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quarta-feira, 20 de maio de 2015

Caminho da Fé: 215km de Rio Pardo a Estiva

No final de abril, calcei a cara novamente  a voltei a fazer, a pé, parte do  tradicional Caminho da Fé. Foram 215 quilômetros e 255.200 passos em seis dias.

Da minha saudosa São José do Rio Pardo até Estiva, no Estado de Minas Gerais, andei em média 35,8K -- não vou ficar escrevendo quilômetro toda hora --  por dia. Foram mais de 55 horas de estrada. Pouco asfalto e muita terra. Felizmente. Muita gente simples e boa.

Muito sol, pouca chuva. Ainda bem. Muita subida; igual número de descida. Poucos ciclistas, raros peregrinos. Muito verde, de matas e plantações, de vales e montanhas. Um colírio para olhos, um alento para um corpo dolorido, cansado. Bela companhia para a alma e o coração de um sessentão.

Muito café, alguma batata, eucalipto. Muitos pássaros, nenhuma gaiola. Que bom! Muitas casas abandonadas, poucos colonos. Como na fazenda Boa Esperança de tantas lembranças.

Também não faltaram manifestações de companheirismo, de confiança, de fé. Um desafio que faz exercitar a humildade a cada nascer do sol. Um desafio para o corpo e pra mente, que faz valorizar a amizade, ignorar bens materiais e potencializar a simplicidade.


                              RIO PARDO, BOA ESPERANÇA, GRAMA...

No primeiro dia, foram 40k extenuantes, da chácara dos meus irmãos, Valéria e Moisés, em São José do Rio Pardo,  até a pousada Vale San Juan, próxima de Divinolândia mas ainda no município de São Sebastião da Grama .

Nos 13 primeiros quilômetros tive a gratificante companhia do ex-zagueiro Moisés, também lembrado como Muralha Gramense. Saímos da padaria próxima da chácara, em frente a igreja de São Roque,  às 6h30min.

Subidinha da fazenda Vila Maria foi um aquecimento para, depois da descida e da estrada que leva a Divinolândia,  encarar  o incômodo acostamento do asfalto -- Caminho da Fé poderia cortar pela antiga fazenda Cascalho --  e depois o morro da Boa Esperança.

Lá no alto, depois de superar a antiga mata verdejante, hoje, queimada, encontrei meu primo Jorge e sua esposa, Maria Aparecida. Água gelada, filezinho de tilápia e conversa regada de saudosismo.

Pena que lá já não existem colonos nem famílias. Lá já não existem matas verdes (só queimadas) nem nascentes preservadas. Já andou faltando água.  Também não há cafezais floridos, nem cebolais. Lá já não existem tantos pássaros, nem vacas leiteiras nem cavalos de exposição.

Lá, na nossa Boa Esperança, o mato crescido tomou conta da escolinha, do campo -- onde cresci e aprendi (?) a jogar futebol com meus queridos primos -- , do retiro, da cocheira, do terreirão de café, da igrejinha e da casa da saudosa tia Guinha.

Por isso a tristeza tomou conta do meu coração. No banco de madeira, ali no terreiro de chão batido da porta da cozinha da antiga casa do administrador e da vó Lica, fiz piadas e brincadeiras no papo com o Jorge.

Porém, sinceramente, minha alma sangrava, meus olhos lacrimejavam às escondidas. Lá já não existe vida. Só doces lembranças da infância e da adolescência. Me senti apunhalado pelo destino.

De qualquer forma jamais deixarei de externar minha gratidão. Vó Lica, Tio Lando, Tia Lourdes, Tio Vado, Tia Madalena, Tio Zico, Tia Guinha, Tio Mário, Tia Nai e todos os meus primos são tão importantes quanto inesquecíveis na formação do meu caráter. São, todos, protagonistas na minha vida...

Vida que segue, depois de uma hora peguei o caminho de Grama, onde disputei vários campeonatinhos no estádio municipal. Uma subidinha, quase nada da sombra do  antigo eucaliptal e muita cana de açúcar depois da divisa, assim que começa uma descida sem-fim.

Do alto ainda se admira a potência da bela fazenda Império. Lá embaixo, e bem à frente,
superada a portaria principal do fazendão, uma leve ascendente pra depois descer até chegar em Grama.

Mais de uma da tarde, sol a pino, já sem água e sedento por uma loira gelada -- cerveja! --, atravessei o asfalto e aportei no bar do Luiz. Falamos da minha família de boleiros amadores e do futebol da roça, da zona rural.

Como optei por deixar momentaneamente o ramal de Mococa do CF, precisei andar mais 14K depois dos 26 iniciais. Sol, asfalto e muito movimento de veículos por cerca de cinco quilômetros, até entrar à direita, numa estrada de terra bem movimentada.

Até a pousada Vale San Juan, em terreno plaino,  foram mais de três horas intermináveis, depois da igrejinha, agora já no ramal de Divinolândia. Junto a um campo de futebol, tomei mais água e uma latinha de ...

Na pousada e restaurante, cujos proprietários são de Poços de Caldas, fui muito bem recebido e tratado pelo Luciano e pela jovem Ângela. Comida boa, cama boa, chuveiro bom e até uma piscininha pra relaxar. Atenção e preço justo. Vale a pena!

Lógico que a pousada fica fora de mão pra quem vem de Rio Pardo, mas não lamentei a opção. Se quisesse teria pernoitado em Grama e seguido o ramal normal.

                                           CAFÉ, MONTANHAS E ÁGUAS

Não me arrependi especialmente pelo dia seguinte, quando andei 34K até  estância  hidromineral de Águas da Prata, marco inicial do Caminho da Fé.

Entre Grama, Divinolândia e Poços de Caldas o que não falta é montanha. Afinal, estamos na Serra da Mantiqueira. Portanto, as belezas se sobrepõem. São cafezais a perder de vista. Uma maravilha! Um colírio! Pra quem não sabe, a região produz um dos melhores cafés do Brasil. Também adorei comer o abacate que emoldurava o cafezal.

Feliz, com brilho nos olhos, quantas e quantas vezes não olhei pra trás e agradeci a Deus por me permitir conviver de forma tão amistosa com a natureza. Talvez uma das imagens mais belas do Caminho da Fé.

Naquele dia foram 18K de muita subida até São Roque da Fartura, distrito de Águas. Diferença de altimetria chegou a mais de 500m de ascendência. Depois, em compensação (?),  fui obrigado a puxar o freio de mão. Haja ladeira! Um sabão!

Em São Roque, sem entrar na cidade, fiz um pit-stop na Pousada Cachoeira. A simpatia da dona Cida é contagiante. Sem contar o pão, o cafezinho, o queijo  e a goiabada. Tudo caseiro!

Dali até Águas da Prata, passando próximo do mirante da Lajinha, das antenas,  foram  16K em três horas e meia. Com direito a muita chuva e até raios assustadores,  justo nos cinco quilômetros finais. Lógico que ladeira abaixo por mais de 500m de diferença de altimetria.

Cheguei na Pousada do Peregrino a tempo de ver o meu Corinthians perder do Palmeiras nos pênaltis. Melhor seria se tomasse mais duas horas de chuva...

Foram 34K  em oito horas  e meia de asfalto, terra, trilha (só caminhantes e bikers) e muita natureza.
Se no primeiro dia (primeira perna) dei 47.800 passos, no segundo foram 10 mil a menos. Sem pressa, rezando, cantando, fotografando, agradecendo e conversando. Com Deus.


                                   PRATA, GAVIÃO E VINHO

Na terceira perna foram apenas 30k, 36.800 passos em oito horas -- das seis às 14h --   até a bela e movimentada Andradas, já no Estado de Minas Gerais e famosa pelos ótimos vinhos. Por bons quilômetros tive a companhia sempre agradável de peregrinos de Rio Claro e Itirapina -- Leandro, seu Erasmo, Antonio e Hebert.

Ascendência não predomina. Diferença de quase 600m de altimetria é bem dividida, cresce aos poucos;  por incrível que pareça, não chega a judiar tanto. Exceção é nas proximidades do Pico do Gavião, paraíso pra quem gosta de saltar de pára-pente.

Paraíso pra mim também, já que, sem água e dependendo da boa vontade de ciclistas como Melissa e a mãe-apoio Sueli,  fui obrigado a matar a sede numa casa à beira da estrada. Ali ganhei água gelada, pé-de-moleque, doce de abóbora e carinho.

Depois de descer da altitude de 1400m para 900m, o salvador Palace Hotel foi meu destino. Quarto enorme, arejado, com ventilador, frigobar, banheiro minúsculo, mas chuveiro bom, café da manhã elogiável, atendimento primeira e preço justo -- apenas R$ 50.

                                                SUFOCO DE ANDRADAS A OURO FINO

O quarto dia foi o mais difícil desta jornada. De Andradas ( saudade da festa do vinho, quando fiquei de "fogo" após um jogo do Santo André em Mogi Mirim)  a Ouro Fino são 43k.

A exemplo do primeiro dia, foram 10 horas e meia de jornada. Saí  às sete da matina e só cheguei às 17h30min, após mais de 50 mil passos. Foram 400m de ascendentes e 550 de descendentes, depois do distrito de Serra.

Fiquei muito cansado. Só não amarrei meu burro em Crisólia -- a sete quilômetros do destino do dia -- porque sou determinado e teimoso. E porque também queria fugir da chuva que se anunciava. Ascendência mais pronunciada e quase letal foi a temível Serra dos Lima. Abri o bico naquele pedaço de asfalto ladeado por belos cafezais.

Por sorte, ganhei duas bananas na pousada da dona Natalina -- onde encontrei meus "peremigos" e três ou quatro  ciclistas -- me alimentei bem e descansei bastante quando aportei no distrito de Serra, junto ao belo campo  de futebol. Castanha de caju, damasco, polenguinho, barra de cereais, duas laranjas e uma garrafa de Brahma. Talvez essa, sim,  agora, a melhor do mundo... kkk

Se não tivesse me abastecido, abriria de novo o bico no morro seguinte, logo depois da igreja e da pousada do Tio João. Cano d'água no meio da estrada, em forma de bica lá do alto, foi a salvação.

Antes, conversei bastante com o seu Paulo, sitiante da região que preparava o terreno para  a colheita de café. Era feriado, mas ele trabalhava sem parar. Só respirou quando o interrompi. Só lamentou quando lembrou que na semana anterior lhe roubaram bomba d'água e arreios. Pensa que ladrão só tem aqui?

Em Crisólia, um ótimo papo com a  simpática Zeti, onde lanchei,  carimbei a credencial e fiquei sabendo que recebera elogios de ciclistas como a Melissa. Cheguei em  Ouro Fino ao entardecer. Fui "recebido" pela estátua em homenagem ao menino da porteira, aquele da música composta por Teddy Vieira e Luizinho,  mas eternizada na voz de Sérgio Reis.

Fiquei na Pousada Casa do Peregrino, junto à Don Paolo, que é do mesmo dono. A primeira, bem mais completa; a segunda, mais simples, tem mais a ver com peregrino. O café da manhã é no mesmo local. (Ah! Acabei dormindo sozinho).

À noite, ainda preocupado com os meus "peremigos" que não chegavam, cedi à fome e caminhei 200m até a pizzaria Don Paolo. Precisa dizer de quem é? Local aconchegante -- nem me preocupei com o chuvão --, atendimento adequado, pizza boa, chope Itaipava ótimo e preço justo. Pinguinha também desceu bem. Escorregando!

                                           DE OURO FINO A BORDA DA MATA

No quinto dia recebi mensagem do Leandro logo de manhã, antes das sete. Eles haviam dormido em Crisólia, saíram às 5h e já haviam passado por Ouro Fino. Só os alcancei perto das 11h.

A quinta perna foi a mais tranquila. Comecei às 7h, sob chuva fina. Foram 29K, 35.800 passos em apenas sete horas. As duas da tarde em já estava hospedado no hotel San Diego, do Carlos,  e pronto para almoçar  à vontade no Casarão. Bom atendimento, estrutura e preço correto na pousada e no restaurante.

Caminho tão tranquilo quanto belo, com apenas 200m de ascendentes. Subidão mesmo, nenhum! Foram 8k até Inconfidentes, a Capital Nacional do Crochê, a terra do Maurão, proprietário do bar onde carimbei a credencial, tomei isotônico e comi um pastel delicioso.

Maurão, um dos idealizadores e cuidadores do Caminho,  é uma figuraça! Sem falar no caga-sebo e no beija-flor, pássaros que tomam água dentro do bar, e dos mais de 30 canarinhos da terra comendo ração que fotografei na porta do estabelecimento.

De Inconfidentes até Borda da Mata --  esta a Capital Nacional do Pijama -- foram 21k  sem desconfortos e  com muita natureza. Pude rezar bastante por meus netos, meus filhos e por todos que tanto amo.

                                          BORDA DA MATA, TÓCOS E ESTIVA

Saí de Borda da Mata às 7h -- errei ligeiramente o caminho porque não prestei a devida atenção às inconfundíveis setas amarelas, aquelas companheiras inseparáveis -- e só cheguei a Capital Nacional do Morango às 17h.

Foram 46.800 passos e muito, muito cansaço. Em compensação, montanhas e vales incomparáveis. Como diariamente, rezei e conversei bastante com o Papai do Céu. Inclusive pra me ajudar a cumprir a jornada até a pousada Poka sem lesões comprometedoras. Caminhamos juntos... como sempre.

Talvez pelo somatório dos seis dias, me pareceu a "perna"  mais extenuante. Também a mais bela. Céu azul, matas verdes, vento de outono e muita plantação de morango. O jovem Maikon cuidava com carinho de uma delas e previa a colheita para maio.

Quando disse que era de Santo André, ele me perguntou se eu era metalúrgico. Respondi que era aposentado como  professor de Educação Física e jornalista mais ligado ao esporte. E que não era eleitor de Lula e cia.

Maikon se mostrou muito bem informado sobre política, educação, Senai, Pronatec, bolsa-família e futebol. Bem crítico. Se não me engano ele é torcedor do Cruzeiro. Também foi prestativo e caprichoso ao desbastar o bambu que me servia de cajado e salvação nos momentos  mais difíceis.

Serra do Jacu, na divisa de Borda da Mata com o jovem município de Tócos do Moji --  com J e onde, para alguns,  nasce o rio Mogi Guaçu  enquanto outros afirmam ser em Bom Repouso-- foi um desafio e tanto. Tão bonita quanto desafiadora, repito. Penei! Ascendência chega a 400m na primeira etapa.

Em Tócos -- do grego tókos, que significa conceber, no caso, dar vida ao rio -- voltei a encontrar meus "peremigos". Pastel com massa de milho no bar do Zé Bastião é imperdível. Comi uns quatro. Com suco de laranja. Pensou que fosse cerveja né?

Depois de  carimbar a credencial do peregrino na jovem e bem cuidada cidade e me despedir do seu Erasmo e cia,  a próxima parada mais longa foi no distrito de Fazenda Velha, pertinho de Tócos mas já pertencente a Estiva.

Parei na primeira --  e talvez única -- padaria. Pedi um canudo de doce de leite, uma água grande para abastecer meu squeeze   e uma garrafa de cerveja Brahma. Em seguida parou um motoqueiro e pediu uma latinha de Bavária. Mais dois ou três minutos, e não é que chegou um vendedor, representante da Itaipava? Pode? Só rindo!

Risos, papo rápido, mochila nas costas e pé na estrada. Não sem antes um jovem balconista me alertar de que seriam duas subidas e duas descidas  fortes até Estiva. A primeira subida não assustou.

A primeira descida,  sim. Mas o visual foi compensador, gratificante. O vale é inesquecível, com Pouso Alegre à esquerda e o Pântano dos Teodoros abaixo e à direita.

Porém, bem à frente, lá no alto, um morro, uma estrada, um desafio. Ascendência chegou a quase 600m. Na descida, um tombo discreto pra lembrar que ninguém pode perder o foco quando as pernas já não são tão obedientes.

Na subida, juro que parei várias vezes. Pra admirar. Pra descansar. Pra tomar água. Pra fotografar. Pra agradecer a Deus.  Pra exercitar a humildade e concluir como somos pequenos diante de coisas grandiosas,  divinas, como a natureza.

Não acreditei quando cheguei ao último topo. Estava extenuado! Só pó!  Avistei a torre da igreja de Estiva e desci com alegria e  cuidado. Exatamente às cinco da tarde eu subia a escada da pousada Poka, da dona Zezé.

Depois do banho e das roupas lavadas, nada melhor  do que chinelo, bermuda, camiseta, uma cerveja, uma pinguinha e um jantar simples, novamente no restaurante dos irmãos Romeu e Tadeu. Arroz, feijão, salada, dois ovos caipiras, pimenta e carne de panela. Ao lado dos "peremigos".

O último dos 215 quilômetros da jornada ficou para a manhã seguinte, quando fui a pé até a  passarela da Rodovia Fernão Dias e peguei o ônibus que vinha da vizinha Pouso Alegre.

Viagem rápida e agradável. Metrô até estação Tamanduateí, trem até Santo André. Depois, o carinho da família. Afinal, nada melhor do que voltar pra casa. Mesmo quando se passeou no paraíso e se confessou com Deus.

Próximo desafio: dia 20 de junho, Pico de Agulhas Negras, no Parque Nacional de Itatiaia. Lá também precisamos ter fé, confiança, coragem, companheirismo... Depois eu conto.              


6 comentários:

  1. Celular despertou 5:30 hrs, tive a sensação de estar retornando do Caminho da Fe', ainda sentindo o cheiro da estrada de terra !!!
    No sonho,tive a impressão de ter caminhado muito,não sei se só ou acompanhada !!!
    Não conheço a região de São José do Rio Pardo, pois vivo socada entre os canaviais, que cercam minha tão querida Olímpia !!!
    Caipiríssima e muito feliz com esse blog !!!

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  2. Quando volta, para o Caminho da Fé?
    Precisa escrever mais!!!

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  3. Emocionante sua passagem pela Boa Esperança, fiquei encantada com o carinho que fala dos protagonistas da sua vida, da família de boleiro e da emoção que sentiu sentado no banco de madeira.
    Fico super feliz, percebendo que é um homem simples e realizado!

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  4. Querido amigo continue escrevendo! Gosto quando escreve! Tem coisas que escreve que me ajudam e me fortalecem...para que eu continue minha missão aqui na terra ex: Por um cálice de atenção. Espero que esteja bem! Abraços

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  5. Do fundo do meu coração... feliz "Dia dos Pais". Um grande abraço...de quem com certeza vai carregá-lo eternamente no coração!

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  6. Espero que o dia de hoje,tenha sido de muita alegria, comemorando o Dia dos Pais!!! Parabéns com carinho! Abraços!

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