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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Sem Parar, pare de me enrolar e aceite o desafio!

Caro leitor amigo, se você está acostumado a reclamar  da Claro, da Oi, da Net, da GVT, do Bradesco, do Itaú, da Prevent Senior, da Amil e de outros inúmeros de prestadores de serviços, por favor, acrescente mais um à lista, que já deve se extensa.

Afinal, não basta reclamar de governos enganadores, dos políticos de meia-tigela, dos planos de saúde, dos bancos, das TVs a cabo, da Internet, da telefonia móvel, da Eletropaulo e de outros quetais.

Minha lista acaba de receber a empresa  Sem Parar, que teve a ousadia de me cobrar por passagens de pedágios e estacionamentos que não realizei. Má fé ou incompetência?  O pior é que acreditei na idoneidade, na credibilidade, da empresa.

O pior é que já está provado, por imagem, segundo verificação de imagens feita por dois dos vários bons  atendentes da empresa, que minha Pajero TR4, a Bala de Prata, jamais passou nos locais mencionados na cobrança.

Ao todo, foram 13 cobranças indevidas, até que o SAC do Sem Parar, por intermédio da solícita Beatriz, providenciasse a troca do Tico e do Teco, mais conhecidos como TIV e TAG.

Depois disso, dia 21 de agosto,   aqui no Shopping ABC,  não tive mais problemas. Só que a falha do Sem Parar -- numeração de equipamento  anterior não condizente com o meu veículo -- precisa ser reconhecida de forma plena.

Com direito e simples exercício de cidadania, contesto o não ressarcimento de nove cobranças indevidas. Duas já foram estornadas em setembro e duas têm a promessa de devolução na próxima fatura.

E as outras nove? Não utilizei os pedágios do Rodoanel-Osasco nos dias 17, 26 e 31 de julho. Também não o fiz nos dias 4 ( três vezes), 5, 7 e 9 de agosto. Portanto, exijo meu dinheiro de volta o quanto antes.

Se quiserem, também posso repetir o desafio que propus ao Detran de São Paulo quando fui multado por uma invasão de faixa exclusiva onde jamais estive. A multa foi cancelada. Coerência. Nada mais. O que parece faltar ao Sem Parar.

O desafio pode ser proposto ao Sem Parar: se a empresa provar por fotos que a  minha Pajero TR4 prata,  EQB- 5153 ( não vale se houver outra idêntica, clonada), passou num desses locais nas datas referidas faço a doação de 100 (cem) cestas básicas para uma instituição de caridade a ser escolhida pelos diretores da Sem Parar.

Em compensação, se a Sem Parar não mostrar imagens das alegadas passagens assume a responsabilidade de doar as mesmas  100 cestas básicas para asilos e orfanatos de minha indicação.

Caríssimos diretores do Sem Parar, fica o desafio. Provem ou paguem! É pegar ou largar! Sejam simplesmente sensatos. Ou vão fugir da raia? O Procon nos aguarda.  

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Corinthians atropela; Santos chora

Antes tarde do que nunca. Preferi assistir ao VT inteiro, no SporTV,  para não falar besteiras sobre a vitória indiscutível do Corinthians sobre o Santos.  Mesmo porque, cansei de ler e ouvir comentários estapafúrdios.

Gente renomada, de todos os canais de mídia, falaram asneiras a dar com pau. Jornalistas inteligentes. Como são opiniões, respeitam-se. Com minha notória discordância.

-- o jogo não teve nada de equilibrado ou ligeira superioridade corintiana. Intenso e inteligente do começo ao fim, o time de Tite atropelou,  passou por cima do  grande Santos como um trator.

-- taticamente, o bom Dorival Júnior,  sobrinho do Dudu da inesquecível Academia alviverde, foi engolido. Não soube enfrentar um time mais consistente, mais consciente, mais determinado, mais maduro e melhor postado. Depois vem reclamar da arbitragem?

-- peças-chaves do envolvente ataque santista, como os selecionáveis Ricardo Oliveira e Lucas Lima, foram anuladas por uma marcação alta, opressora, intensa, dobrada... Ralf e Elias, que não vinham jogando bem, brilharam. Mas homem de Seleção, como Elias, não pode errar tantos passes

-- Jadson e Renato Augusto ditaram o ritmo do baile de Itaquera. O goleiro Vanderlei foi o melhor do Santos, que pouco chegou ao gol de Cássio. Se deu dois chutes com perigo foi muito.

--  Santos de domingo recebeu o troco dos jogos anteriores, quando foi bem superior e mereceu as vitórias. Domingo, parecia um time juvenil.

-- calor do meio-dia é mortal para todos, mas o Santos abriu o bico bem antes. Com essa temperatura torna-se desumano marcar jogos  só para agradar a TV. É bom repensar.

-- sobre a arbitragem, só fico em dúvida sobre a expulsão do David Braz; alguém está mentindo. O juizão diz que  o expulsou por reclamação; o zagueiro garante que foi acusado de ter feito o pênalti. Confundir um negão com um branquelo é absurdo.

-- detalhe é que o pênalti foi marcado pelo auxiliar e depois confirmado pelo juizão, que estava bem próximo do lance, com visão clara, mas ia pipocar.  

-- Wagner Love levou uma pernada, uma rasteira ridícula do jovem lateral Zeca, que na primeira entrevista negou: depois assumiu o óbvio. Poderia ter dito isso ao árbitro antes de toda a celeuma.

--  Além de Zeca, a arbitragem também deveria ter expulsado ao artilheiro Ricardo Oliveira logo no início do clássico. Maldosamente, ele atingiu um cotovelada em Ralf, que voltou a jogar como nos velhos tempos.

-- quem viu pênalti sobre Berola deve procurar um oftalmo com urgência. Tanto quanto quem viu um jogo igual. Tanto quanto quem vê a juizada forçando a barra  só para o Timão. Erram a favor e contra todos. Simplesmente são ruins. E humanos. Portanto, imperfeitos.

--  Grandeza do Corinthians é proporcional à inveja dos inúmeros anticorintianos. Por isso muitos procuram desqualificar um dos três melhores times do Brasileiro e   já o definem como  como campeão favorecido. Como se não tivesse méritos indiscutíveis.

-- choro de santistas e outros "antis" é normal, não é proibido e   não custa nada.  Mas falta sensatez para alguns maus perdedores. Segue o jogo. Desde que agora não passem a prejudicar o líder do campeonato.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Pedra da Mina: sonho, sufoco, conquista...

No último dia 30, um domingo,  calcei a cara e me enchi de coragem para realizar o antigo sonho de chegar ao cume da Pedra da Mina, nas Serras Fina e Mantiqueira, divisa dos estados de São Paulo (Queluz) e Minas (Passa Quatro).

Há controvérsias geográficas e numéricas, mas, com 2798 metros de altitude,  a Pedra da Mina ainda é considerada o quarto  cume mais alto do Brasil. Perde apenas para o Pico da  Neblina, 31 de Março e Bandeira.

A conquista foi difícil, mas doce, prazerosa. O suor, amargo. O cansaço e a sede,  quase insuportáveis. A dor, no limiar,  apenas um detalhe. O visual, deslumbrante.

Quer saber? Foi um sufoco! O maior desafio da minha vida. Um sonho. Uma conquista. Dificuldade supera Agulhas Negras, Prateleiras, Pedra do Baú e até o Nevado Salkantay/Machu Pichu, no Peru.

Foram cinco horas e meia pra galgar os degraus da  escadaria do céu. E quase cinco horas pra descer, descer e descer. A ida, interminável; a volta, infinita. Mas valeu a pena. Afinal, minha alma não é tão pequena.

                            ONÇA, INHAMBU,  COCURUTO E DEUS ME LIVRE

Saimos -- eu  e a  Angela  -- de Santo André  no sábado de  manhã. Três horas  e meia até a  mineira Passa Quatro,  logo depois da  paulista Cruzeiro.    Ficamos na pousada  Pedra da Mina e  fomos muito bem tratados pelo   Paulo e seus funcionários.

No domingo, madrugamos para um café da manhã reforçado e pegamos o guia -- o Guto, ótimo profissional e maior responsável pelo nosso sucesso --  em sua casa às 5h30min. Foram 55 minutos  e 15 km de estrada de terra,  na maioria, até a fazenda Serra Fina, dois quilômetros depois do bairro Paiolinho.

Bala de Prata sofreu viu! Mas chegou inteira. Afinal, é uma 4x4 pequena mas  marruda e teimosa. Só me assustou um pouco na Fernão Dias, quando balançou a 120km/h. Gelei! Bucha?

Nosso bate-e-volta  ( ida e volta no mesmo dia soa  mesmo como loucura de professores de Educação Física determinados) começou exatamente às 6h35min. No início, o frescor da mata e o terreno quase plaino foram nossos amigos.

Nossa única  e leve frustração foi porque a famosa panela vermelha  já  não estava no lugar citado  nos relatos de outros corajosos trilheiros. No lugar dela, uma marmita de alumínio. Algum engraçadinho, espírito-de-porco, passou por ali.

Nosso único medo -- nem tanto, foi mais surpresa --  na ida e na volta, no mesmo lugar, foi ouvir, além de macacos,  o som (ronronar, uivar, miar, rosnar..)  distante da  solitária onça-parda, também conhecida como suçuarana.

Pra falar a verdade, não sentimos medo. Já vimos uma na Serra da Bocaina. E, que ninguém nos ouça, todo santo dia eu vejo uma. Aqui em casa. Ah! Também  chamei um inhambu (nambu) com o antigo pio do meu saudoso pai, seu Valério. E não é que, para nossa admiração, a ave respondeu?

Voltando a falar sério. Agora com subidas em "capoeiras",  com cara de cerrados mais abertos, céu limpo e sol quente, foram cerca de duas horas até o último ponto de água dentro da trilha. Dali se avista algo espantoso, assustador. Chamam-no de cume do Deus me Livre. Preciso explicar? Desenhar?

Para a maioria dos trilheiros/montanhistas talvez seja  mesmo a primeira frase que vem à mente. "Deus me livre".  Pra mim, quando vi aquele monstro, gigantesco, soltei logo um "puuuutaquipariiiiu!". To fora, pensei. Isso é coisa de maluco. E a Angela perguntou se eu queria voltar.

Sem dúvida, ali, próximo da última água,  no primeiro de inúmeros espaços de acampamento, se separam os homens dos meninos. Se alguém tiver de desistir, tem de ser nesse ponto.

Se não engano, são cerca de 2100m de altitude -- saímos de 1550m. Portanto, à nossa espera ainda uma ascensão de 700m.  Uma senhora diferença de altimetria.

Passando pelo topo do Deus me Livre (  mais ou menos 2400m), pelos cocurutos e pelo Enganador --  seria Deus me Livre II ou quiqueutofazendoaqui? --  com cerca de 2600m.

Cá entre nós, sem falsa modéstia, não é pra qualquer um.  Com o perdão da palavra, não basta ser foda, nem fodinha; é preciso ser fodão. Ainda mais quando falamos de dois sessentões.

Nunca trepei tanto. Nas pedras. Haja subida, cumes e falsos cumes, cristas e capim elefante. Em compensação, a partir daí, visuais de tirar o fôlego. Agora de deslumbre, de alegria.

Um colírio para olhos cansados. O maciço de Agulhas Negras e Prateleiras, Pico dos Três Estados, Capim Amarelo,  Tartarugão, Itaguaré e Marins.

Nossa meta, a  sonhada Pedra da Mina, continuava às escondidas. Havia sempre um falso cume -- né, Guto? -- a impedir nossa visão. Ou seria consequência da fadiga?

Como se não bastassem as "escaladas" subsequentes, comecei a sentir um certo desconforto --  no caso, queimação e cãibra (câimbra) -- nos quadríceps, musculatura das coxas. Fiquei assustado. Não era uma simples dor muscular. Mas passou na descida.

O ataque ao cume -- agora o real, derradeiro --, ao lado do Vale do Ruah --  soou como último suspiro. Foram 20 minutos de sede, suor, dor e determinação indispensável pra quem (eu) está debilitado.

Minha companheira de aventuras, Angela, foi guerreira e ainda encontrou forças pra me motivar. Desta vez me superou. O que me deixou muito orgulhoso.

Cinco horas e meia depois de escalaminhadas e trepa-pedras sem fim, a conquista, o ápice. Uma sensação indescritível. Mais uma montanha nos recebia de braços abertos. E o céu azul nos presenteava com um visual maravilhoso.

Ao lado -- nem tanto mas parecia pertinho -- um mar de montanhas e vales verdes. Abaixo,  várias cidades do Vale do Paraíba, o rio e a via Dutra.

                                          NA DESCIDA TODO SANTO AJUDA?

Curtimos o cume por cerca de uma hora. Cumprimentos, orações, descanso e muitas fotos. Pra não abrir o bico na descida, tome  banana, laranja, barrinha de cereais, rapadurinha, polenguinho, Gatorade e um refrescante guaranita, refrigerante da cidade oferecido pelo Guto (tel 035-33713355), responsável pela Mountain Trekkers Aventuras -- entre no facebook).

A água foi racionada, já que eu falhei ao não armazenar pelo menos três litros quando passamos da última "bica", lá no pé do primeiro falso cume.

Animados, felizes, descansados, sem dor,  motivados e sob sol quente, sem sombra,  iniciamos a descida sem fim por volta das 13h. E depois ainda dizem que "na descida todo santo ajuda". Cascata pura! Vai lá, descer da Pedra da Mina. Não acaba nunca.

Foram exatas três horas de ribanceira, raras ascensões e sede a dar com pau. Sorte que o Guto quebrou o nosso galho ao ceder dois goles do seu líquido precioso. Eu não queria abusar. Fora o cansaço e o receio de uma torção de tornozelo ou joelho né?

Meio quebrados -- a Angela não se dá bem nas descidas, muito menos em precipícios, e sentiu dor nos joelhos -- chegamos à água salvadora -- pra mim --  exatamente às 16h. Corpo molhado com água cristalina, squeezes cheios e sorriso no rosto, lá vamos nós pra última perna da jornada.

Foi aí que percebi a falta do meu stick, tão útil na subida quanto  quase inútil -- pra mim -- na descida. Por isso o amarrei na mochila. Perdi. Não fez falta. Também não tive espaço pra ficar triste com uma perda tão insignificante e compararmos com a grandeza do momento.

Daí pra frente, foi capoeira na descida e depois mata mais fechada em terreno  quase plaino. Rendeu a caminhada. Também rendeu a conversa sobre história das famílias. A do Guto é invejável, exemplar. Rendeu um pôr-do-sol  derradeiro, de fazer inveja por entre galhos de árvores.

Exatamente às 17h57min chegamos à casinha, no início da trilha. Lá estava a bala de prata, quietinha,  à nossa espera. Na volta, na estrada do Paiolinho, ainda fizemos mais fotos do poente avermelhado delineado pelas montanhas.

                                               ONCOTÔS, AGULHAS, DICAS E SUGESTÕES

Valeu a pena? Sim, muito! Se eu voltaria? Não tenho certeza. Foi um sufoco! Talvez seja mesmo melhor subir num dia, ver o pôr-do-sol e  a lua cheia (além de dormir em barracas adequadas), e descer na manhã seguinte, com direito ao nascer do sol.

Repito: desafio não é pra iniciante, juvenil  sem preparo físico e sem o mínimo de pegada, determinação. Além daquela pitada de  concentração e humildade para evitar tombos e erros fatais. Ideal é contratar um bom guia, com referências seguras.

Desafio da Pedra da Mina  também não permite "oncotôs", aqueles paraquedistas sem noção, que não sabem direito  onde nem por que estão ali, normalmente ao lado de amigos desinformados.

Trilhas são demarcadas, batidas,  mas é possível, sim, se perder em alguma bifurcação ou capim alto. Tudo se complica ao extremo se chover muito ou cair um nevoeiro. Ou se o "corajoso" for marinheiro de primeira viagem, sem  bússola ou GPS e  sem  alguma noção de navegação.

Também julgo importante, além da hidratação,  não se esquecer da alimentação adequada, do boné (ou chapéu), do protetor solar, de botas especiais ( nada de galocha, tênis novo ou no bagaço,  ou chinelo;  coisas de oncotô) e de calças específicas para trilhas dentro e fora da mata.

Camisetas, de mangas curtas e compridas, complementam o vestuário ao lado de um corta-vento. Se estiver muito frio, não abuse. Pra completar, pelo menos um stick (bastão, cajado) ajudaria bastante. Se tiver alergia a insetos, leve um repelente.

Nossa! Estava a me esquecer de um detalhe importantíssimo: tenha plena consciência no quesito preservação ambiental. Trata-se de um dos biomas mais importantes do planeta.

Não destrua uma planta sequer. Saquinhos, latinhas de cerveja, pets, papel higiênico... Não deixe nada pra trás. Apenas respeito, admiração e saudade. A natureza te aplaude. Seus filhos e netos te agradecem.

Pra quem me perguntar sobre o nível de dificuldade comparado com Agulhas Negras, não tenho dúvidas de responder. Embora falemos de desafios diferentes, com relevos e terrenos  rochosos distintos, sofri muito mais na Pedra da Mina. Mas repito: vale a pena.

                                                  1320 KM DE AVENTURAS

Pra compensar a  distância da viagem, depois de Passa Quatro -- onde há outras boas atrações turísticas além da Pedra da Mina --  passamos três dias entre  mais picos, grutas, cachoeiras e corredeiras do Parque Estadual de Ibitipoca-MG. Outra beleza!

Águas límpidas, douradas, de rios com fundo de pedras. Ah!  A janela do céu é coisa de outro mundo.  Sensacional! Imperdível! Pico do Pião também é interessante, passando pela Gruta dos Viajantes.

Nosso passeio de oito dias recheado de aventuras -- foram 1320km --  também passou por Carrancas(MG), a capital nacional das cachoeiras e quintal da Rede Globo.

Uma mais bela do que a outra. Fumaça, Zilda, Racha da Zilda (sim, o que você pensou, acredite, é verdade), Esmeralda, Índio, Moinho, Coração, Escorregador.. Como moldura, o "Monte Roraima", aquele que aparecia todo dia  na novela Império.