O Santo André de tanta gente e bela história está de volta à elite do futebol paulista. Depois do empate de 0 a 0, sábado em Barretos, garantiu o acesso e vai disputar o título da A-2 com o Mirassol, que venceu o Batatais por 2 a 0. Como teve melhor campanha, o Mirassol decide em casa.
Mesmo em se tratando de um time limitado -- especialmente devido ao perrengue financeiro por que passa -- o Ramalhão não pode ser desprezado. Conquista deve sim ser valorizada por quem abusou da instabilidade mas renasceu das cinzas.
Ou deixar na saudade times com futebol mais estruturado como o rival São Caetano e o forte Bragantino não merece respeito? Entrar em oitavo, no sufoco, e agora estar na finalíssima não é tarefa para meninos. É coisa de gente grande.
Jogo de sábado não foi nada além do que se esperava. Num 4-3-3 mais compactado, o técnico Toninho Cecílio -- talvez o principal fator do acesso heróico -- montou uma linha de quatro, mais três volantes, ficando a incumbência de atacar, só na boa, com Branquinho, Guilherme Garré e Antônio Flávio.
Pouco fez ofensivamente nos 90 minutos, nem contragolpear com inteligência, mas o sistema defensivo foi quase impecável, com destaque para os zagueiros internos, os volantes e o goleiro Zé Carlos, autor de pelo menos três defesas difíceis.
Mesmo com um jogador a mais desde o final da primeira etapa -- o lateral-esquerdo Paulo foi expulso de forma infantil, Tiago Ulisses trocou o meio pela lateral e os três "atacantes" recompuseram o setor -- o Barretos raramente foi competente no momento de criar, pressionar, penetrar e finalizar.
Diante de 5 mil torcedores, time de Vilson Tadei não se impôs. Teve um pouco mais de volume; nada mais. Insuficiente pra superar um time determinado a marcar ostensivamente, como sempre. Não o bastante pra abrir o marcador e depois botar pressão pra chegar ao segundo gol.
Com todo respeito, um touro frouxo, velho, cansado. Incapaz mesmo de ressuscitar o histórico boi Bandido. Sem força pra provocar tombos nem chifradas. Muito mais do que os famosos oito segundos, o valente Ramalhão se manteve no lombo do Touro do Vale por mais de 90 minutos.
Conquista deve ser festejada e enaltecida. Porém, o olhar dos dirigentes do Santo André deve estar voltado para o futuro. E agora?Sem dinheiro e, pior, com débitos, como montar um time competitivo para o Paulistão 2017? Cotas da TV e da Federação não bastam.
segunda-feira, 2 de maio de 2016
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