeu e mundial. Não mereceu, mas ganhou de 1 a 0 com gol de Nasi a dois minutos do final. Jogada, rara, de Fabregas e Iniesta.

O ortodoxo 4-4-2 de Vicente del Bosque, com dois volantes e dois meias, deu poucas oportunidades de gol à Croácia -- numa delas Casillas fez uma defesa excepcional -- mas desta vez os armadores tocaram muito e pouco criaram. Daí à insuficiência ofensiva foi um pulinho.

Tanto que David Silva e Fernando Torres foram meros coadjuvantes. Também porque, sem a bola, os croatas se posicionavam bem, com duas linhas defensivas de quatro jogadores e dois atacantes que ainda ajudavam na marcação.

A Croácia foi melhor, mas dançou! A Espanha não mereceu mas venceu. Se quiser ser bicampeã, precisa ser mais vertical, objetiva e competente. Ainda está devendo!

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Novo Azulão joga só 45 minutos e derruba invicto

Pode parecer precipitação de alguém sem medo de queimar a língua. Se errar, paciência! Mas não dá pra fazer leitura distorcida da realidade momentânea para definir o novo São Caetano.

Não se está, aqui, a afirmar que Márcio Araújo seja um mau técnico ou que hoje a equipe tenha se aproximado da perfeição. Ainda falha, mas o São Caetano de Sérgio Guedes é muito mais time.

Especialmente no primeiro tempo de hoje, o Azulão mostrou mais atitude de time, comprometimento, organização, personalidade de time que sabe o que quer. Pena que tenha caído tanto e corrido riscos no segundo tempo.

Por isso a vitória de agora há pouco sobre o até então invicto e ainda vice-líder América de Natal ( 3 a 2 ) significa mais do que a extensão da invencibilidade de Sérgio Guedes -- três vitórias e um empate em quatro jogos -- e a ascensão para o sexto lugar lugar na classificação da Série B do Campeonato Brasileiro.

No primeiro tempo o Azulão foi dinâmico, ofensivo e marcou com correção aceitável. Mas precisa melhorar com urgência o posicionamento dos volantes e dos zagueiros internos para não sofrer sobressaltos.

Além de liberar laterais alternadamente e adiantar o volante Augusto Recife, o time de Sérgio Guedes também contra-atacou em velocidade, principalmente pela direita com o estreante Danielzinho, emprestado pelo São Bernardo.

O substituto de Geovane (expulso contra o América Mineiro) teve duas oportunidades e participou dos dois gols do meia Éder, enquanto que Leandrão, de cabeça, fez o primeiro após cobrança de falta de Marcelo Costa.

O aplicado e rápido América, especialmente do meio pra frente, só diminuiu no final do primeiro tempo, quando o chutão da defesa pegou Isac às costas de Wagner, mal posicionado. O atacante não perdoou a desatenção do quarto-zagueiro e marcou.

Três minutos antes, aos 35, o lateral Samuel Santos saiu contundido. Anselmo, que estaria sendo negociado com o Genoa, da Itália, entrou como volante e Moradei foi deslocado para a direita.

O time potiguar voltou para a segunda etapa mais disposto e teve boa oportunidade logo aos 2 minutos, novamente com o rápido Isac, aparecendo entre Moradei e Gabriel. Ficava claro que o São Caetano ainda falhava no posicionamento da zaga e dos volantes.

Mesmo sem criar chances contundentes, o América teve mais posse de bola e foi melhor até os 15 minutos, quando, já sob densa neblina, o meia Márcio Passos recebeu o segundo cartão amarelo e acabou expulso.

Se antes o Azulão tinha espaços mas não conseguia administrar a vantagem e armar um bom contragolpe, depois tudo ficou momentaneamente facilitado. Tanto que em duas jogadas de Éder, sempre pela esquerda, Danielzinho esteve por ampliar, aos 19 e aos 23 minutos.

Quatro minutos depois, já com Pedro Carmona no lugar do aparentemente cansado Marcelo Costa, foi o próprio Éder quem perdeu. Aos 31 minutos, no entanto, a zaga voltou a falhar de forma grotesca -- desta vez Gabriel -- e Pingo mandou no ângulo esquerdo de Luís.

Com 3 a 2, a partida, que parecia ter voltado a ficar sob o controle do São Caetano, já não estava mais. Mesmo com um jogador a menos, o América foi à frente em busca do empate. Inexplicavelmente, o Azulão sofreu um apagão, se acomodou e fez lembrar a instabilidade emocional de pouco tempo atrás.

Tanto que, nervoso, não valorizou a posse de bola, passou a errar passes, a dar chutão e só voltou a chegar com perigo aos 46 minutos, novamente com Éder, quando a visibilidade já estava totalmente prejudicada. No minuto seguinte Moradei se jogou para salvar o gol de empate.

Para o torcedor do Azulão, fica a expectativa de que nos próximos jogos o time volte a se apresentar como no primeiro tempo, quando deu a impressão de que iria golear. Quanto ao segundo, é bom esquecer se quiser vencer o CRB terça-feira em Maceió. Também é bom puxar as orelhas dos zagueiros internos!

França e Inglaterra vencem e lideram

Encerrada agora há pouco na Ucrânia, a segunda rodada do Grupo D da Eurocopa teve França e Inglaterra como vencedores. E agora líderes com quatro pontos ganhos.

Em Donetsk, depois do temporal, Ucrânia e França fizeram um jogo franco, acelerado e recheado de momentos de gol. A vitória de 2 a 0 dos franceses foi merecida.

Com apoio de uma torcida empolgada pela vitória sobre a Suécia, na estréia, a Ucrânia, mesmo inferior tecnicamente, jogou de igual pra igual, sem abdicar do ataque. Levou perigo, especialmente com Shevchenko.

Rápida, com bom toque de bola e sempre agressiva, a França foi melhor no segundo tempo, quando fez dois gols e poderia ter ampliado.

No jogo de Kiev, a tradicional Inglaterra foi ligeriamente superior como conjunto e ganhou de virada (3 a 2). Carroll, de cabeça, fez o gol inglês no primeiro tempo. Johnson (contra) e o zagueiro Mellberg viraram para a Suécia, mas Walcott e Welbeck deram o troco.

Tudo no segundo tempo. A Suécia dependeu quase que exclusivamente de Ibrahimovic, atacante do Milan. Foi pouco para alguém vencer e evitar a desclassificação!

Rodada de amanhã, na Polônia, marca Grécia x Rússia em Varsóvia e República Tcheca x Polônia em Breslávia. Os russos lideram o Grupo A com quatro pontos ganhos.

O Santos, o choro e o bom cabrito

O sempre atuante presidente do Santos, Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro, desperdiçou grande oportunidade de agir com grandeza e reconhecer os méritos do vencedor.

Preferiu não fugir do lugar-comum de técnicos e dirigentes perdedores. Alegar que um dos motivos da derrota santista em pleno alçapão da Vila Belmiro é o protecionismo da Confederação Brasileira de Futebol ao Corinthians beira o ridículo.

Argumentar que o diretor de seleções Andrés Sanchez e o técnico Mano Menezes favorecem o clube do Parque São Jorge por chamar o estafado Neymar e o seguro jovem Rafael mas não convocar Leandro Castán, Paulinho, Ralf e Emerson é burrice pura.

Queria o quê, presidente? Que Mano Menezes poupasse o monstro das canelas finas e chamasse o time todo do Corinthians? Insinuação não se sustenta. É barata! A base é olímpica, com idade para disputar a medalha de ouro em Londres.

Isso é desculpa de mau perdedor. É choro injustificado de quem esperava vencer e agora fica a arrumar desculpas esfarrapadas para não ser execrado pelo torcedor apaixonado.

Se o menino Neymar tivesse menos compromissos pessoais e profissionais, talvez não estivesse tão cansado. Se Rafael fizesse milagres, talvez a bola de Emerson não entrasse lá na gaveta.

Se Henrique, improvisado na lateral, colasse em Émerson a conclusão seria mais difícil. Se a cobertura de Elano, Adriano e/ou Edu Dracena fosse um primor, o chute seria travado. Se a bola não fosse perdida no meio-campo, se Alex não encontrasse Paulinho e este não servisse de bandeja, o gol não sairia.

Se Elano ainda jogasse 70% do que sabe, não desfilasse lentidão, não se limitasse a uma faixa do campo e ainda empatasse naquela bela jogada de Adriano e Juan, tudo seria diferente.

Se Arouca não estivesse tão aquém de suas melhores condições físicas, sua técnica diferenciada e seus passes quase perfeitos poderiam levar o time pelo menos à igualdade. Será que o presidente chorão viu que Arouca também jogou mal e errou inúmeros passes fáceis?

Se Alan Kardec e Borges também estivessem numa boa noite, talvez o time santista fosse mais eficiente nas finalizações. Será que o mau cabrito reparou que Neymar, Borges, Juan e Durval perderam oportunidades claras de gol e que o time de Muricy Ramalho exagerou nos levantamentos?

Se a marcação sempre dobrada sobre Neymar era quase intransponível, que seus companheiros fossem um pouco mais solidários e competentes. Será que o dirigente também viu tudo isso ou a paixão falou mais alto?

Só faltou meter o pau na arbitragem, reclamar dois pênaltis, exigir mais duas expulsões e gritar aos quatro cantos que o Corínthians é um timinho retranqueiro, que não merecia vencer. Não falou mas deve ter pensado!

Seria mais coerente o dirigente tomar aquele indispensável cálice de humildade para enxergar a briga de cachorro grande sem distorções nem parcialidade. Como fez Muricy!

Seria mais sensato, presidente, não se esquecer de que a briga pela vaga na decisão da Libertadores ainda está aberta. O time do Santos é bom! Será que o senhor não confia num simples 2 a 1 no Pacaembu? Parece que não!

Diz o ditado popular que o bom cabrito não berra. Com certeza, a boa baleia muito menos! A atitude do presidente não é de um bom cabrito. Diferente de Muricy! O desabafo é descabido.

Cuidado, o Tite pode substituir o "fala muito" endereçado ao Felipão pelo "chora muito" do Laor.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Espanha atropela; Itália patina

Nos jogos de hoje à tarde, na Polônia, pelo Grupo C da Eurocopa, a Espanha brilhou e a Itália patinou. O último campeão mundial e europeu atropelou a Irlanda. Goleada de 4 a 0 poderia ser ainda maior. Já os tetracampeões mundiais não passaram de um empate de 1 a l, com sabor de derrota, diante da Croácia.

No jogo de abertura da segunda rodada da chave, em Poznan, a Itália foi envolvente e nitidamente superior no primeiro tempo, quando fez 1 a 0 (o veterano Pirlo, de falta) e perdeu inúmeras oportunidades de ampliar.

Só que na segunda etapa a Itália deu mole, a Croácia cresceu e chegou à igualdade. Sem forças, os italianos viraram reféns do próprios erros de passes e finalizações, e amargaram um empate que pode ser o fiel da balança classificatória.

Salvo qualquer engano, as contínuas vaias da torcida croata ao negro italiano Balotelli soam como mais uma atitude racista totalmente desproposital.

No outro jogo de hoje, em Gdansk, os espanhóis não deram a mínima para irlandeses fortes fisicamente mas limitados tecnicamente. Desta vez, Iniesta, Fábregas, Xavi e cia foram bem mais objetivos do que na estréia -- empate diante da Itália.

Com futebol ofensivo do começo ao fim, intensa troca de bola verticalizada, infiltrações e movimentação sincronizada entre meio-campo e ataque, a Espanha fez 4 a 0 sem dificuldades. E poderia ser bem mais!

Momento ridículo do jogo foi o empurrão do árbitro português Pedro Proença num jogador irlandês, que caiu e reclamou muito. Falta do juiz é novidade! Só faltou marcar!

A Espanha lidera com quatro pontos ganhos e melhor saldo de gols em relação à Croácia. A Itália está em terceiro com dois e a Irlanda já dançou.

Rodada de amanhã, pelo Grupo D, na Ucrânia, marca Ucrânia x França em Donetsk e Suécia e Inglaterra em Kiev. Na estréia, os anfitriões venceram a Suécia, enquanto que franceses e ingleses empataram.

Neymar não brilhou! Deu Corinthians!

Embora o Santos tenha melhorado bastante e criado pelo menos quatro boas oportunidades de gol no segundo tempo, o 1 a 0 do aplicadíssimo Corinthians em plena Vila Belmiro foi incontestável.

Empate ou nova vitória corintiana no Pacaembu leva o Timão à inédita final da Libertadores. Vitória do Santos por 1 a 0 significa decisão nos pênaltis. Se o time de Muricy Ramalho fizer 2 a 1, 3 a 2, estará classificado.

Pela força do Santos, vaga ainda está em aberto, mas as possibilidades de o Corinthians finalmente chegar são maiores. A melhor defesa da Libertadores pode ser determinante.

Por que o resultado não pode ser contestado? Porque o time de Tite jogou concentrado, com atenção, foi mais organizado defensivamente, o que é sua principal característica, anulou o monstro cansado.

Estrategicamente, o Corinthians também apostou em um contragolpe mortal, sem abrir mão de atacar assim que retomava a posse de bola. Não deu outra!

O Santos não é um time só de estrelas. Depende quase que exclusivamente das individualidades de Neymar, o verdadeiro craque, e Ganso. Mas quem desequilibra e bota medo não jogou nada diante de uma marcação sempre dobrada, sem arriscar o bote suicida.

Ganso, ainda em recuperação de lesão, teve mobilidade restrita, mas fez bons passes. Já Elano e Arouca foram decepcionantes, não apareceram pro clássico. Melhor jogador do Santos foi o volante-valente Adriano. Sangue quente e futebol guerreiro. Foi pouco!

No Corinthians, novamente destaque para Paulinho e Cássio. Paulinho é quase perfeito taticamente e ainda aparece na frente, com passadas largas e bom passe. Como no gol de Emerson, que estava sozinho. Bola foi na gaveta; e ainda há quem diga que Rafael falhou.

O gigante Cássio brilhou no segundo tempo, com três boas defesas. Mesmo com o Santos mais ofensivo na segunta etapa, o sistema defensivo do Corinthians manteve a alta performance.

Achei que Alessandro não daria conta de Neymar, que não se fixou tanto na esquerda. Sempre assessorado, até que o lateral capitão foi bem. Os zagueiros internos também não comprometeram, assim como Fábio Santos.

No meio-de-campo, a linha de quatro defensiva fez do Corinthians um time ainda mais compacto. No segundo tempo, quando, pressionado pela necessidade de empatar, o Santos veio no 4-2-1-3, Tite optou pelo 4-5-1, com apenas Emerson no ataque.

Emerson que forçou dois pênaltis e acabou expulso corretamente. No final, depois do apagão, com o zagueiro Wallace no lugar do meia Alex, o Corinthians se fechou no 4-5-0.

Se, por coerência, o árbitro Marcelo de Lima Henrique utizasse critérios iguais, poderia dar vermelho para Neymar e Durval. Faltou peito para punir os agressores!

Triste é ouvir comentários discutíveis de pseudojornalistas com paixões de torcedores. Dizer ou escrever que o Corinthians imitou o aplicado Chelsea campeão europeu não é tão incoerente ou ofensivo.

Só que o grupo de Tite não é covarde, não abre mão de atacar quando retoma a posse de bola e usa a inteligência para valorizá-la. Mas alegar que o Santos parece o Barcelona é uma blasfêmia.

No Pacaembu, cujo gramado é de menores dimensões (cerca de 400m²), serão 37 mil torcedores corintianos a alimentar o inédito sonho de ganhar a Libertadores. O conjunto pode prevalecer; de novo.

Ao Santos resta acreditar que quarta-feira os bons assessores de Neymar sejam mais competentes. Mágica o menino ainda não faz! A força da individualidade pode ser superada; de novo.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Pitacos sobre a Eurocopa

Pela fase classificatória da Eurocopa, a França foi mais corajosa, mais vertical. Porém, esbarrou na objetividade de uma Inglaterra mais defensiva e aplicada. Nada mais! Deu empate!

No jogo da Espanha contra a Itália, nenhuma surpresa. Igualdade foi a consequência lógica de um duelo entre características que prevalecem há décadas. A Itália sempre foi melhor na defesa.

A Espanha jamais foi um espelho defensivo. Toca mais, ataca mais e marca menos. É campeã do mundo, sim, mas exagera na imitação do Barcelona. Tem jogadores brilhantes. Só que não tem Messi, exatamente quem chega para finalizar e fazer a diferença.

Na vitória da República Tcheca sobre os gregos, ganhou quem fez 2 a 0 em seis minutos e depois mostrou limitações nos três setores.

Até mesmo o goleirão Cech, um dos melhores do mundo e campeão pelo Chelsea, entregou o ouro no gol da Grécia, que um dia já foi campeã europeia. Por acaso, diga-se! Portugal era bem melhor, mas dançou!

No empate da Polônia diante da Rússia, muita vontade e equilíbrio dentro de campo. Fora, pura selvageria de imbecis que teimam em promover retaliações por conta de um passado carregado de atos vergonhosos para o ser humano.

Hoje, Portugal abriu 2 a 0 sobre a Dinamarca mas afrouxou e cedeu o empate. Tem mais time, mas só fez o gol salvador, da vitória, nos minutos finais. Cristiano Ronaldo deu graças a Deus.

Considerado o segundo melhor jogador do mundo ( e o primeiríssimo em narcisismo, sem concorrentes), CR teve três grandes oportunidades de gol e desperdiçou todas. Ficou a dever!

No clássico mundial de agora há pouco, um filme que se repete com raras alterações. A força, a técnica e a objetividade da Alemanha superaram a plasticidade, a experiência e a posse de bola estéril do time holandês.

A Alemanha tem individualidades que valorizam a força do conjunto. A Holanda tem estrelas que ignoram a importância do universo coletivo. O egoismo holandês fala mais alto. E perde! Simples assim!

segunda-feira, 11 de junho de 2012

O prefeitão, o parto e a luz

Olá, Aidan, é o Raddi. Tudo bem com você? E a família?

Precisa perder peso, hein corintiano! Que tal um passeio no Parque Central? Leve o cachorro!

Por educação, não se esqueça do saquinho e da pazinha! Aproveite para flagrar servidores folgados.

E na Prefeitura, tudo em ordem? Desculpe, não foi ironia. Sei que não! Pelo contrário. Acho, até, que você era feliz e não sabia. Dez partos por dia seria fichinha, café pequeno.

Como vai a campanha à reeleição? Será que emplaca?

Caso das licenças ambientais e da propalada propina do Semasa vai atrapalhar, né?

Estado deplorável e reforma engana-trouxa do Bruno Daniel também vai pesar contra, né?

Assim como outras mazelas públicas sujeitas a críticas. Inclusive a você, como principal gestor público.

Não vai ser mole não! Adversários tradicionais como o PT do Grana, sedento por voltar ao poder, vão pegar pesado.

PMDB do seu ex-homem forte, o Bonome, também promete dar trabalho. Se não desistir. E olha que o cara conhece seus pontos fracos como poucos.

Quanto ao Salles, não sei dizer o que pode acontecer. Algumas coligações podem mudar o rumo da prosa. Ou da conversa fiada.

Talvez com a parceria do PSDB, graças à troca de favores com o governo estadual, as coisas fiquem menos difíceis pra o seu PTB.

O Paulinho Serra poderia criar obstáculos, mas vacilou, foi inocente; dormiu com os amigos-inimigos e dançou feio. Pelo menos até agora.

Não tenho informações confiáveis, mas ouvi dizer que o Paulinho poderia ser o vice da médica-candidata Ana Glória, do PSDC.

Isso mesmo! Aquela que, segundo as más línguas, já andou puxando suas orelhas. Parece que a doutora chega junto e não pipoca.

Pode dar uma senhora rasteira em marmanjos tão traquejados quanto limitados e dilmar em plena Santo André. Já pensou?

Todo cuidado é pouco! Já que, independente de partido, os homens, como você, andam deixando a desejar no quesito gestão pública e no conjunto de atitudes ou omissões, por que não uma mulher como alternativa ao besteirol machista?

Mas, caro prefeitão, me desculpe; não foi pra isso que liguei a esta hora da noite. Estou ligando pra pedir, mais uma vez, que você tome uma atitude mais consistente em relação à luz.

Calma, nada de parto! Nisso você é especialista. Afinal, faz propaganda e garante ter realizado mais de 10 mil. Acredito! Portanto, participa diretamente do mais nobre ato materno. Dar à luz é um momento divino, maravilhoso!

Pois é, mas não é isso! É que passou da hora de você, prefeitão, dar a luz (no caso, sem crase, lógico!)à população que paga impostos religiosamente.

Por acaso, aí na rua de cima, na João Ramalho, há energia elétrica neste exato momento ( 21h30min do dia 11 de junho)?

Provavelmente, sim! Mas aqui, na Santo André, em frente ao sindicato, estamos sem iluminação pública há três dias. Está um breu!

Nos últimos meses, já sob a responsabilidade da Prefeitura, portanto, sua, deve ser a sétima ou oitava vez que ficamos a ver (ou não ver) navios estrelados. Isso quando não falta luz também nas residências.

Desça aqui, prefeitão, é tão pertinho! Traga seus seguranças e os da primeira-dama. Você está a apenas um quarteirão de mais uma vergonha da administração pública.
E que também acontece há vários meses em outras ruas do centro, dos bairros e da mais distante das periferias.

Responsabilidade sobre iluminação pública nem sempre é da AES Eletropaulo. Cabe, sim, à Prefeitura, o que antes era da contratada, a Rodrigues & Rodrigues, se não me engano.

Já não era lá essas coisas. Agora, sem o contrato de prestação de serviços, piorou e ninguém faz nada. Estamos cheios de desculpas esfarrapadas!

Como o dr. é especialista em ajudar a dar à luz, que se digne ao menos a agir com mais firmeza, rapidez e clareza. Que providencie luz ao cidadão que passa diariamente pelas ruas.

Uma vez ou outra, tudo bem, acontece, mas passou do limite! Pior é que nem adianta ligar para o 0800-77-11-156, o telefone da PSA. Eu e meus vizinhos (exceto você, dr.) já nos cansamos. Muitas vezes, nem atendem. Por isso liguei aí!

Cabe ao caro prefeitão tomar a atitude que se espera de um chefe de executivo candidato à reeleição (Não se esqueça!). Afinal, o problema é antigo e está no seu quintal. Tanto quanto no latifúndio que você deveria administrar melhor, o município todo.

Na conta de "luz" a pequena taxa específica de iluminação pública é clara. Sem luz, você vai devolver o valor para os cidadãos da rua Santo André? Em caso de acidentes, furtos, roubos e assaltos, você vai responder e indenizar as vítimas? Vou te cobrar!

Não precisa responder nada. Pra falar abobrinha, de novo sem convencer, é melhor ficar calado. Basta fazer o que já deveria ter sido feito há muito tempo.

Chi! Tenho de desligar! Estou com pressa. Alguém toca minha campainha mas não consigo identificar. A escuridão não permite.

Primeiro vou pegar minha lanterna, o canivetão e a velha cartucheira-28 de dois canos. Não, não vou caçar paca, não! Boa noite, caro vizinho!

terça-feira, 5 de junho de 2012

Nei Paraíba salva o Azulão em noite de Neneca

Debaixo de muita chuva,com grande atuação do goleiro Neneca e um gol salvador de Nei Paraíba nos acréscimos, São Caetano e América Mineiro empataram de 1 a 1 agora há pouco no Estádio Anacleto Campanella, pela quinta rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.

Ainda líder e invicto, agora com quatro vitórias e um empate em cinco jogos, o vice-campeão mineiro começou melhor e deu a impressão de que o São Caetano (duas vitórias, um empate e duas derrotas) não teria vida fácil e seria mesmo testado pra valer.

No caso, melhor significa mais organizado, com solidez defensiva e ciente de que poderia oferecer perigo em contragolpes com rapidez. Como aos 12 minutos com Bruno Meneguel.

Ao contrário dos dois jogos anteriores sob o comando de Sérgio Guedes, o Azulão só saiu mais pro ataque e ofereceu perigo depois dos 15 minutos, quando soltou mais os laterais e teve uma chance com Wagner, de cabeça.

Mesmo assim, os meias Marcelo Costa e Éder não se movimentavam a contento nem se aproximavam do ataque com eficiência, o que dificultava a produção ofensiva de Leandrão e Geovane.

Com chuva ainda mais intensa e o campo pesado, o segundo momento de perigo do São Caetano foi criado aos 31 minutos, quando Diego foi ao fundo e cruzou para Leandrão cabecear no poste direito de Neneca, ex-Santo André.

Três minutos depois foi a vez de Geovane arriscar de longe. Pouco para quem exige constantes emoções de gol. Normal para dois times técnicos que encontraram dificuldades por causa da água em excesso.

O Coelho começou um pouco melhor; o Azulão terminou superior. Como não são peixes e o forte dos dois não é natação, não dava para exigir muito mais.

No segundo tempo, com chuva mais leve mas o campo ainda pesado, o São Caetano voltou um pouco mais ofensivo, talvez devido à aproximação e à participação mais intensa, mas ainda não o suficiente, dos meias.

Tanto que teve duas oportunidades seguidas logo aos cinco minutos com Leandrão. Nas duas Neneca apareceu muito bem. América respondeu aos 12 com Fábio Júnior, mas quase tomou o gol novamente aos 17, quando, no contragolpe, Leandrão acertou o poste esquerdo.

Aos 18, Sérgio Guedes trocou Éder por Pedro Carmona, sem resultado prático. Além de se defender bem, o São Caetano mantinha o domínio. Mas o América não estava morto. Tanto que o veterano ma sempre útil Fábio Júnior fez 1 a 0 aos 20 minutos aproveitando sobra na marca do pênalti.

A partir daí o São Caetano intensificou as ações ofensivas e o experiente América do meia Gilberto, estrategicamente, se plantou ainda mais para tentar explorar outro contragolpe capaz de matar o jogo.

Aos 29 minutos, em busca do empate e sem medo, Sérgio Guedes trocou Moradei por Anselmo, um volante que sobe bem mais ao ataque. Também tirou um Marcelo Costa em queda e fez entrar o atacante Nei Paraíba, de boa movimentação.

Portanto, o Azulão ousou ao trocar o 4-2-2-2 pelo bem mais ofensivo 4-2-1-3. Para
quem estava perdendo, não se esperava outra atitude.

Como resultado, duas excepcionais oportunidades aos 31 minutos, a primeira com Nei Paraíba e a segunda com Geovane. O herói Neneca voltou a fazer duas grandes defesas e evitar o gol de empate.

Pressão do São Caetano, que reclamou dois pênaltis, era cada vez mais intensa e o time mineiro já parecia não reunir forças para o contra-ataque. Com o América todo atrás, Geovane voltou a desperdiçar boa chance aos 39 minutos, mas aos 46 foi expulso depois de um carrinho perigoso em Rodriguinho.

No limite dos acréscimos, aos 50 minutos, o empate heróico, dramático, de um time determinado, nada passivo, que não desistiu nunca: o zagueiro Gabriel cobrou falta da meia-esquerda, a bola desviou e sobrou para Nei Paraíba tocar de leve, no limite. Ficou ficou até a dúvida se a bola havia entrado e de quem era o gol, já que Boiadeiro tentou salvar e Diego também chegou para conferir.

A igualdade ficou mais justa numa noite chuvosa em que Neneca seria o herói solitário, não fosse o gol do folclórico mas batalhador e eficiente Nei Paraíba, aquele.

História no Galo e artilheiro na Lusa

Só pra não passar batido: eu não contrataria Ronaldinho. Como disse um dirigente do Corinthians, nem de graça! Pára com isso! O cara foi um monstro, tem uma linda história de amor com a bola, mas hoje não quer mais nada.

Até quando jogadores problemáticos, que vivem do brilho do passado de tantas glórias e gols, vão enganar? Ronaldinho foi espetacular e chegou a melhor do mundo. Atualmente, o ex-craque do Barcelona e do Milan dá a impressão de já estar de saco cheio da antiga paixão.

Só joga quando está a fim. De resto, aluga um puxadinho de 10mx10m pela esquerda do campo e ali fica a fazer graças pontuais, raramente com objetividade.

Se ainda fosse minimamente profissional e desse resultado, não trocaria a nata do futebol mundial pelas belas curvas da mulher brasileira.

Com o futebol ladeira a baixo e tendência à gandaia em alta, Ronaldinho veio para um Flamengo com fama de mau pagador. Agora, exatamente por não ter recebido, troca o Ninho do Urubu pelo Puleiro do Galo.

Chance de dar certo é quase a mesma de eu escalar o Everest ou, como torcedor, trocar o Corinthians pelo São Paulo. BH vai ferver e o Galo corre sérios riscos de sse arrepender em pouco tempo! Se é que não passa de trampolim para China ou mundo árabe.

Se Ronaldinho fosse amigo inseparável da noitada mas não se esquecesse da ex-amada, a bola, não haveria mal algum. Infelizmente, hoje, o futebol do melhor do mundo é só saudade, só história. E história não joga!

WILLIAM XAVIER NA PORTUGUESA

Após três cirurgias para corrigir fraturas de tíbia e fíbula direitas, retorno precipitado e só agora totalmente recuperado, William Xavier pintava como esperança de gols do Santo André para a disputa da ainda enroladíssima Série C do Campeonato Brasileiro.

Pintava! Bastou o bom atacante aparecer como artilheiro na pré-temporada de jogos-treinos (cinco gols em quatro partidas preparatórias), o jogador contratado no início de 2010 ganhou visibilidade e, agora, novos ares.

Após fazer três gols nos 4 a 2 diante da Portuguesa, o técnico Geninho e os dirigentes lusos não tiveram dúvida; acertaram a contratação por empréstimo até o final do ano.

Aparentemente, foi um bom negócio para os três lados. Principalmente em caso de sucesso e posterior venda. William Xavier tem 29 anos.

Só que agora Fábio Santos, que tem futebol mas oscila bastante, aparece como única opção mais à altura das necessidades de quem sonha com o acesso à Série B.

sábado, 2 de junho de 2012

São Caetano vence. Com o dedo do técnico

Pela quarta rodada da Série-B do Campeonato Brasileiro, agora há pouco em Natal, o São Caetano conseguiu expressiva vitória diante do até então invicto ABC.

Gol solitário do lateral-direito Samuel Santos aconteceu aos 25 minutos do segundo tempo, em falha do bom goleiro Andrey. Resultado tem o dedo do técnico Sérgio Guedes.

O Azulão vinha de boa vitória no Grande ABC -- 2 a 0 no Bragantino --, enquanto que o ABC estava motivado pelos surpreendentes 3 a 0 em Barueri.

Diante da torcida, o ABC tentou impor o ritmo desde o início, mas o time de Sérgio Guedes não permitiu que o domínio significasse riscos mais sérios.

Depois dos 10 minutos o jogo ficou equilibrado. Aos 20, as rédeas foram definitivamente para as mãos do novo São Caetano, que poderia ter marcado aos 24 com Geovane chutando forte de fora da área para boa defesa de Andrey.

Mesmo fora de casa, a posse de bola e a iniciativa passaram a ser do Azulão, montado num 4-4-2 agressivo, veloz e de aproximação consciente de meio-campo e laterais (sem exageros) na hora de atacar.

Defensivamente, protegido por dois volantes ( como contra o Bragantino, Augusto Recife se aventurou mais ao ataque do que Moradei), o Azulão passou por apenas dois sobressaltos em arremates de fora de Jadson e Raul.

Melhor momento do Azulão foi aos 42 minutos, e em dose dupla: Samuel Santos exigiu outra boa defesa de Andrey e no rebote o sempre perigoso Geovane chutou por cima.

Se houvesse um vencedor no primeiro tempo, deveria ser o São Caetano, que foi mais organizado, mais objetivo e mais contundente. O ABC dependeu de contragolpes esporádicos e arremates de longe.

Na segunda etapa, o agora renovado ABC reclamou pênalti de Gabriel em Adriano Pardal logo aos 2 minutos. Eu não daria, mas confesso que fiquei em dúvida.

Bem mais ativo e aceso, o ABC voltou a chegar com grande perigo aos 7 minutos, quando Eliomar Bombinha cabeceou e Luiz fez bela defesa.

Com o ABC mais ofensivo, sobrecarregando a marcação dos volantes e empurrando o São Caetano ainda mais para trás, sobrou um raro espaço para o Azulão contra-atacar e quase abrir o marcador aos oito minutos, em mais um chute de fora de Geovane que Andrey rebateu.

Aos 11, a alta zaga interna do São Caetano voltou a permitir que a conclusão de cabeça de Adriano Pardal fosse ao travessão quando Luiz já estava batido.

Se o São Caetano foi melhor no primeiro tempo, no segundo só dava ABC, que, na base da pressão, voltou a chegar com Bileu aos 15 e Raul aos 16 minutos.

Encurralado, o São Caetano não conseguia criar (Marcelo Costa e Éder sumiram do jogo) armar aquele contragolpe que poderia ser mortal. Superioridade ainda era do time de Márcio Goiano. E dá-lhe pressão! Tanto que aos 20 Luiz foi novamente exigido em arremate do bom meia Raul.

Como o domínio adversário era massacrante e gol estava por sair, Sérgio Guedes trocou aparentemente cansado Marcelo Costa pelo dinâmico e hoje mais ofensivo Pedro Carmona e o pivô Leandrão pelo folclórico Nei Paraíba, de mais movimentação.

A primeira jogada dos dois que entraram e mudaram a cara do sistema ofensivo por pouco não resultou em gol, aos 23: mais à frente, Pedro Carmona percebeu a mexida inteligente de Nei Paraíba e enfiou com precisão para o atacante concluir de pé esquerdo e exigir importante defesa de Andrey.

Só que Andrey foi de herói a vilão em apenas dois minutos: levou o chamado frango quando, naquele contragolpe dos sonhos, que vira a bola do jogo, Samuel Santos recebeu de Geovane, cruzou do fundo, rasteiro, e viu Andrey colocar pra dentro. Vida de goleiro não é mole!

Se Andrey passou de herói a vilão, o São Caetano passou de dominado a dominador após substituições tão providenciais. Se não um dominador ostensivo, ao menos um time capaz de voltar a retomar a iniciativa e de armar bons contra-ataques.

Como aos 32 minutos com Pedro Carmona e Geovane. Coincidência ou não, o jogo mudou de forma tão rápida quanto clara. Bom para o São Caetano, que voltou a respirar e ganhou mais vida. Dedo do treinador!

Surpreso e abalado com a reação do Azulão, o ABC demorou muito para recuperar o fôlego e buscar o empate com o mínimo de organização. Abusou da pressa e da imperfeição nos passes e nas finalizações.

Tanto que só voltou a ameaçar aos 36 minutos, quando Luiz fez outra grande defesa em chute de Joelson da esquerda após cobrança de falta ensaiada. Aos 37 foi Augusto Recife quem salvou.

Daí até o final o voluntarioso mas hoje limitado ABC pressionou (quase empatou aos 44em cabeçada de Joelson pra fora) e o Azulão se defendeu com aplicação para garantir uma vitória importantíssima.

Três pontos e segunda vitória consecutiva devem ser creditados principalmente à percepção de Sérgio Guedes. Será que o demitido Márcio Araújo faria a mesma leitura e tomaria igual providência com a mesma rapidez? Acho difícil!

sexta-feira, 1 de junho de 2012

E aí, Tite, como parar Neymar?

Juro que eu não queria estar na pele do técnico do Corinthians. Sinceramente, se eu fosse o Tite, não saberia ao certo o que fazer para tentar anular o quase sempre endiabrado Neymar.

O primeiro jogo semifinal da Libertadores será na Vila Belmiro, provavelmente diante de 16 mil torcedores, a maioria santista. Pressão pura! Gramado é bom e mede 106m x 70m (arredondando, 7420 metros quadrados).

Segunda decisão acontece no tradicional Pacaembu, diante de aproximadamente 36 mil torcedores, a maioria, obviamente, corintiana. Também pressão do começo ao fim. Gramado é dos melhores e mede 104m x 68m (7072m²).

Portanto, ao contrário da impressão que passa, pela proximidade do torcedor, na Vila Neymar vai ter 348m² a mais para dar trabalho ao rígido sistema defensivo do Corinthians.

Ainda não se sabe pra quem vai sobrar a tarefa mais indigesta. A tendência inicial é Tite não mexer na lateral-direita. O detalhe é que Alessandro é esforçado, mas já não tem tanta caixa e alterna altos e baixos.

Sozinho, não vai dar conta. Precisaria da assessoria de um falso ponta (Jorge Henrique) ou meia (Alex) deslocado para o primeiro combate e/ou da cobertura constante de um volante, além da chegada de Chicão, que também não é nenhum menino.

Outra opção seria o voluntarioso Wallace, mas o zagueiro interno vem de lesão séria e cirurgia. Talvez ainda não se garanta sem múltipla ajuda.

Há quem sugira o deslocamento de um dos volantes, Ralf ou Paulinho, para a direita. Besteira! Seria um tiro no próprio pé. Ambos executam suas funções com extrema competência. Paulinho é o melhor e mais completo jogador do elenco. Se for deslocado, não vai chegar para concluir, uma de suas virtudes.

Há, também, alguém que concorde comigo. Embora soe como absurdo, ouso dizer que o quarto-zagueiro Marquinhos pode ser uma boa opção. Jovem, firme, rápido e dono de uma antecipação à la Gamarra, o menino tem fôlego e personalidade para acompanhar todos os movimentos do monstro, que, com espaço, faz a diferença.

Independente da opção individual de Tite, deve prevalecer o incessante trabalho coletivo da defesa menos vazada contra o melhor ataque da Libertadores. Se formar um bloco capaz de congestionar os caminhos do menino, a tarefa corintiana será menos árdua. Nada fácil, mas menos dificultosa.

Sem Ganso, o Santos fica fragilizado. Mas a marcação do Corinthians não pode deixar de prestar atenção nas ações ofensivas de Arouca e Juan ou do incendiário Léo para encostar em Neymar. Difícil acreditar que Muricy vai optar por Alan Kardec na armação.

Na briga de cachorro grande, entre o campeão brasileiro e o da Libertadores de 2011, a principal individualidade, capaz de desequilibrar, é o camisa 11 da Seleção Brasileira.

Cabe a Tite achar o homem certo e o esquema compatível. Se apenas procurar imitar um Velez de marcação ostensiva, pode ser suicídio. Nós, brasileiros, não temos a determinação, a pegada bem mais agressiva dos argentinos.

Políticos, fraldas, pizzas e bicicletas

Num discurso histórico, no Senado, em 1914, o escritor e político Ruy Barbosa foi cirúrgico e "premonitório" no desabafo: "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantar-se o poder dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto".

Num ano qualquer do século XIX, já que nasceu em 1845 e morreu em 1900, Eça de Queirós escreveu: "Os políticos e as fraldas devem ser trocados frequentemente, e pela mesma razão".

Frase acima, igualmente secular, é atribuída ainda a Mark Twain e Bernard Sham, mas o que importa é a essência, o recado que cai como uma luva nos tempos e nas condutas atuais. Passaram-se cem anos e quase nada mudou.

Quer dizer, o que mudou foi pra pior. O modus operandi evoluiu. Ainda somos feitos de palhaços quando teimamos em acreditar em promessas de campanha e conversa fiada!

Hoje as fraldas são tão descartáveis quanto a maioria dos políticos. Só que as fraldas vão para o lixo e os "escolhidos" a dedo insistem em completar bodas de ouro no conforto do poder.

E continuam a fazer cagadas malcheirosas. Se é que há cagada perfumada! Melhor não duvidar da capacidade de dissimulação de senhores tão nobres. Infelizmente, sobra enganação, sobra fisiologismo. Também sobra omissão. E bosta! Isso mesmo, não se ofenda, sobra bosta!

Falta fralda, falta atitude digna de quem foi eleito para legislar com o mínimo de competência e transparência. Falta comprometimento com a coisa pública. Ninguém, aqui, está a cobrar condenação sem julgamento justo.

Salvo raríssimas exceções, que se perdem na generalização, políticos são mesmo como bebês, dados a cagadas sem aviso prévio. Nem ao menos flatulência. Nem um peidinho!Afinal, avisar pra quê?

Exemplo de mais uma omissão/cagada coletiva, bem coberta pelo manto do protecionismo descabido, foi perpetrado outro dia por alguns vereadores da base de sustentação do prefeito de Santo André.

O rabo preso com o poder maior, Aidan Ravin, fez a CPI do Semasa terminar em pizza. Que novidade! O cidadão foi enganado! Mais besteira! Mais caca! O teatrinho investigativo deu em nada. O esgoto semasiano conduziu tudo, inclusive a propalada propina, para uma enorme fossa séptica. Ou seria uma fossa de campanha?

Assim tem sido há séculos! Desde os imperadores da Roma antiga. Trocam-se favores, em todos os segmentos -- não é só político que é safado, não! --, sem se respeitar a ética dos homens de bem. E, já que o papa está tão longe, que o pobre munícipe vá reclamar com o bispo!

Por incrível que pareça, no caso da possível extorsão no Semasa quem está mais próximo da coerência é o folclórico e contestado vereador da bicicleta. A ideia não é nova, mas pelo menos o polêmico Pinheirinho teve peito para demonstrar sua insatisfação (e de muitos) ao oferecer pizza na Câmara Municipal.

A culpa recaiu exatamente sobre quem acusou a existência de pagamento de pedágio para liberar licenças ambientais. Não sobrou pra nenhum acusado. A CPI apurou superficialmente, relatou economicamente e concluiu precipitadamente.

Nova CPI já foi criada pela oposição. Sem contar as investigações da Polícia Civil e do Ministério Público, que, acredita-se, sejam mais sérias. A nova CPI, se não acabar amanhã, não pode ser outro engodo.

Tomara, também, que o prefeitão tome atitude firme e, mesmo que tardiamente, venha a público para dar respostas mais claras e consistentes. Se não quiser entregar a reeleição de mão beijada ou até ser apeado do poder antes mesmo de concluir o primeiro mandato.

O prefeito só não pode ser incriminado sem o sagrado direito do contraditório, da defesa. Afinal, embora limitado como gestor, Aidan não é bandido.

Como o cidadão comum já está de saco cheio de ser desprezado, empurrar com a barriga, sem justificar, não é a melhor alternativa. É sinônimo de boi fujão, de enganador dissimulado e inseguro, que não respeita e não se dá ao respeito.

E respeito, justiça e honestidade são fundamentais para quem faz parte de uma CPI que deve investigar sem sentença definida. Se a nova Comissão Parlamentar de Inquérito também der em nada, é melhor Pinheirinho contratar todos os ciclistas da Volta da França. Se faltar voluntário, basta dar um alô para o pessoal da Bélgica.

Se fosse vivo, talvez o senador/ministro baiano sentiria ainda mais vergonha, mais nojo do que acontece em todas as camadas do poder, independente das preferências partidárias. De Santo André a Brasília!

Talvez hoje o desiludido intelectual, o Águia de Haia, optasse por escrever sobre a final da Liga dos Campeões, sobre a semifinal da Libertadores ou sobre a revolta das bicicletas. Amenidades!

Já o grande escritor português, se ainda estivesse entre os vivos, não teria dúvida: "É muita bosta pra pouca fralda!" Vai faltar bicicleta, caro Pinheirinho! Não se esqueça das carretinhas e do perfume francês!