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terça-feira, 30 de abril de 2013

E o teco-teco não passou no buraco da agulha. Méritos do Borússia finalista da Liga dos Campeões

O teco-teco não passou no buraco da agulha. Nenhuma surpresa no Santiago Bernabeu. Mais de 90 mil vozes e os 2 a 0 do Real Madrid não foram suficientes para tirar o Borússia Dortmund da final da Liga dos Campeões da Europa.

Os 4 a 1 do primeiro jogo, em Dortmund, foram determinantes para colocar o Borússia na decisão do dia 25 de maio em Londres. Adversário sai de Barcelona x Bayern de Munique, que jogam amanhã em Barcelona.

Tarefa espanhola  é ainda mais difícil do que a que se apresentou ao arquirrival. Tirar a diferença de 4 a 0  diante de um algoz tão forte implica no boeing passar no mesmo buraco da agulha que travou o teco-teco.

Jogo de agora há pouco não foi diferente do que se esperava. Pressionado pela necessidade fazer o resultado, o Real Madrid se armou num 4-3-3 disfarçado de 4-2-2-2, bem ofensivo. O Borússia foi o mesmo de sempre,  até que Mario Gotze saiu lesionado e deu lugar a Grossgreutz.

Antes disso, um 4-2-3-1 rápido, ousado e inteligente. Depois, um 4-2-3-1 mais marcador -- por isso o sistema defensivo alemão ficou mais consistente --, mas sem abrir mão de atacar em velocidade, sempre com no mínimo três jogadores.

No primeiro tempo o Real foi ao ataque e teve pelo menos três  bons momentos de gol. O goleiro Weidenfeller e o zagueiro Hummels, um dos melhores do mundo, foram os destaques do finalista.

No segundo tempo o Borússia voltou com mesma determinação na marcação -- em muitos momentos adotou duas linhas de quatro --  e armou contragolpes que poderiam ter sido fatais.

Com o Real Madrid no ataque, sobrou espaço para Lewandowski perder dois gols e Gundogan desperdiçar uma chance incrível. Goleiro Diego Lopez foi brilhante.

Como não tinha alternativa, o Real se abriu perigosamente quando colocou Kaká no lugar do lateral-esquerdo Fábio Coentrão. E aos 37 minutos, Kaká iniciou o lance que acabou no gol de Benzemá. Seis minutos depois, Sérgio Ramos fez 2 a 0 e o time de José Mourinho foi todo ao ataque. Só prendeu dois zagueiros.

O terceiro gol significaria passaporte à  final de  Wembley. Mas o gol não veio e o Borússia está classificado pelo que fez em casa. Méritos para quem tem um belo time e faz do torcedor fanático um aliado indispensável.  

Detalhe: o time do Borússia vale 25 milhões de euros. O Real vale 11 vezes mais. Em campo, jogou menos.     

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Paixão clubista, um desrespeito a Neymar

Não estou aqui pra defender Neymar. Tampouco o ultrapassado Luiz  Felipe Scolari. Porém, a torcida mineira passou dos limites.

Lógico que o direito de manifestação  do torcedor é incontestável. Principalmente porque a Seleção Brasileira voltou a jogar mal.  Só que a paixão clubista e a irracionalidade falaram mais alto.

Desde o início do amistoso, cada vez que o atleticano Rever pegava na bola era vaiado pela torcida do Cruzeiro e aplaudido pela do Galo.

Seu companheiro de zaga, Dedé, recém-contratado junto ao Vasco, era endeusado pelo mundo azul do Mineirão. E execrado pelo preto e branco.

Dedé mostrou certo nervosismo e cansou  de quebrar bola por falta de opção e de recurso técnico. Réver é bom, e até fez gol, mas precisa parar de jogar deitado. Carrinho fora do tempo é meio caminho andado para o fracasso.

Henrique é bom, mas entrou mal. Parecia juvenil. Na hora do vamos ver, Thiago Silva e David Luiz vão dar conta do recado. E Dante não é bobo não! 

Diego Cavalieri voltou a mostrar segurança de grandes goleiros e tem vaga assegurada na Copa das Confederações. Cássio não seria o melhor reserva. Eu chamaria Jéfferson e Rafael.

Nas laterais, Jean pode ser um bom reserva para Daniel Alves. Na esquerda, André Santos já deu o que tinha de dar. Tecnicamente, é bom. Mas marca mal  e desfila lentidão, além de falhar na cobertura ao quarto-zagueiro. Marcelo é mais jogador.

Meio-campo também não foi bem. Ralf e Paulinho não foram nem sombra do que mostram no Corinthians. Marcaram mal, ignoraram o passeio dos chilenos às suas costas e erraram passes em excesso. 

Fernando, do Grêmio,  é mais jogador que Ralf. Hernani e Ramirez devem ser convocados, mas não duvidem se Felipão escalar David Luiz de volante.   

Jadson também se limitou ao setor direito. Burocrático. Oscar joga mais e Ganso não se garante. Ronaldinho não jogou nada. Movimentou mais as mãos, os cabelos e os lábios do que os pés e a cabeça. Mas foi poupado pelo torcedor. Do Atlético, lógico! 

Enquanto isso Neymar era vaiado e chamado de pipoqueiro. Falou mais alto a paixão clubista. Neymar perdeu um gol e fez outro. E daí? É preciso entender que o garoto é gênio, mas não joga sozinho.

As vaias fazem parte do espetáculo e o jogador profissional tem de aprender a conviver com ela, mas não foram justas. Neymar pode exagerar nas quedas, mas cansou de levar porrada e jamais pipocou. Esperteza não é covardia.

Comando do ataque também não convenceu. Leandro Damião  se esforçou muito mas rendeu pouco. O time não ajudou. Pato entrou, não foi egoísta e participou do segundo gol. Só! Fred é mais confiável.

No coletivo, no conjunto, a Seleção decepcionou nos três setores. Sem entrosamento, o que é perdoável por falta de tempo pra treinar,  foi um arremedo tático. Faltou compactação e as individualidades não brilharam.

O Chile  jogou melhor, foi mais dinâmico, mais organizado e merecia vencer. E olha que não era o time titular, que disputa as eliminatórias da Copa do Mundo.

Quanto a Felipão, repito, já deu o que tinha de dar. Ganhou a Copa de 2002 porque tinha três erres (Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho) que desequilibravam. Defensivismo e discurso "familiar" já não colam, não são suficientes.

Meus preferidos são Tite, Mano Menezes e Ney Franco. Mas Felipão não tem culpa pelo desastre que mereceu vaias e olé em pleno Mineirão.  Gramado ralo também não ajudou. Bola estava muito viva. Para o Chile também.

Como brasileiro, espero que, com os titulares, a história seja outra na Copa das Confederações. Caso contrário, não chegamos nem às semifinais. Nosso futebol estagnou. É preciso acordar, ousar, trabalhar e mudar de atitude.

 

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Deu Lewandowski! Deu Borússia! Outro passeio alemão na Liga dos Campeões

Como se não bastasse a goleada levada pelo Barcelona diante do Bayern,  agora há pouco o futebol espanhol foi novamente a nocaute na Liga dos Campeões.

Descartada a hipocrisia, ontem o torcedor do Real vibrou, sim, e muito,  com a derrota do arqui-rival. Mas hoje foi a vítima. Também caiu de quatro. O castigo veio  rapidíssimo, a bordo de um Fórmula-1 pilotado por Sebastian Vettel.

O carrasco foi o centroavante Lewandowski ( favor não confundir com aquele senhor dissimulador do mensalão petista). Matador do empolgante Borússia Dortmund  fez os quatro gols, enquanto Cristiano Ronaldo marcou para o Real Madrid.

A semifinal de Dortmund mostrou o Borússia de quase sempre:  intenso -- menos do que o Bayern de ontem --, ousado e aplicado do primeiro ao último minuto.

Real de José Mourinho só equilibrou ações e domínio depois dos 25 minutos, quando correu atrás do empate. E conseguiu após falha infantil do bom zagueiro Hummels.

No segundo tempo o rolo compressor alemão voltou com tudo, sem medo, e poderia ter feito pelo menos mais dois ou três gols. Mesmo com o ortodoxo Real jogando com três volantes (4-3-3 com variação para 4-3-2-1).

Borússia não abriu mão da ofensividade e da movimentação incessante. Tampouco da determinação na marcação. Embora em alguns momentos desse espaço para o Real chegar. Ozzil, Higuaim e Cristiano Ronaldo pouco fizeram.

Time alemão foi muito mais 4-2-4 do que 4-2-3-1, já que o artilheiro sempre esteve acompanhado dos dois  meias/atacantes de aproximação, Mário Gotze e Marco Reus. Um triângulo infernal. Pepe que o diga.

Real Madrid raramente chegou com perigo. Foram somente duas oportunidades contundentes. Como foi obrigado a sair pro jogo, propiciou pelo menos mais quatro situações de gol ao "atropelador".

Se no jogo de volta o Barcelona precisa fazer o Boeing passar no buraco da agulha,  em Madri a situação do Real não é tão diferente.  Talvez para um Teco-Teco a tarefa seja menos hercúlea.

Como no futebol não dá pra ignorar missões com rótulo de impossíveis, é melhor esperar o segundo jogo. Não creio, mas... Vai que as feras de Mourinho achem um 3 a 0! Bau-bau a momentânea supremacia clubista alemã.



terça-feira, 23 de abril de 2013

O dia em que o (ainda) melhor do mundo caiu de quatro aos pés do Bayern

Não é a primeira vez. Tampouco a derradeira. Mas o melhor time de futebol do mundo na última década acaba de levar de quatro do campeão alemão e pode estar perdendo o reinado.

Virtual campeão espanhol, o ainda incomparável mas não invencível  Barcelona foi goleado pelo Bayern de Munique por 4 a 0.

Por conta da bambuzada alemã, o Barcelona vai precisar fazer o Boeing passar no buraco da agulha para chegar à final da Liga dos Campeões da Europa.

Independente dos dois gols irregulares -- impedimento de Mario Gomez e falta de Muller -- e de Messi ter jogado sem condições físicas ideais, a superioridade do Bayern foi latifundiária. Em todos os sentidos.

A começar  pelo posicionamento tático, além de volume, intensidade,  ousadia e muita aplicação na marcação. Diante de um 4-3-3 com cara de 4-3-0 (o lesionado Messi, Pedro e Alexis Sanchez não viram a cor da bola), o 4-2-3-1 do time alemão se transformava em 4-2-4 fatal assim que a bola era retomada.

Mesmo novamente com maior posse de bola ( 63% contra 37%), desta vez o Barça se apequenou. Sem objetividade, sem sentido de penetração  e sem poder criar devido à marcação implacável, especialmente sobre Xavi, Iniesta, Daniel Alves e Jordy Alba, o gigante capitulou.

Tanto que  só chegou duas vezes com perigo ao gol adversário e teve três escanteios. Em contraposição, além dos quatro gols, o Bayern ameaçou com contundência em outras quatro ocasiões e ainda teve 11 escanteios.

Poder ofensivo do virtual finalista tinha como base o contragolpe em rapidez, e em bloco, com a liberação de Schweinstaiger e dos laterais para assessorarem Robben, Muller, Rivèry  e o pivô Mário Gomez.

Acuado e sem compactação defensiva confiável, o Barcelona virou presa fácil. Principalmente porque o técnico Tito Vilanova preferiu jogar com 10 a tirar aquele que poderia ter  um momento de brilhantismo e mudar a história da semifinal. Apostou errado!

Resta ao melhor time do mundo o jogo de volta para provar que o reinado erguido e  recém-abandonado por Pepe Guardiola -- prestes a assumir o Bayern -- não está com os dias contados.

Só se o melhor jogador do mundo estiver recuperado. Sem Messi, esquece!

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Tigre, na bacia das almas

Ufa!!!  O São Bernardo se salvou na última rodada.  Na bacia das almas, é bem verdade.

Goleada sobre o Oeste, ontem em Itápolis, é um alívio pra quem investiu alto mas se viu, mais uma vez, na iminência de voltar à Segundona.

Dono de campanha irregular, cheia de altos e baixos, de sonhos e pesadelos, o Tigre chegou a flertar com vaga no G-8 e com a Série D nacional. Teve de se contentar com sofrida permanência na elite estadual.

Até mesmo o 12º lugar é enganoso. Se tivesse empatado em Itápolis, seria rebaixado porque perderia do Mirassol no número de vitórias. Isto porque Paulista e Ituano também venceram.

Tomara que o novo susto sirva de alerta e de lição, principalmente. Para dirigentes, técnicos, jogadores, torcedores e até mesmo aqueles manjados políticos de plantão que se portam como donos do futebol de São Bernardo.

Aposta em Wagner Lopes foi tão arriscada quanto interessante. Mesmo com a gangorra de performance e resultados, de erros e acertos. Tanto técnicos quanto táticos.

Se for mantido, é provável que o treinador consiga planejar e executar trabalho mais positivo, mais consistente. Sem tantos sustos. Com contratações e dispensas coerentes.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Azulão dançou! Tigre que se cuide!

São Caetano pagou pra ver e dançou! Jogou e brigou bem menos  do que deveria. Ousou pouco mais  do que devia e correu riscos inevitáveis. Empatou com o Penapolense do bom Silvinho e está mesmo de volta à Segundona depois de 13 anos. 

E não adianta chorar e procurar a derrota decisiva, imprevista, evitável. Foi apenas a última pá de cal para quem abusou da troca de comando e  desfilou incompetências dentro e fora de campo. Da presidência ao último reserva. Com raríssimas exceções.

Onde todo mundo manda, ninguém manda, de fato. O Azulão não é azul. É uma caixa preta incapaz de apresentar respostas e argumentos convincentes. Principalmente para vexames aparentemente inexplicáveis.

E se o São Bernardo bobear vai para o mesmo caminho. Na última rodada, briga com Mirassol, Ituano e Paulista pra ver quem faz companhia para Guarani, São Caetano e União Barbarense.

O Tigre mexeu e ousou no momento errado -- o empate seria aceitável --  na derrota para o bom Mogi Mirim. Mas tenho a intuição de que escapa. Mesmo se não vencer o Oeste em Itápolis.

Com os mesmos 17 pontos e quatro vitórias  do São Bernardo, o frágil Ituano recebe o embalado e voluntarioso Palmeiras, de olho do G-4. Já o abalado Paulista vem até São Caetano pegar um Azulão sem mais nada a perder.  Já perdeu o rumo.

Portanto, nada de moleza! Ao contrário das evidências e dos números do especialistas em probabilidades, entendo que Mirassol não é o maior candidato à degola.  Com apenas 15 pontos, o acuado Mirassol recebe o bom Linense.

Ouso bater de frente com a frieza dos números.  Mirassol vai ganhar e deixar o pepino para um dos outros três. Na bolsa de apostas, vai pagar alto. Favor não duvidar.

Também é bom não duvidar de que podemos ter três clássicos regionais na Segundona de 2014.
Lamentável para o Grande ABC!

O botequim e o amigo dos reis

Prometo não me delongar, mas o assunto merece pelo menos algumas linhas de quem, felizmente, não tem rabo preso nem nasceu pra ser amigo de rei.

Moro na Rua Santo André, aqui no quarteirão do Sindicato dos Rodoviários, entre a Igreja Matriz e a Padaria Brasileira.

Também estou pertinho do Botequim Carioca, que virou point de muita gente da alta sociedade, de famílias tradicionais, de novos ricos, de empresários e coisas do gênero.

Meu cunhado gostava de ir ali para tomar uísque e caipira de lima da Pérsia. Acho tudo muito caro. Um abuso. Mas respeito gostos e opções. Pra mim, não cheira nem fede.

Petistas e outros políticos da província, além de pelo menos um dos donos do Diário do Grande ABC, são figuras igualmente com cadeira cativa numa das esquinas mais procuradas e famosas da província.

A esquina é famosa, sim, mas é bom lembrar que ainda não pertence ao dono do boteco, como parece fazer crer. Provavelmente, com a complacência das autoridades municipais e da Imprensa amiga.

O cara faz o que quer nas calçadas das ruas Santo André e Coronel Ortiz. Simplesmente, às favas o direito do cidadão comum circular pelo  espaço público que vira privado assim que chegam as noites e os finais de semana.

Há pouco tempo, sob a justificativa de lançamento de um bloco carnavalesco, o proprietário conseguiu bloquear parte das ruas, colocou uma barraca de Brahma, subiu o som e fez festa.

Se existem leis coerentes, onde estão as autoridades? IÉ bom lembrar que isso acontece em vários estabelecimentos da cidade. Por andam fiscalização e punição aos infratores?

Provavelmente com a conivência de gente da Prefeitura, ele atrapalhou o trânsito de veículos e de pedestres. Faturou às custas de quem? Com o respaldo de quem?

Neste domingo, sob o argumento de uma exposição com uma dezena de carros antigos, de novo uma das faixas da rua Santo André foi interditada. Promoção do botequim para aumentar o faturamento. Lógico!

Lá estava a barraquinha da Brahma. Com música e músicos. Lá estavam as mesinhas nas calçadas por onde deveriam circular pedestres. E lá estavam os amigos do rei. Quer dizer, pelo jeito o proprietário é amigo de pelo menos dois poderes --  Imprensa e Executivo.

Pelo andar da carruagem, logo logo o cara vai estender seus tentáculos e vender caipirinha na frente da minha garagem ou sob a janela do seu Alcides. Sob o manto do Departamento de Segurança do Trânsito. É bem capaz de eu ser multado. Afinal, não sou amigo do rei. Pelo contrário; sinto asco, nojo.

Será que somos todos imbecis e estamos numa terra de ninguém? Respeito é bom, e as pessoas de bem gostam. O cidadão comum é atropelado e não tem voz.

Só pra completar: por que a exposição caça níqueis (do boteco) não foi feita no largo da igreja, na praça Getúlio Vargas? Era só montar a barraquinha e vender chope, petiscos e caipirinha nas escadarias da Matriz.  Possivelmente, também com a bênção do padre.