Nossa "Expedição Chapada" começou pela incrível Travessia do Vale do Pati. Conforme já escrevi, foram cinco dias de aventuras. Cinco dias de rios, cachoeiras, grutas, montanhas e muita trilha.
No último dia de travessia, depois dos deliciosos sorvetes de cachaça e de graviola na Apollo, fomos conhecer o deslumbrante Poço Azul, próximo de Andaraí, e de lá rumamos para a aconchegante Mucugê, onde jantamos e pernoitamos.
Banho quente, boa comida, boa cerveja, bom papo, bom sono... Prontos para encarar a cachoeira/poço do Buracão, no Parque Natural Municipal do Espalhado ( Ibicoara).
Logo de manhã, ao lado do amigo, motorista e também bom guia Zé Raimundo (Chapada Passeios), o Neto nos pegou na pousada, bem próxima ao iluminado cemitério bizantino.
Foram cerca de duas horas até o parque, onde, agora sob a condução compartilhada com o seu Janu, caminhamos menos de uma hora, curtimos a linda cachoeira e fizemos um rapel em paredões de 96m (cachoeira tem 85m), descendo nas águas geladas rodeadas por rochas.
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Baixão: pousada da Bia, dona de simpatia ímpar |
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Rapel na cachoeira do Buracão |

Barriga cheia, pé na areia!. Lá fomos nós para a pousada no povoado do Baixão, da simpaticíssima dona Bia. Sorriso aberto, suíte presidencial, limpeza impecável, banho bom e comida ótima.
Sem contar a cerveja e aquela branquinha no capricho, ao som dos nambus alegrando o entardecer. Também foi legal conhecer os meninos Vitor (5 anos)e Leonardo (12), filhos de uma amiga da Bia. O mais velho é corintiano roxo e quer ser goleiro. Já o Vitor torce pro Flamengo por influência do tio. Gozado que no Baixão pouco se fala em Bahia e Vitória.
Nosso sétimo dia na Chapada Diamantina foi especial. Desafio de 18km de trilha difícil pra chegar na cachoeira da Fumacinha ( mais próxima de Ibicoara, mas pertencente ao município de Mucugê) é totalmente compensador.
Maravilhosamente gelada. Principal queda d'água tem mais de 100m de altura e beleza escultural. Trilhas de oito horas (ida e volta) entre matas, pedras e leito do rio são extenuantes. Especialmente no final, faltando 200m para a Fumacinha.
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Angela, Ana e Raddi flutuando no Poço Azul |
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Ana, Neto e Raddi na belíssima Fumacinha: |
Maravilhosamente gelada. Principal queda d'água tem mais de 100m de altura e beleza escultural. Trilhas de oito horas (ida e volta) entre matas, pedras e leito do rio são extenuantes. Especialmente no final, faltando 200m para a Fumacinha.
Nem todos conseguem chegar por pedras ou pela água. Nada que uma simples bóia, puxada com corda no máximo por 50m, na correnteza, não resolva. Fica a sugestão capaz de evitar frustrações desnecessárias, como ouvimos de um senhor (Sérgio) no aeroporto de Tanquinho (Lençóis).
Sacrifício de muito trepa-pedra no rio valeu a pena. Na minha opinião, uma das mais maiores e mais belas cachoeiras da Chapada Diamantina e talvez do Brasil.
Voltamos pro banho final na pousada da Bia. Não sem antes tomar um delicioso caldo de cana no início/final da trilha. Depois, foram cerca de quatro horas de viagem cansativa até Lençóis, onde ficamos e passeamos por mais quatro dias.
LAPA DOCE, MUCUGEZINHO E PAI INÁCIO
Para fechar nossa expedição Chapada ainda visitamos várias atrações. A começar pela volta ao parque, com direito a cachoeiras, bacias, antigos garimpos e salão de areia. Nosso guia foi o Madson, outra figura comprometida com a profissão e conhecedor de detalhes históricos, geológicos e geográficos da região.
Ao lado de um guia local, Madson nos acompanhou na estonteante gruta da Lapa Doce (Iraquara), com cerca de 1km liberado aos turistas. Além da Angela e da Ana, por lá já passaram notáveis como Xuxa, Ivete Sangalo, Camila Pitanga, Ciro Gomes e tantos outros.
Depois passamos pelo Mucugezinho, onde nadamos no Poço do Diabo. Sempre sob a orientação e cuidados do atento Madson, que além de bom guia é taxista em Lençóis. Tanto que nos levou ao aeroporto no dia de retornar.
Pra completar o passeio do dia nós subimos o Morro do Pai Inácio, com uma visão espetacular das inúmeras montanhas da região, de onde só saímos na boca da noite. Visão é tão fascinante que nem mesmo a impossibilidade de assistir ao por do sol -- muitas nuvens -- gerou qualquer sentimento de frustração. Foi lindo!
SOBRE POUSADAS, GUIAS E TRANSPORTE
Sobre guias durante todo o passeio nós já falamos de passagem. Neto e Madson foram exemplares e podemos indicá-los sem restrições. Ótimos profissionais. Zé Raimundo, que nos acompanhou no Buracão e na Fumacinha, também foi bem. Conhece do riscado. Melhor como guia do que como motorista -- pé pesado... rsrs.
Sugiro contatos com guias autônomos -- de preferência condutores que não incluam dependência de maconha no pacote de serviços, como presenciamos -- a partir de indicações confiáveis. Maioria das agências cobra bem mais.
Quanto ao item alimentação, em Lençóis você estará sempre bem servido. Comida pra tudo quanto é gosto e tudo quanto é bolso. Para aquelas comidinhas urgentes e lanches de trilha a sugestão fica por conta dos mercadinhos, sempre com preços acessíveis.
Sugiro contatos com guias autônomos -- de preferência condutores que não incluam dependência de maconha no pacote de serviços, como presenciamos -- a partir de indicações confiáveis. Maioria das agências cobra bem mais.
Quanto ao item alimentação, em Lençóis você estará sempre bem servido. Comida pra tudo quanto é gosto e tudo quanto é bolso. Para aquelas comidinhas urgentes e lanches de trilha a sugestão fica por conta dos mercadinhos, sempre com preços acessíveis.
Sobre as pousadas, no Vale do Capão ficamos na Pé no Mato. Gostamos. Limpeza, banho, cama e café da manhã sem restrições. Só acho que o recepcionista não precisa forçar tanto a barra ao enaltecer em excesso o café da manhã em detrimento da pousada como um todo. Parecia tentar induzir o hóspede de acordo com suas predileções pessoais. Inconveniente.
Maioria dos trilheiros parte antes das 7h e o belo café só é servido a partir das 8h. Não custa um funcionário entrar mais cedo de vez em quando e depois compensar. Vila riponga bem próxima da cachoeira da Fumaça ( 360m) é um charme. Indico.
Maioria dos trilheiros parte antes das 7h e o belo café só é servido a partir das 8h. Não custa um funcionário entrar mais cedo de vez em quando e depois compensar. Vila riponga bem próxima da cachoeira da Fumaça ( 360m) é um charme. Indico.
Em Mucugê nós ficamos no Recanto da Chapada. Tudo muito bom, inclusive o custo benefício. Só não gostei quando um senhora -- talvez proprietária -- colocou restrições ao perguntarmos se nossos guias poderiam tomar o café da manhã conosco. Como limitou o regalo ao "cafezinho", eles abriram mão, com o que concordei. Nada agradável. Só por isso eu não indico e não voltaria lá. Preço justo, mas foi mão-de-vaca.
Em Lençóis, no centrinho, nós ficamos no Pouso na Trilha, onde também fomos muito bem tratados. Belo e diversificado café da manhã com cara de almoço, funcionários simpáticos e prestativos, caipirinha da boa, cama, banho e limpeza a contento. Preço nada abusivo. Também indico.
Sobre transporte, podemos começar pelo aéreo. Latam até Salvador. Ida e volta sem problema e com preços acessíveis. De Salvador a Lençóis fomos pela Azul. Preço abusivo por não ter concorrência e com apenas dois voos semanais.
Aeroporto de Tanquinho, distrito de Lençóis, também é bem chinfrim, sem infra-estrutura e com direito a banheiro sujo, sem papel higiênico e barata no saguão. Prefeitura e Azul poderiam investir pensando no turista.
Aeroporto de Tanquinho, distrito de Lençóis, também é bem chinfrim, sem infra-estrutura e com direito a banheiro sujo, sem papel higiênico e barata no saguão. Prefeitura e Azul poderiam investir pensando no turista.
Sem contar os constantes cancelamentos de voos por problemas técnicos ou retornos por falta de teto em Tanquinho, onde não há aparelhos. Fique atento! Ouvimos várias reclamações sobre cancelamentos de aéreos nada convincentes compensados por oito horas de estrada por meio de van ou ônibus. Cuidado!
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