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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Tite é melhor, mas vão errar com Felipão

Tite não é tão experiente nem foi campeão do mundo -- ainda --, mas é superior a  Muricy Ramalho e muito, mas muito, melhor que o Luiz Felipe Scolari atual.

Repito o que já escrevi pelo menos três vezes: Felipão é passado! Tem concepções e métodos ultrapassados de futebol. Pra mim, nunca foi um grande treinador. Brilhou, de fato, quanto tinha um timaço nos tempos de Palmeiras/Parmalat.

Ah, mas ele foi campeão com a Seleção Brasileira em 2002. Nada disso merece tanto destaque pessoal! O título não teve o dedo do gaúcho boa praça mas parou no tempo  quando o assunto é tática.

Pregou a família Scolari, que só colou porque o grupo ganhou o título. Se perdesse, os brasileiros deportariam a família toda. Taticamente, nossa seleção era limitada.

Só ganhamos porque tínhamos -- como em outras copas que conquistgamos ou não --individualidades muito acima da média e em momentos excepcionais. Quem não se lembra do trio atacante com Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho? Além disso, a Seleção tinha Marcos no gol e Cafu e Roberto Carlos nas laterais. Meio-campo era mais marcador, pega-pega.

A verdade é que deram uma rasteira vergonhosa em Mano Menezes e o juizão não marcou nem falta. Tite é bem  nas competências técnica, tática e emocionais.  Conhece futebol, valoriza potenciais técnicos e gerencia recursos humanos e vaidades individuais como poucos. Nosso futuro está em Tite.

Bem diferente, também, de Muricy. Estrategicamente e em nome de compromisso a ser cumprido, ex-treinador do Fluminense e hoje no Santos declinou convite da CBF no momento em que  tudo deveria ser remontado após o fim de uma geração de prata.

Agora que Mano arrumou as peças e a pizza está pré-pronta, esperando apenas a azeitona e o manjericão, talvez o temperamental Muricy não dissesse não.  

Após rasteira em Mano Menezes, Muricy  anda ainda mais reclamão com os dirigentes santistas. Só se esquece de que na Seleção o buraco é mais embaixo e seus conhecimentos precisam ser reavaliados para não ficar pra trás. 

Tite é o mais ético, mais atualizado e mais competente, mas não será o escolhido. Merece e seria o substituto ideal de Mano Menezes após a Copa de 2014. Com ou sem título!

Felipão deve ser anunciado como técnico e Parreira como coordenador técnico. Pode até dar certo, mas experiência de Parreira seria muito mais útil ao lado de Mano ou Tite.

Se alguém pensa que ainda somos favoritos e temidos, está totalmente enganado. Somos respeitados mas não metemos medo em mais ninguém. Temos de ter a humildade para aprender com os melhores e jogar muito mais.

Não  vai ser com Felipão! Infelizmente! Ele vai errar na azeitona e no manjericão!

P.S: Andrés Sanchez dançou. Nada mais normal para o ex-diretor de Seleções passado pra trás. Achou que fazia parte do poder maior. Bobinho! 

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Título e decepção do ABC nos J. Abertos

O ABC voltou a triunfar nos Jogos Abertos. Menos o A, de André, já que a cidade do prefeito Inimigo do Esporte voltou a decepcionar ao ficar em quinto lugar na Segunda Divisão.

Isso mesmo! Um dos maiores campeões da história da principal competição poliesportiva do País hoje amarga o quinto lugar na Segundona paulista. Tal como no futebol.

Olimpíada caipira, recém-encerrada em Bauru ( mais de 15 mil atletas e 184 municípios participantes) apresentou a volta por cima de São Caetano, retomando o título conquistado por São Bernardo no ano passado.

Em 2011, São Caetano somou 193 pontos e ficou em sexto lugar. Neste ano,  cresceu bastante e fez 295 pontos, apenas nove a mais que a vice-campeã, São José dos Campos.

Piracicaba ficou em terceiro lugar com um ponto a mais que São Bernardo ( 262 a 261).  Para triunfar em 2011 São Bernardo totalizou 277 pontos.

Em Bauru, o quinto lugar ficou com Pindamonhangaba com 194 pontos, seis a menos que na edição anterior. O sexto foi São José do Rio Preto com  179.

O título da Segunda Divisão foi conquistado por Santos sem qualquer dificuldade. Fez 247,5 pontos, contra 197 de Mogi das Cruzes, 143 de Rio Claro, 119 de Jundiaí, 103 de Santo André e 102 de Jacareí. Mauá foi 39º com apenas 13 pontos.

Desrespeitado, menosprezado pelo Poder Público, o esporte de Santo André segue, ladeira a baixo, o mesmo caminho do futebol profissional, expert em rebaixamento.

Enquanto isso, o futebol de São Bernardo sobe para a elite paulista e seu esporte, como um todo, ao menos mantém investimento e competência capazes de colocá-la entre as melhores.

O mesmo ocorre com outro vizinho, São Caetano. A retomada do título é sintomática de quem acordou depois de fazer besteira reduzindo investimento e dispensando inúmeros atletas e técnicos, além de trocar um diretor de Esportes vencedor.

O futebol do Azulão não conseguiu o acesso à elite nacional, mas fez boa campanha e ficou a uma vitória da Série A. Bem melhor que o Santo André, rebaixado à Série D principalmente devido à administração desastrosa do Saged.

                                                   MEXA-SE E 6K RUN

Participei, nos últimos dias, de duas provas de rua em São Caetano e Santo André. Ambas primaram pela boa organização.

A 6k Run/Toledo, com largada e chegada no Parque Chico Mendes, foi bem interessante. Percurso foi legal. Assustou um pouco com uma subida bem na largada, mas depois nos poupou com terreno plano e até sombra em boa parte das avenidas.

Divulgação, orientação, distribuição de kits e suporte médico também não decepcionaram. Poderiam colocar pelo menos mais um ou dois postos de água no trajeto de 6km. Camiseta  azul, levíssima, é legal. Assim como  frutas, sucos e barrinhas.

Medalha poderia ser um pouco melhor. Que nada! Tá bom demais! Esqueci que a inscrição foi gratuita. Pra quê chorar de barriga cheia?

Em Santo André, a promoção da Coop tem melhorado a cada edição. O 6º Mexa-se foi  bem organizado em todos os sentidos. Reclamações sempre existem, mas nada que macule a boa imagem do evento.

Verde mais escuro da camiseta e boné branco, discreto, agradaram em cheio. Erro de anos anteriores não foi repetido. Desta vez não houve o encavalamento da caminhada de 5km com a corrida de 10km, da qual participei. Retardamento da largada dos caminhantes foi fundamental.

Gostaria de ter corrido abaixo de uma hora, mas cravei 1h4min00.  Na minha faixa etária (55/59), fiquei em 156º; na geral, fui 2654º. A exemplo de 2010 e 2011, medalha é das mais bonitas. Percurso moderado e seletivo é ideal. Cumprimentos à organização.

sábado, 24 de novembro de 2012

A dor de uma vitória inútil

Goiás ( campeão), Criciúma, Atlético Paranaense e Vitória  são os novos integrantes da elite do futebol brasileiro.  Ao São Caetano, resta a dor de uma vitória inútil. O 2 a 1 em Campinas serviu para rebaixar o Guarani.

Com os mesmos 71 pontos ganhos de Atlético Paranaense e Vitória, o Azulão perde a vaga porque teve uma vitória a menos ( 21 a 20). Agora, não adianta chorar o leite derramado, o ponto desperdiçado.

No primeiro tempo do Brinco de Ouro  o São Caetano teve cinco bons momentos de gol: aos dois minutos com Leandrão, aos oito com Éder e aos 14, 24 e 42 com Danielzinho. Apoiado pela torcida, o  limitado e apenas esforçado Guarani chegou três vezes -- duas com Medina e uma com Klebinho.

O jogo foi franco porque o Guarani precisava vencer para não depender de tropeços de terceiros e o São Caetano só sonharia com o acesso se ganhasse. Como sobraram espaços no meio-campo e entre zagueiros e laterais, o São Caetano usou a inteligência e a velocidade para chegar com perigo. Especialmente com o rápido Danielzinho, o melhor em campo.

Pressionado por resultados adversos ( vitórias parciais de Guaratinguetá e Bragantino), o Guarani voltou para o segundo tempo mais disposto e mais ofensivo, além de liberar laterais e adiantar o meio-campo.

Porém, esbarrou na próprias limitações técnicas e na incompetência ofensiva. Tanto que ameaçou seis vezes mas falhou nas conclusões. Ao São Caetano  restou se recuperar do abalo inicial pelas vitórias parciais de Atlético e Vitória e controlar a agressividade inicial do adversário para depois contragolpear como se estivesse a passear no parque.

Como nos dois gols de Danielzinho em enfiadas perfeitas de Ailton ( substituiu o discreto Marcelo Costa com muito mais eficiência), aos 20 e aos 30 minutos. Sempre em contra-ataques, o Azulão usou a inteligência e ainda esteve por marcar em três ocasiões. Mas abusou  do preciosismo.

Mesmo vítima dos próprios nervos |( e depois desespero), com erros de passes, de posicionamento e de marcação, o Guarani chegou a empatar aos 27 minutos com Danilo Sacramento, além de chegar  com perigo em outras cinco oportunidades.

Pouco para se livrar de um rebaixamento sacramento pelo mau desempenho no terço final da Série B. Ao contrário de Bragantino e Guaratinguetá, que cresceram no final do campeonato, venceram hoje (Boa Esporte e Barueri) e se salvaram.

CRB, Ipatinga e Barueri fazem companhia ao campeão brasileiro de 78 como novos integrantes da Série C. Coisas do futebol!  

A cartolagem, o gaúcho e a rasteira paulista

Mano Menezes caiu? Nada disso! O técnico da Seleção Brasileira levou, com todas as letras, uma senhora rasteira da cartolagem paulista que comanda a Confederação Brasileira de Futebol.

Pra dizer a verdade, o bom gaúcho foi vítima da politicagem barata de três dirigentes ligados a São Paulo, Palmeiras e Corinthians: o presidente José Maria Marin, o vice Marco Polo del Nero e o diretor de Seleções Andrés Sanchez.

O ex-presidente do Corinthians garante que foi voto vencido e que prefere respeitar a hierarquia em nome da imposição presidencial de "novos métodos, nova tecnologia e novo planejamento", justificativa nada convincente.

Em outras palavras, mais diretas, Mano Menezes foi guilhotinado; cortaram-lhe a cabeça simplesmente porque o substituto do insuportável carioca Ricardo Teixeira resolveu mostrar quem manda, expurgando nomes que não escolheu. Maldito poder! Odor de retrocesso!

Mano Menezes teve altos e baixos na seleção; mais acertou do que errou, mas nenhum dos mais cotados para substituí-lo lhe é  muito superior. Tite se iguala ou é até um pouco melhor porque sabe trabalhar tática e coletivismo como poucos, Muricy não tem perfil nem a capacidade de Tite   e Felipão já deu o que tinha de dar. Inclusive a Segundona de presente para o Palmeiras.

Aproveitamento de Mano e seus mais de 100 convocados supera os 70% e isso, no futebol atual, é bastante. Por isso a rasteira é absurda,  não se sustenta. Tanto quanto pelo desempenho atual, justamente agora que a Seleção tinha mais cara de time, de jogo coletivo e consciente.

Com padrão mais definido e opções mais claras visando à Copa das Confederações e à Copa do Mundo, a Seleção mostrou evolução depois de um início em que o legado não se garantia e jogava contra Mano.

Mano Menezes passou pelo pior, ajeitou o grupo e, repito, agora que mostrou um time mais compacto, mais agrupado, com futebol mais moderno diante da necessidade de resultados, acaba sendo vítima de sacanagem pura.

Dirigentes não podem jogar para a torcida nem exercitar o egoísmo exacerbado. Mas é isso que acaba de acontecer, mais uma vez. Se depender do torcedor apaixonado ele quer um time apenas ofensivo e os melhores do seu time na seleção. Nada mais! Virar refém da paixão suicida é um risco danado. Hoje em dia, não leva a nada. Talvez a derrotas. Aí, sobra pra quem?

Mano Menezes não é burro, como gritam alguns torcedores. Não é unanimidade, mas sabe o que faz e por que convoca ou escala este ou aquele. Também já convocou, escalou ou mexeu errado. Outros treinadores já foram mais contestados.

Hoje, qualquer lista de convocados como o mínimo de sensatez não teria mais que três ou quatro nomes diferentes. Inclusive a do técnico a ser anunciado em janeiro de 2013 e que, se optar pela comodidade da mera ousadia sem cuidados, vai dar com os burros n'água.

Como o poder da cartolagem  sempre fala mais alto, a corda arrebentou do lado mais fraco. Andrés Sanchez enfiou o rabo entre as pernas e deixou as velhas raposas se locupletarem com o churrasco gaúcho. Se tivesse mais caráter, pediria o boné sem pestanejar.  

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O parque, a ciclovia, a égua e o potrinho

Concordo! Título soa mesmo como mistureba sem sentido. Como não consegui algo melhor, fica assim mesmo. O leitor vai entender.

Não é invenção. Apenas chamariz. Não é a essência do absurdo que assisti entre 17h30min e 18h05min de hoje no nosso Parque Central.

Aconteceu em plena ciclovia, ali bem próximo do campo distrital utilizado pelo Independência e provavelmente ainda pelo Unidos da Gamboa.

Junto à escada, sem a menor cerimônia, o senhor de meia-idade parecia dono do pedaço "reservado" aos seus animais. Amarrada a uma corda de mais ou menos 12m e 15cm, presa à mão do cara-de-pau, a égua lavava a égua de tanto comer.

Flores, plantas em geral e capim também serviam para saciar a fome do belo potrinho, que ainda tinha a companhia de um (a) cachorrinho (a) preto (a), cotó ( sem rabo).

Sem ironia, a cena era comovente. A beleza do trio animal faria a alegria de qualquer criança ou adolescente minimamente sensível. Porém, convenhamos, em local totalmente inadequado. Parque não é pasto público nem particular!

A ousadia do provável proprietário não foi contestada por ninguém. A jovem ficou com medo de descer a escada momentaneamente ocupada  pelos animais. " Pode descer. Eu garanto", disse o senhor de cabelos brancos puxando a corda mais para a direita.

Ciclistas e pedestres que passavam ( tirei algumas fotos com o celular, mas não ficaram boas) pela ciclovia também ficaram surpresos e foram atrapalhados, mas não aconteceu nada.

Avisei um dos guardas de plantão na "casinha" da entrada ( GCM Taíra), mas nenhuma providência foi tomada. Ao menos a julgar pela volta seguinte.

Os "ilustres visitantes", talvez satisfeitos, já estavam mais pra cima, sendo puxados tranquilamente ciclovia afora, até sair, às 18h05min, pelo portão de acesso da rua Javaés.

Não sei se nessa minha ausência de uma semana a Prefeitura resolveu permitir que o nosso parque virasse pasto, piquete, haras, hipódromo ou coisa do gênero. Pelo desfilar de incompetências administrativas, não seria surpresa.

E não havia sequer um funcionário a quem se pudesse alertar sobre o que já deveria ser obrigação. Se o Central está aberto, sugerem-se cuidados dos servidores pagos para tal.

Mais uma prova de que o nosso parque   continua sem comunicação, sem orientação, sem fiscalização e sem punição a usuários mal-educados e funcionários não comprometidos.

Se a moda pega, logo logo o bom prado do nosso Parque Central vai ser um prato cheio para vacas (e seus lindos bezerrinhos) e aliás (e  seus lindos elefantinhos). Pra quem não se lembra, aliá, elefoa e elefanta são femininos de elefante. Se é que não mudaram por decreto.

Acorda, prefeitão! Mesmo que no último minuto de um mandato a ser esquecido, bote esse pessoal pra trabalhar.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

São Caetano: como ganhar do líder Goiás?

Na briga  por uma das três vagas restantes à elite do futebol nacional, a tarefa do São Caetano é quase tão improvável quanto o grande Palmeiras se salvar do rebaixamento.

Em quinto lugar com 67 pontos ganhos e 19 vitórias, o Azulão pega o líder e já classificado Goiás no Estádio Anacleto Campanella e o ainda ameaçado Guarani em Campinas, na última rodada.

Quarto colocado com dois pontos e duas vitórias a mais, o instável e decadente Vitória vai a Joinville e depois recebe o Ceará no Barradão.

Em terceiro lugar com os mesmos 69 pontos e 21 vitórias, mas  melhor saldo de gols do que o time baiano, o Atlético Paranaense vai a Criciúma e na rodada decisiva faz o clássico contra o Paraná.

Segundo colocado e virtualmente classificado com 71 pontos ganhos e 22 vitórias, o Criciúma recebe o Atlético Paranaense e encerra participação em Florianópolis, no clássico diante do Avaí.

Além de secar os adversários e depender de combinação de resultados , o São Caetano tem dois jogos teoricamente problemáticos e precisa vencer. Neste sábado o obstáculo se chama Goiás. Simplesmente líder e, no momento, depois de início titubeante, dono do melhor futebol da Série B.

Não acredito, mas se voltar a desfilar a incompreensível apatia do jogo diante do Boa Esporte -- venceu por 4 a 2 mas não convenceu -- , o Azulão vai levar uma varada e dizer adeus ao sonho do acesso.

Se quiser mesmo vencer, além de se aplicar com extrema determinação, também não pode repetir o distanciamento setorial nem as falhas de posicionamento e cobertura do sistema defensivo, exatamente um dos pontos altos do time de Ailton Silva.

Volta de Augusto Recife,  volante de ofício e entrosado com Moradei, deve acertar a marcação de forma geral. Se isso não acontecer e os laterais não estiverem atentos aos costados, difilcilmente o Azulão escapará das estilingadas certeiras de Ricardo Goulart,  que marca pouco mas articula e chega no ataque com a mesma competência. Se Ricardo Goulart for mais participativo na marcação, voltará a chamar a atenção de clubes de primeira grandeza.

Gabriel e Wagner formam talvez uma das melhores zagas do campeonato, mas não terão vida fácil com as chegadas do menino revelado no Santo André e a intensa movimentação de Valter.

Mesmo acima do peso, o ex-jogador do Inter abre espaços, dá assistências e ainda finaliza de média e curta distâncias com bom aproveitamento. E é bom não achar que o Goiás vai ficar levantando bola para consagrar os zagueirões!

Outros perigos do rápido  e envolvente time goiano são os contragolpes e as invertidas de bola. Laterais Victor e Egídio são perigosos e devem ser marcados de perto por quem jogar aberto. Talvez Danielzinho pela direita e Éder ou Geovane pela esquerda. Vai ser complicado!

Como goleiro e zaga interna do Goiás também têm experiência e futebol de primeira, São Caetano  deve abusar da velocidade e da rotatividade. Caso contrário, vira presa fácil.

Se errar na liberação dos laterais para atacar, o São Caetano vai dar os espaços que o Goiás adora para contra-atacar. Por isso, todo cuidado é pouco. Resta ao Azulão contar com a técnica de Pedro Carmona, que sabe meter uma bola com precisão e  se aproxima do ataque com sabedoria. Se brilhar sem abusar do individualismo improdutivo, vai dar trabalho e o jogo pode ficar mais equilibrado.

Outra boa opção do Azulão são as bolas "paradas", quase sempre endereçadas por Pedro Carmona (ou Marcelo Costa) para as cabeçadas certeiras dos zagueiros Gabriel e Wagner. Jogo aéreo pode ser o fiel da balança. Exatamente o oposto do Goiás.

Expectativa é de que seja um jogo bem melhor do que o último. Os dois times são bons e saber tocar a bola sem exagerar nos chutões. Apesar dos seis gols, não gostei e discordo dos que  viram um show de emoções e intensidade contra o Boa. Os gols são enganosos!

Último jogo do São Caetano vai ser em Campinas. Guarani está em 15º lugar, apenas quatro pontos à frente do Guaratinguetá, o primeiro da zona de rebaixamento. Se o Guarani não estiver a salvo,  vencer na casa do adversário será tarefa hercúlea.

Talvez seja menos difícil ganhar do Goiás elitizado do que do bugre campineiro com a corda no pescoço. Talvez seja mais fácil escapar da varada do que da flechada bugrina.    

   

sábado, 10 de novembro de 2012

São Caetano: apatia, susto e virada

De virada, o São Caetano  venceu o Boa Esporte por 4 a 2 hoje à noite no Estádio Anacleto Campanella. Mas só ficou no sonhado G-4 de acesso à elite do futebol nacional por duas horas, já que o Atlético Paranaense foi a Arapiraca e derrotou o ASA por 3 a 2.

Com 67 pontos ganhos, o Azulão continua em quinto lugar e ainda enfrenta o Goiás em casa e o Guarani em Campinas. Com 69 pontos, 21 vitórias e saldo de 28 gols, o Atlético dorme como vice-líder. Nas duas rodadas finais, vai a Criciúma e depois tem o clássico estadual diante do Paraná.

Com os mesmos 69 pontos, 21 vitórias e saldo de 17 gols, amanhã o Vitória joga em Guaratinguetá. Líder com 71 pontos,  o Goiás  recebe o lanterna  e rebaixado Barueri disposto a garantir matematicamente a vaga. Quarto colocado com 68 pontos, o  Criciúma vai a Natal enfrentar o América.

No estranho jogo de São Caetano, o Azulão levou um susto; vítima de duas falhas  individuais, acabou tomando 2 a 0. Mesmo sem jogar bem, se recuperou, também em lances individuais, e chegou ao empate ainda na etapa inicial. Depois, fez mais dois gols, virou, se acomodou e administrou o resultado.

Soa paradoxal, mas, apesar dos seis gols, o jogo não foi bom técnica e taticamente. Nem tão emocionante como pode sugerir. Houve muitos erros técnicos e igual desorganização tática dos dois lados.

Primeiro tempo do Azulão beirou afrontar seus números no campeonato e a própria capacidade do grupo. Não é possível que um time que luta pelo acesso seja refém da preguiça, da apatia. Ficou a falsa impressão de controle emocional de quem sabe que é superior tecnicamente mas não jogou nada.

Sem Augusto Recife, suspenso e substituído pelo menos combativo Allan, o bom sistema defensivo do São Caetano, um dos melhores do campeonato, esteve à beira do caos.

Tanto que, com Moradei sobrecarregado na marcação aos meias  Radamés e Francismar, o Azulão tomou dois gols, foi ameaçado em mais dois lances e teve vários momentos falhos no posicionamento, na recomposição, na antecipação e na cobertura.

Se bem que o gol de Radamés, aos 21 minutos,  em chute de longe, foi um frango do bom goleiro Luiz, homenageado por completar  300 jogos com a camisa do clube.

No segundo gol, aos 28 minutos, a jogada começou pela esquerda, às costas do lateral Samuel Xavier, e o cruzamento de Radar encontrou Siloé sozinho (Wagner marcou a bola) para concluir sem dificuldades.

Por que o Azulão não brilhou? Porque marcou mal, cobriu mal, protegeu mal, não aproximou os três setores, deixou espaços entre meias e volantes, não criou e ainda se deu ao luxo de ser vítima de uma autossuficiência inadmissível e uma (des)organização tática amadora.

Fez, sim, dois gols ainda no primeiro tempo, mas não acordou. Ambos em jogadas individuais de Vandinho ( entrou  aos 27 minutos no lugar do lesionado Leandrão e marcou aos 31) e Danielzinho ( aos 38), as duas em cima do zagueiro Gabriel.

No segundo tempo, o São Caetano voltou menos apático ( não dava para ser mais!), liberou um pouco mais os laterais, encurtou os espaços e melhorou o posicionamento defensivo do meio-campo.

Azulão ameaçou aos 9 minutos com Samuel Xavier e aos 10 com Danielzinho, antes de marcar o terceiro gol aos 14, com Pedro Carmona cobrando pênalti sobre Vandinho. Wilson Júnior, goleiro emprestado pelo São Bernardo, nada pôde fazer.

O Boa ameaçou seis minutos depois com outro chute de fora da área de Radamés, mas tomou o quarto gol aos 26. O lateral Diego fez boa jogada pela esquerda, foi à linha de fundo e cruzou para Danielzinho  concluir com categoria.

Com 4 a 2, o Azulão voltou a se desinteressar pelo jogo; se acomodou. Não aproveitou os espaços nem as limitações defensivas e o cansaço do time mineiro.

Provalvelmente para não correr riscos, o técnico Ailton Silva tirou o contundido volante Allan e colocou o zagueiro Jaime Bustamante ( expulso no final). Mesmo assim, levou três sustos.

Porém, não se abalou. Talvez já estivesse pensando em torcer contra o Atlético Paranaense para assumir a quarta colocação. Não adiantou nada! Resta secar Vitória, Criciúma e Goiás amanhã para que o resultado de hoje tenha maior relevância.   

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Ronan resiste, compartilha ou larga de vez o Ramalhão?

 

DANIEL LIMA - 5/11/2012

Há três alternativas excludentes a projetar o futuro do futebol de Santo André, durante quatro décadas sob a responsabilidade do Esporte Clube Santo André e há cinco anos cravejado de derrotas sob a denominação de Saged (Santo André Gestão Empresarial e Desportiva). Desde 2007, quando de fato e de direito migrou do modelo socioesportivo para o esquadrinhamento supostamente empresarial, o Ramalhão caiu pelas tabelas. São seis rebaixamentos em 12 campeonatos disputados, situação que colocou a agremiação na Série B do Campeonato Paulista (safou-se da Série C na última rodada este ano) e na Série D do Campeonato Brasileiro (à qual foi rebaixada dentro de campo já no ano passado, mas foi salva pelo tapetão).

Diante do estado de insolvência institucional, técnica, estrutural, financeira e econômica, parece não haver mesmo no horizonte de curto prazo quem seja capaz de sustentar algo minimamente confortável. A disputa da Série B Paulista no começo do ano que está chegando ganha a forma de ameaça, porque o elenco foi praticamente desfeito após a queda à Série D do Brasileiro, há 15 dias. Um time reverenciado até pouco tempo atrás como símbolo de competência nas páginas do Diário do Grande ABC, jornal de propriedade de Ronan Maria Pinto, mandachuva do Saged, foi completamente aniquilado na última semana. Sobraram poucos jogadores. E mesmo assim a maioria de qualidade duvidosa.

O que vai acontecer com o futebol de Santo André nos próximos tempos? Traçamos três cenários diferentes com base não apenas nas circunstâncias mas também em fatores históricos:

1. Ronan Maria Pinto segue dirigindo o Saged de forma autocrática e devastadora, na tentativa de provar o improvável: que entende de futebol e de gestão esportiva.

2. Ronan Maria Pinto cede parte do controle do Saged a indicados do prefeito petista Carlos Grana, em troca de suporte publicitário da Administração Pública e do governo federal petista à publicação que dirige e também de patrocínios à equipe.

3. Ronan Maria Pinto sente-se completamente isolado e devolve o ex-Ramalhão à direção do Esporte Clube Santo André.

Destrinchando as alternativas

O detalhamento dessas possibilidades é mais que necessário para compreender o que se avizinha a uma agremiação que terá enormes dificuldades para recompor-se entre as forças de médio porte do futebol brasileiro. Uma agremiação que chegou ao estágio mais desolador em quase meio século de existência, sempre considerando como parte integrante da história os cinco tenebrosos anos sob a administração do Saged.

Primeira alternativa – Ronan Maria Pinto segue dirigindo o futebol da cidade. A experiência desanimadora de cinco anos de autocracia, de dívidas estratosféricas, de desmonte da estrutura de formação de jogadores deixada pelo Esporte Clube Santo André quando da transposição do modelo socioesportivo para o empresarial, tudo isso parece não ter impressionado o dirigente. Ronan Maria Pinto estaria decidido a não entregar a rapadura nem mesmo ante o estouro de novo escândalo a envolvê-lo, conforme denúncia da revista Veja. A possibilidade de enormes contratempos que um dos principais operadores do mensalão, o publicitário Marcos Valério de Souza, lhe imporia, colocou Ronan Maria Pinto na defensiva, mas não a ponto de levá-lo a jogar a toalha esportivamente. Ronan Maria Pinto é denunciado por Marcos Valério no Ministério Público Federal por suposta chantagem ao então presidente Lula da Silva e ao então ministro Gilberto Carvalho por irregularidades na gestão de Celso Daniel na Prefeitura de Santo André. Há tempestade à vista. A oposição mobiliza-se para levar adiante investigações lastreadas no depoimento de Marcos Valério.

Segunda alternativa – Não está descartada a possibilidade de, mesmo sob o fogo cruzado de Marcos Valério, Ronan Maria Pinto continuar a comandar o Saged, agora com a companhia de representantes do PT da Província do Grande ABC. Haveria interesse da direção do São Bernardo Futebol Clube, especialmente do presidente Luiz Fernando Teixeira, em estender o domínio do futebol vinculado ao partido também a Santo André. O São Bernardo Futebol Clube tem estreitas ligações com o prefeito Luiz Marinho. Haveria uma aproximação com o prefeito eleito Carlos Grana. A perspectiva de que Ronan Maria Pinto poderia, como Edinho Montemor, em São Bernardo, virar presidente de honra, acabou abalada mas não afastada. O problema todo gira em torno não só das denúncias de Marcos Valério, mas também das dívidas do Saged, cujos valores são mantidos a sete chaves. Haveria viabilidade de criar-se nova empresa para acomodar os dirigentes do São Bernardo. Ronan Maria Pinto sairia de cena oficialmente, mas teria voz ativa nos bastidores.

Terceira alternativa – Ronan Maria Pinto estaria encalacrado de tal forma que não lhe restaria saída imediata senão acertar a toque de caixa a devolução do futebol ao Esporte Clube Santo André. Sabe-se que há resistência do clube que por 40 anos administrou o futebol com relativo sucesso. O que se pretende entregar é uma agremiação devastada tecnicamente, sem lastro econômico e financeiro, desmanchada na organização de divisões de base e com a imagem institucional completamente arrasada. Provavelmente só haveria um encontro de águas se a Administração Pública der total suporte ao futebol. Como nos tempos do prefeito Celso Daniel. E que Ronan Maria Pinto, de alguma forma sustentavelmente legal, assumisse todo o passivo do Saged. Um passivo que deixa brechas enormes a complicações para o Esporte Clube Santo André, porque oficialmente é o clube que representa o futebol da cidade nas instâncias esportivas e, em última instância, também nas áreas previdenciárias e trabalhistas. Sabe-se que passa de R$ 2,5 milhões o buraco atual de obrigações financeiros que o Saged está transferindo para o Esporte Clube Santo André em forma de impostos atrasados e sentenças trabalhistas e previdenciárias. Mas outras ações estão a caminho. O buraco pode multiplicar-se porque tem o formato de saco sem fundos.

É a terceira alternativa?

Se tivesse de apostar alguma coisa numa das alternativas, ficaria com a terceira. E mesmo assim com enormes dificuldades de consumação. Tudo vai depender da disposição do presidente do Esporte Clube Santo André, Celso Luiz de Almeida, e do ex-presidente Jairo Livolis, apeados do Saged por decisão de Ronan Maria Pinto. O afastamento dos dois dirigentes, em setembro de 2007, deixou um rastro de mágoa que o tempo pode ter apagado ou reduzido, mas provavelmente lhes ensinou uma lição que Ronan Maria Pinto subestimou: o voluntarismo com que o Esporte Clube Santo André foi conduzido ao longo dos anos não cabe mais no figurino do futebol destes tempos e não poderia ser reproduzido nem mesmo em situação emergencial. Tanto Jairo Livolis quanto Celso Luiz de Almeida dominavam essa percepção naquele 2007. Principalmente Jairo Livolis, autor intelectual da terceirização do futebol do Ramalhão. Tudo bem esquematizado. Só esqueceu de combinar com Ronan Maria Pinto.

Qualquer outra vertente que venha a se configurar resolutiva para o futebol do Esporte Clube Santo André derivará desses cenários. Não há outra estrada a percorrer. Transferir o futebol de Santo André a um grupo de investidores é utopia após o desastre do Saged. Dúvidas sobre o passivo financeiro impediriam avanços nas negociações. Sem contar que as seguidas quedas da equipe na hierarquia estadual e, principalmente, nacional, são uma ducha de água fria para quem vê futebol muito além das quatro linhas.

O Saged deste final de 2012 encurtou o horizonte já dúbio que o Esporte Clube Santo André reconhecia naquele começo de 2007, quando Jairo Livolis levou adiante a proposta de adotar modelo empresarial. Os acionistas do Saged não formaram um braço de suporte diretivo em vários departamentos porque Ronan Maria Pinto jamais levou a sério algo que aproximasse minimamente o futebol de métodos administrativos modernos. Restaurar a credibilidade do futebol de Santo André é uma tarefa árdua e demorada. Dentro e fora de campo. O prefeito eleito Carlos Grana sabe que seu prestígio está em jogo. Se não conseguir organizar e amarrar um pacote de soluções, tomará o lugar do antecessor Aidan Ravin, transformado em bode expiatório de uma derrocada que tem apenas um responsável – o homem agora sob a mira de Marcos Valério e do Ministério Público.

São Caetano volta à briga direta pelo acesso

Rodada de ontem foi uma bênção para as pretensões do São Caetano na Série B. Além da importantíssima vitória de  2 a 0 em Criciúma, o Azulão contou com o empate de 1 a 1 do Atlético Paranaense com o América de Natal.

Por isso, a apenas três rodadas do final do campeonato,  o representante do Grande ABC volta a entrar diretamente na briga por uma das vagas à Série A do Brasileiro em 2013.

O Goiás empatou de  2 a 2 com o Boa Esporte, lidera com 71 pontos e está virtualmente classificado. O segundo colocado é o Vitória, que, em casa, derrotou o América Mineiro por 5 a 3 e chegou a 69.

Com 68 pontos, se vencesse o Criciúma estaria classificado, mas perdeu mais uma em casa e caiu para terceiro. Mesmo com o empate em casa, o Atlético Paranaense manteve o quarto lugar com 66 pontos e 20 vitórias.

Com dois pontos e duas vitórias a menos, o São Caetano ainda sonha com a vaga. Joga duas vezes em casa e uma fora. Nesta sexta-feira, recebe o Boa Esporte e na próxima rodada, também no Anacleto Campanela, pega  o líder Goiás.  Na última rodada, vai a Campinas encarar o Guarani.

Já o Atlético Paranaense viaja para enfrentar o ASA e o Criciúma. Na rodada final, faz o clássico contra o Paraná. Teoricamente, ao contrário do que se vislumbrava três rodadas atrás, agora a sequência de jogos do Furacão sugere maiores dificuldades.

Vitória e Criciúma, que pareciam praticamente classificados, se complicaram nas últimas rodadas. Por isso, tudo pode acontecer daqui até o final. Cinco pontos separam o segundo do quinto colocado.

INTELIGÊNCIA E APLICAÇÃO X TRANSTORNO EMOCIONAL

No encontro de um São Caetano aplicado, técnico, inteligente e com as rédeas das emoções contra um Criciúma desorganizado, apavorado e vítima de transtorno emocional doméstico, vitória do visitante mais indigesto do Série B.

Inicialmente impulsionado pela torcida e pelo sonho de antecipar o acesso com uma simples vitória sobre o quinto colocado, no primeiro tempo o   Criciuma  foi um pouco superior.

Montado num 4-3-1-2 aparentemente cauteloso para proteger uma defesa limitada, o Tigre teve mais posse de bola e quatro bons momentos de gol, contra apenas dois de um  Azulão formatado num ousado 4-2-1-3, sem Marcelo Costa.

Seguro, com boa movimentação, sincronismo dos três setores, sério no sistema defensivo e sem liberar tanto os laterais, o São Caetano tinha dois volantes e em Pedro Carmona o único meia para armar e municiar um ataque que  também ajudava no fechamento de espaços.

O gol contra de França, aos 28 minutos, quando o anfitrião estava melhor,  começou com o escanteio cobrado pelo armador. Na segunda oportunidade do Azulão, 10 minutos depois, com Danielzinho, enfiada de bola também foi de Pedro Carmona. Danielzinho passou pelo goleiro Douglas Leite mas falhou na conclusão.

O segundo tempo começou o Criciúma mais ofensivo. Com o objetivo de buscar o empate, trocou o volante Elias pelo atacante Gilmar e o 4-3-1-2 virou 4-2-1-3.

Em contraposição, o técnico Ailton Silva tentou se fechar e substituiu o inoperante atacante Geovane por mais um volante. O 4-2-1-3 virou 4-3-1-2. Só que Marcone saiu machucado logo aos seis minutos e deu lugar ao meia Éder.

Moral da história: com dois meias, o São Caetano adotou o 4-2-2-2. Com inteligência e maturidade, apostou em contragolpes rápidos, como no primeiro tempo, e na marcação incessante e quase perfeita do sistema defensivo.

Desesperado, com os nervos à flor da pele e sem poder de organização, penetração e conclusão, o Criciúma virou refém de uma infinidade de erros primários. Tanto que só ameaçou uma vez com Gilmar e poderia ter tomado o segundo gol aos 11 minutos, quando Danielzinho voltou a falhar na finalização.

Cinco minutos depois, o árbitro Leandro Vuaden deixou de dar pênalti claro do zagueiro Matheus Ferraz sobre Danielzinho. Aos 19 foi a vez de o zagueiro Wagner cabecear com perigo.

Aos 22 minutos o auxiliar técnico substituto do falso líder Émerson Leão trocou corretamente o atacante Danielzinho ( não gostou!) pelo zagueiro Bustamante com o objetivo de garantir o resultado. E aos 27 Leandrão matou o jogo ao aproveitar rebote do goleiro após chute de Éder.

Daí até o final o Criciúma apostou na correria inconsequente e ficou ainda mais pilhado. Pior, ficou órfão porque a torcida passou a torcer contra, vaiar, gritar "vergonha"  e "olé". Como se o Tigre ainda não estivesse no páreo. Tudo o quê o Azulão queria para manter as esperanças de voltar à elite nacional. 
        

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Muitos são os responsáveis pelo fracasso do Ramalhão!

"Adivinhe quem é o responsável pelo fracasso do ex-Ramalhão". Título da coluna do amigo Daniel Lima no CapitalSocial e aqui transcrito (colado, né?) é ao mesmo tempo desafiador e conclusivo.

Inigualavelmente direto e corajoso, Daniel indaga, exclama e conclui, sem meias palavras.  Riqueza de detalhes e solidez de argumentos. Por isso, bem diferente do DGABC, no CapitalSocial o  boi berra, baba, tem chifres, nome e sobrenome marcados a ferro quente.

Ronan Maria Pinto, coincidentemente, o dono do Diario do Grande ABC e do futebol profissional que um dia foi de tantos e agora é só do Saged/RMP. Paradoxalmente, o boi dominador comanda um bando de cordeirinhos travestidos de investidores.

Lógico que poucas pessoas ousam contestar a conclusão e enxergar que, nas entrelinhas do texto, responsáveis secundários são poupados, mas não esquecidos. Os argumentos são irrefutáveis, irrebatíveis. Ao menos para quem tem bom senso e não tem  rabo preso.

Confesso, no entanto, que, mesmo sem querer mitigar culpabilidade tão cristalina,  não a vejo como solitária. Sinceramente, eu não daria 100% dos votos ao todo-poderoso homem de comunicação. O mesmo que, indiretamente, lógico,  outro dia definiu uma manchete absurda e pessoal ao citar o nome de Klinger de Oliveira. Vergonhoso para o verdadeiro jornalismo!!!

Não quer dizer que o empresário, também capitão do Saged,  gestão antiempresarial, não seja o principal responsável pelos erros/omissões de terceiros. Com incompetência e isolacionismo ímpares, o D de Desportiva há muito é de Desastrosa.

Se dividíssemos hipotético universo eleitoral em 100 urnas, o nobre senhor ganharia por unanimidade em pelo menos 80%.  Se dependesse deste caipira, os outros 20% dos votos ficariam, sim,  com vários segmentos, todos com influenciáveis pelo chefão de fala mansa e perigo nos olhos.

Pelo menos 13% dos sufrágios ficariam com o Poder Público comandado por Aidan Ravin, o Prefeito Inimigo do Esporte. Como a bola pune, o prefeitão derrubou o Estádio Bruno Daniel e o troco veio na urnas. 

Mesmo em número cada vez menor, o torcedor-cidadão foi desrespeitado pela Prefeitura com uma interdição interminável devido ao não cumprimento de um TAC ( Termo de Ajustamento de Conduta) assumido há mais de dois anos junto ao Ministério Público.

Como o prefeitão ( para dar respaldo ao diretor Esportes que assumiu mas não cumpriu) entrou em rota de colizão com o dono do DGABC e do Saged, sobrou para o pobre e apaixonado torcedor. Aquele que assistiu aos jogos sobre árvores e muros.

Retaliação seria endereçada a RMP -- pelo autoritarismo, também merecidamente escanteado por outros empresários --, mas o prefeitão perdedor enxergou pouco além do nariz ( ou da barriga avantajada?) e menosprezou o cidadão andreeense. Empurrou com a barriga ( de novo, não foi difícil!) e foi levando em banho-maria, até que o Ramalhão encarasse outro rebaixamento. Merecido, por sinal!

Como coadjuvante do desastre, Aidan Ravin não está sozinho.  Os outros 7% dos votos válidos que levaram um ex-campeão a nocaute também passam, entre outros, pela omissão dos verdadeiros dirigentes do ECSA, ainda responsável jurídico por todas as dívidas e ações desastrosas da gestão. Presidente Celso Luiz de Almeida usa a prudência, a polidez, para evitar o confronto direto. Não concordo, mas respeito o amigo.

Afinal, é o nome do clube do Jaçatuba que está, por exemplo, nas ações de cobrança. Ninguém tem coragem de peitar e cobrar transparência de RMP?  Dívidas trabalhistas são altas, especialmente com o INSS. É só checar! Posso provar porque também fui vítima.

Porcentuais restantes também se dividem entre cotistas-cordeirinhos manipulados pelo senhor dos anéis e com o diretor de Futebol, aquele que, ao contrário do boi fujão, RMP, dá a cara para baterem.

Afinal, foi nosso colega Sérgio do Prado quem escolheu o técnico Claudemir Peixoto e ajudou a formar o elenco no início do campeonato. Também foi opção de Serginho jogar no gramado conhecido, mas sem torcida, em vez de aceitar o convite para jogar em São Bernardo, com o apoio dos torcedores. Poucos, é verdade, mas torcedores com alma.

Técnico Itamar Schulle acabou de chegar e não poderia fazer milagre após o desfilar de lambanças. Por isso deve permanecer. Bem diferente da maioria dos jogadores, que, como perdedores e rebaixados, já pegaram o caminho da roça e vão dar lugar a juniores sonhadores e menos onerosos. Se bem que os investimentos já eram limitados.

É bom frisar que, direta ou inderetamente, todos os segmentos citados estão controlados pelas rédeas da prepotência ronaniana. E se alguém acha que o homem vai  pedir o boné, pode tirar o cavalinho da chuva. Erroneamente, ele acha que a eleição de Grana significa garantia plena de  novos tempos. Pode perder o pasto já ralo.

Lógico que o Brunão vai passar por algumas reformas -- é o mínimo que se espera --, mas o momento não permite sonhar com arena multiuso para amanhã. Está no programa de governo petista, mas só vai sair do papel se aparecer uma parceria público-privada nos próximos quatro anos. Agora, nem pensar! Não é prioridade.

Porém, não tenha dúvidas, caro leitor: se Ronan abandonar o barco, Jairo Livólis, do ECSA, pega o leme correndo. Mesmo sabendo que o time está na Segunda Divisão estadual e na Quarta nacional e que há dívidas físicas e morais significativas.

Pra não parecer corporativista, também entendo que os editores do jornalzinho parcial( O DGABC já foi considerado o maior e melhor jornal regional do País),  por motivos óbvios, também são cúmplices do fracasso.

Por determinação superior, o Diário sempre tratou o Santo André com a suspeita competência de uma assessoria de Imprensa. Talvez, se menos parcial/omisso e mais comprometido profissionalmente, pudesse mostrar trabalho mais digno. Ah, o chefão não deixaria, né? Paciência!   Então, que cubram o Ramalhão na Quarta Divisão.

Como se vê, não se pode dizer que o Daniel exagera. O mandonismo estende seus tentáculos para todos os lados. E os cordeirinhos da Província, como define meu amigo do peito, de verdade, se encolhem de medo.

Com o perdão da palavra, um bando de cagões. Incapazes de dizer que o Santo André não é um feudo, um império sob o jugo de um rei nu. É da cidade, de todos nós! Ou não?