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quarta-feira, 21 de julho de 2010

O vexame e as páginas viradas (?)

"Vamos virar a página". Essa a essência de um motes da campanha política na disputa entre Aidan Ravin e Vanderlei Siraque pela Prefeitura de Santo André.


Por absoluta rejeição ao PT e ao seu candidato, deu Aidan. No segundo turno, era preciso se unir contra o inimigo comum. Deu no que deu: a Prefeitura de Santo André caiu no colo de Aidan.


No início de mandato, chegou a prometer uma secretaria específica para o Esporte. Talvez tivesse no máximo a companhia do Lazer. Prometeu, mas não cumpriu. O que existe, hoje, é a Secretaria de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo, sob o comando de um homens de confiança do prefeito.


Todos, incluindo o rei Aidan, prometeram, repito, virar a página. Como se nada prestasse! Passados 18 meses, ainda não consegui ver, no segmento esportivo, algo real, que me convença de que a nova administração municipal virou alguma página.


Se é que alguém leu alguma coisa. Se é que todos 0s galgados ao poder ou dependurados nele sabem ler. Se alguém leu e entendeu, é provável que não tenha gostado. Por não ter gostado, ousou virar a página.


Página virada, resta saber o que se escreveu. Se é que alguém escreveu! Se é que todos sabem ler e escrever! Se é que não estamos falando de uma página em branco ou cheia de rabiscos sem sentido.

Virar a página... Pior do que não escrever nada é virar páginas anteriores, de trás pra frente. Andar pra trás. Pior do que não acrescentar nada é teimar em reler capítulos recentes sem olhar para a frente.


E ouso dizer que foi exatamente o que aconteceu com o esporte andreense nos últimos meses. Se já não éramos uma Brastemp, especialmente por falta de investimento creditada ao poder maior, o que dizer do momento atual, do hoje.


Pois é... vamos virar a página. Nosso esporte acaba de chegar ao fundo do poço. Uma estrela que já foi de primeiríssima grandeza hoje está estatelada. Cadente? Decadente! Não dá pra cair mais.



Por absoluta falta de respeito, competência e comprometimento, em Santo André o esporte ainda é tratado como questão de menor importância pelo Poder Público. É uma pena! A cidade tem profissionais gabaritados. E desprezados. O Departamento de Esportes tem profissionais capacitados. E esquecidos, ignorados ou dominados.


Como diria uma professora amiga de casa, a chuva vem de cima. A ordem vem do alto. Para prender ou soltar, investir ou maquiar, motivar ou pisotear, vem lá do alto. Como a chuva. Do alto de um paço. Do gabinete do chefe, do prefeitão. Ou será que Aidan vai dar uma de Lula e dizer que não sabia que o esporte acabaria na vala da indigência?


Portanto, se alguém tem de assumir a culpa por Santo André cair para a vexatória Segunda Divisão dos Jogos Regionais, que seja Aidan Ravin. Não é o todo-poderoso? Então... Ossos do ofício!



Bela virada de página, hein! Então, prefeitão, que tal caminhar sobre as cinzas espalhadas pelo seu jardim -- ou seria quintal? Pegue o elevador, atravesse sua plantação de pedras e faça uma visitinha de condolências ao supersecretário, um "expert" em assuntos esportivos. Quem sabe um apaixonado?



Só não sei quem vai dar pêsames pra quem. Os funcionários do terceiro escalão devem ficar fora do chororo, mas se cismarem de convidar o diretor de Esportes, que não sejam covardes a ponto de elegê-lo como bode expiatório e crucificá-lo isoladamente.



Conversem bastante, avaliem prós e contras da administração na área esportiva. Assumam incompetências individuais e cagadas coletivas. A partir daí, que o prefeitão saiba mexer as peças com sabedoria para tomar a atitude correta.



Antes que o corpo estendido no fundo da vala receba a última pá de cal. Ainda respiramos! Ainda temos o aval da história. Mas só isso não basta! Doces lembranças não movem moinhos. Não cicatrizam feridas provocadas por omissões.


Que o momento crítico sirva de reflexão. Sirva de lição para quem não pode mais dar ombros para situação tão dramática. Que Santo André reveja seus conceitos -- se é que os tem -- e trate o esporte com o mínimo de respeito.


Que o momento triste -- ao menos pra quem tem vergonha cara, e sei que Aidan Ravin tem, pois vem de berço decente --faça com que apareçam os verdadeiros homens comprometidos com o esporte.



Sem caça às bruxas, normalmente peixes miúdos. Sem precipitações. Não dá mais para olhar para trás, para virar a página sem ter o quê escrever. Ou virar a página anterior, no sentido contrário.


Não dá para ser pior! Que vexame! Nosso esporte está na inimaginável Segundona, tanto nos Jogos Abertos quanto nos Regionais. Quem tanto se encheu de orgulho, hoje transborda de vergonha, de decepção.



Ao menos no esporte, vamos, de fato, virar a página. Vamos, de fato, escrever uma história de vencedores. É a sua chance, prefeitão. Como cidadão, eu o desafio a reagir. Por um esporte que já foi campeão em quase tudo. Tá esperando o quê pra tomar uma atitude?

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