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quarta-feira, 31 de julho de 2013

Azulão não canta nem desencanta

Em 11 rodadas  da Série B do Campeonato Brasileiro, o São Caetano é uma verdadeira incógnita. Não ata nem desata. Nosso Azulão não canta nem desencanta.

Em 33 pontos disputados, quase um terço do total, equipe de Marcelo Veiga somou apenas 13 pontos. Ganhou três jogos, empatou quatro e perdeu quatro; fez 12 gols e tomou 11.

Com cerca de 40% de aproveitamento, fica longe do patamar se classificação, normalmente superior a 60%.  Se não melhorar muito, vai ficar a ver navios. Quando reagir, pode ser tarde.

Não está uma draga, mas necessita evoluir  técnica, tática e emocionalmente. Alterna ritmo e não mantém volume e intensidade. Tem falhas individuais nos sistemas defensivo e ofensivo, não se impõe na esquematização tática e oscila psicologicamente dentro do mesmo jogo.

Como ontem, na magra vitória de 2 a 1 sobre o apenas esforçado ABC de Natal, lanterna do campeonato e sério candidato ao rebaixamento. Primeiro tempo do Azulão até que foi de razoável pra bom. Tanto que mostrou virtudes e fez 2 a 0 com méritos.

Porém, no segundo, meu Deus...Defendeu mal, armou sem criatividade nem eficiência e atacou sem competência. Chegou a ser dominado após tomar o gol, deu espaços e não armou sequer um contragolpe que poderia ser mortal.

Mesmo  dentro dos próprios limites, o ABC não se acovardou. Técnico Valdemar Lemos adiantou o meio-campo e colocou o time à frente como se jogasse em Natal. Se fosse um pouquinho melhor, com certeza empataria.

Azulão quebrou jejum de quatro partidas sem vitória, mas, de novo, ficou devendo. Falta personalidade para se impor. Especialmente quando joga em casa, diante de alguns poucos mas exigentes torcedores.

Se não ganhar pelo menos três pontos nos dois próximos jogos ( Icasa no Ceará e Palmeiras em casa), corre sério risco de entrar de vez na zona de rebaixamento, de onde está a apenas um ponto.  

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Vivas a um Papa sem papas na língua

Netos e  amigos garantem que ando passeando muito e escrevendo pouco. Não posso negar. Coisa de aposentado metido a aventureiro, montanhista, trilheiro e coisas do gênero. Enfim, um 5.8 feliz.

Passei os últimos dias no vale do Rio Grande e nas serras da Canastra e da Babilônia. Loucuras a pé, a nado e com a Bala de Prata. Meu neto, o Victor, chama a TR4  do vô  de Bala de Prata. A bruta encara rio, lama e estradas/pedreiras sem perder o rebolado. Geme mas sobe. Refuga mas mergulha.

Entre serras, vales, rios e cachoeiras de difícil acesso, foi  bem legal voltar a conviver com os mineiros hospitaleiros de São João Batista do Glória e Vargem Bonita. As famílias da Gasparina e do Vicente nos acolheram com enorme carinho e muito queijo da Canastra. Obrigado!

Cachoeiras  perigosas, mas  lindas, imperdíveis, fascinantes... Paraíso Perdido, Paraíso Selvagem, Luquinha, Bateia, Maria Augusta, Vale do Céu, Orquídeas, Quilombo, Casca d'Anta, Cerradão, Chinela, Fundão, Rolinhos, Capão do Forro, Facão e o incrível Rio São Francisco.

Juro que não senti um pingo de saudade da metropolitana e fria Santo André que há quatro décadas me acolheu tão bem mas hoje pouco significa. Não senti saudade do nosso ainda limitado Santo André da Série D. Tampouco do instável São Caetano da Série B. Ainda é cedo, mas, se bobearem, um ao sobe e o outro dança.

Senti saudade de netos, filhos, irmãos e amigos-irmãos, mas não da cidade dominada por políticos incompetentes, por falcatruas, por mobilidade caótica e por violência por todos os lados.

Também não fiquei preocupado com o resultado dos Jogos Regionais de Barueri. Fiquei sabendo que São Bernardo ganhou o título, à frente de Santos, Santo André e São Caetano, pela ordem.

Quem diria, hein, São Caetano, de bicho-papão e campeã no ano para quarta colocada nesta edição. Além de investimento, parece faltar competência.

Além disso, os salários de técnicos e atletas não estão em dia. Uma vergonha para uma cidade de primeiro mundo,  líder nacional em IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal). Falar de Santo André é fácil. né? E agora, como explicar tal vexame?

São Bernardo subiu de vice para o topo, enquanto que Santo André  galgou um degrau, de quarto para terceiro. Que nossos prefeitos e nossos homens do esporte não virem as costas para um segmento tão importante que extrapola os limites do próprio esporte. Basta querer enxergar!

Também não senti saudade dos jogos do meu Corinthians. Quando fiquei diante da televisão, percebi que não perdi nada. Jogo de ontem contra o momentaneamente abalado São Paulo foi ridículo.

Dizem que o Palmeiras anda bem na Segundona. Nada mais do que obrigação se considerarmos a grandeza do Verdão. Está entre os quatro que sobem. Sobre Neymar... Que Barcelona o receba de braços abertos.

Já o Atlético Mineiro ( Galo forte e brigador) ganhou a Libertadores com méritos. Conhecedor dos próprios limites técnicos e táticos, foi mais transpiração do que inspiração. Foi para cima do Olímpia com raça e coração. Brigou e acreditou, por isso ganhou.

Só pra terminar, quer saber do que realmente gostei  nessa volta à civilização? Adorei o Papa Francisco. Suas palavras e atitudes enchem de esperança até mesmo católicos não praticantes como eu. Enfim, um Papa sem papas na língua.

Obrigado,  sua santidade! Um Chico sem medo, ousado,  que faz e fala o que quer, sem se preocupar se vai agradar ou não. Com firmeza e clareza espantosas. Direto e reto. Justo! Sem pompa! Gente como a gente.

Adolescentes, jovens, idosos, homossexuais, deficientes, ricos, pobres, dependentes químicos, governantes,  divorciados,  poderosos e até mesmo pares religiosos não escaparam da alça de mira da verdade. Crua! Dura! Certeira! Cortante mas respeitosa.

A visita do Papa foi um alento para o povo como um todo. Sobrou esperança e puxão de orelhas pra todo mundo. Menos para o meu conterrâneo, o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta.

Minha São José do Rio Pardo deve estar em festa. Afinal, Papa Francisco deu a entender que o rio-pardense vai virar cardeal. Pessoal lá da paróquia de São Roque, onde dom Orani deu os primeiros passos, e ´hóstias,  está rindo à toa.

Com certeza, também estão felizes as vizinhas Caconde e São João da Boa Vista, pela ordem, responsáveis pelo café e pelas hóstias distribuídas no evento da juventude mundial.

Portanto,  vivas à coragem e à autenticidade do Papa! Sinal claro, inequívoco,  de que o mundo ainda tem jeito. Só depende de cada um de nós.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Deficientes ainda sem aula. Que vergonha!

Ao contrário do que garantiram os representantes da Prefeitura de Santo André há quase três meses, os alunos do Nanasa (Núcleo de Apoio à Natação Adaptada de Santo André) continuam sem aula. Uma vergonha!

Mais uma vez, o Poder Público mentiu. Garantiu a continuidade do programa Esporte ao Alcance de Todos e, por enquanto,  deixa cerca de 240 pessoas com deficiência a ver navios. Sem contar que a fila de espera já beira seis centenas.  Que vergonha!!!

Por absoluta falta de competência, comprometimento e respeito de antigos e atuais  dirigentes e políticos atrelados ao poder, crianças, adolescentes, jovens e adultos do Grande ABC e da Grande São Paulo ainda estão de "férias".  Férias coletivas e por tempo indeterminado. Uma vergonha!!!

Que férias que nada! O ano já está comprometido e os patrocinadores podem escapar pelos vãos dos dedos. E a Prefeitura não deu jeito. Nem a título de urgência.

Se pode solicitar empréstimo R$ 13 milhões para reformar o Estádio Bruno Daniel sonhando com a Copa do Mundo, por que não arrumar  pouco mais de R$ 900 mil para o pessoal do Nanasa?

O futebol profissional do EC Santo André, uma entidade privada, é importante, sim,  merece atenção, mas não é prioridade. Como ficam os deficientes e seus familiares?

Não falta só dinheiro. Falta empenho! Faltam determinação e  vontade do governo Grana para resolver o problema. Assim como sempre faltou respeito do prefeitão Aidan Ravin.  Falta, mesmo, a todos,  vergonha!!!

Gostem ou não de ler ou ouvir críticas, nossos políticos pouco fizeram para mudar a situação.  Só blá-blá-blá e desculpas esfarrapadas. A Acide -- Associação pela Cidadania dos Deficientes -- fez a sua parte, assim como alguns professores do Nanasa, mas o comando do Departamento de Esportes pouco conseguiu.

O que não é novidade! Afinal, na verdade, quem dá as cartas e joga de mão está bem acima de Marta Sobral, a diretora de Esportes. Talvez ela seja a menos culpada. Sem verba e sem respaldo, e com um antecessor profissionalmente limitado, não pode fazer milagres.

Por isso, o que deveria ser prioridade no orçamento municipal nos últimos 12 anos vai ficar para 2014. Isso se tiverem realmente um pingo de respeito para os nossos deficientes não ficarem na dependência de liberações de projetos encaminhados e analisados ao bel prazer das secretarias estaduais.

Se tudo der certo e a captação de recursos de empresas por meio da lei de incentivo ao esporte for suficiente ( R$ 315 mil  iniciais ou 35% da verba anual) as aulas na piscina da Vila Alpina recomeçam em agosto ou setembro. 

No Pedro Dell'Antonia, o programa Nadar é Preciso (aperfeiçoamento e treinamento de pessoas com deficiência) já funciona. Mas, que fique claro: não por boa vontade de Prefeitura de Santo André. Se não fossem alguns abnegados, os  dois programas já teriam morrido afogados.

Gozado é que os representantes da Prefeitura  (Thiago Nogueira e cia) não vieram a público para justificar nada. Só promessas de que os deficientes não ficariam desamparados, que o Nanasa não teria as atividades encerradas e que no ano que vem tudo será diferente.

Tanto quanto a falta de uma verba providencial e salvadora do Tesouro, também soa estranho o fato
de nossos nobres e zelosos políticos não colocarem o assunto na pauta do Consórcio Intermunicipal. Por que não, se apenas  menos da metade dos alunos é de Santo André?

Outro fato causa estranheza: por que o Diário do Grande ABC não deu mais uma linha sobre o assunto? Esquecimento, falta de profissionalismo ou determinações superiores? Noticiou mas não cobrou mais por que?

Bem que as reformas do Brunão e a suspensão das aulas no Nanasa poderiam ser questionadas nas próximas manifestações de rua em Santo André. Preparem faixas e  cartazes!

Não se esqueçam do Semasa, do Craisa, das ONGs, da Fundação ABC, do Centro Hospitalar, do AME, do Hospital da Mulher e dos comissionados (cabos eleitorais de ocasião). Haja cartaz!!!  


segunda-feira, 8 de julho de 2013

Quando o deboche do campeão merece a lona

Com méritos infinitamente indiscutíveis, o americano Chris Weidman é o novo campeão dos pesos médios do UFC.

Nocaute aplicado ao  brasileiro Anderson Silva, no segundo assalto, foi uma dura e merecida lição para quem abusou do deboche. Mais do que tudo, foi um soco na alma.

Campeão mundial do MMA por sete anos e após 10 disputas do cinturão,  Anderson beijou a lona porque desrespeitou o adversário.

Mais do que isso, o brasileiro afrontou o esporte, a desportividade e os próprios colegas de profissão. Antes e durante os poucos minutos em que ficou de pé. Depois, caiu como um boneco inflável.

Bem mais provocativo do que em oportunidades anteriores, o grande Anderson Silva, considerado um dos maiores lutadores do mundo, abusou e pagou caro. 

O Spider superou até mesmo seu ídolo Muhammad Ali, um dos maiores boxeadores de todos os tempos. Ali foi excepcional e ficará para a história. Quanto a Anderson, já não se sabe se o sucesso não foi meteórico.

O brasileiro esnobou, provocou, dançou, sorriu, brincou, ironizou, simulou, menosprezou ... e caiu. Como devem cair todos que se julgam sempre acima, sempre no topo. Como devem cair todos os que pisam desnecessariamente em quem está momentaneamente no degrau inferior

Anderson Silva é top e tem um legado imenso, indiscutível. Merece o respeito que não dedicou ao jovem americano. Por isso, mesmo com 38 anos de idade, deveria pensar bem antes de parar.

Ficou muito chato, muito feio. Foi uma noite inesquecível. Triste! Não é a atitude que se espera de um campeão. Deveria, isto sim, já estar pensando na revanche com o americano. Sem essa de boi fujão!

Para apagar a triste imagem de hoje e não perder seus patrocinadores, o excepcional Anderson Silva bem que poderia olhar para a  família que tanto enaltece e sentir vergonha. Perder sim, mas não assim! Como um moleque abusado que beija a lona.

Se  for mesmo determinado e vencedor, deve treinar feito um condenado a partir de hoje e voltar ao octógono com a fibra e a seriedade de um verdadeiro campeão.

Se vai perder ou ganhar são outros quinhentos, mas como homem.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Mil motivos para justificar um título

A Seleção Brasileira jogou muito e não deixou a espanhola jogar. Por isso ganhou o título da Copa das Confederações.

A Seleção Brasileira fez três gols em momentos cruciais. Marcou no início e no fim do primeiro tempo, e fechou o caixão no começo da segunda etapa. O quarto gol aconteceu pouco antes do segundo. Ou a bola que David Luiz salvou não foi decisiva? Teve peso de gol.

A Seleção Brasileira ganhou  porque teve intensidade, velocidade e volume de jogo em pelo menos 2/3 da grande decisão.  Exatamente o quê, desta vez, a encurralada campeã do mundo não mostrou.

A Seleção Brasileira ganhou porque foi determinada do começo ao fim. Alternou com sabedoria a marcação alta, pressionada, com um contra-ataque estratégico, às costas do volante e dos laterais espanhóis. Especialmente o limitado Arbeloa.

A Seleção Brasileira  não tomou gol porque foi perfeita defensivamente. Individualmente, exceção a Marcelo, que não precisou ser perfeito na marcação para convencer no todo. Daniel Alves  com desenvoltura e os zagueiros internos foram gigantes.

Os volantes Luiz Gustavo e Paulinho, desta vez mais próximos um do outro e dos demais setores, foram brilhantes. Com auxílio de Oscar e de Hulk,  tiraram os espaços dos cerebrais Xavi e Iniesta. Os armadores da Espanha sucumbiram, não encontraram espaços para criar e jogar.

A Seleção Brasileira teve ousadia sem abdicar de cuidados defensivos; teve criatividade para se impor como que a  lembrar a hierarquia citada por Carlos Alberto Parreira, o auxiliar técnico de Luiz Felipe Scolari. 

A Seleção Brasileira ganhou porque foi o objetiva e equilibrou a posse de bola com a bicampeã europeia. Quando dominou, o time de Vicente del Bosque exercitou a esterilidade. Enganou e pouco chegou.

Até pênalti a Espanha perdeu. Além de provar do próprio veneno ao levar olé. Sentiu o peso de um braço forte ao encarar de frente a amarelinha. Foi obrigada a respeitar a história de quem já teve o melhor futebol do mundo mas até ontem não mais metia medo em ninguém.

A Seleção Brasileira ganhou porque  Felipão montou um esquema capaz de neutralizar todas as ações da Espanha, porque os jogadores foram cumpridores de suas tarefas, ganharam confiança e  porque os gols saíram na hora certa.

O treinador brasileiro tem métodos ultrapassados, exagera no número de faltas e precisa reciclar conceitos, mas tem méritos -- com o dedo de Parreira. Sabe que o time não está pronto para a Copa do Mundo de 2014.

Há necessidade de ajustes no planejamento tático e em itens específicos como laterais e meio-campo, onde ainda não temos um armador de verdade. Ontem, por exemplo, achei que Felipão errou ao não escalar mais um armador ao perceber que a Espanha vinha no 4-4-2. Caí do cavalo em menos de dois minutos.

No ataque, por mais que Hulk seja útil e determinado taticamente, prefiro a velocidade de Lucas quando a opção for o 4-3-3. Se a pretensão for colocar o time no 4-4-2, Hernanes pode brigar pela armação com Oscar e Paulo Henrique Ganso, se este se aplicar mais e voltar a jogar o que jogava ao lado de Neymar.

A Seleção Brasileira começou a ganhar na execução do hino nacional e terminou a tarefa com apoio de uma torcida empolgada, que empurrou o time pra cima dos espanhóis com a mesma força que tem mostrado nas manifestações, principalmente contra a nojenta classe política que domina o País.

O templo do futebol foi a avenida do povo, a rua da contestação, a praia anticorrupção. Os aplausos e os gritos de mais de 70 mil vozes soaram como sonora vaia a um Maracanã de lambanças perpetradas  por uma cambada de gente pequena, cínica, egoísta, corporativista  e incompetente.

Que todos comemorem a  bela conquista! Mas, que ninguém se esqueça de que amanhã é outro dia. A luta continua. Que todos se esforcem e gritem por um Brasil decente, digno e vencedor dentro e fora dos gramados.

Para o torcedor apaixonado, o título é muito. Para o povo, é pouco. Ele merece mais.