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quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

O médico, o coveiro e o esporte

"É uma pessoa da cidade, tem representatividade e ligação direta com a área, inclusive é conselheiro do EC Santo André e do Aramaçan".

Essa a essência da justificativa protocolar do prefeito eleito Paulinho Serra para  escolher o médico ginecologista e obstetra Marcelo Chehade como novo secretário de Esportes de Santo André.

Esportes agora sem o Lazer, que, estranhamente, vai se juntar à Cultura. Tão estranho quanto seria se o Esporte fosse depender das rédeas e do orçamento da Educação, como se ventilou.

Convenhamos,  currículo  o digníssimo doutor é bem pobre na área esportiva. Se bem que  para assumir o cargo hoje ocupado por Marta Sobral ninguém precisa de histórico brilhante. Basta fazer o jogo político que interessa ao poder maior.

Ressalva importante sobre a grande pivô da Seleção Brasileira: a atleta olímpica e campeã mundial foi medíocre como gestora. Portanto, parece  humanamente impossível o  vereador eleito para o terceiro mandato ser ainda pior.

No fundo, no fundo, o motivo da preferência é bem outro. Ninguém é trouxa o tempo todo. Mais uma vez o Esporte é  utilizado como simples moeda de troca política.

Afinal, Marcelo Chehade, presidente do PSDB andreense,   também foi o mentor do retorno do prefeito eleito ao partido que fez do jovem Paulinho a bola da vez. Porque a única.  Pura exclusão!

Por absoluta falta de  melhor opção Serra cumpriu as próprias diretrizes.  Escolheu um político para o cargo e uma esportista para adjunta. Aparentemente, só pra inglês ver. Adjunto (a) não apita nada. Figura decorativa. Sei do que falo.

Dirigente  vitalício e ícone do Santo André, Celso Luiz de Almeida declinou do convite para voltar ao comando de um  Esporte cada vez mais sem norte. Fez o que pode em dois mandatos petistas. Mas não faz milagre.

Outro cotado, o empresário Fernando Gomes, ex-vereador e vice-presidente do PSDB municipal, ficou com a Secretaria de Inovação e Administração. Sem o mínimo perfil para o Esporte.

Nome  também citado -- ou plantado pra ver se colava? -- antes mesmo do segundo turno foi o de Bahia, ligado ao futebol amador do segundo subdistrito e vereador em fim de mandato. Seria um absurdo!

De qualquer forma, Chehade foi uma escolha exclusivamente política. Simples assim! Só pra variar. Sem essa de achar que ser da cidade e conselheiro de clube é sinônimo de credencial esportiva.

Isso não quer dizer que o doutor não pode ser útil. Deve ter moral com o chefe e jogo de cintura suficiente para lidar com o poder. Além disso, pode agilizar parcerias na área da saúde.

Laís Elena Aranha, ícone do basquete feminino nacional como jogadora e técnica, foi premiada como adjunta. Se vai dar certo são outros quinhentos. Tenho enorme respeito pela história da Laís, mas não sei se vai falar grosso e se o seu olhar vai ter a amplitude que o Esporte merece.

Sabe como é... se a visão for tacanha, focada apenas no sucesso do basquete feminino de tanta tradição, a vaca vai pro brejo. Se a brasa for puxada  só pra própria sardinha, danou-se. O Esporte vai continuar no fundo do poço.

E sem orçamento minimamente digno, aceitável, médico e esportista terão enormes dificuldades para cumprir metade do plano de governo divulgado pelo ex-goleador no Primeiro de Maio. Plano bem parecido com os vistos nos últimos 16 anos. Papel aceita tudo! É só checar!

Torço, sinceramente, para que ambos tenham sucesso. Porém, não acredito. Não basta o prefeito prometer.  To pagando pra ver. A Prefeitura deve pra meio mundo. Competência, boa vontade e parcerias talvez não sejam suficientes.

Assim como outros equipamentos esportivos, as piscinas do Complexo Dell' Antonia estão desativadas e muitos atletas e técnicos de várias modalidades -- natação, handebol, xadrez.. -- ainda estão sem salário. Uma vergonha!

Orçamento do Esporte nas últimas gestões foi uma merreca. Dinheiro de pinga! Que novidade né? Mas a obrigação é do senhor Grana. O atual prefeito não honrou a palavra e, de forma irresponsável, vai deixar o abacaxi para o Paulinho.

Como, repito,  a Prefeitura está atolada em dívidas, o Esporte vai depender de migalhas e abnegados. Esqueçam grandes obras de infraestrutura e conquistas no alto rendimento.

Se o setor, que um dia foi motivo de orgulho da população, anda em estado terminal há muito tempo, não será surpresa se empacotar de vez. Sem medalhas, sem eventos, sem escolinhas, sem professores, sem técnicos e talvez sem teto.

Pelo andar da carruagem, a tarefa está prestes a fugir das mãos de esportistas, médicos, parteiras, professores, políticos e outros quetais. Em breve estará nas mãos de um coveiro.

O  desrespeitado esporte de Santo André não vai sentir um pingo de saudade de Aidan Ravin e Carlos Grana. A bola está com Paulinho Serra. E jogo não se ganha só no gogó.

O Esporte não reivindica prioridade; só clama para  ser tratado com  dignidade.  

domingo, 11 de dezembro de 2016

Um deserto, uma obra de arte

São Paulo, Santiago, Chile
Um avião, um aeroporto
Calama. Clima  muito seco
Pick ups  vermelhas

Mais uma hora de asfalto
Nada visto do alto
Energia eólica captada
Pedras sobre pedras

Um retão sem fim
Um mundo sem capim
Um morro sem jasmim
Um deserto só para mim

Eis que surge San Pedro
Um verde, enfim
Um pequeno oásis
Um belo jardim

Cidade pequena
Rio solitário
Terra batida, campo minado
Adobe no quintal

Uma casa impecável
Gente como a gente
Um francês nota 10
Uma  doce atacamenha

Um queijo, um vinho
Um pão quente, um  regalo
Croissant de dar água na boca
Uma saudade cortante

Uma deusa, uma foto
Uma lágrima, uma lembrança
Filhos, netos, sorrisos
Paixões infinitas

Sol  é abundante
Chuva é raridade
Estrelas incontáveis
Lua cheia na janela

Beleza encantadora
Arrebata; tira o fôlego
Céu azul é redundância
Esculturas em abundância

Vale de la Luna
Uma obra de arte
Vale de la Muerte
Paisagem de marte

Vento cortante
Por do sol paralisante
Superlua  empolgante
Vulcão de todos nós

Licancabur é infinito
É do povo de cima
Lascar é o pai de todos
Língua (cortada) de fogo

Altitude assusta
Mas não faz refugar
Vamos respeitar
E escalar sem medo

Antes, vamos aplaudir
Lagunas, gelo e dunas
Vulcões, cerros e  salares
Gêiseres, termas e cavernas

Um quadro perfeito
Pintores sem pincéis
Formas e contrastes sem anéis
Olhar divino,  sobrenatural

Sim, tem o dedo de Deus
Obra do sol e do  vento
Sim, aquilo já foi mar
Impossível não chorar

Cores e magia
Contos e encantos
Em cada ponto
Em cada canto

Cume e cratera
Desafio e conquista
Horizonte a perder de vista
Abraços. Promessa cumprida

De repente, parei
Orei, agradeci e pensei
Tudo que vi antes...
Rabisco,  mero rascunho

Ali, na aridez do Atacama,
Nos relevos lunares
Quintal de lhamas e flamingos
Natureza passada a limpo

Colírio para olhos
Beijo no coração
Afago na alma
Mundo inesquecível

Deserto! Oásis!
Pintura! Miragem!
Paraíso! Gratidão!!!

Obrigado senhor









quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Vulcão Lascar, expedição 230-A

Sem qualquer pretensão de ser melhor, apenas viver seus sonhos e atingir seus objetivos, a  "Expedição 230-A" passou duas semanas no Chile e na Argentina. Santiago, Calama, San Pedro de Atacama,  Toconao, Talabre,  San José del Maipo, Penitentes, Puente del Inca, Las Cuevas...

Com direito a deserto esculpido por deuses, montanhas altíssimas, vulcão ativo, lagunas "flutuantes",   asfalto, ripio,  vicunhas, lhamas, lobos, flamingos,geysers, águas termais,  nevados, vinícolas,  neve, caverna, estrelas,  gelo,  muito calor, muito frio, muito vento e muito vinho -- bom e barato..

Falar do céu sempre azul e da beleza  inigualável do por do sol no deserto do Atacama é redundância. E a  superlua cheia brotando ao lado do  Vulcão Licancabur?   Inesquecível!

Pra fechar com chave e susto de ouro,  no domingo, dia 20, 18h, um terremoto de 6.4º na escala Richter, na Argentina. Portanto,  aventura e emoção pra dar e vender.

Um dos pontos altos da viagem  foi a ascensão do temido Vulcão Lascar,  a 150km da pequena San Pedro de Atacama,  nosso quartel-general e de onde sua fumarola pode ser vista, especialmente pela manhã.

Mais belo, mais próximo, onipresente, inativo, inofensivo e  imponente, o Licancabur (5.950m), "vulcão do povo de cima" exige pelo menos dois dias de atividades intensas. Quem sabe na próxima!

Última erupção mais representativa  do Lascar -- língua  e fogo ou cortada no dialeto quéchua --  aconteceu em abril de 2006 e  sua fumaça chegou ao  Brasil. São 5.592m de altitude até o cume. A cratera fumegante, um pouco abaixo, tem 750m de diâmetro e 300m de profundidade.

Depois de quase cinco dias de adaptação  ao clima e à altitude, com inúmeros passeios, cansativos mas fabulosos,  chegamos ao ponto culminante na sexta-feira, dia 18 de novembro último.

Tudo pronto! Véspera sem exageros alimentares nem alcoólicos. Só chá de coca. Também sem excessos. Não precisa tanto. Cria dependência desnecessária para a maioria.

Roupas adequadas em três camadas sobrepostas, meias especiais,  luvas, gorro, bota de trilha, bandana, óculos escuros, soro fisiológico, colírio, protetor solar e sticks pra auxiliar na dura caminhada com aclive  bem acentuado. Tubinho de oxigênio ficou na mochila. Sem uso.

Com cara e  coragem,  companheirismo, bom preparo físico e psicológico, também  levamos bastante água, castanhas, chocolates, gel e barrinha de cereais. Tudo sem muito peso na mochila. Consumimos pouco.

Saímos às 7h da manhã do Holiday House Atacama Soleil.  Locação da casa do francês nota 10 Phillipe e da  doce atacamenha Viviana foi um achado, impecável, inesquecível. Nosso muitíssimo obrigado a ambos.

Com apoio da tecnologia --  GPS, Google Maps,  Wikiloc -- nossa  Hilux 4x4 vermelha, alugada no aeroporto de Calama, encarou um verdadeiro rali.

Asfalto, terra e depois muito  ripio; solavancos  intermináveis em costelas até a  bela Laguna Lejia, onde entramos  à esquerda e  atravessamos um  trecho de deserto repleto de marcas de pneu.

Mas o mapa de estradas e trilhas foi preciso. Por isso, embora reconheçamos importância e  profissionalismo, dispensamos guia e agências, com custos nem sempre ao alcance de todos.

Paramos no sopé do doce monstro, parceiro do Vulcão Águas Calientes (também chamado Simbad), que fica ao lado, é um pouco mais alto ( 5.924m) e gera confusões. Especialmente naquelas  lindas fotos de divulgação tiradas ao lado da laguna.

Demos sorte. Céu claro, limpo,   frio suportável, pouco vento e trilha bem marcada,  em zig-zag.  Sinceramente, não havia como errar. Guia não é imprescindível, se estivermos preparados e se o tempo ajudar.

Começamos a maratona às 9h. Inclinação assustadora. Terreno difícil.  Arenoso e com pedriscos deslizantes. Passos não rendem.  Os pés afundam. Por isso a importância dos bastões de caminhada.

Primeiros 30 minutos são cruciais.  Não adianta forçar. Extremamente cansativos. Cheguei a pensar que estava indo para o inferno, não para a cratera. Como dizem que o inferno é pra baixo, continuei subindo.  Coração de atleta (veterano) saltitante.

Segredo é subir ao passo, como ensinou nosso guia Amoroso, na travessia Salkantay/ Machu Picchu,  Peru. Quase 5 mil metros, ar rarefeito. O bicho pegou! Optei por ditar o ritmo em 80 passos. Subi pra 100, voltei para 80, 60, 50 e cheguei nos 30 no final do primeiro terço do desafio.

Depois,  mais adaptado, focado  e sempre bem hidratado, optei pelo número mágico: 80 mini passos, descanso estratégico "para ver a  linda paisagem", sem sentar,  e um pouco de água a cada 15/20 minutos. Foi uma boa. Sobrevivi com certo louvor, sem dores nem temores.

Superados os  malditos falsos cumes, segundo e terceiro terços foram engolidos sem tantos transtornos. Confiança, otimismo, nada de incômodos musculares insuperáveis e sem transtornos com a altitude, cada vez mais significativa.

Chegamos à cratera, e não ao inferno,  em 2horas e 45min. Cheiro de enxofre não chegou a incomodar tanto.  Uma visão extraordinária. Um paraíso repartido com outros dois grupos, com dois guias e mais seis corajosos .

Extenuadas mas recompensadas, Marilene e Angela ficaram na boca da cratera conversando com uma brasileira. Eu e o Milton  conversamos, calculamos e encaramos o cume confiantes.

O guia do casal brasileiro falou em mais 50 minutos pra subir e uns 20 pra descer.  Subimos em 33min e descemos em 10min. Sem medo, com sticks  e pernas mais abertas. E sem freio. Caí de bunda numa pedra mas o Milton nem viu. Por isso não riu.

Mochilas leves nas costas, aceleramos um pouco na descida  da cratera, mas não conseguimos alcançar as esposas, que "fugiram" enquanto estávamos no cume,  onde gritei, agradeci a Deus e  orei junto ao pequeno cruzeiro e uma mini-estação meteorológica -- pelo menos deduzi por causa dos fios.

Contando com a via de emergência --  aquela para caminhões em declives acentuados --, por nós apelidada de "caixa de brita",  soltamos os freios. Por sorte, deu tudo certo. Os joelhos operados reclamaram um pouco,  mas suportaram com louvor. Sem falar que já tive duas tromboses.

Um tombinho aqui outro ali é inevitável. Faz parte.  Mesmo porque, cortamos caminho, agora optando pela trilha em linha reta. Porém, é preciso não querer descansar sentando. E também não se levantar rapidamente quando beijar o chão. Aí a pressão cai e a tontura é inevitável.

Uma hora depois, quando chegamos no carro, as duas já estavam acomodadas. Mesmo porque, eram mais de duas da tarde e o vento cortante  agora começava a judiar. Ainda bem que não nos pegou na montanha.

Nariz escorrendo e  certa dor de cabeça  também  compõem o pacote vulcânico por causa da descompressão. Descer muito rápido não é bom negócio. Nem sempre na descida todo santo ajuda.

Cansados, mas extremamente felizes pela conquista, pegamos a estrada de volta. Com a certeza de que o Lascar  merece  muito respeito mas não é nenhum bicho-de-sete-cabeças.

Um desafio, uma conquista, um abraço. Afinal, somos amigos da montanha.

 À noite, aquele jantar festivo, regado a um belo vinho chileno com queijo de primeira.  Sem contar o delicioso churrasco de despedida do nosso anfitrião nota 10.

Sem falsa modéstia, merecemos! Coisa de loucos ou gente grande;  não é pra qualquer cristão não.

A  vitoriosa expedição 230-A acabava de atingir mais uma meta. Só pra lembrar: somos três aventureiros  amadores e sonhadores com 61 anos de idade e um com 47. Na soma, dá 230.

E já estamos  pensando  na próxima. Assim meus  cinco netos poderão ouvir e curtir mais  causos e histórias vividas pelo vô babão. Quem  sabe as lendas dos quase 7 mil metros do Aconcágua, o topo da América?

Só pra não passar batido: na semana seguinte ao Lascar chegamos bem pertinho de Confluência/ Acampamento Base  do Aconcágua na visita ao parque argentino. Ficamos em Penitentes/Puente del Inca, nas barbas do terremoto de San Juan, com epicentro a mais de 100km de profundidade.

Sei que o Aconcágua é muito  difícil. Desafio pra pelo menos 15 dias e gente experiente no ramo. Vou amadurecer a ideia. Afinal, nada é impossível enquanto temos a ousadia de sonhar e a coragem de tentar.

domingo, 4 de dezembro de 2016

Grana dá outro calote no Esporte

Um chefe de Executivo caloteiro? Isso mesmo! Nada de surpresa! O  ainda prefeito Carlos Grana acaba de perpetrar mais um ato vergonhoso e desrespeitoso com o Esporte de Santo André.

Todo mundo sabe que a  decepcionante administração Grana deve pra meio mundo. Alguns amigos e dependentes de cargos comissionados  insistem em fingir que não, mas todos sabem que o pires está na mão.

Fornecedores, prestadores de serviços, funcionários concursados e  tantos outros sentem na pele as consequências de quem se fantasiou de gestor público e se esqueceu de que a Prefeitura não é salão de bailes. Tampouco uma Sapucaí.

Vítimas de calote coletivo estão em todas as partes. E o cara ainda queria se reeleger. Chegou ao segundo turno. Pasmem!  Por isso levou uma lavada. Uma derrota tão cantada quanto acachapante.

Não porque o  jovem eleito Paulinho Serra seja o suprassumo da competência. Nada disso! Deve até discordar, mas ganhou por WO,  por  absoluta falta de adversário. O poste também levaria.

Então... durante a última semana a Secretaria de Esportes e Lazer  anunciou  aos mais de 20 supervisores de modalidades representativas da cidade que não pagará os salários de outubro e novembro.

É de cair o queixo! Fico indignado pelas vítimas. Sinto nojo!  Papelão hein prefeito! Que merda! Que vergonha! Desprezo ao Esporte e débitos recorrentes vêm de muito tempo, mas agora é a pá-de-cal. Um tapa na cara do cidadão.

Caro senhor,  tome um cálice de humildade --- por favor, não confunda a bebida -- e se coloque no lugar de supervisores, técnicos, fisiologistas, roupeiros, massagistas, médicos, fisioterapeutas,  preparadores físicos e atletas.

Prefeito, gente boa,  a responsabilidade é sua. Que tal  você olhar pra sua família e perguntar se ela se orgulha de tais atos? Faça isso, e se lembre dos dependentes destas pessoas que acreditaram na sua palavra.

Alguns vivem de empréstimos e favores pois já passam necessidade. Não têm como pagar o aluguel, a conta da água, a conta da luz. Tampouco a assistência médica dos filhos.

Senhor Grana, procure no  antigo e bom  dicionário, na  Wikipédia ou no Google o que quer dizer caráter, vergonha, respeito, honradez. Sua atitude mesquinha não encontrará respaldo em nenhuma delas.

Obrigação é sua  como autoridade maior, não do próximo prefeito, que, por sinal, andou prometendo mundos e fundos no plano de governo (utopia pura!) e não vai ter como cumprir. Fala muito! E o peixe morre pela boca.

Seja macho,  prefeito! Seja decente! Já que não soube administrar e contou com o ovo no uc da galinha ao se imaginar contemplado com gordas verbas federais, tire do seu salário, venda seu carro, sua casa,  e honre sua palavra.

Talvez seus amiguinhos políticos -- aqueles santinhos de pau oco que  não sabem de nada e  sempre tiveram parcerias transparentes com construtoras e empreiteiras -- tenham alguma sobra para os nossos atletas comprarem o almoço ou o pãozinho de amanhã.

Algum deputado ou senador -- independentemente de partido, já que quase todos são estrume de mesmo gado e/ou mamam na mesma teta -- há de ter uma sobrinha na piscina, no colchão ou em  paraísos fiscais. Só que  nossos representantes não aceitariam dinheiro sujo.

Seu Natal deve ser legal né prefeito? Será que a mesa dos nossos representantes -- aqueles que só são lembrados quando  brilham e trazem medalhas -- será tão farta? Será que o Papai Noel será tão generoso com as crianças quanto você foi com  pais de família que suaram, choraram e sangraram pela sua/nossa cidade?

Com certeza, caro senhor, não haverá fartura. Nem presentes. Graças à sua incompetência como gestor, à sua negligência na escolha do seu secretariado, ao seu desrespeito com um Esporte de tantas glórias.

Bons tempos!  Pirelli, SESI e cia... Hoje a realidade econômico-financeira do País é outra.  Naquela época, além de campeões de tudo,  nossos atletas eram  reconhecidos e respeitados mundialmente,  o mês tinha 30/31 dias e eles pagavam seus credores.

Naquele tempo,  cara, os homens honravam a palavra dada.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Desafios e mancadas na Corrida dos Eucaliptos

Terceira edição da Corrida dos Eucaliptos, dia 25 de setembro, em Santa Branca-SP, foi tão desafiadora quanto desorganizada.

Realizado dentro de uma bela reserva de eucaliptos, o evento  organizado pela ZBR Clama Sport tem tudo para ser brilhante, atraente. Mesmo porque, também movimenta a economia da  pequena cidade, que recebe cerca de dois mil visitantes.

Intuito do nosso texto é avaliar com isenção; não é execrar. Para merecer elogios, no entanto, precisa  minimizar algumas mancadas.

Beleza dos eucaliptos, da natureza em si, é indiscutível. Embora, durante a corrida, não dê muito pra ficar sentindo aromas perfumados. Todos só querem andar, correr e chegar.

Percursos com ascendentes e descendentes significativas também é bem interessante. Não é pra qualquer iniciante, juvenil. Bem difícil. Prato cheio especialmente pra quem já está saturado de corridas urbanas, em ruas asfaltadas.

Lógico que há  flagrantes variações de logística e objetivos quando o assunto é rural. Estrutura é bem diferenciada. Porém, organização aceitável é o mínimo que o corredor pode e deve exigir. Mesmo porque, paga caro.

Não basta, nós, corredores  na maioria amadores, fazermos aquela festa,  tradicional e contagiante. Alegria, adrenalina nas alturas, otimismo e orgulho por concluir o desafio e receber a bonita medalha; tudo são componentes indissociáveis do atleta.

Por falar em medalha, a gravação nela aponta 7km, 14km e 21km, em vez de 20km, conforme anúncio em site dos promotores. Será que os deslizes começaram com medição conflitante do percurso?  Não sei não se aquelas plaquinhas brancas, escritas em vermelho, marcavam 20 ou 21km. A conferir.

Existem outros, mas problemas mais graves na Corrida dos Eucaliptos começam pela falta de opções decentes para estacionamento. Um caos! É carro pra todo lado. No acostamento do asfalto e em qualquer estradinha estreita, de terra. 

Nosso veículo, por exemplo, ficou a mais de um quilômetro  do local de largada. Isso porque chegamos com mais de uma hora de antecedência hein!

Para chegar à largada você tem a sensação  (deduzo) de ser  um daqueles bois entrando no antigo corredor dos matadouros. Como em São José do Rio Pardo e São Sebastião da Grama.

Após desistir de utilizar um dos poucos banheiros químicos devido às longas filas, o "herói" dos eucaliptos entra na muvuca. Aos trancos, vai ganhando espaço. "Com licença. Com licença. Obrigado!"

Um caminho bem apertado, com barracas  de equipes e organização (?) tomando  metade da largura. Muitos atletas, como eu, Zé Luiz e Manoel,  caminhavam sobre o barranco  e faziam necessidades primárias ali mesmo, entre árvores de pequeno porte. Sei não se aqueles eucaliptos vão vingar!

Em espaço ainda reduzido, largada sugeria estouro de uma boiada, o que é normal em muitas corridas. Sempre existem os apressadinhos. Que nem sempre chegam ao final.

Só que a 50m  você já entra à direita e sobe por uma espécie de picada, com terra fofa e tocos de eucaliptos recém-cortados. Com certeza muita gente beijou o chão.  Brincadeira de mau gosto, convenhamos!

Outro pecado da organização foi  não dar as caras durante os percursos de 7km, 14km ( o nosso) e 20km. Presença apenas nos  três postos de hidratação, feita  apenas por meio de galões de água, conforme avisado com antecedência. Imagina ficar distribuindo copinho? E o meio ambiente?

Como não havia ninguém  monitorando com veículo, nem mesmo moto ou bike, e a ambulância estava estacionada lá antes da largada, o que seria feito se alguém passasse mal ou um levasse um  simples tombo e precisasse de socorro com urgência?

Também não existia com clareza qualquer marcação como referência de quilometragem percorrida ou restante. Muitos, como eu,  gostam. Apenas  pequenas setas a indicar cada rota. Mesmo assim teve gente que se perdeu no percurso dos 20km, foi parar no asfalto e correu dois quilômetros a mais.

Pessoal dos 7km também andou chiando. Ouvi várias meninas e senhoras reclamando que percurso tinha pelo menos dois ou três quilômetros de "bônus".  Nove ou 10?  Isso é organização?

Mulherada ainda reclamou  do preço do kit. "Onde já se viu o kit básico custar em média R$ 100 e não incluir nem uma camisetinha?". Meu kit era completo, com squeeze, adesivo e uma camiseta sem restrições. Paguei R$ 60 porque já sou sessentão.  Mas concordo com a moça de Ribeirão Pires.

Também concordo com a opinião de várias pessoas que lamentaram muito a existência de uma árvore de grande porte caída no meio da trilha, no final,  coincidente,  dos três percursos. Erro primário!

Trilha na mata foi até bem maneira, legal mesmo. Uma surpresa agradável! Mas sem essa de obstáculo natural. Faltou checagem/fiscalização antecipada e retirada da árvore -- não caiu naquele dia não -- ou alteração do percurso.

Pior mesmo é que ali se encontraram os corredores das três opções de percurso. Imagine afunilar e provocar um congestionamento de mais de 100 atletas. Tenho a foto. Festiva, porém chocante.

Ficamos ali parados por mais de 15/20 minutos porque nem todos conseguiam transpor o tronco sem dificuldades. E o tempo correndo. Lamentável senhores organizadores! Poderia ser evitado. Fica a sugestão.

Sinceramente, a alternativa pra quem gosta de correr na natureza é tentadora, tanto que foram cerca de dois mil malucos, a maioria suada mas com sorriso no rosto,  mas assim não dá pra voltar não.

Estava até propenso a correr 13km, sem subidas e descidas,  na Guaranis Race, lá na aldeia, em Boraceia, em 2017, mas vou   relaxar e repensar.

Quer saber? Talvez seja melhor fazer um aquatrekking (?) no riacho límpido,  lá no fundo do condomínio Morada da Praia, e depois tomar caipirinha de lichia. Só não sei se na casa do Zé Luiz ou do Manoel.

Em tempo: completamos sim os 14km. Cansados, doloridos e realizados. Nem por isso com o senso crítico abalado. Que a ZBR Clama fique ligada e tenha humildade para reconhecer erros e  crescer.

Oficialmente, entre os 24 sessentões que correram os 14km, fiquei em 15º. No geral dos 14km, fui o 290º entre 350. Tempo líquido oficial foi de 2h09min33seg. Meu tempo real, que, por justiça, deveria ser o considerado pela cronometragem, seria pelo 15 minutos a menos.

Mas tudo bem. Afinal, havia uma árvore no meio do caminho. No meio do caminho havia uma árvore. Pois é, Drumond, sua famosa pedra, aquela da poesia,  seria café pequeno.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Apesar de você...

"Apesar de você" é uma das obras primas do cantor e compositor Chico Buarque de Holanda. Criada no início da década de 70, a música contestava a ditadura do regime militar.

Sob o comando do general Emilio Garrastazzu Médici, o governo era sinônimo de  repressão, tortura, violência, censura, exílio e  até morte, com a instituição do AI-5 e outros atos institucionais capazes de enojar e amedrontar o cidadão comum, além de artistas, políticos, religiosos e jornalistas.

Dizem os especialistas que os militares, entre eles o presidente,  não gostaram nada nada da música. Lógico! Estranho seria se fosse o oposto. Mas a filha de Médici gostou tanto que Chico compôs "Você não gosta de mim, mas sua filha gosta".  Kkk! Ótimo!

Onde quero chegar com tal lembrança quando o assunto de um jornalista do esporte deveria ser a  Olimpíada? Não tão longe. Só me permito usar o "apesar de você".

Pois é... Apesar de você, Luís Inácio, o Brasil tem jeito. Basta olhar para os atletas olímpicos. Cada um tem sua história de vida, quase sempre sofrida. Regada de necessidades e lágrimas verdadeiras.  Todos são vencedores. Apesar de você!

Pois é... Apesar de você, Michel, o Brasil tem jeito sim. Basta olhar para a medalha de ouro da Rafaela. Negra, pobre, violenta, favelada, desamparada... e dourada. Apesar de você!

Sim, também apesar de pessoas poderosas como você, Dilma, o brasileiro volta a ter orgulho do seu País e de aplaudir de pé a  segunda medalha de bronze da gaúcha  Mayra Aguiar. Apesar de você, guerrilheira!

Apesar de vocês,  políticos de meia-tigela,  que não lutam, não suam e não sangram, amanhã há de ser, sim, outro dia. Para o Brasil e para o esporte brasileiro. Sem caixa-2, sem mensalão, sem petróleo, sem corrupção, sem compadrio, sem cinismo.

Apesar de você, Cunha, o esporte brasileiro sobrevive. E nos enche de orgulho, de alegria, de emoção. O handebol empolga o torcedor, o basquete masculino perde mas se mostra guerreiro. E o feminino  chega ao fundo do poço por falta de apoio.

Apesar de você, Renan, o futebol há de brilhar. Basta  você e nobres dirigentes como Marin e Del Nero  não atrapalharem. E não adianta cobrar medalha de ouro porque vocês nunca tiveram atitudes de ouro. Não têm moral. Porque não têm vergonha.

O vôlei, de praia e de quadra, também vai nos dar medalha. Apesar de você, Collor. Medalhas conquistadas na garra, na determinação, no talento puro. Jovens promessas lapidadas por professores de Educação Física,  esses loucos abnegados.  Graças e Deus. Sem corromper, nem roubar.

Sarney, apesar de você amanhã há de ser outro dia. Sim! Melhor para o esporte, melhor para o cidadão de bem, aquele que trabalha de sol a sol, sem as rédeas do coronelismo retrógrado e  barato.

Apesar de você, Dirceu, temos guerreiros de carne e osso,  sem cupinchas e punhos cerrados. Homens de ontem e de hoje. Guerreiro do povo brasileiro? Piada! Palhaçada de políticos que, com raríssimas exceções,  não têm um pingo de vergonha na cara.

Apesar de você, Maluf, guerreiros são Thiago Pereira, Mayara Aguiar, Rafaela Silva, Robert Scheidt, Lars e Torben Grael, Oscar Schmidt, Hortência, Paula, Janeth, Moreno, William, Adauto, Negrão, Maurício, Renan, Laís, Ednanci, Wlamir Marques, Amauri, Marta, Formiga,  Cristiane e cia.

Apesar de vocês, Delúbio, Genuíno, Valério,  Jucá, Vaccari, João Santana, Jader Barbalho, Aécio Neves e tantos outros, amanhã há de ser outro dia.  Porque sempre tivemos guerreiros de fato, na pele de Ademar Ferreira da Silva, Joaquim Cruz, João do Pulo, Wanderlei Cordeiro, Zequinha Barbosa, Nelson Prudêncio e Jadel Gregório.

Apesar de vocês,  quase todos políticos de merda, temos heróis de verdade como Fabiana Murer, Ricardo Prado,  Djan Madruga, Xuxa, Gustavo Borges, César Ciello, Maurren Maggi, Marilson, Artur Zanetti, Diego Hipólito, Rogério Sampaio, Thiago Camilo,  Aurélio Miguel, Servilio de Oliveira,  Fofão, Zé Roberto, Bernardinho, Larissa, Sheila,  Giba, Guga, Fabi, Serginho e tantos outros.

Apesar de vocês, o esporte brasileiro sobrevive. Brotam, aqui e ali, individualidades com talento e determinação que superam  mazelas perpetradas por gente pequena,  político com currículo de bandido, que se julga no direito de desdenhar do esporte como ferramenta de saúde, educação e inserção social.

Se vocês políticos,  quase todos, fossem menos incompetentes, menos rasteiros, menos covardes e  não roubassem até  a alma e o orgulho do povo; se falassem menos e agissem mais, pensando no coletivo e não no próprio  umbigo, hoje não seríamos tão insignificantes no mundo olímpico.

Apesar de vocês, comandantes da  ditatura de vassalagem,  do fisiologismo e  da sacanagem sem limites, amanhã há de ser, sim,  outro dia. Quando nossas medalhas de ouro já não mais precisarão ir  para o peito de Joaquim Barbosa e Sérgio Moro.

sábado, 6 de agosto de 2016

Emoção e lendas no É Campeão!

Cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, ontem no Rio de Janeiro,  foi muito além do que eu esperava. Perfeita, fantástica e sem fiascos.

Cores, sons, mensagens,  imagens, sensibilidade e criatividade culminaram num conjunto harmonioso e emocionante em prol da paz e da natureza. 

Tudo que me fez, ao menos por uma noite, voltar a sentir orgulho de ser brasileiro.

Que me fez, ao menos por uma noite, lembrar que o Rio continua lindo. Que me fez, ao menos por uma noite, acreditar que o Brasil ainda tem jeito.

Juro que estava mesmo com um pé atrás. Afinal,  não sem razão, andamos indignados com tanta corrupção, tanta violência,  tanta roubalheira descarada, tanto mau-caratismo, tanto deboche, tanto cinismo, tanto lulismo.

Daí bate aquele complexo de vira-latas e achamos que somos inferiores, que  tudo vai desaguar em mais um vexame aos olhos do mundo.

Porém,  felizmente, não foi assim.  Pelo menos ontem. Minha primeira   impressão   foi das mais positivas. Viva!!!

Que assim seja até o fim das competições. E depois, quando  fecharmos as contas e concluirmos o que realmente sobrou com real legado.

                                                    COMPETIÇÕES PRA VALER

Competições de verdade começaram antes mesmo do cerimonial. Futebol feminino largou como pé direito ao fazer 3 a 0 na China.

Cá entre nós, nossas meninas  merecem a medalha de ouro. Temos duas pratas, mas nosso sonho é dourado. E a geração de Marta bem que poderia ser premiada.

Já o masculino empatou de 0 a 0 com a África do Sul. Surpresa. Poderia ser melhor, mas não acho que Neymar e cia foram tão mal assim.

Estrear em Olimpíadas, em casa, com o peso de ganhar um ouro inédito a todo custo, não é moleza não. Fardo é dos mais pesados e o emocional dos nossos jovens deve ser considerado.

Precisamos reconhecer que Neymar não resolve nada sozinho. Temos, sim,  valores individuais de alto nível, mas o time ainda não está entrosado.

E jogar com um meio-campo leve, técnico, ousado e criativo, e um ataque dos sonhos, não significa atropelar quem quer que apareça. Além do que, a África do Sul sabe jogar sim senhor. Não tem nada de boba.

Nas competições de hoje cedo e começo da tarde, destaque para o handebol feminino, para o tiro medalha de prata e para a ginástica artística.

No handebol, cuja Capital Nacional ainda é o Grande ABC, nossas meninas de ouro foram brilhantes na estreia. Mais uma vez, destaque para Ana Paula, uma das melhores armadoras do mundo.

Belíssimo jogo e vitória de 31 a 28 sobre as excepcionais norueguesas, simplesmente bicampeãs olímpicas e campeãs mundiais de 2015.

Ginástica artística, alicerçada por atletas de São Caetano e São Bernardo -- destaques para Arthur Zanetti e Diego Hipólito -- ,  também foi sensacional.  Só ficamos atrás, e bem pertinho, dos ícones japoneses.


                                             LENDAS E CAMPEÕES

Ontem -- ou hoje? -- também gostei muito do programa É Campeão, do SporTV, canal em que assisti também à abertura dos Jogos, já que tenho verdadeira ojeriza ao senhor Galvão Bueno, da Globo.

Durante as Olimpíadas o apresentador André Rizek receberá diariamente verdadeiras lendas do esporte mundial, todos medalhas olímpicos e recordistas mundiais.

Programa terminou hoje à 1h40 da madrugada, com um verdadeiro show de quatro lendários. Os americanos Greg Louganis (saltos ornamentais), Carl Lewis (atletismo), Mark Spitz (natação) e o cubano Javier Sottomayor, ainda hoje recordista mundial do salto em altura com 2m45.

Só fera! Do começo ao fim, uma verdadeira aula de esporte, de história, de sabedoria, de humildade e  de simplicidade. Tudo com educação e bom humor.

E sob um comando extremamente profissional de um jornalista  consciente e comprometido,  que conheci ainda bem jovem,  em 98, às vésperas das Copa da França.

Postura  jornalística educada, limpa,  respeitosa  com convidados e telespectadores. E sem frescuras, sem polêmicas irresponsáveis e sem a busca desenfreada pela audiência, pelos números do Ibope.

A força do programa e o peso dos convidados ajudam, lógico, mas o  É Campeão! não seria o mesmo, tão brilhante,  se o comando fosse do endeusado titular da Globo.

Pra mim, André Rizek é muito mais jornalista de fato. Não precisa ser perfeito pra ser um profissional exemplar. Galvão, hoje,  é mais um animador de auditório carregado de empáfia e autossuficiência.

Só pra não deixar passar despercebido: escolha de Vanderley Cordeiro pra acender a pira olímpica foi uma bênção dos céus. Ele é a cara do espírito olímpico. Pelé foi inigualável como futebolista e atleta do século, mas a bênção dos deuses premiou o homem certo.        





        

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Festa portuguesa. Título inédito e merecido

Pela primeira vez na história a seleção portuguesa fica com o título da Eurocopa. Se em 2004 perdeu em casa a decisão para a Grécia, ontem foi o oposto.

Com gol solitário do contestado Éder, no primeiro tempo da prorrogação, Portugal derrotou a França por 1 a 0.

E nem precisou do craque -- perna, mascarado, marrento, mas  indiscutivelmente um fora de série que ainda se deu ao luxo de liderar e orientar seus companheiros quando deixou o campo -- já que seu grande nome e ídolo saiu lesionado logo no início da decisão.

Embora com ligeiro favoritismo, os anfitriões deixaram a desejar. Mesmo com Portugal privilegiando a sistema defensivo e apostando em raros contragolpes, a França ficou longe do ideal.

Em casa, com apoio maciço do torcedor, a França foi melhor, sem ser brilhante. Sem objetividade e criatividade no meio-campo,  pouco fez ofensivamente.

Pogbá, Payet e o artilheiro Griezmann e  seus coadjuvantes ficaram devendo no momento de decidir com personalidade e competência.

Pelo lado português um dos principais destaques foi o  zagueiro brasileiro naturalizado Pepe, além do artilheiro Éder, do goleiro Rui Patrício e do atacante Nani.

Um título histórico e inédito. Sem brilhantismo, mas com méritos.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Euro: França (Griezmann) x Portugal (CR-7)

França e Portugal vão fazer a  grande final da Eurocopa, no duelo dos artilheiros Griezmann e Cristiano Ronaldo.

Ontem, Portugal venceu com méritos a seleção de País de Gales por 2 a 0. Hoje, a anfitriã fez os mesmos 2 a 0 sobre a Alemanha campeã mundial.

No duelo protagonizado pelos campeões europeus pelo Real Madrid, do primeiro ao último minuto a seleção comandada pelo CR-7 foi superior aos galeses liderados por Bale.

Em raríssimos momentos o  estreante e respeitado  País de Gales demonstrou que poderia ir  ainda mais longe. Arrancadas do esforçadíssimo Bale foram pontuais. E não o bastante.

Portugal foi mais time. Mais organizado defensiva e ofensivamente, melhor postado, mais ousado e mais consciente de suas possibilidades. Por isso mereceu os gols do menino marrento e de Nani, eterna promessa.

Já no bom  jogo de agora há pouco a Alemanha foi bem superior no primeiro tempo, mas não soube traduzir as oportunidades em gols. Franceses correram atrás da bola. Sem achá-la. Posse de bola dos alemães chegou a 70%.

França marcou mal no meio-campo e foi irreconhecível no ataque, mas achou o gol no final, com  Griezmann batendo pênalti infantil do  veterano Schweinsteiger, que meteu a mão na bola num cruzamento  na área.

No segundo tempo a França equilibrou o jogo. Voltou melhor, acertou a marcação e teve espaços para contra-atacar já que à  Alemanha  não restava alternativa senão agredir e se expor.

Mas os sempre favoritos  ao título falharam na saída de bola. Após cruzamento de Pogbá e falha de Neur aconteceu o segundo gol do artilheiro da Eurocopa. Com a sola da chuteira.

Até o final a forte Alemanha se reencontrou, passou a  tocar bola e pressionar. Chegou a acertar a trave do goleiro  francês. Pouco para um campeão do mundo. Que poderia ter tomado o terceiro gol.

Pelo menos foi um duelo de gigantes bem melhor do que Alemanha x Itália, quando prevaleceram o respeito mútuo, a falta de ousadia e o espírito defensivo de oito títulos mundiais.  

Decisão de domingo não tem favoritos. A França tem  um conjunto mais forte, além de  individualidades capazes de decidir.  A exemplo de Cristiano Ronaldo, candidato a  herói quase solitário.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Eurocopa sem favoritos nas semifinais

Semifinais da Eurocopa acontecem nesta semana. Na quarta-feira Portugal enfrenta o País de Gales. Na quinta, Alemanha x França.  Não há favoritismo.

A seleção portuguesa tem no craque mascarado seu principal trunfo. Ou alguém duvida de que Cristiano Ronaldo seja um "perna" sem concorrência?  Um poço de vaidade e egocentrismo num esporte coletivo.

Do outro lado, seu companheiro de Real Madrid. Bale tem se destacado sem abusar a individualidade. País de Gales é mais forte como time; tem mais determinação, conjunto e agrupamento tático. 

Portugal é limitadíssimo. Tanto que até agora não ganhou de ninguém no tempo regulamentar. Como futebol prega peças, não há como garantir que não chegará à decisão.

Já no jogo de quinta a campeã mundial, aquela dos 7 a 1, vai encarar uma pedreira. Conforme esperado, a França atropelou a Islândia, o xodó da Eurocopa. Minha torcida não adiantou. Diferença técnica é quilométrica.

Já a Alemanha de Neuer passou pela Itália de Buffon nos pênaltis. Um joguinho,  com excesso de respeito. Superioridade dos sistemas defensivos merece ser lembrada; não exaltada. Especialmente no primeiro tempo.

Duro foi ouvir de Neto, comentarista da Band: " Um jogão. Uma aula de futebol". O ex-jogador do Corinthians, protagonista no primeiro título brasileiro, em 90, tá de "brincadeira". Viu outro jogo.

Comentarista exagerou na valorização do produto futebol,   mas mentiu, tentou iludir o telespectador, esquecendo-se ou ignorando as inúmeras valências que determinam se uma partida é boa ou ruim. Dois chutes a gol em 45 minutos e nenhuma emoção.

Minimamente, os donos de oito títulos mundiais deveriam ter competência para criar, para ousar. Briga de cachorro grande, sim. Mas covardes. Exercitaram o respeito mútuo, mas desrespeitaram o amante do futebol.

Jogo de ontem, entre Corinthians e Flamengo,  pelo Brasileiro, foi muito melhor.  No primeiro tempo o campeão não se acovardou, mas também não foi pra cima. Nem jogou.  Por pura incapacidade.

Além disso, e de não criar, o Timão  marcou mal, deu espaços generosos em todos os setores, principalmente entre as intermediárias, e foi dominado. Levou um baile.

Só que Cássio finalmente voltou aos seus melhores dias e salvou. Numa das ocasiões, já no segundo tempo, fez grande de defesa em chute de William Arão, revelado no Corinthians.

Depois disso, no entanto, só deu Romero e cia. O Flamengo não teve competência técnica, tática e emocional. Mais parecia um time  juvenil feminino nos Jogos Escolares. Desarticulado, atônito,  foi a nocaute e tomou de quatro.

Voltando à Eurocopa. Não aponto  favoritismo, mas gostaria de ver País de Gales e França na final. Como prêmio.  

terça-feira, 28 de junho de 2016

E viva a pequena Islândia

E não é que a pequenina Islândia está fazendo história na Copa Europa de Seleções? Que maravilha!

Pra quem estreia sem pretensões,  feliz apenas por já estar na competição, passar da primeira fase é um orgulho.

Imaginem depois de ontem, quando  os nórdicos da ilha colonizada por noruegueses e dinamarqueses superaram a tradicional seleção da Inglaterra?

Se bem que, cá entre nós, o futebolzinho da Inglaterra tem sido de uma mediocridade assustadora. Um time limitado, preguiçoso, sem gana, sem craques e sem força coletiva.

Alguns esbanjam soberba, autossuficiência. Pensam que jogam muito mais do a realidade nos tem mostrado. Time de Série B no Brasil.

Time viking virou xodó do mundo do futebol e merece respeito,  mas é limitadíssimo. Esforçado, mas técnica e taticamente fica a dever. Sequência da competição vai mostrar onde se separam os homens dos meninos

Adorei a vitória sobre os inventores do esporte bretão. Será que eles desaprenderam? Vou torcer pra que    os islandeses cheguem à semifinal. E o país de pouco mais de 320 mil habitantes e 100 jogadores profissionais --  PIB alto, povo culto e dono de um dos maiores IDH do planeta --  entoe   aquele contagiante grito de guerra.

Porém,  tarefa  é das mais difíceis.  Até mesmo para  pretensos vikings. A anfitriã, França, tem mostrado  mais futebol e vontade do que os vizinhos ingleses. Seu torcedor não permitir acomodação.

Tudo pode acontecer quando se joga como franco-atirador, sem medo e com alegria, mas a  nossa Islândia dificilmente escapará de uma bambuzada daquelas.

O que não deve servir de motivo para que os islandeses deixem de festejar e gritar feito loucos. Afinal, são a mais grata surpresa da Copa.

Campeões mundiais, Espanha e Inglaterra já deram adeus. A Itália não deu bola para os companheiros de Iniesta.  Italianos defendem com o estoicismo de sempre e atacam com velocidade e inteligência.

Ao lado de Alemanha,  França e Bélgica,  os  favoritos de sempre, a Itália está cotadíssima para ficar com o título.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Santo André volta à elite com méritos. E agora?

O Santo André de tanta gente e bela história está de volta à elite do futebol paulista. Depois do empate de 0 a 0, sábado em Barretos, garantiu o acesso e vai disputar o título da A-2 com o Mirassol, que venceu o Batatais por 2 a 0. Como teve melhor campanha, o Mirassol decide em casa.

Mesmo em se tratando de um time limitado -- especialmente devido ao perrengue financeiro por que passa -- o Ramalhão não pode ser desprezado. Conquista deve sim ser valorizada por quem abusou da instabilidade mas renasceu das cinzas.

Ou deixar na saudade times com futebol mais estruturado como o rival São Caetano e o forte Bragantino não merece respeito? Entrar em oitavo, no sufoco, e agora estar na finalíssima não é tarefa para meninos. É coisa de gente grande.

Jogo de sábado não foi nada além do que se esperava. Num 4-3-3 mais compactado, o técnico Toninho Cecílio -- talvez o principal fator do acesso heróico --  montou uma linha de quatro, mais três volantes, ficando a incumbência de atacar, só na boa, com Branquinho, Guilherme Garré e Antônio Flávio.

Pouco fez ofensivamente nos 90 minutos,  nem contragolpear com inteligência, mas o sistema defensivo foi quase impecável, com destaque para os zagueiros internos, os volantes e o goleiro Zé Carlos, autor de pelo menos três defesas difíceis.

Mesmo com um jogador a mais desde o final da primeira etapa -- o lateral-esquerdo Paulo foi expulso de forma infantil, Tiago Ulisses trocou o meio pela lateral e os três "atacantes" recompuseram o setor --  o Barretos raramente foi competente no momento de criar,  pressionar, penetrar e finalizar.

Diante de 5 mil torcedores, time de Vilson Tadei  não se impôs. Teve um pouco mais de volume; nada mais. Insuficiente pra superar um time determinado a marcar ostensivamente,  como sempre. Não o bastante pra  abrir o marcador e depois botar pressão pra chegar ao segundo gol.

Com todo respeito, um touro frouxo, velho,  cansado. Incapaz mesmo de ressuscitar o  histórico boi Bandido. Sem força pra provocar tombos nem chifradas. Muito mais do que os famosos oito segundos, o  valente Ramalhão se manteve no lombo do Touro do Vale por mais de 90 minutos.

Conquista deve ser festejada e enaltecida. Porém, o olhar dos dirigentes do Santo André deve estar voltado para o futuro. E agora?Sem dinheiro e, pior,  com débitos, como montar um time competitivo para o  Paulistão 2017? Cotas da TV e da Federação não bastam.   

domingo, 24 de abril de 2016

O Ramalhão, a elite e o boi Bandido

Depois de muito tempo, voltei ao Estádio Bruno José Daniel  pra ver o Santo André in loco, ao vivo. Desta vez sem cabine de Imprensa. Agora no meio do saudoso povão.

Sinceramente, pra quem é exigente, apaixonado por esporte, já viu esquadrões inesquecíveis e   acompanha a história do clube há 43 anos, não tenho dúvidas de afirmar que esse time é bem limitado. Fraco.

Técnico Toninho Cecílio e equipe tiram leite de pedra. É um verdadeiro milagre estar a apenas um empate ou até derrota por diferença de um gol, sábado em Barretos, para se classificar à decisão da A-2 e garantir acesso à elite do futebol paulista.

A  importante e merecida vitória de 2 a 0, diante seis mil pessoas -- muitas das antigas --  foi  inquestionável. Porém, não esconde limitações técnicas e táticas não  tão raras na Segundona.

Num gramado duro, com a bola sempre viva demais, o que se viu foi um time que esbanja vontade e aplicação defensiva. Jogadores esforçados, nada mais do que cumpridores das determinações do treinador-motivador, que sempre privilegiou a marcação ostensiva, em detrimento da arte, da ofensividade, do jogo objetivo rumo ao gol adversário.

Também, pudera, treinador deve dançar conforme a música. Sem dinheiro e com débito  na praça, não dá para o clube contratar. Sem qualificação técnica, chegar às semifinais já é motivo de festa. Só com muito trabalho e  suor.

Por isso não será surpresa se o Ramalhão -- fechadinho, compacto e inteligente para contra-atacar em velocidade -- voltar de Barretos sem tombos nem chifradas. Ficar no lombo do touro por oito segundos ou 90 minutos não é missão impossível, não.

 Santo André foi melhor no jogo de sábado. Embora tivesse excesso de cuidados defensivos ao entrar com três volantes, um armador e dois  homens mais próximos -- ou menos distantes -- do gol. Mas Antônio Flávio, como centroavante flutuante, ficou isolado.

Como o Barretos, apesar de alguma organização defensiva,  não conseguia chegar nem penetrar --  afinal, o empate estava ótimo -- numa zaga interna em dia de graça -- laterais atacam melhor do que defendem --, as reais ocasiões de gol foram raras no primeiro tempo. Duas do anfitrião e uma do visitante, em contragolpe.

Porém, o Santo André voltou para o segundo tempo com o atacante Robson no lugar de um dos volantes,  Dudu. Individualista, Robson não brilhou e ainda perdeu dois gols por preciosismo, faz o time mudou da água pro vinho com a alteração.

Em termos de atitude, trocou a precaução pelo risco, pela ousadia. Trocou os passes laterais por rapidez e penetrações  também verticais. Trocou o falso e estéril volume por uma intensidade indispensável pra quem joga em casa, diante de uma torcida que lembrou os velhos tempos.

Taticamente, trocou o 4-3-1-2 pelo 4-2-1-3. Sim, com três atacantes e o armador Fernando chegando à frente. Tanto que o camisa dez -- não é nenhuma Brastemp mas sabe jogar -- fez os dois gols.

O primeiro aos 15 minutos, penetrando entre os zagueiros e tocando na saída do goleiro,  e o segundo aos 34, sofrendo e cobrando pênalti discutível. Pra mim, nem foi tocado pelo central Garutti. Juizão demorou pra marcar e só o fez com a ajuda do assistente.

Sem forças pra chegar com perigo à frente e com o Santo André meio acomodado, o Barretos deve ser dar por contente por não ter perdido de três ou quatro. Resultado seria irreversível. Com 2 a 0 ainda há esperanças.

Se o Barretos  ressuscitar o famoso boi Bandido -- touro histórico e um dos mais temidos do mundo -- ou  encarnar o Agressivo -- sucessor atual já com fama internacional -- o Ramalhão não aguenta oito segundos.

                                                              ***DE  PRIMEIRA***

*** Assisti à  importante vitória  ao lado de três personagens importantes na história do Santo André: o ex-volante Fernandinho, o     ex-massagista Miguel de Oliveira e o jornalista e amigo Daniel Lima.

*** Antes do jogo, diante de filas de acesso que só tiveram fim aos 15 minutos do primeiro tempo, encontramos o conterrâneo Vitor, ex-goleiro do próprio Ramalhão. Hoje o  caipira rio-pardense, como eu, é gerente de futebol do Rio Claro.

*** Pra não passar batido: clássico em que o Santo André eliminou o São Caetano foi o pior que vi -- pela TV --  em todos os tempos entre ambos. Ao Azulão sobraram incompetência ofensiva,  discurso monocórdio com toques laterais. Sem criatividade e ousadia, o que se viu um time frouxo, insosso. Ao vencedor restou jogar com o regulamento debaixo do braço, mesmo sem capacidade para armar um único contragolpe fatal.  Foi um joguinho, um acinte ao torcedor.

*** Com méritos, o grande Santos e o pequeno e surpreendente Audax/Osasco fazem a final do Campeonato Paulista. Duas boas semifinais, sem especulações nem medo.

terça-feira, 8 de março de 2016

Desrespeito à natação andreense. De novo

Entra ano, sai ano, e nada muda. Entra prefeito, sai prefeito, e nada muda. Entra partido, sai partido, e nada muda. O esporte de Santo André continua sendo desrespeitado.

Quanto não,  esquecido, descartado e humilhado. O ex, Aidan Ravin, mereceu o selo de Prefeito Inimigo do Esporte. O atual, Carlos Grana, consegue ser pior e também faz jus ao  selo negativo.

Se ele preferir, pode escolher uma estrelinha -- vermelha, lógico -- e pregar na testa. Inclusive de sua secretária de Esporte e Lazer. 

Marta Sobral pode ser boa pessoa e foi destacada atleta da Seleção Brasileira de Basquete, mas, como dirigente, ainda não passa de um zero à esquerda.

Se pretende mesmo se candidata a uma cadeira na Câmara, que não fale de seu trabalho, capenga, à frente do Esporte. Mesmo com verba irrisória -- menos de 1% do orçamento --  e sem apoio efetivo do Executivo,  Marta poderia ser menos limitada e omissa.

Minha bola da vez volta a ser a natação, tanto quanto outras modalidades, vítima de descaso e falsas promessas. Cuidado com a verba e com os desvios, pessoal do Esporte!

E com o Petrolão  de tantas propinas, doações e maus exemplos. Estamos em ano eleitoral. Lorotas e conversa fiada vão  fluir como besteira na entrevista/comício do  "homem mais honesto deste País".

Não é de hoje que o pessoal da natação de Santo André come o pão que o diabo amassou. Sem verba decente -- cerca de R$ 250 mil anuais, sem piscina e cada vez mais sem atleta e sem horizonte.

Tudo por falta de competência, de comprometimento, de honradez e de pagamento a fornecedores e prestadores de serviço.

Piscinas do Complexo Esportivo Pedro Dell'Antonia têm sido o retrato de descaso. Desde outubro do ano passado as duas piscinas de treinamento de nossos atletas desfilam problemas.

Um dia a Prefeitura não paga o fornecedor de cloro e outros materiais. O que não é novidade pra quem está quebrado. No outro, dá calote na empresa que fornece o gás e a piscina fica fria.

Quando parece tudo em ordem, atrasa o salário de professores e outros funcionários. Na semana seguinte se esquece da manutenção e em seguida percebe que chuveiros estão queimados, azulejos quebrados e maquinário deteriorado.

Agora, mais uma vez por ausência de ou pagamento em  atraso, a Comgás cortou o fornecimento e nossas águas estão geladas, sem condições de uso adequadas.

Religação do gás na piscina olímpica, a grande, aconteceu ontem, conforme prometido,  mas ainda não se tem certeza se vai esquentar mesmo. Mas por que não ligaram também a semi-olímpica, que está em ordem após ficar bom tempo em reformas estruturais? Prometeram pra hoje. Será?

Caramba! Será que os responsáveis do Poder Público vão insistir na surrada cantilena de assumir mas não cumprir compromissos básicos com o Esporte. No caso, a natação.

Enquanto isso nossos melhores atletas, nossas promessas, nadam de braçadas para o colo de outros clubes. Eram cerca de 200; hoje não passam de 150.

Enquanto isso o prefeito parece mais preocupado em prestar solidariedade aos amiguinhos do peito. Sim, ele estava lá no final de semana para abraçar e aplaudir as bravatas vomitadas pelo seu criador. Aquele que se acha Deus.  





quinta-feira, 3 de março de 2016

Outra lorota da administração Grana

Garanto que minha intenção não é ficar pegando no pé deste ou daquele político. Tampouco tenho ou pretendo ter qualquer vínculo partidário. Quero distância de todos. Me provocam urticária. Quanto não, nojo.

Porém, não consigo ficar calado quando o Poder Público insiste em não assumir a responsabilidade. Quando prefere mentir, abusando da boa-fé dos cidadãos comuns. Aqueles que pagam impostos religiosamente e não dependem de amigos camaradas.

Palavra do leitor da edição de ontem do Diário do Grande ABC traz resposta (?) da Prefeitura à leitora Thelma Ribeiro, que no dia 29 reclamou da falta de segurança no Parque Antônio Fláquer, o antigo Jardim Tamoio, ali no Ipiranguinha.

Por meio da Secretaria de Segurança Urbana e Comunitária, a administração Carlos Grana esclarece (?) que mantém patrulhamento no parque todos os dias, com rondas dentro e fora (?) do próprio municipal.

Informa (?) ainda, que, por meio de concurso público,  está em fase de contratação de novos guardas civis municipais para repor efetivo perdido com aposentadorias nos últimos anos.

Caro prefeito, mais uma vez seu secretariado não assume,  falta com a verdade. Como capitão, você é o maior responsável. Isso mesmo! A resposta do seu  "homem de confiança" é mentirosa. Pura lorota. Passa longe da realidade. O que, cá entre nós, torcedores do Corinthians, não é novidade.

Fico muito à vontade pra discordar e desafiá-los a provar que estou errado. Frequento com assiduidade pelo menos quatro dos nossos principais parques - Celso Daniel, Central, Regional e Antônio Flaquer.

Nenhum deles é seguro. Em todos falta efetivo e sobra incompetência administrativa no quesito segurança.  Salvo raríssimas e honrosas exceções, muitos dos nossos GCMs ganham mal, são preguiçosos, descompromissados e carecem de liderança digna de respeito.

No pequenino e charmoso Jardim Tamoio não é diferente. Corro e caminho ali pelo menos cinco vezes por semana. Às vezes, no mesmo dia, corro ali e no Central. Quando cismo, no final de semana, faço o tour dos quatro parques -- cerca de 20km.

Portanto, sem medo de errar: a resposta não passa de enganação deslavada, de conversa mole pra boi dormir. Talvez a escola federal/partidária esteja a ditar cátedra. Bela cartilha! Se colar... Não cola.

Como no Regional (Jaçatuba), ali não existem GCMs fixos, quando o ideal seria presença permanente e atuante. Em todos.  Quando muito, em ano bissexto -- dia 29 de fevereiro -- , eles passam pra dar uma olhadinha. Sem ao menos descer da viatura. Dão uma volta bem devagarinho e caem fora.

E olha que ali já aconteceram furtos, brigas e até violência sexual. Pra quem não se lembra, cito aquele senhorzinho com cara de santo que fazia carrinhos de pet mas  há pouco tempo abusou de crianças no antigo banheiro.

Todos os dias, pelo cinco homens e uma mulher -- possivelmente moradores de rua -- fazem do jardim um parque de diversões, uma casa de sogra,  um boteco particular. Brigam, quebram lixeiras, enchem a cara, perturbam e ameaçam usuários -- inclusive professores e alunos da  própria Prefeitura.

Outro dia, ainda nesta semana, um deles me pediu dinheiro pra comprar cachaça, enquanto a mulher, sem o mínimo pudor, ajeitava-se num cantinho. Sim, até mesmo necessidades fisiológicas os bebuns -- acho, mas não posso garantir se rola droga --  fazem ali ao lado do palco, colado no espaço de ensaios da banda lira. 

Por falar em banda lira, parece que o maestro continua mandando no espaço. Seu veículo Fiesta -- ou seria Celta? --  tem lugar cativo. Acho até que o maestro mora ali ilegalmente. A lei permite isso, senhor prefeito?

Voltando à falta de segurança. Nas raríssimas ocasiões em que dão as caras, nunca a pé,  os agentes públicos não fazem absolutamente nada para coibir a bebedeira e os abusos em local público. Não fere a letra da lei, senhor prefeito?

Como escreveu a leitora, às vezes há necessidade de intervenção dos próprios usuários, já que nossas autoridades preferem o exercício do faz-de-conta. Como complemento, como resposta, um desfile de mentiras e desculpas esfarrapadas.

Desculpas tão descabidas quanto afirmar, na edição de hoje,  que os entulhos da antiga favela Gamboa são mantidos no local "para evitar invasões". Ridículo! Temos cara de trouxas?

Falta atitude de gente grande. Por isso  o Poder Público se apequena. Além de usuários de droga,  bandidos, lixo e entulho, garanto que ali existem ratos, baratas e até o mosquito maldito. E só vai piorar, porque o espaço pode estar contaminado.

Com um pouco de boa vontade, bem que a AES/Eletropaulo, dona do terreno por onde passam suas torres de transmissão, poderia ajudar a população do entorno e os frequentadores do Parque Central.



domingo, 28 de fevereiro de 2016

O prefeito arrogante e o boi fujão

Aconteceu quinta-feira à noite. Não sei onde estava com a cabeça quando troquei o SporTV pela GloboNews.

Trocar o futebol pela entrevista do prefeito de São Bernardo ao jornalista Mário Sérgio Conti, no programa Diálogos, foi uma grande roubada. Com cheiro de piada. Fiquei enojado.

Apadrinhado pelo ex-presidente Lula, o prefeito e ex-ministro foi irritante. Estivesse diante de anfitrião não tão educado, o senhor Marinho não falaria tanta besteira.

Como sempre, tem um mundo só seu. Fora da realidade de 80% dos brasileiros mas dentro das exigências mais comezinhas  e estapafúrdias do universo petista.

Mal-educado, arrogante, cínico e debochado -- por sinal, cópia fiel do criador -- Marinho foi do começo ao final na mesma ladainha. Conversa mole pra boi dormir. Nada de consistência. No mundo da fantasia.

Sempre a defender um falso líder, um boi fujão, sem moral e com carácter minimamente questionável. Dilma e, principalmente, seu padrinho  jamais têm culpa de nada.

"Perseguido". A culpa é do Ministério Público, da Polícia Federal, da oposição (frouxa pro meu gosto) e de quem quer que se atreva a discordar de um discurso antigo, mentiroso e populista.

A culpa é do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso,  da ex-amante, daselite, da economia mundial e da grande Imprensa -- inclusive a Globo --, que " só critica" o ex-ainda presidente.

Tadinho! O cara é um santo. Todos à sua volta são santos.  Do pau oco. Basta vestir vermelho,  integrar o exército dos movimentos sociais, ser sindicalista a favor, correligionário, pau-mandado ou dependente financeiro.

De verdade, ninguém é  flor que se cheire no mundo político. Nem FHC, nem Aécio.  Não importa a coloração partidária.  Exceções são raridade.  Que atire a primeira pedra o herói sem deslizes.

Tadinha da família real. O chefe, a madame e seus pimpolhos só não passam necessidade porque têm amigos-empreiteiros ricos,  bonzinhos e caridosos a dar com pau.

Tadinho, né prefeito? Que tal um dízimo? Dê parte do seu salário e dos seus comissionados prontos a aplaudi-los ao padrinho com status divino.

Que tal bolsa familia, bolsa gás, bolsa aluguel, bolsa braço-curto, bolsa moradia, bolsa viagem?  Tudo pra grande familia e bancado por amigos do peito. Só nao precisa bolsa educação. Por motivos óbvios.

Aquele mesmo que foje da raia o tempo todo e só se lembra de conviver de fato com os pobres na hora do discurso condutor de votos. Empreiteiro é sempre mais interessante. Pra quê cachaça?  Bora tomá umas Brahma...

Tadinho! Quase chorei. Se fosse o Criança Esperança, juro que eu ligaria pra fazer uma doação. Legal, lógico! Tudo legalizado! Como sempre fizeram Odebrecht , OAS, UTC e tantas outras.

Pois é, Marinho, bobinho, espertão, enganador-mor,  somos todos imbecis. Acreditamos em ambos. O sítio não é dele, foi presente surpresa,   o tríplex não é dele. Mas seria se nao fôsse pego com a boca na butija. Nem a cabine exclusiva, número 13, no estádio Primeiro de Maio, é dele.

Tá bom!  O Brasil independente acredita.O enroscado Museu do Trabalho e do Trabalhador, onde já enfiaram mais de R$ 20 milhões, também  não é um altar em homenagem ao papa Luiz Ignácio? Kkk!.

Rezo, todos os dias, para que prevaleça a justiça do juiz Sérgio Moro. Também rezo para que  o último sorriso, o último deboche e a última palavra também não sejam dele, do Brahma.

Se bem que, pensando bem, o risco é quase zero. Pra ter palavra é preciso ter caráter.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

IPTU, mais um absurdo de Grana

Volta e meia desapareço. Mas sempre volto. Às vezes mais calmo. Em outras, revoltado. Se  desta vez você escolheu  a segunda opção, acertou.

Mas como ficar calado. É impossível! Parece que a administração Carlos Grana tem cátedra no exercício da incompetência, da dissimulação. Ou da sacanagem contra  o cidadão comum.

A bola da vez é o IPTU, Imposto Predial, Territorial Urbano. Absurdo! Escorchante! Mais um atentado contra o bom senso e o bolso raso do cidadão comum.

Na maioria cupinchas, puxa-sacos e maus administradores, nossos homens públicos, capitaneados pelo prefeito petista  -- boa praça mas gestor de terceira classe -- conseguem fazer crescer áreas construídas com o adubo da pilantragem e a água da enganação.

O aumento anual do imposto é coerente, dentro de parâmetros incontestáveis, mas essa de se escorar em atualização de  levantamento aerofotogramétrico (?) para revisar a área construída e aumentar o imposto de inúmeros terrenos não passa de erro crasso ou conversa  mole pra boi dormir.

Cabe a tal empresa, contratada pela Prefeitura, dar explicações convincentes sobre as novas áreas. Quanto custou seu trabalho? Quais as referências? Houve licitação? É idônea? Então, justifique-se.

Sou uma das mais de mil vítimas que já entraram com processo administrativo. E  sabe-se  lá quanto vai demorar para ser analisado por servidores públicos com vontade questionável e velocidade de execução paquidérmica.

Cara, minha casa cresceu mais de 20m² sem eu perceber! Perto de outras vítimas, foi pouco.  Seria efeito "El niño",  falha de medição, milagre ou roubo à luz do dia? O último tijolo aqui colocado data da década de 70, senhor Grana. Venha conferir!

Sugiro ao prefeitão  que pegue seu secretariado responsável e venha aqui pessoalmente. Moro na rua Santo André, na frente do Sindicato dos Rodoviários.

Ah! Perdão! Talvez a melhor referência para alguns seja a Igreja Matriz. Para outros, como o nosso prefeito, o  manjado Botequim Carioca.  Grana, não se esqueça da trena ou do metro. Te espero. Costumo tomar caipirinha na laje.

Se minha medição estiver errada pago em dobro. Com a condição de que o valor, declarado,  vá para o caixa dois do seu partido como doação("legal") para a próxima campanha nas eleições municipais.

Também seria decente o senhor me devolver os R$ 45 referentes ao valor da matrícula do imóvel atualizada em cartório, à época exigida para dar entrada no processo  maldito administrativo. Quanta burocracia! O  provável erro não foi do cidadão, mas a conta é?  Não colou!

Faço a sugestão porque até agora, ao menos nas matérias superficiais e meramente informativas do DGABC "nota 10", os homens públicos não deram respostas consistentes. Só blá-blá-blá de Granado e cia.

Não basta adiar o pagamento de quem entrou com  recurso -- paguei metade, por precaução. Já que não dá pra agilizar tantas medições, a atitude mais sensata seria  rever ou cancelar o levantamento mágico e cobrar pela área anterior,  de 2014.

São milhares de  reclamações.  Está na cara que em muitos casos o erro é  mesmo da empresa. Porém, exigir coerência de quem prefere morrer a reconhecer um erro é como dar murro em ponta de faca.

Afinal, humildade não se compra no camelô da esquina. Nem no botequim. Tampouco na Petrobras. Enquanto isso, arde sempre no nosso. Sempre no nosso!


                                                     SUJEIRA NO PARQUE CENTRAL

Por falar em mazelas da administração pública, lagos do nosso Parque Central continuam premiados com o descaso da Prefeitura. Passe lá, caro prefeito. Leve seu secretário, o Carlão, substituto do Paulinho Serra.

Sujeira nas águas e nas margens dos lagos virou lugar-comum. Mas ainda vejo tal irresponsabilidade com indignação. Sei que o orçamento é restrito  e que a Prefeitura está no vermelho, mas não dá pra ficar quieto.

Na parte alta, mais próxima do Sabina e do acesso Javaés, o lago praticamente sumiu. Só mato,  entulho, garrafas pet , mau-cheiro e sujeira. Quase não se vê água, senhor Carlão. Uma vergonha!