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sábado, 6 de agosto de 2016

Emoção e lendas no É Campeão!

Cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, ontem no Rio de Janeiro,  foi muito além do que eu esperava. Perfeita, fantástica e sem fiascos.

Cores, sons, mensagens,  imagens, sensibilidade e criatividade culminaram num conjunto harmonioso e emocionante em prol da paz e da natureza. 

Tudo que me fez, ao menos por uma noite, voltar a sentir orgulho de ser brasileiro.

Que me fez, ao menos por uma noite, lembrar que o Rio continua lindo. Que me fez, ao menos por uma noite, acreditar que o Brasil ainda tem jeito.

Juro que estava mesmo com um pé atrás. Afinal,  não sem razão, andamos indignados com tanta corrupção, tanta violência,  tanta roubalheira descarada, tanto mau-caratismo, tanto deboche, tanto cinismo, tanto lulismo.

Daí bate aquele complexo de vira-latas e achamos que somos inferiores, que  tudo vai desaguar em mais um vexame aos olhos do mundo.

Porém,  felizmente, não foi assim.  Pelo menos ontem. Minha primeira   impressão   foi das mais positivas. Viva!!!

Que assim seja até o fim das competições. E depois, quando  fecharmos as contas e concluirmos o que realmente sobrou com real legado.

                                                    COMPETIÇÕES PRA VALER

Competições de verdade começaram antes mesmo do cerimonial. Futebol feminino largou como pé direito ao fazer 3 a 0 na China.

Cá entre nós, nossas meninas  merecem a medalha de ouro. Temos duas pratas, mas nosso sonho é dourado. E a geração de Marta bem que poderia ser premiada.

Já o masculino empatou de 0 a 0 com a África do Sul. Surpresa. Poderia ser melhor, mas não acho que Neymar e cia foram tão mal assim.

Estrear em Olimpíadas, em casa, com o peso de ganhar um ouro inédito a todo custo, não é moleza não. Fardo é dos mais pesados e o emocional dos nossos jovens deve ser considerado.

Precisamos reconhecer que Neymar não resolve nada sozinho. Temos, sim,  valores individuais de alto nível, mas o time ainda não está entrosado.

E jogar com um meio-campo leve, técnico, ousado e criativo, e um ataque dos sonhos, não significa atropelar quem quer que apareça. Além do que, a África do Sul sabe jogar sim senhor. Não tem nada de boba.

Nas competições de hoje cedo e começo da tarde, destaque para o handebol feminino, para o tiro medalha de prata e para a ginástica artística.

No handebol, cuja Capital Nacional ainda é o Grande ABC, nossas meninas de ouro foram brilhantes na estreia. Mais uma vez, destaque para Ana Paula, uma das melhores armadoras do mundo.

Belíssimo jogo e vitória de 31 a 28 sobre as excepcionais norueguesas, simplesmente bicampeãs olímpicas e campeãs mundiais de 2015.

Ginástica artística, alicerçada por atletas de São Caetano e São Bernardo -- destaques para Arthur Zanetti e Diego Hipólito -- ,  também foi sensacional.  Só ficamos atrás, e bem pertinho, dos ícones japoneses.


                                             LENDAS E CAMPEÕES

Ontem -- ou hoje? -- também gostei muito do programa É Campeão, do SporTV, canal em que assisti também à abertura dos Jogos, já que tenho verdadeira ojeriza ao senhor Galvão Bueno, da Globo.

Durante as Olimpíadas o apresentador André Rizek receberá diariamente verdadeiras lendas do esporte mundial, todos medalhas olímpicos e recordistas mundiais.

Programa terminou hoje à 1h40 da madrugada, com um verdadeiro show de quatro lendários. Os americanos Greg Louganis (saltos ornamentais), Carl Lewis (atletismo), Mark Spitz (natação) e o cubano Javier Sottomayor, ainda hoje recordista mundial do salto em altura com 2m45.

Só fera! Do começo ao fim, uma verdadeira aula de esporte, de história, de sabedoria, de humildade e  de simplicidade. Tudo com educação e bom humor.

E sob um comando extremamente profissional de um jornalista  consciente e comprometido,  que conheci ainda bem jovem,  em 98, às vésperas das Copa da França.

Postura  jornalística educada, limpa,  respeitosa  com convidados e telespectadores. E sem frescuras, sem polêmicas irresponsáveis e sem a busca desenfreada pela audiência, pelos números do Ibope.

A força do programa e o peso dos convidados ajudam, lógico, mas o  É Campeão! não seria o mesmo, tão brilhante,  se o comando fosse do endeusado titular da Globo.

Pra mim, André Rizek é muito mais jornalista de fato. Não precisa ser perfeito pra ser um profissional exemplar. Galvão, hoje,  é mais um animador de auditório carregado de empáfia e autossuficiência.

Só pra não deixar passar despercebido: escolha de Vanderley Cordeiro pra acender a pira olímpica foi uma bênção dos céus. Ele é a cara do espírito olímpico. Pelé foi inigualável como futebolista e atleta do século, mas a bênção dos deuses premiou o homem certo.        





        

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