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sábado, 29 de setembro de 2012

A Pirelli, o vôlei amarelo e o Sub-21

Quarta-feira à noite. Impossível deixar de sonhar acordado. Humanamente impossível não me lembrar de um clube de tanta história, de um vôlei de tantas conquistas maravilhosas.

Diretamente de Araçatuba, as imagens do SporTV mostravam o Campeonato Estadual de Vôlei Masculino. De um lado da quadra, um time de uniforme amarelo, o Vôlei Futuro; do outro, um de vermelho, o SESI de Murilo, Serginho Escadinha e Lorena.

O amarelo tinha o excepcional Ricardinho, que já foi considerado o melhor levantador do mundo. Mais do que isso, tinha no alto das costas um nome que já foi sinônimo de excelência no mundo do vôlei.

Minhas retinas visualizavam Ricardinho com imenso respeito, mas a imaginação viajou para a final do Campeonato Brasileiro de 30 anos atrás, contra a Atlântica Boa- Vista de Bernard, Bernardinho, Marcos Vinícius e cia.

Mas, sinceramente, ali, na TV,  Ricardinho ganhava a alma do capitão William.  Rapha era Montanaro, Polaco se transformava em Amauri, Guilherme Hage em Xandó...

Sob o imaginário comando de Brunoro, as imagens eram de Ronaldo, Maurício Jahú, Márcio Manfrin, Dênis, Emerson, Marcão, Boni, Décio... Não! Aquele uniforme amarelo não vestia os jovens Michael, Najari, Caio, Vini...

No "fardamento" amarelo,  um dos patrocinadores/apoiadores era o mesmo que nos deu o título de 82, o do Mundial Interclubes de 84 e tantos outros que hoje não passam de lembranças. Doces lembranças que nos entristecem pela dura realidade do esporte andreense.

Estilizado, como nos bons tempos, o nome Pirelli é capaz de fazer sonhar. Só que a realidade imposta pelo descaso do Poder Público e de possíveis parceiros nos mostra o histórico vôlei de Santo André fora da elite, a disputar o invisível Sub-21 estadual.
Em 15 jogos, 15 derrotas. Que beleza!

Com base na Lei Paulista de Incentivo ao Esporte, há quase dois anos  a nossa Pirelli abate ICMS investindo em projetos sociais e no alto rendimento da distante Araçatuba. Vejam só! Triste sina!

Falta boa vontade dos executivos da Pirelli com o esporte doméstico ou  nossos nobres dirigentes esportivos públicos não se deram ao trabalho de propor parceria a quem tem o respaldo da história? Ou falta disposição dos dois lados?  

O CQC, o Brunão e o boi fujão

Parece brincadeira de mau gosto, mas não é! Prometo não me delongar. Mesmo porque, o assunto já cansou.

É o fim da picada a liberação do Estádio Bruno José Daniel deixar o nosso quintal para ganhar cores em cadeia nacional.

É absurdo, em vez de fatos relevantes, positivos, de Santo André, inclusive  do esporte, assistirmos a Rede Bandeirantes cobrando, com razão,  mazelas e omissões de pseudo-autoridades municipais.

Questionada e pressionada pela denúncia do programa CQC, a Prefeitura fez de tudo para não precisar responder. Dizem que tentou, até na Justiça, evitar que o programa fosse ao ar.

Ridículo, prefeitão! Tão ridículo quanto colocarem o desinformado secretário de Comunicação, Alexssander Soares, para explicar o inexplicável, o injustificável.

Pessoal do CQC esteve no Bruno Daniel no jogo contra o Brasiliense ( um 3 a 0 vexatório), mas o programa que mancha ainda mais a imagem do Município e fere a auto-estima do cidadão andreense só foi ao ar nesta segunda-feira.

Sobrou para alguém menos culpado porque Aidan Ravin, mais uma vez, assim como nos debates políticos, pipocou. Teve medo de se expor, correu da raia.  Como um marruá,  se portou como boi fujão. 

Assim como podem ser rotulados de fujões ou escorregadios o secretário de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo (Carlos Roberto Panini) e o diretor de Esportes (Almir Padalino).

Ou será que os dois homens públicos, que, pelos cargos, devem ter conhecimento de tudo que acontece no setor, foram proibidos pelo prefeitão de se manifestar? Não duvido! Tem a ver com a personalidade do prefeito Inimigo do Esporte.

Talvez também seja inimigo da responsabilidade, da verdade, do diálogo franco, da competência, da transparência, do contraditório... Por isso sobrou para o secretário de Comunicação anunciar a tardia liberação do Brunão para dentro de três semanas.

Cuidado! Não é bom dar como certeza. Pode ser mais uma cascata. Anúncio não é garantia de que contra o Duque de Caxias, dia  20 de outubro, o torcedor vai mesmo, finalmente, voltar a  ver o Santo André jogar.

Sem bem que, com ou sem o calor das arquibancadas, as perspectivas não são nada promissoras. Após a derrota de ontem em Itápolis ( 2 a 1 para o Oeste) o Ramalhão continua muito ameaçado de rebaixamento.

Ainda tem quatro jogos. São 12 pontos a disputar contra Tupi, Caxias, Duque de Caxias e Macaé. O time mineiro é candidatíssimo à degola. Os demais brigam pelo acesso.

Portanto, pra quem está a apenas um ponto da zona de degola, a coisa ainda está preta. Risco de descenso é altíssimo.

E o prefeitão é, sim, um dos maiores culpados. Mas não é o único. Não é dirigente e não faz gol. Incompetência dos gestores do futebol andreense também é abusiva.


terça-feira, 25 de setembro de 2012

Esporte e promessas de campanha. Cuidado!

"Salles prevê dobrar verba para Esportes".  A manchete da página 3 do DGABC de hoje destila otimismo. Só acredito vendo!

Em entrevista ao repórter Fábio Martins, o candidato a prefeito de Santo André planeja, se eleito,  criar secretaria específica e dobrar o orçamento anual do  Esporte que um dia foi exemplo para o Brasil inteiro.

Só acredito vendo! Aidan Ravin também prometeu e não fez nada pelo segmento. Pelo contrário. Não tem concorrência se pleitear o selo de Prefeito Inimigo do Esporte. Ganha fácil,  no primeiro turno!

Como o candidato do PDT pretende cumprir a promessa? " Cortando gastos onerosos com ONGs. Quero tirar da gordura das falcatruas desta gestão, da roubalheira que houve em quatro anos", acusa Raimundo Salles.

Hoje ainda vinculado à Secretaria de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo, o departamento de Esporte tem orçamento pífio, ridículo, se comparado com São Caetano, São Bernardo e outras cidades do mesmo porte.

Cerca de R$ 13 milhões, no total, não representam nem 0,5% do orçamento total do Município. É uma afronta à sensatez! Coerência seria, além de valorizar os bons profissionais e  investir em competências gestoras, destinar à área esportiva entre 0,8% e 1% da verba total, de cerca de R$ 3 bilhões.

Portanto, destinação total do Tesouro seria entre R$ 24 milhões e R$ 30 milhões. Com no mínimo  entre R$ 15 milhões e R$ 21 milhões para aplicar no esporte propriamente dito, o Departamento não teria do que reclamar em termos financeiros.

Hoje, perto de R$ 9 milhões vão para bancar pessoal e calcula-se que outros R$ 2 milhões sejam distribuídos em vários itens. Portanto, só sobram R$ 2 milhões para um sem-número de investimentos em compromissos específicos da área.

Com planejamento, gerenciamento e profissionalismo, daria para cuidar bem melhor  da Educação Física (escolinhas de esportes,  ginástica para a Terceira Idade e  atividades para pessoas com deficiência, entre outros),  Difusão Esportiva ( Jogos Escolares, Jogos da Terceira Idade,  festivais de esportes, meia maratona de atletismo e outros eventos) e Alto-Rendimento (esporte competitivo da base ao topo, em parceria com patrocinadores, com destaque para campeonatos nacionais e estaduais, e Jogos Abertos e Regionais), além de verba razoável destinada ao futebol amador.

Da peça atual, "o custeio de R$ 9 milhões com pessoal  é discrepante", segundo o candidato: " Não há verba para investimento, nada de planejamento. Aidan foi o maior desastre nesse setor" -- afirma Salles.

Ninguém garante que, se eleito, Salles vai mesmo criar a secretaria e fazer algo positivo para recuperar o esporte andreense, mas, pelo menos da boca pra fora,  está carregado de razão.

Há alguns anos, como diretor-assistente,  não tive oportunidade de fazer muito, mas convivi diariamente com valores limitados. Os porcentuais de custeio já eram absurdos, injustificáveis. Muita gente pra mamar e poucos servidores públicos (e excesso de  comissionados) comprometidos, dispostos a trabalhar de verdade. Portanto, não é novidade. A partir de 2009, com prefeitão-promessão, só piorou!

Candidato do PDT  também fala em transformar o  desprezado Estádio Bruno Daniel em arena multiuso por meio de PPPs (Parcerias Público-Privadas), "para acolher eventos culturais, esportivos e religiosos".

De novo, só acredito vendo! Falar é fácil! Prometer às vésperas da eleição, também. O prefeitão que o diga! Por isso AR já não tem credibilidade quando  abre a boca pra falar de esporte.

Plano de governo de Salles menciona ainda seis campos multiuso de gramado sintético em regiões periféricas, além de curso de Educação Física na Fundação Santo André.

Outro curso de Educação Física na cidade? Pra quê?  E se a Prefeitura voltar a administrar e manter, de  fato, os mais de 40 campos distritais do Município, já estará de bom tamanho para o futebol amador.

Hoje ( e há mais de 30 anos, isso mesmo) o patrimônio público, do cidadão, se torna cada vez mais privado. Nossos distritais não são do povo.  Nem da Prefeitura! Por pura omissão.

Grupos, muitas vezes apoiados por vereadores regionais, se adonaram dos campos. Vale tudo! Moradia particular, estacionamento, sublocação, barzinho, prostituição, tráfico de drogas, escolinhas de futebol particulares e  outros quetais.

Rola até um joguinho de futebol amador de vez em quando. Basta conferir! Que Salles e os demais candidatos não se limitem a promessas vazias e planos de governo mirabolantes, verdadeiras arapucas para eleitores desavisados.

Agora o esporte serve. Não é prioridade, mas interessa como vertente de campanha. Depois, que  se lasque! O respeito passa ao largo! Cuidado, caro leitor/eleitor! É muita conversa fiada pra pouca ação.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Artilheiro de estaleiro, sinônimo de risco

Em sã consciência, duvido que alguém não reconheça o alto nível técnico de jogadores diferenciados como Paulo Henrique Ganso, Fred, Luís Fabiano e  Deco.

Tanto quanto outros tantos, têm futebol  de sobra para integrar a Seleção Brasileira  que vai disputar a Copa das Confederações e posteriormente a Copa do Mundo de 2014, no Brasil.

O problema dos quatro não é falta de competência técnica e tática; é exagero de ausência. Basta prestar atenção!  A participação dos quatro em jogos de seus times é absurdamente prejudicada por lesões.

Como Mano Menezes vai chamar os artilheiros do Campeonato Brasileiro se eles vivem mais no estaleiro do que no gramado? Sabem fazer gol como poucos. Mas, teoricamente,  só faz gol quem joga. É arriscado demais!

O mesmo ocorre com os  armadores Deco e Paulo Henrique Ganso. O custo-benefício é desestimulante. Por isso o reforço bombástico do São Paulo é sinônimo de contrato de risco.

Punido com constantes lesões e problemas contratuais (grana) capazes de mexer com a postura de qualquer jovem, Ganso só vai responder  se o investimento valeu a pena quando colocar a cabeça no lugar e a bola debaixo do braço, com a qualidade de um maestro que ultimamente só tem desafinado.

Apesar de corintiano, não quero e não vou secar. Não acredito, mas torço muito para que os dois jogadores do São Paulo estejam 100% (física, técnica e psicologicamente) e brilhem em prol da Seleção.

domingo, 23 de setembro de 2012

Santo André ainda sonha. Por que não?

A magra vitória de 1 a 0 sobre o decadente Madureira, ontem no ainda vazio Estádio Bruno Daniel, é de suma importância para o futuro do Santo André.

Como era jogo de seis pontos, se perdesse, a equipe de Itamar Schulle estaria praticamente impedida de sonhar com o acesso e correria riscos ainda maiores de rebaixamento à Série D do Campeonato Brasileiro.

Com o resultado (gol do bom armador Bady, aos 18 minutos do segundo tempo), o Ramalhão deixa Madureira e Tupi para trás ao totalizar 16 pontos ganhos e três vitórias e assumir o oitavo lugar.

Como o quarto colocado do Grupo B ( no momento, o Vila Nova-GO) tem 19 pontos e cinco vitórias, o sonho de passar à próxima fase não pode ser descartado.

O Santo André ainda vai disputar cinco jogos ( 15 pontos), a começar pelo de sexta-feira, em Itápolis, contra o Oeste, que também briga pelo acesso.

Como o grupo está nivelado por baixo em termos de aproveitamento (o Santo André tem 41% e o Vila Nova 48,7%), tudo pode acontecer.

P.S: o Caxias acaba de vencer o Tupi por 1 a 0 e assumir o quarto lugar, com os mesmos 19 pontos do Vila, mas com seis vitórias.

O Azulão, a arapuca e a zona de conforto

Zona de conforto é uma verdadeira arapuca. Não importa se no esporte, na profissão,  na escola ou  mesmo nos relacionamentos interpessoais, a acomodação é um perigo que pode custar caro.

Lógico que no futebol não poderia ser diferente. Por isso o São Caetano tem de tomar muito cuidado com o quê voltou a acontecer ontem à tarde no Estádio Anacleto Campanella.

A importante vitória de 3 a 2 sobre o CRB mantém o Azulão no grupo que conquistaria o acesso à elite nacional, mas a equipe de Emerson Leão poderia estar em terceiro, e não em quarto lugar,  se não deixasse de jogar após fazer 3 a 0.

Depois de jogar melhor --  mesmo sem ser brilhante --, perder várias oportunidades e abrir  2 a 0 no primeiro tempo ( Somália no início e Gabriel no final, ambos de cabeça, após cobranças de faltas),  o São Caetano voltou a marcar  no primeiro minuto do segundo tempo ( Éder, em bela cobrança de falta), mas a partir daí simplesmente abdicou de jogar pra valer.

Entrou na perigosa  zona de conforto, se acomodou, diminuiu o ritmo, passou a ser dominado por um time inferior e por pouco não caiu na arapuca do destino reservado a quem pensa que já ganhou e passa a desfilar displicência.

Tanto que tomou dois gols no final (Ronaldo e Ricardinho)  e só por isso deixa de ocupar o terceiro lugar na equilibradíssima Série B do Brasileiro. Motivo mais do que suficiente para Leão ficar irritado com o que chamou de "apagão".

Rotulado de disciplinador e exigente, o treinador foi bonzinho demais. Ao menos diante de câmeras e microfones. Nos vestiários,  deve ter sobrado pena pra todo lado.

A verdade é que o São Caetano já teve o mesmo  tipo de comportamento reprovável sob o comando de Sérgio Guedes e isso não pode virar rotina. Sob pena de o acesso ser decidido por um gol tomado por absoluta falta de concentração e responsabilidade plena, do primeiro ao último minuto.

Na próxima rodada, a 27ª, sexta-feira, o Azulão visita o Paraná e não deve ter vida  e fácil se quiser se manter no G-4, hoje ocupado também por Vitória (57 pontos ganhos e bem encaminhado), Criciúma (52) e Goiás (49). O quinto colocado é o Atlético Paranaense (46) e o sexto é o Joinville (44).  Cinco para três vagas e muita matemática.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Vaias injustas para Mano Menezes

Juro, mais uma vez, que não tenho nenhuma procuração para defender Mano Menezes. Não o considero o melhor nem o pior treinador do Brasil, mas é um bom profissional e merece mais respeito.

A Seleção Brasileira de Mano não tem mostrado desempenho satisfatório, mas os números não são decepcionantes. Tem feito inúmeras experiências 9 até demais) e ficou marcado porque não ganhou a medalha de ouro em Londres. Momento, sem eliminatórias e a menos de dois anos da Copa, é de definição. E ainda não há clareza de nomes e de esquema de jogo com as devidas variantes.

Quero dizer que não concordo com parte da torcida goiana, ontem, no Serra Dourada. Apoiou a Seleção, mas assim que Mano tirou Lucas para colocar Wellington Nem o povão soltou o "verbo". "Burro! Burro! Burro". "Adeus, Mano! Adeus, Mano!". "Volta Felipão! Volta Felipão! eram os gritos mais ouvidos. Na faixa, os dizeres eram claros: "Fora Mano! Felipão já!"

Vamos por partes, com um time de referências. Primeiro: o desafio Brasil x Argentina impõe a convocação apenas de jogadores que atuam nos dois países. Portanto, um time diferente, especialmente no sistema defensivo. Não era a nata de ninguém.

Segundo: sem o melhor do mundo, Messi, e inferior tática e tecnicamente, a Argentina optou por um 5-3-2, com cinco zagueiros, três volantes e dois atacantes. Formou um bloco à la Chelsea e apostou num contragolpe fatal, como no gol do corintiano Martinez.

Terceiro: Mano acertou ao montar o Brasil no ousado 4-2-1-3, com quatro zagueiros, dois volantes (mais liberdade para Paulinho, que, impedido, fez um gol de cabeça), um meia de armação e aproximação e três atacantes: Lucas pela direita, Luis Fabiano no meio e Neymar pela esquerda, com direito a recuar e flutuar para fugir da marcação ostensiva. Marcou de pênalti no último minuto mas não brilhou.

Quarto: Mano optou por Luis Fabiano como referência quando talvez o ideal fosse jogar sem um 9 fixo devido ao ferrolho, ao congestionamento argentino na defesa. Centroavante do São Paulo foi sacrificado pelo esquema; por isso não rendeu. Talvez seja mais útil em Resistência, no jogo de volta, quando os argentinos sairão pro jogo franco e darão espaços.

Quinto: laterais poderiam ser boas opções, mas Lucas Mendes e Fábio Santos não se destacaram. O corintiano não aproveitou possíveis e raros espaços provocados pelos deslocamentos; o botafoguense subiu mais, mas não foi eficiente nos cruzamentos nem nas diagonais.

Sexto: sobre Lucas, o comentarista Casagrande (viu outro jogo)disse que era o melhor em campo, enquanto que Mano alegou que o tirou por opção tática e porque não estava rendendo. Mano está carregado de razão. Lucas aparecia para o torcedor mas já não produzia para o time, principalmente no segundo tempo. Fim de papo!

Sétimo: o Brasil controlou o jogo mas não soube criar para superar a marcação argentina. Time brasileiro ainda abusa do individualismo. Portanto, sem privilegiar o coletivo.

Oitavo: vaiar, protestar, gritar e estender faixas é um direito legítimo do torcedor. Afinal, ele é clubista e um consumidor exigente. Quando não gosta da postura do treinador, chia. Simples assim! Mas não foi justo!

Nono: se Mano for demitido e o ultrapassado Felipão não for convincente em resultado e desempenho após cinco jogos, a torcida vai ter a mesma atitude. E na faixa vai aparecer o nome de Muricy ou Tite.

Décimo: Felipão tem méritos porque já fez história como campeão mundial em 2002, mas é página virada. Não serviu para o Palmeiras. Vai ser a solução para a Seleção? Esquece!

Décimo-primeiro: Mano deve ser cobrado, sim e sempre, mas não pode ser desrespeitado. Vaiar não é desrespeito. Só não houve justiça. Mas o gaúcho precisa subir no cavalo e galopar. Nesse passo de puro sangue marchador, não chegará ao destino. Chega a espora, Mano!!!

Leão mandou bem no Arena SporTV

Participação de Emerson Leão no programa Arena SporTV, ontem à tarde, foi bem interessante. O mandão mandou bem. Entre outros assuntos, o técnico do São Caetano falou do seu time, do Palmeiras e da Seleção Brasileira, além de Neymar e Lucas.

1)Sobre o São Caetano:

-- exige determinação, doação, do começo ao fim, no campo inteiro. São Caetano tem sido assim desde que Leão assumiu.

-- não abre mão de defender com inteligência e atacar com confiança, constância e intensa movimentação. Azulão anda pecando individualmente no sistema defensivo e o ofensivo já subiu de produção. Meias e atacantes não têm cadeira cativa. Sem rendimento, dá lugar a quem vem do banco.

-- gostaria de mais um volantão ("grande") e um velocista no ataque. Como não vai ter, já optou por Marcone como volante e deslocou o franzino Augusto Recife para a lateral-direita, ganhando em consistência defensiva. Além disso, Marcone também é opção ofensiva porque tem bom arremate de fora.

-- pegou um time com bom desempenho técnico e numérico, mas que começava a dar sinais de relaxamento com Sérgio Guedes. O choque de 220 volts se encaminha para dar certo. Não falta respeito às ordens do treinador linha dura.

-- era preciso tomar cuidados extracampo com alguns jogadores. Parece que o recado já foi assimilado. Disciplinador, Leão não admite falta de comprometimento e antiprofissionalismo. Embora ainda passe ar de mandonismo e arrogância, distante do verdadeiro líder, o cara está corretíssimo.

-- é contra preleção antes do jogo; fala o que tem de falar durante os treinamentos. Pouco se manifesta no vestiário de pré-jogo. Verdade! Muita conversa, antes do jogo, enche o saco. Jogador não suporta e depois de 10 minutos não quer ouvir mais nada. Parece estar pensando na morte da bezerra e não em táticas.

-- garante gostar, sim, de craques no time, mas dá força extra e moral aos coadjuvantes. De novo, concordo com Leão. Sem carregador de piano o brilho do craque pode ser estéril. Por isso seu sistema defensivo tem Marcone, Moradei, Augusto Recife e becões que não aliviam. Se aliviar, perde a posição. Se lateral achar que é ponta por 90 minutos, dança.

2) Sobre a Seleção Brasileira:

-- se convidado, não aceitaria voltar como treinador; talvez em outra função. -- repetiu que deixou a Seleção decepcionado com a conduta dos dirigentes da CBF ( o ex-presidente Ricardo Teixeira), principalmente pela forma com que foi demitido.

-- não critica Mano Menezes diretamente, mas elogia Dorival Júnior e acha que Felipão merece nova chance. Mais por ter sido campeão em 2002. Discordo redondamente, mas a torcida de Goiânia concorda com Leão, mesmo que a sugestão não seja para o momento.

-- Leão convocaria três goleiros, sendo dois experientes e um jovem. Fábio, do Cruzeiro, é o seu preferido. "Só não pode engordar". -- nunca trabalhou nem brigou com o finado Telê Santana, mas não engole ter ficado de fora da bela Seleção de 82. Valdir Perez foi o titular de um timaço. Cerezzo, Falcão, Zico, Éder, Sócrates, Júnior...

-- ainda sobre as feras de 82, deu a entender que não havia time, conjunto. Para Leão, excesso de craques individualistas, sem jogo coletivo. Tá de brincadeira! Dor de cotovelo porque não foi. Deve ter torcido contra ou não viu a Copa.

3) Sobre o Palmeiras, São Paulo, Neymar e Lucas:

-- não foi convidado oficialmente para substituir Felipão. Se fosse, não aceitaria. Primeiro porque tem um compromisso com o São Caetano, a quem já deixou na mão para dirigir o Corinthians. Segundo, porque não concorda com contrato sugerido de três meses. Se fosse, exigiria contrato mais longo e carta-branca para contratar e dispensar jogadores.

-- está na Justiça, processando o São Paulo para receber o que lhe é devido "por lei". Foi demitido e quer receber a metade do que teria direito de acordo com o contrato.

-- Neymar e Lucas deveriam continuar no Brasil para disputar a Copa do Mundo para não ter de se readaptar com um técnico brasileiro depois de se acostumarem com o futebol europeu.

Resumindo: Leão quase sempre usa as palavras certas e  mandou bem na arena. Assim como, até agora, tem mandado bem no Azulão.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Campo ou torcida? O que pesa mais?

Sinceramente, jogar como mandante é quase sempre melhor do que ser visitante. Jogar no campo do adversário, com torcida contra, não é pra qualquer um. Ou alguém gosta de encarar o Corinthians no Pacaembu lotado?

Na Segundona do Campeonato Brasileiro, a gratificante exceção é o São Caetano, que tem melhor desempenho fora do que no Anacleto Campanella. É o visitante mais indigesto da Série B.

Já na Série C, o Santo André enfrenta um paradoxo que pode levá-lo ao precipício. Na teoria, é mandante. Na teoria, joga num campo que conhece. Na teoria, tem apoio do torcedor.

Porém, na prática, não é bem assim. Punido pelo STJD com interdição do Estádio Bruno Daniel, o Ramalhão fez os três primeiros jogos na distante Araras, onde alguns torcedores abnegados compareceram.

Depois, imaginou que poderia jogar em casa. Ficou na imaginação! Como a Prefeitura, responsável (?) pelo Brunão, ainda não cumpriu na íntegra o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) imposto pelo Ministério Público, o estádio continua interditado.

Agora a nova justificativa barra-torcedor são as infiltrações nas arquibancadas. Num dia é a iluminação; no outro o muro; depois a parte hidráulica, o entulho, a elétrica, os lugares numerados...

Haja enganação! Haja menosprezo! Haja incompetência! Haja esperança! Haja paciência! Haja saco!

Joga-se no campo de treino, mas sem apoio dos torcedores na arquibancada. Torcidas uniformizadas e alguns fanáticos se viram atrás das grades de acesso às antigas numeradas cobertas, sobre árvores e veículos, ou até pelos buracos nos muros. Que situação!

Como já escrevi, hoje o Bruno Daniel não tem alma; exala melancolia. Sem apoio próximo do torcedor, o solitário Ramalhão vive situação delicada. Pode cair novamente.

Dos seis jogos decisivos, faz metade em casa. Dois deles contra adversários diretos para evitar o descenso: Madureira e Tupi. Mas na prática é como se jogasse em campo neutro. Há um ano o torcedor é feito de palhaço. Virou um banana!

Diante do Brasiliense ( 0 a 3 para esquecer)perguntei ao diretor de Futebol Sérgio do Prado se não seria melhor jogar em São Bernardo ou São Caetano. Serginho não teve dúvidas.

Lógico que prefere jogar em casa, com apoio da torcida, mas como tal opção não está nas possibilidades que se apresentam no momento, o dirigente respondeu que pelo menos aqui os jogadores conhecem o gramado. "Bela roba", diria meu avô italiano.

Opinião do bom administrador deve ser respeitada, mas é discutível. Afinal, é melhor ter o campo ou a torcida como aliado? Se bem que, hoje, não sei não se os torcedores apoiariam mesmo, de forma incondicional. Antes, talvez!

Ou será que o Saged, que assumiu com sucesso mas depois afundou o futebol do Esporte Clube Santo André, prefere jogar escondido para que elenco e pseudo-dirigentes, sempre ausentes, sejam poupados?

Não acredito, mas não boto a mão no fogo. Devem estar pensando: se eles entrarem, vão pegar ainda mais no nosso pé; então, é melhor que gritem lá fora. Podem espernear e pressionar, mas não entram.

Por isso não se pode descartar certa cumplicidade, conivência, do matreiro "dono" do Saged com o Poder Público quando o assunto é a liberação plena do Bruno Daniel. Será, mesmo, que o prefeitão tem de carregar a cruz sozinho? Há algo de podre no reino da Dinamarca!

Se tivesse o poder de decidir, lá atrás, sem ficar acreditando nas promessas inconsistentes do prefeito, eu estaria jogando no campo de um dos vizinhos, como no Paulistão. Entendo que o grito e a pressão do torcedor pesam mais do que o suposto conhecimento do gramado.

Como os responsáveis, os donos do poder, não enxergam assim, que esperem sentados a boa ação do Poder Público. Ou seria melhor de joelhos, rezando para o Santo André voltar a jogar bola e não cair?

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Parabéns na corda bamba, à beira do precipício?

Antes de tanta gente, hoje quase solitário, o Esporte Clube Santo André completa 45 anos sem sequer um motivo para festejar. Ao menos quando o assunto é futebol profissional.

Sem estádio, sem torcida, sem patrocínio, sem alma e sem encanto. Sem dinheiro para honrar meros compromissos trabalhistas, sem competência administrativa, sem respeito do Poder Público, sem comprometimento à altura da camisa e sem futebol convincente.

Por isso o Ramalhão se vê cada vez mais obrigado a trabalhar com seriedade. Fica proibido festejar. A não ser que alguém perdidamente apaixonado se dê ao desplante e julgue a beira do precipício lugar adequado para o beijo fatal. "Parabéns, meu amigo! Caimos!"

Ou o penúltimo lugar no Grupo B da Série C do Brasileiro não é tão perigoso quanto as margens traiçoeiras  do lindo canyon Itaimbezinho, lá na divisa de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul?

Se alguém duvida, basta acompanhar as pegadas de uma trilha de romeiros (boleiros) perdedores cada vez mais batida, manjada e conhecida nos últimos anos.

A fragilidade dos números andreenses e as perspectivas sombrias no quesito desempenho  são indicadores indesmentíveis de que o risco de chegar às profundezas do canyon é real. Não são utopias de pessimistas. Acompanhe!

1) CLASSIFICAÇÃO DO GRUPO B

O líder é o Duque de Caxias, que tem iguais 21 pontos conquistados mas ganha do Macaé no número de vítórias (7 a 6). Os outros dois que passariam à próxima fase são Chapecoense ( 19 pontos ganhos) e Vila Nova-GO (18PG).

O Oeste de Itápolis está em quinto também com 18 pontos ganhos, dois a mais que o Caxias. Tanto podem chegar ao G-4 da pequena Cambará do Sul como desabar no Itaimbezinho. Poucos passos (pontos) os separam do sonho e do pesadelo.

Do sétimo ao décimo lugar a coisa está preta, muito preta. Brasiliense e Madureira têm 14 pontos ganhos e quatro vitórias. O time do Distrito Federal fez e tomou 15 gols, enquanto que o Madureira marcou 11 e sofreu 17. Portanto, perde no saldo de gols.

O SANTO ANDRÉ aparece em nono lugar com 13 pontos ganhos e apenas duas (DUAS) vitórias, sete empates perigosos e três derrotas; fez 10 gols e sofreu 15. Ainda tem esperança de chegar ao céu.

O lanterna Tupi tem um ponto a menos e uma vitória a mais que o Ramalhão muito mal administrado pelo Saged -- Santo André Gestão Empresarial e Desportiva.

2)PRODUTIVIDADE GERAL

Duque de Caxias e Macaé têm 58,3% de aproveitamento em  36 pontos disputados. Não é muito e ninguém disparou. O Chapecoense  aproveitou 52,8% dos pontos em jogo, enquanto que o Vila Nova tem 50% de produtividade, assim como o Oeste.
Aproveitamento do sexto colocado, o Caxias, é de 44,4%, contra 38,9% do Brasiliense e do Madureira. O Santo André 36,1% de produtividade, à frente somente do time de Juiz de Fora, com 33,3%.

3) APROVEITAMENTO DOS PIORES NAS ÚLTIMAS RODADAS

Nos 15 pontos disputados da oitava à 12ª rodada, os cinco últimos colocados do Grupo B renderam o condizente com as colocações que ocupam. Sétimo colocado, o Brasiliense teve a melhor performance. Melhorou muito e ganhou nove pontos, contra seis do lanterna Tupi.

O Caxias ganhou três pontos. Santo André (dois) e Madureira (um) têm os piores desempenhos no momento, contrastando com a significativa reação do Brasiliense.

4)PONTUAÇÃO DOS ADVERSÁRIOS DOS AMEAÇADOS

Os seis jogos restantes do SANTO ANDRÉ, três em "casa" e três fora, são diante do Madureira (C), Oeste (Itápolis), Tupi (C), Caxias (RS), Duque de Caxias (C) e Macaé (RJ).

Vantagem teórica do Ramalhão: pega Madureira e Tupi no Grande ABC. Não pode nem pensar em não vencer bem. Desvantagens práticas: empata muito, caiu de produção numérica e nas duas rodadas finais encara os atuais líderes do Grupo B. Macaé lá e Duque aqui. Juntos, os seis adversários do Santo André já somaram 102 pontos.

O Tupi  joga quatro vezes fora e duas em casa (sem aspas). Seus adversários (Caxias, Vila Nova, Santo André, Brasiliense, Oeste  e Chapecoense) já ganharam 98 pontos. Vantagem: vem se recuperando, está motivado e não desistiu. Desvantagens: além de jogar quatro fora, é limitado.

Já o Madureira chegou a liderar as primeiras rodadas mas perdeu o freio e está ladeira a baixo.  Uma senhora desvantagem! Faz três jogos em casa (Caxias,  Vila Nova e Chapecoense) e três fora (Santo André, Macaé e Oeste). Juntos, seus adversários ganharam  105 pontos.

O Caxias é outro que faz três partidas como mandante (Tupi, Santo André e Brasiliense) e três como visitante (Madureira, Vila Nova e Duque de Caxias). Teoricamente, tabela é favorável porque pega três candidatos direitos ao rebaixamento em casa e o abalado Madureira no Rio. Seus próximos adversários capitalizaram apenas 92 pontos. Outro ponto positivo.

Só que a maior vantagem é mesmo do Brasiliense: além de em ascensão, o time de Márcio Fernandes joga quatro vezes em casa ( Oeste, Macaé, Tupi e Vila Nova) e só duas fora (Chapecoense e Caxias). Seus próximos adversários ganharam 104 pontos.

Analisando-se todos os itens, com extremo rigor, se é que não me equivoquei nos números, não há como não enxergar o Santo André em situação delicada. Na corda bamba, à beira do precipício, não há quem ouse festejar. É ganhar ou ganhar. A começar pelo Madureira.

Depender novamente do STJD, como em 2011, seria o fim da picada. Aí, lamentavelmente, por incompetência dentro e fora do campo, seria melhor pedir licença dos campeonatos, e arrumar a casa, ou acabar de vez com um futebol de tanta história, de tanta paixão de um torcedor cada vez mais menosprezado.    


 


         
 

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

São Bernardo: tigre ou gatinho no Paulistão?

Juro que tenho tentado, mas até agora não consegui entender a estratégia do São Bernardo com vistas ao Campeonato Paulista de 2013.

Depois de assegurar o acesso à elite do Paulistão, o clube do presidente Luiz Fernando Teixeira e do Partido dos Trabalhadores simplesmente desmanchou o time campeão da Segundona.

Apenas três ou quatro ficaram para a Copa Paulista, encarada como espécie de mero laboratório para ver quem serve e se garante na hora de a onça beber água.

Com Edson Boaro como técnico de um time jovem e limitado, apesar do tempero de alguns veteranos, o Tigre já não tem possibilidades de chegar ao título e à vaga na Copa do Brasil.

Revelado no meu Benjamin, lá em São José do Rio Pardo, o nosso armador Dicinho virou o bom lateral-direito Edson, da Ponte Preta, do Corinthians, do Palmeiras e da Seleção Brasileira.

Pra ser sincero, não vejo Dicinho Boaro como técnico de ponta no futuro. Não tem perfil e não reúne características básicas de quem quer brilhar. É uma pessoa legal, mas nem sei se é isso que ele quer.

Independentemente do comando técnico, o que não consigo entender é aonde o presidente Luiz Fernando Teixeira quer chegar. Justificativa econômica não cola.

Abrir mão de montar um time forte para Copa Paulista para depois fazer os complementos indispensáveis no decorrer da competição é uma temeridade.

Será que os entendidos de futebol vão querer montar o time nas férias de dezembro ou em janeiro, pouco antes do Paulistão? Lógico que não dá tempo!

Será que os donos do "partidarizado" São Bernardo Futebol Clube estão esperando a decisão eleitoral para só depois definir o nível e a quantidade das contratações?

Será que está sobrando grana e a diretoria vai contratar de baciada? E a pré-temporada? E o entrosamento? Sem tempo e sem planejamento, tudo fica mais difícil.

Será que o técnico será mesmo Luciano Dias, que levou a equipe ao acesso e tem aparecido com constância nos jogos da Copa Paulista?

Será que o Tigre quer deixar tudo pra última hora e repetir a campanha do ano passado, quando pecou pela inexperiência e foi rebaixado?

Lógico que, exceção aos vizinhos rivais, ninguém espera nova queda, mas o São Bernardo precisa definir se vai disputar o Paulistão como um tigre matador ou como gatinho inofensivo.

Se a diretoria não agir às claras nos próximos 15/20 dias, o Tigre corre o risco de ser chamado de Chaninho.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Azulão brigador, cantador e goleador

No mundo dos antigos passarinheiros, como o meu saudoso pai, o azulão bom pra valer, top, caro, tinha como principais características ser bonito, saudável, bom de briga e bom de canto, dobrando até cansar.

Pois foi esse o Azulão que vi ontem à noite Belo Horizonte, na goleada de 5 a 2 sobre o América. O jogo de seis pontos, para quem briga pelo G-4 do acesso, foi equilibrado em apenas 30 minutos.

Nos primeiros 15 e nos 15 iniciais do segundo tempo, quando o time mineiro ameaçou dominar ao melhorar a marcação e tentar aproximar meio-campo e ataque. Foi pouco!

Fora disso, o Coelho foi engolido pelos ousados operários leoninos. Além da intensidade na marcação e na movimentação, o São Caetano também se esmerou determinação ofensiva ao liberar laterais e meias para encostar nos atacantes sem abusar de bolas esticadas ou levantamentos estéreis.

O São Caetano reuniu méritos e criou duas oportunidades antes de fazer 1 a 0 aos 17 minutos em boa jogada do lateral-esquerdo Fabinho ao se antecipar a Boiadeiro, conduzir e chutar forte.

Mesmo sem criatividade e sem espaço, porque refém de marcação ostensiva quase perfeita, o América empatou aos 25 com o também lateral-esquerdo Pará, em jogada individual.

Mas um minuto depois tomou o segundo gol, com o rápido meia Éder batendo de fora, no canto esquerdo baixo de Neneca, ex-Santo André.

O empate mineiro só ocorreu depois do apagão (falta de energia plena por 10 minutos), aos 51, em mais uma jogada de Pará, agora às costas de Samuel Xavier. O cruzamento encontrou Alessandro e o desvio foi fatal.

O América tentou se impor no segundo tempo, mas ficou na pretensão inicial. Errou passes e exagerou em chutões de uma defesa pesada e limitada.

Desta vez funcionaram a boa leitura de jogo e o dedo do técnico Emerson Leão. Marcone entrou como volante ao lado de Moradei e Augusto Recife foi deslocado para a lateral-direita, matando as incursões de Pará.

Marcone marcou com desempenho satisfatório e ainda chegou várias vezes ao ataque para concluir de fora da área. Outra boa mexida de Leão foi trocar o burocrático Leandrão pelo produtivo Somália.

Sem abdicar da intensidade ofensiva, mesmo sabedor de que poderia correr riscos, o São Caetano fez 3 a 2 aos 20 minutos, em belo gol por cobertura de Marcelo Costa após pivô de Somália.

O mesmo Somália que sofreu pênalti aos 26 minutos (Pouco antes, o árbitro Elmo Resende viu mas vacilou e não marcou pênalti claro sobre o rápido Danielzinho). Marcelo Costa bateu com categoria e fez o quarto.

Perdido, quase sem chances de penetração e finalização, o América ainda cometeu outro pênalti claro sobre o iluminado Somália. Aos 33 minutos, o próprio Somália apenas deslocou Neneca e completou a goleada de um Azulão zoológico: time de Leão brigou como azulão e cantou de galo no terreiro do Coelho.

Agora o São Caetano soma 43 pontos e está em quinto lugar, atrás de Vitória (53), Criciúma ( 46), Goiás (46) e Atlético Paranaense (iguais 43 pontos mas com uma vitória a mais).

Nesta sexta-feira o representante do Grande ABC na Série B do Brasileiro joga em Natal, contra o América. Objetivo principal é vencer e voltar ao G-4.

domingo, 9 de setembro de 2012

Quando falta alma... sobra tristeza

Lá já não existem vozes
Nem ambiente agitado, burburinho.
De felicidade ou decepção
Já não se escutam gritos.

Lá dentro não mais ecoam vaias
Tampouco aplausos a cada gol, a cada drible.
Já não existem olhares atentos e poderosos.
Aqueles, que desviam a trajetória da bola fatal.

Lá não existe vida. Nem alegria.
Já não batem corações descompassados
Felicidade? Emoções? Lágrimas?
Nem pensar! Só passado! Só saudade!

A sensação de tristeza é infinita
A dor, cortante, dilacerante
O silêncio, sepulcral
A sombra, mortal.

Olhar amplo e sensibilidade aguçada fazem imaginar
Fazem sonhar com os gols de Tulica e Sandro Gaúcho
Com defesas de Tonho e arrancadas de Da Silva
Permitem sonhar com Adãozinho e o pênalti do acesso

No imaginário, há, sim, vozes
De Wigand, Amazonas, Celso Lara, Jairo,
Germano, Breno, Celso Luiz, Lauro Oliani,
Passarelli e outros dirigentes-torcedores.

Com certo esforço, dá pra ouvir a
voz do Samuca, do Anderson, do Dedé, do Zezão...
Também do Renatinho, do Ovídio, do Esquerdinha
E de tantos outros torcedores de verdade.

Alguns deles já se foram
Já não gritam "burro", nem "uuuh" no quase gol
Tampouco saboreiam o mel da grande vitória
Por sorte, não testemunham o sofrimento de um doente terminal

Lá, na velha curva, ninguém mais escala
Também não vibram, nem substituem
Ninguém contrata nem demite treinador
Só se ouve o som irritadiço do casal de quero-quero.

Já não existem bilheterias
Nem ingressos para o grande duelo
Já não existem marquises
Nem as numeradas de tanta história.

Onde está o pipoqueiro?
E o Galinha, do amendoim?
E o sorveteiro, por onde anda?
Falta vida. Sepultaram o encanto!

É triste olhar para o nada
É vergonhoso ver um barranco.
O portão fechado é uma afronta
É uma ferida que não cicatriza.

Lá, já não se externam sentimentos
Não existem vozes a favor ou contra
Lá, não entra torcedor comedido nem fanático
Direito à manifestação popular é utopia.

Diante do Corinthians, mais de 23 mil vozes
Contra o Palmeiras, um passado de 21 mil vozes
Diante do Macaé, um presente vergonhoso, sem vozes
Ontem, contra o Brasiliense, a derrota do desprezo.

Diante de olhos cansados e marejados
Aidan e Ronan agem como coveiros
Os donos do poder encenam. Parece teatro! Má vontade!
Dão de ombros e desrespeitam a paixão do torcedor.

Por isso o Ramalhão da Fúria, da Tuda e de tanta gente está assim
Sem norte, sem porto, sem campo e ainda sem o calor da torcida.
Por incompetência do Saged e negligência do prefeitão
Nosso já pobre futebol agoniza e pode até morrer.

O Bruno Daniel está calado, amordaçado
Os gritos do rico, do pobre e do cidadão comum já não ecoam
A ausência da emoção soa como um chute no coração
Sem povão, falta alma. Sobra tristeza.

Falta comprometimento. Falta diálogo.Falta vergonha!
Falta postura! Falta transparência. Falta caráter!
Sobra menosprezo. Sobra conivência entre os poderosos!
Resultado? Cusparadas imperdoáveis no rosto e na alma do torcedor.

sábado, 8 de setembro de 2012

Ramalhão sem torcida, sem futebol e sem técnico

Parece que o Santo André resolveu ser solidário com a torcida. Talvez um pacto para morrerem abraçados. Enquanto o torcedor não entrar no ainda interditado Estádio Bruno Daniel o time não entra em campo.

Se entra, não joga bem e dá vexame. Agora há pouco, foi assim. E a derrota de 3 a 0 para o Brasiliense custou a cabeça do técnico Claudinei Peixoto, que nos últimos 12 pontos disputados ganhou apenas um.

Junto aos portões de acesso, antes, durante e depois do jogo, a torcida se manifestou contra Aidan e Ronan. Com razão! Ao menos fora das quatro linhas, o prefeitão e o todo-poderoso "dono" do Saged são dois dos maiores culpados pela situação delicada do Ramalhão no Brasileiro da Série C.

O terceiro é o próprio time, que resolveu não entrar em campo. Isso mesmo! O Santo André até que se empenhou um pouco mais no segundo tempo, mas no primeiro simplesmente não jogou nada.

Um time incompetente, que não honrou uma camisa de tanta história e tantas conquistas. Ex-técnico também tem parcela de culpa na situação porque demorou para agir.

Em 25 minutos o Ramalhão já perdia de 3 a 0 (Rafael, Baiano e Jorge Henrique) de um Brasiliense com cara de mandante. Bem organizado, num 4-3-3, o time do estreante Márcio Fernandes mantinha uma linha quatro zagueiros, dois volantes, um terceiro com chegada (Ruy Cabeção) e três atacantes, com destaque para a movimentação e a inteligência do jovem Ferrugem.

Já o Santo André era um arremedo de time de futebol. Apático, sem atitude e desorganizado nos três setores. Sem poder de criação e tampouco infiltração, o meio-campo poderia ao menos ser mais eficiente na marcação.

Que nada! Dava espaços em demasia. Não bloqueava as ações centrais nem as laterais, isolando o ataque e expondo uma defesa lenta, mal posicionada e sem eficiência na cobertura. Como se não bastasse, em momento algum se notou o dedo do treinador.

O Ramalhão voltou para a segunda etapa mais ofensivo e mais disposto -- não dava para ser menos --, mas com os mesmos limites ofensivos e erros de posicionamento, dando espaços para o Brasiliense administrar o jogo ou contra-atacar sempre com superioridade numérica.

Sem força e sem técnica, o Santo André só chegou duas vezes com real perigo ao gol. Já o Brasiliense se deu ao luxo de perder pelo menos quatro oportunidades nos contragolpes. Motivo suficiente para irritar o técnico Márcio Fernandes.

Pelo que não jogou, não seria surpresa se o Santo André levasse de seis. Pelo que não mudou e pelo que o time não vem apresentando nos últimos jogos, não foi surpresa a demissão do treinador. Pra ser sincero, ele parecia demitido aos 25 minutos.

Pior: em jogo de seis pontos, o Santo André se omitiu e agora, com apenas 12 pontos ganhos e perigosos 36,4% de aproveitamento, está em nono lugar, na zona de rebaixamento à inimaginável Série D. Ainda bem que o torcedor não viu!

Só faltam sete rodadas e o próximo jogo será domingo, no Serra Dourada, diante do Vila Nova, terceiro colocado do Grupo B com 17 pontos ganhos e aproveitamento de 51,5%.

Em tempo: árbitro Leandro Hermes, do Paraná, foi um dos destaques do jogo de hoje à tarde. Discreto e quase perfeito. Bem diferente da maioria das arbitragens desastradas das Séries A e B.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

O boné, a mão, o pênalti e a regra

Começo pedindo desculpas pela licença poética e pelos nomes fictícios. A essência é verdadeira e me trouxe lembranças de 50 anos atrás, lá em São José do Rio Pardo.

Das peladas noturnas nos paralelepípedos da ainda quase deserta avenida Independência. Postes serviam como gols, além de iluminação estratégica; paredes e sarjetas como tabela.

Dos pegas na famosa rua de baixo, de terra batida e inúmeros terrenos baldios. Por falta de luz, ali só se jogava durante o dia. Gols eram de pedras ou dois tijolões daqueles antigos.

Dos pátios do Cândido Rodrigues ou da Escola de Comércio, onde os intervalos viravam decisão de campeonato. Gols eram de verdade, na quadra ou no campinho, mas nem sempre havia bola.

Quando moleque, também brincávamos no campão de terra ou nos campinhos de grama natural da fazenda Boa Esperança. Gols eram de tocos, pés de café ou mesmo duas palmeiras ou macaubeiras.

Independentemente do "templo sagrado", sempre havia um dedo aberto, uma entrada maldosa, uma canela marcada, um arranca-rabo com direito a palavrões, dois minutos de "jogo bruto" e muita, mas muita, muita alegria.

Pelo simples prazer de se correr atrás da bola. Ninguém ligava se era bexiga de boi, meia, borracha, plástico ou o famoso capotão, que, quando encharcava, ganhava um peso danado.

Pois é... Hoje, por volta das 11h, por 10 minutos, voltei no tempo. O "estádio" é o da Emeif Carlos Drummond de Andrade, ali na frente do ESI/Colégio São José.

À espera de uma louca paixão de apenas cinco anos de idade chamada Victor Raddi Renaldin, ali na esquina, encostei no "alambrado" e comecei a prestar atenção no "clássico", no "gramado" de concreto. Espectador único e privilegiado.

O gol? Entre duas árvores protegidas por cimento. As feras tinham no máximo nove anos de idade. No meio dos moleques ( todos de tênis, menos Romarinho, descalço) havia até uma menina, que depois sumiu.

Não pretendo narrar o jogo inteiro, mas preciso contar a cena do dia. Rápido, driblador, de bom chute e ainda por cima meio marrento, Romarinho já havia feito pelo menos três gols quando aconteceu o fato que contradiz o ex-árbitro Arnaldo César Coelho.

Quer ver como a regra não é clara? Romarinho dominou, deu um drible seco em Bruno e passou de passagem pelo gordinho Ígor. Diante do último adversário, apelidado de Brinquinho, a fera não teve dúvida ao ver o canto esquerdo de Rogério Ceni totalmente aberto.

Rápido no raciocínio e na ação, o matador bateu de pé direito. Cheiro de gol. Que nada, o brincalhão e desajeitado Brinquinho não teve dúvida. Com o boné na mão, impediu que a bola ganhasse as "redes".

Depois de muito empurrão e bate-boca inevitável sobre se foi ou não pênalti, Brinquinho saiu com a pérola:

-- Que regra que nada, mano! Onde tá, na regra, que boné na bola é igual a mão na bola? Então não é pênalti. Não coloquei a mão na bola; toquei só o boné, ela desviou e parou aí.

Entre boquiabertos e resmungões, ficou a dúvida. Não havia, pelo menos ali, resposta para o impasse. Foi quando Rogério Ceni, magrelo, de óculos e com uma camisa do São Paulo, bem surrada, cantou de galo:

-- Pode bater que eu pego. Sem adiantar...

Após rápida troca de olhares, Romarinho coloca a bola na "marca fatal". Até Carlos Drummond de Andrade passou a prestar atenção. Afinal, tudo poderia terminar em poesia, em versos ou em prosa.

O chute sai seco, no canto esquerdo baixo de um Rogério Ceni estático, sem qualquer possibilidade de defesa. Romarinho beija a camisa, levanta o dedo indicador para os céus e diz "eu sou o cara".

Feliz, esse caipira metido a blogueiro "aplaude" e vê passar pela cabeça um filme de meio século. Bom seria voltar aos tempos de criança. Voltar a brigar para ficar de bem dois minutos ou dois dias depois. Simplesmente, voltar a brincar com a doçura e todos os perdões da inocência, sem maldade.

Toca o "sinal", a pelada termina e os times se recolhem morrendo de rir. Tapinha nas costas de Romarinho. Afinal, quando ele nasceu Deus apontou o dedo e disse: "Esse é o cara".

Atravesso a rua, cumprimento o Marcel Valentim -- meu ex-aluno do São José -- e vou pegar o verdadeiro "cara". Afinal, é dia de o vô jogar bola com o Victor no Parque Central.

P.S. -- acho que o "juizão" deveria dar bola ao chão e expulsar o boné do Brinquinho.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Azulão: garra + futebol de Segunda = efetividade

Título acima mais parece uma equação matemática, sem pé nem cabeça. Reconheço. E tento explicar.

Sempre achei que, para triunfar na Segunda Divisão, independentemente de conquistar o título ou o acesso, é preciso montar elenco de Primeira. Lógico que futebol de alto nível técnico, também de Primeira, é um dos ingredientes indispensáveis do bolo campeão.

Assim como bom técnico, bom planejamento, bom esquema tático e intensa combatividade, garra e determinação. Tipo NET, quer dizer, tipo dividir pra ganhar cada palmo do campo. Sair extenuado, suado, sangrando, se preciso for, mas vencedor.

E é exatamente esse o norte do comentário de hoje. O protagonista é o novo ( de novo) São Caetano, agora do disciplinador, competitivo e participativo Emerson Leão.

Após a terceira rodada da Segundona nacional, quando assumiu, Sérgio Guedes não demorou para dar ao Azulão uma coloração diferente da mostrada pelo time preguiçoso e inconstante de Márcio Araújo. Bom treinador mas passivo demais, limitado demais na leitura do jogo e efeticação das alterações mais corriqueiras.

Com Sérgio Guedes o São Caetano ganhou personalidade, aplicação tática, esquema claro, intensidade e verdadeira cara de time de futebol. Bem acima dos patamares alcançados por Márcio Araújo.

Ainda decepcionava na produtividade ofensiva, mas apresentava bom desempenho prático e numérico. E tinha o melhor sistema defensivo do campeonato. Já sabia o que queria. Tinha a percepção e o dedo do técnico. Tanto que ficou 16 jogos sem perder e foi demitido por ser "muito amigo" dos jogadores.

Agora, com Leão, dois jogos foram suficientes para se perceber que a prioridade é a velha e intensa aplicação, dedicação guerreira, operária, do começo ao fim do jogo.

Tanto no 1 a 0 apertado sobre o Avaí quanto no 3 a 2 não menos apertado de ontem em Bragança Paulista o novo São Caetano não foi brilhante mas fez o resultado. Foi pragmático, efetivo, e ganhou sem precisar mostrar capacidade técnica. Correu muito e deu sorte em jogadas pontuais.

Diante do apenas voluntarioso mas fraco, confuso e ameaçado Bragantino, bem que um Azulão muito mais qualificado tecnicamente poderia se impor sem tantas dificuldades. Mas não! Foi muito mais transpiração do que inspiração. Foi competitivo e efetivo, sim, mas não convenceu.

Mesmo diante de uma defesa atabalhoada e lenta, e um meio-campo espaçado e sem pegada, o Azulão teve dificuldades ofensivas até mesmo na hora de contragolpear (principalmente pela esquerda, à costas do ala Jeferson Feijão) com espaços mais generosos do que o Governo Federal com os beneficiados do Programa Bolsa-Família.

Jogo foi decepcionante em termos de emoção de gol, plasticidade técnica ou imposição tática. Duelo entre os líderes Vitória e Criciuma ( 2 a 2), pouco antes, no Barradão lotado, foi muito melhor.

Eletrizante, franco, emocionante do começo ao fim, embora tenha caído um pouco no segundo tempo, quando a melhora na marcação impediu que saíssem mais gols. Foi um jogo de Primeira, com times de Segunda dispostos a conquistar o acesso.

Já em Bragança, muito chutão, muita bola esticada ou levantada e muitos passes errados. O Bragantino pelas próprias limitações técnicas e emocionais de quem está na zona de rebaixamento; o São Caetano porque entrou na correria e não se impôs.

Danielzinho fez 1 a 0 aos 24 minutos, pouco depois de o São Caetano levar uma bola no travessão com Fernando Gabriel. Cadu e André Astorga falharam feio. Empate veio aos 39 minutos, quando Cesinha acertou o poste esquerdo de Luiz e Lincon concluiu no rebote.

No segundo tempo o jogo continuou fraco, mas o Bragantino melhorou ligeiramente. Marcou um pouco melhor mas não teve técnica e criatividade quando de posse de bola. Só levantamento da intermediária buscando o pivô Lincon.

Mesmo sem reunir amplos méritos, o São Caetano fez 2 a 1 aos 17 minutos, com Moradei concluindo de fora da área após passe de Danielzinho, e ampliou aos 33 com Marcone ao aproveitar outra falha do zagueiro André Astorga.

Desde os 25 minutos o Azulão já trocara o 4-4-2 pelo 4-3-1-2, com o volante Marcone no lugar do meia Marcelo Costa, além de colocar Pedro Carmona no de Éder, um meia/ponta-esquerda mais ofensivo.

Já o Bragantino trocou o 3-5-2 desastrado pelo 4-3-3 do desespero quando estava dois gols atrás. Ficou mais ofensivo, mas não resolveu. O gol de falta de Acleisson só aconteceu aos 44 minutos, quando já estavam concretizados a sétima derrota consecutiva do Bragantino e o retorno do Azulão ao G-4 do acesso.

Com determinação, o futebol de Segunda foi efetivo. De novo. Melhor assim. Melhor ainda que a rodada beneficiou o Azulão. Sábado o Azulão recebe o ABC. Se der, vou ver ao vivo, in loco.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Juizão ajudou o Corinthians. Piada!!!

Só pode ser piada! Ou eu vi outro jogo! Quer dizer que os anticorintianos entendem que o juizão meteu a mão no líder Atlético Mineiro? Vocês estão de brincadeira!

Até mesmo jornalistas a quem respeito muito, como o PVC, da ESPN, e ex-jogadores metidos a comentaristas imparciais entendem que o Corinthians foi beneficiado na vitória sobre o Galo.

Pra começo de conversa, o grande culpado pela enxurrada de críticas de ambos os lados foi o árbitro Péricles Bassols. Prepotente e inseguro, cansou de errar, ofender, desrespeitar e ameaçar jogadores dos dois times, que também não são santinhos, não.

Incompetente, o carioca integrante do quadro da FIFA se escondeu atrás de advertências verbais abusivas e da distribuição aleatória de cartões amarelos e vermelhos.

Reclamação principal do bom Atlético Mineiro é a não confirmação do gol de Guilherme. Gol que não aconteceu, que não foi anulado, porque a jogada já estava parada.

Primeiro, porque o assistente já marcara impedimento do zagueiro Leonardo Silva. Lance é muito difícil. Quem olha rente ao gramado vê os pés de corintiano e atleticano na mesma linha. Posição legal!

Quem presta atenção mais acima pode até entender que o tronco de Leonardo Silva está "13" centímetros à frente.

Quem presta atenção na jogada plena dificilmente vai deixar de ver a falta de Leonardo Silva em Fábio Santos. Montou bonito para cabecear e ajeitar a bola para Guilherme concluir! Só faltou gritar "Segura peão".

Então, reclamar de quê? Do gestual do juizão? Para, né? A falta foi clara para quem analisa o lance com isenção. Mesmo sendo corintiano ou atleticano.

No início do texto, citei o PVC. Explico: como pode jornalista de tamanha envergadura se posicionar ( ser a favor ou contra é direito seu e deve ser respeitado) sobre o gol "legal" de Guilherme e não falar nada do pênalti claro sobre Émerson?

Para com isso, PVC! Me desculpe, companheiro, mas desta vez você pisou na bola pela omissão ou pela análise incompleta. Ou também achou que o juizão acertou ao aplicar a "lei da vantagem" em lance capital sobre Emerson?

Sem contar que o juizão, além de expulsar Tite, cansou de ameaçar Emerson, Leandro Donizeti, Júnior César e outros jogadores. Ele não deixou o jogo fluir e ainda deu o segundo cartão amarelo ( vermelho) para o Sheik num lance de mão que qualquer árbitro ponderado, mesmo alegando toque, não daria cartão.

Como já havia advertido Emerson, também erroneamente, no primeiro tempo, sobrou o caminho do vestiário. É bom lembrar que Emersom não é flor que se cheire; joga muito e não pipoca, mas é chato, é mala, também encena e irrita arbitragem e adversários.

Aí vem o presidente do Galo no twitter e escreve que quer ver se quem "beneficiou" o Corinthians vai ter o mesmo destino (geladeira) da quem prejudicou o mesmo campeão da Libertadores no tríplice impedimento do Santos.

Situações são muito diferentes, mas o senhor Péricles Bassols deve mesmo ser punido pelo conjunto de lambanças de quem picou o jogo. Simplesmente, não deixou o jogo fluir de tanta pilha que colocou nos verdadeiros protagonistas do espetáculo. Concordo com Ronaldinho: quis dar show e ser o dono do jogo.

O respeitável Atlético não brilhou mas marcou bem e foi superior no primeiro tempo, embora tivesse criado poucas oportunidades reais de gol. O Corinthians acordou, marcou mais forte, acelerou o jogo, foi melhor no segundo e mereceu vencer. Sem apito amigo!

O juizão foi pior nos dois tempos; exibicionista e auto-suficiente do primeiro ao último minuto. Simples assim! Que seja punido porque abusou da autoridade e ousou punir um futebol de artistas que não são santos.

domingo, 2 de setembro de 2012

A Guarda, o chafariz e o piscinão de Ramos

Pouco antes de ver a vitória do Corinthians, resolvi dar uma escapadinha até o Jardim Tamoio (Parque Antonio Fláquer), ali no Ipiranguinha.

Afinal, com aquele calorão, nada melhor do que um belo sorvete, no capricho. Preferência era de amora, mas optei pelo de abacaxi com creme. Valeu o cincão!

Mas, como munícipe pagador de impostos em dia, não aprovei tudo o que vi no Tamoio de tanta história. O parque estava lotado, talvez mais de 500 pessoas, por causa da feira de artesanato e cia.

Também para espantar o calor, pelo menos 30 delas estavam se deliciando, deitando e rolando, literalmente, nas águas do antigo chafariz.

Crianças, adolescentes e até dois jovens adultos transformaram o espaço num verdadeiro piscinão de Ramos. De cueca, de bermuda, de saia, não importava o traje. Falta de educação, lógico. Se não pode, não pode! E criança não pensa.

Com muito atraso, a Guarda Civil Municipal resolveu intervir. Eram dois guardas a pé e mais um na viatura, que nem deveria estar ali. Simplesmente por questão de segurança aos pedestres.

A questão: onde estavam os "prestativos" servidores municipais quando os primeiros "banhistas" tomaram conta das águas? E se alguém se afogasse? Apesar da profundidade irrisória, é possível. E se uma criança se machucasse nos canos do velho chafariz?

Se é que os "zeladores" do nosso patrimônio estavam lá no acesso principal, por que a lerdeza paquidérmica para tomar uma simples atitude preventiva? Ou estavam jogando conversa fora, como a maioria dos que prestam serviços (?) no Parque Central?

Comando da GCM deve ficar mais atento ao que acontece nos espaços municipais. Trabalho é sinônimo de responsabilidade. Não importa se com muita ou pouca gente. Pode acontecer o pior e a bucha vai ser do Poder Público.

Fica o simples alerta! Afinal, repito, nós, cidadãos comuns, temos o direito de fiscalizar os servidores e o prefeito. Um mero exercício de cidadania que talvez ajude o próprio Aidan Ravin.

Ramalhão entre o céu e o inferno

Graças à grande atuação do goleiro Marcelo Bonan, o Santo André arrancou um bom empate sem gols agora há pouco em Chapecó.

Igualdade com uma Chapecoense sempre melhor e totalmente no ataque só é interessante pelo adversário, que almejava a liderança do Grupo B da Série C, e pelas circunstâncias do jogo.

No entanto, é perigosa, pois deixa o Ramalhão em oitavo lugar com 12 pontos ganhos, apenas um a mais que o Brasiliense e três à frente do Tupi, os dois clubes que seriam rebaixados ao lado dos dois piores do Grupo A.

Problema é que a campanha do Santo André não é lá essas coisas, é arriscada. Perde e ganha pouco, mas empata muito. Tem apenas 40% de aproveitamento em 30 pontos disputados.

Equipe de Claudinei Peixoto fez oito gols e tomou 10, tem duas vitórias, seis empates e duas derrotas. Dos últimos 9 pontos disputados, ganhou apenas um. É pouco!

O Duque de Caxias, quarto colocado com 15 pontos ganhos, ganhou cinco jogos, perdeu cinco e não empatou. Tem aproveitamento de 50%. Portanto, se quiser chegar à próxima fase, o Ramalhão precisa reagir rápido.

Nas oito rodadas restantes do campeonato, o Ramalhão joga quatro vezes em casa (Brasiliense, Madureira, Tupi e Duque de Caxias) e quatro fora (Vila Nova-GO, Oeste de Itápolis, Caxias e Macaé).

Independente de estar a três pontos do céu (G-4) e a apenas um do inferno da degola, o Santo André ainda tem plenas condições de se classificar. Basta tem bom desempenho e vencer!

O Grupo A está muito equilibrado e embolado na pontuação: Macaé e Oeste têm 17 pontos ganhos, Chapecoense 16, Duque de Caxias 15, Vila Nova e Madureira 14 e Caxias 13.

Portanto, ao Santo André não cabe apenas reclamar do Prefeito Inimigo do Esporte por causa da não liberação do Estádio Bruno Daniel por tanto tempo. Tem razão, mas é preciso reagir e jogar bem mais.

Prefeitão tem decepcionado na pequena parte que lhe cabe, mas não é o único culpado pela situação perigosa. Afinal, não faz nem toma gol, já que não entra em campo.

sábado, 1 de setembro de 2012

Azulão não brilha mas volta a vencer

Após jejum de três jogos, o São Caetano voltou a vencer no Campeonato Brasileiro da Série B.

Vitória de 1 a 0 sobre o Avaí, agora há pouco no Anacleto Campanella, deixa o Azulão a apenas um ponto do G-4 do acesso.

Com 37 pontos ganhos e aproveitamento de 58,7%, o São Caetano está em quinto lugar, atrás do Vitória (48 pontos e 76,2% de produtividade), Criciúma (45 e 71,4%), Goiás (39 e 61,9%) e Joinville (38 e 60,3%).

Na estreia do disciplinador Emerson Leão, substituto do amigo Sérgio Guedes, a equipe não foi brilhante. Mas não faltou determinação num encontro franco, equilibrado e agradável.

Não se pode dizer que o São Caetano jogou mal. Fez o suficiente para vencer. Teve méritos porque foi melhor na primeira etapa, quando correu e marcou bastante.

Empate não seria injusto, já que o Avaí, sétimo colocado e concorrente direto a uma das quatro vagas, jamais abriu mão de atacar e teve oportunidades para igualar.

Mesmo sem sentido de penetração diante de um sistema defensivo bem postado, o Avaí tentou arremates de fora da área e chegou com perigo em três oportunidades.

Já o Azulão, com igual disposição ofensiva e intensa movimentação de meias e atacantes, fez 1 a 0 aos 16 minutos -- Vandinho, após bela jogada de Éder pela esquerda -- e ainda teve outras quatro chances de ampliar.

Sem a mesma intensidade ofensiva, sem apoio consistente dos laterais e com menos movimentação de Marcelo Costa e dos atacantes, o São Caetano chegou a passar apertado no segundo tempo.

Preocupado com as chegadas constantes do time catarinense, especialmente com levantamentos das beiradas do campo em busca de Ricardo Jesus, Leão trocou o 4-4-2 pelo 4-3-1-2 logo aos 15 minutos, ao colocar o volante Marcone no lugar do armador de aproximação Marcelo Costa.

Em busca da igualdade, mas sem dar tantos espaços para os contragolpes, o Avaí esteve perto do gol aos 13, aos 23, ao 34 e aos 44 minutos, quando Luiz fez boa defesa em falta cobrada por Pirão.

Sem criatividade e já sem força para ameaçar porque também caiu fisicamente, o São Caetano viu o adversário crescer e teve de se defender com extrema dedicação nos últimos 20 minutos.

Tudo porque Wagner teve um choque de cabeça e ficou por bom tempo apenas fazendo número, pois Leão já fizera as três substituições. Apenas no final o zagueiro saiu, direto para a ambulância.

São Caetano volta a campo terça-feira em Bragança Paulista. Bragantino é um dos quatro ocupantes da zona de rebaixamento. Os outros são Guaratinguetá, Ipatinga e Barueri.