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segunda-feira, 1 de julho de 2013

Mil motivos para justificar um título

A Seleção Brasileira jogou muito e não deixou a espanhola jogar. Por isso ganhou o título da Copa das Confederações.

A Seleção Brasileira fez três gols em momentos cruciais. Marcou no início e no fim do primeiro tempo, e fechou o caixão no começo da segunda etapa. O quarto gol aconteceu pouco antes do segundo. Ou a bola que David Luiz salvou não foi decisiva? Teve peso de gol.

A Seleção Brasileira ganhou  porque teve intensidade, velocidade e volume de jogo em pelo menos 2/3 da grande decisão.  Exatamente o quê, desta vez, a encurralada campeã do mundo não mostrou.

A Seleção Brasileira ganhou porque foi determinada do começo ao fim. Alternou com sabedoria a marcação alta, pressionada, com um contra-ataque estratégico, às costas do volante e dos laterais espanhóis. Especialmente o limitado Arbeloa.

A Seleção Brasileira  não tomou gol porque foi perfeita defensivamente. Individualmente, exceção a Marcelo, que não precisou ser perfeito na marcação para convencer no todo. Daniel Alves  com desenvoltura e os zagueiros internos foram gigantes.

Os volantes Luiz Gustavo e Paulinho, desta vez mais próximos um do outro e dos demais setores, foram brilhantes. Com auxílio de Oscar e de Hulk,  tiraram os espaços dos cerebrais Xavi e Iniesta. Os armadores da Espanha sucumbiram, não encontraram espaços para criar e jogar.

A Seleção Brasileira teve ousadia sem abdicar de cuidados defensivos; teve criatividade para se impor como que a  lembrar a hierarquia citada por Carlos Alberto Parreira, o auxiliar técnico de Luiz Felipe Scolari. 

A Seleção Brasileira ganhou porque foi o objetiva e equilibrou a posse de bola com a bicampeã europeia. Quando dominou, o time de Vicente del Bosque exercitou a esterilidade. Enganou e pouco chegou.

Até pênalti a Espanha perdeu. Além de provar do próprio veneno ao levar olé. Sentiu o peso de um braço forte ao encarar de frente a amarelinha. Foi obrigada a respeitar a história de quem já teve o melhor futebol do mundo mas até ontem não mais metia medo em ninguém.

A Seleção Brasileira ganhou porque  Felipão montou um esquema capaz de neutralizar todas as ações da Espanha, porque os jogadores foram cumpridores de suas tarefas, ganharam confiança e  porque os gols saíram na hora certa.

O treinador brasileiro tem métodos ultrapassados, exagera no número de faltas e precisa reciclar conceitos, mas tem méritos -- com o dedo de Parreira. Sabe que o time não está pronto para a Copa do Mundo de 2014.

Há necessidade de ajustes no planejamento tático e em itens específicos como laterais e meio-campo, onde ainda não temos um armador de verdade. Ontem, por exemplo, achei que Felipão errou ao não escalar mais um armador ao perceber que a Espanha vinha no 4-4-2. Caí do cavalo em menos de dois minutos.

No ataque, por mais que Hulk seja útil e determinado taticamente, prefiro a velocidade de Lucas quando a opção for o 4-3-3. Se a pretensão for colocar o time no 4-4-2, Hernanes pode brigar pela armação com Oscar e Paulo Henrique Ganso, se este se aplicar mais e voltar a jogar o que jogava ao lado de Neymar.

A Seleção Brasileira começou a ganhar na execução do hino nacional e terminou a tarefa com apoio de uma torcida empolgada, que empurrou o time pra cima dos espanhóis com a mesma força que tem mostrado nas manifestações, principalmente contra a nojenta classe política que domina o País.

O templo do futebol foi a avenida do povo, a rua da contestação, a praia anticorrupção. Os aplausos e os gritos de mais de 70 mil vozes soaram como sonora vaia a um Maracanã de lambanças perpetradas  por uma cambada de gente pequena, cínica, egoísta, corporativista  e incompetente.

Que todos comemorem a  bela conquista! Mas, que ninguém se esqueça de que amanhã é outro dia. A luta continua. Que todos se esforcem e gritem por um Brasil decente, digno e vencedor dentro e fora dos gramados.

Para o torcedor apaixonado, o título é muito. Para o povo, é pouco. Ele merece mais.

 

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