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quarta-feira, 11 de junho de 2014

O prefeito e a ilha sindical

A famosa Ilha Fiscal, na baía da Guanabara, serviu como posto da Guarda Fiscal do porto quando o Rio de Janeiro era a capital do império, no século XIX.

Ali, no ainda charmoso castelinho, aconteceu o histórico e inesquecível Último Baile do Império, dias antes da proclamação da República, pra quem não sabe, a 15 de novembro de 1889.

O prefeito mencionado no título acima é Carlos Grana, político e sindicalista apadrinhado por Lula. Sem a exigida competência administrativa e gerencial, o petista comanda a colcha de retalhos partidária responsável pelos destinos de uma Santo André cada vez mais judiada.

A ilha sindical citada no título refere-se à  anunciada Zona Azul e está localizada entre as ruas Abílio Soares e Coronel Ortiz, aqui na "divisa" do centro com a vila Assunção.

Além do prefeito boa gente, os responsáveis pela "ilha sindical" são o secretário de Mobilidade Urbana e Obras e Serviços Públicos (Paulinho Serra) e o diretor do Departamento de Engenharia de Tráfego (Epeus Pinto Monteiro).

Fontes  confiáveis, inteligentes e imantadas no poder maior,  garantem que a  "ilha sindical" foi preservada -- ou criada? -- pelo Poder Público para atender solicitação do presidente do Sindicato dos Rodoviários, contra quem não tenho absolutamente nada.  Quem não chora, não mama!

Por telefone, há mais de um mês, o próprio Paulinho Serra não descartou que a suspensão da implantação da Zona Azul apenas neste quarteirão foi para atender aos caprichos sindicais. Afinal, por que não facilitar a vida de alguns em detrimento da coerência e dos direitos da maioria?

Secretário  afirmou, na época,  que estava reavaliando. Acomodou ou deve estar reavaliando até hoje. E vai fazê-lo por bom tempo porque não tem coragem para bater de frente com o prefeito e com as pretensões dos sindicalistas.

Paulinho também disse, com todas as letras, que, se fosse escrito no blog, meu texto até iria ajudá-lo. Então... Está na cara que o próprio secretário queria manter a sensatez mas foi barrado por determinações superiores.

Embora as vagas estejam demarcadas e os postinhos colocados, ainda faltam as placas e o parquímetro, aquela maquinha devoradora de moedas. Lógico que também falta coerência e sobra corporativismo. Emparedado pelos dois lados, o secretário afinou, pipocou.

Se é que o senhor não sabe, prefeito, todas as ruas próximas estão  com as vagas de estacionamento à disposição. Detalhe é que muitas estão vazias, quase às moscas,  porque todos  correm para o quarteirão dos privilegiados. Afinal, ninguém é trouxa por inteiro.

Nesta semana, por exemplo, percebi que vários carros ocupam as vagas gratuitas da "ilha sindical" das oito da manhã até a cinco da tarde. Onde está a propalada rotatividade? Nem 20% das vagas criadas são ocupadas.

Quem madruga ou dá sorte é premiado diante do "castelinho". Quando não, o guardador de carros, o "apiteiro" do pedaço, que trabalha e não tem culpa de nada, dá um jeito de cavar uma vaguinha  para os amigos dos companheiros.

São 18h35min. Desde as 15h o trânsito por aqui beira o caótico. Especialmente na extensão da bela, cobiçada e carregada "ilha fiscal" endossada por um prefeito que faz de tudo para ser pior que seu antecessor.

Só não se esqueça, senhor Grana, que Santo André não é só sua ou de seu partido. Por que não permitir que secretário e  diretor façam o que antes foi  estudado e definido como correto para a população?

Aqui não é seu quintal, caro prefeito! Nem seu curral eleitoral. A casa andreense é nossa. De todos nós, cidadãos trabalhadores e com impostos em dia. Daí nosso inabalável direito de exercer cidadania.

Então, por que privilegiar? Por que acomodar? Por que, na cara-dura, a política de compadrio? Por que, de forma desrespeitosa, forçar o secretário a afinar, a arrepiar carreira?  Não é a atitude que se espera de um prefeito.

Ou será que aqui, no quarteirão da "ilha sindical", vai acontecer o último baile do império petista? Salões do sindicato são amplos. Nós, vizinhos, não fazemos questão da imponência de um "castelinho". Só cobramos coerência.

 

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