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sexta-feira, 29 de maio de 2015

Se Maluf pode, por que não Blatter?

O submundo do futebol reelegeu hoje o suíço Joseph Blatter para o quinto mandato à frente da FIFA -- Federação Internacional de Futebol Associado.

Mesmo depois de prisões, indiciamentos e inúmeras acusações de fraude, corrupção, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça, o economista de 79 anos vai ter a oportunidade de completar mais de duas décadas de trono.

Muita gente se espantou e/ou se decepcionou. Como o príncipe Ali Hussein, que preferiu abrir mão da segunda rodada de votação em Zurique ao atingir apenas 73 votos na primeira, contra 133 do presidente vitalício.

Um presidente que não sabe de nada. Um presidente que não viu nada. Um presidente que não tem culpa de nada. Um presidente que não renuncia. Um presidente que não pode fazer nada.

Um presidente de nada. Eleito por um bando de cupinchas. Um bando de frouxos carregados de segundas, terceiras e quartas intenções. Umbilicais e econômicas.

Mas, cá entre nós, não foi surpresa. Isso não! Mesmo aos pés de um vulcão em plena erupção. Apenas os europeus capitaneados por Michel Platini foram contra. Conmebol, Concacaf, asiáticos e africanos  ficaram ao lado do filhote de João Havelange, outro que sempre mamou nas gordas tetas da FIFA.

Inclusive o Brasil, por meio do presidente da Federação Cearense,  que representou Marco Polo del Nero, o presidente da CBF. O senhor ostentação antecipou sua volta ao Brasil alegando necessidade de prestar esclarecimentos sobre os fatos que abalaram os alicerces ( podres) do futebol.

Inclui-se, aí, a prisão de um aparentemente ex-amigo, o ex-presidente José Maria Marin. Até ontem, um irmão siamês. Agora, "não sei de nada, nunca participei de nada, nunca assinei nada, a CBF não tem nada a esconder e estou à disposição da justiça para todas as explicações necessárias". Será?

Difícil mesmo, e talvez desnecessário, é querer explicar como o mundo do futebol pode reconduzir Blatter ao império de Zurique diante de tantas acusações, de tantas maracutaias a um palmo do seu nariz.

Nós, brasileiros,  não temos moral pra dizer nada. Eternizamos nossos dirigentes no topo da pirâmide do poder. tanto quanto reelegemos  vereadores, prefeitos, governadores, deputados, senadores e até presidente acusados de vários tipos de crimes.

Exemplo flagrante do esporte além-futebol, entre outros, é o que acontece há muito tempo no voleibol. Carlos Arthur Nuzman, Ary Graça, Renato Pera e cia bela sempre mereceram investigação séria e conclusiva. Que falta faz um FBI! Um em cada federação!

Na política, então, somos imbecis juramentados. Um bando de trouxas. Entre tantos, reelegemos a duquesa Dilma e o lorde Lula. Pasmem: destituimos e reconduzimos  príncipe Fernando Collor ao poder. E aclamamos  o coronelismo execrável e interesseiro de José Sarney em todas as camadas da política.

Até mesmo o "bispo" Paulo Inocente Anjo de Asas Maluf  desfila como suprassumo da honestidade, deus da sinceridade. É o fim do mundo. Um nojo!  Uma vergonha! E por aí vai. Seriam páginas e mais páginas de santinhos do pau oco.

Então, qual o problema de o nobre  sir Sepp Blatter  estender o reinado por mais quatro, oito, 12, 16 ou 20 anos?  Afinal, como nossos políticos, Sepp é vítima.  O pobre Sepp  não fez nada. Sepp, coitado,  não sabe de nada.

Lula, Marin, Del Nero, Graça e Pera também não!  

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