Calma, corintiano! O ex-artilheiro Ramon Diaz acabou de chegar. Técnico ajuda, mas não ganha jogo.
Falar em dois jogos de invencibidade e 100% de aproveitamento é paixonite aguda.
Coisa de torcedor fanático como meu filho mais novo, o quase quarentão Fernando.
Chorão assumido, nas vitórias retumbantes e nas derrotas acachapantes, o Nando mandou a seguinte mensagem no zap:
"Pai, hoje o coringão foi muito bem hein! Minha nossa! Ufa! Eu não aguentava mais. Sofremos no final, normal, mas foi merecido. Duas vitórias seguidas".
-- Oi filhão! Também gostei. Sem empolgação! O Yuri Alberto é muito esforçado, mas corre pro lado errado, se posiciona mal, domina pior ainda e finaliza como juvenil aprendiz. Deveria voltar pro jardim da infância da bola e aprender todos os fundamentos.
-- Poxa pai, ele parece desconcentrado, sem foco, mas o time não ajuda, o momento também não.
-- Pára aí filhão. A bola também não. Muito redonda e calibragem acima. Atrapalha quem não tem intimidade! Sem contar o gramado da Fonte Nova. Melhor aprender no terrão esburacado. Com bola pequena, de borracha, como no meu tempo.
-- Paizão, você já jogou bola. Dizem que era um zagueiro que não perdia viagem. Cada enxadada, uma minhoca.
-- Verdade. Não posso negar. Técnica zero. Determinação nota 8. Liderança nota 7. Comigo nosso centroavante não ia pegar na bola. Ia pipocar e se jogar antes da chegada.
-- Acho que ele se esforça como ninguém, mas foi mal. Só que nosso time ganhou de 1 a 0 com passe dele pro Romero.
Romero fez o gol após passe de Yuri Alberto.-- Filho, isso é pouco pra quem tem a incumbência de fazer nossa alegria, de fazer gol. Por isso, insisto. Nosso homem-gol deveria ter características argentinas ou uruguaias. Calleri e Vejeti cairiam como uma luva. Até o veterano Suares é melhor. Tem cheiro de gol. Têm o DNA do Curíntia.
-- Concordo, mas eles não jogam no nosso time.
-- Verdade. E eu também não disse que o Yuri é perna-de-pau. Só sugeri que volte pra escolinha.
-- kkk..tá certo. Mudando de pato pra ganso. Pai, pessoal da Internet escolheu o Garro como melhor em campo. O cara só corre e se joga. De vez em quando acerta um chute. Pouco! Já o nosso zagueiro estreante não errou uma bola.
-- De novo falamos a mesma língua, filhão. Vimos o mesmo jogo. O André Ramalho foi o melhor em campo. Disparado! Sério como deve ser um zagueiro. Firme na antecipação, na cobertura e com posicionamento exemplar. Além disso. Não errou um passe e se deu ao luxo de, mesmo estreante, mostrar personalidade e liderança.
-- Concordo, paizão! Até pensei que fosse escrever isso na mensagem de intervalo.
-- Pois é, Nando. Tenho alguns anos de janela. Às vezes erro, mas aprendi que, antes do apito final não podemos execrar artilheiros nem craques. Tanto quanto não podemos elogiar arbitragem, zagueirão e goleiro antes do fim. Da merda! Entrega! Por isso o silêncio. Fiquei com medo de secar.
-- Entendi! Vem cá. Estamos momentaneamente fora da zona da degola. Acha que dá pra se salvar?
-- Lógico! Pode escrever. Pintou o campeão! Se ganhar todas, todas mesmo, vai pras cabeças. chega pelo menos na Libertadores! Aí nem preciso mais tomar sintocalmy a cada jogo. Pqp! Rsrs
-- Calma, pai! Não pode estar falando sério. Não temos time. Sem empolgação!
-- Brincadeira, filho! Apenas uma pitada de licença poética. Mistura de jornalismo "imparcial" com paixão clubista irreversível. Melhor mesmo é fazer figa e torcer como um bando de loucos. Já te disse. Às vezes parece que " aqui tem um bando de trouxas, chorando por um bando de frouxos".
-- Tá bom! Agora vou descansar. A semana na GM é longa. Te amo, viu paizão?
-- Também te amo, filhão! Beijos pra Matheus, Beatrice, Gabriel e Gustavo, um time de novos corintianos.