Seguidores

domingo, 22 de dezembro de 2013

Nosso handebol chega ao topo do mundo!

Um dia nosso futebol brilhou com Pelé, Garrincha e cia e ganhou o rótulo de melhor do mundo. Tanto que hoje somos pentacampeões.

Nosso  basquete também teve dias de glória com o bi mundial de Vlamir Marques, Amauri e outras feras inesquecíveis. Já Hortência e Paula foram protagonistas douradas no Mundial de 1994 na Austrália.

Nosso vôlei, então, não tem mais espaço para pôr medalhas e troféus. Virou bicho-papão olímpico e mundial nos últimos anos. Tanto no masculino quanto no feminino,  não tem pra ninguém.

Nos esportes coletivos, só faltava o handebol de Duda Amorim, Alexandra Nascimento e cia bela chegar ao topo do mundo. Não falta mais! Somos campeões mundiais. Invictos!

Agora há pouco, em Belgrado, diante da pressão de mais de 20 mil sérvios, a Seleção Brasileira de Handebol Feminino venceu a Sérvia por 22 a 20 e  conquistou um título inédito.

Inédito, histórico, heróico, surpreendente, suado, merecido... Foram nove vitórias maiúsculas de um país americano intruso diante das maiores potências mundiais fincadas na Europa. 

Uma a uma, foram desmoronando verdadeiras fortalezas: China, Argélia, Japão, Sérvia, Holanda, Hungria, Dinamarca ( tricampeã olímpica e terceira colocada no Mundial após vencer a Polônia por 30 a 26)...

Jogo de hoje foi equilibrado, eletrizante, emocionante. Brasileiras alternaram bons e maus momentos ofensivos e defensivos. Mas jamais faltou determinação. Tampouco coração! Em alguns momentos faltou concentração.

Como depois dos 15 minutos do segundo tempo. O Brasil foi para o intervalo -- não para os vestiários, por opção, para manter o clima de pressão contra -- ganhando de 13 a 11 após constante desvantagem.

Em quatro minutos,  abriu  extravagantes cinco gols (16 a 11), mas se perdeu. Deu branco e a concentração foi para o espaço. Competência emocional foi nitidamente abalada. Talvez pelo medo de perder a vantagem e o título.

Brasil ficou cerca de 10 minutos sem fazer gol. Foi quando o técnico dinamarquês, Morten Soubak, pediu tempo para "acordar" as meninas com palavras duras ("falta comprometimento"), mas fundamentais para que voltassem a jogar com garra, inteligência e confiança.

Só que a Sérvia manteve a reação, diminuiu a diferença aos poucos e, com apoio irrestrito das 20 mil vozes, chegou ao empate ( 19 a 19) quando faltavam apenas cinco minutos para o final.

Foi aí que Duda Amorim, Dani Piedade, Ana Paula e a jovem Déborah Hannah, da Metodista, fizeram a diferença com gols decisivos. No final, 22 a 20 para um time de guerreiras e silêncio quase sepulcral no ginásio.

Festa para o Brasil, festa para Duda Amorim ( escolhida a melhor do Mundial), festa para Bárbara Babi ( melhor goleira) e festa para Alexandra Nascimento ( artilheira da equipe e melhor jogadora do mundo em 2012).

No Everest do mundo do handebol existe, enfim,  uma bandeira brasileira a tremular. Depois de longa caminhada e escalada extenuante, o sonho dourado tido como impossível vira realidade e, finalmente,  abre as cortinas de um futuro muito melhor.

Particularmente, eu também não acreditava que o bom trabalho de todos -- inclusive dos representantes do Grande ABC, especialmente da Metodista  --  mostrasse resultado relevante antes de 2016.

Amanhã, a Imprensa brasileira -- incluindo o DGABC -- vai se tocar e dar em manchete o que sempre relegou para segundo plano. Amanhã,  o olhar campeão vai mais longe, vai ganhar novos horizontes.

Os Jogos Olímpicos de 2016 terão como palco o Brasil. Outra medalha de ouro seria a glória máxima, a confirmação de novo feito memorável. Alguém duvida?  E a  Capital Nacional do Handebol será protagonista. Alguém duvida?

P.S. -- nunca é demais repetir que o professor de Educação Física, aquele que, de fato, rala na escola, é tão campeão quanto nossas meninas de ouro.

sábado, 21 de dezembro de 2013

A importância do Grande ABC (e outros) na histórica conquista do handebol brasileiro

O invicto Brasil e a anfitriã Sérvia decidem o título do Mundial de Handebol Feminino amanhã à tarde, provavelmente diante de mais de 20 mil espectadores.

Na fase classificatória prevaleceu o equilíbrio, mas as brasileiras ganharam  de 25 a 23. Agora é outro jogo. A história é diferente. Final é final. Estarão em jogo competências táticas, técnicas, físicas e, principalmente, emocionais.

Independentemente de vencer, nossas meninas já entraram para a história ao chegarem ao topo de um mundo esportivo dominado pelos europeus.

As importantes vitórias  diante da Hungria -- 33 a 31 após duas prorrogações eletrizantes -- e da tricampeã olímpica Dinamarca -- ontem, por 27 a 21, de forma incontestável -- credenciam nossas feras ao título inédito.

Até agora, nossa principal classificação tinha sido o quinto lugar no Mundial de 2011 em São Paulo. Daí a grandeza o feito do time comando pelo dinamarquês Morten Soubak. Até ele está surpreso.

Classificação para a finalíssima vem comprovar a consistente evolução da modalidade na última década. Também graças à competência da Confederação Brasileira, comandada pelo professor Manoel Luiz de Oliveira.

Elogiar o  eficaz gerenciamento técnico e administrativo não significa concordar com o continuísmo, com a perpetuação do presidente,  no poder há cerca de três décadas.  É bom ficar claro!

Nosso handebol tem crescido também graças ao envolvimento das escolas --  professores de Educação Física são verdadeiras formiguinhas operárias -- ,  à organização das federações e ao intercâmbio com a Europa. Seis selecionadas estão no Hypo,  parceiro da CBHb na Áustria, e Duda Amorim ganhou a Liga Europeia pelo Gyori, da Hungria.

Por isso,  finalmente,  nossa Seleção chega com méritos indiscutíveis ao patamar tão sonhado pelos profissionais e amantes da modalidade.

E é bom lembrar que o Grande ABC tem importância significativa nessa evolução e nessa conquista. Afinal, a região, especialmente São Bernardo -- vai receber um centro de excelência e a sede da CBHb --  ainda merece ser rotulada de Capital Nacional da Handebol.

Por muito tempo, o handebol da Metodista, capitaneado pelo diretor técnico/supervisor Alberto Rigollo, manteve a hegemonia nacional nos dois naipes (gênero soaria melhor?).

Na Liga Nacional Feminina, há poucos dias, a boa equipe de Eduardo Carloni perdeu longa hegemonia para Concórdia. Ontem, no masculino, derrota para o campeãoTaubaté. Nada que ofusque a grandeza da Metodista como instituição Amiga do Esporte.

O técnico de Metodista, Eduardo Carloni,  tem  parcela na conquista mundial porque há muito tempo mostra competência e comprometimento com a modalidade. Inclusive quando se fala em revelações caseiras.

Outra figura regional  de proa, que não pode ser esquecida, é Rubens Piazza. O professor acaba de superar inúmeras problemas orçamentários e estruturais para ganhar o título estadual por Santo André. Outro abnegado sonhador, sem dúvida!

Das meninas que  estão na Sérvia, algumas já passaram ou foram reveladas por São Bernardo ou Santo André.  A jovem Déborah Hannah ainda é jogadora da Metodista, que não se limita  ao alto rendimento; tem  16 núcleos (escolinhas de esportes) fundamentais como celeiro de campeãs e, principalmente, ferramenta de inserção social.

Outros profissionais além quadras, vinculados ou não à região, também não podem ser desprezados, esquecidos. Roeram muito osso para, com méritos, o dinamarquês chegar ao filé mignon.

Ivonete Fagundes (Mesc), Sílvio Rodrigues (Metodista/Santo André e seleção) , Flávio Pontes (São Caetano),  Moesy Aguiar (ex-supervisor de Santo André), Alexandre Schneider (campeão nacional com o Concórdia), Rita Orsi (ex-Jundiaí e hoje na Comissão Técnica da Seleção), Marisa Loffredo (ex-Guaru), Antônio Guerra (Mauá/universo) , Marcos Garcia (Osasco) e tantos outros têm lugar cativo na história do handebol.

Os gols de Alexandra Nascimento -- melhor do mundo na temporada 2012 -- e as defesas de Bárbara (Babi) são fundamentais para quem agora sonha com o título. Tanto quanto merecem destaque Duda Amorim, Dani Piedade, Ana Paula, Mayara, Deonise, Dara, Déborah Hannah, Amanda...

Mas, pelo histórico, pela dedicação,  pelos primeiros passos,  também poderiam galgar os degraus da glória atletas e ex-atletas do nível das artilheiras Zezé e Aline Chicória e das goleiras Chana e Meg. Sem no esquecermos de Valéria, Viviane Jacques, Célia, Meg Montão (a miss), Lucila, Aline (hoje em Santo André), Sílvia Helena, Rosária, Pará e mais um montão de meninas-mulheres esportistas inesquecíveis que iniciaram a caminhada ao topo.

Enfim, o Brasil quebrou a maldição das quartas-de-final (jamais passara) e agora sonha com a medalha de ouro. Todos, portanto, são "campeões". Todos, indistintamente, devem ser reverenciados.  O Grande ABC faz parte dessa conquista.

       

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Três balelas do DST de Santo André

Texto publicado dia 10 de dezembro na coluna Palavra do Leitor, do Diário do Grande ABC, de minha autoria.  A primeira parte, em análise e discussão.

Providências já!

"Concordo plenamente com o meu vizinho,  Adanor Quadros. Trânsito na rua Santo André está caótico. Além disso, pessoas mal-educadas estacionam na frente das nossas garagens. Quando chamado, quase sempre o Trânsito aparece para multar, mas agentes alegam não ter guincho para rebocar. Especialmente se for conhecido ou figurão frequentador do botequim  da esquina". (...)

No dia 14,  veio a resposta da Prefeitura de Santo André, por meio do DST (Departamento de Segurança e Trânsito).

"A rua Santo André é via secundária, ligando a rua Guilherme Marconi à Coronel Fernando Prestes. Ressaltamos que não há registro de problemas potenciais nessa via. Quanto ao estacionamento irregular, informamos que, independentemente do local, qualquer reclamação recebida é tratada igualmente pela CMT (Central de Monitoramento de Trânsito). A informação de que não temos guincho  disponível não procede, visto que a CMT e os guinchos trabalham 24 horas, sete dias por semana e atendem pelo telefone 0800-7703194".

Como reiterei as afirmações anteriores em nova mensagem ao DGABC mas o texto ainda não foi publicado,  tomo a liberdade de repetir, aqui, os fatos verdadeiros, para que não pairem dúvidas.

Não me interessa se a rua Santo André é secundária ou terciária. Movimentação é intensa. É, também, rota alternativa para São Bernardo e outros bairros. Vivo aqui há anos e não tenho por que mentir.

Ao contrário do constante no texto da Prefeitura, há, sim, problemas potenciais que travam o fluxo de veículos. Só não vê quem não quer,  não enxerga  ou não cumpre o papel que lhe compete como servidor público.

Sugiro reavaliação do comando, inclusive de mão e contramão, e que se cumpra o prometido há mais de oito meses, conforme escreveu o dr. Adanor. Nenhuma providência foi tomada!

Quanto ao estacionamento irregular, nem todas as reclamações são atendidas igualmente pela CMT. Vizinhos residenciais e comerciais já  presenciaram o exercício descarado do "jeitinho brasileiro", do "deixa-pra-lá", de vistas grossas com sorriso matreiro,  de "engana-trouxa", de certos agentes --  felizmente, poucos, diga-se -- quando o correto seria comparecer ao local e multar sem conversa e sem ver a quem.

Até mesmo por telefone -- conforme outro vizinho, Franklin --  já houve garantias de presença de agentes que nunca aconteceram. Especialmente nas noites de sextas-feiras e nas tardes de sábado, quando o álcool de certos frequentadores entra pela porta e o juízo sai pela janela.

Nós, da rua Santo André e da coronel Ortiz, já somos conhecidos das telefonistas de plantão. "Já sei! É da rua Santo André. Por causa do bar, né? Fica tranquilo. Logo logo eles saem". Repito: principalmente de sexta à noite e sábado à tarde.

Portanto, bem diferente do que afirma a PSA. Quando os agentes vêm até aqui, alguns motoristas são multados, outros conversam e são protegidos. Talvez até convidados para tomar uma caipirinha de banana, laranja e vodka absolut com o prefeito e outros políticos.

Quanto à terceira incoerência,  sobre a existência ou não de guinchos, outra fanfarronice, outra afronta. Se o serviço é terceirizado e a empresa contratada não dá conta do recado, que seja punida e/ou substituída. Isso não exime a PSA de responsabilidade.

 Minha informação é tão procedente quanto verdadeira Se alguém blefou ou falou como político candidato foi o servidor público de plantão.

O DST sabe, ou deveria saber, que o comprometimento profissional não é unanimidade. Um agente disse isso para minha esposa no feriado de 20 de novembro, uma quarta-feira. Um casal amigo, também vizinho e com o mesmo tipo de transtorno, testemunhou e participou do diálogo.

Fui achar o mal-educado, ligeiramente alcoolizado e cheio de desculpas dantescas, no Botequim Carioca. O nobre proprietário da Ranger prata, placas final 51, foi multado (quero acreditar) mas o agente disse, com todas as letras, que não poderia desobstruir o meu acesso à garagem porque "a Prefeitura não tem guincho".

Sugiro, portanto, que os responsáveis pelo DST e pela CMT não transmitam informações distorcidas, que não se valham de justificativas unilaterais nem de  manipulações verbais para confrontar verdades indesmentíveis.

Será que na próxima vez vamos precisar  gravar as conversas e identificar o agente público? Se o cara falou besteira, é problema dele. Pode até ser exceção, mas que aconteceu, aconteceu. Portanto, procede, sim, senhores a serviço do poder!

Resposta oficial da Prefeitura soa como muleta semântica. Como lorota, como bazófia a enaltecer serviços "padrão FIFA"! Como farsa deslavada a escamotear mazelas e irresponsabilidades de poucos.

Fica a sugestão para que o Poder Público analise a situação com carinho e isenção. A não fluidez do trânsito deve ser estudada, com alternativas capazes de minimizar o transtorno diário, especialmente em horários de pico e no meio do dia. Não vale querer avaliar durante férias escolares!

Também poderiam estudar o que acontece com aquele estacionamento próximo da Padaria Brasileira. Um veículo para pra entrar, outro pra sair e, coladinho, existe um semáforo de três tempos.

Conclusão tão triste quanto lógica: ninguém anda, trava tudo! E mais: por que não reavaliar o tempo destinado à travessia de pedestres? Os direitos de todos precisam ser respeitados.

Sugestão do dr. Adanor é que naquele quarteirão  só se permita o estacionamento de um lado. A discutir. Por que não? Meu zeloso vizinho também alerta para veículos estacionados  irregularmente na Abílio Soares. 

Deixo, ainda, um questionamento: por que "zona azul" para estacionamento pago em inúmeras  ruas próximas e até em outros quarteirões da própria rua Santo André e não aqui, coincidentemente, próximo do Sindicato dos Rodoviários?

Por que não? Quem pediu? Quem avaliou? Quem decidiu? Quem implementou?  Administração Aidan? Quem mantém? Grana? Quem se beneficia? Justificar que se trata de quarteirão com predominância residencial é piada.

Concluindo: antes de respostas sem consistência, puras balelas, venham checar!  E tenham um pingo de humildade para reconhecer possíveis erros. Quando reclamamos, questionamos, alertamos, apenas exercemos nosso sagrado direito à cidadania. Pode ou  também dependemos de licença?  
























terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Enfim, o sonhado título estadual do handebol de Santo André. Valeu, Piazza! Valeu, meninas!

Há títulos e títulos. Alguns são bolas cantadas. Outros,  sustentados pelo poder econômico. Também há campeões amparados na arbitragem. Há, até, conquistas creditadas ao tapetão.

Alguns times são campeões na garra, na valentia, na marra. À fórceps, buscando forças quando as esperanças estão por um fio, por um segundo, por um gol, por um tiro de sete metros.

Outras vitórias maiúsculas são consequência de planejamento, organização, técnica, tática e/ou vigor físico. Também há campeões que unem todos esses predicados de grandes vencedores.

Existem títulos procurados, garimpados, e merecidos. Outros, nem tanto. Sorte? Dou pouco crédito à sorte quando o assunto é esporte. Se fosse loteria...

Trabalho, competência, comprometimento, determinação, confiança e inteligência emocional não dão espaço para simples obras do acaso.

Pra ser campeão, muitas vezes, é preciso comer o pão que o diabo amassou. Às vezes, passar fome e sentir sede.

Pra ser campeão, muitas vezes, é preciso abrir mão da família, especialmente esposa e filhos.  Amigos são raros.  Talvez se limitem aos de trabalho.

Pra ser campeão  também existem aqueles que abdicam da saúde, da qualidade de vida. Colesterol, pressão alta,  diabetes, hérnia de disco, estresse, gota e infarto viram "inimigos" inevitáveis.

Lazer? Nem pensar! É preciso treinar, treinar e treinar. Se quiser ganhar, um dia. Especialmente quando os orçamentos dos principais adversários têm o peso de um rolo compressor. São um convite à desistência, à desesperança.

Individualidade, vontades pessoais, identidade própria? Esquece! O sonho é ser campeão. Um dia! É preciso lutar, trabalhar, não desistir nunca. Mesmo que a esperança seja remota e que o principal adversário seja um vizinho  praticamente invencível.

O primo rico -- nada contra, lógico! -- normalmente não dá oportunidades ao primo pobre.  Prefeitura rica com patrocinador forte e profissionais competentes quase sempre são sinônimos de conquistas.

O primo pobre só se lasca. Orçamento geral é pífio. Fatia do handebol é ridícula. Patrocinador? Piada! Parece agulha no palheiro. Tão raro quanto santinhos na Papuda.

Apesar de todas as limitações,  o handebol feminino de Santo André acaba de conquistar um título estadual com cara de ineditismo. Não é, mas parece. Poucos sabem, mas no longínquo 1995 o Santo André Clube repartiu a conquista com o Clube Recreativo Maxion, de São Bernardo.

Ultimamente, Santo André só batia na trave. De 2009 a 2012 foram quatro vices. Por sete anos seguidos, só deu São Bernardo. Méritos indiscutíveis da Metodista comandada por Eduardo Carlone com a supervisão do competente amigo Alberto "Handebol" Rigollo.

No último sábado, no ginásio de Camilópolis, Santo André perdeu de São José dos Campos ( 19 a 26), mas ficou com o título do Superpaulistão porque venceu o primeiro jogo, fora, por  26 a 19.

Estava mesmo  na hora! Melhor, passava da hora! Finalmente, o primo pobre saboreou uma conquista com o doce sabor de inédita. Se possível, eu daria duas medalhas de ouro para o professor Rubens Piazza.

Guardadas as devidas proporções estruturais e econômicas, Piazza está para o handebol de Santo André assim como Alberto Rigollo está para o da Metodista/São Bernardo.

Ele é o cara! O treinador respira handebol há mais de três décadas. Não é perfeito, mas exercita uma dedicação incansável, exemplar.

Piazza já foi criticado, escanteado, questionado, quase humilhado. Para muitos, não tinha status para dirigir um grande time. Como, se jamais lhe ofereceram verba, estrutura e elenco para  ganhar a medalha de ouro?

Além de salários atrasados que motivaram até greve das atletas, até bola chegou a faltar. Situação vergonhosa para o Poder Público mas que não desmotivou o grupo em busca do triunfo maior.

Ao lado de Arch, Marcão, Adauto e cia bela, Rubens Piazza enfim colhe o fruto de um trabalho árduo, calcado no comprometimento e na esperança de todos.

Ao lado de Aline, Duda,  Flávia Vidal e outras meninas-feras, meninas guerreiras, Piazza tem a honra de saborear um título conquistado com méritos indiscutíveis.

Mesmo sem patrocinador e sem o devido respeito do Poder Público, que sempre fez pouco mais que o mínimo, sempre olhou a modalidade com certo desdém, o grupo comandado por Piazza chegou ao topo estadual.

Que em 2014, com a anunciada secretaria específica, o handebol e o Esporte de Santo André voltem a ser respeitados. Com orçamento digno -- fala-se em 57 milhões --  e pessoas competentes e comprometidas -- a conferir -- , é possível sonhar. É possível voltar a brilhar!

Piazza, você é o técnico, o líder, o cara! Obrigado! Estenda os cumprimentos e os louros da vitória às meninas e ao grupo de trabalho.

Sinta-se abraçado por uma cidade. Ao menos pelos verdadeiros esportistas. Aqueles que não lhe negarão respeito e aplausos.

Se tiver de chorar, chore lágrimas de felicidade, lágrimas de um verdadeiro campeão. E cuidado com o coração!


sábado, 14 de dezembro de 2013

Ramalhão no caminho certo

Depois de tantos rebaixamentos e inúmeras decepções dentro e fora de campo, parece que o Santo André está se esforçando para entrar nos eixos. Ao menos não está a pecar por omissão. Tampouco por  irresponsabilidade diretiva.

A herança do Saged(d) -- Santo André Gestão Empresarial e Desportiva (Desastrosa) -- quase foi letal. A transição com cara de salvação foi conturbada por conta de um sem-número de exemplos de incompetência.

Com certeza, não foi fácil para  os loucos apaixonados Celso Luiz de Almeida e Jairo Livólis assumirem tarefa tão indigesta.  Sem dúvida, uma verdadeira bucha de canhão.

Um clube sem patrocínio, sem time e principalmente sem credibilidade por conta das mazelas de quem assumiu  o futebol e destruiu a imagem do Ramalhão.

Dívidas trabalhistas, especialmente com o INSS, ainda são gigantescas,  mas o que interessa é que o futebol está vivo. Cambaleante, capenga e fragilizado, mas vivo.

Melhor do que isso. Dá a impressão de que o aplicado técnico Roberto Fonseca e os dois caras "malucos" podem levar o Santo André a dias melhores.

A começar pela equalização das dívidas, pela condução  técnica e pelas contratações.  Contratações  dos experientes volantes Diogo Orlando e Marcinho Guerreiro são bem-vindas. Desde que armadores, meias e -- por que não? --,   laterais tenham capacidade técnica e vitalidade cavalar.

Na frente, a preferência momentânea dos treinadores é por um goleador e um atacante de velocidade. Nunes é polêmico, mas  vivido, artilheiro e brigador. Pode fazer sucesso com outro goleador, mais leve, ou mesmo com um velocista capaz de ser opção de contragolpes mortais.

Sem falar que, segundo matéria do DGABC,  que também está por chegar mais um reforço de peso. Calma, não é o Valter! Pode  até pintar outro bom goleiro, mas os mais cotados são Neneca e Júlio César.  Ambos já fizeram bons campeonatos por aqui. Só que não são baratos.

Ex-São Bernardo e Guaratinguetá, o meio campista Michel e o lateral-esquerdo e armador Renato Peixe  também são rodados e donos de bom futebol. Se der liga, vai dar jogo.

Boa espinha dorsal, com perfil da A-2, e técnico de respeito significam meio caminho andado para não se decepcionar.  Quem sabe o Ramalhão possa de fato sonhar com o acesso?

Só não pode é repetir a performance ridícula do  vizinho e rival São Caetano, onde nomes de bom currículo decepcionaram. Por não fazer das individualidades um  conjunto forte, o Azulão dançou.

Um amontoado de bons jogadores não significa nada se o comando não acertar a mão, o esquema. Se não formar um time de verdade, com opções táticas capazes de impor respeito, não resiste.

Mesmo sem grana e atolado em dívidas, o Ramalhão  acredita na chegada de parceiros/patrocinadores importantes para 2014. Respaldo  seria importantíssimo para reduzir déficit e montar elenco. 

Se a Prefeitura participar -- sem abusos políticos e sem troca de favores duvidosos --  com a simples indicação de potenciais parceiros, a coisa fica melhor ainda. A cidade merece um time capaz. O torcedor merece voltar a sorrir e a se orgulhar. 

Caminho parece bem calçado e definido. Time não é fraco não! Só não pode tropeçar logo no início do Campeonato Paulista. Ganhar e convencer de cara é fundamental como elemento motivacional. O tiro é curto. Tem de ser certeiro, na mosca.        

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Secretário de segurança longe dos números reais

Matéria no caderno Setecidades do DGABC de segunda-feira mostra  que a segurança (?)  da vila Assunção servirá  como referência para a Operação Natal Seguro.

Cuidado, Papai Noel, é melhor pôr as barbas de molho. Trenó blindado é café pequeno! Baixada Fluminense é mais segura.

Implantada desde ontem pela Secretaria de Segurança Pública Urbana e Trânsito de Santo André junto com polícias Militar e Civil, além da Guarda Civil Municipal, ação conjunta visa atuar em centros comerciais e reduzir o número de roubos e furtos na época natalina.

Conforme o texto, "experiência bem-sucedida" na vila Assunção se repetirá. "Com atuação "presencial, a PM e da GCM  conseguiram reduzir o número de roubos e furtos no bairro em 70%, de julho a novembro, segundo dados do Infocrim (Sistema de Informações Criminais) usados pela polícia.

Lamento, mas os números (porcentuais) anunciados, provavelmente  pelo secretário de Segurança de Santo André, José Luiz Navarro, não condizem com a realidade.

São oficiais e merecem crédito, mas não são reais. Repórter e secretário poderiam até ter checado veracidade in loco, junto a comerciantes e moradores, sem rabo preso.

Números do Infocrim são oficiais, mas, repito, distorcidos da realidade, do que acontece no dia a dia.
Especialmente de sexta-feira a domingo à noite.

Ressalte-se:  por  interesses comerciais, preguiça, falta de confiança em atitudes das autoridades e/ou mal atendimento nas delegacias, a maioria não perde tempo com Boletim de Ocorrência.

"A presença de GCM, do PM e do policial civil dá resultado. Onde eles estão, não ocorrem crimes". Afirmação do entrevistado ao jornalista. Atenção especial à frase!

Na sequência da matéria, sem aspas do autor, o texto continua: Assim foi feito na vila Assunção, principalmente na região que abrange a rua Santo André e o largo da matriz, após reclamações de moradores.

E mais, ainda segundo o texto do DGABC: Devido ao alto número de ocorrências, o GGI ( Gabinete de Gestão Integrada) do município tratou de aumentar as ações de  ostensividade (?) e visibilidade (?) para coibir e diminuir os delitos.

Como jornalista aposentado, mas ainda sério, prefiro não avaliar a qualidade da matéria de forma global. Como cidadão e morador exatamente citada rua Santo André, posso e devo me manifestar.

É bom lembrar que a operação, de verdade, começou apenas ontem, inclusive com Base Comunitária Móvel registrando presença meteórica diante da igreja. Portanto, a informação não bate com a realidade.

Antes, o  que tínhamos, de fato, era a presença ocasional -- ocasional -- de viaturas da GCM ou da PM na praça diante da  Matriz, cujo padre foi vítima de dois assaltos em pouco tempo.

Nada além disso. Nada presencial mesmo. Nada ostensivo. Pelo contrário. Cheguei até a constatar um absurdo num domingo: durante a famosa e sempre lotada missa das 10h, lá estavam duas viaturas com quatro GCMs.

Me engana que eu gosto! Pressão pura! Visibilidade pra enganar os menos avisados! Alguém assaltaria o padre exatamente durante a missa das 10h? 

Se  algum malandro tivesse de agir, o faria às 16h30min, quando a igreja estava praticamente às moscas. Não havia nenhuma viatura da PM ou da  GCM. Tampouco algum agente público de segurança. Isso é apenas um detalhe.

Vamos aos números. É bom lembrar que vou me restringir somente ao que sei, ao que tomei conhecimento nos últimos meses no meu quarteirão, de apenas 150m de extensão, bem próximo da Matriz, teoricamente protegida e privilegiada. Imagine se falarmos da rua inteira ou do bairro como um todo.

Fatos -- eu disse fatos -- e serem acrescentados aos números do senhor secretário e possíveis BOs do Infocrim: sequestro relâmpago a uma jovem moradora do edifício Domus, três arrombamentos de veículos, além de três estepes surrupiados e um Fox vermelho furtado do outro lado da rua, a 12m dos meus olhos.

Num deles, houve tiroteio diante da minha casa. O segurança bancado pelo Botequim Carioca - ponto de encontro de políticos, autoridades e demais amigos do rei/poder --  atirou cinco vezes no casal de ladrões ocupantes de um Corolla automático roubado.

Atemorizado, junto à porta de vidro, e protegendo esposa, filha e netos, ainda presenciei o quinto disparo do segurança. O ladrão correu para a esquerda e a acompanhante para a direita. Sumiram!

Polícia até que chegou rápido, apesar da demora para o atendimento automático. Justificativa da PM para a  frieza e a lentidão na resposta telefônica via secretária eletrônica: excesso de ligações nos finais de semana. Bandidos correndo e eu sem ação,  ainda ouvindo aquela voz...

Calma, caro leitor, há outra ocorrência relevante, no mesmo quarteirão.  Há três meses, em plena semana de eleições sindicais, num belo finalzinho de tarde, levaram nada menos do que R$ 500 mil reais dos "cofres" do poderoso Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários.

Não me perguntem por que tanto dinheiro assim na moita. Não me interessa! Só sei que ninguém viu nada. Se é que havia seguranças particulares, também não evitaram o limpa.

Com o perdão da ironia, isso tudo porque, segundo o secretário, com base na redução de 70% estampada pelo Infocrim, "onde a GCM, a PC e a PM estão não ocorrem crimes.

Então, onde eles estavam? Rezando?

Portanto, infelizmente, a segurança da nossa vila Assunção não serve de exemplo pra ninguém.  Se alguém tiver alguma dúvida, inclusive o jornalista e o secretário, basta dar um pulinho na outrora tranquila rua Santo André. Com segurança particular, claro!

Em tempo: minha casa está à venda. Local nobre! Laje blindada!     


sábado, 7 de dezembro de 2013

Sobre torneiras e lixeiras

Mesmo em recuperação de  forte gripe e estiramento muscular de segundo grau ( reto-femoral direito), voltei a caminhar hoje de manhã no Parque Central.

Horário, entre 10h e 11h, não foi dos melhores, reconheço. Um calorão danado. Nosso sonhado cartão postal  -- quem sabe quando nossas autoridades acordarem  de fato -- não estava lotado.

Pelo contrário. Pouca gente! Como em todas as ruas pelas quais passei aqui na vila Assunção. Pelo que vi depois, na TV, acho que todo mundo estava na 25 de Março. Já viu, né? Compras de Natal.

Detalhe, de hoje, é que, mais uma vez -- e quase sempre aos finais de semana -- não havia água nos bebedouros da parte alta, entre os acessos pelas ruas Visconde de Mauá e Javaés.

Havia placas -- muito mal localizadas, por sinal -- com orientação para economizar o precioso líquido, mas não havia água. Em alguns bebedouros, não havia nem torneira completa.

Dizem que os furtos são constantes e inevitáveis. Lógico! Ninguém toma conta. Os GCMs raramente saem da toca. Repito a sugestão: por que não colocar aquela torneira de tempo, de toque, embutida.

Como em São Bernardo, na avenida Kennedy,  e em Piracicaba, no belo parque à beira do grande rio. Apertou, usou, economizou.  Sem desperdício e sem ninguém a dilapidar o bem público.

Por falar em bebedouro, a dispensável placa de indicação (bebedouro para cães) continua lá, mas nada de água para os animais.

Depois,  querem advertir quando os donos colocam os cachorros para matar a sede nos bebedouros normais. Ninguém estará com a razão! Conflito poderia ser evitado.

Uma das alegações das administrações, há quase dois anos, é de que moradores de  rua estavam usando o local para se banhar. Mais uma desculpa esfarrapada!

Conversa fiada! Quem quer continua tomando banho, de sabonete e tudo, a 200m dali. Eu vi! Ninguém me contou, não!

E com direito a lavar a roupa e colocar para quarar no belo gramado dominado por duas viuvinhas e pelos três quero-queros  barulhentos e agressivos para proteger  dois filhotes recém-nascidos.

Citei as torneiras, mas sinto necessidade de voltar a falar também das lixeiras. Que vergonha, hein! Até quando, senhores do Departamento de Parques e Áreas Verdes, vinculado à Secretaria de Obras Públicas comandada por Paulinho Serra.

É fácil responder ao DGABC e afirmar que a partir de janeiro entra dinheiro do Governo Federal e o Parque Central vai passar por significativa revitalização. Parece que o GF é a salvação para tudo! Cuidado! Confiar em terceiros nem sempre é bom negócio.

Desde a metade da  gestão Aidan  Ravin o estado das lixeiras são um lixo. Poucas resistiram ao tempo e aos homens. Por falta de educação do usuário. Por falta de manutenção, orientação e fiscalização do Poder Público.

Problema não é de agora. São pelo menos três anos sem lixeiras inteiras. Compromisso do ex-prefeitão, dizem, era de abrir licitação para comprar  lixeiras  para vários espaços públicos. Seriam 70 só para o Central. Não comprou sequer uma!

Carlos Grana está no poder há um ano e também não fez nada. Parque passa por manutenção enganosa e maquiagem cíclica. Nada mais! É só frequentar e prestar bastante atenção. Inclusive nos esgotos e nos lagos.

Então, a responsabilidade é dos dois! Como o primeiro já era, que o segundo se vire! Ligue pra Dilma!

EM TEMPO: hoje, dois dias depois, não havia água, nem torneira, no parquinho das crianças. Absurdo²! Incompetência³!  Funcionária da administração culpou "molecada que rouba" e o "Semasa que não leva caminhão pipa". Com a palavra, o secretário e o prefeito. Se for pra mentir ou vir com conversa mole, é melhor calar a boca.  

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Toda incompetência será perdoada. Inclusive do Esporte Clube Santo André/Saged. Uma vergonha!

À sombra do ex-sempre-presidente Lula e dos cínicos  da impunidade capitaneados por dona Dilma, o Governo Federal está prestes a cometer outro absurdo. Mais uma excrecência.

Projeto-de-lei de autoria do deputado federal  e futuro relator Vicente Cândido está no forno para ser estrategicamente apresentado por outro "nobre" da bancada da bola. Verdadeira afronta à dignidade e à inteligência do cidadão comum.

Anistiar 90% das dívidas dos clubes com o INSS e com a Receita Federal é um chute na bunda de qualquer ser humano minimamente comprometido com as letras da lei e com valores cultuados desde a infância.

Os outros 10% seriam saldados provavelmente com o dinheiro "transparente" do dono do hotel de Brasília que  pretende empregar o chefe dos mensaleiros.

Em síntese, ficaria assim: a dívida astronômica dos  principais clubes brasileiros, superior a R$ 4 bilhões, seria perdoada em troca de pseudos projetos sociais,  financiados pelo próprio governo.

Será que temos cara de trouxa, voz de trouxa, olhar de trouxa, ouvidos de trouxa, atitude de trouxa? Detalhe é que o Governo Federal vai emprestar a devedores contumazes, de longa data. Serasa e cartórios  são íntimos.

Quase todo dirigente de clube vinculado ao  futebol profissional  é como pau que nasce torto e morre torto.  A maioria pode envergar, mas não se emenda! Nem com a bolsa-Timemania. Nem com o questionável perdão do poder maior.

Deputados nada nobres anseiam pela chancela de dona Dilma para financiar, com o nosso dinheiro, duvidosos projetos sócio-esportivos para crianças carentes do entorno do devedor.

Os clubes ofereceriam praticamente só o espaço em troca da dívida. O resto o GF garante. Coisa de caloteiro respaldada por mensaleiro. Acho que me entendem! Soa como pleonasmo.

Então, no caso, o devedor, o dirigente irresponsável,  o mau gestor, vai ser premiado. Passa de ano com louvor. Lógico que, mais uma vez,  a maioria  não vai cumprir a tarefa primária. E se  pagar a derradeira promessa vai ser com o nosso joelho.

Merecem nota zero como gestores de recursos humanos e financeiros. São devedores, mas  a maioria investe milhões em contratações duvidosas e salários astronômicos para treinadores tratados como estrelas. Pura insensatez!

Débitos são consequência. Com o aval presidencial, contadores e/ou gerentes  administrativos  descontam e recolhem porcentagem de funcionários de todos os escalões --  de técnicos e jogadores a eletricistas, cozinheiras e cia --  dos clubes, mas não repassam ao INSS e à Receita Federal.

Até o FGTS, direito conquistado pelo trabalhador, é intencionalmente "esquecido". Pura fraude em todas as esferas. Quando dá, fazem acordo, depositam e saldam tudo ou parte no momento da rescisão trabalhista.

Todos os responsáveis deveriam, sim, responder criminalmente em vez de serem premiados com um perdão imperdoável. Como qualquer cidadão comum. Enquanto isso, o INSS vem a público para anunciar rombo atrás de rombo. E sobra para o aposentado, o sempre-enganado. 

Todos os grandes clubes serão beneficiados com o perdão quase certo. E também o nosso pequeno mas respeitável  Esporte Clube Santo André, de quem sou credor moral e legal na esfera do INSS. É bom não esquecer!

O quase sempre dedicado e escorregadio presidente do nosso Ramalhão, Celso Luiz de Almeida, afirma, veladamente, que a responsabilidade por débitos fiscais superiores a R$ 3 milhões é do desastroso ex-Saged comandado por Ronan Maria Pinto.

Poucos sabem, e não é nenhum pecado,  mas o ainda mandatário do clube do Parque Jaçatuba é chegado, companheiro, talvez  até amigo,  de Vicente Cândido, o anunciado deputado autor que vai virar relator para deitar e rolar no texto final da indecência governamental. Vale tudo pelos caloteiros! É nóis! 

Pausa para tomar fôlego... O petista Vicente Cândido também é amigo e  (dizem) sócio de Del Nero,  presidente da Federação Paulista, além de vice e candidato cotadíssimo à presidência da rica CBF.

Comandada por José Maria Marin, o chefe da confraria  que paga mensalinho para as federações em troca de votos que os eternizarão no poder, a CBF sempre escora os donos do poder, quem manda. Tanto quanto a FIFA de Joseph Blatter.

Cada um no seu curral e com significativa parcela de mandonismo. Para muitos, voz de prisão é café pequeno. Para nós, pobres mortais, que exigimos nada mais do que nossos direitos, nenhum beneplácito fiscal. E se falar muito, leva processo por calúnia. Verdade dói, né?

Experimente, leitor não privilegiado, não bolsista, não invasor, não mensaleiro, não puxa-saco... Experimente  só não pagar impostos, taxas, pensões alimentícias, contribuições sindicais, INSS, Cofins, IPTU, FGTS, IPVA e outras siglas. Além da vergonha, cadeia! Chi-lin-dró!

Enquanto isso, nos cada vez mais nojentos subterrâneos de Brasília, o Congresso está pronto para anistiar tamanha irresponsabilidade diretiva. É uma afronta à sensatez. Cheiro de promiscuidade!

No fundo, a molecagem, a esperteza dos dirigentes e seus protetores tem forte odor de sacanagem, de desonestidade. Não se limita à simples irresponsabilidade com o fisco e com os funcionários.

Falta pouco para mais um gol da bancada da bola. A mesma do desprezável jeitinho brasileiro. O calote está instituído, encastelado,  e o brasileiro de bem,  envergonhado. Afinal, perdoar é um ato divino... Mas perdoar sacanagem?

Desde que se ignorem as mazelas e se protejam  os interesses dos amigos do rei, institui-se no futebol a polpuda bolsa-incompetência ou bolsa-escola-da-malandragem. Assim como no bolsa-família, todos farão reverência e votarão nos indicados dos reis, no Planalto, na CBF e na FPF .

Com a bênção de  Dilma, Maluf, Lula, Sarney, Marin, Del Nero, Ricardo Teixeira, João Havelange, Joseph Blatter e todo o pessoal da Papuda. Todos aplaudem e respaldam o deslize clubista, mais conhecido como calote programado.

Alguma surpresa? Nenhuma, claro! Basta olhar o timaço...  Se ficarem na dúvida, consultem o  Joaquim ou o Francisco. Aprendam a exercitar a justiça com o juiz e com o Papa. Mesmo com certos exageros do juizão, convenhamos.











terça-feira, 3 de dezembro de 2013

O adeus de mais dois gênios da bola

Desse jeito, o time do céu vai ficar imbatível. Mais dois craques se vão. A bola está órfã. Assim é a vida. Um dia Pelé também dirá adeus.

Numa semana se vai Nilton Santos, a Enciclopédia do Futebol. Na outra, Pedro Rocha, um maestro. Ou, como diziam na década de 70, dom Pedrito ou o imperador dom Pedro III.

Pouco posso falar de Nilton Santos. Sei que era difícil, carimbada, nos álbuns da época. Quando foi bicampeão do mundo no Chile, em 62, eu tinha apenas sete anos. Como parou em 64, o vi muito pouco, pela TV (preto e branco, lógico), com a camisa do grande Botafogo.

A Seleção de 62 tinha Gilmar, Djalma Santos, Zito, Didi, Garrincha, Vavá, Zagalo, Pelé e cia. O Botafogo tinha Manga, Garrincha, Didi, Quarentinha, Zagalo, Amarildo e outras feras.

Ouvi muito sobre Nilton Santos porque ele era um dos ídolos do meu pai, também lateral-esquerdo e depois quarto-zagueiro. Seu Valério o colocava no mesmo  patamar de Garrincha, Didi, Djalma Santos, Leônidas, Zizinho,  Domingos da Guia e Luisinho, o Pequeno Polegar, ídolo do Corinthians.

Sempre de cabeça erguida, desfilava em campo. Exemplar raro de técnica e elegância no domínio e na condução da bola, raramente precisava pôr a bunda no chão. O contraponto daqueles laterais botinudos, valentões, limitados a marcar com porradas e carrinhos desnecessários. Naquela época, lateral era para colar no ponta. E fim de papo.

Porém, Nilton Santos -- que um dia sugeriu a contratação de Garrincha ao levar um baile do menino-gênio de pernas tortas -- não só marcava com categoria como ousava atacar, contradizendo a lógica e as ordens expressas dos treinadores de outrora.

Um homem simples, sem vaidades, de muitos amigos. Um craque de quatro  Copas do Mundo. Um craque do mundo. Agora um craque divino.

Tanto quanto o uruguaio Pedro Virgilio Rocha, considerado por Pelé um dos cinco maiores jogadores de futebol do mundo. Pedro Rocha também disputou quatro Mundiais. Não ganhou pela seleção uruguaia, mas pelo Penharol foi bicampeão mundial interclubes, tri da Libertadores e octa nacional.

Em 70, após a Copa do México, veio para o São Paulo, que não ganhava título há 13 anos. Dedicou-se mais à construção do Morumbi e permitiu que a hegemonia ficasse com o Santos de Pelé e o Palmeiras de Ademir da Guia, outro expoente da época.

Pelo Tricolor, dom Pedrito foi duas vezes campeão estadual e uma brasileiro, em 77. Encerrou carreira no Coritiba, como campeão. No São Paulo, formou um dos meio-campo mais  completos e eficientes que eu já vi, ao vivo.

Edson Cegonha ( pelas pernas longas), ex-lateral-esquerdo do Corinthians, e Gérson, ex-armador do Botafogo e da Seleção Brasileira,  completavam um trio de ouro num esquema que já alternava 4-2-4 com 4-3-3. Edson  marcava como poucos; Gérson ajudava na marcação, lançava e armava.

Pedro Rocha  cercava, armava, lançava, criava, penetrava e concluía com a competência de grandes. Fazia gol -- mais de 100 -- de tudo quanto era jeito. De falta, de fora da área, de dentro, de cabeça. Quase sempre com a classe dos geniais.

Pedro Rocha desfilava a sobriedade e a elegância de Ademir da Guia, com as passadas largas do Divino. Só que sempre foi bem mais meia goleador do que meia armador. El Verdugo (  o carrasco) foi sensacional.

Pode ser comparado ao Roberto Rivelino da década de 70 e a Zidane, o craque francês que nos humilhou na Copa de 98. Quer saber, pra mim, foi mais completo do que ambos.

Um artista operário inesquecível para uruguaios e brasileiros. Tanto quanto para são-paulinos, corintianos, palmeirenses e santistas. Torcedores do Penharol o idolatram até hoje.

Ouso dizer, sem menosprezo, que no São Paulo de hoje Pedro jogaria com uma perna só. Jadson e Ganso, que são bons e já vestiram a amarelinha, não jogam metade do que jogou Pedro Rocha.

Esse sim era craque. Por isso o time celeste transborda de felicidade. Os torcedores e fãs de deuses da bola já sentem saudade.