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sábado, 28 de junho de 2014

A redenção de um imperador

Em 2010, na África do Sul, o imperador  falhou no gol e foi considerado o vilão de uma guerra perdida diante da Holanda.

Ontem, no Mineirão, o imperador defendeu dois pênaltis e saiu de campo como grande herói da batalha diante do Chile, após empate de 1 a l no tempo regulamentar.

Assim é a vida! Mesmo que se passem quatro anos, é possível dar a volta por cima e derramar lágrimas, agora de felicidade. Hoje o herói do momento chorou antes e depois dos pênaltis.

Júlio César, hoje relegado à fragilidade do futebol canadense foi ovacionado pela torcida brasileira antes mesmo de nos classificars, quando fez uma defesa excepcional em conclusão de Aránguiz.

O goleiro foi o destaque de um jogo igual, equilibrado. O Brasil começou melhor, fez 1 a 0 com David Luiz -- na realidade, o último desvio foi de Jara -- aos 18 minutos. Pelo alto. Com méritos.

O Chile empatou aos 32 com Alexis Sanchez, após falha de Hulk no recuo de bola, e a partir daí equilibrou o clássico sul-americano. Taticamente foi até superior. O que não é novidade.

Tanto quanto foi superior, mais organizado, mais consciente e mais perigoso no segundo tempo. Enquanto isso, o Brasil  parecia perdido tática e emocionalmente.

Marcava sem determinação, mostrava nervosismo, errava passes e exagerava nas bolas esticadas da defesa. Sinal claro de que não temos um meio-campo competente e confiável. Troca de Paulinho por Fernandinho não alterou o desempenho.

Além disso, ainda dependemos excessivamente de um Neymar que, bem marcado, além de lesionado,  desta vez não brilhou. Tampouco Fred e depois Jô. Ambos são reféns de uma bola que não chega redonda.

Na prorrogação, os dois times caíram fisicamente. Desgaste natural, pelo horário e pela mudança de rotina. Tecnicamente o Chile também caiu mas quase matou o jogo no final com Pinilla concluindo no travessão.

Mais na base da vontade, da empolgação, do que da organização, o Brasil ainda ameaçou com Neymar e Hulk. Pouco para um time do tamanho, da grandeza do nosso. Por isso Felipão temia tanto o Chile. Não era blefe.

A decisão, dramática,  ficou mesmo para a redenção -- tomara, definitiva -- de um imperador de quem não sou súdito, nem fã. Júlio César brilhou e defendeu as cobranças de Alexis Sanchez e Pinilla.

Próxima batalha -- a quinta das sonhadas sete -- será sexta-feira em Fortaleza contra a Colômbia, que agora há pouco, no Maracanã,  jogou melhor e derrotou o Uruguai por 2 a 0. Dois belos gols do artilheiro isolado da Copa. Agora o jovem James Rodriguez tem cinco.

Luiz Gustavo recebeu o segundo cartão amarelo e não enfrenta os colombianos. Felipão tem Paulinho como principal opção para retornar ao meio-campo, mas também pode optar por Hernane, Ramires ou mesmo deslocar David Luiz e escalar Dante ao lado de Thiago Silva na zaga.   

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