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sábado, 28 de novembro de 2015

Jogos Abertos: quem te viu, quem te vê, ABC!

A que ponto o esporte estadual chegou! Bem próximo do fundo do poço. Incluindo do Grande ABC.  Última pá de cal pode ter sido jogada dias atrás, quando apenas São Bernardo confirmou presença na já em curso 79ª edição dos Jogos Abertos do Interior.

Cidade-sede  inicialmente seria São José dos Campos, depois Ribeirão Preto. Quase foi em São Bernardo mas vai acontecer em Barretos, apesar dos protestos dos meios estudantis, já que as escolas cedidas como alojamentos  não terão aulas.

Olimpíada Caipira já foi glamorosa. E o ABC bicho-papão.  Já mereceu respeito e revelou inúmeros talentos, ali forjados para chegar até mesmo a Jogos Olímpicos.  E o ABC sempre teve participação destacada. Chegou a significar 30% do contingente de atletas. E hoje? Uma draga. Gatos pingados.

Tanto que, em 78 edições -- a primeira, em 1936, em Monte Alto, foi vencida pela mineira Uberlândia -- a Região ganhou nada menos que expressivos 30 títulos.

A então exemplar Santo André teve seus momentos de glória nos anos 70 e 80. Ganhou 12 títulos. Hoje, sem verba, sem vontade política, sem competência e sem prestígio, amarga participações pífias.

Nossos últimos prefeitos, gestores públicos de terceira  categoria, Aidan Ravin  e Carlos Grana  dão as costas para o Esporte. Cuidado, caro leitor! Um pode voltar, o outro pode ficar. Tudo leite da mesma vaca.

Ambos são dissimulados, fingidos, especialistas em promessas de campanha. Usam o esporte apenas como moeda de troca política. E faz tempo. Ex-ícone do basquete nacional, com méritos indiscutíveis, diga-se,  a secretária Marta Sobral é uma piada como responsável pela área.

Dizem que Marta Sobral quer ser vereadora. Se depender do que fez pelo Esporte andreense como dirigente, não merece o voto nem da própria família.

Orçamento andreense  -- cerca de R$ 2 bilhões e 400 mil para 2016 --  de novo dá as costas para o Esporte. Menosprezo lamentável.  Fico indignado. Setor  faz milagres com migalhas porque lá ainda existem alguns professores competentes e  abnegados. Pouco para nossa grandeza.

Já São Caetano -- hoje sem tantos comprometimentos financeiros, ao contrário da vizinha quebrada, que não tem dinheiro nem pra comprar papel higiênico e pagar fornecedores --  deitou e rolou nos anos 90 e na primeira década do novo século.

Como sobrava grana, São Caetano ganhou visibilidade esportiva porque investiu muito alto. Foi campeã em 15 oportunidades. Agora, em tempos de vacas magras, ou menos gordas, não paga placê.

São Bernardo, nossa única representante em Barretos, ganhou apenas três títulos gerais. Como seus cortes de investimentos no esporte foram menores, pode até voltar com outro primeiro lugar, como em 1973, 2011 e 2013.

Jogos Abertos perderam o glamour e o ABC perdeu a mão. Vamos torcer, como sempre, mas sem tantas esperanças. Que pena! Quem te viu, quem te vê, ABC!

Quer saber? Ganhar ou perder nos Jogos Abertos também não vai mudar nada na vida do esportista regional. Hoje em dia não se ganha nem mesmo notoriedade. Poucos estão preocupados com o futuro de mais de 10 mil atletas. Nem mesmo a mídia.

Por isso, ao contrário de antigamente, nossas cidades -- exceção a São Bernardo --  ficam até felizes e aliviadas quando podem dar  ou se escudar numa desculpa qualquer para não participar dos Jogos Abertos.  


O outro lado do desprezado Caminho do Sal

E aí pessoal? Tudo bem? Sei que alguns estão com saudade. Eu também. Tô de volta. Andei meio preguiçoso.

Também um tanto quanto preocupado com uma  surpreendente TVP (Trombose Venosa Profunda) sem causa aparente. Nada que uma investigação genética não esclareça possível alteração no fator de coagulação sanguínea .

Afinal, tão já  não pretendo abrir mão das minhas trilhas, das escalaminhadas pelas montanhas da vida, das corridas no Parque Central, do inesquecível Caminho da Fé, do futebol com os amigos do Primeiro de Maio e do bate-bola com o neto Victor.

Inicialmente, como leitor do DGABC "nota 10", tomo a liberdade de comentar matéria do repórter Daniel Tossato. Texto  discorre sobre o "reinaugurado" Caminho do Sal (cerca de 50 quilômetros entre a Estrada Velha/Caminho do Mar e Taiaçupeba, distrito de Mogi das Cruzes, passando por Paranapiacaba, distrito de Santo André.

Rota para caminhantes e ciclistas foi o tema -- "Caminho do Sal: rota da história no Grande ABC. Sobre a parte histórica, posso afirmar, sem medo de errar,  tratar-se de texto quase perfeito,  recheado de informações pertinentes. Uma pequena aula.

Só que existe o outro lado da moeda, conforme lembrei dias atrás em conversa telefônica com o jornalista. Sei que não gostou muito de ser questionado. Mas, salvo raríssimas exceções,  faz parte da profissão. Está no DNA da maioria. Adoram elogios.

Como  na essência da resposta o repórter  do Diário Online garantiu que o objetivo da matéria era mostrar mais uma opção da lazer ao cidadão do Grande ABC, não tive dúvidas e fiz o questionamento.

Por que  então em apenas um parágrafo, discretamente,  o autor fala da  sinalização inadequada do caminho patrocinado pelas prefeituras da São Bernardo, Santo André e Mogi das Cruzes?

Citações históricas são  muito importantes para o leitor -- aprendi muito -- , mas cadê informações sobre segurança, riscos,  manutenção permanente da rota, placas indicativas, altimetria, tipo do terreno,  tempo de percurso, atrações extras, locais de alimentação e hospedagem, além de outros detalhes complementares?

Faltou avaliar o percurso com rigidez. Faltou orientar o leitor. Faltou entrevistar e criticar, se preciso,  autoridades que adoram fazer festa na "lançamento" mas depois abandonam o "filho". Alegam falta de verba quando falta vontade.

Muitas vezes sobra incompetência. Tanto  quanto menosprezo. Como macaco-velho quando o assunto são trilhas, caminhos e montanhas,  sugeri que a matéria pudesse ter mostrado o outro lado.

Resposta pouco convincente do repórter: " Olha, cara, não vou entrar em detalhes, mas tenho o contato de todos os responsáveis. De São Bernardo, Santo André e Mogi. Mas apenas o pessoal da Comunicação de Santo André, com quem fiz o percurso  -- incompleto, diga-se -- me retornou".

Respeito, mas discordo.  É aí que a roda pega e merece questionamento. Se o  autor fez o percurso com atenção, deveria ter enumerado várias falhas e emparedado os homens públicos, os responsáveis dos três municípios.

Como já fiz o percurso completo por três vezes e já escrevi sobre o assunto aqui no blog, mantenho a sugestão  de uma segunda matéria, mais explicativa e interpretativa -- Caminho do Sal: o desprezo do Poder Público.

Volto a dizer que o contexto histórico do texto está muito bom. E me coloco à disposição do jornalista para acompanhá-lo no percurso inteiro. Só não vou de bike nem de moto

Prefiro a pé. Se for de 4x4,  exceção é a trilha malcuidada logo após o pesqueiro Pedrinhas. Mato, lamaçal e desova de carros roubados e incendiados. Com certeza o repórter não passou por lá. Nem chegou ao distrito de Quatinga. Então fica o convite.