Seguidores

terça-feira, 23 de junho de 2015

Um tratorzão 6.0 no Pico de Agulhas Negras

Pico mais alto do mundo, o sonhado Everest fica na fronteira do Nepal com o Tibet e tem cerca de 8850m. O temido K2, no Paquistão,  vem em segundo lugar com 8611m.

Também no Nepal, fronteira com Sikkim, com 8598m, está o Kanchenjunga. O Lhotse, na face sul do Everest, tem 8501m. Em quinto lugar vem outro vizinho do Everest, o Makalu, 22km a leste, com 8463m.

No Brasil, segundo dados oficiais do IBGE, o campeão de altitude é o Pico da Neblina, com 2993m. Fica no Amazonas, divisa com a Venezuela. Na mesma Serra do Imeri está o 31 de Março, com 2972m.

Nosso terceiro pico mais alto está fincado na Serra do Caparaó, divisa de Minas Gerais com o Espírito Santo. É o Pico da Bandeira, com 2892m. Em seguida vem a Pedra da Mina, na divisa de Minas com São Paulo. Fica na Serra da Mantiqueira e é nosso próximo desafio.

Com 2791m, o famoso Pico de Agulhas Negras é o quinto colocado em altitude e fica na Serra de Itatiaia, divisa de mineiros e cariocas, dentro do Parque Nacional de Itatiaia, o mais antigo do Brasil.

Pois é... foi que lá que estive no último sábado, na gratificante companhia do meu genro/filho Danilo, do grande amigo e companheiro de viagem, Milton César, e do prestativo guia Val, da Gute Passeios.

Pela terceira vez a sensação de conquista foi emocionante. Uma conquista mútua. Muito mais dela, a montanha,  do que minha. Sim, porque minha amiga sempre me recebe de braços abertos e com brilho nos olhos.

Empatia, identificação e sintonia fina,  sem palavras pra definir. Tudo começou em 2003, se renovou em 2013 e se fortalece agora em 2015, exatamente como planejei, ao completar 60 anos.

Modéstia à parte, de tão motivado, me senti um tratorzão 6.0. Na trilha, na primeira laje escorregadia -- onde se separam os homens dos meninos -- , na segunda; na primeira escalada com corda, nos trepa-pedras sem fim e na assinatura do tradicional Livro do Cume.

Caminhar numa paisagem meio que lunar e chegar ao cume não é pra qualquer um, não! Motivação, superação, confiança, humildade, atenção, coragem, força, resistência, flexibilidade e companheirismo são indispensáveis. É uma lição de vida!

Em Penedo, distrito de Itatiaia, uma sexta-feira de noite e madrugada chuvosas. Operação ascensão corria o risco de ser abortada. Fomos  dormir a uma da manhã pra acordar às cinco e pegar o guia às seis, com km 318 da Dutra.

Tempo ainda estava fechado, com muitas nuvens, também em Engenheiro Passos. Pela estrada asfaltada até a Garganta do Registro -- bar do finado seu Miguel, agora do filho Nelson -- não dava pra ver nada. Garoava.

Pico de Prateleiras, Morro do Couto, Agulhas... nada a vista. Tempo carrancudo, fechado. Na estrada de terra de 13 km que dá acesso à portaria, nem mesmo os mirantes nos permitiam a visão do belo vale ou da Pedra da Mina, do lado oposto, à direita de quem sobe.

No entanto, pouco adiante, ali no Brejo da Lapa, com o termômetro a marcar 5º ( campos de altitude, a 2100m), uma visão tão surpreendente quanto capaz de provocar largos sorrisos de felicidade. Do nada, demos de cara com um céu  todo azul a emoldurar o Sol a despontar.

Nuvens, mais tarde, só lá em cima, depois de superarmos o risco de pedras molhadas. Mas as vimos de cima pra baixo. Do Itatiaia-Açu, um dos ícones do maciço de Agulhas, avistamos um mar de nuvens aos nossos pés. Uma beleza que não me fez sentir qualquer frustração por não poder enxergar as cidades lá embaixo.

Mais uma vez, valeu a pena. Subimos em 3h30min (com descansos estratégicos) e descemos em duas horas, pois as pedras já não estavam tão lisas. A montanha sempre vale a pena. Agulhas sempre vale a pena. Com certeza, lá ainda voltarei com meu neto Victor e meu afilhado Bruno.

Na descida a gente festeja no seu Miguel, com cerveja, chope Kalena, pinga com mel, pastel,  pão com linguiça, queijo mineiro, pinhão, pamonha e muitos, muitos causos. Meninos tomam guaraná Mantiqueira.

Se na via Dutra estiver chovendo canivete não há problema. Os deuses da montanha estarão de plantão. E o astro rei novamente nos acolherá. Com a bênção de Deus!

 



quinta-feira, 18 de junho de 2015

Brunão não é a casa-da-mãe-joana

Cuidado, senhores dirigentes do Esporte Clube Santo André! Cuidado, apaixonados torcedores do Ramalhão!

Pelo andar da carruagem, o Estádio Bruno José Daniel não vai demorar muito pra virar casa-da-mãe-joana para satisfazer  caprichos de políticos de plantão.

Calma, amigo leitor! O Brunão não vai virar prostíbulo. Ainda não! Porém, por pura incompetência e desorganização do Poder Público, o estádio está prestes a deixar de ter o esporte,  mais precisamente o futebol,  como protagonista.

Pelas intenções -- ou decisões? --  recém-anunciadas pelo nobre prefeito Carlos Grana o espaço sob as arquibancadas  será readequado para receber -- pasmem -- parte das secretarias de Educação e de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos.

Corre-se o sério risco de colocarem Gilmar Silvério no gol dos fundos e Paulinho Serra como centroavante matador, bem próximo do gol de entrada?

Caro prefeito, você é um brincalhão! Além de mero arremedo de administrador público. Será que seus nobres secretários não têm alternativa mais plausível?

Centro Público de Emprego, Trabalho e Renda, cujo aluguel  de R$ 55 mil andou atrasado por cinco meses, também pode ter o mesmo destino.  Quem sabe o setor se dê bem nos antigos vestiários de tristes e históricos alagamentos...

Administração municipal alega necessidade de corte de gastos -- mais de R$ 2 milhões anuais em aluguel --  para estancar parte do rombo nas finanças. O que não deixa de ser um atestado de incompetência.

O Bruno Daniel passa por reformas estruturais intermináveis   com o objetivo de virar arena multiuso. Custos totais devem ficar próximos de R$ 20 milhões, com financiamento do governo do Estado e contrapartida da Prefeitura petista.

Até prova em contrário, ou o fim do Ramalhão, o Bruno Daniel é a casa de um futebol de tanta história e tradição. Portanto, mesmo que provisoriamente, não há por que querer adaptar as novas instalações para receber Obras, Educação e cia.

O máximo que se poderia admitir é a transferência da Secretaria de Esporte e Lazer, além do sonhado Museu do Esporte e até mesmo a sede da Liga de Futebol Amador, que já foi a maior da América do Sul.

Todo espaço físico  não ocupado pelo futebol do Santo André pode ser utilizado por outros segmentos do esporte andreense. Sem essa de querer transferir a Prefeitura para o estádio

Logo vão querer usar o gramado para uma peladinha entre  secretarias, entre os esquadrões de Gilmar e Paulinho. Ou o gramado seria mais útil para estacas, lonas e barracos, objetivo principal dos sem-teto?

Embora o Brunão seja municipal e o futebol do nosso Santo André esteja momentaneamente em baixa, é bom que  os torcedores e os meus amigos Jairo Livolis e Celso Luiz de Almeida ponham as barbas de molho.

O palco dos belos gols de Tulica, das defesas milagrosas de Tonho e das atuações irretocáveis e inesquecíveis de Fernandinho, Élcio, Arnaldinho, Da Silva, Sandro, Lance e tantos outros pode virar uma zona.

Sim, uma casa-da-mãe-joana a serviço de gente insensível, pretensiosa,  que sempre encarou o esporte como algo pequeno, de prioridade 727. Gente que usa o esporte, e as coisas do esporte, como marionete. Sempre com interesses pessoais ou políticos.

Que os homens do esporte se manifestem contra a decisão do senhor Carlos Grana e de seus asseclas de meia-tigela. Consequências podem ser nefastas; futuro pode ser negro.

Que os torcedores do Ramalhão façam ecoar um grito de contestação com a força de um grito de gol em domingo de decisão. Antes que seja tarde e nosso futebol profissional vá pra cucuia.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Praça esportiva deve ter nome de esportista

Gente, quanta conversa fiada! Políticos de São Bernardo não conseguem disfarçar. Estão em pé-de-guerra por causa do nome do Poliesportivo Municipal.

Inaugurado em 1999, o belo ginásio ganhou o nome do pai do então  prefeito William Dib, tradicional e ferrenho opositor do PT.

Claramente, agora, o PT de Luiz Marinho -- o mesmo que está a construir um museu em homenagem ao venerável Lula, seu mentor -- quer  apagar o nome Adib Moyses Dib para dinamitar o alvo  político que lhe interessa.

Alternativa sugerida, apenas em estudos,  é o naming rigts, nada mais do que a exploração do nome da praça esportiva por tempo determinado, mas  por uma empresa privada.

Exemplo da parceria está aqui mesmo em São Bernardo. A Arena Caixa alia justa homenagem ao Professor Oswaldo Terra, um exemplo de dedicação ao esporte no Grande ABC.

Só que, para ostentar o nome,  a Caixa Econômica Federal paga R$ 1,8 milhão por ano à Prefeitura com o objetivo de manter o atletismo da cidade. Não dá para desprezar!

Talvez esteja aí a solução ideal: homenagem a alguém íntegro, a  quem merece pelos serviços prestados à comunidade sambernardense, somada a significativa verba para o esporte.

No caso  do poliesportivo o beneficiado seria o vôlei, mas também poderiam incluir o handebol que tantas alegrias nos tem proporcionado. Talvez Arena Banco do Brasil. Ou Arena Petrobras? Ou vão impor Arena LILS?  Arena FIFA já não combina! Quem sabe Arena BNDES...

Só que o segundo ( ou seria primeiro?) nome jamais deveria ser de um político. Independentemente de partido. Praça esportiva deve ter nome de esportista ficha limpa -- de fato, sem ser corrupto,  como Havelange e extensa cia  --  e fim de papo.

E, felizmente,  o que não falta em São Bernardo é esportista de coração, com quilométrico histórico de serviços em prol do esporte. Muitos dedicaram sangue, suor e lágrimas às cores do município. Bem diferente destes nossos políticos de meia-tigela e prato cheio de incompetências.

É o mesmo caso de Santo André. Já escrevi que o Complexo Esportivo Pedro Dell' Antonia deveria se chamar Laís Elena Aranha. Não precisa ser agora. E que o Estádio Bruno José Daniel, o Brunão, deveria homenagear o artilheiro Tulica.

Assim como um ginásio de vôlei poderia levar o nome de Antônio Carlos Moreno ou William Carvalho, o nosso capita. Uma pista de atletismo teria vários candidatos: Elói Schleder, Marilson Gomes dos Santos, Adauto Domingues, André Domingos, Roberto Dantas e tantos outros.

Como acontece com a casa do handebol, o ginásio de Camilópolis, hoje Noêmia Assumpção. Multiatleta andreense "destronou" a homenageada da família Brandão.

Assim deveria ser em todo lugar. Por respeito a quem tanto fez pelo esporte. Meritocracia! Simples assim! Sem oba-oba nem puxa-saquismo familiar, corporativo ou político.

À casa do esporte, um ícone do esporte! Ao novo teatro  o nome de um ator ou diretor de primeira grandeza; ao hospital, um nome respeitável da medicina. E ao político  apenas o que merece a maioria dos políticos. Xiii... Mandei mal! Lotação da Papuda está esgotada.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Taquarussu-Pedra Grande, caminho de felicidade

Ao lado do irmão-amigo Moisés, do sobrinho/afilhado Bruno e do amigo-irmão Zé Luiz, voltei a caminhar sobre e sob as belezas Paranapiacaba e Mogi das Cruzes no último sábado.

Saímos de Santo André às 6h30min e iniciamos, de fato,  o desafio a pé,  até a Pedra Grande da Quatinga ( distrito de Mogi das Cruzes) às 7h50min, ali na antiga Vila de Taquarussu, também já no município de Mogi .

Antes mesmo de descer da Bala de Prata, um sentimento de tristeza, decepção tomou conta do ambiente. Afinal, a charmosa e encantadora Taquarussu agora está cercada de arame farpado. Sim, arame farpado, aquele de cercar gado. Segundo informações, a propriedade, é particular. Portanto, o dono faz o que quer. Agora, ele  aluga o espaço para eventos.

Com a justificativa de que pretende evitar que vândalos e outros deseducados destruam um patrimônio que já poderia ter sido tombado pelo Poder Público o proprietário privou muita gente de conhecer mais de perto o que sobrou da histórica mineradora Fanti e Begliomini, que abastecia de carvão e madeira os trens da São Paulo Railway.

Agora, infelizmente,  damos de cara com a rudeza do arame farpado; já não se podem curtir o verde, o lago, os carrinhos de transportar carvão, o armazém, as casas da época, a bomba de combustível centenária, o  coreto e a bela igreja de Santa Luzia.

Bem que, a se confirmarem as informações oficiosas,  a Prefeitura de Mogi poderia se esforçar pra comprar aquele pedaço de paraíso e transformá-lo numa opção turística das mais interessantes e lucrativas. Bom pra todos!

Por falar em Prefeitura de Mogi das Cruzes, também poderiam olhar com mais carinho para o Caminho do Sal, que continua com trilha sem manutenção e sinalização  deficiente. Especialmente ali próximo do antigo Pesqueiro Pedrinhas.

Sobre a caminhada propriamente dita, até a Pedra Grande, foi gratificante. De novo! Ali também o Poder Público poderia facilitar a vida dos turistas fãs de caminhadas. Não há qualquer sinalização para orientar os pobres mortais. Como nós!

Só não encontramos problemas nem nos perdemos porque já estive lá outras duas vezes. Não teria como errar. Fizemos cerca de oito quilômetros em duas horas. Percurso só judia, de fato, quando se entra na trilha à direita, no finalzinho da estrada.

Dentro da mata, a coisa fica preta -- mas nem tanto --  depois de seguir ao lado da cerca e do muro que protegem uma propriedade particular. É subida que não acaba mais. A última delas, já no pé da pedra, é tão curta e íngrime quanto traumática.

O visual, lá no alto de 1.l22m, em 360º,  é sensacional. Envolvente! Aconchegante!  A natureza nos recebe de braços abertos, nos acalma e nos brinda de forma plena. O verde nos contorna como se fosse um manto sagrado. O vento nos refresca como água de cachoeira. A luz do sol nos ilumina por todos os ângulos.

Sob o testemunho de um céu azul, a amizade, o respeito e o companheirismo nos fazem mais pacientes, mais humildes, mais humanos. Lá no alto, com vistas pro Litoral, Paranapiacaba, Rio Grande da Serra, Suzano e Mogi, a gente troca a pequenez da dor pela grandeza da felicidade.

Lanches, frutas, sucos, risos e brincadeiras sem limites lá em cima. Risos, escorregões,  tombos sem consequência e felicidade ladeira a baixo. Chance zero para a tristeza na trilha e na estrada de terra batida.

Chance zero para o egoismo, para a vaidade e para a mentira no riacho de águas cristalinas, à sombra das araucárias. Chance zero para o triunfo do individualismo. Subimos juntos, Caímos juntos. Vencemos juntos. Perdemos juntos. Conquistamos e somos conquistados pela natureza. Juntos!

Por isso a gente volta, volta e volta. Por uma pitada de felicidade. Pra viver belos momentos ao lado de quem respeitamos, de quem amamos sem pedir nada em troca.