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domingo, 12 de abril de 2015

Sal, descaso e a melhor Skol do mundo

Voltei a percorrer o Caminho do Sal neste final de semana. Agora ao lado dos amigos Zé Luiz e Valdeir.

Saímos da   nossa charmosa Paranapiacaba às 6h30 e chegamos a Taiaçupeba,  distrito de Mogi das Cruzes, ao meio-dia.

Portanto, foram cinco horas  e meia para cumprir 23,9 quilômetros. Sim, 23,9k. Diferente dos 27,5 anunciados como oficiais pelas três prefeituras responsáveis pelo caminho.

Conforme números do pessoal de São Bernardo, Santo André e Mogi, o percurso total é de 53,5k. Nada disso! Outro dia, de carro, fiz a medição do início, na Rodovia Caminho do Mar, até  Paranapiacaba. Deu 23,5k.

Isso quer dizer que o Caminho do Sal, somadas as duas "pernas",  totaliza cerca de 47,4 quilômetros. Considerando-se pequenos erros de metragem, o CS tem no máximo 48k.

Voltando ao desafio de ontem. Retornamos pelo mesmo caminho. A pé, lógico! Saímos de Taiaçupeba às 12h30min e chegamos ao Clube Lira Serrano em  cinco horas e 40 minutos. Dureza, mesmo, só no trecho final,  na subida de Taquarussu

Convenhamos: uma bela vitória, uma conquista para três malucos quase sessentões. Com direito a muita conversa, muitas risadas e dores no limite do suportável, além de rápida nadadinha num riacho próximo da vila de Taquarussu.

Sem falar  nas duas pinguinhas com cambuci e na melhor cerveja do mundo, tomada na pracinha diante da igreja de Taiaçupeba. Ou alguém ousa dizer que não é a melhor Skol da face da terra depois de andar cinco horas e meia?

Lado triste da caminhada de 60 mil passos foi constatar, mais uma vez, que os responsáveis pela rota -- preferencialmente ciclística mas praticamente sem ciclistas nem pedestres -- só se preocuparam com o lançamento da bela idéia. Ao menos é o que parece.

Essa segunda perna continua mal sinalizada e ainda sem a mínima manutenção na antiga estradinha -- hoje trilha recheada de lamaçais quase intransponíveis -- que começa pouco depois do pesqueiro Pedrinhas.

Infelizmente, para quem sai de Paranapiacaba,  não há sinalização indicando a entrada da trilha, à direita. Melhor, hoje existe, já que ali colocamos, num poste, uma plaquinha de madeira, bem provisória.

Há, ainda, vários outros pontos primários ou secundários sem a devida orientação. Como na casa branca a um quilômetro de Quatinga. Nenhuma seta salvadora, nenhuma placa indicativa pra quem vai. Nem pra quem vem.

Também é aconselhável não depender dos moradores. Sem orientação dos idealizadores, raramente alguém sabe da existência do Caminho do Sal. Muito menos pra que lado seguir.

Por isso, como turista viciado em caminhos e montanhas,  volto a sugerir mais atenção dos responsáveis. Não basta parir; é preciso criar. Não basta inaugurar; é preciso cuidar, orientar, fiscalizar, reavaliar.

Caminho do Sal, repito, é uma bela opção turística. Especialmente para ciclistas e caminhantes que moram no Grande ABC e na Grande São Paulo. 

Porém, a antiga estrada de Mogi das Cruzes pode virar um mico turístico se os homens do Poder Público não tiverem humildade para corrigir as falhas de sinalização e fazer a manutenção preventiva.

Placas corretas e bem mais visíveis seria o primeiro passo, assim como colocar setas com cores vivas e refazer a medição total do percurso.  Passar uma máquina na "trilha", tirar o carro desovado e orientar os moradores para darem informações corretas também seriam atitudes interessantes para todos.

Mais uma observação à Prefeitura de Mogi: faltam respeito e educação àquele senhor de baixa estatura e cabelos longos que mora e toma conta da pequena Taquarussu.

Ao lado de três cachorros, o cara parece se julgar dono da vila. Nada pode! Não pode passar. Não pode pôr lixo nem no latão. Não pode tomar água. E tome a fita amarela e preta de interdição. Isso espanta o turista.

Infelizmente, hoje,  prestes a completar um ano do oba-oba inaugural, nada melhorou no CS. Pelo contrário, já que nos trechos de Santo André e São Bernardo a sinalização também é precária.

Por enquanto, a negligência, o descaso e a falta de comprometimento -- principalmente de Mogi --  prevalecem. Ou será que algum servidor municipal virá a público para alegar falta de verba como justificativa solitária? Seria ridículo! Mas é possível. Afinal, está no DNA de qualquer político e/ou autoridade sem resposta convincente.

Lamentavelmente, deixaríamos de tomar a melhor Skol do mundo em Taiaçupeba. Ainda bem que temos a melhor água do mundo naquela biquinha da bela Luminosa, no longo e tradicional Caminho da Fé.

Por sinal, muito bem sinalizado, com setas amarelas pintadas estrategicamente por mais de 400 quilômetros de postes, mourões de cercas, árvores e até pedras. Ficam as sugestões.


quinta-feira, 9 de abril de 2015

Deficientes estão no plano de governo de Grana?

Caro leitor, acredite se quiser: aulas de natação do Nanasa para pessoas com deficiência ainda não começaram. Nem têm data pra início em 2015. E já estamos na metade de abril.

O Nanasa -- Núcleo de Apoio à Natação Adaptada de Santo André -- é responsabilidade de uma Prefeitura irresponsável . Ao menos com os 120  alunos deficientes. Antes eram 240 e a fila de inscritos à espera de vaga é enorme.

Uma vergonha prestes a se tornar vitalícia, como já escrevi. Há  cerca de 15 dias, mais uma vez, os homens públicos -- leia-se Secretaria de Educação --  assumiram o compromisso de bancar o programa criado  há 12 anos pelo antigo Departamento de Esportes, hoje Secretaria de Esporte e Lazer.

No entanto, até agora, nada aconteceu. Hoje coordenadora do programa, a Acide -- Associação pela Cidadania das Pessoas com Deficiência -- já entregou a documentação exigida, mas o Poder Público ainda não se manifestou oficialmente.

Impressão é de que estão, de novo, querendo empurrar com a barriga. O que não é novidade nos últimos anos. Se não ao menos receberiam o pessoal da Acide.

Em 2014,  quando nossos alunos também ficaram por muito tempo a ver navios, a Prefeitura prometeu incluir a verba de aproximadamente R$ 700 mil no orçamento de 2015. Mas não cumpriu. Por isso as aulas ainda não começaram.

Como a resolução do problema é pra ontem, o amanhã acaba por ficar distante. Tão distante quanto perigoso, já que paciência tem limite. E a paciência dos dirigentes da Acide e demais pais de alunos com deficiência está por um fio. É uma bomba relógio prestes a explodir.

Existe, até, possibilidade real de manifestação pública contestando a falta de atitude e de comprometimento do governo municipal com causa tão nobre.

Basta de mentiras! Basta de desrespeito! Se o prefeito Carlos Grana não acordar, se   não agir com firmeza, coerência e rapidez para solucionar o problema, a coisa vai ficar preta.

Não sem razão, já que a verba não é nada de excepcional. Embora o prefeito reclame da redução do orçamento, os valores são irrisórios diante da envergadura do programa.

É um segmento da sociedade que merece prioridade. Ou será que a ciclofaixa implantada em fevereiro é muito mais importante que a natação. O Nanasa não é apenas esporte; é, acima de tudo, sinônimo de inserção social.

A conta não é tão difícil. Se a Prefeitura prevê direcionar cerca de até R$ 5 milhões anuais ao ciclismo, por que não pode investir a sétima parte nos deficientes? Não estou a descartar a importância da ciclofaixa. É só um exemplo!

Nas matérias festivas e nada jornalísticas em comemoração aos 462 anos da cidade o prefeito  garante que já cumpriu metade do planejado e assumido em setembro de 2012.  Mas será que, ao menos como penduricalho,  as pessoas com deficiência fazem parte dos oito eixos do seu plano de governo?

É bom lembrar que a reforma ~e modernização do Estádio Bruno José Daniel, a casa do EC Santo André, está no plano de governo e as obras estão em andamento. Independentemente de parcerias e verbas estaduais e/ou federais. E para os deficientes nada?

Lamentavelmente, nem atitude, nem atenção. Muito menos uma merreca orçamentária.Tampouco honradez para cumprir a prometido. Por que é tão difícil para nossos governantes honrar a  palavra dada?

Só pra completar: a culpa não é apenas do Poder Executivo. Onde estão nossos  nobres vereadores que não se posicionam,  não  fazem nada  de concreto para ao menos minimizar o transtorno? E os nossos  grandes empresários, potenciais patrocinadores? Quanta omissão! De todos.

                                                                        DE PRIMEIRA

*** Circulação de guardas municipais no Parque Central melhorou mas ainda deixa a desejar. De vez em quando,   utilizam a viatura para um rápido passeio. Ontem, por volta das 11h, mais uma vez o veículo desfilou dentro do parquinho, onde havia inúmeras crianças. Aturar cachorro já incomoda. Imagine uma viatura. Cadê o chefe da GCM?

*** Por falar em Parque Central, descuido com lagos e peixes continua flagrante. Especialmente com os lagos menores, na parte superior. Sujeira toma conta de tudo. Por onde anda o nosso Depav?. E o supersecretário da área?

*** Por falar em Secretaria de Mobilidade Urbana e Obras e Serviços Públicos o trânsito de mão dupla no final da Visconde de Mauá, na vila Assunção,  tráfego é intenso e pesado nos  três horários de pico. Sem falar na velocidade de ônibus conduzidos por motoristas irresponsáveis. Basta conferir e avaliar! Por que não mão única?

*** Outra sobre mobilidade: permissão de estacionamento para clientes de farmácia e loja de produtos ortopédicos no final da Guilherme Marconi fere a inteligência de pobres mortais. Não é possível que o afunilamento aconteça apenas por pura teimosia do Departamento de Engenharia de Tráfego. Ou seria por determinações superiores, como na administração Aidan Ravin?

   

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Ramalhão: um presente de grego

No aniversário de Santo André, o torcedor do Ramalhão recebeu um verdadeiro presente de grego.

Derrota de 3 a 1 ontem à noite em Araraquara deixa a equipe andreense com remotas possibilidades de acesso à elite do futebol paulista.

Pior do que o resultado, só mesmo a performance do time de Vilson Tadei. A Ferroviária foi superior do primeiro ao último minuto.

Santo André nem parecia fazer um jogo decisivo pra quem sonha com uma das quatro vagas. Além de apatia,  mostrou falhas individuais e coletivas imperdoáveis. E nos três setores.

Sistema defensivo foi um fiasco. A começar pela zaga, que deu espaços em demasia, foi lenta, desatenta e sem determinação.

No meio-campo, apenas o veterano Marcinho Guerreiro marcou de forma ostensiva. Armadores foram contemplativos na marcação e omissos na construção de ações ofensivas.

Por isso, e também em função da falta de aproximação dos três setores e do excesso de passes errados, o ataque não deu trabalho aos lentos zagueiros da Ferroviária.

Incrível foi ver o atacante Muller Fernandes -- autor de belo gol de falta no último minuto --  pedalar e dar chute no vácuo quando o time perdia de 2 a 0. Tá de brincadeira!

Ferroviária mostrou por que líder e está praticamente de volta à elite estadual. Um time bem armado, que sabe o que quer. Taticamente, engoliu um adversário passivo.

Meio-campo da  tradicional AFE teve espaços para deitar e rolar. Principalmente Alan Mineiro (autor do terceiro gol) e Danilo Sacramento. Pio e Roberto, no primeiro tempo, fizeram os outros gols.

Ramalhão jogou menos do que pode. Agora não adianta chorar.


 

terça-feira, 7 de abril de 2015

Prós e contras de uma (cara) ciclofaixa

Inaugurada em fevereiro, com custo questionável de aproximadamente R$ 5 milhões, a ciclofaixa implantada pela Prefeitura de Santo André tem sido motivo de críticas e elogios.

São  10,1 quilômetros exclusivos para os ciclistas. Circuito dominical tem início no Paço Municipal e segue pela avenida Perimetral, Santos Dumont, Artur de Queirós, General Glicério, Industrial, Padre Vieira (junto ao parque Celso Daniel) e rua das Figueiras.

Atividade física propriamente dita vai das 8h30min até 14h30min, mas ruas e avenidas são ocupadas das 6h até as 16h30min, por conta da necessidade de montagem e desmontagem, que incluem colocação de cones, sinalização e interdição de ruas.

E é exatamente aí que a roda pega. Não se discutem a importância e a utilidade de um espaço específico para o ciclista de todas as idades, com a adesão de família e amigos. Atividade física, lazer,  integração social e ganho de qualidade de vida são inquestionáveis.

Porém, não há como fechar os olhos para os gastos e os transtornos causados ao trânsito. Especialmente  do centro e dos bairros Casa Branca e Jardim, vilas Bastos e Assunção.

Há momentos, espaçados nessas mais de 10 horas, em que atravessar ruas e avenidas vira um caos. Tente, por exemplo, chegar à vila Assunção vindo pela Santos Dumont. Vai penar porque o acesso -- no mínimo 50 veículos por minuto -- pela Guilherme Marconi está bloqueado. Haja volta!

Trânsito também  é mais prejudicado na Santos Dumont com a Artur de Queirós, na General Glicério com Luís Pinto Fláquer e Bernardino de Campos, na estação com a Industrial, na Padre Vieira com a D. Pedro II e na rua das Figueiras.

Outro gargalo  pontual tem lugar na avenida José Amazonas por causa do farol. Assim como no acesso à avenida Perimetral, próximo ao estacionamento do Paço e ao  Diario do Grande ABC. Passei por isso domingo ao meio-dia.

Como a intenção  dos responsáveis pela Prefeitura é ampliar o percurso para quatro parques -- Celso Daniel, Pignatari, Juventude e Central, é bom colocar as barbas de molho.

Para o amigo ciclista vai ser uma maravilha, mas para a mobilidade veicular a expectativa é de caos.
Pode ter uma semana de camelo e um domingo de cão.

A não ser que o DET (Departamento de Engenharia de Tráfego), vinculado à Secretaria de Mobilidade Urbana e Obras Públicas,  estude muito bem os próximos passos e avalie prós e contras com profissionalismo e extrema rigidez técnica.

Se a preocupação se limitar a agradar e dar mais visibilidade ao prefeito, além de satisfazer a apenas um segmento significativo da população -- cerca de 4/5 mil por domingo -- o DET pode dar com os burros n'água.

É bom reavaliar a situação atual, corrigir algumas distorções e depois, sim, ampliar o circuito do pedal. Fica, também, a sugestão para que observem os custos e não se esqueçam do que é, realmente, prioritário.

Segundo um amigo,  especialista em pinturas, o custo de R$ 5 milhões anuais para manter e fazer funcionar os 10,1 quilômetros já foi exorbitante, assim como em São Paulo. "Eu pintaria com qualidade, por bem menos, e ainda daria os cones de brinde" -- garante Pedro Sarti,  o Pedrão.    

Bahia: o peixe morre pela boca

Confesso ter ficado em dúvida sobre o título do texto de hoje,  referente ao vereador Evilásio Santana, o popular Bahia, do DEM.

Opção inicial era A volta de quem não foi. Depois pensei em O Esporte agradece. Não sei por que, mas acabei optando  por O peixe morre pela boca.

Ao menos foi essa a justificativa do prefeito Carlos Grana. Bahia teria falado demais antes mesmo de o convite para assumir a Secretaria de Esporte e Lazer ser oficializado e o acordo político sacramentado.

Em outras palavras, deu a impressão mesmo de Bahia ter falado demais e  brincado com coisa séria. Quer dizer, nem tanto, por tratar-se de politicagem barata com o objetivo específico de equilibrar as forças situacionistas e oposicionistas na Câmara Municipal.

No fundo, no fundo, segundo fontes íntimas do Poder Legislativo, o vereador também contou com o ovo no uc da galinha e se deu mal. O prefeito brincalhão acordou a tempo. Faria mais uma cagada.

Outra corrente da Câmara entende que tudo não passou de um balão de ensaio quando o senhor Grana acenou com a possibilidade de negociar duas secretarias -- Esporte e Desenvolvimento Econômico -- para fragilizar o chamado G-12, grupo teoricamente independente e de oposição ao Executivo.

Como o dono do poder não gostou das declarações de Bahia entre seus pares e  principalmente na Imprensa,  entendeu que retirar o convite oficioso era a melhor opção. Deu sorte! Sondagem preliminar  só fez crescer os olhos de um vereador sem papas na língua.

Tudo isso, no entanto, não muda nada no esporte da cidade. A discordância -- além de alguns conselhos ao pé-do-ouvido -- fez o prefeito acertar por acaso. Mas, infelizmente,  a Secretaria continua em estado terminal, porque nas mãos nada hábeis de Marta Sobral.

Um triste paradoxo pra quem foi protagonista na Seleção Brasileira. De basquete. Como secretária, como gestora do esporte, insisto, é um zero à esquerda.

Por culpa absoluta de mais um prefeito omisso, que usa o Esporte apenas como moeda de troca política, num desrespeito flagrante ao cidadão.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Vejinha: crianças ou o senhor ostentação?

Falo, aqui, como pai, avô, educador, jornalista e leitor assíduo da revista Veja. Endosso e assino embaixo pelo menos 70/80% do que leio. Como crítico, lógico que não poderia concordar com tudo.

Exemplo é a capa da Veja São Paulo de 25 de março. Respeito, lamento, mas não posso fazer coro com os editores da Vejinha.

A foto do cartola  Marco Polo del Nero no gramado de num dos templos do futebol brasileiro, o histórico e sempre aconchegante estádio do Pacaembu, resvala em acinte.

Bem a caráter, o novo presidente da Confederação Brasileira de Futebol aparece de terno, chuteiras douradas e com a bola debaixo do braço direito.

No tapete verde por onde desfilaram Pelé, Rivelino, Ademir da Guia, Gérson, Ivair,  Sócrates e cia, o novo dono da bola-- e do poder maior --  aparece sentado numa cadeira almofadada. Um trono para o novo rei.

Vaidoso, exibicionista, prepotente,  egocêntrico,  mulherengo, rico e com salários próximos de R$ 200 mil  mensais, é o retrato fiel de uma bomba atômica chamada poder. Seu nome é Marco. Sobrenome:ostentação.

O ex-presidente do Palmeiras e da Federação Paulista de Futebol assume no próximo dia 16. E o futebol brasileiro não vai mudar nada, absolutamente nada,  nos próximos quatro anos.

A CBF será ainda mais milionária. As federações continuarão ricas. Porque seus cordeirinhos interesseiros não largam as tetas da confederação. E os clubes, mal-administrados e relegados a segundo plano, ficarão ainda mais atolados em dívidas impagáveis.

Por isso  tudo vão se enganar redondamente aqueles que acham que os 7 a 1 da Alemanha foram obra do acaso ou apenas da incompetência scolariana,  e só voltarão a acontecer daqui a 500 anos.

O senhor ostentação não precisa mostrar competência, ética, comprometimento, profissionalismo. Basta manter o mensalinho de R$ 100 mil. As polpudas mesadas  das federações estaduais elegem e reelegem seus protegidos ao bel prazer. Sem contar as outras benesses em troca de votos.

Apoio político incondicional! Concluio! Compadrio! Infelizmente, um troca-troca tão corriqueiro quanto  vergonhoso. É assim que funciona o submundo. A meritocracia é tão rara quanto uma confissão de culpa de 80% dos políticos brasileiros. Quem se atreve a concorrer?

O senhor ostentação joga no mesmo time de José Maria Marin, Ricardo Teixeira, João Havelange, Joseph Blatter, Nicolas Leoz e outros encastelados que confundem comando de uma entidade com o quintal de casa ou o convés do próprio iate. Puro abuso de poder!

Por isso entendo mas  discordo da Vejinha. A manchete bem que poderia vir da chamadinha que aparece discretamente na faixa superior da capa. Especial Crianças: um tira-dúvidas em 40 questões que afligem os pais.

A matéria de oito páginas dedicadas ao senhor ostentação não acrescenta absolutamente nada às necessidades do leitor sério. Muito menos à clamada ressurreição do futebol brasileiro.

As 15 páginas direcionadas aos pais e  às crianças são exemplares. Excepcionais! Jornalismo limpo, informativo,  objetivo, consistente. Uma cartilha a serviço de pais/leitores responsáveis.

O leitor de Veja sabe o que quer. Tenho certeza de que a maioria discorda da opção editorial.  Respeito à escolha jornalística não significa concordância. Dar tamanha visibilidade ao senhor dos anéis -- das pulseiras e dos braceletes --  é no mínimo discutível.

Aceitar passivamente a arrogância de Del Nero é comparável a ignorar a existência de mensalões, petrolões e outras falcatruas governamentais. Independentemente da coloração partidária.