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segunda-feira, 16 de junho de 2014

Brasil no 4-4-2 (4-2-2-2). Com Ramires.

Se alguém perguntar para Luiz Felipe Scolari, ele vai garantir que o esquema da Seleção Brasileira é o atualíssimo 4-2-3-1.

Segundo Felipão, então, seriam quatro zagueiros, dois volantes (Luiz Gustavo e Paulinho), uma linha de três  -- ou seria um triângulo? -- com Hulk, Oscar e Neymar,  e apenas Fred lá na frente.

Parece absurdo, mas ouso contestar o aparentemente incontestável.  Afinal,  a definição é do próprio treinador. Não estou a chamar Felipão de burro, mas não jogamos no 4-2-3-1. Tentarei ser convincente. Vamos por partes.

A linha de quatro tem dois ótimos zagueiros internos (Thiago Silva e David Luiz) que se matam para cobrir os espaços deixados por laterais-alas (Daniel Alves e Marcelo) mais afeitos a ações ofensivas, como no Barcelona e no Real Madrid.

Luiz Gustavo e Paulinho ficam com a incumbência de marcar e, vez por outra, até chegar no ataque. Se isso acontecer, não terão pulmão nem pernas para voltar e recompor o posicionamento a tempo de cobrir laterais e zagueiros. Sobrará espaço. Um perigo!

Na concepção de Felipão  -- nenhuma sumidade tática --  Oscar tem a incumbência de marcar, armar, lançar, atacar e finalizar. Sem a bola, então, Neymar e Hulk precisam completar a linha de três marcando a subida dos laterais adversários. É isso?

A não ser que eu não entenda nada de futebol, o esforçado Hulk até que ajuda  bastante no fechamento de avenidas e no combate contínuo, além de atacar.

E Neymar? Nosso craque joga solto, armando, driblando e atacando.  Gênio não nasceu pra fingir que está cercando ou ficar correndo atrás de ninguém normal. A não ser esporadicamente. Mesmo no futebol atual.

Por isso entendo que Fred nem sempre joga tão sozinho à frente. Mas o goleador/ator precisa se mexer mais, dar opções pra quem vem de trás.

Há, sim, um distanciamento quando Hulk, Neymar e Oscar não encostam. Mas o craque de canelas finas é atacante por natureza. Livre, leve, solto...

Então, o Brasil tem jogado num 4-4-2  (4-2-2-2) meio estranho,  disfarçado, já que Oscar e Hulk acabam forçados a marcar pelas beiradas. Somados aos volantes,  formam uma linha de quatro ou um quadrado.

Isto posto, este blogueiro metido a besta não teria a menor dúvida, neste jogo,  em escalar Ramires no lugar do lesionado Hulk. Rápido, combativo e eclético, Ramires completaria tanto a linha de quatro defensiva quanto possível quadrado móvel.

Jogador do Chelsea pode marcar e atacar pela direita, especialmente nos contragolpes em velocidade. Também ajudaria Daniel Alves, já que o México de amanhã é ousado, toca muito a bola e ataca quase sempre com rapidez, pelas extremas.

Ramires também daria mais liberdade de criação para Oscar e povoaria o meio-campo brasileiro o suficiente para equilibrar as ações num setor nevrálgico, onde normalmente o México coloca cinco jogadores de bom nível técnico.

No 4-4-2, com cara de 4-2-2-2, o Brasil terá menos dificuldades e ficará menos exposto defensivamente. Desde que, independentemente de esquemas táticos, não deixe de defender e atacar em bloco, condensando os três setores para que não apareçam espaços com cara de arapucas.

Respeito Felipão -- mais pelo passado do que pelo presente -- mas a possível ausência de Hulk pode arrumar o time. Ramires seria o ideal para amanhã. Mas, dependendo do jogo, William e Hernani não podem ser descartados.  Paulinho e Hulk que se cuidem!

A princípio, jogo desta terça-feira promete ser bom, técnico, duro, equilibrado. Cabe ao Brasil saber se impor e fazê-lo ficar fácil. Um simples detalhe -- físico, técnico, tático ou emocional --  nos primeiros minutos pode mudar tudo.     

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