Diabo Loiro/Disco Voador
Pois é...hoje o caipira-raiz quase setentão está aqui com lágrimas nos olhos, tentando entender por que nossos ídolos não são eternos. Ademar, Maria Esther, Garrincha, Ayrton Senna, Éder e um dia Pelé, Rivellino, Wlamir Marques, Oscar...
Esse parágrafo faz parte do texto escrito no Blogdoraddi do dia 3 de novembro de 2022. Uma singela homenagem a Éder Jofre, o Galo de Ouro, que acabava de nos deixar.
Pois é...o eterno rei Pelé também já se foi. E agora, hoje, aos 87 anos, a lenda, o genial Wlamir Marques, o Diabo Loiro.
Tivemos jogadores de basquete absurdamente competentes. Craques e ídolos como Amauri Pasos, Ubiratan, Rosa Branca e Oscar, entre outros, mas Wlamir está para o basquete como Pelé para o futebol, Éder para o boxe, Maria Esther para o tênis, Senna para o automobilismo e Ademar Ferreira da Silva para o atletismo.
Velocidade, impulsão e técnica excepcionais, um gênio
Com a camisa do Coríntians e do XV de Piracicaba, tive a honra de, ainda adolescente, ver Wlamir jogar no ginásio da Associação Atlética Rio-Pardense, na minha saudosa São José do Rio Pardo. Fiquei maravilhado. Extasiado! Pqp! Genial! Imparável! Imarcável!
Wlamir nasceu em 1937, em São Vicente, e iniciou carreira no Tumiaru. Depois foi para o tradicional XV de Piracicaba do gigante Emil Rached, onde ganhou dois campeonatos paulistas. Em seguida, em 62, foi contratado pelo Coríntians, onde ficou uma década e conquistou 18 títulos, entre os quais três sul-americanos, três brasileiros e cinco campeonatos paulistas. Foi eternizado.
Wlamir também foi grande como técnico, professor e comentarista de TV ( Globo, Manchete e ESPN)
No Parque São Jorge de tantas cestas, o ala/armador/pivô/técnico foi homenageado com um busto, além de dar nome ao ginásio poliesportivo.
DISCO VOADOR
Além de Diabo Loiro, o professor -- no meio da década de 70, fui seu aluno na Fefisa -- também tinha o apelido de Disco Voador. Diz a lenda -- e eu confirmo sem medo de exagerar -- que, como praticava atletismo antes do basquete, ele saltava cerca de seis metros, da cabeça do garrafão até a cesta. Portanto, já voava na década de 60, viu Jordan!? Eu vi! Que privilégio!
Wlamir só vestiu camisas alvi-negras. Exceção à amarelinha com listras verticais verdes da Seleção Brasileira. Foram 17 anos, dos 16 aos 33, com destaques para os títulos mundiais de 59 ( Santiago do Chile) e 63 ( Rio de Janeiro) e para as medalhas de bronze nas Olimpíadas de Roma (60) e Tóquio (64). Outra honraria do Diabo Loiro foi entrar, em 2023, para o Hall da Fama da Federação Internacional de Basquete.
Causa mortis de Wlamir Marques ainda não foi revelada. Sabe-se, no entanto, que deixa um imenso legado como homem, atleta e professor. Muito mais que a humildade e a voz mansa de um grande campeão.
Obrigado, meu mestre!
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