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quinta-feira, 23 de junho de 2011

Canyons inesquecíveis!

Pelo menos quem acompanha o blog com mais constância deve ter percebido que não escrevo há algum tempo. Juro que não é preguiça! Nem falta de assunto.

É que me permiti viajar bastante e realizar o sonho antigo de conhecer as serras gaúchas e os canyons na divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina.

Viagem longa, de carro, é cansativa, mas quase sempre vale a pena. Foram 1185km até Canela (RS), pelas BRs 116 e 101, a bela opção litorânea. Na volta, 1085km por dentro, pela BR-116, desde Vacaria (RS), passando por Lages (SC) e Curitiba (PR). Sem escapar de um mundaréu de caminhões da capital paranaense até perto de São Paulo.

Canela (Castelinho, Cachoeira do Caracol e Parque da Ferradura),Gramado, Nova Petrópolis (lua cheia com direito a eclipse entre montanhas), São Francisco de Paula e Bento Gonçalves ( passeio da Maria Fumaça, até Carlos Barbosa, é bem legal) têm inúmeras atrações.

Pra tudo quanto é gosto, como todos sabem, mas o que marcou mesmo foi conhecer os canyons. Localizados na pequena e ainda pouco estruturada mas hospitaleira e bela Cambará do Sul (RS) os canyons de Itaimbezinho e Fortaleza são inesquecíveis.

Há apenas 18km do centrinho e da única rua asfaltada de Cambará do Sul, o Itaimbezinho, no Parque Nacional dos Aparados da Serra, chega a uma profundidade de 720m.

Acessos principais pela "trilha-estrada" do Cotovelo -- 6km, ida e volta, a pé, com três horas de percurso pra quem é bem mole ou sedentário -- e pela do Vértice -- 3km tranquilos com direito às belas cachoeiras Véu de Noiva e Andorinhas. Nomes criativos, né?

No dia seguinte, agora monitorados por uma guia -- a bela gaúcha Maitê -- e as simpáticas companhias dos casais André/Cris e André/..., fomos conhecer o belíssimo canyon Fortaleza, na Serra Geral.

Após 22km de van numa estrada de terra razoável, caminhamos menos de 30 minutos para enxergar as lagunas e Torres, no litoral, e depois atingir a divisa com Praia Grande, que está em Santa Catarina e não tem praia.

Segundo a extrovertida Maitê, a divisa estava ali, a apenas um metro, paredão a baixo.Moral da história: se algum maluco tentar o suicídio no RS, vai voar ou morrer em SC. Se algum molecão gozador resolver fazer xixi atrás da moita, vai molhar os catarinenses. Se o vento deixar...

O cenário não tem igual. Divino! Maravilhoso! Não há outra definição. Mais uma obra-prima da natureza que tanto insistimos em desrespeitar. Cerca de 900m de fundura, como diríamos em Rio Pardo . Ainda mais belo do que o Itaimbezinho. Mas havia mais por se ver.

Nova trilha, e lá estávamos a atravessar as águas límpidas do rio. E eu e o André Paulista falando de futebol... Sobre pedras, chegamos à outra margem e vislumbramos, quase sob nossos pés, parte da Cachoeira do Tigre Preto.

Mais uns 500 metros, e a avistamos na sua beleza plena. Por inteiro. Linda! No final do passeio, ali bem perto, a Pedra do Segredo. Rocha sobre rocha num equíbrio de gerar inquietação e admiração.

Tudo na medida certa, porque em seguida as nuvens que prometiam um chuvão mandaram uma chuvinha que não chegou a tirar a poeira da estrada. O frio também chegou sem assustar. E se assustasse, não faria frente para um banho quente, uma boa lareira e o bom vinho presenteado pelo amigo-irmão Zé Luiz.

Valeu a pena! Voltei mais rico, porque mais feliz. Já sinto dentro d'alma o galopear de uma saudade. Foram oito dias e quase 2 mil e 800 km de paisagens deslumbrantes, culturas exuberantes e muita música gaúcha.

Eu e a Angela voltaremos para conhecer a Serra do Rio do Rastro. Não sei quando, mas tenho certeza. Assim como sei que ainda vou à Serra do Cipó, à Chapada dos Veadeiros, à Chapada Diamantina, ao Pico da Bandeira, Patagônia Chilena, Machu Pichu, Santiago de Compostela, Roma, Lisboa...

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