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sábado, 31 de julho de 2010

Ramalhão contrata Moreno. Do vôlei

A nova contratação do Santo André chuta com dificuldades e cabeceia apenas razoavelmente, embora tenha boa estatura e aceitável impulsão. Seu forte não é a velocidade, tampouco a colocação ou o sentido de cobertura.

Bola parada não é seu forte. Não pega no gol, mas sempre foi mais eficiente com as mãos do que com os pés e a cabeça. Dificilmente faz gol. A não ser nos campeonatos internos do Aramaçan (?) e do Primeiro de Maio. É bom lembrar que não se trata de uma revelação, de uma jovem promessa do futebol. É um sessentão conservado.

Antonio Carlos Moreno é o novo diretor-executivo do Saged -- Santo André Gestão Empresarial e Desportiva . Ex-jogador da Seleção Brasileira de Vôlei, com currículo de fazer inveja a William, Giovanni, Tande, Giba, Maurício e cia, Moreno disputou quatro olimpíadas, quatro mundiais, quatro Pan-Americanos e sete Sul-Americanos. Chegou a ser considerado um dos cinco melhores do mundo na década de 70.

Inegavelmente, um orgulho para Santo André, que sempre dependeu das cortadas de Moreno para conquistar inúmeros títulos. Que saudade! Quantos títulos! E a auto-estima do cidadão andreense lá em cima.

Professor de Educação física e empresário -- não sei se também é formado em Administração --, Moreno já fez um pouco de tudo no mundo do esporte. Dentro de fora das quadras. Foi diretor, professor, coordenador, supervisor, gerente e gestor de clubes e de faculdades distribuídos pela Grande São Paulo.

Na década de 80, foi diretor de Esportes da Prefeitura de Santo André. Como tinha mais empregos do que tempo e disposição para trabalhar de verdade, pouco fez como dirigente/servidor público. Acabou recebendo cartão vermelho.

Bem diferente do brilhantismo demonstrado em 366 jogos pela Seleção Brasileira e outros tantos por Pirelli e Aramaçan, principalmente. Ganhou quase tudo e cansou de carregar seus times nas costas. Foi excepcional em títulos nacionais e estaduais, entre eles os Jogos Abertos e Regionais.

Como pai de família e empresário, não cabe a mim analisar. Como homem do futebol, infelizmente, não tem currículo a apresentar. Treinador de goleiros do Palmeiras no início da década de 70 não acrescenta nada. A passagem apagada como diretor/supervisor do Paraná Clube, há algum tempo, também não o credencia.

Agora, o desafio é novo, diferente. Mais uma vez, cabe a Moreno provar que é capaz. Vai fazer o meio-campo entre as divisões de base e o profissional. Vem para botar ordem na casa por onde passaram Muller, Carlitos e Ricardo Navajas.

Carlitos mostrou algum serviço e já caiu fora. Muller e Navajas quase nada fizeram, além de ganhar dinheiro. Não sei se por culpa própria ou da entidade gestora do futebol andreense.

Só sei que todos recebiam entre R$ 20 mil e R$ 25 mil mensais. E com Moreno não deve ser diferente, calculo. Nada mau! Especialmente se considerarmos que o Saged acumula débitos superiores a R$ 8 milhões, segundo um amigo cotista da empresa. Cotista preocupado, por sinal.

Dizem que Moreno chega para fazer um trabalho mais institucional, de relações públicas e marketing, envolvendo clubes co-irmãos e a sociedade como um todo. A mesma sociedade que pouco liga para quem já ganhou a Copa do Brasil e acaba de ser vice-campeão paulista.

Enfim, ao ex-ídolo do vôlei está reservada uma tarefa nada fácil, e de grande responsabilidade. Torço muito pra dar certo, mas pago pra ver. Questão de perfil! Acho que Moreno não casa com tais funções. Se estiver sozinho, piorou! É trabalho de equipe. De longo prazo, sem o imediatismo suicida tão comum no futebol.

Para completar: dentre as muitas declarações creditadas ao ex-capitão da Pirelli e da Seleção, uma chama mais a atenção: "Vou contribuir com cabeça, alma e coração. Quero resgatar a pujança do esporte da cidade, como acontecia entre os anos de 1960 e o início de 1990 com o time da Pirelli".

Preste atenção! A declaração está muito mais para um diretor de Esportes da cidade do que para o diretor-executivo do nosso futebol profissional. Será? Não sei de quem foi a idéia, ou a indicação, mas prefiro não escrever o pensamento perigoso que passou pela minha cabeça. Só sei que Moreno será uma espécie de braço direito de Ronan Maria Pinto, o dono do Saged.

Em todo caso, fica a torcida... Sem nos esquecermos de que o Ramalhão está seriamente ameaçado de entrar na zona de rebaixamento à Série C do Campeonato Brasileiro. Se cair novamente, quem vai pagar o pato? Sérgio Soares, Ronan ou Moreno? Nenhum deles. Todos nós.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Palavras ao vento e moeda de troca

Edição do último domingo do Diario do Grande ABC, braço direito da Prefeitura de Santo André, traz entrevista do diretor de Esportes Almir Padalino.

Para justificar o vexame do rebaixamento à Segunda Divisão dos Jogos Regionais, o dirigente lança mão da poderosa assessoria de imprensa e desfila frases feitas, capazes de enganar apenas leitores mais incautos, pouco familiarizados com os subterrâneos do esporte.

Questionado (?) pela repórter sobre novos investimentos para disputar a Segundona dos Jogos Abertos, de 1º a 14 de novembro, em Santos, o professor disse:"Não vamos mudar o planejamento. Vamos continuar trabalhando as categorias de base, algo que havia sido esquecido por muitos anos".

Indagado sobre a participação ridícula nos Regionais do Guarujá, quando ficou no "honroso" sétimo e penúltimo lugar, o professor foi "brilhante", mais uma vez: "Tivemos bons resultados, como o título inédito do basquete masculino sub-21, cinco vice-campeonatos e três terceiros lugares, desempenho que honrou (?) a tradição da cidade".

Instado a falar sobre seu futuro à frente do Departamento de Esportes, o professor, de novo, sinônimo de confiança: "Não tenho receio porque as conquistas (?) do esporte andreense nos últimos 18 meses são mais relevantes que as dos últimos 10 anos". Que resultados, professor? Me engana que eu gosto! Será que todos somos imbecis?

Sem contestar, provavelmente por desconhecer ao menos um terço da verdade, a repórter se limitou a transcrever as respostas bem pensadas e evasivas do professor. Tudo como manda o figurino da boa assessoria de imprensa.

Uma pena! O professor falou o que quis. Palavras ao vento! Mentiu, omitiu, deturpou, desviou, derrapou e não respondeu por que Santo André está no fundo do poço do esporte de alto rendimento. E ainda se acha no direito absurdo de comparar "conquistas". Ultimamente, só perdemos.

Esperemos os Jogos Abertos! Sem a certeza de que até lá o professor ainda estará com a aparente bola toda. É muita desfaçatez. Mas... Quem sabe mais uma viagem para os Estados Unidos na primeira quinzena de novembro?

Tanto que já se especulam vários nomes para assumir o comando de um esporte antes afortunado, hoje órfão, à procura de um poder que ao menos o respeite. Sem jogo de palavras. Sem conversa fiada. Sem transferência de responsabilidade.

Se não for Mizinho, dizem que pode ser Luizinho ou Ivinho. Talvez Celsinho, Leozinho I ou Silvinho. Não se surpreendam se o possível novo diretor for indicado por quem está do outro lado da avenida: Juninho, Alemãozinho e Leozinho II são os candidatos mais cotados.

Façam suas apostas! Difícil saber se a escolha será do rei Ronan ou do rei Aidan. Fácil deduzir que há sério risco de o escolhido não ter nada a ver com esporte. E muito a ver com mais um conchavo político. De novo, o esporte corre o sério risco de não passar de simples moeda de troca política.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

O vexame e as páginas viradas (?)

"Vamos virar a página". Essa a essência de um motes da campanha política na disputa entre Aidan Ravin e Vanderlei Siraque pela Prefeitura de Santo André.


Por absoluta rejeição ao PT e ao seu candidato, deu Aidan. No segundo turno, era preciso se unir contra o inimigo comum. Deu no que deu: a Prefeitura de Santo André caiu no colo de Aidan.


No início de mandato, chegou a prometer uma secretaria específica para o Esporte. Talvez tivesse no máximo a companhia do Lazer. Prometeu, mas não cumpriu. O que existe, hoje, é a Secretaria de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo, sob o comando de um homens de confiança do prefeito.


Todos, incluindo o rei Aidan, prometeram, repito, virar a página. Como se nada prestasse! Passados 18 meses, ainda não consegui ver, no segmento esportivo, algo real, que me convença de que a nova administração municipal virou alguma página.


Se é que alguém leu alguma coisa. Se é que todos 0s galgados ao poder ou dependurados nele sabem ler. Se alguém leu e entendeu, é provável que não tenha gostado. Por não ter gostado, ousou virar a página.


Página virada, resta saber o que se escreveu. Se é que alguém escreveu! Se é que todos sabem ler e escrever! Se é que não estamos falando de uma página em branco ou cheia de rabiscos sem sentido.

Virar a página... Pior do que não escrever nada é virar páginas anteriores, de trás pra frente. Andar pra trás. Pior do que não acrescentar nada é teimar em reler capítulos recentes sem olhar para a frente.


E ouso dizer que foi exatamente o que aconteceu com o esporte andreense nos últimos meses. Se já não éramos uma Brastemp, especialmente por falta de investimento creditada ao poder maior, o que dizer do momento atual, do hoje.


Pois é... vamos virar a página. Nosso esporte acaba de chegar ao fundo do poço. Uma estrela que já foi de primeiríssima grandeza hoje está estatelada. Cadente? Decadente! Não dá pra cair mais.



Por absoluta falta de respeito, competência e comprometimento, em Santo André o esporte ainda é tratado como questão de menor importância pelo Poder Público. É uma pena! A cidade tem profissionais gabaritados. E desprezados. O Departamento de Esportes tem profissionais capacitados. E esquecidos, ignorados ou dominados.


Como diria uma professora amiga de casa, a chuva vem de cima. A ordem vem do alto. Para prender ou soltar, investir ou maquiar, motivar ou pisotear, vem lá do alto. Como a chuva. Do alto de um paço. Do gabinete do chefe, do prefeitão. Ou será que Aidan vai dar uma de Lula e dizer que não sabia que o esporte acabaria na vala da indigência?


Portanto, se alguém tem de assumir a culpa por Santo André cair para a vexatória Segunda Divisão dos Jogos Regionais, que seja Aidan Ravin. Não é o todo-poderoso? Então... Ossos do ofício!



Bela virada de página, hein! Então, prefeitão, que tal caminhar sobre as cinzas espalhadas pelo seu jardim -- ou seria quintal? Pegue o elevador, atravesse sua plantação de pedras e faça uma visitinha de condolências ao supersecretário, um "expert" em assuntos esportivos. Quem sabe um apaixonado?



Só não sei quem vai dar pêsames pra quem. Os funcionários do terceiro escalão devem ficar fora do chororo, mas se cismarem de convidar o diretor de Esportes, que não sejam covardes a ponto de elegê-lo como bode expiatório e crucificá-lo isoladamente.



Conversem bastante, avaliem prós e contras da administração na área esportiva. Assumam incompetências individuais e cagadas coletivas. A partir daí, que o prefeitão saiba mexer as peças com sabedoria para tomar a atitude correta.



Antes que o corpo estendido no fundo da vala receba a última pá de cal. Ainda respiramos! Ainda temos o aval da história. Mas só isso não basta! Doces lembranças não movem moinhos. Não cicatrizam feridas provocadas por omissões.


Que o momento crítico sirva de reflexão. Sirva de lição para quem não pode mais dar ombros para situação tão dramática. Que Santo André reveja seus conceitos -- se é que os tem -- e trate o esporte com o mínimo de respeito.


Que o momento triste -- ao menos pra quem tem vergonha cara, e sei que Aidan Ravin tem, pois vem de berço decente --faça com que apareçam os verdadeiros homens comprometidos com o esporte.



Sem caça às bruxas, normalmente peixes miúdos. Sem precipitações. Não dá mais para olhar para trás, para virar a página sem ter o quê escrever. Ou virar a página anterior, no sentido contrário.


Não dá para ser pior! Que vexame! Nosso esporte está na inimaginável Segundona, tanto nos Jogos Abertos quanto nos Regionais. Quem tanto se encheu de orgulho, hoje transborda de vergonha, de decepção.



Ao menos no esporte, vamos, de fato, virar a página. Vamos, de fato, escrever uma história de vencedores. É a sua chance, prefeitão. Como cidadão, eu o desafio a reagir. Por um esporte que já foi campeão em quase tudo. Tá esperando o quê pra tomar uma atitude?

sábado, 17 de julho de 2010

Regionais: Santo André, que vergonha!

Juro que não gostaria que tivesse acontecido, mas os últimos resultados acabam de confirmar que Santo André ficará mesmo de fora da elite dos Jogos Regionais em 2011. Pelo momento, o fato é mais importante, como notícia, do que a já cantada conquista de São Caetano.

Para quem já foi bicho-papão de Abertos e Regionais, o esporte de Santo André parece ter chegado ao fundo do poço. Que vergonha! Quem assumirá a culpa?

Ficar em sétimo lugar na Primeira Divisão dos Jogos Regionais da Primeira Região, no Guarujá, é motivo de tristeza para nós que gostamos do esporte e moramos em Santo André.

E agora, qual será a resposta do prefeito Aidan Ravin? E o supersecretário de Cultura, Esporte... Edson Salvo deve ter a resposta na ponta da lingua. Com certeza, mais uma desculpa esfarrapada. Típico de quem não tem intimidade com o esporte. Pior do que não conhecer, é não respeitar.

Ou será que vão culpar exclusivamente o diretor de Esportes, Almir Padalino. Também é culpado,como todos nós que já passamos por lá, mas não pode ser execrado. Assim como não adianta iniciar a caça às bruxas querendo demitir técnicos e atletas.

Por se omitir, por não fiscalizar, por não cobrar, por não avaliar, por não sugerir, por não informar a população como deveria, até mesmo o jornal mais importante da região -- o DGABC -- tem culpa no cartório. Ah, me esqueci! Afinal, parece que, para o Diario atual, estamos num paraíso chamado Santo André. Aqui, tudo é bom, perfeito.

Os responsáveis maiores por mais um vexame do esporte andreense estão em degraus superiores. Os mesmos degraus que há muito tempo não dão a devida atenção ao esporte. Falta respeito! Falta comprometimento! Falta trabalho! Falta investimento! Falta atitude!

Há muito tempo, repito. Só nos sobram páginas amarelecidas de uma história maravilhosa. Nosso capítulo mais recente é sinônimo de decepção. Ficar em sétimo é um absurdo! Porém, embora pareça paradoxal, pode representar o início da reação.

É imprescindível que se reveja o esporte de Santo André na sua totalidade. Agora estamos na Segundona dos Regionais. Quem vai assumir? Será que, de novo, vão jogar a culpa nas administrações anteriores?

Mais uma vez, São Caetano reuniu méritos indiscutíveis e ficou com o título. Segundo o boletim de agora há pouco, sujeito a conferência e oficialização, fez 379 pontos, contra 327 de Santos e 318 de São Bernardo, que sonhava com o vice.

Osasco somou exatos 100 pontos a menos e ficou em quarto, posição andreense em 2009. O quinto ficou com a anfitriã, com 202 pontos, e o sexto com Praia Grande, com 188. Nossos antigos fregueses nos deixaram em sétimo com 174 pontos, contra 79 da lanterna Diadema, que também abraça o demônio do rebaixamento.

São Vicente e Cubatão, campeão e vice da Segunda Divisão, disputam a Primeira em 2011. Mongaguá ficou em terceiro, mas não tenho certeza se também consegue o acesso. Confirmo e depois escrevo. Mesmo porque, o assunto não se encerra amanhã. Vai dar muito pano pra manga. Tomara!

Se o Diario do Grande ABC quiser, vai deitar e rolar em cima de tamanha mazela. Difícil é saber se vai querer. Jornalisticamente, o normal seria cobrar, exigir respostas do prefeitão. Assim como deveria usar São Caetano e São Bernardo como parâmetros, como exemplos.

Ramalhão acorda, Azulão dorme

A rodada da Série B do Brasileiro apresentou situações opostas para os representantes do Grande ABC. Um dormiu, outro acordou.

Até então entre os quatro que sobem para a Série A em 2011, o São Caetano foi a Salvador, dormiu no ponto e perdeu feio do Bahia.

E perdeu a invencibilidade com o técnico Sérgio Guedes jogando mal, além de apresentar falhas individuais que comprometeram o todo.

Tomara tenha sido apenas um momento ruim, um dia ruim de uma defesa que não se achou e de um ataque que não pode contar com um meio-campo minimamente ousado e contundente. Nem precisaria jogar 50% do meio-campo espanhol, mas nem tão pouco.

Até então perigosamente ameaçado pelo descenso, já que era o décimo sexto colocado, a um ponto da zona perigosa, o Santo André do outro Sérgio, o Soares, fez festa no Bruno Daniel.

Foi ousado do começo ao fim e, defensivamente, só se perdeu um pouco após o gol do Duque de Caxias. A rapidez do ataque, com a aproximação constante do meio-campo e subida dos laterais, foi fator decisivo para a goleada.

Dois dos gols foram de Xuxa, em quem não deposito plena confiança como organizador de setor tão nevrálgico. Queimei a lingua. Porém, fiquei feliz, já que o Ramalhão ganhou com méritos e jogando bem. Isso é o mais importante!

Tomara não tenha apenas um momento de brilho de quem ainda está longe o vice-campeão paulista. Quem sabe mais duas vitórias seguidas para consolidar a reação? Ainda é cedo pra dizer que o time já se acertou.

Acordou, mas a estrada é longa, muito longa, sinuosa e esburacada. É indispensável reagir a cada passo, sem comer a poeira de quem já acelerou.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Força Azulão! Acorda Ramalhão!

Passadas oito rodadas e uma Copa do Mundo à espanhola, São Caetano e Santo André ocupam posições opostas na classificação da Série B do Campeonato Brasileiro.

Após quatro vitórias, três empates e apenas uma derrota, com 18 gols marcados e 10 sofridos, o Azulão soma 15 pontos ganhos e ocupa a boa quarta colocação. Portanto, hoje seria um dos premiados com o acesso à Série A.

Após duas vitórias, um empate e cinco derrotas, com 13 gols a favor e 18 contra, o Ramalhão soma minguados sete pontos e ocupa a preocupante décima sexta posição. Portanto, hoje está a apenas um ponto dos quatro castigados com o descenso à Série C.

Uma África do Sul depois, o São Caetano de Sérgio Guedes parece ter retornado com a mesma disciplina tática, o mesmo comprometimento na ocupação dos espaços defensivos e semelhante disposição na hora de chegar ao gol.

Um time igual nos nomes e no jeito de jogar. Poderia ganhar de mais, mas facilitou, puxou a rédea e por pouco não cedeu o empate.

Ao menos foi o que mostrou na vitória de 3 a 2 diante do velho rival, na chuvosa noite de ontem no quase vazio Anacleto Campanella.

Uma África do Sul depois, o Santo André de Sérgio Soares parece ter retornado com a mesma indefinição tática, as mesmas inseguranças na hora de defender e semelhante oscilação na hora de ameaçar de verdade o gol adversário.

Um time diferente nos nomes e limitado no jeito de jogar. Pouco fez para merecer resultado diferente. E, cá entre nós, depender de Xuxa como armador é como acreditar que esse grupo vai fazer tanto sucesso quanto o que quase ganhou o título paulista.

Ainda é cedo, mas, a continuar assim, o Azulão só vai precisar de pequenos acertos e muito seriedade para se manter entre os privilegiados com direito à elite em 2011.

Ainda é cedo, mas, a continuar assim, o Ramalhão vai precisar de muitos acertos e pelo menos duas ou três contratações cirúrgicas, além de uma sequência de três ou quatro vitórias, para espantar a ameaça de rebaixamento. Se quiser contratar de baciada ou não acordar até a décima quinta rodada, vai dar com os burros n'água.

Força Azulão! Acorda Ramalhão!

terça-feira, 13 de julho de 2010

Os Jogos Regionais e o lampião de gás

Poucos devem se lembrar, mas estamos em plena disputa dos tradicionais Jogos Regionais, no Guarujá. Melhor: o Grande ABC está no litoral. Para dar as cartas e ainda jogar de mão.

Difícil imaginar algo diferente do que tem acontecido na última década. São Caetano em primeiro, Santos e São Bernardo brigando pelo segundo lugar. E Santo André, mais uma vez, limitando-se a um quarto ou quinto.Sem brilho!

Quanta saudade! Como diz a música antiga: lampião de gás, lampião de gás, quanta saudade você me traz. Muito se falou, nada se fez. Muito se fala, nada se faz. Só conversa fiada! Pra enganar trouxas ou puxa-sacos de plantão. E a grande Santo André está aí, vivendo de saudade.

Saudade de um atletismo imbatível, de um tênis de mesa irresistível, de um judô invencível, de um ciclismo insuperável. Saudade de um basquete empolgante, de um vôlei eletrizante, e vencedor. Saudade de Eloi Schleder, Adauto, Riitano, Bortolocci, Elisângela, William, Moreno, Zé Roberto, Emerson, Brunoro, Carvalho, Novi e extensa cia.

Meu amigo e eterno capitão William deve ficar com lágrimas nos olhos quando olha para a equipe de vôlei que foi ao Guarujá representar uma potência econômica com mais de 680 mil habitantes. É, pra não dizer outra coisa, uma afronta ao bom senso.

Pois é, lampião de gás, quanta saudade você me traz. Principalmente quando olhamos para o hoje. Lampião de gás, lampião de gás, quanto tristeza você me traz. Sim, ficamos tristes, decepcionados com o estado de um esporte que já ganhou todos os títulos possíveis de Jogos Abertos e Regionais.

Porém, hoje o então protagonista exemplar, a ser copiado, é coadjuvante. Vive de pretensos salvadores de plantão, sem carisma, sem compromisso com a cidade e muito menos com o esporte como um todo. Enganadores, nada mais!

A começar por quem promete mundos e fundos e depois -- não precisa ser prioridade -- dá as costas e menospreza o segmento. Por quem fala, grita pelos cotovelos, sem saber direito minimamente o que quer dizer esporte em sua plenitude.

Afinal, quem iria recolocar o esporte no lugar que ele sempre mereceu? É fácil jogar a culpa em administrações anteriores -- que, diga-se de passagem, também pouco fizeram.

Hoje, o quê, de fato, o prefeito Aidan Ravin -- por quem tem respeito -- e o secretário Edson Salvo têm feito pelo esporte andreense? Até agora, com mais de 18 meses de gestão, pouco se fez de prático, de sustentável. O investimento continua pífio, ridículo.

Ou alguém acha que destinar cerca de R$ 1.8 milhão para o competitivo é suficiente? Nunca foi! Pra quem conhece, é risível.Nossos vizinhos, São Caetano e São Bernardo, continuam investindo muito mais, dando muito mais valor ao esporte. E colhendo resultados no alto rendimento sem desprezar os eventos, o lazer, a formação e a Educação Física.

Se o prefeitão não poderia cumprir, não deveria nem ao menos falar em recolocar Santo André no caminho das vitórias e dos títulos. Bem que poderia ser mais inteligente e afirmar que começaria tudo do zero, da base, que reavaliaria investimentos, planejando resultados a longo prazo. A continuar assim, Santo André jamais voltará a ser uma estrela de primeira grandeza no cenário regional, estadual e muito menos nacional.

Lamentavelmente, pelo andar da carruagem -- ou da carreata politiqueira que contorna os paços municipais e os palácios estaduais e federais? --ainda vamos viver bom tempo sem brilhar, sem luz, a sonhar com um passado de glórias. Como no tempo do lampião de gás.

A minha seleção da Copa

Se todo mundo faz, por que este caipira que vos escreve seria diferente? Lógico que há discordâncias, mas me proponho a escalar uma seleção da Copa com o coração de quem gosta de futebol.

Casillas, da campeã Espanha, brilhou quando foi preciso, na hora de a onça beber água. Poderia ser Júlio César. Mas o brasileiro falhou diante da Holanda e o Brasil não chegou. Stekelenburg, o grandalhão da Holanda, também era candidato. Vítima da Jabulani ou não, jogou menos que o espanhol.Talvez se a decisão fosse para os pênaltis...

As laterais teriam o brasileiro Maikon e o alemão Lawm, que jogou pela direita mas também é eficiente pela esquerda, onde o holandês Van Bronckhorst e o português Quentrão não fariam feio.

Os zagueiros internos seriam Lúcio e o espanhol Piqué. Juan e o herói Puyol poderiam ser lembrados, assim como o alemão Mertesaker. Ou mesmo o guerreiro Lugano, do Uruguai.

O quadrado de meio-campo teria o espanhol Fabregas -- sim, o reserva de luxo Fabregas! -- como companheiro do alemão Schweinsteiger. Outro campeão, Xavi, daria um toque de classe ao setor nevrálgico do futebol. O holandês Sneijder seria o quarto homem com a incumbência de finalizar e fazer o ataque jogar. Iniesta ficaria como reserva de luxo.

Robben, o canhotinho da Holanda, bem que poderia ser o atacante pela direita, mas preferi optar por quem carregou o limitado Uruguai nas costas. Diego Forlan, filho de Pablo Forlan, ex-lateral-direito do São Paulo, teve uma produtividade superior a todos os atacantes do Brasil, juntos. Para completar, outro espanhol que vai dar o que falar: David Villa.

Portanto, um time no 4-4-2. A dirigi-lo, talvez mais uma surpresa: o uruguaio Oscar Tabarez, que tirou leite de pedra. Pra mim, a revelação da Copa foi mesmo o garoto Mueller, da Alemanha. Estrelas sem brilho? Cristiano Ronaldo, Messi, Kaká, Rooney, Drogbá, Robinho, Gerrard.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

A Fúria e a Bocaina

Finalmente, e por méritos, passei um final de semana na encantadora Serra da Bocaina, na divisa dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, entre as serras do Mar e da Mantiqueira.

Após longas trilhas morro acima, água abaixo floresta adentro e campos de altitude, na tarde de domingo me permiti caçar um banquinho de madeira no único chalé que tinha uma TV.

Lá fora, um sem-número de tico-ticos, sabiás laranjeira e beija-flores, tão belos quanto mansos. Isso no início da decisão, quando a Holanda não conseguia jogar e optava pela violência para parar uma Espanha mais consciente e consistente.

Lá dentro, eu e o seu Miguel também víamos a Fúria querendo jogo e a Holanda apenas procurando preencher espaços e marcar. E talvez contragolpear. Raros foram os momentos de gol, por isso não gostamos do que presenciamos.

No segundo tempo, mantivemos a torcida pela Espanha, que conseguiu ser mais objetiva, envolvente e chegar algumas vezes com perigo. Bem marcada, a Holanda não conseguia jogar. Quando chegava, Casillas crescia diante do bom Robben.

No final do segundo tempo, lá fora, ao entardecer, o longo piar do nhambu guaçu e o canto dos pássaros-pretos -- muitos, muitos! -- encantavam mais do que o futebol dos finalistas da Copa.

Começa a prorrogação, de novo com a Espanha melhor. Lá dentro, seu Miguel, uma figura tão ímpar quanto mística, falante e envolvente, sugere que os espanhóis joguem mais pelas pontas -- ele foi ponta-direita e chegou a ser cogitado para treinar Fluminense, seu time de coração, embora goste bastante "do hino do Corinthians".

Lá fora, mais de 20 jacus -- uma ave quase negra, com tamanho de faisão e beleza de ... de jacu -- quase domésticos se distribui por araucárias e eucalíptos logo após o milho do entardecer ou do pré-anoitecer. Com frio, corro até meu quarto, pego o agasalho amarelo do Ramalhão e volto pro meu canto (?).

A Espanha está melhor, mas o trator 6.7 -- seu Miguel tem 67 anos e anda muito -- acha que a decisão vai para os pênaltis. O pai da Paula é muito ativo e inteligente, mas não concordo quando diz que pênalti é loteria.

No final, como todos sabem, gol de Iniesta. Deu Espanha! Com méritos, mas sem empolgar. Título inédito! Já a Holanda teve de se contentar com o trivice. Não merecia mais do que isso.

Fim de prorrogação, subo para a pousada. Mais tarde, na sala principal, o papo vai longe. O queijo de São José do Barreiro ganha mais sabor e o vinho argentino vai encurtando, secando.

Lá dentro, conversas descompromissadas e histórias de vida. Trilhas programadas e histórias recentes. Afinal, seu Miguel tem histórias a perder de vista.

Eu e a Angela, minha companheira de todos os momentos, inclusive roubadas em trilhas malucas, não poderíamos deixar de citar que, na longa caminhada matinal -- que invadiu a tarde -- avistamos uma suçuarana, onça comum nas matas e fazendas da Serra da Bocaina.

Não, não corremos! Quase negra, a "menina" atravessava a estrada junto a um riacho da fazenda Pinheirinho. Tentei alcançá-la, sem muita coragem, confesso. Não deu! Rapidamente, ela sumiu capoeira adentro. Talvez voltasse à noite para pegar galinhas na casa da Vera, funcionária da pousada.

Voltando ao papo noturno. Lá fora, atendemos aos chamados de Laurinha e Natália, as sobrinhas do Zé Milton e da Paula, e enfrentamos o frio. Luzes todas apagadas, tudo escuro como breu, olhamos para o céu. Milhares de estrelas nos enchem de admiração, iluminam nossos sentimentos e nos fazem felizes.

Nem nos lembramos de que pouco antes a Espanha sem brilho acabara de conquistar o quadrado mundo do futebol. Muito menos de que o Brasil voltou pra casa com u'mão na frente e outra atrás. Sem brilho, sem glória, sem futebol e sem história.

Seria mesmo desperdício pensar em futebol sem arte. O encantamento celeste visto das montanhas bem que poderia fazer com que os sempre responsáveis, hospitaleiros e solícitos Zé Milton e Paula abrissem outra pousada. Em vez de Recanto da Floresta, poderia ser Recanto Encantado. Não seria exagero. Aquilo é um paraíso!

Na próxima vez, vamos ver a lua cheia em pleno Pico do Tira Chapéu ou na famosa Trilha do Ouro. Dá pra pensar em futebol? Principalmente nos moldes atuais?

Prefiro Pico da Bacia, a Cachoeira de Santo Izidro, a Casa de Pedra, a Rampa de Vôo Livre, a Cachoeira do Paredão, o canto do pássaro-preto, o vôo do beija-flor, o cheiro do mato verde, o ar puro da montanha.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Errei! O polvo acertou!

Quem diria? Quem viu o início da definição do outro finalista da Copa ficou com a nítida sensação de que o famoso polvo -- polvo! -- alemão estava com razão ao escolher a Espanha como adversária da Holanda. E estava mesmo!

Quem esperava a Alemanha no ataque, ou pelo menos mais ofensiva, mais organizada, se decepcionou. Quem esperava a Espanha acuada, se surpreendeu agradavelmente. Me incluo, óbvio, nesse quem.

Os 15 minutos iniciais foram totalmente da Espanha. Del Bosque surpreendeu, ousou e acertou logo na escalação. Sacou o centroavante Fernando Torres, colocou o artilheiro David Villa mais pelo meio, perto do gol, e fez entrar o rápido e ofensivo Pedro pela direita. Eu preferia Fabregas no meio-campo, caracterizando um 4-2-3-1. Estava errado!

Dono da bola -- posse chegou a 66% contra 34% --, do campo e das iniciativas ofensivas, o time espanhol encurralou uma Alemanha recuada, calculista e sem poder ofensivo capaz de ameaçar.

Sem Muller, a válvula principal do contra-ataque pela direita, uma das armas alemãs não pode ser usada, já que o substituto, Trochowski, é mais de fechar o meio, levando o time a jogar quase no cauteloso 4-5-1.

Mesmo depois dos 20 minutos, quando a Espanha diminuiu o ritmo, perdeu a objetividade e quase não chegou, a Alemanha não fez nada além de respeitar, respeitar e especular um lotérico contra-ataque. Sem Muller? Brincou, né?

Taticamente, prevaleceu um 4-4-2 semelhante na maioria da primeira etapa. O segundo quatro da Espanha optou pela criação; o segundo quatro da Alemanha, isto é, o meio-campo, optou pela marcação incessante, abrindo mão de imitar a bela performance apresentada contra a Argentina. Explica-se: naquele dia o primeiro gol alemão saiu de cara e asfaltou o caminho da goleada.

Pra mim, o primeiro tempo foi uma decepção. Especialmente por parte de quem vinha tão credenciado quanto o time alemão.

A Espanha voltou para o segundo tempo com a mesma disposição do início. Procurou marcar em bloco na intermediária, mas também alternou com marcação pressão na saída de bola. Em 10 minutos, chegou com dois bons arremates de Xabi Alonso e um de David Villa.

Percebendo que Pedro ganhava de Boateng na velocidade, o técnico alemão colocou Jansen. O agora mais nítido 4-5-1 entra dominado pelo 4-4-2 flexível da Espanha. Bem cercado, o bom Scheinsteiger errava passes, não conseguia armar nem municiar um ataque hoje improdutivo.

Com rapidez e objetividade, a Espanha intensificou o domínio e voltou a ameaçar o gol alemão em outros dois momentos. Em contraposição, deu alguns espaços para a Alemanha fazer o que mais gosta: contra-atacar em velocidade.

Aos 15 minutos, o mais ofensivo Kroos entrou no lugar de Trochowski. E quase fez 1 a 0 aos 23 minutos. Casillas defendeu bem. O suficiente para a Alemanha acordar e mostrar a quê veio?

Ledo engano, porque em seguida a Espanha fez 1 a 0 com Puyol, de cabeça. Nada mais justo. E inesperado, já que o jogo aéreo não é o ponto forte da Espanha. Puyol voou. Foi espetacular.

À Alemanha restava reagir e atacar. À Espanha, manter o ritmo, marcar em bloco e sair em velocidade para matar o jogo no contragolpe. Espaço não faltava, já que a Alemanha trocou um volante por um centroavante. E Del Bosque trocou o artilheiro Villa por Fernando Torres.

Aos 36, Pedro foi fominha e não serviu Fernando Torres para fazer o gol que definiria a ida pra a final. Não precisou. A Alemanha se deseperou e não foi nem sombra de quem deu uma aula de futebol diante da Argentina.

Por isso gostamos de futebol. Quem parece favorito acaba na vala comum de derrotados que raramente entram para a história. Deu Espanha! Com méritos. Errei! Deu polvo. Com certeza, o animal servirá banquete indigesto ainda hoje.

Se há favorito para a final de domingo? Puro equilíbrio. A Holanda também é forte.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Alemanha x Holanda?

Está certo que o futebol vive a nos pregar peças atrás de peças. Porém, não gostaria de ficar sobre o muro da omissão em relação aos finalistas da Copa da África do Sul.

Lógico que existe o risco de errar, mas, pelo que vêm apresentando alemães e espanhóis, não tenho receio de afirmar: o adversário da Holanda, que não foi brilhante mas derrotou o apenas esforçado Uruguai por 3 a 2, será a Alemanha.

O jogo de hoje colocará frente a frente duas escolas distintas. A Espanha faz do toque de bola envolvente marca registrada. Toca com paciência e velocidade. Dificilmente opta pelo jogo aéreo. Prefere a aproximação, a triangulação, na hora de atacar.

Defensivamente, a Espanha se esforça. Não é uma peneira, mas fica a desejar. Expõe demais os zagueiros. Se eu fosse Del Bosque, escalaria o excepcional Fabregas no lugar do centroavante Fernando Torres -- em má fase -- e deixaria o artilheiro David Villa mais próximo do gol.

Com dois volantes e três meias eminentemente técnicos, não faltariam aproximação para atacar e reagrupamento para preencher os espaços defensivos. Simplesmente, haveria a troca de 4-4-2 pelo 4-2-3-1.

O detalhe é que, do outro lado, existe o 4-4-2 de uma Alemanha forte nos três setores. Atropelou a Argentina com méritos indiscutíveis. Jovem, rápido e ousado, Muller vai fazer falta, creio. O matador Close talvez fique meio órfão.

Porém, o meio-campo alemão defende e ataca com eficiência ímpar. Todos saber jogar. Provavelmente, vai sair pra cima dos espanhóis, em busca do primeiro gol, e depois voltará a fazer de contra-ataques estratégicos e velozes arma letal. Sua defesa não apalpa. Chega chegando!

Time por time, aposto na força de uma Alemanha hoje menos quadrada e mais técnica e criativa. Só que fatores extraordinários podem até mudar a história de um jogo a partir do primeiro apito do árbitro. No caso, o favoritismo vai pra cucuia. E serei obrigado a me curvar à sabedoria do polvo -- eu disse polvo -- alemão, que escolheu a Espanha.

Leonardo? Tá de brincadeira!

Leonardo tem 90% de possibilidades de ser o novo técnico da Seleção Brasileira. Como diz o Neto, tá de brincadeira! E põe brincadeira nisso. Mas a notícia parece quente. Tomara que não!!

Todo-poderoso presidente da CBF, o intragável Ricardo Teixeira ainda não anunciou oficialmente, mas dizem que está quase tudo certo com o ex-treinador do Milan. Leonardo, inclusive, já se colocou à disposição do poder supremo. Assim como o "humilde" Dunga.

Mais uma vez, a se confirmar a afronta, vão fazer do futebol pentacampeão (?) do mundo um brinquedinho de poucos, a provocar decepção e lágrimas para muitos apaixonados.

O primeiro time do ex-jogador da nossa seleção como técnico foi o grande Milan. Leonardo não passa segurança. Tampouco experiência e conhecimento técnico-tático. Talvez leve mais jeito de bom moço, boa pinta e com trânsito livre no futebol europeu.

Talvez pudesse ser um bom diretor técnico, nada mais. Talvez não passe de alguém que se limitará a obedecer as ordens de um senhor prepotente, que se eternizou no trono do futebol nacional, mas por ele pouco fez.

Então, entre os outros mais cotados, quem seria o indicado? Entre Felipão, Mano Menezes e Ricardo Gomes, não tenho dúvidas de apontar Felipão, nosso comandante no título de 2002.

O gaúcho não é nenhuma sumidade, mas tem comando, fala a língua do boleiro, tem experiência, psicologia e conhecimentos técnico-táticos suficientes para voltar a fazer sucesso.

Depois de 2002, Felipão brilhou com a seleção portuguesa, foi boicotado e decepcionou no Chelsea e ultimamente vinha apenas nadando em dinheiro no Uzbequistão -- será que é isso mesmo? Parreira poderia fazer parte da comissão técnica.

sábado, 3 de julho de 2010

Deu Espanha! No sufoco.

A badalada seleção espanhola ganhou do aplicado e sempre discreto Paraguai, mas foi um jogo equilibrado. O gol solitário saiu no sufoco final. Agora Fúria pega um trator, mais conhecido como Alemanha.

Surpreendentemente, o jogo foi bem parelho? Quem esperava uma Espanha avassaladora e um Paraguai contraído, limitando-se a especular um ou outro contra-ataque, caiu do cavalo. E só não se machucou feio porque no primeiro tempo o juizão não validou um gol de Valdez.

Como se esperava, os espanhóis foram os senhores da bola. Mas não do jogo. Desta vez a posse de bola não foi completada pelo passe preciso, pela aproximação envolvente dos meio-campistas e pela enfiada quase sempre letal.

Foi um primeiro tempo surpreendentemente positivo de um Paraguai que marcou com determinação e não se acovardou na hora de atacar. Tanto quanto negativo para espanhóis sem sentido de penetração, sem espaço, sem criatividade e sem um centroavante capaz de assustar.
Fernando Torres anda mal.

O começo da segunda etapa não foi muito diferente. Tanto que aos 10 minutos Del Bosque trocou o centroavante por Fabregas, um meio-campista essencialmente técnico. Em seguida, dois minutos depois, um turbilhão de emoções: um pênalti pra cada lado e duas defesas dos goleiros, além de um pênalti claro do goleiro Villar sobre Fabregas não assinalado pelo juiz. Resumindo: foram três lambanças da arbitragem, já que não teve critério ao considerar e desconsiderar invasões de área. Dois pesos e duas medidas.

Momentos suficientes para o jogo ameaçar pegar fogo para depois cair um pouco. A Espanha até que melhorou, passou a ser mais rápida e objetiva no toque de bola, e ameaçou. Embora o Paraguai tenha mantido a aplicação na marcação adiantada, sem abrir mão de atacar assim que retomava a bola, a Espanha pressionou e chegou aos gol aos 37 minutos com o artilheiro David Villa. Com isso, o Paraguai foi obrigado a atacar e deu espaços atrás. Quase empatou, mas por pouco não tomou o segundo gol.

Agora, mais uma briga de cachorro grande na semifinal. Pelo que as duas seleções jogaram até agora, aposto em vitória alemã diante da última campeã europeia.

O rolo compressor e o CD pirata

Tiririca: Totó, Raddi, Cal e Scarpin; Douglas e Dênis... Por favor, me levem a sério. Não é piada! Esse sistema defensivo, com goleiro, uma linha de quatro zagueiros e dois volantes, desfila futebol de gente grande no Primeiro de Maio. Vale lembrar que, para alguns, o verbo desfilar ficaria melhor no passado. Quem viu, viu! Quem não viu, quem sabe dê sorte se acompanhar os filhos.

Então... Com um goleiro bom e meio maluco -- antes louco, né? --, quatro zagueiros com peso e experiência indiscutíveis e dois volantes que ainda marcam com desenvoltura dungueana (?) e saem pro jogo com extrema habilidade, nosso sistema defensivo não ficaria a dever aos limitadíssimos irmãos argentinos eliminados da Copa.

Nosso ataque até que poderia ser completado com Messi, Higuain, Aguero, Milito, Tevez e cia, mas a defesa argentina é uma teta, uma peneira, um convite ao massacre. Como se não bastasse, Mascherano fica correndo sozinho, feito tonto, atrás de meias adversários. Meus volantes de contenção, os filhos do Totó, dariam conta do recado.

Como se não bastassem as limitações defensivas, meias e atacantes argentinos também não funcionaram. A Alemanha pode até não ser campeã, mas deu uma verdadeira aula de futebol. Mostrou superioridade tática, técnica, física, intelectual e emocional.

No banco, Maradona mostrou-se impotente diante de um rolo compressor. Deve ter se sentido como aquele monte de CDs piratas prestes a serem esmagados, triturados, sem dó. Mesmo porque, Maradona também não seria capaz de fazer nada. Quem manda mesmo e entende de tática é Carlos Bilardo. Maradona entra com o carisma, com o passado brilhante. Só!

A Alemanha desse monstro chamado Schweinsteiger foi brilhante, quase perfeita do goleiro ao ponta-esquerda. Ponta-esquerda é força de expressão que assombra a todos nós, cinquentões. Sem bem que Podolski adora jogar mais aberto.

Por isso a Argentina perdeu de pouco. Cabia mais! Por isso, tanto quanto nós brasileiros, a Argentina chora. Por isso, como nós, talvez los hermanos também precisem repensar seus conceitos. Jogam menos do que pensam.

Como lembrou meu amigo Douglas, hoje de manhã na Padaria Brasileira, " é preciso sair da zona de conforto". Enganosamente confortável, espantosamente perigosa. Por isso, como nós, talvez tenham errado na abertura do jogo e, ao invés de dizer "não ao racismo", devem ser dito "não ao futebol". Com ou sem arte.

Só pra concluir: 1- meu time de amigos também perderia da Alemanha de hoje; 2- que não pensem em sacrificar apenas Messi, eleito o melhor do mundo e que volta da África sem brilhar e sem fazer ao menos um golzinho.

Temos a mania de pegar o craque e achar que ele resolve tudo sozinho, na hora que quiser.
Assim também acontece com outros ídolos que já assistem à Copa pela TV. Cristiano Ronaldo, Kaká, Drogba, Lampard, Gerrard, Rooney...

Ou será que alguém acha que o incomparável Pelé jogava por 11? Tanto no Santos encantado quanto nas seleções brasileiras três vezes campeãs mundiais, o senhor Edson era rodeado de quem também entendia do riscado. Lembrete: exceção a Pelé, todos os outros craques eram humanos.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Acredite! Foi melhor perder!

Se estou triste? Absolutamente, não! Intencionalmente, assim encerrei o texto anterior.
Por quê? Simplesmente porque foi a melhor coisa que aconteceu para o futebol brasileiro. Sim! A derrota foi a melhor coisa que aconteceu para que nosso futebol seja repensado. Vitória e manutenção do sonho do hexa seriam escudo para falhas conceituais acumuladas.

Nossos conceitos, nossa filosofia de jogo e nosso jeito de ver e jogar futebol devem olhar para o passado se não quiser viver apenas e eternamente de conquistas passadas. Para o bem de futuras gerações, o futebol metódico, de resultado, deve ser revisto, reciclado, rediscutido à exaustão.

Imaginemos a situação: a Seleção de Dunga campeã do mundo poderia até representar mais uma conquista, mas para o futebol brasileiro seria um grande engodo. Nossos meninos, nossas categorias de base, nossos técnicos teriam como referência inevitável o esquema, a maneira de jogar que deu resultado.

A derrota, com a consequente desclassificação, vai fazer com que ao menos paremos para pensar no que é melhor para os próximos anos. Afinal, com este futebolzinho quadrado, aonde podemos chegar na Copa de 2014. Sem arte, econômico em emoções. Falta a essência da bola.

Já não há tanta alegria. Contra-atacar e vencer por 1 a 0, sem emoção, é muito mais importante. A beleza cativante, que vai empolgar a criança, o adolescente, o jovem e o adulto, além de reavivar e encantar a memória do idoso... Ah! Pra quê, ? Besteira! Vale o momento! Valem os euros desta geração.

Por que será que a irreverência do Santos campeão paulista fez tanto sucesso? Cativou santistas, corintianos, palmeirenses. E quase nada mudaria se a terceira geração dos Meninos da Vila perdesse do Santo André na final. Ao menos pra quem gosta de futebol leve, solto. Bem diferente do pregado e exigido pelo general perdedor, mais conhecido como Dunga, o humilde.

Campeonato Brasileiro volta logo logo. E aí vamos ver o que acontece. Até que ponto a arte será renegada? Será que nossos meninos vão exaltar o nome de Messi ou terão como referência a alegria de Neimar, Ganso, André, Dentinho, Hernanes, Juliano e tantas outras promessas de malas prontas para brilhar na Europa?

Dois homens e um destino

Engana-se quem pensa que os homens do jogo de agora há pouco diante da Holanda foram os meio-campistas Van Bommel e Sneijder. Dunga e Felipe Mello foram os protagonistas de uma eliminação dantesca e prematura (?).

O Dunga de hoje pagou pela prepotência, pelo espírito de vingança, pela falta de educação e respeito, pela inexperiência técnico-tática, pela convocação inadequada e pela visão de jogo limitada.

Felipe Mello foi o segundo homem-chave na derrota de 2 a 1. Dentro de suas limitações, consegue ter razoável posicionamento defensivo e boa saída de bola. Não é pior que Josué ou Kleberson. Mas fez exatamente o que dele se esperava. Ou mais, dependendo do ângulo de visão.

No primeiro tempo, quando o Brasil defendeu com aplicação e eficiência invejáveis, o temperamental Felipe Mello não só foi bem como surpreendeu naquela bela enfiada de bola para o nervosinho Robinho acelerar em plena Avenida Amsterdã e fazer 1 a 0.

Avenida porque, estranhamente, a distância entre os zagueiros, entre si e em relação ao meio-campo, era um atentado à velocidade. Nervosinho porque Robinho queria mandar no jogo e intimidar os adversários em vez de apenas jogar bola. Tanto quanto os faltosos e até então dominados, pouco ousados e nada criativos holandeses.

Na segunda etapa, quase tudo diferente. O Brasil manteve o 4-4-2 alternado com o 4-3-3, já que, quando de posse de bola, Kaká se transformava no terceiro atacante e Daniel Alves completava a linha média com Felipe Mello e Gilberto Silva.

Só que a Holanda já não era a mesma, embora mantivesse o 4-2-3-1, com apenas Van Persie à frente. O detalhe é que mudou de atitude e o Brasil se encolheu. Levou o empate logo aos 6 minutos e se perdeu por completo. No gol, culpa de quem? Felipe Mello e, principalmente, Júlio César, que saiu pra socar a bola e não achou nada. Os dois dividiram e a Holanda levou.

Perdido na marcação, nervoso e dominado, o Brasil levou a virada aos 22 minutos, quando Luís Fabiano não evitou o desvio de cabeça holandês no primeiro pau e Sneijder aproveitou de cabeça, antes de Gilberto Silva e Felipe Mello.

No banco, Dunga distribuía palavrões e não encontrava opções. Talvez sonhasse com Pelé, Romário, Ronaldo, Zico, Falcão. Com certeza, acordou abraçando o duro travesseiro de uma realidade também conhecida como incompetência.

Tudo ficou ainda pior aos 25 minutos, quando o "homem do jogo" fez aquilo que o Brasil inteiro já sabia desde a convocação. Sem estrutura psicológica, sem competência emocional -- assim como Dunga --, o moço pisou em Robben -- um craque egoista -- e ganhou cartão vermelho.

Daí pra frente, o que se viu foi um Brasil desesperado, com Lúcio no ataque e a defesa à mercê diante de holandeses que só não marcaram outros gols por excesso de preciosismo ou pura displicência. Agora, o que se vislumbrava era uma verdadeira avenida Brasília. E Dunga ainda conseguiu, mesmo perdendo, tirar Luís Fabiano e colocar Nilmar. Trocou seis por meia dúzia em vez de ousar e tirar um volante.

Em jogo de dois tempos, desfilaram dois homens com o mesmo destino. Felipe Mello e Dunga entrarão para a história de forma negativa. Como todo o grupo, "comprometido" com o general da teimosia, morrem abraçados. Venceu quem mereceu. Perdeu quem se achou acima do bem e do mal e voltou para o segundo tempo pensando em goleada.

Na briga de cachorro grande, a ousadia equilibrada venceu a prudência aquartelada. A inteligência competitiva venceu a incompetência emocional.

Se estou triste? Absolutamente, não!