Seguidores

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Claro, sinônimo de irresponsabilidade!

Juro que não aguento mais a incompetência da Claro.  Pior é que Tim, Oi e Vivo não são muito diferentes, conforme garantem meus amigos. Falta-lhes credibilidade.

Então, seria como trocar Dilma por Lula ou seis por meia dúzia. Vou continuar no prejuízo. Só por isso, até agora não efetivei a mudança de empresa prestadora de serviços de telefonia. No meu caso, um carma imprescindível chamado celular. Só não falha o débito automático.

Pior é que a gente não consegue nem ao menos reclamar com os (ir)responsáveis. Perda de tempo! Haja paciência! Primeiro que no 1052 é  quase que totalmente eletrônico. Um saco! Não dá nem pra discutir.

Disque 1 para Claro Clube, novos planos ou para ganhar uma camisa do Corinthians; disque 2 para participar do sorteio de uma TV 50 polegadas, um leitão natalino ou comprar dólares carimbados por Alberto Youssef.

E não para por aí não : disque 3 em caso de roubo ou pra falar com o gerente da Claro promoções, com o Papai Noel ou com o Papa Francisco;  disque 4 para ver o Barcelona de Neymar e Messi ou 5 para cancelamento de linha  e/ou serviços; disque 6 para reclamação de arbitragem no Brasileiro. Se discar 7 o cliente pode ouvir, gratuitamente, os sete gols da Alemanha  contra o Brasil.

Se você joga num time vermelho -- hoje, deveria ser de vergonha -- disque 8 para pegar seu mensalão ou a propina da Petrobrás. Não demora mais que 30 dias de mandato. Ou você prefere trabalhar feito um camelo para receber uma aposentadoria miserável?

Outra opção é discar 9 e aguardar para falar com um de nossos atendentes. Mas aguardar muito...
Lá vem aquela  musiquinha insuportável por minutos a fio.

Por três dias seguidos, não consegui. Mais de 10 minutos de espera e a linha cai. Que coincidência, né? Cheiro de reclamação e provável cancelamento. É melhor picar a mula, deve pensar o atendente.

Ontem, faltou pouco. Fui direto no 9 e fiquei esperando por mais ou menos sete minutos. Aí a Terezinha me atendeu. Até que foi rápido! Comecei a rezar o terço de reclamações mas não passei do primeiro mistério.

Só consegui dizer  que não concordava com um acréscimo de cerca de R$ 4 na minha conta sem qualquer aviso ou justificativa.  De repente, em menos de 30 segundos, a ligação caiu. Adeus Terezinha! Você era minha última esperança.

Fiquei sem contestar o valor de R$ 2,29 debitado por conta de um  Claro Recado que não pedi. Também não deu tempo de dizer que muitas vezes, com ambos os celulares em Santo André, o torpedo chega mais de uma hora depois. Como hoje cedo.

Outra bronca com a empresa campeã de  reclamações no setor -- quase 700 mil e índice ridículo de respostas, segundo o site Reclame Aqui -- se refere ao excesso de propagandas/entulhos. Por pelo menos três vezes já solicitei o cancelamento do serviço. Não aconteceu nada!

Por onde andam os responsáveis pela Claro que não se dignam a melhorar seus serviços? Investir em peso em propagandas milionárias -- e enganosas --  com Neymar e cia parece ser mais importante do que bem servir o cliente.

E as agências reguladoras do governo, o que fazem, de fato, além de anunciar multas vultosas que provavelmente jamais são pagas?  Soa como jogo de cena, já que tudo continua igual. Sempre ardendo no rabo do pobre cidadão comum. Então... reclamar com quem? Com o bispo?

Caro leitor, queira me desculpar o termo, mas acho que me enganei no título acima. A Claro não é uma decepção, não é só sinônimo de incompetência, de irresponsabilidade. Sem rodeios, até prova em contrário, a Claro é uma MERDA!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Diretor do DSV dá exemplo

Se em Santo André os responsáveis pelo Semasa se omitem e não respondem a simples alertas e questionamentos de seus cidadãos, o mesmo não acontece com a Prefeitura de São Paulo. Felizmente! No meu caso.

Conduta do diretor do DSV, Roberto Vitorino, foi digna de gente grande, de pessoas com caráter. E de autoridades sem a soberba característica a quem se coloca acima da lei e do bom senso.

Recebi a comunicação de duas multas indevidas. Teria trafegado em faixa exclusiva de ônibus -- na avenida Rio das Pedras, na zona leste -- quando jamais estive com meu veículo no local indicado no talonário dos agentes de trânsito.

Inicialmente, contestei a notificação dos autos de infração. Deu em nada. Multa recebida, reclamei por meio do blog. Pouco tempo depois, em contato e longa conversa com o educado, claro e prestativo diretor do DSV, recebi a garantia de que as multas seriam desconsideradas.

Dito e feito! Palavra do senhor Roberto foi cumprida na semana passada. Exceção tão rara quanto louvável em se tratando de uma autoridade de tamanha importância. Pena que não seja a regra.

Felizmente, prevaleceu o bom senso. Ninguém precisou pagar cestas básicas, conforme desafiei, mas o valor das multas foi para crianças com câncer e hepatite. Obrigado!   

Semasa se omite e não responde

Há mais de um mês, fiz um alerta à superintendência do Semasa.

Um caminhão de lixo da Peralta faz parte da coleta noturna na Rua Alvares de Azevedo, no centro de Santo André, na contramão, sem dar a mínima para as leis de trânsito.

Diante do Colégio Singular e do Clube Primeiro de Maio, o abuso foi constatado e denunciado. Irresponsabilidade pura.

Presenciei e fiz o relato pelo blog ( Semasa na contramão), além de ligar para o Semasa no dia 21 de novembro, às 10h10min. Falei com a atendente Nanci e com a líder Luara, que ficou de me retornar via telefone ou email.

Porém, nada disso aconteceu. Tampouco uma manifestação  sobre andamento de possível verificação dos fatos ou simples  esclarecimento da superintendência ou da assessoria de imprensa da autarquia capitaneada por Sebastião Ney Vaz.

Mantenho o respeito pelo Ney, mas lamento a omissão de uma autarquia que deveria dar exemplo aos cidadãos.

Se bem que, em se tratando da Prefeitura de Santo André, não se pode esperar algo muito diferente. Exemplo é o caso dos postinhos do Paulinho (Serra), colocados aqui na rua Santo André.

Como a presidência do Sindicato dos Rodoviários bateu o pé e não permitiu a instalação de zona azul no "seu território",  postinhos do secretário têm servido para anunciar apartamentos à venda e aulas particulares de matemática.

Parabéns, caro secretário! Continue avaliando sua performance antes de se lançar candidato a prefeito. Não se esqueça de considerar que pipocar, refugar, afinar, sem justificativa consistente, é gol contra.     

sábado, 20 de dezembro de 2014

Tite, Mano, Osvaldo e cia

O Corinthians errou ao demitir Tite. O Corinthians acertou ao recontratar Mano Menezes. O Corinthians errou ao demitir Mano. Mas o Corinthians acertou ao recontratar Tite.

Afinal, o Corinthians de tanta gente é assim mesmo. Uma gangorra de altos e baixos, acertos e erros. Como todos os outros grandes clubes de futebol brasileiro.

Tanto Mano quanto Tite são treinadores de respeito. Tite é mais completo e tem currículo mais qualificado. Afinal, ganhou tudo. Inclusive a Libertadores e o Mundial Interclubes.

Tite veste a camisa. Tem reações de corintiano. Tem atitudes de corintiano. Tem sangue de corintiano. Tem identificação natural com o torcedor. Empatia pura.

Saiu endeusado, mas, como Mano, também foi muito criticado quando montou um time do povo para empatar ou ficar satisfeito com 1 a 0, na marra. Pouco para o nosso perfil. Não combina. Por isso o apelido de Empatite.

Tomara que tenha mudado alguns conceitos táticos e que possíveis contratações sejam cirúrgicas. Pra depois não reclamar que não tem  lateral apoiador,  armador de chegada nem atacante com cheiro de gol.

Deixar Pato isolado no ataque o tempo todo foi um acinte ao bom senso futebolístico. Guerrero também andou pastando pelo isolacionismo. E agora se revela artilheiro de fato e é supervalorizado.

Um campeão mundial é sempre bem-vindo. Que tenha evoluído e seja o último a nos proporcionar joguinhos modorrentos,  feios, truncados.

Medo e Corinthians é um binômio que não dá liga. Podemos até perder; faz parte. Mas perder propondo o jogo. Com arte e ousadia. Sempre. Sem covardia.

                                                         OSVALDO NO PALMEIRAS

Já torci contra o Palmeiras por causa de alguns palmeirenses muito chatos. Hoje, não mais. Especialmente porque meu neto, Victor, de sete anos, diz ser palmeirense. Como o pai, Danilo.

Não sinto felicidade alguma com as derrotas e com o momento delicado do Palmeiras. Só lamento! Lamento ver um clube com tanta história lutando e torcendo até o último minuto para não ser rebaixado.

Já pensou o Palmeiras de novo na Segundona? Não, não e não! Para um clube que já teve  Ademir da Guia, Julinho Botelho, Djalma Santos, Luís Pereira, Leivinha, Servílio, Artime, Valdir, Ferrari, Gildo, Rinaldo, Alex, Leão, Dudu, Evair, Marcos, Edmundo... Não, não e não!

E nos últimos anos tem sido assim. Só sufoco. Como time pequeno.  Apenas Valdívia, quando quer jogar, é pouco.  Sozinho o chileno não chega a lugar nenhum. Mesmo que o bom goleiro Fernando Prass faça milagres em série.

Duro é saber, hoje, como Osvaldo Oliveira vai se virar para montar um Verdão competitivo. Como nos velhos tempos dos meus times de botão. Osvaldo é um técnico  vitorioso, conhece do riscado, mas o Palmeiras não tem time nem dinheiro.

Contratar pelo menos dois/três nomes de peso seria o ideal. Quem sabe uma empresa parceira?Depender em excesso da  base, neste momento, não é o caminho mais aconselhável. Mesmo porque, convenhamos, os juniores do Palmeiras não são os do Cruzeiro.

Independentemente do nível, vou torcer para o Palmeiras do Victor, do Danilo, do Cal, do Scarpin, do Juninho, do Marquinho e, como o Corinthians, de tanta gente boa.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Nem o Papa salva. Dá Real!

Após longo e tenebroso inverno (?), cá estou.  Pra dizer que nem o Papa Francisco vai conseguir salvar o seu San Lorenzo na decisão do Mundial Interclubes, sábado no Marrocos.

Meu ídolo, o Papa, pode orar para todos os santos imagináveis. Pode reunir cardeais, bispos, arcebispos, beatas e toda cia papal. Mãos postas e olhos aos céus, nada vai evitar uma varada.

Quem sabe, se conversar com Deus, aquele papinho de gente grande, bem ao pé-do-ouvido, o nosso Chico não consiga impedir um vexame histórico?

Como profissional e macaco velho, sei que não devia, mas ouso, até,  desconsiderar o imponderável futebol clube; aquela famosa caixinha de surpresas.

Lamento, mas não dá. San Lorenzo é fraquinho. Ontem, em jogo de Segunda Divisão, passou da semifinal na prorrogação, com extrema dificuldade.

O  Real  Madrid está anos-luz à frente do campeão da Libertadores. Além de limitado, o San Lorenzo está desfalcado. Taticamente, é um time que não se impõe nem se defende tão bem.

Não lhe falta disposição. É pouco! Não tem um grande goleiro e o miolo de zaga, além de lento, tem um problema crucial: os dois zagueiros internos são canhotos.

Por isso ficam "tortos" e têm dificuldade na cobertura. Especialmente à lateral-direita. Coincidentemente, por onde passeia o hoje melhor jogador do mundo.

Meio-campo argentino também se posiciona mal e a transição do armador é lenta, além de sem criatividade. O ataque não assusta. Poder ofensivo é restrito a estocadas esporádicas.

Moral da história: o San Lorenzo de Almagro vai jogar por uma bola. Quem sabe uma falta, um escanteio ou alguma lambança de Pepe ou Iker Casillas? Só assim...

O campeão europeu é forte, intenso e objetivo. Gosto muito do futebol do Real! É feito para propor o jogo sem medo. Programado para matar. Sistema defensivo falha pouco. Meio-campo joga por música; marca e ataca com fluidez. Kross é a fera!

Ofensivamente, o Real costuma ser avassalador. Isco e Bale até ajudam a marcar, mas são muito mais atacantes de fato, ao lado de Cristiano Ronaldo e Benzemá.

Por isso o Real tem volume e conteúdo também no ataque. Verticaliza e acelera o jogo. Chega com no mínimo quatro homens capazes de fazer o gol.

Portanto, ao San Lorenzo resta marcar, correr e rezar como nunca. Pra  perder de pouco e não repetir o vexame do Santos diante do Barcelona.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Semasa na contramão

Aconteceu de novo! Ontem, às 22h45min. Em plena rua Alvares de Azevedo, no centro de Santo André. Diante do Colégio Singular. Praticamente na hora da saída dos alunos.

Sem a mínima cerimônia, o caminhão da coleta de lixo faz a conversão, saindo da Capitão Mario Flaquer, e entra na Alvares de Azevedo, na contramão, sentido clube Primeiro de Maio.

Coincidentemente, onde eu acabara de jogar futebol e pegar o carro para voltar pra casa. Levei um susto. Mas não foi surpresa! O absurdo já havia ocorrido comigo outras duas vezes.

Por puro instinto, mas de forma perigosa, reconheço, não tive dúvida. Fui e, quase na frente do Singular,  parei de frente para o caminhão. Afinal, doido ou não, eu estava com razão, na minha mão de direção, sem colocar outras pessoas em perigo.

Assustado, o motorista do caminhão meteu o pé no freio. Deve ter pensado: o que esse maluco tá querendo com esse carrinho na minha frente?

Indignado, mas consciente, o maluco só queria questioná-lo. E foi o que fiz:

-- Ei, campeão, você acha que está certo? Acha que está correto dirigindo na contramão e colocando em risco inúmeras pessoas? E olha que não é primeira vez que vejo atitude tão irresponsável. E se você bate no meu carro ou atropela alguém, como fica?

-- Não sei, senhor. Aí a gente vê, né.

-- A gente vê? É caso de Polícia. A coleta é de responsabilidade do Semasa. O Semasa sabe que o senhor faz isso?

-- Sabe sim! É ordem do Semasa. Vem de cima. Eu obedeço, senhor. E os "amarelinho" (agentes de trânsito) também deixam a gente fazer isso. Ninguém multa não. Não tenho culpa. Preciso trabalhar.

-- Campeão, você está até sendo educado, mas não muda nada o meu pensamento. Você está agindo errado, sendo irresponsável. Pode provocar um acidente grave.

-- Só cumpro ordem, senhor.

-- É sim moço. A gente faz o que mandam -- observou um jovem de uniforme laranja da equipe de coletores de lixo.

Com a palavra nossas caríssimas autoridades. Como fica? Quem assume? E se morrer alguém, quem responde? Ou, como Lula, ninguém sabe de nada que não lhe interesse ou que não signifique vantagens umbilicais?

Até quando aquele caminhão -- terceirizado ou não, não vem ao caso -- vai andar na contramão sem que alguém dê um basta? Não há justificativa. Ou vem aí mais uma sessão de mentiras, de conversa mole pra boi dormir?

Não acredito, mas se os funcionários de alto escalão do Semasa sabem o que acontece e compactuam com tamanha insensatez, tamanha irresponsabilidade, é o fim do mundo.

Tanto quanto possível anuência dos "amarelinhos".  Os agentes de trânsito devem cumprir a lei. Não importa se o veículo presta ou não serviço ao Poder  Público ou a uma autarquia municipal. Qualquer cidadão comum, como eu, seria punido. Então...

Não confio no prefeito Carlos Grana, mas ainda não tenho por que desconfiar da competência e da credibilidade do superintendente do Semasa.

Se é que o comando não mudou, Sebastião Ney Vaz deve se ver naquela situação do lateral que está levando bola nas costas e não tem zagueiro nem volante pra cobrir. 

Caro Ney, o nome do Semasa foi citado. Talvez você não se lembre de mim, mas fica meu voto de confiança. Espero, portanto, que  determine investigação e avalie com rigor as informações e a conduta dos funcionários. Ninguém me contou. Aconteceu comigo, Ney. De novo!

Já, se o pessoal do Trânsito faz mesmo vistas grossas para a imbecilidade talibanesca, que o diretor Epeus Monteiro e o secretário Paulinho Serra tomem as atitudes cabíveis.

Se qualquer um dos citados, inclusive o prefeito, tiver alguma dúvida, basta passar na Álvares de Azevedo, entre 22h e 23h. Em dia de coleta, lógico!

Pago pra ver! De novo, fica o desafio aos homens do poder. Afinal, o assunto não é o  esquecido propinoduto; é apenas um simples "caminhão apressado", na contramão.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Sinalização deficiente no Caminho do Sal

Aberto em 1640 e recriado em junho último, o Caminho do Sal é, conforme já escrevi aqui, mais uma boa opção turística para ciclistas e caminhantes. Só que há necessidade de reavaliações e correções das prefeituras .

Do Pólo Turístico do Caminho do Mar, em São Bernardo, até o distrito de Taiaçupeba, em Mogi das Cruzes, são 53,5 quilômetros.

Para caminhantes, o ideal é que se cumpram as duas "pernas" em dois dias, pernoitando na charmosa e histórica Paranapiacaba, distrito de Santo André.

Primeira perna comporta 26 quilômetros  de dificuldade média. O antigo Caminho do Zanzalá, do Pólo Turístico ( km 39,5 da antiga rodovia que nos levava a Santos) até o asfalto da SP-122 (Rio Grande da Serra a Paranapiacaba) são 16 quilômetros em estrada de terra.

Sinalização é boa, aceitável, mas, pensando bem, poderia ser maior e melhor. Mais viva, mais clara e mais direta, objetiva, pontual, inclusive com definição de quilometragem.

Dez quilômetros restantes são divididos meio a meio. Cinco de asfalto -- um saco, cansativo e quente -- até cruzar a linha férrea à esquerda e pegar terra. Percurso compete à Prefeitura de Santo André e continua mal sinalizado. Estrada para carros também está horrível. Uma cratera dentro da outra.

Turista não tem bola de cristal não, gente! É preciso que o pessoal da subprefeitura da nossa vila inglesa seja mais parceiro. Placas ou setas coloridas na bifurcação do Zanzalá, no asfalto e mais de uma na entrada à esquerda, ali no boteco, são bem-vindas. Bem visíveis!!! Como no tradicional Caminho da Fé.

Completei a segunda perna do Caminho do Sal na quinta-feira, sozinho. Como já fizera os sete/oito quilômetros iniciais, desta vez comecei errando,  fora da rota normal. Por  absoluta falta de sinalização clara!

Deixei o carro no bar do Zico, há 11,5 quilômetros de Paranapiacaba. Mochilinha de ataque nas costas -- com stick, facão, lanches, suco e água, lógico -- piquei a mula logo cedo.

Como cheguei ao asfalto   que leva a Quatinga -- outro distrito de Mogi das Cruzes -- sem encontrar sequer uma placa do CS ou mesmo alguém que o conhecesse, concluí que estava mesmo fora da rota.

Mas toquei em frente e em pouco mais de uma hora estava em Quatinga, onde dei de cara com uma placa  do CS mal colocada, indicando para seguir em frente se quisesse chegar a Taiaçupeba.

Caminho de terra, sombreado e sinalizado com alguma deficiência. Muitas vezes  falta placa em cruzamento ou entroncamento. Noutras a indicação está no mato ou deixa dúvida em relação ao sentido correto.

Na volta não errei, mas me decepcionei bastante com a sinalização e com o trecho final daquela trilha. Graças ao Elói, dono de um bar em Quatinga, entrei à esquerda logo após um subidona e uma descidinha. Referência salvadora foi uma casa na bifurcação.

Se dependesse de uma placa sequer naquele local crucial, estaria perdido ou sairia novamente no asfalto. Uma falha que precisa ser sanada com urgência. Duas placas, pra quem vem e pra quem vai, são imprescindíveis. Por favor!

Tempo bom, sem tanto sol, e paisagem com sombra de árvores da Mata Atlântica  foram fatores positivos, compensadores. Enfrentei certa dificuldade nas subidas, mas nada assustador.

Conforme orientação do Elói, eu  passaria por dois carros queimados e sairia próximo do   desativado pesqueiro Pedrinhas. Toquei em frente, ao som dos pássaros -- inclusive arapongas --, do vento e até de riachos.

Do km 15 ao km 17,5, mais ou menos, foi complicado. Estradinha virou trilha sem cuidados básicos assim que encontrei a carcaça do primeiro veículo queimado e ali desovado.

Prefeitura de Mogi poderia fazer uma manutenção decente no local. Não custa roçar e passar uma máquina pequena para amenizar os obstáculos de ciclistas e caminhantes.

Em vários locais havia tanta água e barro que pensei seriamente em parar para dar uma pescadinha. Esperar anoitecer pra caçar rã seria perigoso. Por isso segui adiante.

Com certo medo. Com os olhos no mato e a mão no mesmo facão que me ajudou a cortar uma árvore caída e desobstruir a estrada pouco depois de Paranapiacaba.

Quase no final do meu destino do dia (agora em rota correta, diga-se) dei de cara com a segunda carcaça citada pelo Elói. Outra tarefa para o pessoal responsável pelo turismo de Mogi das Cruzes.

Não pega bem! Se quiserem incrementar o fluxo de turistas no Caminho do Sal. Fica o alerta:  se não fizerem manutenção preventiva a trilha vai fechar e o turista vai minguar. Ninguém é louco! A não ser os ladrões de veículos. Com os quais podemos dar de cara.

Mais alguns minutos e cheguei à estrada, já conhecida de outras aventuras, a pé ou com a Bala de Prata. Teimoso, fui logo procurar placar indicativas para quem vinha de Paranapiacaba/Taquarussu.

Outro erro grave! Não há sequer uma placa, pequena ou grande, indicando, para quem vem da vila inglesa, que ali é o início da trilha que vai dar em Quatinga. Custa pôr uma placa grande, com cores vivas, indicando para entrar à direita 200 metros depois do pesqueiro Pedrinhas?

Por isso eu errei e segui em frente. Por isso tive de andar mais cerca de quatro quilômetros até o bar  do Zico.  Por isso cheguei pregado! Afinal, foram mais de 36 quilômetros a pé.

Pior, muito pior, é que, quase três da tarde, o boteco estava fechado. E eu com a garganta seca pra tomar uma cervejinha gelada. Mesmo com água na mochila. Ainda bem que já havia  lanchado e detonado uma Brahma no bar do Elói.

Peguei o carro, passei pelo pesqueiro do Mingão  e voltei pelo asfalto, por Palmeiras/Ouro Fino/Ribeirão Pires.

Fiquei meio "descadeirado", quebrado, mas valeu a pena. Sempre vale! Duro foi jogar futebol na sexta à noite. Ainda bem que meus amigos-irmãos,  o Cal e o Zé Luiz, correram por mim.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

E o meu joão ficou sem casa

Pra quem não sabe, o meu joão é um casal de joão-de-barro, pássaro também conhecido como forneiro. Mistura de pedreiro, engenheiro civil, arquiteto e amante-à-moda-antiga.

Reza a lenda que, se traído, o macho, possessivo, ciumento inveterado, mata a fêmea. Sem piedade. Fecha, com o mesmo barro, a abertura de sua casinha encantadora. Vingança por asfixia. Só lenda!

Lenda à parte, estou bastante chateado com o que constatei hoje de manhã no Parque Central. Calma! Nenhum assassinato por ciúme. Mas não deixa de ser um crime... E não é passional!

Ainda não sei como provar. Porém, tenho quase certeza de que mais uma casinha de joão-de-barro foi roubada de uma árvore ali bem perto da administração.

Por que roubada? Simplesmente porque estava numa árvore baixa, ao alcance das mãos de qualquer adulto animal. O galho quase reto, fino, e sem  aquela forquilha estratégica e protetora, facilitou o serviço do gatuno.

Por isso tenho quase certeza de que alguém levou a casinha dos meus amigos com galho e tudo. Pra casa ou pra vender, não interessa. É crime!

E não adianta dizer que foi o vento ou mesmo alguma maldade de moleque desocupado.  Quem quebrou aquele galho e levou com tudo não deixou rastro. Deve ser um imbecil juramentado!

No chão não existe sequer um sinal do material usado na obra (de arte). Só ficou tristeza! Indignação de quem, como eu,  fotografou, passo a passo,  a casinha sendo construída desde março deste ano.

Obra foi interrompida em abril -- talvez por falta de verba do Programa Minha Casa Minha Vida -- e reiniciada só em outubro -- talvez como promessa eleitoral. Coincidência...

Fiquei feliz e  voltei a fotografar o dia a dia do casal. Coisa de aposentado metido a andarilho e corredor ocasional! Não repara não!

Sem descanso -- a não ser no final de semana --, macho e fêmea pareciam se alternar em busca da lama e na construção propriamente dita. Uma maravilha da natureza! Determinação invejável!

Infelizmente,  lá já não existe galho. Lamentavelmente, lá não mais existe o sonho da casa própria de pássaros com casamento marcado e filhote encomendado.

Sobrou a tristeza de um casal de joão-de-barro. Já não fazem aquele estardalhaço característico...

Sobra, também, uma pergunta inevitável: quem fiscaliza o Parque Central? Quem deveria cuidar das nossas aves, das nossas árvores, dos nossos peixes?  Salvo qualquer engano, responsabilidade é da Prefeitura de Santo André.

Portanto, solicito providências da secretaria competente e do Departamento de Parques e Áreas Verdes. Afinal, se eu não estiver equivocado, provavelmente agora alguém furta até mesmo casa de joão-de-barro.

Me lembrei de um detalhe: será que não é a mesma pessoa que andava caçando outros pássaros e levando inclusive os ovinhos dos quero-queros para vender? É o fim do mundo! Estou indignado!

É melhor a Prefeitura tomar providências. Antes que roubem também as armas e os celulares dos guardas civis municipais.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

O secretário e o desafio de 100 cestas básicas

Caro senhor Jilmar Tatto, secretário de Transportes da Prefeitura de São Paulo
 
Talvez a palavra correta seja proposta, mas  desafio soa mais forte. O que não muda meu respeito pela pessoa que ocupa também as presidências da CET e da SPTrans.

Independentemente de letras e sílabas, quero deixar claro que o desafio é fruto de pura indignação. Inconformismo, decepção com a posição de funcionários do diretor do DSV,  Roberto Vitorino Santos, responsável pelo deferimento ou não de defesas relacionadas a infrações de trânsito.

Explico melhor, com detalhes, antes de desafiá-los. Recebi, em julho último, duas notificações de autos de infrações do veículo Pajero TR4 Mitsubishi, prata, placas EQB-5153, em nome de minha esposa, Angela Maria Darcie.

Alegação dos agentes para os autos de infração: transitar na faixa/pista da direita, circulação exclusiva de determinado veículo, na avenida Rio das Pedras, nº 2045. Infrações teriam sido cometidas no dia 17 de junho. Uma às 6h39min e a outra às 6h40min.

Portanto, no mesmo local e no mesmo minuto o veículo foi autuado por dois agentes diferentes, provavelmente da SPTrans, comandada pelo senhor, segundo me informou um "marronzinho".  Tudo conforme cópias de talonários apresentados. Com letras diferentes, diga-se. Muito estranho, diga-se! Falha ou má vontade dos agentes? Se for um carro dublê, que procurem e multem o transgressor!

Detalhes, e argumentos, caros secretário e diretor: 1) meu carro jamais esteve neste local, a não ser depois de eu receber a notificação ( fui checar in loco, onde detectei inclusive a existência de câmeras a poucos metros da ocorrência); 2) eu e minha esposa somos aposentados, moramos e trabalhamos em Santo André; 3) nestes dia e horários estávamos em nossa residência, ainda dormindo; 4) no referido horário a Pajero estava na minha garagem. Afinal, a Bala de Prata não está acostumada a sair para passear sozinha. Nem com estranhos.

Isto posto, e antes de receber a multa para pagamento de R$106, perder seis pontos na Carteira Nacional de Habilitação e entrar com recurso, ouso, com todo respeito, convidá-los a solicitar as imagens de câmeras existentes  no local para confirmarem minhas palavras. Afinal, o ônus da prova cabe ao acusador. Provem!

Fica, então, respeitosamente, o desafio aos representantes do Poder Público: se vocês, ou qualquer agente ou autoridade de trânsito, provarem tratar-se do meu veículo, faço uma doação de 100 ( cem ) cestas básicas à instituição de caridade indicada pelos senhores.

Entendo como impossível, mas, em caso de comprovação, arco, obviamente, com multas e pontuações. Melhor, peço-lhes desculpas pela ousadia e entrego minha CNH às autoridades sem nem mesmo atingir o limite de pontos.

Caso contrário, o mais provável, a não-comprovação  implicaria em  pedido de desculpas e  doação das mesmas 100 (cem) cestas básicas a pessoas necessitadas por mim indicadas.

Se for muito, podem optar por apenas três. Simbolicamente! A terceira seria doada pelo prefeito Fernando Haddad, a quem o desafio é extensivo.

Senhores Jilmar e Roberto, por favor, não me interpretem nem me queiram mal. Apenas boto fé nas minhas palavras. Pode parecer a desculpa esfarrapada de muitos mentirosos, mas não cometi tais infrações. Garanto! 

Podemos registrar o desafio em Cartório. Ou os senhores não confiam na caneta, na honestidade e na competência dos seus agentes? Se confiam nos agentes, então encontrem o veículo clonado e punam o verdadeiro infrator.

Em nome da verdade e do bom senso, tenham a humildade e a coragem de aceitar a brincadeira. Me poupariam de perder tempo e entrar com recursos  sequenciais. Não aceito pagar pelo que não fiz. Não é justo!

Obrigado pela compreensão. Embora não os conheça, os senhores têm o meu respeito. Afinal, errar é humano. Insistir no erro, no entanto... Espero que não sejam teimosos nem medrosos. Crianças e/ou idosos agradecerão.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Corinthians se impõe; Palmeiras se curva

Finalmente, o Corinthians se impôs. Voltou a jogar como time grande. Voltou a vencer como time grande.

Não foi a oitava maravilha do mundo. Tampouco chegou perto de Real Madrid, Barcelona, Atlético de Madrid, Bayern de Munique, Borússia Dortmund, Manchester City e outros grandes do futebol mundial.

Times que não especulam.  Times que propõem o jogo. Times que não abrem mão de ditar o ritmo. Times que não se escondem. Times que têm a ousadia dos vencedores. Especialmente quando apoiados pela torcida.

Porém, ontem o time de Mano Menezes não se acovardou; jogou bem. À altura do nome que ostenta. O suficiente para ganhar do sempre respeitável São Paulo, de virada, com o Itaquerão lotado.

Corinthians defendeu bem -- tomou dois gols de bola parada -- e deu poucas oportunidades ao time de Muricy Ramalho. Sem espaços, São Paulo não criou e não chegou a assustar.

Desta vez a arbitragem não prejudicou o Timão. Pelo contrário, deu um pênalti claro de Álvaro Pereira em Guerrero, mas inventou o outro. Antônio Carlos não teve a mínima intenção de tocar a mão na bola. São-paulinos reclamaram com razão.

Mas o São Paulo, no 4-4-2, não teve futebol para ganhar. Sem Alexandre Pato -- Luís Fabiano está fora de forma --, o quarteto perdeu um dos vértices e o toque de bola envolvente não encontrou espaços para fluir com objetividade.

Corinthians teve mais domínio de bola, errou menos passes e propôs o jogo desde o início. Teve volume e intensidade nos 90 minutos. Esquema 4-2-3-1, mesmo sem Elias,  apresentou um trio com mobilidade  suficiente para atacar e defender com competência.

Por isso o Corinthians venceu com méritos. Embora esteja a dois pontos do São Paulo na classificação lidera pelo Cruzeiro derrotado pelo Atlético no clássico mineiro.

Já o Palmeiras... Meu  Deus do céu... Um festival de horrores. Que defesa é aquela? Todo mundo entregou. Deola, Lúcio, Vitorino, Vitor Luís... Que saudade de Leão, Luís Pereira, Ademir da Guia.

Estou com pena do amigo Brunoro. Fazer o quê? Dispensar todo mundo? Goleada vexatória de 6 a 0 diante do Goiás é apenas a gota d'água. Verdão anda abusando do direito de errar, de se apequenar, de se curvar.

Desde a contratação extemporânea, fora de hora, da legião argentina -- com direito a técnico -- o Palmeiras só fez besteira. Parece coisa de amador. Sem planejamento, com jeito de time pequeno.

A bela história e a grande torcida palmeirense têm sido desrespeitadas. Lanterna do Brasileirão levou essa bambuzada em Goiânia e caminha a passos largos para voltar à Segundona nacional. Que pena!

BOLA NA MÃO OU MÃO NA BOLA?

P.s:  afinal, bola na mão ou mão na bola? Mudança de regra imposta pela Comissão de Arbitragem da CBF, não dando margem à interpretação -- e bom senso -- do juizão é o fim da picada. Coisa de gente burra, ignorante,  e que nunca jogou bola na vida. É preciso repensar e rediscutir, urgente, sem aceitar tamanho absurdo. Quer dizer, então, que o árbitro Luis Claudio de Oliveira não errou contra o São Paulo no lance de Antônio Carlos? Simplesmente cumpriu a regra imposta pelo poder maior. É o fim da picada! Conseguem piorar o que já está uma merda.

Por falar em poder, continuo achando o senhor Arnaldo César Coelho tão intragável e prepotente quanto seu amiguinho Galvão Bueno. Empáfia pura, há muito tempo. Acha que só ele entende de futebol e de arbitragem. Tanto que se mete na CBF e até mesmo nas transmissões da Globo, dando palpites via celular nas opiniões nem sempre corretas e quase sempre coporativistas de Gaciba, Paulo César de Oliveira e cia.  Deve se julgar o rei da cocada preta.

domingo, 14 de setembro de 2014

Um Timão que joga como timinho

Escrevo como torcedor. Acabo de ver a derrota do Corinthians diante do Flamengo no sempre lendário Maracanã. Jogo ruim e um Timão com cara de timinho.

Flamengo de Wanderley Luxemburgo está em franca recuperação no Brasileiro, mas não é nenhum bicho-papão. É limitado! Empurrado pela torcida, foi um pouco melhor, ou menos ruim, como queiram.

Rubronegro de tanta gente foi muito mais transpiração do que inspiração. Corinthians não teve nem disposição à altura de suas tradições, nem técnica e tática para fugir de mediocridade.

Flamengo marcou mal no meio do campo e expôs os zagueiros, mas pelo menos contragolpeou com rapidez, embora falhasse nas poucas conclusões.

Já o Corinthians vive a se gabar de perder poucos jogos e tomar poucos gols. Como se só isso levasse a algum título. Time de Mano Menezes é o rei do empate. Não criou, não agrediu, não ousou e não finalizou. Também não teve volume nem intensidade, além de abusar dos passes errados.

Então, ganhar como? Fica difícil pra quem só deu um chute  -- Luciano -- com real perigo ao gol de Paulo Victor. Mais ainda quando o brilho tático fica nos armários dos vestiários. 

E diziam que a culpa era de Alexandre Pato, hoje brilhando no arquirrival São Paulo, que venceu o líder Cruzeiro e ameaça chegar.

Não adianta nem reclamar da má arbitragem de Sandro Meira Ricci, o nosso juizão na Copa. Gol do Flamengo teve sim duplo impedimento -- Eduardo da Silva e depois Wallace --  e o bandeira não marcou nada.

Depois, o árbitro inventou pênalti de Fagner quando não houve intenção de tocar a bola com o braço, colado ao corpo. Cássio defendeu a cobrança de Eduardo da Silva.

Porém, nada atenua a atuação medíocre de um time medroso. Campeão? Esquece! No máximo entre os quatro que vão para a Libertadores. Isso se resolver jogar como gente grande.

Caminho do Sal, boa opção

Rota ecoturística Caminho do Sal, inaugurada em junho, foi um bom desafio. Trata-se de antiga estrada que ligava São Bernardo a Mogi das Cruzes, passando por Paranapiacaba,  distrito de Santo André.

Aberta em 1640, na época colonial, era opção imprescindível para distribuição de sal na região. Em 1722 ela foi bloqueada pelo rei de Portugal, para evitar que os tropeiros burlassem a cobrança de impostos sobre o comércio de pedras preciosas.

Ao todo, são duas "pernas", totalizando 53,5 quilômetros, do Pólo Turístico do Caminho do Mar -- Km 39,5 da rodovia -- até Taiaçupeba, distrito de Mogi das Cruzes.

Início do percurso é pelo Caminho do Zanzalá. São 16 quilômetros de terra batida e bastante cascalho, até o asfalto que liga Rio Grande da Serra a Paranapiacaba.

Caminho de terra não oferece tantas dificuldades. São poucas subidas e muito sol para quem não gosta de acordar bem cedo. Eu e o amigo-irmão Zé Luiz fomos de ônibus ( 31 e 31A passam pelo paço municipal de São Bernardo -- informe-se sobre a melhor opção).

Sugestão para acordar com as galinhas é porque o caminho é bem bonito, mas nem sempre com arborização capaz de fazer aquela sombra gostosa, capaz de minimizar o desgaste físico.

Percurso passa por  clubes, haras e alguns bairros, mas não há estrutura para suprimentos. Tampouco primeiros-socorros e segurança. Mas não faltam opções para quem quer descansar e dar uma nadadinha em riachos e poços cristalinos.

Não fomos até o mirante. Primeiro porque não estávamos a fim; segundo, porque, ao contrário do restante dos 16 quilômetros, bem sinalizados, não havia placa indicativa. Ao menos visível para nós, pobres mortais.

Também é bom tomar cuidado com alguns -- raros, diga-se -- motoqueiros irresponsáveis. Se querem aventura, risco e  motovelocidade, por que não medem forças      com Valentino Rossi? Combinação de alta velocidade com pedras soltas é sinônimo de perigo ao pedestre. Escapamos por pouco!  Quadriciclos também abusam.

Já o entroncamento com o asfalto poderia ser melhor sinalizado. Aquela placa, pequena, não é suficiente. A gente ficou em dúvida. No chamado Caminho dos Carvoeiros, já em Santo André, o que menos se vê é placa indicativa de que se está no caminho certo.

Asfalto e sol quente também judiam um pouco. Só após cinco quilômetros -- ali naquele bar do Campo Grande,  quase no cruzamento com a linha férrea -- é que aparece a primeira placa. É pouco. Valeu pela cerveja gelada.

Atravessando a linha -- onde mais uma orientação seria bem-vinda --, são mais cinco quilômetros de terra até Paranapiacaba. Trânsito de carros já merece atenção redobrada. No final existe uma subida que exige bastante do "peregrino".  Em compensação, na descida posterior, aquela água de mina salva qualquer cristão.

Num primeiro dia, completamos estes "26" quilômetros da primeira perna em pouco mais de cinco horas. Sem contar que andamos seis quilômetros a mais porque pegamos o ônibus errado e, depois de muitas voltas, ainda descemos no bairro Capelinha, bem antes do Pólo Turístico. 

Não ficamos quebrados como em algumas etapas do Caminho da Fé, mas foi suficiente para cansar.  Voltamos de ônibus até Rio Grande da Serra e de lá pegamos o trem até Santo André. Sem problema. A não ser subir, a pé, da estação até a Matriz.

Cumprimos parte da segunda etapa na semana seguinte, agora em companhia das respectivas esposas, Angela e Márcia. Deixamos o carro diante do clube Lira Serrano,  histórico em Paranapiacaba e um dos mais antigos do País, assim como o campo de futebol hoje mal-cuidado.

A partir das 7h30min, iniciamos uma caminhada de 20 quilômetros. Ida e volta, sem chegar até Quatinga e Taiaçupeba. Percurso inicial -- já nosso conhecido porque encaramos a Pedra Grande -- não oferece tantos obstáculos.

Poucas e curtas subidas, a maioria com a proteção das matas. Fica bem fresquinho. Na volta, aquele aclive da  charmosa vila de Taquarussu é de matar. Só não sofrem os atletas profissionais. Não importa se pedestre ou ciclista.

Observando poucas placas, passamos pelo Taquarussu e, bem à frente, chegamos ao pesqueiro desativado de Pedrinhas. Mais uns dois quilômetros, atingimos aquele entroncamento que, pela direita,  nos leva a Quatinga.

Ali, uma falha grave: não há sequer uma placa de orientação. Quem erra, entra para a esquerda e volta para Paranapiacaba. Que a Prefeitura de Mogi fique atenta ao problema e providencie a sinalização.

Assim como, sugere-se a adequação de um local no Taquarussu para que o turista possa lanchar, fazer necessidades e descartar o lixo. Ali, um senhor, morador no local, disse que não poderíamos deixar o lixo porque a Prefeitura de Mogi não recolhia.  Brincadeira, né?

Sem estresse, encontrei uma lixeira em Paranapiacaba, onde almoçamos depois de saborear duas cervejas e duas caipirinhas de cambuci. Bolo de nozes e torta de maracujá também caíram bem.

Chegamos em casa por volta das 15h, pouco antes de ver o jogo do Corinthians. Outro joguinho! Melhor teria sido completar os 27,5km até Taiaçupeba. Fica para a próxima.

Antes, vou com outro amigo-irmão, o Cal, de Campos do Jordão até Aparecida. A sempre agradável companhia do Cal faz com que 48kms pareçam menos de 20.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Os postinhos do Paulinho

Depois de algum tempo, eis que o caipira aqui resolve dar as caras para escrever o que muitos pensam, mas a maioria refuga na hora de botar a boca no trombone contra o poder.

Pode até não adiantar nada, mas não me conformo com enganação, com a frouxidão, com o cinismo de homens públicos que já mereceram nosso voto. Por isso volto ao assunto "postinhos do Paulinho".

Pra quem não sabe, as vagas foram demarcadas no asfalto e os postinhos estão aqui na rua Santo André, na divisa do centro com a vila Assunção. Exatamente no quarteirão do  forte Sindicato dos Rodoviários.

"Adereços" foram colocados para receber os parquímetros, previstos para serem instalados em toda a extensão da rua, criando-se "novas" vagas de estacionamento. Agora pagas, para, teoricamente, forçar a rotatividade.

Só que o sindicato reclamou, o prefeito sindicalista endossou e o secretário de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos pipocou. Sem coerência, pulou o quarteirão da "ilha sindical"  e só instituiu a cobrança no entorno. Ou libera tudo ou não libera nada!

Moral da história: as vagas cobradas ficam às moscas -- vide a praça diante da Matriz, por exemplo -- porque o senhor Paulinho Serra empurrou todos os motoristas  pra cá, onde  se briga por espaço porque ninguém paga nada. Apenas a caixinha para o apiteiro. Mesmo porque, ninguém é trouxa por inteiro. Por que gastar se aqui, só aqui, é na faixa?

Há mais de quatro meses, quando poderia ter tido a grandeza de assumir que cumpria ordens, Paulinho Serra garantiu que estava reavaliando a situação. Avaliação paquidérmica, estratégica. Medrosa!

Ex-goleador nas quadras do Primeiro de Maio fez, isto sim,  mais um gol contra. No caso, a frouxidão do artilheiro é digna da Seleção Brasileira diante da Alemanha e da Holanda.

Postinhos continuam aqui. Afinal, não sabem andar sozinhos. Ao menos têm sido alguma serventia. Num deles a plaquinha diz: Vende-se apartamento. 987054876. Boa ideia aos corretores de imóveis.

Já que os parquímetros estão guardados, os postinhos poderiam receber -- quem sabe? -- propaganda eleitoral dos novos  amigos,  do PT ou do PSD. Ou dos ex-amigos, do PSDB. Não custa nada e ninguém multa.

Outras sugestões: amarrar cachorrinhos (ou donos) que costumam cagar na calçada seria uma boa ideia. Também poderiam amarrar os "jumentos" mal-educados que costumam estacionar na frente da garagens.

Na falta de melhores opções, os postinhos também seriam úteis para aulas de pole dance. Não obrigatoriamente para candidatas ou candidatos.

Inúmeras salas comerciais ociosas no desértico Atrium Shopping também poderiam ocupar o espaço nobre da rua Santo André. É anunciar e vender ou alugar.

Quem sabe para divulgar as ações de PS à frente da grande secretaria? Ou para anunciar o próximo jogo do Santo André, o nosso Ramalhão, na Copa Paulista.

Caro Paulinho,  é esse seu novo jeito de fazer política? Lamento! Sua frouxidão, no caso, pode lhe custar caro. Se ainda acalenta o sonho de ser prefeito,  a atitude -- ou falta de -- vai   significar alguns votos para o adversário. Mesmo que seja um poste.

Incoerência bruta!. Corporativismo puro! Fragilidade scolariana.  Alemanha 8 a 1. E o gol não foi de Klose nem de Muller. Gol contra de Paulinho.  E esse não jogou no Corinthians, não!

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Raddão escalaria Brasil no 4-3-1-2

Não tenho bola de cristal. Portanto, não sei o que se passa pela cabeça de Felipão e da Comissão Técnica da Seleção Brasileira. Sou apenas o Raddão, não Felipão, embora alguns amigos vejam semelhanças físicas e de personalidade.

Porém, se tivesse de escalar quem enfrenta a forte e equilibrada mas nada de excepcional Alemanha, amanhã em Belo Horizonte, não teria dúvidas. Sem Neymar -- e não adianta ficar chorando, é preciso acreditar e jogar -- começaria no 4-3-1-2.

Sim! Com três volantes, respeitando a força alemã, mas sem retranca. Nada de 4-2-3-1, 4-4-2 ou 4-2-2-2. O que vale é o futebol compactado, de aproximação setorial. Sopa de números distribuídos como soluções mirabolantes não ganha jogo. 

Vamos ao time: embora possa falhar na hora H, Júlio César passou a ser mais confiável. Miolo de zaga não carece de discussão. No lugar do capitão Thiago Silva, Dante entra ao lado do gigante David Luiz. Henrique não está no mesmo nível.

Dante joga no Bayern de Munique, base da seleção alemã. Portanto, conhece características positivas e negativas dos companheiros adversários de amanhã. É bom lembrar que a recíproca é verdadeira. E, como qualquer zagueirão, becão que se preze,  Dante tanto pode fazer um gol decisivo de cabeça quanto entregar o ouro numa jogada bisonha.

Laterais da vitória sobre a Colômbia devem ser mantidos. Não são maravilhosos, mas não comprometeram. Até que Maicon e Marcelo foram bem. Amanhã, poderiam ter mais liberdade para atacar. Com inteligência, por fora e por dentro, mas sem encavalar, por favor. Cobertura eventual ficaria a cargo dos volantes.

O técnico Raddi escalaria o meio-campo com três volantes, dois flexíveis, o que nem sempre significa defensivismo descarado, medroso. Luiz Gustavo, Paulinho e Fernandinho formariam uma segunda linha defensiva.

Com a bola, Felipão deveria manter apenas Luiz Gustavo como cão-de-guarda. Adiantaria os outros dois sem medo. Sem ela, muita atenção e  marcação opressiva, dividindo cada bola como se fosse a última.

Com a assessoria de Paulinho e Fernandinho, além de um dos laterais, Oscar teria mais liberdade de criação, de aproximação e de finalização. Hulk e Fred -- é a última oportunidade de jogar um pouco mais -- seriam municiados com mais qualidade e constância. Especialmente se o laterais subirem com a competência que se espera de quem joga na seleção.

Isso tudo na teoria, considerando que a equilibrada Alemanha deve jogar no 4-4-2 (Muller e Klose ou Schurrle na frente). Ressalte-se que Lahm voltou a ser escalado na direita mas se transforma em constante válvula de escape ofensiva pela lateral e em diagonal, pelo meio.

Alemanha também pode variar para o 4-5-1 agrupado, com apenas Muller mais à frente, esperando a aproximação constante           e eficaz dos                    meio-campistas                                              Gotze, Ozil, Kross e Schweinsteiger. Khedira sobe bem menos. Não é do ofício.

Interessante mesmo  seria se o Brasil metesse um gol por cobertura no goleiro-líbero Neuer. E repito: Alemanha está melhor, mas não há favoritismo em briga deste tamanho.  

domingo, 6 de julho de 2014

Briga de cachorro grande

 Agora é briga de cachorro grande! Tipo Fila, Doberman, Dogo Argentino e Pastor Holandês. A Copa do Mundo entra no canil (melhor, funil), onde se separam os cachorros imponentes dos vira-latas e dos bibelôs de madame.

Nas semifinais de terça e quarta-feiras são quatro raças extraordinárias,  seleções com história, futebol e peso de camisa indiscutíveis. Por isso tudo pode acontecer. Dois vão dançar! E todos passaram de fase com dificuldades. Alguns no sufoco!

Juntas, as seleções de Brasil (pentacampeã), Alemanha (tri), Argentina (bi) e Holanda (trivice) têm nada menos que 10 títulos mundiais.  Brasil x Alemanha e Argentina x Holanda. Minha nossa! Que maravilha!

Favoritismo? Nenhum! De ninguém contra quem quer que seja. A Alemanha de Schweinsteiger pega o Brasil da torcida mas sem o craque Neymar. A Argentina de Messi, mas provavelmente sem Di Maria, bate de frente com a Holanda do endiabrado Robben.

Terça-feira, no duelo do Fila brasileiro com o Doberman alemão, vai sangrar pra tudo quanto é lado. São dois monstros, gigantes do futebol mundial. Cá entre nós: dizem que o Doberman treme quando encontra um Fila.

Na última briga o nosso fila até que foi bem diante do "Labrador" colombiano. Melhorou.!Mordeu mais, agrediu mais, correu mais... Jogou mais. Só que ficou sem  um dente canino afiadíssimo, letal. Precisa de muita  garra para superar perda de grandeza leonina.

Já o cachorro alemão tem pedigree de longa data. Assusta pelo porte e sabe brigar como poucos. Não foge do pau. Forte, ousado, frio e... tático. Teve frieza e inteligência para superar o imponente Buldogue Francês. Não foi fácil!

Não é invencível! Às vezes se precipita, tem brancos emocionais e leva contragolpes bobos. Impõe muito respeito. Pra falar a verdade, dá medo! Dentadas quase sempre são profundas, cortantes e fatais.

Na briga de quarta-feira, aposto que o Pastor Holandês não vai afinar diante do Dogo Argentino. Vai pra cima! É rápido, técnico, incisivo e de personalidade marcante. Contra-ataque é arma mortal. Só que penou para eliminar o ágil e surpreendente "Paulistinha" costarriquenho, nos pênaltis.

Já o Dogo Argentino depende quase que exclusivamente daquele "dente" mortal, um dos melhores do mundo da bola. Melhorou a tática e a performance defensivas diante do arisco Pastor Belga. Isso pode determinar vitórias e derrotas. Tem camisa, valentia e determinação!

Isso não define isoladamente, mas pesa até em briga de cachorro grande!

sábado, 5 de julho de 2014

Enfim, futebol! E agora, sem Neymar?

Enfim, a  Seleção Brasileira venceu e convenceu. Derrotou a Colômbia por 2 a 1 e agora pega a forte Alemanha numa das semifinais da Copa do Mundo.

Vencer com méritos não significa excelência técnica e/ou tática. Nosso primeiro tempo foi muito bom. Fomos bem superiores aos colombianos. O segundo, apenas razoável. Deixamos de marcar pressão na saída de bola e, com espaços,  o adversário cresceu.

Pelo menos desta vez o Brasil jogou como se espera. Teve determinação, ousadia e velocidade. Defensivamente, melhoramos com Maicon na direita, no lugar de Daniel Alves. Na esquerda, mais confiante, Marcelo evoluiu. Sobre os zagueiros artilheiros, não é preciso dizer nada. Quase perfeitos.

Meio-campo esteve bem melhor do que nos outros jogos. Ao lado do aplicado Fernandinho, Paulinho voltou a mostrar confiança e bom futebol. Pelo menos não se escondeu. Oscar também se aplicou, não ficou tão preso à marcação pela direita e apareceu mais pro jogo.

Hulk de novo foi um dos mais ativos no ataque, além de ajudar na marcação. Não tem medo de arriscar, de partir pra cima e de chutar a gol. O melhor dos atacantes, já que Fred mais uma vez foi espectador privilegiado e Neymar, bem marcado, rendeu menos do que se espera de um craque.

Coletivamente, nada de excepcional. Vitória aconteceu mais como consequência de individualidades como Thiago Silva e David Luiz, os melhores em campo. Além do bom sistema defensivo.

Terça-feira, diante dos alemães, sem o suspenso Thiago Silva e o lesionado Neymar, deixamos de ser favoritos. Nem mesmo o peso da camisa amarela pentacampeã mundial vai ajudar. É preciso jogar muito mais para superar os tricampeões e chegar à finalíssima.

E não convence argumentar que na Copa de 62, quando fomos bicampeões no Chile, Pelé também se contundiu. Naquele time tínhamos, além do substituto Amarildo ( O Possesso), outras feras: Nilton Santos, Zito, Didi e Garrincha. E hoje?  

terça-feira, 1 de julho de 2014

Sem bicho-papão, Brasil está no páreo

Pensando bem, o Brasil está no páreo. Apesar de tudo, tem, sim, boas possibilidades de ser hexacampeão mundial.

Afinal, a Copa da felicidade  não tem nenhum bicho-papão. Ninguém chegou nas quartas-de-final com o pé-nas-costas. Pelo contrário, quase todos os favoritos penaram para passar.

Então, por que  a Seleção Brasileira não teria condições de triunfar? E não seria o triunfo das nulidades. É bom lembrar que paramos no tempo, mas nossos adversários evoluíram bastante.

Merecem respeito porque trabalharam muito para se igualar a quem deitou no berço esplêndido do comodismo dos vitoriosos. Hoje, ninguém mais é bobo. Nem os japoneses.

Aqueles que "só foram embora porque estão mais preocupados em investir em saúde e educação do que em futebol", segundo mais um vômito de um ex-presidente do Brasil. Quanta merda, "cara"!

Mesmo sem padrão de jogo. Mesmo sem tática convincente. Mesmo sem conjunto. Mesmo sem a garra que se exige de quem não tem brilho técnico. Mesmo sem cabeça boa. Mesmo sem craques -- exceção a Neymar -- temos chances.

E mesmo sem técnico confiável. Especialmente porque Felipão é um treinador ultrapassado. Pode até ser campeão, mas treina menos do que devia, entende pouco, é teimoso e taticamente faz leituras desconexas do jogo da bola. Vive mais do gogó, da força motivacional, do comprometimento com alguns jogadores.

Como os bichos-papões do futebol foram exterminados, mesmo com tudo isso a Seleção Brasileira pode chegar. E todos vão achar que voltamos a ser os melhores do mundo.

Quinto passo seria uma vitória convincente contra a Colômbia, hoje superior tatica e ofensivamente, mas sem tanta competência defensiva. Nossa camisa pode pesar contra os colombianos. Se Neymar brilhar.

Se passarmos pela Colombia do menino artilheiro James Rodriguez vamos encarar o vencedor de Alemanha e França. Aí, sim, a porca torce o rabo de vez. Haja reza!

sábado, 28 de junho de 2014

A redenção de um imperador

Em 2010, na África do Sul, o imperador  falhou no gol e foi considerado o vilão de uma guerra perdida diante da Holanda.

Ontem, no Mineirão, o imperador defendeu dois pênaltis e saiu de campo como grande herói da batalha diante do Chile, após empate de 1 a l no tempo regulamentar.

Assim é a vida! Mesmo que se passem quatro anos, é possível dar a volta por cima e derramar lágrimas, agora de felicidade. Hoje o herói do momento chorou antes e depois dos pênaltis.

Júlio César, hoje relegado à fragilidade do futebol canadense foi ovacionado pela torcida brasileira antes mesmo de nos classificars, quando fez uma defesa excepcional em conclusão de Aránguiz.

O goleiro foi o destaque de um jogo igual, equilibrado. O Brasil começou melhor, fez 1 a 0 com David Luiz -- na realidade, o último desvio foi de Jara -- aos 18 minutos. Pelo alto. Com méritos.

O Chile empatou aos 32 com Alexis Sanchez, após falha de Hulk no recuo de bola, e a partir daí equilibrou o clássico sul-americano. Taticamente foi até superior. O que não é novidade.

Tanto quanto foi superior, mais organizado, mais consciente e mais perigoso no segundo tempo. Enquanto isso, o Brasil  parecia perdido tática e emocionalmente.

Marcava sem determinação, mostrava nervosismo, errava passes e exagerava nas bolas esticadas da defesa. Sinal claro de que não temos um meio-campo competente e confiável. Troca de Paulinho por Fernandinho não alterou o desempenho.

Além disso, ainda dependemos excessivamente de um Neymar que, bem marcado, além de lesionado,  desta vez não brilhou. Tampouco Fred e depois Jô. Ambos são reféns de uma bola que não chega redonda.

Na prorrogação, os dois times caíram fisicamente. Desgaste natural, pelo horário e pela mudança de rotina. Tecnicamente o Chile também caiu mas quase matou o jogo no final com Pinilla concluindo no travessão.

Mais na base da vontade, da empolgação, do que da organização, o Brasil ainda ameaçou com Neymar e Hulk. Pouco para um time do tamanho, da grandeza do nosso. Por isso Felipão temia tanto o Chile. Não era blefe.

A decisão, dramática,  ficou mesmo para a redenção -- tomara, definitiva -- de um imperador de quem não sou súdito, nem fã. Júlio César brilhou e defendeu as cobranças de Alexis Sanchez e Pinilla.

Próxima batalha -- a quinta das sonhadas sete -- será sexta-feira em Fortaleza contra a Colômbia, que agora há pouco, no Maracanã,  jogou melhor e derrotou o Uruguai por 2 a 0. Dois belos gols do artilheiro isolado da Copa. Agora o jovem James Rodriguez tem cinco.

Luiz Gustavo recebeu o segundo cartão amarelo e não enfrenta os colombianos. Felipão tem Paulinho como principal opção para retornar ao meio-campo, mas também pode optar por Hernane, Ramires ou mesmo deslocar David Luiz e escalar Dante ao lado de Thiago Silva na zaga.   

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Copa: agora é pra valer!

Com destaques, confirmações, surpresas, decepções, muitos gols e  até mordida, chega ao fim a primeira fase da festiva 20ª edição da Copa do Mundo.

Agora é pra valer! Agora vamos ver quem tem, realmente, "garrafa velha" pra vender. Oitavas-de-final começam neste sábado com Brasil x Chile e Colômbia x Uruguai. Vencedores se enfrentam no dia 4 de julho.

Momento chileno é melhor -- o time é bom, eliminou a campeã Espanha e está supermotivado -- , mas o futebol brasileiro ainda tem condições de melhorar desempenho e se impor. Por isso, os porcentuais "acreditam" na tradição: Brasil leva 60%, contra 40% do Chile.

A Colômbia jogou bem e confirmou favoritismo. O  limitado mas voluntarioso Uruguai  do mordedor e punido Suárez se recuperou no grupo da morte. Quem passa? Colômbia fica com 55%, contra 45% do Uruguai.    Descontrolado vai fazer falta!

Jogos de domingo marcam Holanda x México e Costa Rica x Grécia. A Holanda confirmou superioridade com três vitórias. Contra-ataca com sabedoria e aprendeu a bater. México é rápido e tem mostrado bom futebol. Time de Robben fica com  60%. Sobram 40% para os mexicanos.

No outro jogo, empate técnico, meio a meio. Costa Rica surpreendeu e eliminou Inglaterra e Itália no grupo da morte. Grécia se classificou a duras penas. Não vão mais longe porque o vencedor vai trombar com Holanda ou México, pelas quartas-de-final, dia 5 de julho.

Na segunda-feira, França x Nigéria e Alemanha x Argélia, possíveis adversários do Brasil, se o time de Felipão chegar nas semifinais.  França e Alemanha confirmaram previsões. A Argélia surpreendeu e tirou o lugar reservado  aos russos e a Nigéria superou a mais cotada Bósnia na briga direta pela vaga.

Na balança dos porcentuais, teoricamente passam França (70%) e Alemanha (65%).  Sobram 30% para Nigéria e 35% para Argélia. Só no papel!

Completando  a fase oitavas-de-final, dia 1º de julho, terça-feira, os jogos são Argentina x Suíça e Bélgica x Estados Unidos, com as quartas-de-final também no dia 5.

A Argentina (65%) ganhou todas mas ainda não encantou. Tem Messi e bota medo ofensivamente. Mas causa calafrios defensivos. Suíça (35%) tomou de cinco da França, mas não defende tão mal e sabe jogar. Shaqiri pode fazer a diferença.

Leve favoritismo belga (55%) diante de norte-americanos (45%) no outro jogo. Bélgica chegou bem cotada, mas não brilhou. Se passar, pega Argentina ou Suíça. Seleção dos Estados Unidos pode até surpreender. Tendência é uma semifinal, dia 9 de julho,  entre Holanda e Argentina.

Portanto, pelos porcentuais teóricos as quartas-de-final teriam Brasil x Colômbia  e França x Alemanha de um lado da tabela. Do outro, os jogos seriam Holanda x Costa Rica ou Grécia  e Argentina x Bélgica.  

Principais decepções da Copa, até agora,  ficam por conta das  más arbitragens e das eliminações de  campeões mundiais como Espanha, Itália e Inglaterra. Portugal, do melhor jogador do mundo, Cristiano Ronaldo, também já disse adeus.

Enquanto isso, Neymar, Messi e  Muller, todos artilheiros com quatro gols,  brilham ao lado de Robben, Van Persie e Shaqiri, com três. Belos gols e performances individuais acima da média.     

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Messi faz mais dois e é poupado

Hoje à tarde, na previsível vitória de 3 a 2 sobre a Nigéria, a Argentina mostrou virtudes e defeitos.

Um dos candidatos a destaque da Copa do Mundo, Messi fez mais dois gols, se igualou a Neymar e depois foi poupado.

Argentinos não tiveram vida fácil não. Tanto que os nigerianos igualaram o placar duas vezes e ainda criaram possibilidades de chegar ao empate no final, quando, já sem o craque,  os sul-americanos tiraram o pé do acelerador.

Ainda forte concorrente ao título, a Argentina voltou a apresentar futebol convincente apenas do meio para a frente. Especialmente no momento de atacar.

Destaque para Messi -- lógico -- e Di Maria. Higuain e Aguero ( lesionado e substituído com vantagens por Lavezzi)  são bons jogadores, mas têm decepcionado.

Só que o fato de jogar praticamente no 4-2-2-2, com Messi e Di Maria chegando de trás, faz com que  Mascherano e Gago fiquem sobrecarregados. E é aí que a roda pega!

Masccherano  é um cão-de-guarda excepcional, tem jogado muito, mas não faz milagre. Além disso, quando adianta a marcação para dar o bote ao mesmo tempo que o outro volante, Gago,  o limitado miolo de zaga fica mais exposto.

Por isso os contra-ataques de Bósnia (2 a 1), Irã ( 1 a 0) e Nigéria  quase foram fatais em vários momentos. Laterais argentinos defendem melhor que atacam. Mas não metem medo em ninguém.

Isso quer dizer, sim, que se Messi e Di Maria  não tiverem espaços e forem marcados com eficiência o futebol argentino fica órfão e volta mais cedo para casa. Ser ofensivo é ótimo, mas tem preço.

Isso não quer dizer que a Argentina não seja favorita  diante da Suíça na próxima fase. Hoje a Suíça venceu o Irã por 3 a 0. Três gols do pequenino e perigoso Shaqiri.

FRANÇA POUPA E NÃO BRILHA

Em outro jogo de ontem, a França poupou vários titulares e não foi a mesma das duas primeiras rodadas. Não brilhou. Mesmo assim, e apesar do empate sem gols, os franceses foram superiores aos equatorianos.

Teve mais posse de bola, mas permitiu que os sul-americanos oferecessem perigo nos contra-ataques. Mesmo com um jogador a menos. Antônio Valência foi expulso.

França dominou mas perdeu inúmeras chances de gol. Quando não errou na conclusão, exagerou no preciosismo ou acabou por parar nas defesas do goleiro Domingues.

Empate sem gols não faz com que a França deixe de assustar os principais favoritos. Ninguém ganha de véspera, mas o time de Benzemá é melhor e não deve encontrar dificuldades para vencer a Nigéria e chegar às quartas-de-final.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Brasil fez a primeira lição de casa. Só!

Golear a fraca seleção de Camarões e se classificar como primeiro colocado do Grupo A não foi mais do que obrigação.  Afinal, somos pentacampeões mundiais, jogamos em casa e temos mais time.

Por mais que Comissão Técnica e jogadores ficassem supervalorizando os limitados e conturbados camaroneses, não havia como perder.  Seria preciso muito esforço.

Como no primeiro tempo, quando conseguimos tomar o gol de empate. Depois a Seleção Brasileira fez mais três diante de um sistema defensivo aberto e mal posicionado.

Sem espaço -- como deve acontecer sábado diante de um Chile bem mais forte, agressivo e compactado -- Neymar já apronta. Com marcação frouxa, deitou e rolou! Brincou, fez dois gols e já é o artilheiro da Copa com quatro.

Mesmo sem empolgar, segundo tempo brasileiro foi bem melhor. Conseguimos até subir a marcação e forçar o erro na saída de bola de um time sem técnico de fato.  No primeiro a bola andou queimando nos pés de alguns jogadores. Taticamente, nenhuma sumidade. O joguinho de sempre. Afinal, adversário não é nenhuma Brastemp.

Fred, de quem se espera muito,  fez um gol que até eu faria. Sem goleiro em boa jogada do "ponta-esquerda" David Luiz. Fred ainda não provou nada! Por que não dar uma chace a Jô ou jogar sem um 9? Primeiro gol também saiu da esquerda, em bela descida do bom volante Luiz Gustavo.

Júlio César não foi exigido mas poderia ter cortado o cruzamento que redundou no gol. Thiago Silva e David Luiz foram bem, como sempre, mas também estavam mal posicionados no lance.

Só que, pra variar, tudo começou nas costas de Daniel Alves. Não vai sair do time porque Maicon não está lá estas coisas. Pela esquerda, Marcelo aparece quando o jogo é fácil. Não vale!

Paulinho, como segundo volante com obrigação de chegar mais no ataque, voltou a decepcionar. Felipão é teimoso, muito teimoso, mas não é tão burro. Fernandinho entrou no intervalo e fez de tudo. Até gol! Precisa mais o que? Defender pênalti?

Oscar é outro que deveria jogar mais. Tem futebol para brilhar sem tanta oscilação. Hulk é outro que pode perder a posição mas Felipão o adora. Não faltam opções: William, Ramires e Hernanes dariam mais consistência e dinâmica ao meio-campo. Bernard, só se for para o tudo ou nada quando o time estiver em desvantagem no placar.

Lição de casa inicial, se qualificar em primeiro,  foi cumprida com a mesma dificuldade que meu neto mais velho, o Victor,  encontra com as tarefas  da professora Silmara, do Colégio São José. Ainda é pouco!

Contra o Chile não vai ter moleza. Pior seria se precisássemos encarar a Holanda. A ex-Laranja Mecânica aprendeu a bater e a jogar taticamente fechada, além de atacar com incrível rapidez.

Robben e Van Persie são mais perigosos e imprevisíveis que os chilenos Alexis Sanches e Vargas. Ambos são fominhas. É bom lembrar que a defesa chilena é baixinha. Jogo áereo deve dar resultado

Como o esporte em questão é o futebol, pode acontecer de tudo, mas não há como negar favoritismo brasileiro. Apesar das falhas, se mantivermos a evolução gradativa temos mais possibilidades: 60% contra 40% do Chile.

sábado, 21 de junho de 2014

Argentina no sufoco, com belo gol de Messi. Alemanha na marra, com recorde de Klose

Dois fortes candidatos ao título da Copa do Mundo, Argentina e Alemanha passaram por apuros agora há pouco. A primeira ganhou no sufoco e a segunda empatou na marra com gol e recorde de Klose.

No primeiro jogo da tarde a Argentina venceu o Irã por 1 a 0, com mais um  belo gol de Messi, aos 46 minutos do segundo tempo. Foi um jogo parelho. Bem diferente do que se imaginava.

Mesmo abdicando do 3-5-2 para atuar no mais ofensivo 4-3-3 sugerido por Messi, a seleção argentina teve enormes dificuldades para superar o quase intransponível  bloqueio iraniano.

Argentina alugou meio campo, mas, mesmo sem espaços para penetrar,  quase não finalizou de longe. Também não teve criatividade nem jogadas pelas laterais com profundidade e letargia.

Irã entrou  praticamente no 6-4-0, já que 10 jogadores se posicionavam entre a intermediária e a área. Porém, mesmo jogando totalmente fechado, chegou pelo menos duas vezes com perigo e ainda teve um pênalti não marcado.

Argentina teve mais posse de bola e ameaçou um pouco mais -- quatro reais ocasiões de gol. Só que  não melhorou a contundência nem quando colocou quatro atacantes.

Gol de Messi saiu nos acréscimos em belo chute de fora, naquela jogada característica de um dos melhores do mundo, caindo da direita para a entrada da área.

No outro jogo da tarde,  como sempre a Alemanha voltou a ter muitas dificuldades diante da boa seleção de Gana. Comparando-se com o da Argentina, o jogo foi bem mais aberto, técnico e equilibrado. Só que a Alemanha ficou longe daquele time que goleou Portugal.

Primeiro tempo foi mais travado, com poucas emoções. Segundo foi espetacular, com alternância no domínio, na intensidade e no placar.

Alemães abriram o placar aos  cinco minutos com Mario Goetze de cabelho (cabeça/joelho) após levantamento da direita. Empate aconteceu aos 10, com Ayew, de cabeça, também após cruzamento da direita.

Com espaços, o jogo ganhou mais ousadia e velocidade;  ficou emocionante. Virada africana veio aos 17 minutos, quando o bom zagueiro Hummels falhou no tempo de bola e Gyan  chutou cruzado, no canto direito de Neuer.

Após quase levar o terceiro gol em contra-ataques, a Alemanha colocou Schweinsteiger e o artilheiro Klose nos lugares de Khedira e Goetze.

Foi o suficiente para a equipe se acertar e chegar ao empate aos 26 minutos com Klose. Foi seu 15º gol em Copas do Mundo, igualando o recorde do brasileiro Ronaldo.

Daí até o final o jogo foi eletrizante -- talvez o melhor segundo tempo da Copa até agora --, com  oportunidades de  lado a lado.

A Alemanha retomou o domínio das ações e se impôs,  mas deu muito campo para Gana contragolpear em velocidade e perder várias chances de matar o jogo.

Alemanha chegou ao quarto ponto ganho, contra apenas um de Gana.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Jorram gols e arte na Fonte Nova

A influente Confederação Brasileira de Futebol bem que poderia entrar com recurso junto à toda-poderosa FIFA pleiteando jogar na Arena Fonte Nova. Lá, sobram futebol-arte e competência ofensiva. Tanto quanto jorram gols. 

Por enquanto, na Bahia aconteceram três jogos. Três goleadas. Três exibições de gala de seleções europeias candidatas ao título da Copa. Foram  17 gols, o que dá a excepcional média de 5,66 por partida.

Na primeira rodada, a Holanda massacrou a Espanha campeã do mundo por 5 a 1 com futebol envolvente e belíssimas atuações de Robben e Van Persie, autores de dois gols cada. Abalados, depois os  então favoritos espanhóis perderam do Chile e deram adeus ao sonho do bi.

Já a Alemanha do artilheiro  Muller  atropelou Portugal da estrela solitária Cristiano Ronaldo. Quatro a zero foi pouco na estreia alemã! Por isso a Alemanha continua como fortíssima candidata ao título.

Hoje, de novo um "chuá, chuá". A França surpreendeu muita gente e entrou definitivamente para o grupo de pleiteantes à conquista do Mundial  ao ganhar seis pontos e fazer oito gols em dois jogos.

Depois dos 3 a 0 sobre Honduras, hoje os franceses enfiaram 5 a 2 na Suíça com futebol bonito e eficiente. Benzemá, centroavante do Real Madrid, já tem três gols, assim como Muller, Robben, Van Persie e o equatoriano Valência.

Nos outros jogos de hoje, destaque para a importantíssima vitória de 1 a 0 da Costa Rica sobre a sempre competitiva e tetracampeã Itália no chamado grupo da morte. Como antes vencera o Uruguai por 3 a 1, a Costa Rica já está classificada às oitavas-de-final.

De quebra, os costa-riquenhos zeraram as minguadas possibilidades de classificação de outro campeão do mundo, a Inglaterra que ontem perdeu de 2 a 1 do Uruguai de Luiz Suárez.  Por isso outro campeão vai embora, já que a segunda vaga será de Uruguai ou Itália, adversários de terça-feira.

Completando a rodada de hoje, o Equador jogou o suficiente para derrotar  Honduras por 2 a 1, de virada, e vai disputar a última vaga do Grupo  E com a Suíça.  

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Neymar, a andorinha solitária

Como  único país pentacampeão mundial, o futebol brasileiro quer porque quer o hexa. Diante da torcida, sob pressão, seria o máximo.

Porém,  soa como missão das mais difíceis. Dependemos cada vez mais do desempenho diferenciado de Neymar. Como uma andorinha só não faz verão...

Nas conquistas anteriores, quase sempre a Seleção Brasileira teve pelo menos três/quatro grandes jogadores, craques mesmo, daqueles que chamam a responsabilidade e desequilibram na hora do pega-prá-capar.

Todo mundo enaltece a importância inquestionável de Pelé, o maior jogador de todos os tempos e três vezes campeão do mundo. Porém, o negão nunca jogou sozinho. Tanto no Santos quanto na Seleção, tinha companheiros de primeira linha.

Em 58, na Suécia, o Rei campeão tinha a companhia, entre outros, de Nilton Santos, Zito, Didi e Garrincha. Em 62, no Chile,  Pelé se machucou no início da Copa, mas o Brasil foi bi com os mesmos protagonistas da primeira conquista.

Em 66, mesmo com Pelé e Garrincha, demos vexame na Inglaterra. Em 70, no México, Zagallo comandou um timaço montado pelo marrento João Saldanha. Pelé, Carlos Alberto Torres, Clodoaldo, Gérson, Rivellino, Jairzinho e Tostão.

Só fera! Craques aos borbotões! Paulo César Caju e Edu eram reservas de luxo. Na final, o tri, com goleada de  4 a 1 e um show de bola diante de italianos atônitos.

Em 82, na Espanha,  o Brasil  de Telê Santana tinha um timão -- um dos melhores de todos os tempos --, mas perdeu da Itália de Paolo Rossi e chora até hoje.

A geração de Leandro, Oscar, Falcão, Cerezzo, Éder, Sócrates e Zico merecia ser campeã do mundo. Mas futebol é assim mesmo. Tantos craques...tantas lágrimas.

Em 94, quando poucos acreditavam, o time do pragmático Carlos Alberto Parreira ganhou o tetra nos Estados Unidos.  Um futebol sem arte, mas de resultados indiscutíveis.

Romário era a andorinha solitária. Não tinha tantos parceiros protagonistas como aconteceu com Pelé. Mas prevaleceram a disposição e o futebol solidário de Taffarel, Jorginho, Aldair, Dunga, Mauro Silva e Bebeto.

Em 98, na França, o Brasil de Ronaldo Fenômeno, dirigido por Zagallo, perdeu a final para a França do craque Zidane. Abalado clinicamente na decisão, Ronaldo não brilhou e o Brasil dançou.

Sob o comando de Luiz Felipe Scolari, o Brasil ganhou o penta na Copa de 2002, que teve Japão e Coréia do Sul como anfitriões.

Só que na Ásia o Brasil tinha um trio ofensivo espetacular. Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho e Rivaldo resolveram a parada com a genialidade de poucos. Daqueles que já foram eleitos melhores do mundo. Ainda tínhamos Marcos, Cafu e outros bons coadjuvantes.

E hoje, sem força tática e sem um coletivo respeitável,  quem vai dividir a responsabilidade com o menino Neymar? Se o craque o Barcelona não brilhar, Fred vai resolver? É mais fácil um burro voar! Mesmo que diante da fragilidade de Camarões o ator faça três/quatro gols e o Brasil goleie.

Diz aí, caro leitor, quem vai  ser o maestro do sonhado hexa se o monstro de canelas finas estiver num dia ruim, se sair lesionado ou expulso ou for marcado com rigidez e competência? Oscar será o cara? Hulk? Jô? Bernard? Willian? Paulinho? Marcelo?

São bons jogadores,  mas todos, sem exceção, estão a anos luz de  Pelé, Garrincha, Didi, Tostão, Rivellino, Jairzinho, Gérson, Sócrates, Zico, Falcão, Romário, Ronaldo, Rivaldo e tantos outros.

Isto posto, se o Brasil sonha de fato com o título -- e tem o direito de sonhar --,  é melhor fazer das tripas coração, dividir todas e  rezar. Sem a ousadia de pedir a interferência do Papa Francisco, por favor.

Torcida é peça importante, mas não resolve sozinha. Cantar o hino a plenos pulmões também faz bem, alavanca o psicológico, mas não ganha título não. E, só pra lembrar,  juiz nem sempre é japonês.

O Brasil de hoje -- goste-se ou não -- não tem time tão forte para se impor em casa, para atacar e pressionar o tempo todo, sem medo. Não tem time nem personalidade pra dizer "aqui mando eu e não tem pra ninguém".

Se o conjunto não ajudar, não se doar mais, não correr, treinar, guerrear e acreditar mais -- já que é limitado tecnicamente e carente de talentos criativos --,  qualquer decepção vai cair nas costas do nosso grande artista. Não seria justo!

A Seleção Brasileira continua entre as favoritas ao título ao lado de Alemanha, Holanda e Argentina, mas se não melhorar muito, do meio pra frente,  é bom o torcedor se preparar para o pior. Vai ser um parto!

Se nem o incomparável Pelé ganhou sozinho, por que antever o  sacrifício de um menino? Ganham ou perdem todos. Individualidade solar de uma andorinha solitária  não tem o dom de fazer verão. Nem milagre!           

terça-feira, 17 de junho de 2014

Jogo duro. Empate justo

Texto de ontem afirmava que  o jogo diante do México seria bom, duro e equilibrado. E foi exatamente assim.

Justo empate de 0 a 0 mais uma vez desmistifica a máxima -- contestável, lógico! -- de que jogo sem gol não é bom. Foi, sim, um bom jogo.

Muitos torcedores e até órgãos de Imprensa nacionais e internacionais fizeram duras críticas ao desempenho dos comandados de Luiz Felipe Scolari. Não concordo com o exagero.

Seleção Brasileira não foi brilhante. Tampouco decepcionante. Para o todo, talvez uma nota entre 5,5 e 6,0. Resultado chega a assustar quem  vê o jogo com paixão e com os olhos voltados apenas para a camisa amarela.  E o adversário?

Porém, não é surpresa. O México tem um time bom, é qualificado. Marca forte, tem mais conjunto e valores individuais respeitáveis. Tática e tecnicamente, não deve nada a esse Brasil de hoje. Só não tem um gênio como Neymar.

Seleção Brasileira, no 4-4-2,  defendeu melhor do que atacou. Não criou o que pode e não se impôs como devia. Teve pelo menos quatro excepcionais momentos de gol, mas esbarrou nas defesas do inspirado goleiro mexicano Ochoa, o melhor em campo.

Reivindiquei a escalação de Ramires para compactar o meio-campo. Ele foi apenas discreto. Ajudou Daniel Alves na marcação, mas pouco apareceu na organização e no momento de atacar com sabedoria.

Por setor: Júlio César não comprometeu, zagueiros internos mostraram a costumeira firmeza e laterais/alas ainda precisam evoluir. Especialmente na marcação. Marcelo foi melhor que Daniel Alves.

No meio-campo, destaque apenas para a exemplar combatividade do volante Luiz Gustavo. Paulinho melhorou um tiquinho ofensivamente,  mas ainda está longe dos tempos do Corinthians. Assim vai perder o lugar para Fernandinho ou Hernane. 

Felipão precisa ler o jogo com sabedoria e mexer com competência. Não basta pôr um atacante pela direita e tornar o time mais ofensivo -- 4-3-3 --  quando o problema está no setor central, na armação.

Mais pela direita, o bom Oscar ficou longe do brilho da estreia. Por isso o meio-campo brasileiro não rendeu o necessário.

Ataque ficou devendo. De novo, Fred se movimentou pouco e virou presa fácil para a boa zaga mexicana. Jô  entrou mas também não fez nada. Bernard entrou no lugar de Ramires, que já tinha cartão amarelo. Time ficou mais rápido, mais ofensivo ...e muito mais vulnerável.

Neymar   poderia ser o fator de desequilíbrio. Não foi.  Bem marcado,  exagerou nas jogadas individuais saindo em diagonal da esquerda para o meio. Facilitou a marcação. Willian entrou tarde no lugar de Oscar.

Pelo menos desta vez a arbitragem não nos beneficiou; nem prejudicou. Felipão até reclamou de um pênalti em Marcelo. Eu não seria tão rigoroso.

Numa Copa de muitos gols, bom índice técnico e bons jogos,  Brasil e México lideram o Grupo A com quatro pontos ganhos, contra nenhum de Croácia e Camarões, que se enfrentam amanhã.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Brasil no 4-4-2 (4-2-2-2). Com Ramires.

Se alguém perguntar para Luiz Felipe Scolari, ele vai garantir que o esquema da Seleção Brasileira é o atualíssimo 4-2-3-1.

Segundo Felipão, então, seriam quatro zagueiros, dois volantes (Luiz Gustavo e Paulinho), uma linha de três  -- ou seria um triângulo? -- com Hulk, Oscar e Neymar,  e apenas Fred lá na frente.

Parece absurdo, mas ouso contestar o aparentemente incontestável.  Afinal,  a definição é do próprio treinador. Não estou a chamar Felipão de burro, mas não jogamos no 4-2-3-1. Tentarei ser convincente. Vamos por partes.

A linha de quatro tem dois ótimos zagueiros internos (Thiago Silva e David Luiz) que se matam para cobrir os espaços deixados por laterais-alas (Daniel Alves e Marcelo) mais afeitos a ações ofensivas, como no Barcelona e no Real Madrid.

Luiz Gustavo e Paulinho ficam com a incumbência de marcar e, vez por outra, até chegar no ataque. Se isso acontecer, não terão pulmão nem pernas para voltar e recompor o posicionamento a tempo de cobrir laterais e zagueiros. Sobrará espaço. Um perigo!

Na concepção de Felipão  -- nenhuma sumidade tática --  Oscar tem a incumbência de marcar, armar, lançar, atacar e finalizar. Sem a bola, então, Neymar e Hulk precisam completar a linha de três marcando a subida dos laterais adversários. É isso?

A não ser que eu não entenda nada de futebol, o esforçado Hulk até que ajuda  bastante no fechamento de avenidas e no combate contínuo, além de atacar.

E Neymar? Nosso craque joga solto, armando, driblando e atacando.  Gênio não nasceu pra fingir que está cercando ou ficar correndo atrás de ninguém normal. A não ser esporadicamente. Mesmo no futebol atual.

Por isso entendo que Fred nem sempre joga tão sozinho à frente. Mas o goleador/ator precisa se mexer mais, dar opções pra quem vem de trás.

Há, sim, um distanciamento quando Hulk, Neymar e Oscar não encostam. Mas o craque de canelas finas é atacante por natureza. Livre, leve, solto...

Então, o Brasil tem jogado num 4-4-2  (4-2-2-2) meio estranho,  disfarçado, já que Oscar e Hulk acabam forçados a marcar pelas beiradas. Somados aos volantes,  formam uma linha de quatro ou um quadrado.

Isto posto, este blogueiro metido a besta não teria a menor dúvida, neste jogo,  em escalar Ramires no lugar do lesionado Hulk. Rápido, combativo e eclético, Ramires completaria tanto a linha de quatro defensiva quanto possível quadrado móvel.

Jogador do Chelsea pode marcar e atacar pela direita, especialmente nos contragolpes em velocidade. Também ajudaria Daniel Alves, já que o México de amanhã é ousado, toca muito a bola e ataca quase sempre com rapidez, pelas extremas.

Ramires também daria mais liberdade de criação para Oscar e povoaria o meio-campo brasileiro o suficiente para equilibrar as ações num setor nevrálgico, onde normalmente o México coloca cinco jogadores de bom nível técnico.

No 4-4-2, com cara de 4-2-2-2, o Brasil terá menos dificuldades e ficará menos exposto defensivamente. Desde que, independentemente de esquemas táticos, não deixe de defender e atacar em bloco, condensando os três setores para que não apareçam espaços com cara de arapucas.

Respeito Felipão -- mais pelo passado do que pelo presente -- mas a possível ausência de Hulk pode arrumar o time. Ramires seria o ideal para amanhã. Mas, dependendo do jogo, William e Hernani não podem ser descartados.  Paulinho e Hulk que se cuidem!

A princípio, jogo desta terça-feira promete ser bom, técnico, duro, equilibrado. Cabe ao Brasil saber se impor e fazê-lo ficar fácil. Um simples detalhe -- físico, técnico, tático ou emocional --  nos primeiros minutos pode mudar tudo.     

domingo, 15 de junho de 2014

Holanda e Costa Rica, os destaques

Por enquanto, foram quatro dias de Copa do Mundo. Ao todo, 11 jogos, nenhum empate e 37 gols, com a boa média de 3,36 por partida.

Destaque e maior surpresa, até agora -- lógico que tudo pode mudar -- , ficam por conta da goleada humilhante da Holanda sobre a Espanha campeã do mundo e da vitória da Costa Rica sobre o favorito Uruguai.

Dos candidatos a jogador da Copa os melhores foram os vencedores Robben e Neymar. Messi fez gol e ganhou mas não brilhou. Iniesta perdeu mas não decepcionou. Cristiano Ronaldo estreia amanhã.

Dia 12, na abertura, com direito a vaias e xingamentos à presidente Dilma Rousseff, um  Brasil  sem brilho passou pela Croácia com a ajuda da arbitragem.

Sexta-feira, pelo mesmo Grupo A do Brasil, o México precisou fazer três gols legítimos para derrotar Camarões por 1 a 0. Arbitragem voltou a falhar.

Pelo Grupo B, a Espanha até que fez um bom primeiro tempo, foi melhor, mas cedeu o empate no final e depois acabou atropelada pela Holanda de Robben e Van Persie. Cinco foi pouco.

Pela mesma série, o Chile de Valdívia mereceu vencer a Austrália por 3 a 1. Mas deu mole quando poderia ter goleado. Pode até ser o adversário do Brasil na próxima fase.

No sábado, destaque para a convincente vitória da Colômbia sobre  a limitada Grécia por 3 a 0. Ainda pelo Grupo C, com méritos, a Costa do Marfim de Drogba virou pra cima do Japão.

Pelo chamado grupo da morte, o D, a Itália mereceu derrotar a Inglaterra por 2 a 1. Bom jogo. Equilíbrio e bom futebol. Entre campeões do mundo, uma briga de cachorro grande.

Já o Uruguai de Cavani, Lugano e Forlan foi decepcionante. Começou vencendo mas perdeu de 3 a 1 da Costa Rica do bom centroavante Campbell, um crioulo endiabrado.

Hoje, mais três jogos. Suíça e Equador fizeram um jogo equilibrado. Europeus ganharam de 2 a 1, de virada, com um gol nos acréscimos.

Pelo mesmo Grupo E, a França não encontrou dificuldades para superar Honduras por 3 a 0. Destaque para o centroavante do Real Madrid, Benzemá, autor de três gols, embora um tenha sido creditado ao goleiro hondurenho. Bola bateu no poste esquerdo e depois no goleiro, antes de entrar por inteiro. A tecnologia ( line goal) foi usada pela primeira vez no Mundial.

No último jogo do dia, no Maracanã, pelo Grupo F, a Argentina de Messi, Aguero e Di Maria superou a Bósnia por 2 a 1 na estreia. Argentinos oscilaram e não brilharam. Foram bem só no segundo tempo

Rodada de amanhã tem como atração principal o encontro entre Alemanha e Portugal. A Alemanha é uma das favoritas ao título, mas Portugal tem Cristiano Ronaldo, hoje considerado o melhor jogador do mundo.

Nos outros jogos do dia, Irã x Nigéria e Gana  x Estados Unidos     



sexta-feira, 13 de junho de 2014

Vaia justa, saia justa e vitória injusta

Na abertura da Copa do Mundo, a Seleção Brasileira derrotou o bom time da Croácia por 3 a 1.

Arena Corinthians estava lotada por 60% de convidados e 40% de torcedores normais, simples  pagantes. Poucos, diga-se,  representando o povão que vai mesmo aos estádios.

Ansiedade e nervosismo atrapalharam bastante os brasileiros. Normal,  em se tratando de estreia diante da torcida. Camisa pesa! E a obrigação de ganhar vira um Salkantay.

Time melhorou após sofrer o gol, mas a vitória não foi justa. Juizão -- ou juizinho? --  japonês inventou pênalti sobre Fred -- nota oito como ator e quatro como goleador oculto -- e ainda não validou gol croata legítimo.

Como quase sempre, Júlio César saiu mal, foi mole pra bola. Não desviou nem socou. Também não foi tocado. Mas o japa viu falta. No pênalti mal marcado,  juro que torci para o goleiro pegar. Quase!

É bom lembrar que o juizinho, tão rápido quanto incompetente, também poderia ter dado cartão vermelho para Neymar naquela deixada de cotovelo no excelente Modric, volante do Real Madrid. Olhou, marcou e deu, com maldade.

Felipão demorou pra enxergar o óbvio. Neymar e Oscar estavam bem, mas Hulk e Fred não jogavam nada.  Paulinho também está longe dos tempos de Corinthians. Se não evoluir, perde a posição.

Gaúcho paizão poderia ter colocado William, liberando Oscar mais pela direita.  Hernanes ou Ramires no lugar de Paulinho também cairia bem. Antes!

Gol da Croácia nasceu em mais uma das muitas investidas nos espaços às costas dos nossos laterais, forçando zagueiros internos ( os bons Thiago Silva e David Luiz) e Luiz Gustavo a saírem na cobertura camicase.

O mundo da bola está caduco de saber que Daniel Alves e Marcelo têm virtudes ofensivas mas defendem com restrições. Isso não quer dizer que Marcelo tenha tido culpa ao fazer o gol contra. Bola desviou, matou David Luiz  e bateu nele. Puro azar!

Se nossa vitória foi importante mas injusta -- um 2 a 2 estaria de bom tamanho -- a vaia à presidente da República, Dilma Rousseff,  foi justa. Para alguns, xingamentos ( vai tomar no ...) extrapolaram.

Será? Questão de educação?  Discutível! Será que a espada do palavrão pesado ofende e corta mais fundo do que todos os absurdos que a maioria dos governantes impõe diariamente ao cidadão comum?

Manifestação dos não-dependentes do Bolsa Família e de outros programas  governamentais sócio-eleitorais foi para grande parte dos políticos brasileiros. Foi para uma classe política sem moral, desonesta e corrompida na sua essência.

A meu ver, o direcionamento da hostilidade foi para a imagem rasurada dessas autoridades com atitudes quase sempre absurdas. Independentemente de coloração partidária. Todos são muito semelhantes.

Repito: a bronca, o xingamento ofensivo,  não se restringiu à mulher Dilma. Nem exclusivamente ao PT do seu mentor. Aquele que nunca sabe de nada que não lhe interesse,  que não lhe agrade .

Ou alguém acha que a vaia se transformaria em aplausos se o personagem central da Arena Corinthians fosse Lula, Sarney, Fernando Henrique, Collor,  Maluf, Renan Calheiros, Zé Dirceu, Kassab e tantos outros?

O que será que eles têm em comum? O que será que eles fazem para ser reprovados até em exame de sangue? Ninguém é santinho e todos dão nó em pingo d'água quando a mina é o poder.

Hoje, provavelmente, apenas Joaquim Barbosa seria aplaudido pela maioria amarela. Isso não quer dizer que  "o cara" seja unanimidade e acerte sempre. Também já andou passando dos limites.

Bem que a presidente tentou fugir da raia ao abrir mão do discurso protocolar de abertura. Caiu do cavalo. Ou melhor: do camarote repleto de autoridades sem moral.

Depois, visivelmente chateada, lamentou a "falta de educação"  dos revoltados e garantiu que não vai se abater com nada, nem abrir mão de suas convicções".  Aí reside o perigo. Mas respeita-se. 

Se Felipão e Fred tiveram a cara-de-pau de achar que o mero contato de mão no ombro, claramente sem intensidade,  foi pênalti, por que a presidente e seus súditos não teriam o direito de entender que está tudo bem, que o governo é o suprassumo da honestidade e da competência administrativa e não deve ser contestado com veemência?

A Seleção Brasileira precisa melhorar se quiser chegar ao hexa. O governo brasileiro precisa acordar e deixar de querer fazer crer que o ser Brasil oficial vale mais do que o nosso,  o real,  se quiser ser respeitado por todas as camadas sociais.

Ainda acredito mais em Neymar e cia, na dedicação e nas limitações técnicas e táticas  de Felipão e Parreira, do que na prepotência, no mandonismo e cinismo lulista  dos que se julgam donos de um país de  nós todos.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

O prefeito e a ilha sindical

A famosa Ilha Fiscal, na baía da Guanabara, serviu como posto da Guarda Fiscal do porto quando o Rio de Janeiro era a capital do império, no século XIX.

Ali, no ainda charmoso castelinho, aconteceu o histórico e inesquecível Último Baile do Império, dias antes da proclamação da República, pra quem não sabe, a 15 de novembro de 1889.

O prefeito mencionado no título acima é Carlos Grana, político e sindicalista apadrinhado por Lula. Sem a exigida competência administrativa e gerencial, o petista comanda a colcha de retalhos partidária responsável pelos destinos de uma Santo André cada vez mais judiada.

A ilha sindical citada no título refere-se à  anunciada Zona Azul e está localizada entre as ruas Abílio Soares e Coronel Ortiz, aqui na "divisa" do centro com a vila Assunção.

Além do prefeito boa gente, os responsáveis pela "ilha sindical" são o secretário de Mobilidade Urbana e Obras e Serviços Públicos (Paulinho Serra) e o diretor do Departamento de Engenharia de Tráfego (Epeus Pinto Monteiro).

Fontes  confiáveis, inteligentes e imantadas no poder maior,  garantem que a  "ilha sindical" foi preservada -- ou criada? -- pelo Poder Público para atender solicitação do presidente do Sindicato dos Rodoviários, contra quem não tenho absolutamente nada.  Quem não chora, não mama!

Por telefone, há mais de um mês, o próprio Paulinho Serra não descartou que a suspensão da implantação da Zona Azul apenas neste quarteirão foi para atender aos caprichos sindicais. Afinal, por que não facilitar a vida de alguns em detrimento da coerência e dos direitos da maioria?

Secretário  afirmou, na época,  que estava reavaliando. Acomodou ou deve estar reavaliando até hoje. E vai fazê-lo por bom tempo porque não tem coragem para bater de frente com o prefeito e com as pretensões dos sindicalistas.

Paulinho também disse, com todas as letras, que, se fosse escrito no blog, meu texto até iria ajudá-lo. Então... Está na cara que o próprio secretário queria manter a sensatez mas foi barrado por determinações superiores.

Embora as vagas estejam demarcadas e os postinhos colocados, ainda faltam as placas e o parquímetro, aquela maquinha devoradora de moedas. Lógico que também falta coerência e sobra corporativismo. Emparedado pelos dois lados, o secretário afinou, pipocou.

Se é que o senhor não sabe, prefeito, todas as ruas próximas estão  com as vagas de estacionamento à disposição. Detalhe é que muitas estão vazias, quase às moscas,  porque todos  correm para o quarteirão dos privilegiados. Afinal, ninguém é trouxa por inteiro.

Nesta semana, por exemplo, percebi que vários carros ocupam as vagas gratuitas da "ilha sindical" das oito da manhã até a cinco da tarde. Onde está a propalada rotatividade? Nem 20% das vagas criadas são ocupadas.

Quem madruga ou dá sorte é premiado diante do "castelinho". Quando não, o guardador de carros, o "apiteiro" do pedaço, que trabalha e não tem culpa de nada, dá um jeito de cavar uma vaguinha  para os amigos dos companheiros.

São 18h35min. Desde as 15h o trânsito por aqui beira o caótico. Especialmente na extensão da bela, cobiçada e carregada "ilha fiscal" endossada por um prefeito que faz de tudo para ser pior que seu antecessor.

Só não se esqueça, senhor Grana, que Santo André não é só sua ou de seu partido. Por que não permitir que secretário e  diretor façam o que antes foi  estudado e definido como correto para a população?

Aqui não é seu quintal, caro prefeito! Nem seu curral eleitoral. A casa andreense é nossa. De todos nós, cidadãos trabalhadores e com impostos em dia. Daí nosso inabalável direito de exercer cidadania.

Então, por que privilegiar? Por que acomodar? Por que, na cara-dura, a política de compadrio? Por que, de forma desrespeitosa, forçar o secretário a afinar, a arrepiar carreira?  Não é a atitude que se espera de um prefeito.

Ou será que aqui, no quarteirão da "ilha sindical", vai acontecer o último baile do império petista? Salões do sindicato são amplos. Nós, vizinhos, não fazemos questão da imponência de um "castelinho". Só cobramos coerência.

 

terça-feira, 3 de junho de 2014

O alegre Marcelo é craque?

Há alguns dias, ao ser questionado pelo repórter André Galvão, da Band, o alegre lateral-esquerdo da Seleção Brasileira foi extremamente infeliz, debochado; mal-educado, até.

Ambiente fica bem mais leve com figuras como Marcelo, David Luiz, Neymar e Fred. São brincalhões, alto-astrais, e isso é importante quando se trata de Seleção Brasileira ou esporte coletivo como o futebol. Isso é indiscutível.

Não quer dizer, no entanto, que Marcelo pode, com ou sem um sorriso contagiante, sair por aí como rei da cocada-preta. Só por que  outro dia foi campeão europeu com o Real Madrid?

Campeão, diga-se, como reserva do competente português Fábio Coentrão, bem mais eficiente como defensor e ainda com sabedoria para atacar, cobrir os zagueiros internos e jogar coletivamente.

Repórter simplesmente perguntou ao pavio-curto por que o Brasil não revela mais craques capazes de concorrer a melhor do mundo, como antes. "Ce tá de sacanagem! Essa pergunta é sua mesmo? Na Europa está cheio de craques brasileiros brilhando nos clubes"-- respondeu com ar de superioridade e incômodo indiscutíveis.

Pergunta foi boa, pertinente,  e resposta foi tão precipitada quanto ridícula. Puro corporativismo de quem não entendeu ou deu uma de Migué. Se fez de desentendido para fugir da reta. Quais as nossas revelações, nossas promessas nas divisões de base? Afinal, cara-pálida, além de Neymar, quem é craque na Seleção  Brasileira?

A exemplo de Ronaldo, Romário, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e até Kaká, quem, hoje, já foi melhor do mundo? Até mesmo o craque do Barcelona ainda não chegou ao patamar de Messi, Cristiano Ronaldo e tantos outros?

Por isso, caro Marcelo, jogue mais e fale menos. Não se limite a atacar e deixar avenidas aproveitadas por qualquer técnico minimamente capaz.

Por isso, caro Marcelo, aprenda a marcar, a defender e cobrir. Suas deficiências principais  -- bola nas costas e lentidão -- prejudicam o coletivo, o grupo. Quarto-zagueiro (David Luiz) e volante pela esquerda (Luiz Gustavo) vão sofrer para você brilhar.

Bom jogador, como você, não é sinônimo de craque não. Está longe do ideal. Só no Brasil cansei de ver laterais brilhantes. Craques pela esquerda, apenas Nilton Santos e Júnior, ambos da Seleção.

Melhores que Marcelo, vi uma infinidade: Roberto Carlos, Branco, Wladimir,  Serginho, Júnior (Palmeiras), Marinho Chagas ( recém-falecido), Felipe, Athirson, Ferrari, Rildo, Kléber, Roger e mais uns 15.

É possível que Marcelo se julgue um craque. Paciência! Direito inegável! Na minha opinião, em outra época, nem seria convocado. Não serviria para engraxar as  chuteiras de Nilton Santos, Júnior, Roberto Carlos, Branco e Wladimir. E fim de papo!

Agora há pouco, em Goiânia, o Brasil de Marcelo não precisou ser brilhante para golear o limitado Panamá -- comparado mas bem distante da seleção mexicana -- por 4 a 0. Se perdesse seria um vexame. Como ganhou, não fez nada mais que a obrigação pra quem é muito superior e candidato ao título da Copa.