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terça-feira, 13 de julho de 2010

Os Jogos Regionais e o lampião de gás

Poucos devem se lembrar, mas estamos em plena disputa dos tradicionais Jogos Regionais, no Guarujá. Melhor: o Grande ABC está no litoral. Para dar as cartas e ainda jogar de mão.

Difícil imaginar algo diferente do que tem acontecido na última década. São Caetano em primeiro, Santos e São Bernardo brigando pelo segundo lugar. E Santo André, mais uma vez, limitando-se a um quarto ou quinto.Sem brilho!

Quanta saudade! Como diz a música antiga: lampião de gás, lampião de gás, quanta saudade você me traz. Muito se falou, nada se fez. Muito se fala, nada se faz. Só conversa fiada! Pra enganar trouxas ou puxa-sacos de plantão. E a grande Santo André está aí, vivendo de saudade.

Saudade de um atletismo imbatível, de um tênis de mesa irresistível, de um judô invencível, de um ciclismo insuperável. Saudade de um basquete empolgante, de um vôlei eletrizante, e vencedor. Saudade de Eloi Schleder, Adauto, Riitano, Bortolocci, Elisângela, William, Moreno, Zé Roberto, Emerson, Brunoro, Carvalho, Novi e extensa cia.

Meu amigo e eterno capitão William deve ficar com lágrimas nos olhos quando olha para a equipe de vôlei que foi ao Guarujá representar uma potência econômica com mais de 680 mil habitantes. É, pra não dizer outra coisa, uma afronta ao bom senso.

Pois é, lampião de gás, quanta saudade você me traz. Principalmente quando olhamos para o hoje. Lampião de gás, lampião de gás, quanto tristeza você me traz. Sim, ficamos tristes, decepcionados com o estado de um esporte que já ganhou todos os títulos possíveis de Jogos Abertos e Regionais.

Porém, hoje o então protagonista exemplar, a ser copiado, é coadjuvante. Vive de pretensos salvadores de plantão, sem carisma, sem compromisso com a cidade e muito menos com o esporte como um todo. Enganadores, nada mais!

A começar por quem promete mundos e fundos e depois -- não precisa ser prioridade -- dá as costas e menospreza o segmento. Por quem fala, grita pelos cotovelos, sem saber direito minimamente o que quer dizer esporte em sua plenitude.

Afinal, quem iria recolocar o esporte no lugar que ele sempre mereceu? É fácil jogar a culpa em administrações anteriores -- que, diga-se de passagem, também pouco fizeram.

Hoje, o quê, de fato, o prefeito Aidan Ravin -- por quem tem respeito -- e o secretário Edson Salvo têm feito pelo esporte andreense? Até agora, com mais de 18 meses de gestão, pouco se fez de prático, de sustentável. O investimento continua pífio, ridículo.

Ou alguém acha que destinar cerca de R$ 1.8 milhão para o competitivo é suficiente? Nunca foi! Pra quem conhece, é risível.Nossos vizinhos, São Caetano e São Bernardo, continuam investindo muito mais, dando muito mais valor ao esporte. E colhendo resultados no alto rendimento sem desprezar os eventos, o lazer, a formação e a Educação Física.

Se o prefeitão não poderia cumprir, não deveria nem ao menos falar em recolocar Santo André no caminho das vitórias e dos títulos. Bem que poderia ser mais inteligente e afirmar que começaria tudo do zero, da base, que reavaliaria investimentos, planejando resultados a longo prazo. A continuar assim, Santo André jamais voltará a ser uma estrela de primeira grandeza no cenário regional, estadual e muito menos nacional.

Lamentavelmente, pelo andar da carruagem -- ou da carreata politiqueira que contorna os paços municipais e os palácios estaduais e federais? --ainda vamos viver bom tempo sem brilhar, sem luz, a sonhar com um passado de glórias. Como no tempo do lampião de gás.

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