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sexta-feira, 22 de maio de 2009

Sim à Ouvidoria!

E não é que a Câmara de Santo André volta a discutir a necessidade ou não da Ouvidoria Municipal?! Como, se há, inclusive, vereadores que não sabem responder do que se trata, e se são a favor ou contra?! Por certo, alguns não conhecem nem mesmo as funções de um vereador. Isto posto, Ouvidoria soa como um bicho-de-sete-cabeças. Os "nobres" estão divididos entre as três opções.

Já o prefeito Aidan Ravin se mostra disposto a discutir o assunto. A princípio, deu a entender que era contra. Afinal, quem criou o cargo de ouvidor foi o PT. Portanto, a política partidária pode falar mais alto. Agora, o doutor tende a ouvir as justificativas de ambos os lados antes de propor ou não a extinção.

Particularmente, acho que, como bom corintiano, Aidan Ravin vai escutar a voz da sabedoria, do bom senso. Não oficializou, mas já deu a entender que não seguirá a mesma linha que trilhou no caso do Orçamento Participativo, excluído da Peça Orçamentária como se representasse um câncer espalhado pelo PT.

Imperfeições, como privilégios e enganações, existem, mas podem ser reavaliadas à exaustão e extirpadas. O mais correto seria manter o canal de participação popular, checando com extremo rigor os possíveis erros, a transparência do processo e definição das demandas prioritárias da cidade e de cada região. Até mesmo a forma de eleição dos conselheiros representantes da população é discutível.

Quanto à Ouvidoria, simplesmente excluir sob a alegação de ineficácia, gastos exagerados e sobreposição ao trabalho dos "nobres" edis é pura ignorância. Uma bola nas costas da sensatez. Um retrocesso sem tamanho. Vou além: é mais um chute na bunda da senhora democracia.

Ou será que boa parte dos nossos "nobres" despachantes de plantão na Câmara não acompanha o que acontece os países mais desenvolvidos da Europa, nas empresas mais avançadas o mundo? O ouvidor é encarregado de observar, ouvir ( lógico!) e criticar as falhas da administração/empresa. Está lá para ajudar a resolver, e fim de papo!

Se for consciente, se colocará sempre no lugar do público. Não vai pipocar. Se for pau-mandado, não passará de mais um fantoche nas mãos do Poder Público. Por isso também é importante que a avaliação seja plena, a começar pela forma de eleição do ouvidor. Se não, fica estranho e fácil demais.

Ou o Executivo quer pagar -- e bem -- pra ficar levando pancada? O Poder propõe um nome e depois conduz politicamente a confirmação por meio das entidades indicadas. Já assisti o filme bem de perto, por isso posso falar sem medo de errar.

Fica, portanto, a sugestão: rediscutir o real papel da Ouvidoria, sem cair na armadilha de alguns "nobres" que dizem não à voz do cidadão comum porque simplesmente têm medo de perder espaço, poder, vantagens e empregos. Sim, vários empregos de apadrinhados e cabos eleitorais.

Ao invés de legislar em prol do município, alguns não passam de moleques de recado ou servicais do Executivo. A Praça de Atendimento ao munícipe, segmento exemplar -- e premiado -- localizado no térreo 1 do Paço, é muito mais útil e democrática.

Só pra terminar: que a participação do cidadão andreense não se limite a demandas individuais ou de grupos interessados em benesses umbilicais ou de currais eleitorais. E, especificando minha área de atuação, que o esporte seja tratado com respeito e transparência nos questionamentos e nas respostas mediadas pelo ouvidor.

Não importa se a bronca é sobre a utilização do Bruno Daniel como quintal do EC Santo André, sobre a falta de maior apoio público aos Jogos Escolares ou sobre a ausência de escolinha de futebol no Parque Miami.

O poder maior -- prefeito, secretários e diretores, principalmente -- deve se posicionar de forma clara, sem maquiagem e sem omissões. Doa a quem doer. Que o cidadão/contribuinte jamais fique sem respostas de quem é pago para servir com qualidade, presteza e isenção, sem olhar a quem ou a que partido político. Com pequenas correções de percurso, cidadania e Ouvidoria podem seguir o límpido caminho da democracia.

Seis gols e um maluco

Santo André e Santos protagonizaram um duelo de gente grande, com todos os ingredientes de um jogo histórico.

Quem foi ao Bruno Daniel saiu satisfeito. Especialmente o torcedor do Ramalhão. Três vezes em desvantagem, três vezes o time do ex-goleiro Sérgio Guedes foi buscar o empate.

Exceção ao início do segundo tempo, quando a marcação pegajosa prevaleceu, o ritmo foi alucinante. Não bastassem os seis gols, o jogo foi franco do começo ao fim. E não seria surpresa se pintasse um 4 a 3 nos acréscimos, quando Kléber Pereira cabeceou na trave e Ricardo Goulart falhou no último toque.

Pelas circunstâncias, com um jogador a mais por pelo menos 25 minutos -- Nunes sofreu pênalti, perdeu a cabeça, reclamou, xingou e levou o cartão vermelho --, o Santos saiu com o amargo sabor de derrota. Foi mais presente, mas não tão efetivo e cortante.

Porém, nem deve reclamar, porque o juizão poderia ter dado os pênaltis do maluco Fábio Costa no limitado Gustavo Nery -- substituído por um Arthur muito mais atuante e incisivo -- e do decepcionante Fabiano Eller no sempre perigoso e nada santinho Nunes.

Fábio Costa merece inclusive uma atenção redobrada do já instituido quinto árbitro, o Tribunal de Justiça Desportiva. O "árbitro" da TV pega no pé de Ronaldo por causa de um puxãozinho de cabelo ( antes foi pênalti), pune Diego Souza por um carrinho normal e ameaça Kléber por provocar ligeiro deslocamento de ar ao assoprar a orelha do zagueirão. Estão de brincadeira com o futebol, um esporte de contato que pode perder a graça devido aos exageros.

Então, por que não punir as corriqueiras saídas maldosas e insanas do bom Fábio Costa, que no primeiro tempo fez uma defesa excepcional, à Gordon Banks na Copa de 70? Há muito tempo as entradas do maluco são dignas de BO, de sanatório. Ou seria de sanitário? Mesmo porque, não sei o que o moço tem na cabeça. Dizem que goleiro é louco ou veado. Acho que ninguém tem dúvida...

Quanto à entrada que deu em Nunes, fico com um pé atrás, pois a folha corrida do ex-menino de Caieiras também não é das mais limpas. Ali, ninguém estava à frente de um anjo. Pelo contrário.
São dois matadores profissionais. Ninguém tirou o pé.

Um jogo com polêmicas, violência, expulsão, seis gols, muita emoção e nenhuma covardia. Por isso o futebol é tão apaixonante. Santo André e Santos merecem aplausos. Ambos deveriam ganhar três pontos.

Mais respeito ao torcedor andreense e santista!

Torcedor de futebol nasceu mesmo para sofrer. E como!

Sofre com a derrota no último minuto. Sofre como gol perdido pelo centroavante matador. Sofre com a furada do último zagueiro. Sofre até com o frango do grande goleiro.

Pois é... como sofre. Até mesmo o árbitro incompetente nos faz sofrer quando marca um pênalti inexistente ou deixa de marcar uma falta clara, na meia-lua. E quando o assistente ( bandeirinha) inventa o impedimento e a televisão mostra a posição legal por mais de um, dois metros? Quando o erro é por poucos centímetros, não podemos reclamar, nem sofrer.

Torcedor também sofre com a chuva, com o transporte público, com a sujeira dos banheiros, com a falta de segurança, com a truculência da Polícia, com a selvageria de algumas organizadas... Enfim, sofre para ter o prazer de torcer pelo seu time de coração.

Muitos se locupletam às custas do futebol; poucos servem, de fato, ao futebol. A infra-estrutura dos nossos estádios é uma piada -- e olha que vamos sediar a Copa do Mundo de 2014! -- e os preços são exorbitantes, considerando-se o que nos oferecem.

Os ingressos, por exemplo, são caríssimos quando elencamos e avaliamos a qualidade do que recebemos. Isso quando se encontra ingresso. Os cambistas deitam e rolam, e não acontece nada. O torcedor comum que se dane. Paga o dobro ou abre mão do próximo jogo, que pode ser o decisivo.

Isso acontece em jogos do Coríntians, do Santos, do Palmeiras... E até mesmo do Santo André. No jogo contra o Coríntians, pelo Campeonato Paulista, o valor do ingresso foi majorado e muitos torcedores deixaram de ir. Cá entre nós, não perderam nada.

No quesito ingresso, parece que a sina do torcedor é mesmo a peregrinação. Ontem de manhã, por exemplo, fui com um dos meus filhos, o Felipe, comprar ingressos para ver o jogo de amanhã à noite entre Santo André e Santos. Considerando-se que o Diario do Grande ABC é o braço midiático do Santo André -- ou seria o inverso? --, não há por que duvidar da veracidade das informações relacionadas a postos e horários de venda.

Porém, não foi o que se constatou. Quem deveria abrir às 10h, abriu às 11h. E quem deveria ter ingresso, não tinha ou ainda não poderia disponibilizar. Como? Muito estranho. "Acabou e ainda não chegou a nova remessa. Já pedimos" -- justifica meio sem jeito aquele que se dispõe a ajudar o clube.

Aí vão dizer que a culpa é do Buteko do Mazinho, da Sport Center, da Gol de Placa, de A Esportiva, da Fúria Andreense... Nada disso! Então, a responsabilidade é do Esporte Clube Santo André? Também não. O mandante é o Ramalhão, mas quem comanda o futebol é a Gestão Empresarial, que contrata a BWA para cuidar da comercialização dos ingressos.

Portanto, fica o simples alerta à BWA: o torcedor não pode pagar o pato; precisa ser mais respeitado. Que o Santo André avalie possíveis falhas organizacionais e que a empresa responsável seja mais profissional, sem agir com amadorismo em detrimento do direito do torcedor. Ou será que quem sofre não é importante a ponto de merecer mais atenção?

Por sorte, e pela interferência do Renatinho, da Fúria Andreense, consegui os ingressos sem depender de cambistas e sem ter de pegar filas intermináveis. Paguei, lógico! Tomara que valha a pena e que o bom Santo André não desmereça a força ofensiva do time de Wagner Mancini.

Dante, bom para o Grande ABC

A contratação de Dante pelo Santander/São Bernardo não significa importância apenas para o vôlei de São Bernardo. Acima de tudo, o Grande ABC como um todo pode tirar dividendos da ousadia impetrada por Montanaro e todo o pessoal do tradicional e inesquecível Banespa de tantas glórias e eterno celeiro de revelações.

Ao lado de Serginho Escadinha e outras contratações de peso médio, Dante pode fazer com que o Santander/São Bernardo volte a ser lembrado e respeitado como uma das três principais forças do vôlei nacional. A Região ganhará mais brilho e visibilidade.

Muito melhor do que virar manchete por causa de flagrantes de dopping, como aconteceu nos últimos meses. Lamentável! Mais lamentável ainda em se tratando de uma entidade clubista, Santander, que prima pela correção, pela credibilidade e pelo rótulo de formadora de talentos e de cidadãos acima de qualquer suspeita.

Tomara que a chegada de Dante fortaleça de vez a relação meio estremecida entre o pessoal do Banespa e da Prefeitura de São Bernardo. E, por favor, sem desmentidos! Isso não é de hoje. Se for para o campo político, então, aí a porca torce do rabo de vez. Mas o secretário Ferrarezzi deve saber usar o bom senso. Todos só têm a ganhar.

Tomara, ainda, que a contratação mexa com os brios dos dirigentes de Santo André e o Poder Público invista, de fato, no vôlei -- e no esporte de forma plena. Sempre há tempo para corrigir distorções do passado recente por culpa de políticos pouco comprometidos com a grandeza do esporte. Como político é político, nunca se sabe o que vai acontecer.

Quanto ao vôlei de São Caetano, a prioridade é o feminino e deve ser respeitada. O xerife Mauro Checkin sabe o que faz. Tanto que a cidade não encontra adversários nos Jogos Regionais e Abertos.

De Primeira


Por falar em São Caetano, foi-se o tempo em que o treinador do chamado Azulão ficava um tempão na cidade e o clube chegava com méritos aos degraus mais altos do futebol nacional e até sul-americano. Em 2008 foram quatro técnicos e agora, em 2009, já se vai para o terceiro. O zagueiro Antonio Carlos Zaggo tem tudo para também não dar certo. Apenas intuição. O problema não é só treinador.

Bela vitória do basquete de Laís e Arilza sobre Ourinhos. Meninas jogaram muito mais do que contra o XV de Piracicaba. Detalhe: Ourinhos é nota 7 e Piracicaba não passa de 3. Infelizmente, é o retrato do basquete nacional.

O rio-pardense ( como eu) Luís Fernando, ex-meia atacante do Coríntians, é uma das atrações do Campeonato Sênior do Primeiro de Maio Futebol Clube. Indicado como substituto de Sócrates, hoje Luís Fernando dirige o Sub-17 do EC Santo André. O filho do seu Luizinho conhece muito de bola, tem um toque refinado, está em forma, fininho, e deu trabalho no jogo de segunda-feira à noite. Só que a vitória foi do time aplicado do outro rio-pardense, o não-famoso.

O bom empate do Ramalhão

Respeitar é sempre bom, mas ninguém é obrigado a concordar com tudo que se fala ou escreve por aí. Mesmo porque, o que se ouve e se lê de besteira é brincadeira. Um verdadeiro desfile de incompetência e irresponsabilidade profissional.

Há quem diga, por exemplo, que o empate de 0 a 0 com o Atlético, sábado no Mineirão, não foi bom resultado para o Santo André.

Está certo que ganhar três pontos é o objetivo principal, mas as circunstâncias que cercaram o jogo indicam o empate como ponto ganho.

Sem bairrismo. O Ramalhão foi bem mais organizado taticamente. Sem a bola, fechou-se com consistência e sabedoria; com ela, contragolpeou de forma rápida e, melhor, sustentada. Foi bem e dominou bons momentos no primeiro tempo. E só não matou o jogo no segundo porque Pablo Escobar e Nunes falharam no tiro de misericórdia.

Quanto ao Galo, só correria. Foi permissivo na cessão de espaços e pouco criativo em termos ofensivos. Não aproveitou nem mesmo o eterno corredor deixado por Gustavo Nery.

Quanto à expulsão de Marcelinho Carioca, pode ter sido exagerada, mas pouco mudou na postura do time de Sérgio Guedes. Poucos perceberam que o Ramalhão jogou com 10 no segundo tempo quase inteiro. Sinal de que o ex-corintiano não fez falta e tem jogado mais com o nome. Nem gol de falta o cara faz mais. Com certeza, não desaprendeu, mas não treina com o afinco de outros tempos. Quem sabe dê certo como deputado.

Contra o Santos, quinta-feira no Bruno Daniel, o Santo André tem de tudo pra fazer um bom jogo. Pablo Escobar vai fazer falta. Olho vivo no pequenino, rápido e insinuante Madson.

E tomara que a torcida reencontre o caminho do estádio. O Ramalhão ganhou cinco pontos em 12 disputados. Uma vitória e um empate fora; um empate e uma derrota em casa. Considerando-se que o Brasileiro da Série A é briga de cachorro grande, a campanha é boa.