Semifinais da Eurocopa acontecem nesta semana. Na quarta-feira Portugal enfrenta o País de Gales. Na quinta, Alemanha x França. Não há favoritismo.
A seleção portuguesa tem no craque mascarado seu principal trunfo. Ou alguém duvida de que Cristiano Ronaldo seja um "perna" sem concorrência? Um poço de vaidade e egocentrismo num esporte coletivo.
Do outro lado, seu companheiro de Real Madrid. Bale tem se destacado sem abusar a individualidade. País de Gales é mais forte como time; tem mais determinação, conjunto e agrupamento tático.
Portugal é limitadíssimo. Tanto que até agora não ganhou de ninguém no tempo regulamentar. Como futebol prega peças, não há como garantir que não chegará à decisão.
Já no jogo de quinta a campeã mundial, aquela dos 7 a 1, vai encarar uma pedreira. Conforme esperado, a França atropelou a Islândia, o xodó da Eurocopa. Minha torcida não adiantou. Diferença técnica é quilométrica.
Já a Alemanha de Neuer passou pela Itália de Buffon nos pênaltis. Um joguinho, com excesso de respeito. Superioridade dos sistemas defensivos merece ser lembrada; não exaltada. Especialmente no primeiro tempo.
Duro foi ouvir de Neto, comentarista da Band: " Um jogão. Uma aula de futebol". O ex-jogador do Corinthians, protagonista no primeiro título brasileiro, em 90, tá de "brincadeira". Viu outro jogo.
Comentarista exagerou na valorização do produto futebol, mas mentiu, tentou iludir o telespectador, esquecendo-se ou ignorando as inúmeras valências que determinam se uma partida é boa ou ruim. Dois chutes a gol em 45 minutos e nenhuma emoção.
Minimamente, os donos de oito títulos mundiais deveriam ter competência para criar, para ousar. Briga de cachorro grande, sim. Mas covardes. Exercitaram o respeito mútuo, mas desrespeitaram o amante do futebol.
Jogo de ontem, entre Corinthians e Flamengo, pelo Brasileiro, foi muito melhor. No primeiro tempo o campeão não se acovardou, mas também não foi pra cima. Nem jogou. Por pura incapacidade.
Além disso, e de não criar, o Timão marcou mal, deu espaços generosos em todos os setores, principalmente entre as intermediárias, e foi dominado. Levou um baile.
Só que Cássio finalmente voltou aos seus melhores dias e salvou. Numa das ocasiões, já no segundo tempo, fez grande de defesa em chute de William Arão, revelado no Corinthians.
Depois disso, no entanto, só deu Romero e cia. O Flamengo não teve competência técnica, tática e emocional. Mais parecia um time juvenil feminino nos Jogos Escolares. Desarticulado, atônito, foi a nocaute e tomou de quatro.
Voltando à Eurocopa. Não aponto favoritismo, mas gostaria de ver País de Gales e França na final. Como prêmio.
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