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terça-feira, 30 de outubro de 2012

Adivinhe quem é o responsável pelo fracasso do ex-Ramalhão!

 

DANIEL LIMA - 29/10/2012

Compreende-se a omissão do Diário do Grande ABC em apontar nome e sobrenome da síntese do fracasso do ex-Ramalhão, transformado em Saged (Santo André Gestão Empresarial e Desportiva), rebaixado pela quinta fez em sete competições nas quais o empresário Ronan Maria Pinto comandou a terceirização do futebol da cidade. Dono do Diário do Grande ABC e temido por gregos e troianos na Província do Grande ABC, Ronan Maria Pinto constrange a equipe de jornalistas do jornal que ele adquiriu há oito anos. Mais que omitir a identidade do mais desastrado dirigente esportivo que a região já conheceu, os jornalistas do Diário do Grande ABC, nas entrelinhas próprias da inexatidão, procuram estender responsabilidades a ex-dirigentes ou mesmo ao prefeito Aidan Ravin. Pura idiotice.
 
A verdade irretocável é que Ronan Maria Pinto recebeu uma agremiação em dificuldades, é verdade, mas teve tudo para, fosse democrático e mais inteligente que supostamente esperto, liderar um grupo de força coletiva extraordinária. Mas o ego de quem imagina conhecer tudo, saber de tudo, sempre falou mais alto.

Desafio os leitores a encontrar uma matéria sequer em que me deixei levar pelo encanto verbal de Ronan Maria Pinto quando se trata do futebol de Santo André. Nos arquivos desta revista digital há um total de 199 textos relacionados a Ronan Maria Pinto. O penta-rebaixamento do Saged (insisto em suprimir o nome de Ramalhão, porque Ramalhão é outra coisa) era questão de tempo. Tão natural e compulsório quanto uma eleição depois da outra em regimes democráticos.

Sim, o Saged chegou ao penta-rebaixamento. Coloco nessa conta o descenso de fato (embora de direito tenha sido salvo pelo Brasil de Pelotas, que escalou um jogador em condições irregulares e caiu fora de campo) à Série C do ano passado.

Desvirtuamentos manjadíssimos

É sempre possível que alguém interprete as intervenções deste jornalista sob ângulo de desavença particular, porque é esse o recado que Ronan Maria Pinto transmite a interlocutores quando é analisado neste espaço. Pura bobagem. Escrevo publicamente que ele me prestou um favor ao romper o contrato que formulamos em 2004 para retirar o Diário do Grande ABC da Terceira Divisão do Campeonato Brasileiro de Imprensa. Fiquei nove meses naquele endereço, a tempo de salvar minha saúde, porque aquela é uma casa de loucos. Não coloco minha honra profissional entre o saldo daquela contratação, porque jamais a submeti a risco. Não tenho vocação à marionete; tampouco a capacho; muito menos a pau mandado.

Não é à toa que o Diário do Grande ABC ocupa galhardamente já faz tempo a Quarta Divisão do Campeonato Brasileiro de Imprensa. Tudo a ver, como se vê, entre futebol e comunicação, áreas nas quais Ronan Maria Pinto sempre acreditou navegar com a destreza dos campeões. Falta-lhe humildade para reconhecer-se despreparado. Coisa típica de ignorante. Ronan Maria Pinto subestima a realidade de que todos somos ignorantes em muitas atividades. A inteligência está na capacidade de reconhecer-se ignorante e fugir das raias que nos possam causar estragos. Sou um cantor de meia tigela, um desenhista indecifrável, um ex-atleta sem brilho técnico. Por isso sempre me lancei de corpo e alma no jornalismo. Meu velho pai, grande pai, também como Ronan, era um homem de poucas letras. Mas jamais se meteu no jornalismo. E se se metesse, saberia ouvir os melhores e se recolheria a funções não contaminadoras do conteúdo.

De fato, o sexto rebaixamento

Acompanhei atentamente a transposição do Esporte Clube Santo André para o Saged muito antes da formalidade legal. Tanto que o rebaixamento do então Ramalhão à Série B do Campeonato Paulista, no primeiro semestre de 2007, se deu por força de intervenção externa de Ronan Maria Pinto, que, ao inventar um candidato de oposição a Celso Luiz de Almeida, indicado por Jairo Livolis, retirou o foco de equipe e, com isso, desorganizou o planejamento e a execução. Tudo para conseguir o controle do então Ramalhão através da Saged, algo que se deu no segundo semestre daquele ano, quando Jairo Livolis e Celso Luiz de Almeida foram excluídos não sob uma saraivada de ataques, mas com os punhos de renda de quem tem malicia e sabe jogar nos bastidores.

Por isso, na ponta do lápis, contando com o rebaixamento de fato embora não de direito na Série C do Brasileiro do ano passado, o Saged supera o próprio recorde de penta-rebaixamento, para chegar ao hexa.

Testemunho aos leitores, no sentido de destruir qualquer ilação que dê sentido à bobagem de que faltou ao Saged a colaboração e o apoio do Esporte Clube Santo André, que ninguém é mais responsável, solitariamente responsável, pelo fracasso do futebol do Santo André senão Ronan Maria Pinto. Autoritário, autossuficiente, debochado, Ronan Maria Pinto eliminou de qualquer possibilidade de participação efetiva todos aqueles que julgava incômodos por não pensarem exatamente como ele. Ronan Maria Pinto é um ditador adocicado, o pior dos ditadores, porque comete injustiças sem que as vítimas se deem conta da gravidade dos abusos. Foi assim no ex-Ramalhão quando se lançou na empreitada de destruir qualquer vestígio dos dirigentes que atuaram durante anos no Ramalhão.

Compartilhar não é um conceito ao qual Ronan Maria Pinto dê a menor prioridade quando, evidentemente, entende que prescinde de companhia. Dirigir o ex-Ramalhão é uma responsabilidade coletiva da qual Ronan Maria Pinto abriu mão por livre e espontânea vontade, uma vontade gestada na personalidade individualista de quem simplifica tudo ao acreditar que basta colocar dinheiro para que o resto aconteça. Deve ter descoberto que a democracia do futebol, de transparência senão absoluta mas saudável, não tem parentesco algum com a esperteza dos bastidores de outras atividades menos sujeitas às verdades da competitividade dos gramados.

Quando perder é vencer

Confesso publicamente que já se foi o tempo em que perdia cabelos torcendo pelo antigo Ramalhão. Aliás, há muito tempo não sinto o menor interesse pessoal pela agremiação. Algo que me espanta, porque não foram poucas as situações em que me penalizava na eterna luta para conter sentimento clubístico por conta da função social que exerço há quase meio século. Ou vou mentir que não comemorei feito um louco a conquista da Copa do Brasil em 2004, ou do memorável acesso à Primeira Divisão Paulista em 1981, entre tantos outros feitos? Confesso também publicamente que não foram poucas as vezes em que torci para o Saged perder, porque sabia que havia um conto de vigário implicitamente incubado e assanhado em cada vitória, uma espécie de caderneta de poupança reversa, cujos rendimentos cediam lugar a penalizações.

Ronan Maria Pinto é o nome e o sobrenome da hecatombe que domina o futebol de Santo André. A única lógica entre o futebol e o jornal que dirige é mesmo a Quarta Divisão. Ronan Maria Pinto não é de nenhum desses ramos, bem sabe disso. Até mesmo a breve passagem pela Série A do Campeonato Brasileiro fundamenta essa constatação, porque estava na cara que a agremiação empresarial não contava com estrutura econômica, física, técnica e institucional para frequentar o clube fechado das maiores agremiações do País. Quando forçou a barra para chegar lá, como forçou a barra para ganhar a Série A do Campeonato Paulista, ao montar um dos melhores times da história do ex-Ramalhão, Ronan Maria Pinto patrocinou uma corrida maluca, uma roleta russa, um anabolizante cujos custos não tardariam a vir. E vieram dolorosamente.

Do futuro do ex-Ramalhão voltaremos a escrever, embora não faltem textos nesta revista digital que tornam este novo trabalho apenas um fragmento de atualização clamorosamente coerente, cristalizadas na essência do jornalismo independente.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Uma dupla derrota para Santo André, na política e no futebol

 

Texto de DANIEL LIMA
 
Seja qual for o resultado da disputa eleitoral deste domingo entre o prefeito Aidan Ravin e o oposicionista Carlos Grana, a certeza é de que Santo André perderá. Seja qual for a combinação de resultados da última rodada da fase classificatória da Série C do Campeonato Brasileiro, o Saged, ex-Ramalhão, já perdeu. A confluência desanimadora entre o futebol e a Administração Pública de Santo André não é peça do acaso. Santo André chegou ao estágio de profundeza máxima em quesitos que dizem respeito à cidadania e à autoestima.


No jogo eleitoral a derrota está expressa na fuga dos candidatos finalistas à responsabilidade de atuar com transparência. No jogo esportivo a derrota é explicitada no estado falimentar do modelo terceirizado do futebol do Ramalhão, danosamente concentrado num empresário do mundo da comunicação que há muito levou o jornal que dirige à Quarta Divisão do Campeonato Brasileiro de Imprensa, depois de adquiri-lo, a bem da verdade, já na Terceira Divisão.


Na política, fosse o eleitorado de Santo André mais politizado e menos bovino, a quantidade de votos nulos e brancos deveria ser estrondosa. Magnificamente estrondosa. As campanhas de Aidan Ravin e de Carlos Grana não têm nestas alturas do campeonato requisitos éticos e morais para exigir nada senão a desconfiança dos eleitores. As duas candidaturas simplesmente passaram por cima dos escândalos que marcaram a atual gestão e também a anterior. Preferiram tergiversar ao desfilarem ao longo da campanha propostas em conteúdo e qualificação muito aquém da abundância de ofensas.


As agremiações representadas por Aidan Ravin e Carlos Grana estão comprometidas com safadezas entrecruzadas do presente e do passado não muito remoto. São tantos os percalços que os dois grupos patrocinaram ou não fizeram a menor questão de apurar que é praticamente impossível conferir-lhes seriedade como opções restauradoras do processo de transformações de que Santo André tanto carece.


A minha dúvida é se votarei em branco ou anularei o voto. Como os leitores sabem, voto em todos os municípios da região, porque sou um regionalista empedernido. É impossível ir à urna eletrônica e esquecer o que a memória registrou ao longo dos anos.


Distanciamento que pesa


Carlos Grana é um bom moço, tem história de atuação comunitária na região mas também apresenta vácuo imenso a partir do momento em que, sindicalista de valor que é, meteu-se na direção dos metalúrgicos do Estado e se afastou desse território. Erraram aqueles que o acusaram de morar em Ribeirão Pires como pecadilho imperdoável. Não é o fato de morar durante bom tempo em outro endereço senão em Santo André que torna um candidato mais ou menos competente.


O deslize de Carlos Grana é que, independentemente de onde tenha morado, distanciou-se da região durante muito tempo. Voltou a Santo André escolhido a dedo pelo ex-presidente Lula da Silva. Sem quadros para comandar uma Santo André que, goste-se ou não, sempre terá o fantasma de Celso Daniel como referência, Carlos Grana procura tapar buracos de última hora, depois de um ajuntamento pragmático com forças até então antagônicas.


Carlos Grana tem a seu lado o que é de mais conservador da sociedade de Santo André. Gente que pouco produziu ao longo de décadas senão a especulação permanente e que, algozes do PT no passado, correram em direção ao candidato da agremiação porque tiveram, em larga parte, as portas fechadas pelo atual prefeito. Não há nada basicamente de magnânimo na frente partidária conservadora que se entregou ao PT de Santo André. A política de resultados, versão do sindicalismo de resultados tão criticado pelos petistas no passado, é a síntese da operação.


O prefeito Aidan Ravin seguramente está acima de todos os demais prefeitos que se deram mal no comando de Santo André, caso, por exemplo, do petista João Avamileno, herdeiro acidental do trono de Celso Daniel. Formam aqueles seis anos somados aos quatro de Aidan Ravin uma década de desperdícios, descontroles e desídias administrativas. Santo André é uma nau sem rumo econômico e social. O atual prefeito perdeu uma grande oportunidade de lambuzar-se de votos, de perpetuar-se na memória da população, portador que é de algo fantástico à abertura de portas, janelas e o diabo, ou seja, de carisma arrebatador que, se independe de poder, imagine-se então com poder, como ainda o tem.


Saged em decomposição


Já o Saged, que me recuso a chamar de Esporte Clube Santo André ou de Ramalhão, por motivos expostos e arquivados nesta revista digital, não precisa ser despachado à Quarta Divisão do futebol brasileiro, como tudo indica que será neste domingo, porque o que apresenta à sociedade é um estado de decomposição incontrolável. Depois do Saged será muito difícil o futebol de Santo André reerguer-se.


Uma pena, porque o presidente Ronan Maria Pinto é o condutor da equipe que mais condições dispôs para encetar uma grande reviravolta na história da agremiação a partir da terceirização, há cinco anos. Infelizmente, o dirigente pôs tudo a perder porque seu ego é muito maior que o preparo técnico, embora tente transmitir uma humildade que não passa de embalagem para boi dormir. Ronan Maria Pinto é docemente autoritário, educadamente concentrador e encantadoramente desastrado como dirigente de associação esportiva.


Pobre Santo André esportiva e pobre Santo André política que neste domingo vão se ver para valer no inferno. Quem sabe o enredo esportivo e o enredo político não se escreverão com linhas tortas?


Talvez seja preciso mesmo exorcizar todos os maus espíritos que dominam os gramados onde o antigo Ramalhão bota as chuteiras e os gabinetes administrativos onde as autoridades municipais tomam as mais importantes decisões para o futuro do Município.


Do caos poderemos, quem sabe, chegar ao consenso corajoso de que é preciso muito mais que simplesmente torcer e votar. Está na hora de Santo André tomar atitudes, mas quem o fará se um grupelho de aproveitadores domina todos os espaços de uma cidade fragilizada economicamente ao longo de décadas de desindustrialização, local onde os abutres posam de benfeitores?


quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Matemática é contra o São Caetano

Se futebol fosse ciência exata,  matemática, a frieza dos números indicaria que a quarta vaga de acesso à elite do futebol brasileiro está mais perto do Atlético Paranaense do que do São Caetano.

A começar pela classificação, o Azulão continua em desvantagem depois dos surpreendentes empates de ambos na rodada de ontem. Em Curitiba, à tarde, o Atlético Paranaense ficou no 1a 1 com o ameaçado Guarani.

À noite, no Anacleto Campanella, o São Caetano era favorito, criou inúmeras oportunidades mas não teve competência para fazer mais gols. Por isso não passou da igualdade, também de 1 a 1, com o lanterna Ipatinga.

São Caetano é o quinto colocado com 58 pontos ganhos, 16 vitórias, 16 gols de saldo e aproveitamento de 60,4%. O time de Curitiba está em quarto com um ponto, duas vitórias e seis gols a mais de saldo, além de aproveitamento de 61,5%.

Como se não bastasse, ao menos na teoria, o Atlético vai ser favorecido pela sequência das seis rodadas restantes ( 18 pontos em disputa). Pega, pela ordem: Guaratinguetá (16º colocado, em casa), São Caetano (5º, fora), América de Natal (8º, C), ASA (12º, F), Criciúma (3º, F) e Paraná (11º, clássico, em casa).

Já o time de Émerson Leão enfrenta  Vitória ( 2º colocado/fora), Atlético Paranaense (4º/em casa), Criciúma (3º/F), Boa Esporte (13º/C), Goiás (1º/C) e Guarani (14º/F).

Teoricamente, a tarefa do São Caetano é bem mais complicada. Embora se deva ressaltar o crescimento dos clubes ameaçados de descenso na reta final. Além do fator emocional, que não ajuda o Azulão.

Juntos, os seis adversários do time de Curitiba somaram 283 pontos, enquanto que o Azulão tem oponentes que totalizaram 333 pontos. Portanto, rendimento de quem pega o Atlético foi   inferior em 50 pontos. Muita coisa, que, na prática, pode não favorecer em nada.

Porcentagem de produtividade dos adversários de cada um também (é óbvio!) favorece o Atlético. Na média, seus "obstáculos" atingem 49,1% de aproveitamento, contra 54,5% dos que pegam o São Caetano.

Site Chance de Gol também aponta, exageradamente, ampla vantagem paranaense: 81% contra 21,2% e apenas 1,5% do Joinville, com 52 pontos ganhos. Goiás(67), Vitória (66) e Criciúma (65) estão virtualmente na Série A de 2013.

Se não melhorar urgentemente, o São Caetano vai ser vítima da matemática.

Mordaça para o torcedor? É o fim!

Procurador-geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Paulo Schimit, ameaça denunciar o Atlético Mineiro pelos protestos da torcida do Galo na bela vitória de 3 a 2 (grande jogo!) sobre o Fluminense, provável campeão brasileiro.

Autoridade do STJD diz que está apenas cumprindo a lei ao fazer a denúncia devido às manifestações contra as  arbitragens no Campeonato Brasileiro, inclusive a de Jailson Macedo Freitas.

Razões elencadas pelo digníssimo procurador: nariz de palhaço, cartaz contra  arbitragem e mosaico com a cores do Fluminense e as siglas CBF de cabeça para baixo, a sugerir protecionismo ao clube carioca.

Torcida também gritou "vergonha" quando o árbitro baiano anulou o gol de Ronaldinho Gaúcho alegando falta do zagueiro Leonardo Silva na barreira.

Agora, todas as torcidas deveriam gritar "vergonha" diante da casa do procurador, que parece se julgar dono do futebol brasileiro. Ele manda prender e manda soltar. Até quando?

Respeita-se a intenção de evitar o pior,  de coibir possíveis atitudes extremas e suas consequências, mas  não há como concordar. Absurdo! Abuso de "otoridade". É anticonstitucional! Que país é esse?

Tudo bem parecido com o que aconteceu no jogo do Náutico contra o Atlético Goianiense, quando a torcida pernambucana estampou faixa com os dizeres: "Não vão nos derrubar no apito". No jogo anterior, contra o mesmo Flu, juizão deixou de dar pênalti claro a favor do Náutico.

Procurador pode até alegar desrespeito à lei, mas onde estão caracterizados, com clareza,  incitamento à violência, difamação, calúnia e outros quetais?

Definição de qualquer bom dicionário (?) é clara sobre liberdade de expressão. É o direito de manifestar livremente opiniões, ideias e pensamentos.

Tudo isso são conceitos básicos das democracias modernas. O povo pode se exprimir aberta e publicamente, de forma oral ou escrita. Está na Constituição!

Portanto, que mal há nos protestos pacíficos e bem-humorados dos torcedores de futebol? Ou queremos voltar aos tempos da ditadura e do golpe militar de 64, quando, em 68, o presidente Costa e Silva ganhou plenos poderes, extraordinários, e suspendeu várias garantias constitucionais por meio do famoso AI-5, o quinto de uma série de atos abusivos.

Lei da Mordaça, caro procurador? Censura, nobre procurador? Com certeza, o senhor tem mais o que fazer. Se não tiver, aproveite para elencar as restrições ao cidadão que vai ao estádio de futebol exercitar o seu direito de torcer, nada mais.

O senhor já teve ter rascunhado o Ato Institucional do Futebol, a ser publicado nos jornais oficiais de amanhã, 25 de outubro de 2012,  34 anos e 13 dias após a extinção do AI-5.

Se ainda não o fez, lá vão algumas sugestões. A começar pelo indispensável "
sob as penas da lei, fica proibido":

1) contestar a arbitragem, mesmo em caso de atuação eivada de erros crassos;
2) questionar determinações da toda poderosa CBF e do STJD;
3) levar faixas, cartazes, bandeiras e similares que signifiquem afronta ao poder soberano;
4) olhar feio ou franzir a testa para qualquer um dos componentes da arbitragem; é melhor sorrir para as lentes.
5) fazer qualquer sinal com braços, mãos e dedos (principalmente) que possa parecer afronta aos homens do apito;
6) falar palavrão direcionado à torcida adversária ou jogadores;
7) dirigir ofensas morais a árbitro, assistentes e dirigentes da onipotente CBF;
8) gritar gol, vaiar, pedir substituiçao, gritar olé, fazer ola e gritar "é campeão".
9) entrar em campo sem bater continência ou prestar reverência, curvando-se diante das "otoridades" constituídas;
10) criticar árbitros, dirigentes e jogadores, mesmo no banheiro malcheiroso do estádio;
11) sob pena de prisão e confisco de bens, não se deixe flagrar por ao menos uma das 78 câmeras a cochichar com o vizinho contra as determinações do poder; se piscar, feche o olho direito.

Caro procurador, talvez ajude a "melhorar" o futebol brasileiro. Assim, nos estádios ninguém vai dar trabalho e motivo para o senhor exercer o poder com mão de ferro inadequada. Eles estarão vazios. Sem graça! Sem alma!

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Élcio e a Seleção Brasileira

Pedi para o amigo Élcio, volante do Santo André nos anos 80 e hoje no futebol japonês, avaliar nossa seleção.  Demorou um pouquinho, mas está aí, abaixo, sua opinião sempre balizada.

Hoje, domingo, fizemos nosso terceiro jogo na semana . Ganhamos  de 2 a1.
Estamos fazendo uma campanha muito boa no segundo turno do campeonato. Somos o segundo lugar, contando apenas a pontuacão do segundo turno. Estamos em 9º no total. Faltam três jogos. São 22 times.

Entre nesse site www.j-league.or.jp. Meu time chama Matsumoto Yamaga FC.
Estou como preparador físico e auxiliar do técnico japonês ( foi meu jogador e já trabalhamos juntos em três clubes) e foi técnico da penúltima seleção olímpica, na China .

Sobre o ECSA, estou torcendo para que se mantenha na Série C, mas tá difícil mesmo...

Sobre o amistoso Brasil x Japão, acho que o time do Brasil, jogando com esses dois volantes, está no caminho certo. Individualmente, não se discute a qualidade do brasileiro em todas as posições; é superior. Estão todos, a meu ver, conscientes de que precisam ajudar na marcação e no ataque. Havendo espaço, é impossível ganhar do Brasil.

Aí é que acho que o técnico italiano, do Japão, foi mal no planejamento do jogo. Colocou o time muito na frente e por isso perdeu.
 
Criticando a preparação do time do Brasil para a Copa, vejo o mesmo problema ainda presente,  que é a concentração apenas em quem tá bem, quem deve ser convocado e quem deve ser titular... Escolher o melhor no Brasil é difícil, são tantos.
 
Precisa, além disso, definir o trabalho tático de quem ocupar aquela posição porque  se alguém, de repente, se contunde ou cai de produção, tudo volta à estaca zero . Outro problema nosso é quando o adversário tira nosso espaço para criar, para atacar.
 
E aí entra nosso estado emocional, que tem nos traído em tantas copas. Outro ponto que também tem nos tirado de tantas copas é a situação defensiva em bolas paradas. Eles não treinam aí... nada, nada. Vejo muita qualidade individual, mas acho que precisa ter evolução tática nos sistemas defensivo e ofensivo.

Mas estamos torcendo sempre para nossos técnicos evoluírem. Eu os acho (técnicos brasileiros ) acomodados; não estudam o futebol  e não contribuem para a  evolução tática dos nossos jogadores.

Abraços a todos.

Élcio 
 

domingo, 21 de outubro de 2012

Caxias mantém Ramalhão vivo. Sob aparelhos

O Santo André ainda não caiu para a última série do Campeonato Brasileiro. Continua à espera de um milagre, na UTI, em estado terminal. Respira com a ajuda de aparelhos e permanente junta médica.

À direita da cama, o prefeitão finge chorar. Lágrimas de crocodilo!  Político... já viu. À esquerda, com um terço entre as mãos, o todo-poderoso presidente do Saged e dono do jornal (DGABC) reza fervorosamente. Mas, discretamente, pisca para o padre, à espera da extrema-unção.

Caixão só não foi encomendado (acho!) graças à vitória do Caxias sobre o Brasiliense, agora há pouco em Caxias do Sul. Os 3 a 0 evitam, momentaneamente, a queda com cheiro de morte, mas a situação do moribundo ainda é delicada. Talvez fosse melhor morrer em casa, ao lado da família.

Com 18 pontos e apenas três vitórias no Grupo B da Série C, contra 20 pontos e seis vitórias do Brasiliense, o Ramalhão só se salva se vencer o Macaé e o time do Distrito Federal perder do Vila Nova-GO. Não é impossível!

Detalhe é que o Santo André precisa ganhar  do líder, e fora de casa, enquanto que o Brasiliense recebe o Vila Nova, sexto colocado com 23 pontos ganhos, sem possibilidades de classificação e sem risco de descenso. Repito: não é impossível!

No Grupo B, Macaé e Oeste de Itápolis já estão classificados. Caxias, Duque de Caxias (jogam entre si) e Chapecoense (recebe o lanterna) brigam pelas outras duas vagas. O Tupi já está rebaixado.

No Grupo A, Fortaleza e Luverdense estão garantidos na próxima fase. Santa Cruz, Icasa, Payssandu, Salgueiro e Águia ainda têm chances de continuar.  O Guarany-CE já caiu.

sábado, 20 de outubro de 2012

São Caetano: vacilo e tabela desfavorável

Vacilo do São Caetano no empate  com o lanterna Grêmio Barueri, ontem à noite em Barueri, pode custar muito mais do que a momentânea saída do G-4 do acesso à elite do futebol brasileiro.

Como hoje o Atlético Paranaense foi a Salvador e  derrotou o forte Vitória por 2 a 0, o Azulão  perdeu a quarta colocação e passa a correr risco maior de não subir.  Tem 57 pontos ganhos e 16 vitórias, contra 58 pontos e 18 vitórias do Atlético.

Principalmente porque faltam apenas sete rodadas ( 21 pontos em disputa) e, teoricamente, a tabela sugere maiores dificuldades para o São Caetano, que nos últimos jogos não tem sido tão convincente.

Além de Ipatinga, Boa Esporte e Guarani, o time de Emerson Leão pega nada menos que os quatro primeiros colocados: Criciúma, Goiás, Vitória e Atlético Paranaense ( este, de seis pontos, dia 3 próximo, no Anacleto Campanella).

Dos principais concorrentes às vagas (Joinville, com 52 pontos, também sonha) o  time de Curitiba pega apenas o Criciúma e o próprio São Caetano. Demais adversários: Guarani, Guaratinguetá, América de Natal, ASA e Paraná.

Terça-feira o São Caetano recebe o  frágil Ipatinga mas precisa jogar mais do que no 2 a 2 de ontem para não ser surpreendido. Já o Atlético Paranaense  recebe o  Guarani, que está na descendente.

À espera de um milagre...

Pelo andar da carruagem e pelo desfilar de incompetências, dentro e fora do campo, não é novidade pra ninguém. Agora, só um milagre salva o Santo André do abismo.

Iniciada hoje e a ser concluída amanhã, a penúltima rodada da Série C do Brasileiro tem enormes possibilidades de rebaixar o Ramalhão para a Série D.

Resultados de hoje foram desastrosos. A começar pela própria derrota de 1 a 0 para o Duque de Caxias, no ainda vazio Estádio Bruno Daniel.

Com os outros "desastres" desta tarde pelo Grupo B ( Madureira 2 x 1 Chapecoense, Tupi 0 x 1 Oeste de Itápolis  e Vila Nova 1 x 0 Macaé), o Ramalhão fica a um passo de mais um rebaixamento, destino já traçado para o Tupi. Com 22 pontos ganhos, o Madureira já se livrou.

Jogo de amanhã em Caxias do Sul pode antecipar a queda. Basta o Brasiliense ao menos empatar com o Caxias. O time do Distrito Federal está em oitavo lugar com 20 pontos ganhos e seis vitórias.

O Santo André está em nono com 18 pontos e apenas três vitórias. Mesmo se vencer o líder e classificado Macaé, no Rio, chega no máximo a 21 pontos e quatro vitórias. Portanto, ainda dependeria de derrota do Brasiliense, em casa, para o Vila Nova, na última rodada.

Pela gravidade da situação, parece mais fácil Lula reconhecer que sabia e assumir a existência do mensalão, Aidan ser eleito o melhor prefeito do Estado de São Paulo e Rogério Ceni se transferir  imediatamente para o Corinthians e ser campeão mundial no Japão. Tudo junto! 

A última rodada do Grupo B marca Macaé x Santo André, Chapecoense x Tupi, Duque de Caxias x Caxias, Brasiliense x Vila Nova e Oeste x Madureira.

                                     A DERROTA, COM TV AO VIVO

Jogo de agora há pouco  foi mostrado ao vivo pelo SporTV. Com direito  a torcedores sobre árvores e muros, ou grudados nos portões de um acesso vetado por capricho e/ou incompetência administrativa do Poder Público.  Apenas mais um capítulo que envergonha o cidadão andreense.

Primeiro tempo foi equilibrado em passes errados, domínio e oportunidades. Santo André começou melhor. Com alguma facilidade no meio-campo e espaços pelas laterais, chegou três vezes com perigo. Na mais contundente, Fabio Santos exigiu ótima defesa de Fernando, aos 25 minutos.

Na melhor oportunidade do Duque de Caxias, ao 34, o aparentemente nervoso Sandoval escorregou feio, meteu a mão na bola ( juizão deu a vantagem) e depois, ao tropeçar,  quase fez contra.

Aos 43 minutos do árbitro Paulo Henrique  Vollkopf exagerou na expulsão do lateral-esquerdo Raul Diogo, que recebera cartão amarelo por simulação um pouco antes.

O Santo André ( provavelmente já sabendo da vitória do Madureira sobre o Chapecoense) voltou para o segundo tempo com Nequinha deslocado do meio-campo para a lateral-esquerda.

Mesmo com um jogador a menos, o Ramalhão ( agora no 4-2-1-2 mas sem arrumação tática aceitável) foi superior; não abriu mão de buscar o gol. Nem poderia ser diferente!

O Duque de Caxias manteve o 4-3-3 e o toque de bola nem sempre produtivo. Foi ofensivo, mas no início abusou da lentidão e da falta de contundência. Quando acelerou com objetividade, melhorou e passou a dominar.

Antes, ameaçou aos oito minutos com Digão, mas o troco do Santo André veio aos 13, com maior contundência. De novo Fernando fez boa defesa no arremate de Fábio Santos.

Aos 17 minutos,  Itamar Schulle  colocou William Dadá no lugar de Borebi. Sem resultado prático. Problema maior estava na armação e no distanciamento do meio-campo.

Pior é que, com o passar do tempo, a equipe passou a demonstrar maior ansiedade e deu espaços no meio-campo, mesmo com a entrada de Batata no lugar de Sandoval, com o recuo do volante Marcos Brito para a zaga.

Com pressa e sem a agressividade que se exige de quem está perdendo, o  Ramalhão virou presa do nervosismo, perdeu a concentração e passou a ver o adversário tocar a bola.

Tanto que tomou o gol aos 30 minutos: após levantamento de Valdir, da direita, Bruno Veiga dominou às costas do lateral-dieito Alex e concluiu sem chances para Marcelo Bonan.

Nos 15 minutos finais o Santo André reclamou de um pênalti sobre Nequinha e só chegou uma vez com real perigo, com o mesmo Nequinha exigindo grande defesa de Fernando.  Nos acréscimos, Marcelo Bonan ainda salvou o Ramalhão de tomar o segundo gol.

Resta saber quem ainda acredita na salvação do rebaixamento. Resta saber quem vai assumir o ônus da irresponsabilidade, do desrespeito ao torcedor e à história de um clube. E olha que os poderosos incompetentes não são poucos!



terça-feira, 16 de outubro de 2012

E o tiro do Ceará saiu pela culatra

Por meio de liminar, o Ceará vetou a escalação do árbitro alagoano Francisco Carlos do Nascimento, em litígio judicial com um dirigente do clube, para apitar o jogo diante do São Caetano, agora há pouco no Anacleto Campanella.

Por isso, em cima da hora, a responsabilidade sobrou para o quarto árbitro, o paulista Rodrigo Braguetto. Resultado poderia tirar o Azulão do G-4, já que à tarde o Atlético Paranaense venceu o Avaí e assumiu, temporariamente, o quarto lugar na Série B do Brasileiro.

Quis o destino, no entanto, que a arbitragem fosse decisiva a favor do time de Émerson Leão,  que ganhou de 2 a 0. Foram dois erros capitais. Em lances muito difíceis, diga-se.

No primeiro, Marcelo Costa parecia impedido ao fazer 1 a 0, de cabeça, logo aos 11 minutos, quando o Azulão ainda era superior e o nervosismo não prevalecia.

No segundo,  aos 34 minutos do segundo tempo, a arbitragem entendeu que a cabeçada que decretaria o empate do Ceará não entrou, mas a TV mostrou que a bola já havia transposto totalmente a linha quando Gabriel salvou.

Em seguida,  Marcone acertou um canudo de fora de área, no ângulo direito de Dionatan, e fez 2 a 0, decretando a importante vitória.

No todo, de novo o São Caetano não foi bem.  Não convenceu nem no bom sistema defensivo. Só dominou nos primeiros 20 minutos. Resultado mais justo seria a igualdade, porque na segunda etapa o Ceará saiu pro jogo franco, adiantou as linhas de marcação  e foi  bem melhor.

Se em Joinville o técnico Emerson Leão acertou ao optar pela humildade do cuidadoso 3-5-2 com cara de 5-3-2, ontem, em casa, a opção foi o 4-2-2-2. Acertou mais uma vez, mas o esquema não funcionou porque  Éder ficou a dever, de novo. Assim como os laterais (presos) e os atacantes.

Tanto que, ao ver seu time dominado, Leão fez duas alterações logo aos 13 minutos do segundo tempo: Somália no lugar de Leandrão (troca de seis por meia dúzia que não deu em nada) e Marcone no posto de Éder.

Mesmo  no 4-3-1-2, com três volantes e apenas um meia, o São Caetano não melhorou o suficiente. Nem depois dos 25 minutos, quando Geovane entrou no lugar do  esforçado Danielzinho.

Azulão foi pressionado e passou a ser dominado, acuado, porque não conseguiu marcar as subidas do rápido lateral-direito Apodi e tampouco as chegadas dos meio-campistas. Ao contrário de Leão, PC Gusmão colocou o Ceará no ataque, inclusive com meia no lugar de lateral, mas não foi feliz.

O tiro da cartucheira cearense saiu pela culatra. O São Caetano não tem culpa. Se mantém no G-4 com um ponto a mais que o Atlético Paranaense e sexta-feira joga em Barueri.

O limitado Barueri está caindo, mas o momentaneamente pouco convincente e ansioso Azulão não pode vacilar. Cheiro de dificuldades. O que não é novidade.

Enfim, um Brasil com cara de Brasil

Gostei!Finalmente, a Seleção Brasileira ficou bem perto daquela saudosa e empolgante escola de futebol que já foi considerada a melhor do mundo. Nem precisou ser excepcional.

Bela e autoritária goleada de 4 a 0 -- poderia ter sido seis -- sobre o Japão, agora há pouco na Polônia, apresentou um Brasil convincente nos três setores.

Além de jogar bem e dar poucas oportunidades ao Japão, a Seleção Brasileira mostrou a cara que o apaixonado e exigente torcedor quer ver. Nada de defensivismo exacerbado ou ofensivismo irresponsável e enganoso. O time foi um todo, do começo ao fim.

Japão é bem mais forte do que Iraque, China e África do Sul. Não está no patamar de Argentina, Espanha, Alemanha e cia top, mas já sabe jogar. Tem boa movimentação global, rapidez e toque de bola de bom nível.

Vitória da equipe escalada por Mano Menezes foi consequência de esquema bem montado e equilibrado. O 4-2-2-2 teve variações flagrantes durante os mais de 90 minutos.

Chegou a ter  quatro ou três zagueiros, já que pelas laterais apenas Adriano subia. O improvisado Leandro Castan ficava. Chegou a ter dois volantes, mas, de posse de bola, sempre liberou Paulinho ou Ramires, que chegam com desenvoltura.

Dos meias, os dois foram mais atacantes do que armadores. Inclusive Oscar. Kaká, mais pela esquerda, de novo foi bem. E desta vez o adversário não era um bêbado. Se movimentou a contento, mandou bola na trave e fez gol. Assim como Neymar (2) e Paulinho.

Pela direita, Hulk atacou e ajudou a marcar, enquanto Neymar, mesmo sem brilhantismo individual (nem sempre produtivo), teve mais espaços para se movimentar e contra-atacar, já que o Japão não foi ostensivo na marcação e ficou desprotegido.

Marcação avançada e recomposição defensiva do Brasil também devem ser valorizadas. Bola perdida, lá estavam pelo menos sete/oito jogadores brasileiros para dificultar as ações dos japoneses. A começar por meias e atacantes.

Enfim,  um Brasil com cara do Brasil de outros tempos. O grupo de Mano Menezes apresentou futebol mais solto e esquema mais definido, bem ao gosto do torcedor brasileiro. Mesmo correndo riscos de sobressaltos, como vai acontecer diante de outros bichos-papões. E daí? O perigo faz parte do jogo.

Não quer  dizer que um volante mais pegador e com boa saída de bola, ao estilo de Ralf ( o Busquets do Barcelona e da seleção espanhola), e um centroavante matador, de referência, como Luís Fabiano, não devam ser convocados.

Certamente,  seriam novas opções para equilibrar ou mudar o panorama de um jogo mais pegado e/ou truncado. Como vai acontecer na Copa das Confederações e na Copa do Mundo.

Não me lembro há quanto tempo a Seleção Brasileira não faz 20 gols (dois na Argentina, oito na China, seis no Iraque  e quatro no Japão) em quatro jogos. Talvez na Copa de 50? Isso é bom para a beleza do futebol e para a auto-estima do torcedor brasileiro.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

A forca, o carrasco e a bala de prata

Manchete interna do Caderno de Esportes do DGABC de hoje: "Na zona de degola, Ramalhão deixa  campo comemorando o empate".

Em Caxias do Sul, logo após o empate de 0 a 0, alguns jogadores do Santo André não chegaram a soltar rojões, mas falaram em dever cumprido ( parar o Caxias) e na possibilidade de decidir em casa ( no final de semana, contra o Duque de Caxias).

Não é bem assim, na minha visão. Por quê? Simples! Primeiro,  o Santo André tem 18 pontos ganhos, só três vitórias  e espantosos nove empates; está em nono lugar,  na zona de degola da Série C do Brasileiro.

Segundo: só faltam duas rodadas; portanto, apenas seis pontos em jogo, e a possibilidade improvável de se atingirem 24 pontos ganhos e cinco vitórias, fator que pode definir o rebaixamento.

Terceiro: próximos adversários do Ramalhão são o agora quinto colocado (Duque de Caxias) em "casa" (?) e o líder Macaé fora.  Portanto,  tarefas difíceis.

Quarto: como não depende apenas de si, o Santo André não vai decidir em casa. Pelo menos na expectativa otimista, já que está um ponto atrás do Madureira e dois  atrás de Vila Nova e Brasiliense.

Quinto: pelo contrário, decisão, se acontecer, vai ser para o mal. Seria a antecipação do o ápice do enforcamento encaminhado há bom tempo. Depende da combinação de resultados.

Ramalhão cai para a Série D já neste final de semana se perder em casa e o Madureira vencer o Chapecoense em casa, e  Vila Nova e Brasilense no mínimo empatarem com Macaé (em casa) e Caxias (fora), respectivamente.

Sexto: mesmo que vença e o Madureira perca, o Santo André ainda não se livra. Ficaria com 21 pontos, apenas dois a mais que o time carioca. Portanto, tudo ficaria para a última rodada, dia 27.

Só pra lembrar, inisitir mesmo, no grande perigo: representante do Grande ABC pega o líder e sempre regular Macaé fora de casa. Aqui, perdeu de 3 a 0.

O site Chancedegol apresenta o Santo André com 52,8% de possibilidades de cair. O oitavo colocado do Grupo B, Madureira, aparece com 35,7% e o lanterna Tupi com 99,2%. Vila Nova (6,2%), Brasiliense (6,1%) e Duque de Caxias (0,04%) vêm a seguir.

Moral de história:  a forca está montada em praça pública, com direito a cadafalso, corda e  aquele nó monstruoso, cada vez mais apertado. Carrasco (ou carrascos?) está (ão) a postos. Providencialmente, sua (s) cabeça (s) está (ão) coberta (s).

Com todo o direito, talvez os  dirigentes  do Santo André se apeguem ou ainda acreditem na flechada certeira, salvadora,  do melhor arqueiro do rei. Ou naquela bala de prata do mascarado montado no cavalo branco.

Era uma vez um nó! Ou um carrasco! Sonhar não é proibido. Mesmo pra quem está no bico do corvo, à espera da extrema-unção.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Bater em bêbado é covardia! E apanhar?

Que situação!!! Dizem que bater em bêbado é covardia. E é! E se apanhar? Sinônimo de fraqueza, frouxidão. É o fim da picada, né?  Então, é melhor evitar atrito com quem tomou umas a mais.

Assim poderia fazer a Confederação Brasileira de Futebol. Mas não! Nossos dirigentes marcaram mais um amistoso caça-níquel, que não acrescenta nada para avaliar a Seleção Brasileira com vistas à Copa das Confederações e à Copa do Mundo.

A goleada de 6 a 0 sobre a frágil seleção do Iraque, agora há pouco em Malmoe, na Suécia,  foi o retrato do que acontece quando se bate em mamado. Tanto que o goleiro do Brasil -- Diego Alves, né? -- não fez sequer uma defesa difícil. Lá poderia estar um cone.

Sem essa de dizer que o "treino" foi importante; que Kaká e cia brilharam; que o jogador do Real Madrid está de volta (Galvão Bueno) e deve ser titular ( opinião de Casagrande).

Não serve de parâmetro e fim de papo. Nosso goleiro ( poderia ser Diego Cavalieri) não foi testado, nossos zagueiros internos e laterais muito menos. O ataque do Santo André daria muito mais trabalho.

Embora eu goste da formação com Paulinho e Ramires, nossos volantes passearam o tempo todo. Os meias, Oscar e Kaká, brincaram de dois-toques e fizeram até gols. Hulk e Neymar também. Se quisessem, ajudariam a ampliar o passeio.

Amistoso serviu no máximo para dar ritmo de jogo e oportunidade a Kaká. Teste mesmo seria contra os titulares da Argentina, da Alemanha, da Inglaterra, da Holanda, da Espanha,  do Uruguai, da Itália...

Aí sim! Se o Brasil ganhar, provavelmente será com méritos e passando por dificuldades. Se empatar, faz parte. Se perder, ninguém poderá dizer que apanhou de um bêbado, incapaz de fazer mal a uma barata.

Mesmo sem centroavante de ofício (Luís Fabiano, se estiver em forma, sem lesão), o time de Mano Menezes ("jogamos bem") bateu num bêbado, num coitado que não parava em pé. A Seleção de Zico é juvenil;  uma piada. Só chega na Copa de o Galinho de Quintino fizer milagre.

Que o torcedor não se iluda. China, Iraque, África do Sul e cia ainda não são parâmetros para se avaliar quem tem condições de vestir a camisa da Seleção Brasileira. Quero ver matar o leão, não os filhotes indefesos.   

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A corda no pescoço e a prova dos nove

Lógico que o título acima não é novidade para o sofrido torcedor do Santo André. Afinal, exceção a 2010,  nos últimos anos a equipe comandada pelo Saged e assessorada pelo DGABC só tem dado vexame.

Pra não perder o costume, mais uma vez o Ramalhão está com a corda no pescoço  na Série C do Brasileiro. Oitavo colocado do Grupo B com 17 pontos ganhos e apenas três vitórias,  o Santo André tem nove pontos pra se livrar.

Apesar de o Diario do Grande ABC dourar a pílula ao insistir na mínima possibilidade de classificação à próxima fase, a realidade, sem contornos nem parcialidade, é que a situação é delicada.

A começar pelo fato de que a equipe não oferece perspectivas alentadoras desde o início do campeonato. Não vai ser agora! Seria uma guinada secular. Seria!

É mais fácil Lula reconhecer a existência do mensalão petista. Com apenas 37,8% de aproveitamento, é difícil imaginar que o Santo André faça milagre nas últimas rodadas. 

Especialmente porque pega, respectivamente, quarto, terceiro e primeiro colocados da chave. Juntos, e todos brigando por vaga,  Caxias, Duque de Caxias e Macaé ganharam 72 pontos.

Adversários do Brasiliense ( Tupi, Caxias e Vila Nova) somaram apenas 57 pontos. É bom lembrar que o time do Distrito Federal tem os mesmos 17 pontos ganhos, mas soma cinco vitórias.

Para complicar, o Santo André faz dois jogos fora e apenas um em "casa". Ainda assim, sem a certeza de público. Já o Brasiliense melhorou de produção e  joga duas vezes em casa e uma fora.

O nono colocado do Grupo B é o Madureira, com 16 pontos ganhos e quatro vitórias. Se na próxima rodada o Santo André perder em Caxias do Sul e o decadente Madureira ao menos empatar com o Vila Nova, em casa, joga o Ramalhão para a zona de rebaixamento.

Como se não bastasse, o time carioca ainda receberia o Chapecoense e só sairia na última rodada, contra o Oeste de Itápolis. Juntos, adversários do Madureira ganharam 68 pontos.

Último colocado com apenas 14 pontos ganhos, o Tupi parece mesmo fadado à Série D. Pega Brasiliense e Chapecoense fora, e o Oeste em Juiz de Fora. Seus adversários já ganharam 65 pontos.

Com 20 e 22 pontos ganhos, respectivamente, Vila Nova e Oeste ainda não estão a salvo, mas possibilidades de queda são bem menores. Vila faz dois do três jogos fora; Oeste é visitante apenas contra o Tupi.

Tais números, com direito a prova dos nove com cheiro de equação exponencial,  são mais do que suficientes para os  dirigentes  e "assessoria de Imprensa" do Santo André deixarem de exagerar no otimismo,  anunciando contratações salvadoras e omitindo uma verdade ameaçadora.

Está certo que, com a corda no pescoço, é difícil pôr os pés no chão, mas fingir que a ameaça passa ao largo é ignorar a rigidez do nó. 

São Caetano: empate com sabor de vitória

São Caetano do importante 0 a 0 de ontem em Joinville foi humilde e pragmático. Simples assim! Por isso não corre o risco de deixar o G-4 da Série B nesta rodada.

Ciente de que a equipe vinha de  performances nada convincentes na magra vitória sobre o Guaratinguetá e na derrota diante do Paraná, o técnico Emerson Leão não teve vergonha de jogar pelo empate.

E está certo! Ganhar na Arena Joinville, onde a torcida apóia quase o tempo todo e não  dá tréguas ao adversário, é tarefa hercúlea. O São Caetano conseguiu calar a torcida.

Precavido,  Leão surpreendeu ao armar um Azulão diferente. Nada do tradicional 4-4-2. O São Caetano foi de 3-5-2 com mais cara de 5-3-2, já que os laterais/alas mais defenderam (sem brilho, por sinal) do que atacaram.

O Joinville teve mais volume e foi melhor no primeiro tempo. Especialmente nos 15/20 minutos iniciais, quando, como o empurrão da torcida, forçou o ainda desorganizado Azulão a respeitá-lo jogando na defesa.

Talvez por demorar a assimilar o novo esquema, no início o São Caetano foi deficiente até mesmo na marcação, embora o Joinville só tivesse duas reais oportunidades de gol. Daí para a incompetência na armação e no ataque foi um pulinho.

Quando  acertou o posicionamento defensivo e ocupou melhor os espaços, o time de Emerson Leão travou as ações ofensivas e forçou o erro do time catarinense. Exceção às subidas do bom lateral-direito Eduardo.

No segundo tempo o Joinville voltou a ter apenas duas chances de gol claras. O São Caetano cadenciou o jogo, melhorou a marcação e dificultou a transição do adversário, que passou a dar chutões e errar passes em demasia.

Talvez Leão não devesse trocar o cortante Geovane pelo individualista e apagado Danielzinho. Somália no lugar de Leandrão também não mudou nada.

Mesmo porque, o São Caetano sempre esteve mais disposto a destruir do que construir. Por isso o meia Marcelo Costa e os atacantes não podem ser sacrificados.

Estocadas pontuais ou de bolas paradas ( só três boas oportunidades em mais de 90 minutos) foram a tônica de quem foi buscar um ponto diante de um adversário direto na briga por vaga no G-4.

Pouco, mas suficiente. Por isso o técnico Emerson Leão acertou na mosca ao optar pela precaução, pela humildade, ao escalar três zagueiros de área e sacar um meia, Éder.

Na próxima rodada, a 30ª ( só faltam nove), o Azulão recebe o Ceará. Deve respeitar, mas, em casa,  precisa se impor. Nada de abdicar de certa cautela e muita ofensividade.
Portanto, nada de três zagueiros. A não ser que os alas sejam alas e o ataque não fique órfão.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Conselho a um herói negro

Data vênia, excelência, mas ainda prefiro a ousadia pretensiosa à omissão despretensiosa.  Mesmo como admirador de atitudes tão pouco exercitadas.

O título acima fala em conselho, mas não é bem isso. Como temos praticamente a mesma idade, talvez seja um discreto puxão de orelhas em quem só tem recebido elogios. Mais do que merecidos, diga-se.

Pelo menos momentaneamente, a capa da Veja desta semana é tão adequada quanto verdadeira: o menino pobre que mudou o Brasil. Tomara que o tempo do verbo esteja certo e que a manchete seja duradoura.

Que tudo não termine sem que as acusações e condenações sejam levadas às últimas consequências. Doa a quem doer! Que bandidos,  com direito à ampla defesa e comprovadamente culpados, terminem, mesmo, atrás das grades.

Tudo leva a crer que a atitude e a conduta firme do ex-menino pobre da mineira Paracatu signifiquem, mesmo, o divisor de águas na Justiça brasileira.

Tomara que os atos capitaneados pelo nosso herói negro -- diga-se, sem depender de cotas raciais para estudar, ganhar respeito e notoriedade -- sejam eternizados e façam com que nossos políticos tenham o mínimo de  vergonha na cara.

Dizem que em Paracatu o menino pobre que, ao lado de sete irmãos, ajudava o pai a fabricar tijolos e a entregar lenha num caminhão velho jamais se humilhou diante dos preconceituosos, normalmente brancos e ricos.

Lá, o Fritz -- apelido de infância baseado no contraste do negro com o alemão -- já andava de peito empinado, segundo matéria da Veja. Dizem, também, que já não praticava a humildade com constância.

Talvez venha  exatamente daí a necessidade do puxão de orelhas no nosso herói negro. Hoje ministro, amanhã presidente do Supremo Tribunal Federal,  às vezes o  nobre relator do mensalão passa do limite. Parece limão!

Lógico que as dores provocadas pela inflamação na base da coluna judiam de Joaquim Barbosa. Talvez menos do que a falta de sofá, TV e geladeira e muito menos do que o preconceito racial da infância.

Mas, embora mexa com a formação da personalidade, nem isso justifica a conduta do ministro relator quando vira onça cutucada com vara curta e não aceita o contraditório do ministro revisor, Ricardo Lewandowski.

Por mais absurdas, tendenciosas e inconsistentes que sejam as justificativas do escorregadio juiz "criado" aqui em São Bernardo e apadrinhado por Lula, o relator precisa abaixar a bola e ter a grandeza de respeitar sem parecer onipotente, perfeito. 

Nada de acidez, caro Joaquim! Muito menos aparente prepotência. Deixa a vida te levar! No stress!  Por mais que esteja carregado de razão. E está, excelência! O caminho está bem calçado. Estamos de olho!

Atitudes assim não combinam com atos de heroísmo diante da calhordice, da cafajestagem  que campeia no Planalto e em quase todos os grotões do Brasil. Inclusive aqui, no desenvolvido Grande ABC.

Pena que não tenhamos por aqui um Joaquim como ouvidor independente de cada Prefeitura. Pena que ainda estejamos distantes de ter um herói de carne e osso para acabar com a bandalheira perpetrada por todos os partidos. Uns mais, outros menos.

Mas já é um bom começo para se dar fim aos abusos, caro herói! Lógico que, no fundo, excelência, você não tem feito mais do que a obrigação. Mesmo indicado por Lula, a exemplo de outros, você tem sido ético, justo, coerente e imparcial, como a maioria dos seus pares.

Exceções ao revisor e a Dias Toffoli -- e não se esperava postura diferente de quem tem rabo preso e acha que somos todos imbecis -- os demais ministros têm sido protagonistas exemplares e mensageiros da vontade  do verdadeiro cidadão de bem.

Hoje, nossos ministros têm recebido aplausos, palavras e mensagens de solidariedade. Talvez na realidade não sejam heróis, mas retratam, com austeridade e independência, o querer da maioria da população.

Goste ou não  aquele ex-presidente que não sabia de nada, não fala alemão, francês, inglês nem italiano. Mal arranha o nosso português.  Talvez  Joaquim Barbosa pudesse ser um ótimo professor. Quem sabe? Ao menos de línguas.

Com certeza, infelizmente, nosso herói referência não teria como ensinar nem vender  uma lista de virtudes que não se compram na venda da esquina nem nos bancos escolares.

Eis a grande diferença de dois ilustres cidadãos  brasileiros que vieram do quase nada e chegaram ao topo! Vivas o nosso herói negro!  Sem cotas, sem bolsa família, sem protecionismo, sem corrupção e sem conchavos.  Cadeia neles, Joaquim!  

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Covardia de Mano é salva pelo apagão

Vou falar taticamente de um jogo que não aconteceu. Alguns devem achar que estou louco. Mas não estou, não!

Todo mundo já escreveu sobre o vergonhoso apagão de ontem em Resistência, onde se enfrentariam duas das maiores forças do futebol mundial.

O segundo jogo do Desafio Brasil x Argentina foi levado para uma cidadezinha sem condições estruturais, só pra a AFA agradar o governador da província, e deu no que deu. Apagão e jogo cancelado.

Bom para a limitada equipe C da Argentina. Ruim para o time quase B do Brasil, que poderia ser testado. Melhor para o técnico Mano Menezes. Por que, se o time só entrou em campo para ouvir o hino nacional e concluir o aquecimento?

Simplesmente porque nosso treinador escalou uma Seleção Brasileira, pentacampeã mundial,  como se fosse um time pequeno, a enfrentar o poderoso Barcelona que encanta o planeta.

Aqui, em Goiânia, quando ganhamos de 2 a1 na bacia das almas, o Brasil jogou no 4-2-1-3, com quatro zagueiros, dois volantes (Ralf e Paulinho), um meia (Jadson) e três atacantes (Lucas, Luís Fabiano e Neymar).

Como a Argentina reconheceu as próprias limitações, se apequenou e veio num fechadíssimo 5-3-2 dissimulado em 3-5-2, o Brasil encontrou enormes dificuldades para fugir do congestionamento, penetrar e concluir.

Enfiado entre um monte de argentinos, o bom mas sempre lesionado centroavante do São Paulo foi o mais sacrificado. Luís Fabiano foi o menos culpado porque nem mesmo pelas laterais fomos eficientes.

Ontem, mesmo em casa, pelo menos na escalação a Argentina mantinha três zagueiros, dois alas, três meio-campistas e apenas dois atacantes ( o corintiano Martinez e o palmeirense Barcos). Respeito em excesso e cheiro de joguinho!

Já Mano Menezes optou pelo excessivamente respeitoso ( ou medroso?) 4-3-1-2. Traduzindo: quatro zagueiros (por sinal, com laterais não confiáveis), três volantes (Ralf, Paulinho e Arouca), um armador que chega com desenvoltura (Thiago Neves) e dois velocistas dribladores (Lucas e Neymar) para fechar em diagonal, à Barcelona, já que não haveria referência.

Não gosto, mas, dependendo das circunstâncias, até admito a ausência do matador. Desde que, como no Barcelona, outros assumam a função de meter a bola pra dentro.

É bom lembrar que não somos tão entrosados e não temos, juntos, competências diferenciadas como Messi, Iniesta, Xavi, Fabregas e Alexis Sanches.

Porém, o que não dá pra engolir é Mano Menezes escalar três volantes. Não se trata de timinho; aqui é Seleção, mano! E pensar que já me encantei com o meio-campo da Seleção com Clodoaldo, Gérson e Rivelino (70) e Cerezzo, Falcão, Sócrates e Zico (82).

E não adianta dizer que Paulinho apareceria como homem surpresa para penetrar e finalizar. Paulinho poderia simplesmente repetir o que faz no Corinthians, sem necessidade do bom mas dispensável volante do Santos.

Mas, sob pressão, o treinador escalou de olho no resultado e na preservação do cargo. Afinal, um empate nos favorecia. Pra quê ousar, correr riscos, né! Às favas a arte, a beleza de sair pro jogo franco!

Covardia! Futebol espetáculo também pode ser sinônimo de vitória. Alguém não gostou de  Manchester City x Borússia Dortmund? Os campeões inglês e alemão empataram de 1 a 1 e mostraram futebol de encher os olhos de quem gosta.

Mesmo sem optar por um centroavante de ofício, Mano poderia pôr mais um meia, capaz de cercar, armar e chegar à frente em companhia de Thiago Neves.

Afinal, essa Argentina não assusta ninguém. Quer dizer, deve  aterrorizar o nosso comandante, né? E olha que admiro o trabalho de Mano Menezes.

Moral da história: o mesmo apagão que causou o mico argentino cancelou o  jogo salvou Mano Menezes de ter de encarar xingamentos de "covarde", "retranqueiro" e "burro". Desta vez, com razão.  Depois, vai reclamar se o torcedor pedir Felipão, Muricy ou Tite.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

A ansiedade e a incompetência da última bola

Não gostei do São Caetano de ontem. Não senti firmeza. Em casa, diante de adversário candidato ao descenso, o Azulão deveria ter sido muito mais eficiente e convincente.

A magérrima vitória de 1 a 0 sobre o respeitável mas limitado Guaratinguetá aconteceu na bacia das almas. Gol do zagueiro Gabriel, aos 49 minutos do segundo tempo, ao menos fez justiça e mantém o time de Emerson de Leão no G-4 do acesso.

São Caetano virou presa da ansiedade da última bola e abusou do direito de perder gol. Criou pelo menos 13 oportunidades, cinco delas de alta periculosidade, mas só fez um gol.

Primeiro tempo do Azulão foi apenas menos ruim do que o do time do Vale do Paraíba. Criou cinco chances de marcar ( as duas principais delas com Marcelo Costa e Somália), mas não brilhou. Nem técnica nem taticamente. Além de errar passes em demasia.

Diante de um Guará com praticamente duas linhas de quatro e dois atacantes (Leandrinho e o promissor Alemão), nitidamente disposto a se defender e apostar num contra-ataque lotérico, o São Caetano encontrou dificuldades.

Sem apoio efetivo dos laterais e dos meias,  o time de Leão teimou em acreditar no poder ofensivo de Somália e Danielzinho. Porém, sem assessoria eficiente e sem movimentação sincronizada e produtiva, os atacantes não produziram.

O Guaratinguetá voltou para o segundo tempo com Lenilson no lugar de Danilo. Mas o agora 4-3-1-2 não vingou. Lenilson pouco fez e o time, desorganizado, não chegou com perigo.

O São Caetano entrou com novo ataque e melhor postura.  Geovane e Leandrão substituíram Danielzinho e Somália. O time acentuou o domínio, liberou laterais e volantes alternadamente e acelerou o ritmo. Ganhou em intensidade.

Porém, não em eficiência. Ainda refém da ansiedade, manteve o  pecado da incompetência nas finalizações. Chegou mas concluiu mal em pelo menos  mais sete ocasiões.

Gol salvador só saiu no último segundo dos acréscimos, após escanteio da esquerda e confusão na pequena área. O goleiro Saulo, até então em alta, falhou na saída e Gabriel marcou.

Resultado é tão importante quanto o sinal de alerta a piscar. Últimas apresentações do grupo de Leão não têm sido convincentes. Infelizmente!

Hoje, o G-4 está garantido. Mas é preciso melhorar, voltar a jogar bem e vencer com autoridade,  para não  perder a vaga para Atlético Paranaense ou Joinville.



segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Punição a torcedores imbecis e policiais omissos

Quer dizer que a torcedora pré-adolescente do Coritiba não pode receber de presente a camisa do Lucas, do São Paulo, ao final do jogo?

Que mal há nisso, minha gente? A menina é fã do jogador e fim de papo. Lucas, assim como Neymar, é ídolo da torcida brasileira. Os dois estão acima das camisas de São Paulo e Santos. Assim era com Pelé, Garrincha, Ademir da Guia, Ronaldo...

Quanta imbecilidade! Quanto fanatismo injustificável daquela meia-dúzia de torcedores do Coritiba. Frustrados e preocupados com a situação do Coxa, descontam na torcedora e no pai dela. Deveriam ser identificados, detidos e processados.

Assim como também devem ser identificados, inqueridos  e punidos pelos seus superiores todos os policiais que se omitiram diante da flagrante situação de risco.

A poucos metros  da confusão, os homens da lei ignoraram e se furtaram de qualquer intervenção preventiva. Então, que respondam administrativamente.

O JUIZÃO E A FAIXA DA DISCÓRDIA

Voaden é um bom árbitro, mas está "moralmente" equivocado na atitude tomada ontem no Recife. "Não irão nos derrubar no apito" eram os dizeres da faixa estampada pela torcida do Náutico na arquibancada. Talvez porque o Náutico tenha sido prejudicado na rodada anterior contra o Fluminense.

Incomodado, o juizão fez valer a regra e não deu início ao jogo diante do Atlético Goianiense enquanto a faixa não fosse retirada. Foram 16 minutos de atraso pelo capricho do árbitro.

Já pensou se a moda pega? O dono do jogo se acha no direito de confrontar a Constituição e coibir o direito à livre manifestação. O cidadão tem o direito de se expressar e fim de papo. Manifestação legítima e não ofensiva! Não houve incitação.

Mesmo estando na regra, excesso de autoridade é um abuso inadmissível em qualquer segmento. Ou voltamos aos tempos da ditadura? 

E que os mesmos torcedores, além de criticar  a arbitragem, se posicionem contra a violência, o preconceito, a corrupção, a falta de educação e a maioria das atitudes dos políticos brasileiros.

Que o juizão, embora falível, se limite a apitar corretamente. O que o bom Voaden não fez, já que inventou um pênalti a favor do Náutico.

Será que algo pesou na consciência do juizão?  Jogador do Náutico (Reiner?) também deveria ser punido pela encenação. Assim como Rafinha, que fez teatro diante do São Paulo e a arbitragem entrou na malandragem.