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domingo, 20 de dezembro de 2015

Barcelona e Noruega: show, aula e tri

O domingo foi um pouco diferente. Afinal, sem Campeonato Brasileiro de Futebol, é muito chato. Sem Corinthians, a coisa fica pior ainda.

Mas o dia foi bem interessante para o esporte mundial. Afinal, o Barcelona  passeou, deu show em Yokohama  e enfiou 3 a 0 no River Plate, conquistando o título do Mundial Interclubes de Futebol pela terceira vez ( 2009, 2011 e 2015).

À tarde, agorinha, na Dinamarca, a seleção feminina da Noruega também passeou;  deu outra aula de handebol, atropelou a Holanda ( 31 a 23) e  conquistou  o Mundial (1999, 2011 e 2015).

Se de manhã o show  saiu dos pés de Messi, Suárez e Iniesta -- ainda lesionado, Neymar não brilhou mas participou de dois gols -- à tarde o brilho ficou por conta das mãos de Mork, Loke, Harrem e  Grimsbo.

De manhã,  no Japão,  o River Plate não passou de  mero coadjuvante. Foi dominado mas pelo menos marcou de forma ostensiva no primeiro tempo, quando tomou o gol de Messi aos 35 minutos.

No segundo, cansou, afrouxou a marcação e levou um passeio e mais dois gols de Suárez. Placar moral seria pelo menos 5 a 0. Bravo só fez duas defesas difíceis.

À tarde, na Dinamarca, a aula foi  da favorita. Seis vezes campeã europeia e bi olímpica, a Noruega foi quase perfeita nos primeiros 30 minutos -- 20 a 9. Aproveitamento de  62%, contra 29%.

Com grande atuação ofensiva -- velocidade, precisão nos arremessos, leque de opções e jogo coletivo --  e um paredão defensivo, com destaque para quatro defesas muito difíceis da goleira  Grimsbo, a Noruega deitou e rolou.

Até então invicta, a  Holanda ficou longe do apresentado antes da decisão. Defendeu sem a costumeira regularidade e atacou de forma precipitada. Por isso a  extravagante diferença de 11 gols na primeira etapa.

Holanda até que voltou melhor no segundo tempo -- entre o quinto e o 22º minuto -- quando marcou melhor, com mais agressividade,  atacou com consciência e diminuiu a diferença para cinco gols.

Pura ilusão!  Mesmo sem a mesma concentração e a mesma performance do primeiro tempo, a Noruega voltou a se impor nos oito minutos finais e abriu oito gols.  Tanto que seu aproveitamento foi de 52%, contra 39% das meninas laranjas.

Título justo para as favoritas e fortíssimas candidatas à medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. Vice com méritos para uma Holanda que  chegou como zebra e saiu aplaudida.

Romênia ficou em terceiro lugar ao  fazer 31 a 22 na Polônia, o que definiu a seleção brasileira como 10ª colocada no Mundial. Nossa menina de ouro, Duda Amorim, recebeu premiação como melhor jogadora do mundo na temporada 2014/2015.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Handebol: Holanda passeia, Noruega sofre

Noruega e Holanda vão decidir o título do Campeonato Mundial de Handebol Feminino da Dinamarca. Favorita e zebra se enfrentam domingo à tarde.

Nas semifinais de hoje  -- 123 gols em dois jogos -- foram  mais dois grandes jogos, com handebol de alto nível técnico e uma carga de  emoção e  dramaticidade capazes de mexer com os nervos de  qualquer verdadeiro esportista.

Na primeira semifinal de hoje à tarde a jovem seleção holandesa atropelou as polonesas -- 30 a 25 -- porque, positivamente, abusou da velocidade.

Sem dúvida, performance de gente grande, com virtudes táticas, físicas, coletivas e individuais, tanto na defesa quanto no ataque.

Em momento algum a vitória esteve ameaçada, porque, ao contrário, a Polônia marcava mal e se precipitava no ataque, ficando longe das virtudes que mostrou diante das favoritas russas.

Diante de um esquema 6-0 mais conservador, com a defesa baixa,  bem colocada na linha seis metros, a Polônia  inventou (?) um 6-0 flutuante. Quando não, dissimulado, porque virava 5-1 ou 4-2 num piscar de olhos.  

O problema é que cada piscar de olhos custava um gol. Aos 5 minutos a Holanda já ganhava de 5 a 2, aos 15,  de 8 a 4; aos 25, de 12 a 7 e aos 30, no encerramento do primeiro tempo, fechou com os mesmos cinco gols de diferença -- 13 a 8.

Segundo tempo da Polônia foi menos instável e o jogo ficou mais equilibrado. Especialmente porque mostrou evolução no ataque e mais agressividade defensiva, diminuindo os espaços da Holanda, que oscilou e perdeu o ritmo na metade da etapa.

Aos cinco minutos a Holanda abriu 18 a 9; aos 10, 21 a 13, aos 15, 23 a 16; aos 20, 24 a 20 e aos 25, 27 a 22. A marcha progressiva da contagem retrata o momento holandês, sem se abalar com uma Polônia cada vez mais determinada.

Insuficiente para superar um time que hoje foi superior em todos os aspectos.

                                            Vitória dramática da favorita

O segundo finalista saiu agora há pouco, com a vitória dramática da Noruega sobre a Romênia na prorrogação -- 35 a 33. Bicampeã mundial e olímpica, além de garantida nos Jogos Olímpicos de 2016 no Brasil, a Noruega fez jogo de alto nível e muito equilíbrio diante da zebra romena.

Na primeira fase, Grupo D,  a Noruega só perdeu da Rússia, enquanto que a Romênia teve três derrotas, uma delas para a própria Noruega, por 26 a 22.

Com muita velocidade e invejável leque de opções ofensivas, tanto com as pontas quanto com a pivô, além de contra-ataques diretos e arremessos de fora, a Noruega só não esteve à frente ou igual no placar no início -- 5 a 6 aos 10 minutos -- e aos 51 minutos -- 23 a 24. .

Aos 20 as favoritas abriram três gols -- 13 a 10 --, mesma vantagem dos 15 minutos, com 16 a 13, para fechar em 17 a 14, comprovando superioridade indiscutível.

Aos 10 minutos do segundo tempo o jogo já era outro, mais equilibrado,  porque a Romênia mudou a postura defensiva. Mas a diferença se manteve em três gols -- 20 a 17.

Entre o 10º e o 20º minuto a Noruega perdeu o ritmo, perdeu a competência emocional,  e a Romênia cresceu, na defesa e no ataque. Tanto que igualou em 23 gols aos 20 minutos.

Faltando cinco minutos a vantagem norueguesa era de apenas um gol -- 27 a 26. Daí até o final tempo regulamentar, equilíbrio total. Tanto que  prevaleceram a igualdade -- 27 a 27 --, a dramaticidade e inúmeros momentos emocionantes.

Na prorrogação a Noruega fechou os primeiros cinco minutos com 31 a 29, aproveitando a vantagem de estar com uma jogadora a mais por dois minutos. No início dos cinco minutos finais a Noruega abriu três gols,  mas a Romênia reagiu e voltou a diminuir para 33 a 32, além de ficar com uma jogadora a mais,  quando faltava pouco mais de um minuto.

Romênia diminuiu quando faltavam 30 segundos -- 34 a 33 -- mas  a Noruega fez o gol da classificação faltando dois segundos. Final: 35 a 33 num jogo emocionante. Uma aula de handebol.
Com certeza a escola das nossas meninas de ouro não estava #ocupada.

A família handebol agradece. 




 

  

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Mundial de Handebol pulveriza favoritos

O Mundial de Handebol Feminino, em disputa na Dinamarca, tem apresentado como características principais grandes jogos e a pulverização dos favoritos.

Já foram eliminados o último campeão (Brasil) e o vice (Sérvia), além de potências como a própria Dinamarca (anfitriã e um dos berços do handebol),  Rússia, França, Espanha e Alemanha.

Sobraram os semifinalistas de amanhã: Noruega x Romênia e Polônia x Holanda. Definições aconteceram ontem,  com  jogos excepcionais.

No principal e mais dramático deles, diante de 12 mil torcedores fanáticos e profundos conhecedores do esporte, a Dinamarca, tricampeã olímpica,  foi derrotada pela Romênia por 31 a 30, com o gol decisivo nos últimos segundos da prorrogação.

O equilíbrio predominou do começo ao fim. A Dinamarca com mais velocidade, transpiração,  determinação e participação decisiva do torcedor. Como franco-atiradora, uma  Romênia mais  madura, consciente, centrada e  com melhor índice de produtividade.

Ligeiramente superiores, algozes do Brasil fecharam o primeiro tempo com três gols de diferença -- 13 a 10. No segundo, mesmo pecando pelo nervosismo e por erros primários de passes, finalizações e posicionamentos,  a Dinamarca foi guerreira e chegou ao empate -- 27 a 27. Na marra!

Detalhe é que, com o cronômetro zerado -- 60 minutos -- a Romênia ainda teve um tiro de sete metros -- pênalti --  a ser cobrado pela artilheira Neagu, melhor do mundo em 2010.

Só que a goleira Poulsen fez grande defesa, provocou muita festa dentro e fora da quadra e levou o jogo para a prorrogação de 5x5min. Faltando cinco segundos, com 30 a 30, a Romênia foi à frente e fez o gol da vitória com o cronômetro zerado. Haja coração! Haja decepção!

Cristina Neagu, com  extravagantes 15 gols,  foi eleita a melhor do jogo. Assim como  contra o Brasil, a goleira Ungureanu voltou a brilhar.

No outro jogo de encerramento da rodada, a última favorita -- ainda --  Noruega reuniu méritos mas encontrou enormes dificuldades para superar Montenegro por apenas um gol -- 26 a 25.

Pouco antes, a Polônia exterminou a fortíssima Rússia, até então 100% no campeonato. Em jogo de intensa aplicação defensiva, parelho do começo ao fim,  a surpresa ganhou de um gol -- 21 a 20 -- após primeiro tempo de 11 a 9.

Além da defesa agressiva e do jogo coletivo, destaque  foi a goleira polonesa, Gawlik, que entrou na metade do segundo tempo e fez pelo menos três defesas incríveis.

Adversário da Polônia, amanhã, vai ser a Holanda,  que atropelou a favorita França por 28 a 25, após 15 a 12 na primeira etapa. Goleira Wester, da Holanda, também foi brilhante e ganhou o prêmio como melhor em quadra.

Finalíssima será domingo. Façam suas apostas! Sem se esquecer da zebra. Só uma favorita ainda sobrevive: a Noruega. Chegará à decisão?

SporTV e ESPN mostram Holanda x Polônia às 15h e Noruega x Romênia às 15h45min desta sexta.



domingo, 13 de dezembro de 2015

Meninas de ouro dão adeus ao sonho do bi

O sonho do bicampeonato mundial de handebol acabou  para o Brasil. Agora há pouco, na Dinamarca, nossas meninas de ouro perderam de 25 a 22 para a Romênia.

Embora surpreendente, a eliminação não deve ser vista  como  o pior dos mundos. Afinal, os europeus estão na estrada do handebol há muito mais tempo do que a gente. Aprendemos com eles. E ainda temos muito a evoluir. Jogar mal e perder faz parte do esporte. Nem sempre ganha o melhor, o favorito.

Por isso a até então invicta Seleção Brasileira precisa encarar a  doída derrota de hoje como grande lição. Onde erramos? Por que erramos tanto? O quê manter? O quê mudar?  O momento pede  rígida avaliação de todos os envolvidos, da confederação às jogadoras,  com serenidade, humildade e consciência.

Quarta colocada do Grupo D na fase classificatória, a Romênia  comandou o placar do primeiro ao último minuto - cedeu o empate apenas no 5 a 5, no golaço da goleira Babi --  e, com méritos, diga-se,  passou por cima das primeiras do C e campeãs mundiais em 2013 na Sérvia.

Primeiro tempo das comandadas do técnico dinamarquês Morten Soubak  -- incluindo quatro jogadoras que atuam na Romênia -- foi decepcionante em todos os sentidos, em todas as vertentes determinantes de vitórias e derrotas.

Desvantagem parcial de extravagantes cinco gols -- 13 a 8 -- foi consequência de erros individuais e coletivos. Ofensivamente, o Brasil perdeu três  tiros de sete metros -- pênalti -- e em pelo menos seis oportunidades fico cara a cara mas parou na goleira Paula Ungureanu, a melhor do jogo.

Além de esbarrar num sistema defensivo (6-0) compacto, forte e determinado, que permitia raras penetrações e arremessos da linha de nove metros, nossas meninas também não defenderam com consistência. Marcação foi passiva demais. Mesmo com todas as trocas do técnico Morten.

Diferença ficou patente na postura, na competitividade e nos números da primeira etapa: aproveitamento das romenas foi de 50%, contra apenas 35% das meninas de ouro. Muito longe do ideal.

Nos 30 minutos finais as brasileiras voltaram diferentes. Só aí entramos no jogo. Além de trocar o 6-0 pelo 5-1, com a ponta-esquerda  Fernanda mais adiantada e centralizada para tirar o passe adversário, o Brasil acrescentou outros componentes  positivos.

Foi mais determinado e agressivo na defesa, além de ousado, rápido e com melhor performance no ataque. Ganhou intensidade e entrou de vez no jogo, forçando as romenas a erros  ofensivos e defensivos até então quase zerados.

Se aos 10 minutos do primeiro tempo perdíamos de 3 a 2, aos 20 por 9 a 6 e aos 25 por 11 a 7, aos 15 do segundo diminuímos para 17 a 15. Só dois gols.  Mas em seguida fomos punidos com dois minutos de exclusão para Deonise e  as romenas voltaram a abrir cinco gols -- 20 a 15.

Aos 20 minutos da etapa final, um pouco melhor em quadra mas ainda sem brilho, o Brasil, brigou,  reagiu e a diferença  voltou a cair para dois gols -- 20 a 18.

Aos 21 minutos do segundo tempo o campeão teve a primeira grande oportunidade real de empatar e botar pressão total no adversário, mas desperdiçou o ataque e permitiu que a Romênia voltasse a abrir dois gols.

Faltando cerca de três minutos, de novo ficamos a um gol da igualdade -- 22 a 21. Pura ilusão. Erramos novos ataques,  perdemos a concentração, abrimos a defesa e as europeias chegaram a  24 a 21. Era o risco.

Daí até o final o jogo ficou nervoso, com erros bobos  de ambos os lados.  A armadora Duda Amorim foi punida com dois minutos de exclusão e o Brasil permitiu que o time de Cristina Neagu, melhor do mundo em 2010,  mantivesse a vantagem e fechasse em 25 a 22, com aproveitamento de 48%, contra 42% das campeãs. Com méritos! Romênia foi melhor. Jogou dois tempos.  O Brasil pagou pelo que não mostrou no primeiro.

O belo gol por cobertura de Babi, quando a Romênia estava com goleira-linha, nem será citado com destaque. E o gol "antológico, maravilhoso, da capitã Dara diante da França, também por cobertura, quando faltavam quatro segundos? O fato heroico não valeu absolutamente nada.  Culpa do hoje.  Ninguém vai se lembrar.

A bola de handebol pune tanto quanto a de futebol. O dinamismo do esporte é tão mágico quanto cruel.  A sonho do bi ficou na vontade. Sem culpas. A responsabilidade é de todos. Ganhamos e perdemos todos.

A certeza é de que ainda precisamos nos estruturar mais e   melhorar  muito  para que a manutenção no topo não seja sinônimo de utopia. Agora a esperança fica para os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro.

Além da Romênia, outros três selecionados passaram para as quartas-de-final hoje: Noruega, Dinamarca e Holanda.

                                                PINHEIROS É CAMPEÃO DA LIGA

Hoje, no Vale do Paraíba, o Esporte Clube Pinheiros ganhou seu sexto título da Liga Nacional Masculina ao derrotar o Taubaté, atual bicampeão, por 28 a 20.

Taubaté e Pinheiros sempre fazem jogos equilibrados, com placares apertados, mas hoje o time do técnico Hortelã foi superior do começo ao fim, especialmente no segundo tempo. Diferença de oito gols surpreendeu a todos.

Com 37 anos de idade, o goleiro Marcos, ex-Metodista/São Bernardo -- assim como seu irmão, Mike, goleiro do vice-campeão -- foi um dos destaques do campeão brasileiro. 

Com oito conquistas, a Metodista ainda é o maior  vencedor da Liga Nacional Masculina.

sábado, 12 de dezembro de 2015

Obrigado, Rogério Ceni!

Vinte e cinco anos depois...
O único clube, a única camisa (01)
O último jogo ( como profissional)
O último gol, a última foto
A última oração.

Com 42 anos de idade...
A última homenagem
A última música
O último vestiário
Os últimos pênaltis (cometido e convertido)

Depois de  1237 jogos...
A última lágrima
O último recorde
O último pedido (as cinzas)
O último capítulo ( belíssima festa).

Depois de 131 gols...
A última volta olímpica
A última braçadeira
A último encontro
A última bola entre as pernas (Cafu)

Depois do almejado Guinness Book...
O último (maravilhoso) Morumbi lotado (60 mil  devotos)
O último minuto de silêncio
O último abraço (quanta gente boa de bola)
O único mito

Depois de mais de 20 títulos...
A último gesto de gratidão (eterna)
Os últimos campeões mundiais ( 92, 93 e 2005)
A primeira e última vez fora do gol
O último goleiro-artilheiro.

Depois de mil-defesas...
O vazio de um silêncio
A inveja de insensível
O fim de uma carreira brilhante (mito)
É  chegada a hora do adeus (lenda).

Depois de tudo isso...
Receba o aplauso do santista
O reconhecimento do palmeirense
O respeito do corintiano
A reverência  (eterna) do são-paulino

Fica a gratidão do torcedor brasileiro
Obrigado ídolo e líder
Obrigado goleiro
Obrigado capitão
Obrigado artilheiro.

Que a paixão clubista e  a memória curta não nos permitam esquecê-lo.
Nem deixar de respeitá-lo para sempre.
Afinal, sempre foi uma pedra-no-sapato para nós adversários.
Rogério Ceni vai fazer muita falta. Sempre foi  referência.

O futebol brasileiro agradece ao maior ídolo do São Paulo.
Como torcedor do Corinthians, fica difícil torcer por ele né?
Me desculpe. Sei que a recíproca do torcedor é verdadeira. Faz parte!
Como amante do  futebol, com bom senso e respeito, não posso deixar de reconhecer seu valor.

Inestimável! Talvez inigualávelara o Tricolor...Como Pelé para o mundo da bola.
Mais uma vez, obrigado Rogério Ceni!
Até mesmo porque, sem sua importância e seu o gigantismo, o meu Corinthians não seria tão grande. Não seria campeão do mundo. Como você.








sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Handebol-emoção. Que vitória! Que gol!

Ufa! Que jogo! Dramático! Emocionante! Maluco! Histórico!Com gol na  última saída de bola. Golaço, diga-se, por cobertura. Faltando quatro segundos para o final.

Calma aí! O jogo não foi de futebol. Nem era decisão de Copa do Mundo. A saída não foi do meio do campo. O gol não foi nos acréscimos. A pintura não foi de Neymar nem Messi. Nem de pé. Nem de cabeça. Gol de mão. E não foi de Maradona.

Afinal, meus amigos, handebol se joga com as mãos. E desta vez a mão santa não foi de Oscar, do basquete. Foi a direita da heroína pivô Dara, uma das veteranas da Seleção Brasileira que tenta o bicampeonato no Mundial da Dinamarca.

Jogo de encerramento da fase classificatória terminou agora há pouco em Kolding. Nossas meninas de ouro ganharam da França de 21 a 20 ( 11 a 9 no primeiro tempo) após passar à frente em sete metros aproveitado por Célia (Metodista) no minuto derradeiro, mas permitir o empate da goleira-linha ( como no futsal) quando faltavam 10 segundos.

Só que a  forte França, sem goleira de fato, se preocupou em comemorar a igualdade que lhe daria a liderança do grupo e acabou tomando gol por cobertura. A bola de Dara viajou e entrou quando faltavam apenas quatro segundos.

Como primeiro da Grupo C, agora o Brasil enfrenta a quarta colocada do D, a Romênia. No comparativo de forças, romenas estão um degrau abaixo de Noruega e Espanha, que também poderiam ser nossas adversárias.

Jogo de hoje mostrou um Brasil melhor do que nos anteriores, embora tenha caído um pouco de produção nos 15 minutos finais, quando Ana Paula,  Deonise e Duda precisaram descansar e as francesas chegaram a passar à frente no placar.

Briga foi mesmo de cachorro grande. Time francês marca muito forte, de forma agressiva. Chega a passar do limite no contato direto. Brasileiras também marcaram e jogaram com mais determinação. Tivemos raros momentos de desconcentração, quando vantagem no placar estava ameaçada.

Sem municiar as pontas Alexandra e Fernanda com a constância necessária para fugir do quase intransponível bloqueio central e sem tanto sucesso nas penetrações e nos arremessos de Duda e Deonise, a Seleção Brasileira contou com atuação impecável da  central Ana Paula, uma liderança indiscutível dentro e fora da quadra.

Foi um jogo dramático. Uma vitória justa. Um gol antológico. Que pode até não valer nada, mas já entrou para a história. Estamos no caminho certo.  Nada  vai ser fácil!

Que venha a Romênia no mata-mata! Só pra lembrar: São Bernardo ainda é a capital nacional do handebol.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Meninas de ouro, handebol de bronze. Ainda

Não quero ser chato nem exigente ao extremo, mas pra chegar ao bicampeonato mundial de handebol nossas meninas de ouro precisam jogar bem mais do que mostraram até agora na Dinamarca. Capacidade não lhes falta.

Contra a Coréia do Sul, um empate no sufoco, creditado principalmente à ansiedade de estreia. Diante da República Democrática do Congo, um passeio  mais do que previsto. Nem poderia ser diferente.

Anteontem, mesmo sem brilhantismo, boa vitória  mas muitas falhas contra alemãs fortes e determinadas. Porém, sem credenciais de favoritismo à altura de Brasil, França e Noruega, além de Dinamarca, Espanha,  Sérvia e até mesmo a diferente Coréia do Sul.

Hoje à tarde, na vitória  sobre as ainda freguesas argentinas -- 23 a 19, após 11 a 8 no primeiro tempo -- nossas meninas de ouro apresentaram um handebol de bronze. Nada mais!

Pra quem sonha com o bi, sinceramente, me desculpem, mas ainda é pouco. Não faltou empenho, mas jogamos sem gana, sem intensidade,  com o freio de mão puxado.

Marcação foi frouxa e  muito espaçada. Nosso 6-0 parecia um queijo suíço. Pivô argentina deitou e rolou. No confronto com os bichos-papões isso não pode se repetir. É bucha certa!

Contra-ataque sustentado, com consistência, velocidade e inteligência na transição, ficou longe do ideal. Especialmente porque nossas meninas não estavam focadas, concentradas na execução dos movimentos e na melhor opção tática determinada pelo técnico Morten Soubak.

Também voltamos a pecar nas conclusões. O esquema 6-0 argentino -- às vezes 5-1, com marcação individual na armadora Duda Amorim, que desta vez não brilhou --  evoluiu, mas não é nenhuma sumidade. Quando não abusamos do individualismo, pecamos pela precipitação no arremesso.

Quer saber? Vaidade e egoísmo não ganham títulos. Tem muita gente abusando. O dinamarquês tem mesmo de escancarar palavrões, se preciso for. Suas palestras e atitudes motivacionais são elogiáveis, determinantes. Só que não bastam.

Destaques brasileiros na vitória pouco convincente de hoje foram Deonise e Ana Paula. Mais na parte ofensiva do que na defensiva, lógico. Goleira Maysse também foi bem.

Jogo de amanhã à tarde diante da França vai definir o primeiro colocado do Grupo C, que enfrenta o quarto do D nas oitavas-de-final. Podemos pegar  Espanha ou Noruega. E aí a roda pega!

Esperança é que, nas oitavas, quando a briga  é de cachorro grande,  o Brasil mostre por que é campeão do mundo. Juro que acredito nisso! Por enquanto, não passou de um Fox Paulistinha.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Palavrões e vitória no Mundial de Handebol

Depois  do susto da estreia contra a Coréia do Sul (24 a 24) e  do mamão-com-açúcar diante da República do Congo  (26 a 11), hoje a Seleção Brasileira pegou outra pedreira no Mundial de Handebol da Dinamarca.

Após primeiro tempo de muito equilíbrio,  a vitória das meninas de ouro do Brasil  sobre a Alemanha só se confirmou nos dois minutos finais. Diferença de três gols ( 24 a 21) poderia ter caído para um.

Como de praxe, o Brasil jogou no 6-0, marcando bem próximo da linha de seis metros. Alemãs alternaram 5-1, com uma jogadora mais à frente, com o 4-2, quando decidiu pressionar em busca da igualdade.

Seleção Brasileira foi mais agressiva na marcação e teve mais volume de jogo, mas voltou a pecar nas finalizações e também se excedeu no individualismo em alguns momentos.

Quando a melhor jogada era pelas pontas -- especialmente a direita, com Alexandra ou Jéssica -- alguém teimava  em forçar a penetração frontal, diante de adversárias altas e muito fortes.

Num desses momentos, antes dos 15 minutos e em desvantagem,  o técnico do Brasil, Morten Soubak, pediu tempo e não precisou falar mais um do que palavrão para mostrar seu descontentamento.

Nunca um "puta-que-pariu" com sotaque  dinamarquês foi tão claro e determinante para se expressar a  falha na leitura de jogo. O Brasil não foi perfeito e permitiu muitos arremessos de fora, mas melhorou aos poucos e foi mais determinado, vencendo o primeiro tempo por 9 a 8.

Segunda etapa não mudou muito em relação à primeira. A Alemanha virou o placar, mas em seguida o Brasil se recuperou. Nos 15 minutos finais,  sempre manteve a vantagem de um ou dois gols.

Quando a diferença era de dois gols, aos 28 minutos do segundo tempo, Morten Soubak ainda teve tempo de escalar,  aos berros,  mais um palavrão: "Caraio!",  esbravejou após precipitação num contra-ataque. Desabafo  normal! Faz parte do jogo.

Duda Amorim foi o destaque do jogo ao lado das goleiras Babi e Maissa. Jogo teve  ainda mais de 10 bolas na trave e arbitragem frágil da dupla da Costa do Marfim.

Líderes do Grupo C, nesta quinta-feira as meninas de ouro enfrentam a Argentina, antes de fechar a primeira fase diante da forte seleção francesa. Quatro equipes de cada chave passam à próxima fase.

Seleções do Brasileiro 2015 sem surpresas

Fim de campeonato é sinônimo de seleção. E com o Brasileiro conquistado com amplos méritos pelo Corinthians não seria diferente. Boas  e coerentes opções. Nada de parcialidade nem surpresas contestáveis.

Uma das escolhas foi da CBF em parceria com a Rede Globo. Votaram 5 mil jornalistas, capitães e técnicos da Série A, além da Comissão Técnica da Seleção Brasileira e dos convocados para os jogos diante da Argentina e Peru, pelas eliminatórias da Copa de 2018.

São cinco campeões do Corinthians, além do técnico Tite e do gol mais bonito, de Lucca, no passeio diante do São Paulo. Cássio, Gil, Elias, Jadson e  Renato Augusto, também o craque do campeonato, são os premiados.

Do Atlético Mineiro foram quatro:  o zagueiro Jemerson,  os laterais Marcos Rocha e  Douglas Santos e o volante Rafael Carioca. Luan, do Grêmio, e Ricardo Oliveira, do Santos, são os atacantes.

O artilheiro Ricardo Oliveira ficou com a Chuteira de Ouro, enquanto que Gabriel Jesus, do Palmeiras, ganhou como revelação. Nenê, do rebaixado Vasco, foi o craque da galera.

Outra  premiação importante foi a Bola de Prata, da revista Placar em conjunto com a ESPN. Foram quatro jogadores de Corinthians ( Gil, Jadson, Elias e Renato Augusto) e Grêmio ( Marcelo Grohe, Rafael Galhardo, Geromel e Luan), e mais três do vice-campeão, o Atlético Mineiro (Douglas Santos, Rafael Carioca e Lucas Pratto).

Renato Augusto voltou a ganhar como melhor do campeonato e recebeu a cobiçada Bola de Ouro.  Ricardo Oliveira  ganhou como artilheiro, com 20 gols. A revelação foi Gabriel, outro matador do Santos.

Sou corintiano, mas não escolheria Cássio como melhor goleiro do Brasileirão. Vou optar pelo desempenho individual e coletivo, não pelo nome e pelo esquema tático.

Goleiros renomados e  excepcionais não nos faltam, mas eu ficaria com Weverton, do Atlético Paranaense, com menções honrosas para Danilo Fernandes, do Sport,  Alex Muralha, do Figueirense, e Fernando Prass, do Palmeiras.

Meus laterais seriam  Lucas, do Palmeiras, pela direita,  e o jovem Jorge, do Flamengo,  pela esquerda, com lembranças para Rodinei (Ponte Preta),  Marcos Rocha e Douglas Santos, do Galo, e Zeca, do Santos.

Meus zagueiros internos seriam mesmo Gil e Jemerson, com destaques também para Felipe, que melhorou muito,  Cleberson,  do Atlético Paranaense,  e o "artilheiro" Fred, que cansou de fazer gols de faltas pelo rebaixado Goiás.

Meio-campo da seleção deste caipira teria dois volantes velozes, que marcam como muitos cabeças-de-área e saem pro jogo como poucos: Otávio, do Atlético Paranaense, e Rafael Carioca. Wallace, do Grêmio, e Elias também foram bem. Tanto quanto Fernando Bob, da Ponte Preta.

Os dois meias, com obrigação de marcar, armar, lançar, encostar no centroavante e ainda fazer gol -- ufa! --, seriam Renato Augusto e Lucas Lima (Santos).   Outros  que fizeram bom campeonato: Jadson, Nenê, Robinho (Palmeiras), Valdívia (Inter), Dátolo (Galo) e Diego Souza (Sport).

Considerando um time no  mais tradicional 4-2-2-2, bem diferente do campeão (4-1-4-1), os dois homens de frente seriam o  Ricardo Oliveira --  veterano com cheiro de gol, não pode ficar de fora -- e o jovem Gabriel, do Gabigol, do Santos. Outros com bom rendimento individual: Luan (Grêmio), Fred ( Fluminense), Lucas Pratto, Alexandre Pato (São Paulo) e Erik (Goiás).

Com oito corpos de vantagem sobre os segundos colocados (Roger e Levir Culpe), Tite nadou de braçadas como treinador do melhor time. Craque do campeonato foi mesmo Renato Augusto, enquanto que Gabriel Jesus é a melhor promessa. Tem potencial para melhorar.

No resumo, foi um bom campeonato, com alto nível técnico e significativa presença de público. O melhor, mais regular, foi premiado.

Notas destoantes ficam por conta da juizada, comandada pela Comissão de Arbitragem da CBF -- falta de critérios em lances de bola na mão e mão na bola é flagrante -- e da direção do Corinthians, que não apoiou o Bom Senso no manifesto pela renuncia do indiciado Marco Polo del Nero, o senhor ostentação, da presidência da CBF.

Também gostei da terceira queda do Vasco em oito anos. Não suporto o cinismo e a prepotência de  Eurico Miranda, o dono do clube. Jogadores não mereciam, até se esforçaram, mas o presidente é insuportável.

 





domingo, 6 de dezembro de 2015

Handebol: meninas de ouro empatam no sufoco

Caramba! Que sufoco! Nossa estréia no Mundial de Handebol, ontem na Dinamarca, foi um deus-nos-acuda. A igualdade de 24 a 24 soou como vitória.

O empate das nossas campeãs mundiais  diante das sul-coreanas aconteceu no último segundo. A bola  da  ponta Alexandra  entrou no único centímetro possível. O ângulo era mínimo. A chance, ínfima. Principalmente porque jogávamos com duas atletas a menos.

Por isso a comemoração  pós-jogo dava a impressão de que acabavam de conquistar o título de  bicampeãs. Festa também pareceu  representar o alívio de quem não brilhou. De verdade, nossas meninas não jogaram nem 70% do que podem.

Diante de asiáticas  que já foram primeiras do mundo na década de 90, mas, embora mereçam respeito, hoje não botam medo em ninguém, as brasileiras deixaram a desejar.

A começar pelo sistema de jogo ( 6-0), com defesa baixa, marcando atrás,  e seis jogadoras acompanhando a última linha. Diante de um 3-3 aparentemente aberto e suicida, o Brasil se deu mal.

O jogo não encaixou. O contra-ataque não saiu. A velocidade sem freios, a afobação e o excesso de individualismo parecem ter atropelado a consistência da transição.

Como a  Coréia privilegia a rapidez e tem alto índice de aproveitamento nos chutes, quando se dá espaço o erro pode ser fatal na defesa. E, como consequência, no ataque.  

Tanto que, além de falhar nos arremates,  só não tomamos  mais gols porque a goleira Babi foi brilhante. Tanto no primeiro tempo, quando perdemos de 12 a 10, quanto no segundo, quando nossas meninas correram feito loucas atrás da igualdade.

Apesar das falhas, há necessidade de considerarmos dois pontos. Primeiro: hoje temos status de campeãs do mundo e o respeito faz com que o adversário se aplique ainda mais. 

Segundo:  a ansiedade de estréia é inevitável. Serve como atenuante.  Imagine com o peso de quem tem obrigação de ganhar por ser campeã do mundo diante de quem não ostenta favoritismo?

Amanhã, diante da República do Congo, teoricamente a seleção mais fraca do grupo, os nervos de nossas  meninas de ouro estarão sob controle. Basta não se esquecerem de que a superioridade só se confirma dentro de quadra.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Sarney, Del Nero e cia, leite da mesma vaca

Fernando José Macieira Ferreira Araújo da Costa... Sarney. Nome grande né? Tão grande quanto sua riqueza e  sua folha corrida. Pena que talvez não chegue aos pés de um dos inúmeros, e simples, José Aparecido da Silva quando o quesito é decência.

Além de político e engenheiro civil, o filho do ex-presidente José Sarney é empresário graúdo no ramo de comunicação. Assim como todo o clã que se adonou, domina e faz do Maranhão um dos estados mais pobres do Brasil.

Vice-presidente da CBF para a região Norte ( embora Maranhão seja Nordeste) e homem forte da bancada da bola em defesa ferrenha de dirigentes na CPI da entidade, Fernando Sarney é um espanto, um "homem de confiança" que  já-já pode chegar à presidência da Confederação dos Bandidos do Futebol. 

Folha corrida  extrafutebol não deixa de citar lavagem de dinheiro, fraude,  corrupção, propina, falsidade ideológica, extorsão,  gordas contas no Exterior e até censura à Imprensa. No caso, o jornal O Estado de São Paulo.

Isso sim é currículo! Cai como uma luva para ocupar cargos na CBF e na FIFA. Pois é ... não é que o cara acaba de ser indicado como substituto de Marco Polo del Nero como membro do comitê executivo da FIFA? Vai receber da FIFA cerca de R$ 750 mil por ano. Fora  o que ganhará da sul-americana Conmebol e da própria CBF. Mais um canal de TV para a família.

Pra quem não sabe, Del Nero, o senhor ostentação, agora presidente  fujão e licenciado da CBF,  é investigado pelo comitê de Ética da FIFA e acaba de ser indiciado pelo FBI- - justiça americana --, assim como Ricardo Teixeira,   sob a acusação de suborno e  de receber  propina de empresas de marketing e comunicação ligadas à Copa do Brasil, Copa América e Libertadores.

Alguma semelhança entre João Havelange,  Ricardo Teixeira, José Maria Marin e cia?. Tudo farinha do mesmo saco, leite da mesma vaca. Se assumir a presidência da CBF, como se comenta,  assim como outros apaniguados, não vai mudar nada. Absolutamente nada!

Repito, com todas as letras:  currículo invejável, indispensável pra quem tem a quadrilha como principal meta. FIFA, Conmebol, Concacaf, CBF e cia são os objetivos.

Porém, não podemos deixar de lembrar que os nobres senhores da CBF são eleitos pelos  súditos das federações e pelos  não menos subservientes e interesseiros presidentes de clubes.

Então, todo mundo tem culpa no Cartório. Tanto quanto em outras modalidades, cujos mandatários são bem semelhantes. Um absurdo! Depois, só falamos de políticos...

Salvo raríssimas exceções, nossos dirigentes de clubes e federações formam um bando de cordeirinhos, interessados no poder e nos cifrões que dele escoam com a  sujeira e a volúpia da lama letal de Mariana.

O boi Del Nero é fujão e dono de um ego incomparável. A vaca é gorda e  bem tratada. As tetas, embora sujas, são  enormes e sempre cheias. Quem vai dizer não? O boi? Ninguém!

Quase todos querem mamar deitados, como leitão folgado. São frouxos mas espertos! Depois, como fazem parte da camarilha,  viram dirigentes vitalícios. Se protegem e se eternizam no poder. E nas  tetas enlameadas.

Tomara, mesmo, que, na Suíça, nos Estados Unidos ou no Brasil, todos  os culpados, sem exceção e sem protecionismo,  terminem atrás das grades. Pra tudo há um limite. Inclusive para o imperador e seus súditos.

Imperador e súditos que não têm caráter; não têm vergonha na cara. Por isso devemos exterminar as ratazanas do esporte. E da vida!

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

A bela memória dos cinquentões

Calma,  pessoal! Não vou comentar nada sobre a  falta de memória que afeta cinquentões e sessentões mundo afora. Como eu, trator 6.0  já com certo barulho no motor.

Uso este espaço, mais uma vez, para reforçar minha admiração e meu respeito pelo amigo Ademir Medici, jornalista, escritor e memorialista nota 10.

Opa! Falha nossa. Melhor dar 9,5, pra alguém bem perto da perfeição. Como profissional e como homem. Nota 10 já deu ruído desagradável.

Se há, no Diário do Grande ABC, uma página imperdível, que não deixo de ler quase que diariamente, é exatamente a assinada por esse corintiano de quatro costados.

As demais, na maioria, embora tenham melhorado nos últimos tempos,  ficam a desejar a leitores mais exigentes porque têm recaídas perigosas e comprometedoras.

Ultimamente, com a licença da Editoria de Esportes --  hoje sem espaço e sem pessoal para a mesma empreitada  semanal dos anos 70, 80 e 90  -- o pessoal da Memória nos tem brindado com  textos  gratificantes de cinquentões apaixonados por futebol. Um resgate elogiável. Sem preocupação com o lado ruim.

A cobertura do Campeonato Municipal de Santo André -- Categoria Star, acima dos 50 anos -- tem sido um colírio, um massageador de corações fincados na várzea de tantas estórias, de tanta determinação, de tantos causos e romantismo.

A várzea é um poço de esperanças que teima em sobreviver. É um canto inesquecível de marmanjos ali forjados quando moleques de rua, de periferia. Descalços, a chutar qualquer coisa que lembrasse uma bola em direção a quaisquer pedras que simulassem um gol.

Em todos os grotões, daqui e do Brasil inteiro, o futebol amador é um teimoso. Um sobrevivente. Mesmo entre veteranos como os elogiáveis, notáveis, vovôs de Santo André. Cada um tem sua estória. Todos são "craques". Muitos já foram profissionais. Meia-boca ou destacados, como Arnaldinho e Bona, ex-Santo André.

Por isso fico tão feliz ao ler os textos leves -- críticas, só de leve -- e envolventes do Ademir. Que, lógico, devem estar a provocar uma ciumeira danada no pessoal de São Bernardo, São Caetano e cia.

O ideal seria que todos tivessem seu espaço  nobre, mas não dá. A cobertura em Santo André soa como homenagem aos vizinhos. Assim deve ser encarada. O Ademir  tem alma boa, mas não  faz milagre. É um cara do bem.

Porém, bem que a Editoria de Esportes poderia pensar com carinho e reservar algumas linhas esporádicas  para todas as categorias do amadorismo. Mesmo que hoje nem todos joguem por amor. No principal a grana rola em muitos times. Sim, amadorismo marrom.

Pelo menos as semifinais e finais -- no Brunão, no Primeiro de Maio ou no Anacleto Campanella, entre outros --  poderiam ganhar alguma visibilidade no principal meio de comunicação do Grande ABC.

Desde que as ligas, que recebem verbas irrisórias do Poder Público,   fossem minimamente organizadas e transparentes nos seus gastos. O que nem sempre acontece.

Editoria de Esportes -- alô Ângelo! -- também poderia voltar a enquadrar o Poder Público. Especialmente o de Santo André, que pouco faz para deixar os mais de 40 campos distritais em condições minimamente decentes.

O DGABC já falou sobre o assunto muitas vezes durante as últimas quatro décadas.  Sim, 40 anos. Mas pouco muda. As promessas de campanha são as mesmas. Campos  malcuidados e subaproveitados pelo cidadão comum, pela população do entorno.

Muitos dos distritais são   entregues a interesseiros apadrinhados por políticos de ocasião em troca de votos. Campos, muitos deles dominados e/ou temperados por tráfico de drogas, bebedeiras, jogatinas, prostituição, bandidagem e pseudocuidadores,  que deles se adonaram.

Há quem more nos vestiários e  até fature com o boteco de segunda-feira a domingo, Há, também, quem alugue não só o campo para terceiros como o espaço de estacionamento para carretas. Há mais de 15 anos. É só conferir!  Se tiver tempo, coragem, competência e profissional comprometido.

Deitam e rolam exatamente porque a Prefeitura de Santo André  quase sempre    -- independentemente da época e  da coloração político-partidária -- deu as costas para o futebol amador. Não toma conta do que lhe pertence. Melhor: pertence a todos nós, cidadãos comuns, mas a Municipalidade não cuida.

Ficam  a sugestão  de matéria para o Angelo Verotti e os agradecimentos dos veteranos da bola ao Ademir Medici. Com flâmulas e figurinhas fica ainda melhor. Gol do DGABC. Desta vez a favor.



   

sábado, 28 de novembro de 2015

Jogos Abertos: quem te viu, quem te vê, ABC!

A que ponto o esporte estadual chegou! Bem próximo do fundo do poço. Incluindo do Grande ABC.  Última pá de cal pode ter sido jogada dias atrás, quando apenas São Bernardo confirmou presença na já em curso 79ª edição dos Jogos Abertos do Interior.

Cidade-sede  inicialmente seria São José dos Campos, depois Ribeirão Preto. Quase foi em São Bernardo mas vai acontecer em Barretos, apesar dos protestos dos meios estudantis, já que as escolas cedidas como alojamentos  não terão aulas.

Olimpíada Caipira já foi glamorosa. E o ABC bicho-papão.  Já mereceu respeito e revelou inúmeros talentos, ali forjados para chegar até mesmo a Jogos Olímpicos.  E o ABC sempre teve participação destacada. Chegou a significar 30% do contingente de atletas. E hoje? Uma draga. Gatos pingados.

Tanto que, em 78 edições -- a primeira, em 1936, em Monte Alto, foi vencida pela mineira Uberlândia -- a Região ganhou nada menos que expressivos 30 títulos.

A então exemplar Santo André teve seus momentos de glória nos anos 70 e 80. Ganhou 12 títulos. Hoje, sem verba, sem vontade política, sem competência e sem prestígio, amarga participações pífias.

Nossos últimos prefeitos, gestores públicos de terceira  categoria, Aidan Ravin  e Carlos Grana  dão as costas para o Esporte. Cuidado, caro leitor! Um pode voltar, o outro pode ficar. Tudo leite da mesma vaca.

Ambos são dissimulados, fingidos, especialistas em promessas de campanha. Usam o esporte apenas como moeda de troca política. E faz tempo. Ex-ícone do basquete nacional, com méritos indiscutíveis, diga-se,  a secretária Marta Sobral é uma piada como responsável pela área.

Dizem que Marta Sobral quer ser vereadora. Se depender do que fez pelo Esporte andreense como dirigente, não merece o voto nem da própria família.

Orçamento andreense  -- cerca de R$ 2 bilhões e 400 mil para 2016 --  de novo dá as costas para o Esporte. Menosprezo lamentável.  Fico indignado. Setor  faz milagres com migalhas porque lá ainda existem alguns professores competentes e  abnegados. Pouco para nossa grandeza.

Já São Caetano -- hoje sem tantos comprometimentos financeiros, ao contrário da vizinha quebrada, que não tem dinheiro nem pra comprar papel higiênico e pagar fornecedores --  deitou e rolou nos anos 90 e na primeira década do novo século.

Como sobrava grana, São Caetano ganhou visibilidade esportiva porque investiu muito alto. Foi campeã em 15 oportunidades. Agora, em tempos de vacas magras, ou menos gordas, não paga placê.

São Bernardo, nossa única representante em Barretos, ganhou apenas três títulos gerais. Como seus cortes de investimentos no esporte foram menores, pode até voltar com outro primeiro lugar, como em 1973, 2011 e 2013.

Jogos Abertos perderam o glamour e o ABC perdeu a mão. Vamos torcer, como sempre, mas sem tantas esperanças. Que pena! Quem te viu, quem te vê, ABC!

Quer saber? Ganhar ou perder nos Jogos Abertos também não vai mudar nada na vida do esportista regional. Hoje em dia não se ganha nem mesmo notoriedade. Poucos estão preocupados com o futuro de mais de 10 mil atletas. Nem mesmo a mídia.

Por isso, ao contrário de antigamente, nossas cidades -- exceção a São Bernardo --  ficam até felizes e aliviadas quando podem dar  ou se escudar numa desculpa qualquer para não participar dos Jogos Abertos.  


O outro lado do desprezado Caminho do Sal

E aí pessoal? Tudo bem? Sei que alguns estão com saudade. Eu também. Tô de volta. Andei meio preguiçoso.

Também um tanto quanto preocupado com uma  surpreendente TVP (Trombose Venosa Profunda) sem causa aparente. Nada que uma investigação genética não esclareça possível alteração no fator de coagulação sanguínea .

Afinal, tão já  não pretendo abrir mão das minhas trilhas, das escalaminhadas pelas montanhas da vida, das corridas no Parque Central, do inesquecível Caminho da Fé, do futebol com os amigos do Primeiro de Maio e do bate-bola com o neto Victor.

Inicialmente, como leitor do DGABC "nota 10", tomo a liberdade de comentar matéria do repórter Daniel Tossato. Texto  discorre sobre o "reinaugurado" Caminho do Sal (cerca de 50 quilômetros entre a Estrada Velha/Caminho do Mar e Taiaçupeba, distrito de Mogi das Cruzes, passando por Paranapiacaba, distrito de Santo André.

Rota para caminhantes e ciclistas foi o tema -- "Caminho do Sal: rota da história no Grande ABC. Sobre a parte histórica, posso afirmar, sem medo de errar,  tratar-se de texto quase perfeito,  recheado de informações pertinentes. Uma pequena aula.

Só que existe o outro lado da moeda, conforme lembrei dias atrás em conversa telefônica com o jornalista. Sei que não gostou muito de ser questionado. Mas, salvo raríssimas exceções,  faz parte da profissão. Está no DNA da maioria. Adoram elogios.

Como  na essência da resposta o repórter  do Diário Online garantiu que o objetivo da matéria era mostrar mais uma opção da lazer ao cidadão do Grande ABC, não tive dúvidas e fiz o questionamento.

Por que  então em apenas um parágrafo, discretamente,  o autor fala da  sinalização inadequada do caminho patrocinado pelas prefeituras da São Bernardo, Santo André e Mogi das Cruzes?

Citações históricas são  muito importantes para o leitor -- aprendi muito -- , mas cadê informações sobre segurança, riscos,  manutenção permanente da rota, placas indicativas, altimetria, tipo do terreno,  tempo de percurso, atrações extras, locais de alimentação e hospedagem, além de outros detalhes complementares?

Faltou avaliar o percurso com rigidez. Faltou orientar o leitor. Faltou entrevistar e criticar, se preciso,  autoridades que adoram fazer festa na "lançamento" mas depois abandonam o "filho". Alegam falta de verba quando falta vontade.

Muitas vezes sobra incompetência. Tanto  quanto menosprezo. Como macaco-velho quando o assunto são trilhas, caminhos e montanhas,  sugeri que a matéria pudesse ter mostrado o outro lado.

Resposta pouco convincente do repórter: " Olha, cara, não vou entrar em detalhes, mas tenho o contato de todos os responsáveis. De São Bernardo, Santo André e Mogi. Mas apenas o pessoal da Comunicação de Santo André, com quem fiz o percurso  -- incompleto, diga-se -- me retornou".

Respeito, mas discordo.  É aí que a roda pega e merece questionamento. Se o  autor fez o percurso com atenção, deveria ter enumerado várias falhas e emparedado os homens públicos, os responsáveis dos três municípios.

Como já fiz o percurso completo por três vezes e já escrevi sobre o assunto aqui no blog, mantenho a sugestão  de uma segunda matéria, mais explicativa e interpretativa -- Caminho do Sal: o desprezo do Poder Público.

Volto a dizer que o contexto histórico do texto está muito bom. E me coloco à disposição do jornalista para acompanhá-lo no percurso inteiro. Só não vou de bike nem de moto

Prefiro a pé. Se for de 4x4,  exceção é a trilha malcuidada logo após o pesqueiro Pedrinhas. Mato, lamaçal e desova de carros roubados e incendiados. Com certeza o repórter não passou por lá. Nem chegou ao distrito de Quatinga. Então fica o convite.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

O adeus do sábio Acylino. Sem a última cerveja

Tudo aconteceu na última segunda-feira, a apenas 100 metros de casa, mas só fiquei sabendo ontem de manhã.

Um AVC tirou do nosso convívio uma das figuras mais inteligentes e carismáticas da província de Santo André.

Lá se foi o professor Acylino Bellisomi. Lá se foi o sorriso matreiro de um senhor de 85 anos com cara de  moleque gozador.

Pra falar a verdade, jamais vi no  também jornalista Acylino o intelectual de proa que tanto pregam. Sempre foi um sábio. Um sábio discreto e gozador. No ritmo das palavras, no significado dos conselhos, no sarcasmo da piada.

Uma sabedoria sem a pompa de intelectuais de meia-tigela,  sempre empinados, metidos a dr. sabe-tudo. Daqueles que não se misturam com o povo. Nada disso, o pequeno grande homem desfilava cultura por todos os cantos da cidade.

Voz mansa, pausada; olhar atento e muito jogo de cintura. Não importa se como professor/proprietário do tradicional Colégio Gradual, vereador ou mesmo secretario de Cultura, Esporte e Lazer nas gestões de Celso Daniel e João Avamileno.

Como diretor assistente do Departamento de Esporte, foi nesse período que o conheci um pouco mais. Com ele aprendi muito. Com ele jamais precisei fazer de conta pra agradar políticos inescrupulosos.

Com o dinâmico e sempre ativo  Acylino meus olhos e ouvidos ficaram mais atentos; minha boca, mais fechada. Meu humor mais afiado. Meus sonhos mais adubados. Tivemos algumas discordâncias, sempre respeitadas mutuamente.

Especialista em vinhos, o professor também gostava de provar uma  pinguinha da boa. Com ele tomei muita cerveja. Na rua Andaraí, no mercado municipal ou no primeiro largo da Vila Assunção, o que importava era a companhia sempre agradável.

Só não tomamos a última cerveja.  Que pena! Combinamos há mais ou menos 10/15 dias num dos encontros casuais  na frente do Extrinha -- aqui na João Ramalho -- ou a caminho da casa do Márcio, seu filho, ali perto do sacolão.

Era minha vez de pagar a conta. E eu o faria, como sempre, com enorme satisfação. Mas não deu, caro amigo, eterno professor.

Detalhe: ontem, quando contei pro meu neto de oito anos, o Victor -- palmeirense como o Acylino -- , ele ficou triste e se lembrou de quando os apresentei, num bar ali perto do colégio Celso Gama.

-- Poxa, vô! Que chato hein! Aquele senhor velhinho, pequenininho. Gostei dele. Era seu amigo e brincou comigo aquele dia no bar. Você tá triste né?

-- Sim, filho. Muito triste. Um velhinho sábio, coisa rara hoje em dia. Pequeno no tamanho, grande nas ações. Que  gostava de estar no meio do povo. Que gostava da simplicidade. Vai fazer falta.

Espero, sinceramente, que a Prefeitura  preste uma homenagem digna  ao  professor Acylino. Quem sabe seu nome num dos nossos espaços culturais. Fica a sugestão.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Sem Parar, pare de me enrolar e aceite o desafio!

Caro leitor amigo, se você está acostumado a reclamar  da Claro, da Oi, da Net, da GVT, do Bradesco, do Itaú, da Prevent Senior, da Amil e de outros inúmeros de prestadores de serviços, por favor, acrescente mais um à lista, que já deve se extensa.

Afinal, não basta reclamar de governos enganadores, dos políticos de meia-tigela, dos planos de saúde, dos bancos, das TVs a cabo, da Internet, da telefonia móvel, da Eletropaulo e de outros quetais.

Minha lista acaba de receber a empresa  Sem Parar, que teve a ousadia de me cobrar por passagens de pedágios e estacionamentos que não realizei. Má fé ou incompetência?  O pior é que acreditei na idoneidade, na credibilidade, da empresa.

O pior é que já está provado, por imagem, segundo verificação de imagens feita por dois dos vários bons  atendentes da empresa, que minha Pajero TR4, a Bala de Prata, jamais passou nos locais mencionados na cobrança.

Ao todo, foram 13 cobranças indevidas, até que o SAC do Sem Parar, por intermédio da solícita Beatriz, providenciasse a troca do Tico e do Teco, mais conhecidos como TIV e TAG.

Depois disso, dia 21 de agosto,   aqui no Shopping ABC,  não tive mais problemas. Só que a falha do Sem Parar -- numeração de equipamento  anterior não condizente com o meu veículo -- precisa ser reconhecida de forma plena.

Com direito e simples exercício de cidadania, contesto o não ressarcimento de nove cobranças indevidas. Duas já foram estornadas em setembro e duas têm a promessa de devolução na próxima fatura.

E as outras nove? Não utilizei os pedágios do Rodoanel-Osasco nos dias 17, 26 e 31 de julho. Também não o fiz nos dias 4 ( três vezes), 5, 7 e 9 de agosto. Portanto, exijo meu dinheiro de volta o quanto antes.

Se quiserem, também posso repetir o desafio que propus ao Detran de São Paulo quando fui multado por uma invasão de faixa exclusiva onde jamais estive. A multa foi cancelada. Coerência. Nada mais. O que parece faltar ao Sem Parar.

O desafio pode ser proposto ao Sem Parar: se a empresa provar por fotos que a  minha Pajero TR4 prata,  EQB- 5153 ( não vale se houver outra idêntica, clonada), passou num desses locais nas datas referidas faço a doação de 100 (cem) cestas básicas para uma instituição de caridade a ser escolhida pelos diretores da Sem Parar.

Em compensação, se a Sem Parar não mostrar imagens das alegadas passagens assume a responsabilidade de doar as mesmas  100 cestas básicas para asilos e orfanatos de minha indicação.

Caríssimos diretores do Sem Parar, fica o desafio. Provem ou paguem! É pegar ou largar! Sejam simplesmente sensatos. Ou vão fugir da raia? O Procon nos aguarda.  

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Corinthians atropela; Santos chora

Antes tarde do que nunca. Preferi assistir ao VT inteiro, no SporTV,  para não falar besteiras sobre a vitória indiscutível do Corinthians sobre o Santos.  Mesmo porque, cansei de ler e ouvir comentários estapafúrdios.

Gente renomada, de todos os canais de mídia, falaram asneiras a dar com pau. Jornalistas inteligentes. Como são opiniões, respeitam-se. Com minha notória discordância.

-- o jogo não teve nada de equilibrado ou ligeira superioridade corintiana. Intenso e inteligente do começo ao fim, o time de Tite atropelou,  passou por cima do  grande Santos como um trator.

-- taticamente, o bom Dorival Júnior,  sobrinho do Dudu da inesquecível Academia alviverde, foi engolido. Não soube enfrentar um time mais consistente, mais consciente, mais determinado, mais maduro e melhor postado. Depois vem reclamar da arbitragem?

-- peças-chaves do envolvente ataque santista, como os selecionáveis Ricardo Oliveira e Lucas Lima, foram anuladas por uma marcação alta, opressora, intensa, dobrada... Ralf e Elias, que não vinham jogando bem, brilharam. Mas homem de Seleção, como Elias, não pode errar tantos passes

-- Jadson e Renato Augusto ditaram o ritmo do baile de Itaquera. O goleiro Vanderlei foi o melhor do Santos, que pouco chegou ao gol de Cássio. Se deu dois chutes com perigo foi muito.

--  Santos de domingo recebeu o troco dos jogos anteriores, quando foi bem superior e mereceu as vitórias. Domingo, parecia um time juvenil.

-- calor do meio-dia é mortal para todos, mas o Santos abriu o bico bem antes. Com essa temperatura torna-se desumano marcar jogos  só para agradar a TV. É bom repensar.

-- sobre a arbitragem, só fico em dúvida sobre a expulsão do David Braz; alguém está mentindo. O juizão diz que  o expulsou por reclamação; o zagueiro garante que foi acusado de ter feito o pênalti. Confundir um negão com um branquelo é absurdo.

-- detalhe é que o pênalti foi marcado pelo auxiliar e depois confirmado pelo juizão, que estava bem próximo do lance, com visão clara, mas ia pipocar.  

-- Wagner Love levou uma pernada, uma rasteira ridícula do jovem lateral Zeca, que na primeira entrevista negou: depois assumiu o óbvio. Poderia ter dito isso ao árbitro antes de toda a celeuma.

--  Além de Zeca, a arbitragem também deveria ter expulsado ao artilheiro Ricardo Oliveira logo no início do clássico. Maldosamente, ele atingiu um cotovelada em Ralf, que voltou a jogar como nos velhos tempos.

-- quem viu pênalti sobre Berola deve procurar um oftalmo com urgência. Tanto quanto quem viu um jogo igual. Tanto quanto quem vê a juizada forçando a barra  só para o Timão. Erram a favor e contra todos. Simplesmente são ruins. E humanos. Portanto, imperfeitos.

--  Grandeza do Corinthians é proporcional à inveja dos inúmeros anticorintianos. Por isso muitos procuram desqualificar um dos três melhores times do Brasileiro e   já o definem como  como campeão favorecido. Como se não tivesse méritos indiscutíveis.

-- choro de santistas e outros "antis" é normal, não é proibido e   não custa nada.  Mas falta sensatez para alguns maus perdedores. Segue o jogo. Desde que agora não passem a prejudicar o líder do campeonato.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Pedra da Mina: sonho, sufoco, conquista...

No último dia 30, um domingo,  calcei a cara e me enchi de coragem para realizar o antigo sonho de chegar ao cume da Pedra da Mina, nas Serras Fina e Mantiqueira, divisa dos estados de São Paulo (Queluz) e Minas (Passa Quatro).

Há controvérsias geográficas e numéricas, mas, com 2798 metros de altitude,  a Pedra da Mina ainda é considerada o quarto  cume mais alto do Brasil. Perde apenas para o Pico da  Neblina, 31 de Março e Bandeira.

A conquista foi difícil, mas doce, prazerosa. O suor, amargo. O cansaço e a sede,  quase insuportáveis. A dor, no limiar,  apenas um detalhe. O visual, deslumbrante.

Quer saber? Foi um sufoco! O maior desafio da minha vida. Um sonho. Uma conquista. Dificuldade supera Agulhas Negras, Prateleiras, Pedra do Baú e até o Nevado Salkantay/Machu Pichu, no Peru.

Foram cinco horas e meia pra galgar os degraus da  escadaria do céu. E quase cinco horas pra descer, descer e descer. A ida, interminável; a volta, infinita. Mas valeu a pena. Afinal, minha alma não é tão pequena.

                            ONÇA, INHAMBU,  COCURUTO E DEUS ME LIVRE

Saimos -- eu  e a  Angela  -- de Santo André  no sábado de  manhã. Três horas  e meia até a  mineira Passa Quatro,  logo depois da  paulista Cruzeiro.    Ficamos na pousada  Pedra da Mina e  fomos muito bem tratados pelo   Paulo e seus funcionários.

No domingo, madrugamos para um café da manhã reforçado e pegamos o guia -- o Guto, ótimo profissional e maior responsável pelo nosso sucesso --  em sua casa às 5h30min. Foram 55 minutos  e 15 km de estrada de terra,  na maioria, até a fazenda Serra Fina, dois quilômetros depois do bairro Paiolinho.

Bala de Prata sofreu viu! Mas chegou inteira. Afinal, é uma 4x4 pequena mas  marruda e teimosa. Só me assustou um pouco na Fernão Dias, quando balançou a 120km/h. Gelei! Bucha?

Nosso bate-e-volta  ( ida e volta no mesmo dia soa  mesmo como loucura de professores de Educação Física determinados) começou exatamente às 6h35min. No início, o frescor da mata e o terreno quase plaino foram nossos amigos.

Nossa única  e leve frustração foi porque a famosa panela vermelha  já  não estava no lugar citado  nos relatos de outros corajosos trilheiros. No lugar dela, uma marmita de alumínio. Algum engraçadinho, espírito-de-porco, passou por ali.

Nosso único medo -- nem tanto, foi mais surpresa --  na ida e na volta, no mesmo lugar, foi ouvir, além de macacos,  o som (ronronar, uivar, miar, rosnar..)  distante da  solitária onça-parda, também conhecida como suçuarana.

Pra falar a verdade, não sentimos medo. Já vimos uma na Serra da Bocaina. E, que ninguém nos ouça, todo santo dia eu vejo uma. Aqui em casa. Ah! Também  chamei um inhambu (nambu) com o antigo pio do meu saudoso pai, seu Valério. E não é que, para nossa admiração, a ave respondeu?

Voltando a falar sério. Agora com subidas em "capoeiras",  com cara de cerrados mais abertos, céu limpo e sol quente, foram cerca de duas horas até o último ponto de água dentro da trilha. Dali se avista algo espantoso, assustador. Chamam-no de cume do Deus me Livre. Preciso explicar? Desenhar?

Para a maioria dos trilheiros/montanhistas talvez seja  mesmo a primeira frase que vem à mente. "Deus me livre".  Pra mim, quando vi aquele monstro, gigantesco, soltei logo um "puuuutaquipariiiiu!". To fora, pensei. Isso é coisa de maluco. E a Angela perguntou se eu queria voltar.

Sem dúvida, ali, próximo da última água,  no primeiro de inúmeros espaços de acampamento, se separam os homens dos meninos. Se alguém tiver de desistir, tem de ser nesse ponto.

Se não engano, são cerca de 2100m de altitude -- saímos de 1550m. Portanto, à nossa espera ainda uma ascensão de 700m.  Uma senhora diferença de altimetria.

Passando pelo topo do Deus me Livre (  mais ou menos 2400m), pelos cocurutos e pelo Enganador --  seria Deus me Livre II ou quiqueutofazendoaqui? --  com cerca de 2600m.

Cá entre nós, sem falsa modéstia, não é pra qualquer um.  Com o perdão da palavra, não basta ser foda, nem fodinha; é preciso ser fodão. Ainda mais quando falamos de dois sessentões.

Nunca trepei tanto. Nas pedras. Haja subida, cumes e falsos cumes, cristas e capim elefante. Em compensação, a partir daí, visuais de tirar o fôlego. Agora de deslumbre, de alegria.

Um colírio para olhos cansados. O maciço de Agulhas Negras e Prateleiras, Pico dos Três Estados, Capim Amarelo,  Tartarugão, Itaguaré e Marins.

Nossa meta, a  sonhada Pedra da Mina, continuava às escondidas. Havia sempre um falso cume -- né, Guto? -- a impedir nossa visão. Ou seria consequência da fadiga?

Como se não bastassem as "escaladas" subsequentes, comecei a sentir um certo desconforto --  no caso, queimação e cãibra (câimbra) -- nos quadríceps, musculatura das coxas. Fiquei assustado. Não era uma simples dor muscular. Mas passou na descida.

O ataque ao cume -- agora o real, derradeiro --, ao lado do Vale do Ruah --  soou como último suspiro. Foram 20 minutos de sede, suor, dor e determinação indispensável pra quem (eu) está debilitado.

Minha companheira de aventuras, Angela, foi guerreira e ainda encontrou forças pra me motivar. Desta vez me superou. O que me deixou muito orgulhoso.

Cinco horas e meia depois de escalaminhadas e trepa-pedras sem fim, a conquista, o ápice. Uma sensação indescritível. Mais uma montanha nos recebia de braços abertos. E o céu azul nos presenteava com um visual maravilhoso.

Ao lado -- nem tanto mas parecia pertinho -- um mar de montanhas e vales verdes. Abaixo,  várias cidades do Vale do Paraíba, o rio e a via Dutra.

                                          NA DESCIDA TODO SANTO AJUDA?

Curtimos o cume por cerca de uma hora. Cumprimentos, orações, descanso e muitas fotos. Pra não abrir o bico na descida, tome  banana, laranja, barrinha de cereais, rapadurinha, polenguinho, Gatorade e um refrescante guaranita, refrigerante da cidade oferecido pelo Guto (tel 035-33713355), responsável pela Mountain Trekkers Aventuras -- entre no facebook).

A água foi racionada, já que eu falhei ao não armazenar pelo menos três litros quando passamos da última "bica", lá no pé do primeiro falso cume.

Animados, felizes, descansados, sem dor,  motivados e sob sol quente, sem sombra,  iniciamos a descida sem fim por volta das 13h. E depois ainda dizem que "na descida todo santo ajuda". Cascata pura! Vai lá, descer da Pedra da Mina. Não acaba nunca.

Foram exatas três horas de ribanceira, raras ascensões e sede a dar com pau. Sorte que o Guto quebrou o nosso galho ao ceder dois goles do seu líquido precioso. Eu não queria abusar. Fora o cansaço e o receio de uma torção de tornozelo ou joelho né?

Meio quebrados -- a Angela não se dá bem nas descidas, muito menos em precipícios, e sentiu dor nos joelhos -- chegamos à água salvadora -- pra mim --  exatamente às 16h. Corpo molhado com água cristalina, squeezes cheios e sorriso no rosto, lá vamos nós pra última perna da jornada.

Foi aí que percebi a falta do meu stick, tão útil na subida quanto  quase inútil -- pra mim -- na descida. Por isso o amarrei na mochila. Perdi. Não fez falta. Também não tive espaço pra ficar triste com uma perda tão insignificante e compararmos com a grandeza do momento.

Daí pra frente, foi capoeira na descida e depois mata mais fechada em terreno  quase plaino. Rendeu a caminhada. Também rendeu a conversa sobre história das famílias. A do Guto é invejável, exemplar. Rendeu um pôr-do-sol  derradeiro, de fazer inveja por entre galhos de árvores.

Exatamente às 17h57min chegamos à casinha, no início da trilha. Lá estava a bala de prata, quietinha,  à nossa espera. Na volta, na estrada do Paiolinho, ainda fizemos mais fotos do poente avermelhado delineado pelas montanhas.

                                               ONCOTÔS, AGULHAS, DICAS E SUGESTÕES

Valeu a pena? Sim, muito! Se eu voltaria? Não tenho certeza. Foi um sufoco! Talvez seja mesmo melhor subir num dia, ver o pôr-do-sol e  a lua cheia (além de dormir em barracas adequadas), e descer na manhã seguinte, com direito ao nascer do sol.

Repito: desafio não é pra iniciante, juvenil  sem preparo físico e sem o mínimo de pegada, determinação. Além daquela pitada de  concentração e humildade para evitar tombos e erros fatais. Ideal é contratar um bom guia, com referências seguras.

Desafio da Pedra da Mina  também não permite "oncotôs", aqueles paraquedistas sem noção, que não sabem direito  onde nem por que estão ali, normalmente ao lado de amigos desinformados.

Trilhas são demarcadas, batidas,  mas é possível, sim, se perder em alguma bifurcação ou capim alto. Tudo se complica ao extremo se chover muito ou cair um nevoeiro. Ou se o "corajoso" for marinheiro de primeira viagem, sem  bússola ou GPS e  sem  alguma noção de navegação.

Também julgo importante, além da hidratação,  não se esquecer da alimentação adequada, do boné (ou chapéu), do protetor solar, de botas especiais ( nada de galocha, tênis novo ou no bagaço,  ou chinelo;  coisas de oncotô) e de calças específicas para trilhas dentro e fora da mata.

Camisetas, de mangas curtas e compridas, complementam o vestuário ao lado de um corta-vento. Se estiver muito frio, não abuse. Pra completar, pelo menos um stick (bastão, cajado) ajudaria bastante. Se tiver alergia a insetos, leve um repelente.

Nossa! Estava a me esquecer de um detalhe importantíssimo: tenha plena consciência no quesito preservação ambiental. Trata-se de um dos biomas mais importantes do planeta.

Não destrua uma planta sequer. Saquinhos, latinhas de cerveja, pets, papel higiênico... Não deixe nada pra trás. Apenas respeito, admiração e saudade. A natureza te aplaude. Seus filhos e netos te agradecem.

Pra quem me perguntar sobre o nível de dificuldade comparado com Agulhas Negras, não tenho dúvidas de responder. Embora falemos de desafios diferentes, com relevos e terrenos  rochosos distintos, sofri muito mais na Pedra da Mina. Mas repito: vale a pena.

                                                  1320 KM DE AVENTURAS

Pra compensar a  distância da viagem, depois de Passa Quatro -- onde há outras boas atrações turísticas além da Pedra da Mina --  passamos três dias entre  mais picos, grutas, cachoeiras e corredeiras do Parque Estadual de Ibitipoca-MG. Outra beleza!

Águas límpidas, douradas, de rios com fundo de pedras. Ah!  A janela do céu é coisa de outro mundo.  Sensacional! Imperdível! Pico do Pião também é interessante, passando pela Gruta dos Viajantes.

Nosso passeio de oito dias recheado de aventuras -- foram 1320km --  também passou por Carrancas(MG), a capital nacional das cachoeiras e quintal da Rede Globo.

Uma mais bela do que a outra. Fumaça, Zilda, Racha da Zilda (sim, o que você pensou, acredite, é verdade), Esmeralda, Índio, Moinho, Coração, Escorregador.. Como moldura, o "Monte Roraima", aquele que aparecia todo dia  na novela Império.







segunda-feira, 24 de agosto de 2015

DGABC: bela história é sinônimo de nota 10?

(TEXTO PUBLICADO DIA 31 DE JULHO DE 2015 E CONTESTADO PELOS JORNALISTAS ADEMIR MEDICI E SERGIO VIEIRA) 

Há pelo menos 15 dias estou engasgado pra comentar um detalhe que encarei como piada de mau gosto.

Respeito a opinião dos jornalistas entrevistados no programa Diálogo Aberto, do companheiro Daniel Lima, mas discordo frontalmente.

Questionados sobre que nota histórica dariam ao jornal Diário do Grande ABC, o diretor de Redação Sérgio Vieira e o  excepcional jornalista e memorialista Ademir Medici, meu amigo, não tiveram qualquer dúvida.

Como numa apuração de desfiles carnavalescos, "nota... déeeez". Só faltou a ênfase do locutor oficial. Torcedores paulistas da Gaviões da Fiel e cariocas da Beija-Flor lotariam a arquibancada e iriam ao delírio.

Porém, aqui, num cantinho reservado à imprensa (independente) eu estaria a vaiar. Trabalhei na editoria de Esportes do DGABC por quase 15 anos e fico muito a vontade pra discordar.

Minha nota pode até ser contestada, mas  é a mesma do sempre rígido, polêmico responsável e competente Daniel. Nada mais do que um cinco.

História do Diário merece ser enaltecida e  respeitada por todos nós, cidadãos do Grande ABC. Afinal, são 57 anos de muita dedicação  diária às coisas de uma região com quase três milhões de habitantes.

Só que, nota 10 é demais pra minha cabeça. Afinal, como todos, o Diário de ontem, de hoje e de amanhã vai acertar e errar.  Qual o problema? Vai questionar e ser questionado. Seu compromisso é com o leitor.  Por isso a credibilidade não pode oscilar tanto em quase seis décadas.

No quesito jornalismo, já cansou de fazer besteira. A começar por uma linha editorial que só agora -- gostem ou não, com as intervenções cirúrgicas do Daniel Lima e a correspondência da equipe --  volta a assumir uma postura de comprometimento  verdadeiro com o Grande ABC.

Tempos atrás, talvez mais de uma década, lançou o slogan definindo-se como braço direito do Grande ABC. Pois é... esqueceram do esquerdo. Por isso andaram fazendo tudo pela metade.

Por isso campeava o compadrio. Por isso brotavam acertos escusos e subterrâneos com o Poder Público. Ao sabor dos ventos e da coloração partidária. Ai de quem não rezasse pela cartilha da Catequese. Pau nele!

Por isso a falta de profissionalismo responsável.  Por  isso a ausência de linha editorial de fato. Por isso derrapagens aos borbotões. Por isso, em alguns períodos, um trem de incompetências a prestar desserviço ao cidadão do Grande ABC.

Por isso a bela história, alternando momentos de jornaleco com posturas de um grande jornal regional, não merece mais do que o cinco da imparcialidade. Com todo respeito, nota 10 é agrado de sonhadores.

Só pra completar: se o importante DGABC deixar de existir nosso mundinho será ainda pior. Já foi ruim com ele, quase exclusivo porque dominador. Pior sem ele,

Que os novos trilhos o conduzam por muitos anos. Sem mentiras. Sem omissões. Sem protecionismo. Sem parcialidade. Sem brincar com a  nobre arte de informar, analisar, questionar e transformar a sociedade.

Uma bela história nem sempre é sinônimo de nota 10.




RESPOSTAS DOS JORNALISTAS CITADOS

Sérgio Vieira





Caro Donizeti,

 

Primeiro lugar, permita-me me apresentar. Meu nome é Sérgio Vieira, sou jornalista formado a duras penas, com imensa dificuldade - financeira, digo - em 1998 na Universidade Santa Cecília, em Santos. Tenho a honra de fazer parte desta fantástica instituição há pouco mais de 10 anos. E, a imensa alegria de comandar este time, com muita humildade mas com muita segurança em buscar fazer o melhor todos os dias, desde dezembro de 2011. Erramos e acertamos. Mas não temos medo de sair do lugar comum, de buscar o melhor para os nossos leitoresSei da responsabilidade e da honra em, aos 38 anos, comandar um dos veículos de comunicação mais importantes do País e por usar a cadeira que já foi do Dr. Fausto Polesi e do grande profissional Daniel Lima, entre tantos outros colegas jornalistas que já dirigiram este jornal. E, justamente por isso, chego aqui todos os dias com o desejo de sempre trazer a verdade e buscar o melhor de nossa equipe para oferecer ao leitor todas as informações, com todas as visões possíveis. A Carta do Grande ABC, escrita por mim mas concebida a partir de análises e conversas com dirigentes do Diário, e a importantíssima contribuição do Daniel, mostram o nosso respeito por essa empresa e pela nossa busca constante em mostrar que podemos, e devemos, ser protagonistas das ações deste Grande ABC e propor soluções para o desenvolvimento de nossas sete cidades. Daí o motivo por termos incluído o item 'Desindustrialização' entre os 10 tópicos que passaram a nortear as ações de nossos profissionais, oficialmente, desde o último 11 de maio.
 
Infelizmente não tenho o prazer de conhecê-lo pessoalmente, mas estou à inteira disposição, quando quiser vir aqui, tomar um café comigo e visitar o 3º andar do prédio na Rua Catequese, 562. Talvez assim você consiga compreender o motivo de tanto eu quanto o seu Ademir, uma referência para mim no jornalismo e que aproveito para fazer minha suas palavras do texto abaixo, termos dado ao Diário nota 10 - também acrescento o 'com louvor' - e entenda que aqui nós não fazemos 'piada de mau gosto'. Nós trabalhamos. Com muita paixão. Pelo jornalismo, pelo Diário e pelo Grande ABC.
 
Saudações cordiais, 

Sergio Vieira
 
 

RESPOSTA DE ADEMIR MEDICI



É sempre bom esperar alguns dias - no caso do Raddi "pelo menos 15 dias" - para desengasgar. No nosso caso, meu e do Sérgio Vieira, a pergunta do Daniel foi na lata e a resposta também - porque, em TV, o tempo urge. Pensando bem, "pelo menos 15 dias" depois, reformulo minha nota ao Diário do Grande ABC: dou 10 com louvor, e não vão me entender isso como "piada de mau gosto".
1 - Dez com louvor porque o Diário do Grande ABC construiu uma História, resistiu ao tempo, tocou sua vida no tempo das vacas gordas e não ficou pelo caminho como aconteceu com grandes jornais do nosso tempo, entre os quais o intocável Jornal do Brasil, do Rio de Janeiro, o criativo Jornal da Tarde - nosso preferido no tempo da Cásper Líbero, das grandes reportagens, o popularesco Notícias Populares, o Correio Paulistano dos tempos imperiais e que atravessou duas repúblicas para sucumbir no tempo da ditadura militar, o antigo Diário Popular, os antigos Diário da Noite e Diário de São Paulo, sem falar em revistas como Realidade, Manchete e outras mais.
2 - Dez com louvor porque acompanhou a tecnologia, investiu em equipamentos, sem se descuidar da formação humana e na revelação de talentos como o próprio Donizete Raddi.
     3 – Dez com louvor porque sempre teve posições – discutíveis ou não – mas não deixou esse povo que faz política deitar e rolar ao bel prazer.
     4 – Dez com louvor porque sempre teve nos seus quadros profissionais de diferentes posições políticas, num arco que vai da esquerda para a direita (e vice-versa). Profissionais que – por seu próprio mérito – conseguiram traduzir pensamentos, hoje registrados para sempre nas coleções guardadas pelo Banco de Dados.
     5 – Dez com louvor porque sempre teve bons mestres. A Escolinha do Daniel marcou época. É citada sempre por ele, mas também pelos antigos alunos que passaram pela sala de vidro da Redação. Mas antes e depois da Escolinha do Daniel houve outros mestres que passaram conhecimentos e formaram, entre os quais o saudoso Dr. Fausto Polesi com seu lápis azul, temível. E profissionais como José Louzeiro, Hermano Pini Filho e tantos outros representados nas figuras dos editores de ontem e de hoje.
     Paro em cinco pontos porque tenho que fechar a Memória de amanhã, terminando com outro 10 com louvor, que me fala pessoalmente tão próximo: porque o Diário do Grande ABC sempre abriu espaço à História e Memória e não nos faltou em lutas voltadas à importância histórica da Vila de Paranapiacaba e à importância ambiental de uma Serra do Mar.
     Refletindo “pelo menos 15 dias depois”, caríssimo Raddi, respeito a sua nota 5, mas jamais daria ao Diário do Grande ABC o 3 virgula alguma coisa que na mesma entrevista dei às entidades regionais que gravitam em torno dos poderosos. Desta nota você esqueceu de falar, mesmo com os "pelo menos 15 dias" depois.
Saudações alvinegras.

Ademir Medici


MINHAS CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Antes de mais nada, é bom ressaltar que reconheço a importância do DGABC e de seus profissionais. Especialmente aqueles -- poucos, por sinal -- que pulam miudinho no intenso dia-a-dia da redação. Basta ler o texto acima com atenção e isenção. Mesmo que alguns demorem "15 dias" pra entender.

Porém, considerando-se os elogios rasgados -- concordo com boa parte deles -- e o "10 com louvor" dos caros jornalistas, especialmente do amigo e excelente profissional Ademir Medici, com quem trabalhei por bom tempo,  sou obrigado a contestar a postura.

Até parece que o Diário a que os companheiros de profissão servem é o suprassumo da ética e do jornalismo perfeito, da empresa nota 10. Principalmente se observarmos apenas um lado da moeda. O que interessa ser revelado e enaltecido.  É possível avaliar  as duas faces?

Por isso, ratifico: respeito mas discordo; dar nota 10 para a bela mas nem sempre exemplar história do mais importante meio de comunicação do Grande ABC é um direito indiscutível, mas soa, sim, como precipitação e piada de mau gosto.

Como ex-profissional do Diário por cerca de 15 anos e leitor por quatro décadas, fico muito à vontade para questionar, criticar e elogiar com imparcialidade. Gostar ou não, concordar ou não,  é um direito de quem está do outro lado.

Aqui não se escreve pensando em agradar ou desagradar poderes ou patrões. Em caso de dúvida, que tal usar o DGABC Pesquisas para ir às ruas e saber do leitor que nota ele daria à publicação levando-se em conta 57 anos de erros e acertos?  Outros profissionais de Imprensa também deveriam opinar. Inclusive quem  está ou  já passou pela redação. Fica o desafio.

Ora, ora, caríssimo Ademir, você é macaco velho.  E dos bons. Como  escritor e memorialista, conhece o Diario, e seus subterrâneos, como poucos.

Nossa (sua) página Memória sim, merece nota bem próxima da máxima. É uma ilha, uma exceção.  Por isso mantenho o cinco pro oscilante Diário como um todo. Sem louvor. Mas com muito respeito e acreditando em dias melhores nas mãos de profissionais idôneos e comprometidos como você.

Se quiser justificativas -- sem ironias -- para a nota cinco vou precisar de muito mais que cinco itens. Nem todos inseridos no banco de dados. Os mesmos que comprovam as limitações da nossas entidades regionais que gravitam no entorno dos poderosos.  Seu " três vírgula alguma coisa" está de bom tamanho. Independentemente de o amigo gostar ou não de "textos aleatórios".

Fique com um abraço tão sincero e autêntico quanto um 10, um cinco, um três ou um zero.

Em tempo: pra não soar deselegante com o diretor de Redação Sérgio Vieira, agradeço o convite para visitar a redação. Também  fica claro que nossa discordância se refere à nota "10 com louvor".  Sei que  não gostou do termo, tem todo o direito, mas o exagero da benevolência sugere, sim,  piada de mau gosto. Simples assim. Já o trabalho do DGABC jamais foi definido como piada. Pelo contrário; é de suma importância. Mesmo com uma credibilidade ao sabor dos ventos de ontem e de hoje. A Carta do Grande ABC é um belo exemplo. Desde que seguida à risca.  Quanto  à dedicação, ao currículo e às conquistas profissionais do jovem  -- e, tomara, promissor -- diretor, merecem total respeito deste veterano metido a besta. Afinal, são  10 anos de casa. Tempo suficiente para conhecer uma história de seis décadas. Espero que o diretor a conheça, de fato.   
     
    
 



 
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sexta-feira, 7 de agosto de 2015

A laje, a panela e o socador de caipirinha

Menos de um minuto depois do discursos rocambolescos de Lula, Dilma e Rui Falcão e da encenação do ator José de Abreu -- o mesmo que defende o nobre Zé Dirceu -- meu telefone fixo toca sem parar.

Até  achei que fosse alguma menina educada da Abril a sugerir que eu antecipasse a renovação da assinatura da Veja. Também poderia ser alguém da GVT ou da NET oferecendo serviços de telefonia padrão FIFA.

Nada disso! A surpreendente ligação era do primo do  Zorro, amigo antigo que sempre fala do nosso Santo André, hoje esquecido no implacável  baú do futebol profissional.

Sem máscara, o Zoinho foi direto ao assunto:

-- Alô! É o Raddi? Aqui é o Zoinho, primo do Zorro. Já assisti jogo do Santo André com vocês. Lembra de mim?

-- Falaí Zoinho! Lembro sim. Naquela tarde, com o Bruno Daniel lotado, Corinthians e Ramalhão empataram de 0 a 0 na despedida do guerreiro Zé Maria, um dos maiores laterais da história corintiana. Foi na década de 80. Mais precisamente em 83, com mais de 21 mil pagantes. Éramos jovens.

-- Isso mesmo! Então... tô ligando aqui do meu apartamento  aqui na Agenor de Camargo, vizinho da tua casa. Só que o assunto não é futebol.

-- Peraí... Se for pra  arrumar emprego pra parente, ser avalista ou emprestar dinheiro, tô fora hein!

-- Nada disso! É que, aqui do alto, da sacada,  acabei de te ver você aí no seu terraço...

-- Terraço uma pinóia! Você deveria dizer a laje mais cobiçada da província. Não troco por nenhuma varanda gourmet no bairro Jardim.

-- Que seja! Afinal, estranho quando você não aparece aí de sábado e domingo na hora do almoço. Caipirinha, cervejinha com os amigos. Vidão hein?

-- Ei, você ligou pra falar da minha caipirinha? Quer de jabuticaba, de lichia ou de melancia?

-- Não,  liguei pra falar da sua panela. Não consegui gravar mas vi que durante a fala dos suprassumos da honestidade, da ética e da competência você estava fazendo um barulho danado. Cara, o que era aquilo?  Tinha mais som do que as buzinas.

-- Ah! Nem te falo. Aqui em casa vai dar problema. Panela de arroz da patroa não é das mais novas; tampouco resistente. Daí que deformou. Um calombo com cara de ovo de tanto eu bater contra o estado de insolvência em que os quadrilheiros de plantão colocaram o País.

-- Mas era muito alto Raddi! Cê tava batendo com quê? Ninguém ouvia o meu apito.

-- Socador de caipirinha! Eis o segredo. Tem de ser de madeira boa, firme; daquelas de cajado de peregrino de verdade. Meti o socador com vontade. Tenho um reserva, de metal. Com ele a panela iria abrir o bico de vez.

-- Por que tanta raiva? Tire esse ódio do coração. Eles são legais; são bonzinhos. Você não ouviu o que eles falaram do FIES, do Minha Casa Minha Vida, do Bolsa Família, do Pronatec?

-- Nem precisa. O discurso não muda. Crise? Velá! Nossa economia sempre foi uma fortaleza indestrutível. O BNDES é a salvação da lavoura,  cubana. A Petrobras é a pérola da coroa, venezuelana. Todos os "picaretas" do Congresso são exemplos de dignidade, de transparência ( Noruega 7 a 1), de comprometimento. Não existiu mensalão. Não existe petrolão. Nem desemprego. Olha o Grande ABC, palácio das montadoras e berço do sindicalismo selvagem. Já o  aposentado recebe uma fortuna. A saúde só não está na UTI por falta de vagas. A segurança do cidadão comum é nota 10. Eles brincam com a nossa paciência, menosprezam nossa inteligência.

--  Raddi, posso falar?

-- Me desculpe; ainda não terminei. E a nossa "pátria educadora". Que piada! Nossa educação é risível em comparação com o mundo desenvolvido. Finlândia 7 a 1.  É muita cara-de-pau.  Cinismo, arrogância, ironia, empáfia, deboche puro... Credibilidade no fundo do poço,  e ainda insistem em  tripudiar e desqualificar ou fazer ouvidos de mercador às acusações de corrupção e outras de sem-vergonhices. Doações legais, dentro da lei! Forjadas! Kkk! Me engana que eu gosto. Fico indignado mesmo. Só conversa fiada para boi dormir. Tô de saco cheio! Por isso esse grito doído, do fundo da alma, mas com cheiro de liberdade. E daí? Quem tem moral  pra me impedir?

-- Poxa! Nossa! Você desembuchou quase tudo que eu queria falar. Não deu folga. Foi num fôlego só.  Mas fica a sugestão: já que não temos um navio com fundo falso em zona de tubarões, que tal enfiar todos os exemplares de mau-caratismo na coqueteleira e socar, triturar, amassar? Melhor com pinga; o omi gosta duma branquinha. Se bem que hoje ele também é daselite. Bota banca com uísque importado.

-- Zoinho, a idéia do navio não é novidade, mas atende melhor aos interesses do povo. E dos tubarões.  Mesmo porque, minha coqueteleira é pequena e  ficaria contaminada; meus amigos sentiriam nojo, asco.

--  E o socador, não descascou? Não quebrou? Caramba!

-- Não! É forte! Comprei lá no Salim. No caso, simboliza decência e uma dose de esperança. Simboliza contestação; clama por justiça. Simboliza o nosso direito de cidadão. É um sonoro não aos aloprados. É bom ressaltar que aloprados não são privilégio da cor vermelha. Tudo quanto é partido tem.  E tomara que o panelaço contestatório signifique um futuro melhor pra nossos filhos e netos. Por isso você ainda vai ouvir muito barulho na laje mais cobiçada da província. Por sinal, província comandada, com raríssimas exceções,  pelos mesmos imbecis juramentados. Eles precisam ser cobrados. Afinal, não são donos do corguinho que passa no fundo de casa.

-- Corguinho? Valeu Raddi ! Nos falamos quando o Santo André voltar a campo. Tamu juntu! Boa noite!

-- Valeu, Zoinho! Dá um abraço no Osório.

-- Onório?

-- Eu disse Osório, Osório, o técnico do seu time. Aquele das canetinhas. Quer apostar quanto? Empate é seu. Quer saber? Dou dois de lambuja.

-- Tô fora! O seu Corinthians se garante na estabilidade. Já o meu time é muito instável. Não passa firmeza.  Mas clássico e clássico, né? Deixe de ser garganta. Posso te ligar domingo depois da seis hein!

-- Certo Zoinho. Simples brincadeira após  tanta baboseira em cadeia nacional. Só pra terminar: tem falado com o seu tio petroleiro? Dá um abraço de tamanduá nele; enforca o camarada, se possível, e faz o espertão devolver a grana que roubou em conluio com políticos picaretas. Com o perdão da redundância.

-- Cara, você não ficou sabendo? Titio Cerveró tá no xilindró. Vai pegar uma cana braba. Nada de abraço. Nem escreva que é meu tio. Tchau!

terça-feira, 4 de agosto de 2015

O Zero, a faixa e o avesso

Zero é um amigo antigo. Professor de Educação Física aposentado. Como eu. Como não tem muito o que fazer além de viajar, caminhar e se exercitar na academia do Primeiro de Maio, sobra tempo até para ler o blogdoraddi.

Porém, não nos vemos com frequência. Pelo menos comigo, o Zero sempre foi bem autêntico. Reclama, cutuca, elogia, sugere, critica e lamenta quando fico muito tempo sem escrever. Normalmente porque estou no aconchego de alguma montanha/ trilha.  Ou curtindo os netos.

E não é que hoje cedo, correndo no Parque Central, o Zero me pregou um susto:

-- E aí meu amigo... tá ficando  véio e vagabundo hein! Não escreve mais por que? Montanha, caminho, preguiça ou falta de tempo?

-- Grande Zero! Tudo bem, meu amigo? O Parque Central não é  tua praia; seu lugar é lá no Duque, hoje Celso Daniel.

-- Vim aqui só pra te cobrar. Entro no blog todo santo dia e não vejo nada de novo. Você não escreve mais? Perdeu a embocadura ou não tem mais saco pra contestar as mesmas coisas?

--  Pode ser, Zero. Tudo é muito igual. Repara que nossas reclamações são sempre as mesmas? E os caras não mudam, não reagem. Só pioram. Só roubam. Prometem mas não fazem nada. Menosprezam inteligência e testa nossa paciência

-- Então ... Tenho uma sugestão de texto: vi ali em cima, na entrada do campo, uma faixa pelo menos interessante.

-- Diz o quê?

-- Mais ou menos isso: "Nós, jogadores do Independente (?),  agradecemos o prefeito Carlos Grana e o Irineu pela manutenção do nosso campo".

-- E daí?

-- Para pra pensar cara-pálida. Parece um jacu. Você não é tão burro. Embora aposentado, cadê aquele faro jornalístico? Cadê o senso crítico?

--  Vamos por partes. Se eu me perder, recorro à prateleira, aquela tática tão desprezada pelas mulheres já elas conseguem falar sobre tudo ao mesmo tempo.

-- Essa é boa! Mulher é foda né? Nunca vi. A sua é que nem a minha? Consegue falar de tudo sem misturar, sem se perder?

-- Mais ou menos. Mas nosso assunto é o campo do parque, a faixa de agradecimento. Primeiro que o pessoal do Independência não tem de agradecer  prefeito nenhum. É obrigação do Poder Público cuidar dos campos distritais. Só entendo que a coisa anda tão preta e o caixa tão raso, no volume morto,  que todos os clubes que  têm a permissão de uso dos campos deveriam ser parceiros de fato. Colaborar com a Prefeitura não vai matar ninguém. Afinal, muitos deles pagam  até "bicho" para jogadores. Não é mesmo?

-- Raddi, sabe que você tem razão. Sei de vários times amadores de Santo André que "contratam" e pagam jogadores de Diadema, São Bernardo, São Vicente, Osasco, Guarulhos... Então, vamos ajudar os caras. Já que usam. A não ser que tudo isso tenha como compensação o velho voto de cabresto. O time usa o campo e vota no cara certo. Quase sempre errado. Que merda né?

-- Zero, há outro detalhe na faixa né. "Nosso campo". Como nosso campo? O Independência, como todos os outros, tem apenas a permissão de uso. Ninguém é dono de nada. Quer dizer, o campo é de todo cidadão andreense e deveria ser melhor utilizado por todos, inclusive o Poder Público e pela população. Deveríamos tem escolinhas de futebol e outras modalidades, como atletismo, em todos os distritais.

-- Mas o problema de tomar conta e não manter é antigo né Raddi?.

-- Certo, amigo. Há mais de três décadas dirigentes de clubes amadores se adonaram dos espaços por conta da omissão e da incompetência dos homens públicos. Poder Público que raramente faz intervenções consistentes. E agora recebem agradecimentos porque passaram a máquina pra nivelar o terrão.  O  quarentão Independência está na dele.

-- Mas quase todos os campos da cidade apresentam os mesmos problemas. Ouvi falar que  alguns ainda têm famílias morando nos vestiários. Quando não abrem um boteco ou usam para prostituição e consumo de drogas. Também alugam o que é do povo pra escolinhas de futebol privadas, de nome.

-- Zero! Zero! Me lembrei de um campo ali perto do Bruno Daniel. Acho que ainda é dividido pelos tradicionais Vasquinho e Portuguesinha. Há mais de cinco anos vejo carretas e outros veículos estacionados no espaço. Também há  propagandas em outdoors e nos muros, provavelmente sem que o destino seja o Fundo de Apoio ao Esporte Amador, se é que  ainda existe na Prefeitura inimiga do Esporte.  Será que alguém está levando por fora?

-- Como assim, professor? Tá sonhando, delirando?

--  Em terra de mensalão, petróleo, semasão e ladrão padrão FIFA, por que não distritão clubista?  Além de usar o campo, alguém deve estar a faturar uma grana nas costas de um espaço público, o que é ilegal.

-- Cara, eu não tinha pensado nisso!

-- Eu entendo; você se aposentou como professor de Educação Física. Além disso, já passou dos 60.

-- Depois dessa é melhor eu ir embora. Lá no Duque ninguém me ofende.

-- Calma Zero. É brincadeira. Afinal, não somos velhos amigos? E não é mais Duque de Caxias; é Celso Daniel.

-- Pois é, como diz a Lelê, intimidade é uma merda. Vou contar pra tua mulher que você me ofendeu. Melhor  mesmo quando você está na montanha ou naquele Caminho do Mé. Assim não te encontro.

-- Cê tá loco? Caminho da Fé! Não é do mé!

-- Tá bom! É mais fácil você subir em Agulhas Negras pra conversar com Deus do que rezar na basílica de Aparecida. Toda vez você e seus amigos tomam cerveja, mé. Não são peregrinos; são perevejas, perebrahmas, perechaças. Tudo, menos peregrino!

-- Por hoje deu. Tchau!

-- Raddi, peraí. Dá um abraço no Daniel. Por falar nele, você também vai voltar pro Diário?

-- Tá maluco? Só se for pra escrever o Confidencial acima de dois mil e quinhentos metros de altitude. Cê tá de brincadeira! Tchau!

-- Chiiii! Tô atrasado pro almoço. Minha mulher vai me fritar. Fui! Tchau!

-- Zé! Zé!

-- Fala!

-- Tua camiseta tá do avesso!

Em tempo: só hoje (12 de agosto), percebi que o agradecimento é dos jogadores do "Independente". Mais uma gafe imperdoável.  Lógico que os jogadores não têm nada a ver com a faixa. Sabem que jogam no Independência. Independência!!! Deve ser mais algum puxa-saco de um prefeito que não está nem aí para o esporte da cidade.