Yuri e Garro, flecha e arco
-- Cê tá de brincadeira! Não aguento mais! O centroavante do meu time não consegue dominar uma bola ou fazer um simples pivô. Precisa treinar fundamento. Erra passes simples de cinco metros, dá de canela e conclui como juvenil. O time cria pouco e ele ainda perde gols por chutar mal. Insegurança pura. Pqp! Não dá, melhor vender, fazer dinheiro. E o cara ainda é chamado pra Seleção. Absurdo!
Desabafo deste corintiano que vos escreve aconteceu há uns 3/4 meses em São José dos Campos, num churrasco na casa da filha Maira. Papo descontraído, regado a cerveja boa com convidados escolhidos a dedo ( rsrs).
Eu e o Chico, também corintiano, criticamos o Yuri, mas o Marcão não. Marcos Miranda é vizinho da Maira, avô da Rafa e pai do Marco Antonio, ex-armador do São Paulo, além de ter mandado bem em outros clubes como Grêmio, Portuguesa e Santo André.
Memphis, arco e flechaDiz a lenda que o Marcão, sub-70 que ainda bate uma bolinha três vezes por semana, jogava mais que o Marquinho, gente finíssima com quem convivemos dias atrás em outro encontro. Dessa vez sem churras e sem truco, mas com uma costela no tacho deliciosa! Minha nossa! Salivei!
Pois bem, voltemos a Yuri Alberto. Resposta/opinião do são-paulino Marcão foi massacrante e determinante pra eu mudar de idéia uns dias depois. Afinal, nada melhor do que aprender com quem conhece futebol. Tem uma visão mais ampla.
-- Raddi, eu discordo de você. Não é por aí! O Yuri Alberto é um bom jogador. Tem mobilidade, velocidade e sabe fazer gol sim senhor. Está jogando errado. Esquema não o favorece. Não é centroavante fixo, plantadão lá na área pra fazer pivô. Menino precisa ser lançado, mais aberto, receber na frente em diagonal ( o famoso facão). Quando isso acontecer ele vai fazer um gol atrás do outro. Pode me cobrar.
Pois é, meu amigo e parceiro de truco, não estou cobrando. Estou agradecendo a lição. Yuri Alberto, que também mora em São José, desandou a fazer gol com a chegada do argentino Garro e mais ainda depois do holandês Memphis. Com dois arcos ousados, inteligentes, técnicos e criativos, a flecha corintiana ganhou o veneno dos grandes artilheiros.
Yuri, 26 gols na temporadaPrestem atenção! As palavras do Marcão estão escancaradas, claríssimas, na nova forma de o Coríntians jogar. Apesar da teimosia, das limitações e das invenções de Ramon Diaz e cia. Cada enfiada de bola no ponto futuro é meio gol.
Valeu, Marcão! Aprendi! Somos parceiros, mas truquei com um mero sete-de-ouro e você pregou o zape na minha testa. Bora tomar mais uma! Com minhas sinceras desculpas a Yuri Alberto!