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domingo, 14 de setembro de 2014

Caminho do Sal, boa opção

Rota ecoturística Caminho do Sal, inaugurada em junho, foi um bom desafio. Trata-se de antiga estrada que ligava São Bernardo a Mogi das Cruzes, passando por Paranapiacaba,  distrito de Santo André.

Aberta em 1640, na época colonial, era opção imprescindível para distribuição de sal na região. Em 1722 ela foi bloqueada pelo rei de Portugal, para evitar que os tropeiros burlassem a cobrança de impostos sobre o comércio de pedras preciosas.

Ao todo, são duas "pernas", totalizando 53,5 quilômetros, do Pólo Turístico do Caminho do Mar -- Km 39,5 da rodovia -- até Taiaçupeba, distrito de Mogi das Cruzes.

Início do percurso é pelo Caminho do Zanzalá. São 16 quilômetros de terra batida e bastante cascalho, até o asfalto que liga Rio Grande da Serra a Paranapiacaba.

Caminho de terra não oferece tantas dificuldades. São poucas subidas e muito sol para quem não gosta de acordar bem cedo. Eu e o amigo-irmão Zé Luiz fomos de ônibus ( 31 e 31A passam pelo paço municipal de São Bernardo -- informe-se sobre a melhor opção).

Sugestão para acordar com as galinhas é porque o caminho é bem bonito, mas nem sempre com arborização capaz de fazer aquela sombra gostosa, capaz de minimizar o desgaste físico.

Percurso passa por  clubes, haras e alguns bairros, mas não há estrutura para suprimentos. Tampouco primeiros-socorros e segurança. Mas não faltam opções para quem quer descansar e dar uma nadadinha em riachos e poços cristalinos.

Não fomos até o mirante. Primeiro porque não estávamos a fim; segundo, porque, ao contrário do restante dos 16 quilômetros, bem sinalizados, não havia placa indicativa. Ao menos visível para nós, pobres mortais.

Também é bom tomar cuidado com alguns -- raros, diga-se -- motoqueiros irresponsáveis. Se querem aventura, risco e  motovelocidade, por que não medem forças      com Valentino Rossi? Combinação de alta velocidade com pedras soltas é sinônimo de perigo ao pedestre. Escapamos por pouco!  Quadriciclos também abusam.

Já o entroncamento com o asfalto poderia ser melhor sinalizado. Aquela placa, pequena, não é suficiente. A gente ficou em dúvida. No chamado Caminho dos Carvoeiros, já em Santo André, o que menos se vê é placa indicativa de que se está no caminho certo.

Asfalto e sol quente também judiam um pouco. Só após cinco quilômetros -- ali naquele bar do Campo Grande,  quase no cruzamento com a linha férrea -- é que aparece a primeira placa. É pouco. Valeu pela cerveja gelada.

Atravessando a linha -- onde mais uma orientação seria bem-vinda --, são mais cinco quilômetros de terra até Paranapiacaba. Trânsito de carros já merece atenção redobrada. No final existe uma subida que exige bastante do "peregrino".  Em compensação, na descida posterior, aquela água de mina salva qualquer cristão.

Num primeiro dia, completamos estes "26" quilômetros da primeira perna em pouco mais de cinco horas. Sem contar que andamos seis quilômetros a mais porque pegamos o ônibus errado e, depois de muitas voltas, ainda descemos no bairro Capelinha, bem antes do Pólo Turístico. 

Não ficamos quebrados como em algumas etapas do Caminho da Fé, mas foi suficiente para cansar.  Voltamos de ônibus até Rio Grande da Serra e de lá pegamos o trem até Santo André. Sem problema. A não ser subir, a pé, da estação até a Matriz.

Cumprimos parte da segunda etapa na semana seguinte, agora em companhia das respectivas esposas, Angela e Márcia. Deixamos o carro diante do clube Lira Serrano,  histórico em Paranapiacaba e um dos mais antigos do País, assim como o campo de futebol hoje mal-cuidado.

A partir das 7h30min, iniciamos uma caminhada de 20 quilômetros. Ida e volta, sem chegar até Quatinga e Taiaçupeba. Percurso inicial -- já nosso conhecido porque encaramos a Pedra Grande -- não oferece tantos obstáculos.

Poucas e curtas subidas, a maioria com a proteção das matas. Fica bem fresquinho. Na volta, aquele aclive da  charmosa vila de Taquarussu é de matar. Só não sofrem os atletas profissionais. Não importa se pedestre ou ciclista.

Observando poucas placas, passamos pelo Taquarussu e, bem à frente, chegamos ao pesqueiro desativado de Pedrinhas. Mais uns dois quilômetros, atingimos aquele entroncamento que, pela direita,  nos leva a Quatinga.

Ali, uma falha grave: não há sequer uma placa de orientação. Quem erra, entra para a esquerda e volta para Paranapiacaba. Que a Prefeitura de Mogi fique atenta ao problema e providencie a sinalização.

Assim como, sugere-se a adequação de um local no Taquarussu para que o turista possa lanchar, fazer necessidades e descartar o lixo. Ali, um senhor, morador no local, disse que não poderíamos deixar o lixo porque a Prefeitura de Mogi não recolhia.  Brincadeira, né?

Sem estresse, encontrei uma lixeira em Paranapiacaba, onde almoçamos depois de saborear duas cervejas e duas caipirinhas de cambuci. Bolo de nozes e torta de maracujá também caíram bem.

Chegamos em casa por volta das 15h, pouco antes de ver o jogo do Corinthians. Outro joguinho! Melhor teria sido completar os 27,5km até Taiaçupeba. Fica para a próxima.

Antes, vou com outro amigo-irmão, o Cal, de Campos do Jordão até Aparecida. A sempre agradável companhia do Cal faz com que 48kms pareçam menos de 20.

2 comentários:

  1. deve ter sido lindo!!!! fica a dica... vou me preparar...mas só a parte de Paranapas....rsrsrsr

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  2. Olá, Rosana. Sempre bom quando você se manifesta. Caminho é bem legal mesmo. Paranapiacaba também. Vamos marcar um passeio com o pessoal. Obrigado. Raddi

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