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sexta-feira, 29 de maio de 2015

Se Maluf pode, por que não Blatter?

O submundo do futebol reelegeu hoje o suíço Joseph Blatter para o quinto mandato à frente da FIFA -- Federação Internacional de Futebol Associado.

Mesmo depois de prisões, indiciamentos e inúmeras acusações de fraude, corrupção, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça, o economista de 79 anos vai ter a oportunidade de completar mais de duas décadas de trono.

Muita gente se espantou e/ou se decepcionou. Como o príncipe Ali Hussein, que preferiu abrir mão da segunda rodada de votação em Zurique ao atingir apenas 73 votos na primeira, contra 133 do presidente vitalício.

Um presidente que não sabe de nada. Um presidente que não viu nada. Um presidente que não tem culpa de nada. Um presidente que não renuncia. Um presidente que não pode fazer nada.

Um presidente de nada. Eleito por um bando de cupinchas. Um bando de frouxos carregados de segundas, terceiras e quartas intenções. Umbilicais e econômicas.

Mas, cá entre nós, não foi surpresa. Isso não! Mesmo aos pés de um vulcão em plena erupção. Apenas os europeus capitaneados por Michel Platini foram contra. Conmebol, Concacaf, asiáticos e africanos  ficaram ao lado do filhote de João Havelange, outro que sempre mamou nas gordas tetas da FIFA.

Inclusive o Brasil, por meio do presidente da Federação Cearense,  que representou Marco Polo del Nero, o presidente da CBF. O senhor ostentação antecipou sua volta ao Brasil alegando necessidade de prestar esclarecimentos sobre os fatos que abalaram os alicerces ( podres) do futebol.

Inclui-se, aí, a prisão de um aparentemente ex-amigo, o ex-presidente José Maria Marin. Até ontem, um irmão siamês. Agora, "não sei de nada, nunca participei de nada, nunca assinei nada, a CBF não tem nada a esconder e estou à disposição da justiça para todas as explicações necessárias". Será?

Difícil mesmo, e talvez desnecessário, é querer explicar como o mundo do futebol pode reconduzir Blatter ao império de Zurique diante de tantas acusações, de tantas maracutaias a um palmo do seu nariz.

Nós, brasileiros,  não temos moral pra dizer nada. Eternizamos nossos dirigentes no topo da pirâmide do poder. tanto quanto reelegemos  vereadores, prefeitos, governadores, deputados, senadores e até presidente acusados de vários tipos de crimes.

Exemplo flagrante do esporte além-futebol, entre outros, é o que acontece há muito tempo no voleibol. Carlos Arthur Nuzman, Ary Graça, Renato Pera e cia bela sempre mereceram investigação séria e conclusiva. Que falta faz um FBI! Um em cada federação!

Na política, então, somos imbecis juramentados. Um bando de trouxas. Entre tantos, reelegemos a duquesa Dilma e o lorde Lula. Pasmem: destituimos e reconduzimos  príncipe Fernando Collor ao poder. E aclamamos  o coronelismo execrável e interesseiro de José Sarney em todas as camadas da política.

Até mesmo o "bispo" Paulo Inocente Anjo de Asas Maluf  desfila como suprassumo da honestidade, deus da sinceridade. É o fim do mundo. Um nojo!  Uma vergonha! E por aí vai. Seriam páginas e mais páginas de santinhos do pau oco.

Então, qual o problema de o nobre  sir Sepp Blatter  estender o reinado por mais quatro, oito, 12, 16 ou 20 anos?  Afinal, como nossos políticos, Sepp é vítima.  O pobre Sepp  não fez nada. Sepp, coitado,  não sabe de nada.

Lula, Marin, Del Nero, Graça e Pera também não!  

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Podres poderes. Padrão FIFA!

Ex-presidente e vice da Confederação Brasileira de Futebol, José Maria Marin é um dos oito dirigentes da FIFA presos pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Belo gol do FBI em gramados suíços.

Justificativas para as prisões são conhecidas do submundo do futebol há pelo menos 30 anos. Três décadas de suborno, corrupção, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça... Fatos, portanto,  não surpreendem! Enojam! Envergonham!

Prisões e outros indiciamentos soam como alento, como esperança de transparência, fiscalização e punições exemplares em prol de um esporte tão apaixonante em campo quanto frágil na pirâmide de entidades que o comandam.

A casa caiu! A ponta do iceberg deu as caras!  As algemas serão insuficientes! Sim; não vai ter pra todo mundo que faz do poder um reino encantado, enfeitiçado. E podre!

Um reino de negociatas! Um império em ruínas! Um castelo de podres poderes. Compadrio à luz do dia! Com a cumplicidade, com a conivência, de confederações, de federações e de clubes.

Salvo raríssimas e honrosas exceções, todos os mandatários de entidades afins sonham com o bezerro de ouro. Todos vivem de olho na melhor teta da vaca  leiteira. Modéstia a parte, conheço e sei distinguir o leite. Escrevo sobre o assunto, com a mesma opinião, há pelo menos 30 anos.

João Havelange que ama Joseph Blatter ( se eleição houver, ele tenta amanhã o quinto mandato), que ama Nicolás Leoz, que ama Ricardo Teixeira, que ama José Maria Marin, que ama o senhor ostentação Marco Pólo del Nero, que ama Reinaldo Carneiro Bastos (FPF) e todos os outros mandatários de federações nacionais que o elegeram.

Porém, se apertarem o torniquete, ninguém ama ninguém de verdade. Todos vão fugir da raia. E alguém vai  mandar retirar o nome do acusado da fachada da sede. Ridículo!!!

A culpa vai ser do outro, do antecessor. Se bobear, ninguém sabe de nada ou não conhece o malfeitor da vez. Ou alguém ainda pensa que tal prerrogativa é exclusividade de político? Se bem que Marin, ex-jogador do São Paulo,  conhece os dois caminhos. Desde os tempos da ditadura.

Em comum, assim como acontece com outros esportes de ponta, todos têm poder ilimitado, abuso escamoteado e sonhos dourados. Aí está o pulo do gato: abusar, deitar e rolar. Sem abuso o poder fica sem graça para a maioria. Faz sentir saudade de quando "ladrão" era apenas o pobre juiz.

Quase todos os dirigentes de entidades milionárias, das quais se locupletam, são ricos, exibicionistas, narcisistas,  corporativistas, egocêntricos, centralizadores, falsos democratas,  ditadores, vaidosos, irônicos, cínicos, dissimulados, prepotentes... Também adoram presentear e exibir namoradas novas, bonitas e gostosas.

Tudo farinha do mesmo saco! FIFA, Conmebol, Concacaf, CBF, FPF... Se investigarem a fundo,  confederações e federações de outras modalidades vão descobrir que a "qualidade" da farinha também é a mesma.

Lá também existem inúmeros velhinhos com desvio de caráter. Nos subterrâneos do vôlei, do basquete, do handebol, do judô, do boxe, do futsal, do  tênis...  Pura lama! Esgoto a céu aberto!

terça-feira, 26 de maio de 2015

Árbitro abusa da autoridade! Culpa de todos!

A arbitragem do futebol tupiniquim foi um dos temas predominantes na mídia durante os últimos dias.

Tudo por conta do excesso de cartões amarelos e vermelhos distribuídos até a terceira rodada do Campeonato Brasileiro.

Cumprindo à risca,  e sem bom senso,  a determinação da Comissão de Arbitragem da CBF -- Confederação Brasileira de Futebol  -- para coibir qualquer reclamação de jogadores, técnicos e Comissão Técnica, a juizada tem passado do limite.

O que não é novidade pra quem detém o poder. Não aceitam conversar, não aceitam o contraditório ou o simples questionamento. Há, até, muitos que punem mais uma reclamação do que um  soco ou um pontapé maldoso, daqueles de quebrar a perna.

Independentemente de erros e acertos técnicos e disciplinares, está havendo excesso, abuso de autoridade. Pura insegurança de candidatos a bonequinhos de chumbo como o bom árbitro Thiago Peixoto.

Na vitória do Atlético Paranaense sobre o Mineiro, o juizão deitou e rolou. O fortão tem competência mas voltou a desfilar arrogância, além de um gestual característico de dançarinos e modelos em passarela. Voltou a chamar pra si todos os holofotes.

Assim como outros  vários "aparecidos" por aí, Thiago extrapolou, ignorou o limite da coerência. Em vez de apitar com correção e firmeza e passar despercebido, quis roubar o protagonismo dos atletas.

Ninguém pode abrir boca. Lei da Mordaça? Conversar pode sim; o que não pode é xingar, ofender, agredir fisica e moralmente alguém. Ser educado sem ser humilhado é tão fácil.

Isso não quer dizer que a culpa de tantos desconfortos e confrontos nesse momento de transição e imposição de limites na arbitragem seja apenas da juizada e de seus auxiliares, incluindo o quarto árbitro.

Quase todos também acham que mandam tanto quanto ou mais que o juiz, de fato. Se querem apitar e mostrar autoridade inquestionável, que assumam o posto principal. Exigem respeito mas desrespeitam.

Há inúmeros jogadores, técnicos, dirigentes e até torcedores e  pseudojornalistas que se julgam conhecedores exclusivos das regras do jogo e das malandragens do futebol. Todos são velhos conhecidos da Comissão de Árbitros.

O jovem Petrus, do Corinthians, e o veterano artilheiro Fred, do Fluminense, são dois exemplos. Maus exemplos, por sinal. "Apitam" o jogo inteiro. Reclamam de tudo. Quando o juiz não assinala e até quando apita. Aí exigem cartão. Exageram e simulam durante mais de 90 minutos.

Assim como Elias e Emerson, também do Timão; Valdívia, o do Verdãos; Robinho, o craque do Santos; Rogério Ceni e Luís Fabiano, do São Paulo. Isso pra ficar no âmbito doméstico estadual. Enfim, pouco colaboram com a arbitragem. Se percebem fragilidade, deitam e rolam.

Nossos técnicos -- Mano, Felipão, Luxemburgo e cia --  também não ficam atrás. Também apitam junto, contestam de forma exacerbada e alguns até  orientam seus comandados para peitar o árbitro, botando pressão para a próxima marcação ser a favor.

O erro é  de todos os envolvidos! Se todos se conscientizassem de que fazem parte de simples jogo de futebol, de uma apresentação pública diante de torcedores apaixonados, e não quisessem levar vantagem em tudo, com certeza o futebol brasileiro não estaria nesta draga.

Enquanto prevalecer o jeitinho e a malandragem constar do nosso DNA,  vamos ficar na frente da TV admirando o futebol do Barcelona, do Bayern de Munique, do Real Madrid, do Chelsea, do Manchester City, da Juventus...

Infelizmente, para a maioria, a graça está no abuso do poder. Exatamente onde mora o perigo. Quem não sabe lidar com o poder é sério candidato a atitudes ditatoriais.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Caminho da Fé: 215km de Rio Pardo a Estiva

No final de abril, calcei a cara novamente  a voltei a fazer, a pé, parte do  tradicional Caminho da Fé. Foram 215 quilômetros e 255.200 passos em seis dias.

Da minha saudosa São José do Rio Pardo até Estiva, no Estado de Minas Gerais, andei em média 35,8K -- não vou ficar escrevendo quilômetro toda hora --  por dia. Foram mais de 55 horas de estrada. Pouco asfalto e muita terra. Felizmente. Muita gente simples e boa.

Muito sol, pouca chuva. Ainda bem. Muita subida; igual número de descida. Poucos ciclistas, raros peregrinos. Muito verde, de matas e plantações, de vales e montanhas. Um colírio para olhos, um alento para um corpo dolorido, cansado. Bela companhia para a alma e o coração de um sessentão.

Muito café, alguma batata, eucalipto. Muitos pássaros, nenhuma gaiola. Que bom! Muitas casas abandonadas, poucos colonos. Como na fazenda Boa Esperança de tantas lembranças.

Também não faltaram manifestações de companheirismo, de confiança, de fé. Um desafio que faz exercitar a humildade a cada nascer do sol. Um desafio para o corpo e pra mente, que faz valorizar a amizade, ignorar bens materiais e potencializar a simplicidade.


                              RIO PARDO, BOA ESPERANÇA, GRAMA...

No primeiro dia, foram 40k extenuantes, da chácara dos meus irmãos, Valéria e Moisés, em São José do Rio Pardo,  até a pousada Vale San Juan, próxima de Divinolândia mas ainda no município de São Sebastião da Grama .

Nos 13 primeiros quilômetros tive a gratificante companhia do ex-zagueiro Moisés, também lembrado como Muralha Gramense. Saímos da padaria próxima da chácara, em frente a igreja de São Roque,  às 6h30min.

Subidinha da fazenda Vila Maria foi um aquecimento para, depois da descida e da estrada que leva a Divinolândia,  encarar  o incômodo acostamento do asfalto -- Caminho da Fé poderia cortar pela antiga fazenda Cascalho --  e depois o morro da Boa Esperança.

Lá no alto, depois de superar a antiga mata verdejante, hoje, queimada, encontrei meu primo Jorge e sua esposa, Maria Aparecida. Água gelada, filezinho de tilápia e conversa regada de saudosismo.

Pena que lá já não existem colonos nem famílias. Lá já não existem matas verdes (só queimadas) nem nascentes preservadas. Já andou faltando água.  Também não há cafezais floridos, nem cebolais. Lá já não existem tantos pássaros, nem vacas leiteiras nem cavalos de exposição.

Lá, na nossa Boa Esperança, o mato crescido tomou conta da escolinha, do campo -- onde cresci e aprendi (?) a jogar futebol com meus queridos primos -- , do retiro, da cocheira, do terreirão de café, da igrejinha e da casa da saudosa tia Guinha.

Por isso a tristeza tomou conta do meu coração. No banco de madeira, ali no terreiro de chão batido da porta da cozinha da antiga casa do administrador e da vó Lica, fiz piadas e brincadeiras no papo com o Jorge.

Porém, sinceramente, minha alma sangrava, meus olhos lacrimejavam às escondidas. Lá já não existe vida. Só doces lembranças da infância e da adolescência. Me senti apunhalado pelo destino.

De qualquer forma jamais deixarei de externar minha gratidão. Vó Lica, Tio Lando, Tia Lourdes, Tio Vado, Tia Madalena, Tio Zico, Tia Guinha, Tio Mário, Tia Nai e todos os meus primos são tão importantes quanto inesquecíveis na formação do meu caráter. São, todos, protagonistas na minha vida...

Vida que segue, depois de uma hora peguei o caminho de Grama, onde disputei vários campeonatinhos no estádio municipal. Uma subidinha, quase nada da sombra do  antigo eucaliptal e muita cana de açúcar depois da divisa, assim que começa uma descida sem-fim.

Do alto ainda se admira a potência da bela fazenda Império. Lá embaixo, e bem à frente,
superada a portaria principal do fazendão, uma leve ascendente pra depois descer até chegar em Grama.

Mais de uma da tarde, sol a pino, já sem água e sedento por uma loira gelada -- cerveja! --, atravessei o asfalto e aportei no bar do Luiz. Falamos da minha família de boleiros amadores e do futebol da roça, da zona rural.

Como optei por deixar momentaneamente o ramal de Mococa do CF, precisei andar mais 14K depois dos 26 iniciais. Sol, asfalto e muito movimento de veículos por cerca de cinco quilômetros, até entrar à direita, numa estrada de terra bem movimentada.

Até a pousada Vale San Juan, em terreno plaino,  foram mais de três horas intermináveis, depois da igrejinha, agora já no ramal de Divinolândia. Junto a um campo de futebol, tomei mais água e uma latinha de ...

Na pousada e restaurante, cujos proprietários são de Poços de Caldas, fui muito bem recebido e tratado pelo Luciano e pela jovem Ângela. Comida boa, cama boa, chuveiro bom e até uma piscininha pra relaxar. Atenção e preço justo. Vale a pena!

Lógico que a pousada fica fora de mão pra quem vem de Rio Pardo, mas não lamentei a opção. Se quisesse teria pernoitado em Grama e seguido o ramal normal.

                                           CAFÉ, MONTANHAS E ÁGUAS

Não me arrependi especialmente pelo dia seguinte, quando andei 34K até  estância  hidromineral de Águas da Prata, marco inicial do Caminho da Fé.

Entre Grama, Divinolândia e Poços de Caldas o que não falta é montanha. Afinal, estamos na Serra da Mantiqueira. Portanto, as belezas se sobrepõem. São cafezais a perder de vista. Uma maravilha! Um colírio! Pra quem não sabe, a região produz um dos melhores cafés do Brasil. Também adorei comer o abacate que emoldurava o cafezal.

Feliz, com brilho nos olhos, quantas e quantas vezes não olhei pra trás e agradeci a Deus por me permitir conviver de forma tão amistosa com a natureza. Talvez uma das imagens mais belas do Caminho da Fé.

Naquele dia foram 18K de muita subida até São Roque da Fartura, distrito de Águas. Diferença de altimetria chegou a mais de 500m de ascendência. Depois, em compensação (?),  fui obrigado a puxar o freio de mão. Haja ladeira! Um sabão!

Em São Roque, sem entrar na cidade, fiz um pit-stop na Pousada Cachoeira. A simpatia da dona Cida é contagiante. Sem contar o pão, o cafezinho, o queijo  e a goiabada. Tudo caseiro!

Dali até Águas da Prata, passando próximo do mirante da Lajinha, das antenas,  foram  16K em três horas e meia. Com direito a muita chuva e até raios assustadores,  justo nos cinco quilômetros finais. Lógico que ladeira abaixo por mais de 500m de diferença de altimetria.

Cheguei na Pousada do Peregrino a tempo de ver o meu Corinthians perder do Palmeiras nos pênaltis. Melhor seria se tomasse mais duas horas de chuva...

Foram 34K  em oito horas  e meia de asfalto, terra, trilha (só caminhantes e bikers) e muita natureza.
Se no primeiro dia (primeira perna) dei 47.800 passos, no segundo foram 10 mil a menos. Sem pressa, rezando, cantando, fotografando, agradecendo e conversando. Com Deus.


                                   PRATA, GAVIÃO E VINHO

Na terceira perna foram apenas 30k, 36.800 passos em oito horas -- das seis às 14h --   até a bela e movimentada Andradas, já no Estado de Minas Gerais e famosa pelos ótimos vinhos. Por bons quilômetros tive a companhia sempre agradável de peregrinos de Rio Claro e Itirapina -- Leandro, seu Erasmo, Antonio e Hebert.

Ascendência não predomina. Diferença de quase 600m de altimetria é bem dividida, cresce aos poucos;  por incrível que pareça, não chega a judiar tanto. Exceção é nas proximidades do Pico do Gavião, paraíso pra quem gosta de saltar de pára-pente.

Paraíso pra mim também, já que, sem água e dependendo da boa vontade de ciclistas como Melissa e a mãe-apoio Sueli,  fui obrigado a matar a sede numa casa à beira da estrada. Ali ganhei água gelada, pé-de-moleque, doce de abóbora e carinho.

Depois de descer da altitude de 1400m para 900m, o salvador Palace Hotel foi meu destino. Quarto enorme, arejado, com ventilador, frigobar, banheiro minúsculo, mas chuveiro bom, café da manhã elogiável, atendimento primeira e preço justo -- apenas R$ 50.

                                                SUFOCO DE ANDRADAS A OURO FINO

O quarto dia foi o mais difícil desta jornada. De Andradas ( saudade da festa do vinho, quando fiquei de "fogo" após um jogo do Santo André em Mogi Mirim)  a Ouro Fino são 43k.

A exemplo do primeiro dia, foram 10 horas e meia de jornada. Saí  às sete da matina e só cheguei às 17h30min, após mais de 50 mil passos. Foram 400m de ascendentes e 550 de descendentes, depois do distrito de Serra.

Fiquei muito cansado. Só não amarrei meu burro em Crisólia -- a sete quilômetros do destino do dia -- porque sou determinado e teimoso. E porque também queria fugir da chuva que se anunciava. Ascendência mais pronunciada e quase letal foi a temível Serra dos Lima. Abri o bico naquele pedaço de asfalto ladeado por belos cafezais.

Por sorte, ganhei duas bananas na pousada da dona Natalina -- onde encontrei meus "peremigos" e três ou quatro  ciclistas -- me alimentei bem e descansei bastante quando aportei no distrito de Serra, junto ao belo campo  de futebol. Castanha de caju, damasco, polenguinho, barra de cereais, duas laranjas e uma garrafa de Brahma. Talvez essa, sim,  agora, a melhor do mundo... kkk

Se não tivesse me abastecido, abriria de novo o bico no morro seguinte, logo depois da igreja e da pousada do Tio João. Cano d'água no meio da estrada, em forma de bica lá do alto, foi a salvação.

Antes, conversei bastante com o seu Paulo, sitiante da região que preparava o terreno para  a colheita de café. Era feriado, mas ele trabalhava sem parar. Só respirou quando o interrompi. Só lamentou quando lembrou que na semana anterior lhe roubaram bomba d'água e arreios. Pensa que ladrão só tem aqui?

Em Crisólia, um ótimo papo com a  simpática Zeti, onde lanchei,  carimbei a credencial e fiquei sabendo que recebera elogios de ciclistas como a Melissa. Cheguei em  Ouro Fino ao entardecer. Fui "recebido" pela estátua em homenagem ao menino da porteira, aquele da música composta por Teddy Vieira e Luizinho,  mas eternizada na voz de Sérgio Reis.

Fiquei na Pousada Casa do Peregrino, junto à Don Paolo, que é do mesmo dono. A primeira, bem mais completa; a segunda, mais simples, tem mais a ver com peregrino. O café da manhã é no mesmo local. (Ah! Acabei dormindo sozinho).

À noite, ainda preocupado com os meus "peremigos" que não chegavam, cedi à fome e caminhei 200m até a pizzaria Don Paolo. Precisa dizer de quem é? Local aconchegante -- nem me preocupei com o chuvão --, atendimento adequado, pizza boa, chope Itaipava ótimo e preço justo. Pinguinha também desceu bem. Escorregando!

                                           DE OURO FINO A BORDA DA MATA

No quinto dia recebi mensagem do Leandro logo de manhã, antes das sete. Eles haviam dormido em Crisólia, saíram às 5h e já haviam passado por Ouro Fino. Só os alcancei perto das 11h.

A quinta perna foi a mais tranquila. Comecei às 7h, sob chuva fina. Foram 29K, 35.800 passos em apenas sete horas. As duas da tarde em já estava hospedado no hotel San Diego, do Carlos,  e pronto para almoçar  à vontade no Casarão. Bom atendimento, estrutura e preço correto na pousada e no restaurante.

Caminho tão tranquilo quanto belo, com apenas 200m de ascendentes. Subidão mesmo, nenhum! Foram 8k até Inconfidentes, a Capital Nacional do Crochê, a terra do Maurão, proprietário do bar onde carimbei a credencial, tomei isotônico e comi um pastel delicioso.

Maurão, um dos idealizadores e cuidadores do Caminho,  é uma figuraça! Sem falar no caga-sebo e no beija-flor, pássaros que tomam água dentro do bar, e dos mais de 30 canarinhos da terra comendo ração que fotografei na porta do estabelecimento.

De Inconfidentes até Borda da Mata --  esta a Capital Nacional do Pijama -- foram 21k  sem desconfortos e  com muita natureza. Pude rezar bastante por meus netos, meus filhos e por todos que tanto amo.

                                          BORDA DA MATA, TÓCOS E ESTIVA

Saí de Borda da Mata às 7h -- errei ligeiramente o caminho porque não prestei a devida atenção às inconfundíveis setas amarelas, aquelas companheiras inseparáveis -- e só cheguei a Capital Nacional do Morango às 17h.

Foram 46.800 passos e muito, muito cansaço. Em compensação, montanhas e vales incomparáveis. Como diariamente, rezei e conversei bastante com o Papai do Céu. Inclusive pra me ajudar a cumprir a jornada até a pousada Poka sem lesões comprometedoras. Caminhamos juntos... como sempre.

Talvez pelo somatório dos seis dias, me pareceu a "perna"  mais extenuante. Também a mais bela. Céu azul, matas verdes, vento de outono e muita plantação de morango. O jovem Maikon cuidava com carinho de uma delas e previa a colheita para maio.

Quando disse que era de Santo André, ele me perguntou se eu era metalúrgico. Respondi que era aposentado como  professor de Educação Física e jornalista mais ligado ao esporte. E que não era eleitor de Lula e cia.

Maikon se mostrou muito bem informado sobre política, educação, Senai, Pronatec, bolsa-família e futebol. Bem crítico. Se não me engano ele é torcedor do Cruzeiro. Também foi prestativo e caprichoso ao desbastar o bambu que me servia de cajado e salvação nos momentos  mais difíceis.

Serra do Jacu, na divisa de Borda da Mata com o jovem município de Tócos do Moji --  com J e onde, para alguns,  nasce o rio Mogi Guaçu  enquanto outros afirmam ser em Bom Repouso-- foi um desafio e tanto. Tão bonita quanto desafiadora, repito. Penei! Ascendência chega a 400m na primeira etapa.

Em Tócos -- do grego tókos, que significa conceber, no caso, dar vida ao rio -- voltei a encontrar meus "peremigos". Pastel com massa de milho no bar do Zé Bastião é imperdível. Comi uns quatro. Com suco de laranja. Pensou que fosse cerveja né?

Depois de  carimbar a credencial do peregrino na jovem e bem cuidada cidade e me despedir do seu Erasmo e cia,  a próxima parada mais longa foi no distrito de Fazenda Velha, pertinho de Tócos mas já pertencente a Estiva.

Parei na primeira --  e talvez única -- padaria. Pedi um canudo de doce de leite, uma água grande para abastecer meu squeeze   e uma garrafa de cerveja Brahma. Em seguida parou um motoqueiro e pediu uma latinha de Bavária. Mais dois ou três minutos, e não é que chegou um vendedor, representante da Itaipava? Pode? Só rindo!

Risos, papo rápido, mochila nas costas e pé na estrada. Não sem antes um jovem balconista me alertar de que seriam duas subidas e duas descidas  fortes até Estiva. A primeira subida não assustou.

A primeira descida,  sim. Mas o visual foi compensador, gratificante. O vale é inesquecível, com Pouso Alegre à esquerda e o Pântano dos Teodoros abaixo e à direita.

Porém, bem à frente, lá no alto, um morro, uma estrada, um desafio. Ascendência chegou a quase 600m. Na descida, um tombo discreto pra lembrar que ninguém pode perder o foco quando as pernas já não são tão obedientes.

Na subida, juro que parei várias vezes. Pra admirar. Pra descansar. Pra tomar água. Pra fotografar. Pra agradecer a Deus.  Pra exercitar a humildade e concluir como somos pequenos diante de coisas grandiosas,  divinas, como a natureza.

Não acreditei quando cheguei ao último topo. Estava extenuado! Só pó!  Avistei a torre da igreja de Estiva e desci com alegria e  cuidado. Exatamente às cinco da tarde eu subia a escada da pousada Poka, da dona Zezé.

Depois do banho e das roupas lavadas, nada melhor  do que chinelo, bermuda, camiseta, uma cerveja, uma pinguinha e um jantar simples, novamente no restaurante dos irmãos Romeu e Tadeu. Arroz, feijão, salada, dois ovos caipiras, pimenta e carne de panela. Ao lado dos "peremigos".

O último dos 215 quilômetros da jornada ficou para a manhã seguinte, quando fui a pé até a  passarela da Rodovia Fernão Dias e peguei o ônibus que vinha da vizinha Pouso Alegre.

Viagem rápida e agradável. Metrô até estação Tamanduateí, trem até Santo André. Depois, o carinho da família. Afinal, nada melhor do que voltar pra casa. Mesmo quando se passeou no paraíso e se confessou com Deus.

Próximo desafio: dia 20 de junho, Pico de Agulhas Negras, no Parque Nacional de Itatiaia. Lá também precisamos ter fé, confiança, coragem, companheirismo... Depois eu conto.              


Enfim, aulas no Nanasa. E o release do DGABC

Finalmente, depois de muita enrolação, desrespeito e promessas não cumpridas, a Prefeitura de Santo André criou vergonha, assumiu de fato sua responsabilidade e as pessoas com deficiência voltam a ter aulas de natação.

Após seis meses de nova paralisação por falta de atitude, de vontade e de verba do Poder Público, o Nanasa -- Núcleo de Apoio à Natação Adaptada de Santo André -- volta a funcionar nesta segunda-feira.

Liberação de verba anual de R$ 500 mil tem origem na Secretaria de Educação e, agora sim, significa ponto positivo para a administração Carlos Grana.

Criado no Departamento de Esporte,  em 2002, para atender a 240 alunos da Grande São Paulo por ano, por muito tempo o programa foi mantido em parceria com a Acide -- Associação pela Cidadania das Pessoas com Deficiência -- e a Apolo -- Associação das Empresas do Pólo Petroquímico do Grande ABC.

Após a perda do patrocínio da Apolo, fez-se  convênio da Acide com o Governo Estadual nos últimos anos, quando, em vários momentos, os alunos ficaram na iminência de ver as aulas serem suspensas.

Em 2014, como era de se esperar, pelo andar tropego da carruagem e por absoluta  falta de vontade, determinação e comprometimento do Poder Público, as aulas foram suspensas em dezembro.

Isso depois de o então secretário de Relações Institucionais, Thiago Nogueira, vir a público e garantir que a verba do Nanasa seria incluída no orçamento de 2015. O que não aconteceu. Faltou simplesmente honrar a palavra. Sem dar desculpas esfarrapadas. Uma vergonha!

Revoltados, os pais de alunos -- agora apenas 120, de Santo André -- protestaram na Câmara Municipal e ameaçaram fazer manifestação no Paço.

Acuados, representantes da Municipalidade  se comprometeram a resolver a situação há cerca de um mês. Prometeram que a verba seria disponibilizada pela Secretaria de Educação e isso, de fato, acaba de ser confirmado. Assim como a reforma estrutural do espaço na Vila Alpina.

Antes tarde do que nunca, né prefeitão? Finalmente, um gol a favor. Tomara que em 2016 o orçamento não se esqueça das pessoas com deficiência e que não tenhamos a mesma ladainha. E que ninguém precise mendigar como na última década.

Estranho e paradoxal foi o tratamento dado  pela Imprensa regional ao fato anunciado ontem por meio de press-release da Secretaria de Comunicação.

Resumindo: surpreendentemente, de forma positiva,  mesmo ser ser perfeito, o release tem viés de informação jornalística, sem contornos nem oba-oba político; nada abusivo.

Em contraposição, a matéria do DGABC soa como "coisa" de assessoria de Imprensa. A começar pelo título -- Unidade do Nanasa é reformada pela Prefeitura. Reforma é positiva, mas secundária,  e não custou os R$ 200 mil anunciados. A essência é a volta às aulas depois de promessas ignoradas.

Já o texto do Repórter Diário fica  mais dentro da realidade e dos preceitos jornalísticos  respeitados por bons profissionais. Objetivo,  abre com a volta às aulas, fala da reforma e faz um histórico citando as mazelas do Poder.

RD 7 x l DGABC.

P.s.: DGABC de hoje, nas páginas de publicidade legal da Prefeitura, traz o convênio da Acide com a Secretaria de Educação. Valor real é de R$ 974 mil 160 e vai de 14 de maio de 2015 a 13 de maio de 2016, com renovação praticamente automática por cinco anos. Melhor ainda, prefeitão! Um gol-olímpico. Fico feliz! E as pessoas com deficiência muito mais.  


segunda-feira, 18 de maio de 2015

Enfim, um postinho útil. E parques inseguros

Finalmente, depois de um ano de "avaliação", o Departamento de Engenharia de Tráfego da Prefeitura de Santo André resolveu dar utilidade digna aos postinhos do Paulinho. Aqueles que estavam sendo usados para fazer propaganda de imóveis à venda e aulas de inglês.

Sim, há exatamente um ano o supersecretário de Mobilidade Urbana, Serviços e Obras Públicas, Paulinho Serra, disse que estava avaliando a real necessidade de implantar a Zona Azul na rua Santo André. Mais precisamente no quarteirão que inclui o Sindicato dos Rodoviários.

Como a  presidência do sindicato colocou o secretário e o prefeito Carlos Grana na parede, a alternativa foi inventar a "avaliação". Conversa fiada! Mentira deslavada! Desfaçatez congênita! Puro corporativismo!

Todos pipocaram, afinaram, arrepiaram carreira, se omitiram. Só agora, finalmente,  resolveram incluir o quarteirão sindical também como área de zona azul,a a exemplo do que já ocorre em todo o entorno há muito tempo. Estava ridículo!

Antes tarde do que nunca. Ao menos por coerência. Só lamento pelo "apiteiro", o seu Osmar, que perdeu o "emprego" de quatro anos como  flanelinha do pedaço.

Outra boa providência, embora tardia, foi proibir o estacionamento à esquerda, na final da Guilherme Marconi, onde o trânsito afunilava por conta de uma farmácia, uma loja de produtos ortopédicos e um bando de deseducados.

Por enquanto, até fiscalização  com motos do DET eu tenho visto no local . Tomara que não seja apenas momentânea. O fluxo de veículos já melhorou. Poderiam fazer o mesmo ou ao menos avaliar mão única no final da rua Visconde de Mauá.

Se não for pedir demais, por que o supersecretário  também não exige fiscalização nos nossos corredores de ônibus. Os motoristas não respeitam a faixa; tampouco os limites de velocidade. E muitas vezes ignoramos usuários ao não parar no ponto.

Por falar em Prefeitura, é bom lembrar que a matéria do DGABC sobre nossos parques veio a calhar. Poderia ser mais completa, mais contestatória,  Todos os nossos parques têm problemas de manutenção e segurança há muito tempo.

Prefeitura não deu nenhuma resposta convincente. Encheu linguiça! Por isso deve ser questionada com frequência e solidez de argumentos. Falhas no Parque Regional e no Central, por exemplo, são bem maiores do que as retratadas de forma superficial.

Segurança continua pífia, digna de risos e lamentos. Responder que o Central é muito grande não convence nem meus netos. Salvo raríssimas e honrosas exceções, nossos guardas civis municipais são preguiçosos, descomprometidos com o cidadão. Não tiram a bunda da salinha junto à entrada principal.

Não falo isso por informação de terceiros; corro no PC pelo menos quatro vezes por semana. Vez ou outra eles dão uma voltinha rápida. Com a viatura, lógico. "É muito cansativo". Desafio o prefeito e responsável pela GCM a me desmentir.

Se quiser, podemos  ficar cara a cara num final de tarde, quando a droga corre solta enquanto seus comandados estão enfiados na maldita salinha. Imaginem agora, no frio... Culpa maior é de quem comanda, não dos subordinados. Simplesmente isso!

Nem mesmo os portões de acesso são fechados nos horários estabelecidos. Não interessa se a culpa é de pobres funcionários da administração ou guardas. Tudo vai pra conta negativa da Prefeitura.

Assim como a limpeza dos lagos e a capinação no entorno. Nos menores,  o mato e,o entulho escondem as águas e sufocam os peixes. Quem sabe estejam a esperar aquela verba do PAC... KKK!

sábado, 16 de maio de 2015

Sai Pedro Dell' Antonia, entra Laís Elena Aranha, a dama-de-ferro do nosso basquete

Sei que muita gente vai torcer o nariz. Respeito,  mas deixo aqui uma sugestão ao pseudoprefeito e aos nobres vereadores de Santo André.

Que se inicie, agora, movimento no sentido de que o Complexo Poliesportivo Pedro Dell' Antonia passe a se chamar Laís Elena Aranha Silva.

Como político, não importa se vereador ou prefeito, adora dar ou trocar nome de ruas, praças, viadutos e outros quetais, não custa, desta vez, ser ao menos coerente.

Salvo raríssimas exceções, os caras homenageiam quem prestou algum serviço à cidade. Quando não, escolhem um parente de alguém momentaneamente no poder. Ou mesmo um cachorro, como em São Paulo.

Não estou a dizer que o político Pedro Dell' Antonia não tenha sua importância. Tanto quanto Bruno José Daniel, que dá nome ao nosso estádio municipal, hoje novamente em reforma.

No entanto, minha opinião, há muito tempo, diga-se, é que nossas praças esportivas devem homenagear esportistas, cidadãos andreenses  que-- não  importa se por adoção -- dignificaram e engrandeceram o nome da cidade.

Portanto, em nome de tudo que fez por Santo André, seu berço desde 64, Laís merece muito mais do que um banner e uma placa de prata do Poder Público ao se despedir das quadras para virar supervisora.

Prefeito Carlos Grana e a secretária de Esporte e Lazer Marta Sobral, ex-atleta de Laís, deveriam se envergonhar da "homenagem" prestada há cerca de um mês. Desrespeito à grandeza de Laís! Desrespeito ao Esporte!

O que não é novidade. Pura ingratidão! Infelizmente, para alguns, esporte é uma atividade secundária, prioridade 723. Para outros, como Laís, esporte é sinônimo de vida, prioridade zero.

Senhores, são mais de meio século a serviço de uma causa! São mais de 30 anos como técnica. Longevidade invejável.  Competência indiscutível!

Muitos títulos, inúmeras revelações e lapidações. Quantas oportunidades.. quantas inserções sociais. Um sem-número hoje cidadãs passaram pelas mãos de Laís e Arilza, fiel companheira e profissional exemplar que assume a direção a partir de agora.

Laís Elena é seu nome. Sobrenomes de registro -- nasceu em Garça, há 72 anos -- são apenas detalhes. Nada de Aranha ou Silva. Seu sobrenome é BASQUETE.

A Laís do Basquete. Simplesmente assim! Laís deve ser eternizada pelo conjunto de uma obra digna de Pablo Picasso ou Van Goghi. É a nossa dama-de-ferro.

É bem provável que nosso basquete já tivesse morrido ou vivesse no ostracismo se não existisse uma Laís para brigar, defendê-lo com tamanho amor e determinação, por tanto tempo.

Se, coerentemente,  o ginásio de Camilópolis deixou de satisfazer a família do ex-prefeito Newton Brandão ao trocar o nome para Noêmia Assumpção, por que o Dell' Antonia não pode virar Laís Aranha? Não seria justo?

Por falar em troca de nome, fica aqui mais uma sugestão: cada um na sua, sai Bruno José Daniel, entra Alberto Soares de Araújo. Sai mais um ex-prefeito, entra mais um esportista, Tulica, o maior artilheiro da bela história do Santo André.

Sai Brunão, entra Tulicão. Por que não?