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segunda-feira, 2 de maio de 2016

Santo André volta à elite com méritos. E agora?

O Santo André de tanta gente e bela história está de volta à elite do futebol paulista. Depois do empate de 0 a 0, sábado em Barretos, garantiu o acesso e vai disputar o título da A-2 com o Mirassol, que venceu o Batatais por 2 a 0. Como teve melhor campanha, o Mirassol decide em casa.

Mesmo em se tratando de um time limitado -- especialmente devido ao perrengue financeiro por que passa -- o Ramalhão não pode ser desprezado. Conquista deve sim ser valorizada por quem abusou da instabilidade mas renasceu das cinzas.

Ou deixar na saudade times com futebol mais estruturado como o rival São Caetano e o forte Bragantino não merece respeito? Entrar em oitavo, no sufoco, e agora estar na finalíssima não é tarefa para meninos. É coisa de gente grande.

Jogo de sábado não foi nada além do que se esperava. Num 4-3-3 mais compactado, o técnico Toninho Cecílio -- talvez o principal fator do acesso heróico --  montou uma linha de quatro, mais três volantes, ficando a incumbência de atacar, só na boa, com Branquinho, Guilherme Garré e Antônio Flávio.

Pouco fez ofensivamente nos 90 minutos,  nem contragolpear com inteligência, mas o sistema defensivo foi quase impecável, com destaque para os zagueiros internos, os volantes e o goleiro Zé Carlos, autor de pelo menos três defesas difíceis.

Mesmo com um jogador a mais desde o final da primeira etapa -- o lateral-esquerdo Paulo foi expulso de forma infantil, Tiago Ulisses trocou o meio pela lateral e os três "atacantes" recompuseram o setor --  o Barretos raramente foi competente no momento de criar,  pressionar, penetrar e finalizar.

Diante de 5 mil torcedores, time de Vilson Tadei  não se impôs. Teve um pouco mais de volume; nada mais. Insuficiente pra superar um time determinado a marcar ostensivamente,  como sempre. Não o bastante pra  abrir o marcador e depois botar pressão pra chegar ao segundo gol.

Com todo respeito, um touro frouxo, velho,  cansado. Incapaz mesmo de ressuscitar o  histórico boi Bandido. Sem força pra provocar tombos nem chifradas. Muito mais do que os famosos oito segundos, o  valente Ramalhão se manteve no lombo do Touro do Vale por mais de 90 minutos.

Conquista deve ser festejada e enaltecida. Porém, o olhar dos dirigentes do Santo André deve estar voltado para o futuro. E agora?Sem dinheiro e, pior,  com débitos, como montar um time competitivo para o  Paulistão 2017? Cotas da TV e da Federação não bastam.