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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Quem te viu, quem te vê, Corinthians!

Corinthians humilhado pelo juvenil do Santos, ontem à noite na Vila Belmiro, ainda está a pelo menos mil léguas do Corinthians campeão mundial no final de 2012.

Como futebol é momento, não adianta ficar lembrando de um passado recente, de glórias e conquistas históricas. Lamentar não vai fazer o time jogar. É preciso trabalhar.

Não pensei que sentiria saudade do esquema covarde do vencedor Tite nos seus últimos meses de Timão. Ao menos, a covardia não era sinônimo de vergonha e desorganização. Foi o que senti ontem.

Time de Mano Menezes foi um arremedo, uma colcha de retalhos , que não se juntam. Defesa, meio-campo e ataque jamais formaram um todo. Uma bagunça. Uma zona!

Apenas Gil,  Guilherme e Guerrero se salvaram. O bom goleiro Valter falhou no gol de Bruno Perez. Diego Macedo e Uendel, que sempre foram mais alas do que laterais, não marcam, não fecham, nem cobrem ninguém.

Não fazem o beabá do futebol. Juniores comprometeriam menos. Foram contratados porque aparecem ofensivamente. é pouco.  É só observar por onde saíram os gols.

Paulo André também caiu de rendimento após virar porta-voz do Bom-Senso FC. Anda lento, sem tempo de bola, sem confiança e sem recuperação. Solitário, Gil não sabia a quem socorrer.

Guilherme se salvou, mas até  Ralf, apesar do esforço, foi um operário perdido, a assistir a construção desmoronar. Correr pelo time todo e estar em todos os cantos do campo é impossível diante de tanta apatia de companheiros nada comprometidos.

Ou, além dos já citados,  alguém viu Danilo, Rodriguinho, Romarinho e Douglas jogarem? Não marcaram, não armaram, não chegaram, não lançaram, não finalizaram.  Por isso Arouca -- o melhor em campo -- e Cícero deitaram e rolaram. Abriram-se verdadeiras avenidas pelo meio e pelas beiradas. Pavimentadas e sem semáforo.

O 4-2-3-1 do Santos foi quase perfeito porque a defesa joga sério e todos voltam pra marcar quando perdem a bola -- inclusive Thiago Ribeiro, Gabriel e o jovem Geuvânio -- e não têm medo de atacar com ousadia e muita velocidade quando a recuperam. Um time intenso e encorpado!

Já o suposto, imaginário,  utópico, 4-2-2-2 do Corinthians foi um acinte. Desorganização total, principalmente depois do terceiro gol santista, quando Mano Menezes forçou o jogo ofensivo.
O Santos ganhou espaços ainda mais generosos para contra-atacar com liberdade e rapidez.

Taticamente, Osvaldo Oliveira deu um banho em Mano Menezes. O time santista foi cumpridor das determinações táticas. Tanto no conjunto quanto individualmente, o Santos foi superior. Técnica e fisicamente, sobrou pela juventude e pela determinação.

E nem adianta o corintiano reclamar da má arbitragem do bom Paulo César de Oliveira, que virou o fio antes da hora e por isso nem chegou a apitar na Copa do Mundo. Caiu muito e virou um árbitro normal. Isto é, tem errado muito.

O moço de Cruzeiro não deu impedimento passivo, porém claro, no primeiro gol do Santos, além de não dar um pênalti sobre Guerreiro. Empurrão visível do zagueiro Gustavo Henrique. Tanto quanto errou ao não assinalar penalidade também indiscutível de Ralf em Cicinho.

Corinthians deve agradecer aos céus porque, por incrível que pareça, cinco foi pouco. Isso não quer dizer que o Santos será campeão e o Corinthians rebaixado.     

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Um Tigre em dia de gatinho

O São Bernardo de ontem à noite no Primeiro de Maio esteve muito mais pra gatinho perdido do que pra Tigre.

Diante de um Audax técnico, organizado e inteligente, o São Bernardo perdeu de 1 a 0  -- e já não é 100% no Paulistão -- porque deixou de jogar.  Só foi razoável, principalmente no quesito combatividade, nos primeiros 30 minutos

Com poucos espaços para contra-atacar, o Tigre caiu na arapuca tática de Fernando Diniz, técnico que privilegia a posse de bola e a redução de espaços.

Time de Edson Boaro não teve criatividade nem ofensividade letal, minimamente capaz de assustar. A não ser em  dois ou três lances com Edson, Erick Flores e Bady no início, quando marcou melhor mas atacou mal.

Pra falar a verdade, mesmo que doa, o São Bernardo foi limitado até na aplicação e desorganizado taticamente. Especialmente depois da saída do bom meio-campista Edson, no final do primeiro tempo. Alterações também não deram resultado.

Salvou-se defensivamente porque quase sempre manteve quatro zagueiros e um dos volantes ( Daniel Pereira) plantados. Tanto que as ocasiões de gol do Audax foram com finalizações longas.

O próprio gol de Thiago Silvy, aos 37 minutos do segundo tempo, foi com um belo chute de fora da área, quase no ângulo esquerdo, após falha do São Bernardo na saída de bola.

Resultado, justíssimo, mostra que o Tigre não é tão selvagem quanto se pensava e precisa melhorar para não voltar a jogar como um gatinho à procura do pote de leite.

Mudando de campeonato. Daqui a pouco, pela Segundona, o São Caetano recebe o Batatais e tem plenas condições de apagar a má impressão deixada na derrota diante do Itapirense.

Já o Santo André vai a Campinas enfrentar o Red Bull. Ambos ganharam na estreia. Para o Ramalhão, empate não é mau resultado. Se voltar a vencer, ganha mais motivação e confiança.  

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Tigre e Ramalhão: sandálias da humildade

"Melhor calçar as sandálias da humildade". "Calma que o andor é de barro". "Cautela e caldo de galinha na fazem mal pra ninguém". "Respeito é bom e todo mundo gosta".

Qualquer dos ditos populares elencados acima serve para definir o momento por que passam São Bernardo e Santo André  no futebol profissional.

Com 100% de aproveitamento no Paulistão -- três vitórias em três jogos --, o Tigre lidera o Grupo C com nove pontos ganhos, os mesmos do Palmeiras no D.

Time do rio-pardense Edson Boaro ganhou do Botafogo em casa, do XV em Piracicaba e, surpreendentemente, do grande Corinthians no Pacaembu. Sem dúvida, um começo arrasador.

Porém, conforme alerta do próprio Dicinho -- seu apelido de infância, quando era meia-esquerda do nosso Benjamin -- é preciso ser inteligente para não fazer da humildade objeto descartável.

Se exagerar na empolgação, vai se esquecer de que é um time brigador, aplicado, mas sem brilhantismo técnico-tático e ainda em formação, em início de campeonato. Se vacilar, cai das tamancas, começa a perder e vai dar com os burros n'água.

Santo André fez contratações interessantes, pontuais, e também começou bem na Segundona. No Bruno Daniel,  meteu 2 a 0 no Guaratinguetá. Ótimo para  ganhar confiança e embalar. Nada mais!

Porém, não pode ser endeusado e alguém do elenco sair por aí falando em acesso. Calma que o andor é de barro. Quem sabe se possa dizer algo mais concreto depois de pelo menos oito, 10 rodadas.

Antes disso, é puro achismo. Um otimismo sem base, sem lastro. Nada de excessos, Ramalhão! Talvez baixar a bola seja a melhor sugestão pra quem ultimamente só tem levado paulada. Uma bambuzada atrás da outra. Chega, né?

Pra não dizer que não falei das "flores" nesse retorno após muito sol e muitas trilhas, o quê dizer do São Caetano, que estreou na Segundona perdendo do Itapirense de 2 a 1?

Torcedores  do Azulão que foram ao Interior soltaram fogos de artifício em direção aos jogadores e isso pode custar punição severa da Federação Paulista de Futebol.

Lógico que, pra quem tanto já conquistou em tão pouco tempo, perder na A2 não é nada agradável. Liga o sinal de alerta, mas não pode ser encarado como o fim do mundo.

Azulão tem estrutura e time para não dar vexame. Tem plenas condições de dar a volta por cima. Outro dia, após derrota na estreia, a Imprensa vislumbrou séria crise no São Paulo. E agora, após duas vitórias seguidas?

Sinal amarelo não é vermelho, pessoal! Melhor esperar um pouco antes de extrapolar no direito de espernear. Mesmo que sejam poucos.

Para o bem ou para o mal, todo excesso é sinônimo de arapuca.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Paulinho Serra e a torneira (?) seca

Ex-artilheiro no Primeiro de Maio, ex-PSDB, atual PSD; ex-vereador e ex-candidato à Prefeitura  de Santo  André, hoje  Paulinho Serra é secretário de visibilidade solar e plenos poderes na administração petista de Carlos Grana. Espécie de  homem forte do prefeito fraco.

Independentemente da sopa sempre indigesta de siglas partidárias e das oscilações de um político que, confesso, chegou até a dar mostras de ser diferente (pura ilusão, diga-se), Paulinho Serra ocupa a importante Pasta de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos, além da superintendência da Santo André Transportes.

Apresentações, gols, alfinetadas e currículo à parte, no simples exercício de cidadania, eu gostaria de saber até quando o Parque Central vai ser  terra de ninguém. Volto ao assunto por pura necessidade.

Espécie de Ibirapuera da província e potencial candidato a cartão postal andreense, o Parque Central não tem  administração profissional, não tem manutenção adequada, não tem comunicação visual, não tem orientação mínima, não tem fiscalização, não tem punição aos infratores e não tem segurança confiável.

Está certo que o caro secretário também  está preocupado com o macro da mobilidade urbana, com o transporte público e com os corredores de ônibus. Enfim, o trânsito precisa fluir.

Por falar em corredores exclusivos, como o da Alfredo Flaquer (Perimetral), nós,  motoristas particulares, somos punidos se  trafegarmos na faixa exclusiva. Como ficam os condutores de ônibus que insistem em andar nas demais faixas? Também serão multados ou a Prefeitura vai fazer vistas grossas?

Voltando ao PC e focando apenas no item água. Uma vergonha! Até quando, caro secretário, vai perdurar a falta de responsabilidade quando o assunto é água? Não adianta jogar a culpa no Semasa comandado com capacidade pelo Ney.

Vergonhosamente, há mais de dois meses os dois bebedouros dos  play-grounds  estão secos. Incoerentemente, as placas -- coisa rara no parque -- de orientação sugerem economizar o líquido precioso inexistente.

Como economizar, caro Paulinho, se ali não existe água nem torneira. Justificativa de que são furtadas pelos "moleques", conforme palavras de uma funcionária, é ridícula. Coisa de juvenil, caro secretário, também responsável pelo setor de parques e jardins. Solução, fácil,  cabe a você!

Hoje cedo, com o parque lotado e um sol para cada criança, os bebedouros sem torneira continuavam secos, lógico. Será que custa tanto? Será que para repor uma simples torneira é preciso esperar a prometida verba federal para que o parque passe por grande revitalização ainda em 2014?

Goste ou não, artilheiro, gol contra dá moral pro adversário. Se você aceitar, Paulinho, eu compro meia dúzia de torneiras e faço uma doação para a Prefeitura. Já que o orçamento superior a R$ 3 bilhões não contempla...

Goste ou não, Paulinho, isso é uma vergonha! É um desrespeito à família andreense que você tanto enfatiza nos seus discursos.

Não sei se você tem filhos ou sobrinhos, Paulinho. Se tiver, por favor, além de no Primeiro de Maio, leve-os para brincar no parquinho do Parque Central junto com as crianças da favela.

Como meus netos, que adoram mexer com água. Nem precisam de brinquedos. Bastam palitos de sorvete ou um pedacinho de pau, um pouco de areia e um copinho descartável (?) para transportar a água.

Na mochila colorida dos pequenos visitantes -- eleitores de amanhã -- não pode faltar água, além de suco, frutas e muito carinho. Se quiser, vamos juntos, caro secretário que um dia já mereceu meu voto.

  

domingo, 5 de janeiro de 2014

A pantera e o rei

Revelado ao apaixonante mundo da bola pelo brasileiro Bauer, Eusébio foi comparado a Pelé nos anos 60.

Por mais de 15 anos esse moçambicano -- Moçambique era colônia de Portugal -- defendeu o vermelho de um Benfica então de primeira grandeza.

Em plena  ditadura salazarista, o Pantera Negra foi praticamente proibido pelo governo (?) de deixar Portugal. Foi um exemplo de técnica, força, objetividade e dedicação à seleção lusa e ao Benfica.

Eusébio era um touro, tinha  passadas largas,  arranque excepcional. Tinha a ginga brasileira, resistência queniana e velocidade jamaicana. Driblava como poucos. Mas sem firulas, não enfeitava. Finalizava forte, com os dois pés.

E foi pela seleção portuguesa que o simplório e genial Eusébio brilhou intensamente na Copa do Mundo de 66, na Inglaterra.

Desorganizado e assoberbado, o Brasil de Pelé e cia deitou no berço esplêndido do bicampeonato e foi um fiasco. Perdemos de 3 a 1. Dois gols e um show de Eusébio. Era a vingança do Pantera Negra sobre o Rei.

Portugal tinha um timaço. Ficou em terceiro lugar ao ser eliminado pela campeã Inglaterra, que na final venceu a Alemanha de Beckenbauer.

Artilheiro da Copa com nove gols, o semideus português foi espetacular,  especialmente com a camisa do Benfica. Com ela conquistou 11 títulos nacionais e cinco taças de Portugal.

Também ganhou o título da temporada 61/62 e foi vice-campeão europeu por três oportunidades. Decidiu o Mundial Interclubes de 62 com o Santos de Pelé e uma constelação de craques.

No Maracanã -- sim, no Rio! --, diante de quase 90 mil pessoas, o Santos ganhou de 3 a 2 com  dois gols  de Pelé e um de Coutinho.

Em pleno Estádio da Luz, em Lisboa, 70 mil portugueses viram o grande Santos golear o Benfica por 5 a 2 e ganhar o mundo.

Eusébio fez um dos gols portugueses; Pelé (3), Coutinho e Pepe marcaram para um dos maiores times que eu já vi jogar e por quem eu torcia quando criança. Pelé, que considerava Eusébio um irmão,  só não fez chover.

Para chegar à decisão o Benfica  enfiou 5 a 3 no fortíssimo Real Madrid e ganhou o título europeu, enquanto que o Santos eliminou  o bom  Penharol, verdadeiro bicho-papão do Uruguai, e faturou a Libertadores. Da qual seria bi no ano seguinte para depois superar o Milan, de novo no Rio, gol de Dalmo, de pênalti,  e ganhar outra vez o Mundial Interclubes.

O Santos desfilava, entre outros, os selecionáveis Gilmar, Mauro, Zito, Dorval, Coutinho, Pelé e Pepe. O Benfica tinha  expoentes como o goleiro Costa Pereira, além de Coluna, Simões, Santana e a "fera", que, vítima de parada cardio-respiratória, descansou para sempre neste domingo.

Hoje, muitos reclamam que Cristiano Ronaldo, hoje um dos melhores do mundo, dá azar por fazer parte da mesma geração que o  gênio argentino Lionel Messi.

Pois é... Azar quem deu, mesmo, foi Eusébio. Com méritos, chegou a ser comparado ao Rei, mas deu muito  azar. Pelé era de outro mundo. Eusébio era simplesmente humano.

Até hoje, disparado,  o maior jogador da história do futebol português, Eusébio estaria na seleção mundial de todos os tempos, ao lado de lendas como Pelé, Maradona, Di Stefano, Beckenbauer, Garrincha, Leônidas,  Puskas, Just Fontaine...

Eusébio dá adeus sem coroa. É merecedor de respeito, homenagens e reverência eternos do universo da bola. Foi-se a pantera real, ficou o rei.