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sexta-feira, 29 de abril de 2011

Juiz, crucificado antes do crime

O mundo da bola não tem mesmo jeito. Embora seja apaixonante, há detalhes do futebol que envergonham, enojam, até.

Há muito tempo, desde sempre, os árbitros erram. É humano, mas alguns passam do limite. Alguns por pura incompetência, outros por pura encomenda de resultado.

Alguns erram quase sempre; outros, quase nunca. Mas quando erram... O mundo desmorona sobre suas cabeças e sobre a pureza de suas mães.

É o caso de Paulo César de Oliveira. É competente e erra pouco. O moço de Cruzeiro tem raras falhas clamorosas. Já foi melhor, mas ainda é um dos ícones da arbitragem brasileira.

Às vezes, PCO exagera no famoso pênalti à brasileira. É o chamado apito nervoso. Mas não usa dois pesos e duas medidas. Tem critério e é imparcial, fatores determinantes para um bom profissional.

Também não é doméstico, aquele juizão que marca tudo a favor do time da casa. Principalmente se a torcida é grande e pega no pé. Está mais para leão do que para caseiro, como dizia o dr. Antonio Jurado Luque.

Isto posto, é inadmissível o que os dirigentes do Palmeiras estão fazendo por causa da escalação ( sorteio com cartas marcadas?) do moço para o clássico diante do Corinthians, pela semifinal do Paulistão.

Veto, críticas, insinuações maldosas e total desrespeito a quem ainda não entrou em campo. Imaginem a situação do pobre Paulo César. Está entre a cruz e a espada, sem pra onde correr.

Se marcar um pênalti discutível contra o Palmeiras, o mundo verde vai cair de pau em cima dele. Principalmente se o "Parmera" perder. Luiz Felipe Scolari vai virar onça e a torcida vai perder o juízo. Se é quem tem algum.

Com certeza, os dirigentes chorões vão dizer que o juiz é ladrão, que sempre garfou o Palmeiras, que estava comprado.

E se sua senhoria marcar um pênalti duvidoso contra o Corinthians e o Verdão vencer? O empolado Tite vai perder as estribeiras. A torcida vai falar mais palavrão do que a Derci Gonçalves e o Ari Toledo juntos.

E muita gente vai alegar que Paulo César só marcou a penalidade máxima porque, pressionado, sem personalidade, acabou sendo mais realista do que o rei. Pipocou! Afinou! Quis mostrar que é macho e roubou o Timão.

Se o Palmeiras for melhor, como na fase classificatória, que seja finalista. Mas, sinceramente, espero que o Corinthians ganhe -- sem erro de arbitragem -- e que Paulo César seja o homem do jogo.

De verdade, torço muito para que ele seja impecável, nota 10, e cale a boca de todos que o chamam de desonesto e parcial.

Acima de tudo, o ser humano merece respeito. O cidadão merece respeito. Crucificá-lo antes de qualquer crime é uma leviandade. Depois, se falhar, erro consumado, que seja responsabilizado. Depois!

quinta-feira, 28 de abril de 2011

O goleiro, o frango e o desrespeito global

Estamos bem próximos do Dia das Mães. Com certeza, no segudno domingo de maio, as vivas receberão presentes, flores e muitos beijos. E as que já se foram, como a minha, dona Jandyra, serão lembradas com respeito e eterna gratidão.

Em agosto é a vez dos pais. De novo homenagens, churrasco, vinho, muita alegria e lembranças a perder de vista. Seu Valério está vivo, mas não se lembra de quase nada. Quase não fala. Quase não anda. Também será lembrado com carinho e um obrigado do tamanho do mundo.

E por aí vai. Dia das mães, dos pais, da sogra, da secretária, do jornalista, do futebol, da nutricionista, do médico, do professor de Educação Física.

Pra quem não sabe, anteontem, dia 26 de abril, foi dia do goleiro. Como todos os outros profissionais citados positivamente, imaginei que os grandes arqueiros do futebol mundial seriam lembrados com defesas fantásticas.

Porém, o Globo Esporte fez exatamente o oposto. No fechamento do programa, o editor da Globo teve a infeliz idéia de, mais vez, execrar a figura imprescindível de um time de futebol.

Maldito ou bendito, não importa. Quanta injustiça! Tá certo que o gol é a essência do futebol. O goleiro é a negação da essência. Mas nem por isso menos importante.

Solitário, lá está ele. O último bastião! A última barreira! A última esperança. Merecia ser mais respeitado.

Da mesma forma que a ESPN Brasil mostra os gols mais bonitos, nacionais e internacionais, nas noites de segunda-feira, também deveria apresentar as mais belas defesas da semana.

Da mesma forma que a Globo desfila os gols do Fantástico, poderia mostrar pelo menos três grandes defesas pelo Brasil afora.

Mas apresentar falha atrás de falha, frango atrás de frango, no dia do goleiro, foi demais. Como será que se sentiram os excepcionais Marcos (Palmeiras), Rogério Ceni (São Paulo) e Júlio César (Inter de Milão)?

Não vi o programa de ontem, mas o mínimo que o Thiago Leifter (?) deveria fazer era pedir desculpas a todos os goleiros do País. O desrespeito foi global.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Mourinho chora. E Messi joga.

Mourinho, chega mais! Isso, aqui, bem pertinho! Sem medo!

Que tal uma conversa de homem, como diz meu neto, Victor? Aqui, no "escritório" da verdade". Pode se abrir!

Cara, se toca! Você é um dos melhores técnicos de futebol do mundo. Ganha mais de R$ 2,5 milhões por mês. Tá certo que faz tipo, é marrento, mas conhece do riscado.

Então, não dá pra entender! Ou dá? Dizem que, quem não chora, não mama. Corretíssimo! Só que você já é grandinho, cara!

Deixe de ser tão falastrão e debochado! Deixe de ser tão chorão! Chora quando ganha prevendo que será prejudicado no próximo jogo. Chora quando perde, critica a arbitragem e joga a toalha. Pelo menos da boca pra fora.

Pra não fugir à regra, hoje não foi diferente. Após a justa derrota de 2 a 0 para um Barcelona sem brilho mas superior, o técnico do Real Madrid escolheu o juiz alemão como bode expiatório das próprias culpas, já que escalou mal, armou mal e trocou mal.

Tá certo que a expulsão do luso-brasileiro, e estabanado, Pepe é discutível. Não foi pra tanto. Mas não foi por isso que o Real perdeu. Ajudou, mas não determinou isoladamente.

Do começo ao fim, quem procurou o jogo pra valer foi o desfalcado time de Guardiola. Mesmo jogando em casa, o Real não equilibrou as ações, nem mesmo a posse de bola -- 71% contra 29%.

Não foi cortante, incisivo. Chegou só duas vezes com real perigo. Também não teve a ousadia dos mandantes quando o assunto é briga de cachorro grande. Ao ganhar a Copa do Rei da Espanha, Mourinho julgou-se descobridor da pólvora. Utopia! Ledo engano!

"Agora sabemos como jogar contra eles" -- diziam alguns jogadores do Real. Calma! Não é bem assim! Conseguir a marcar não significa aprender a jogar como grande. Tampouco o credencia a ganhar na Copa dos Campeões da Europa.

O Real montou esquema defensivo a partir do ataque, mas se esqueceu de que, sem bola não se faz gol. Marcou as laterais do campo, principalmente a válvula da direita, Daniel Alves. Mas acorrentou os seus laterais e ficou sem opção para chegar ao fundo.

Também povoou o meio-campo quando sem a bola. Mas se esqueceu de se movimentar, criar e agredir quando retomou o bem mais precioso de qualquer pelada. E Kaká no banco de reservas...

Por isso, mesmo sem seu termômetro -- o excepcional Iniesta -- o Barcelona foi mais time nos três setores.

Defensivamente, mesmo improvisado, com Puyol na esquerda e o volante argentino Mascherano de central, a zaga se portou bem. Destaque, novamente, para o namorado da Shakira. Piqué foi quase perfeito. Nervoso na defesa e omisso no ataque, o bom Daniel Alves foi exceção negativa. Por isso Messi também jogou menos do que sabe.

No meio-campo, Xavi foi o destaque articulador. Iniesta faz uma falta danada! Keitá se limitou à faixa esquerda do campo e esbarrou na boa marcação de Xabi Alonso e Diarrá.

Ofensivamente, mais uma vez o melhor do mundo fez a diferença. Especialmente quando teve mais espaço às costas do meio-campo do Real.Um gol e um golaço que podem significar passaporte à decisão européia.

Villa e Pedro não brilharam, mas bloquearam as subidas dos laterais madrilenhos, principalmente o brasileiro Marcelo, hoje muito nervoso.

Além da supremacia técnica e tática (a simplicidade prática de Guardiola engoliu a prepotência de Mourinho), o grande clássico mundial -- não foi o jogão que se esperava -- teve o tempero de muita tensão, bate-boca, empurra-empurra e a expulsão de... Mourinho.

Melhor para o Barça, que tem tudo para confirmar a classificação no jogo de volta, em Barcelona, e pegar provavelmente o Manchester United, que ontem, com méritos, atropelou o meu Schalke 04 em plena Alemanha.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

O cavalo e a Pedra Selada

O feriadão ensolarado até que rendeu pra quem gosta de desafios nas alturas. Ao lado da Angela e do casal de amigos, Milton César e Marilene Bombana, foram momentos de aventura e felicidade.

Mais uma vez, subimos no maciço das Prateleiras, no Parque Nacional de Itatiaia-RJ. Depois, fomos até a vila de Visconde de Mauá (Resende-RJ) e conquistamos a Pedra Selada.

Saímos de Santo André na quinta-feira, às 6h da manhã. Chegamos a Penedo, distrito de Itatiaia, por volta do meio-dia. Depois de seis horas de viagem, quando normalmente são três horas e 15 minutos pra cobrir 300 quilômetros.

Na sexta-feira, bem cedinho, pegamos nosso guia, o jovem Dudu, filho da Célia, e ganhamos a Dutra. Entramos em Engenheiro Passos. Cerca de 50 quilômetros e 216 curvas depois estávamos na portaria do parque criado por Getúlio Vargas em 1937. Trinta mil hectares de natureza exuberante.

Foram duas horas e meia de caminhada -- 4,5km -- e escalada até superar 2.548m de altitude, transpirar alegria e assinar novamente o livro do cume, aquele fomoso caderninho protegido pela caixinha de metal.

Visual maravilhoso de Resende, Porto Real, Itatiaia, Queluz, Lorena, Guaratinguetá, Aparecida, da represa de Furnas e da encantadora Serra da Bocaina. Havia muita gente no pico. Foi preciso ter paciência na fenda apelidada de Pulo do Gato.

Na descida, tranquila, nada de quedas comprometoras e bundas raladas, esfoladas pelas pedras. Apenas certo cansaço até chegar aonde o carro estava estacionado.

Já na Garganta do Registro, foi inevitável não parar no seu Miguel. Chope Kalena -- não confundir com chope com a Lena, viu Dudu! --, linguiça apimentada, pinguinha com mel, queijo, pinhão, pamonha. Minha nossa! Que delícia! Abuso merecido.

Como ninguém é de ferro, reservamos o sábado para pequenas caminhadas pelas estradas, matas e cachoeiras do alto de Penedo. Com direito a mergulhos no riacho e na piscina natural.

Também teve caipirinha de limão cavalo,além do indispensável churrasquinho. O som poderia ser da deusa mineira Paula Fernandes -- minha amiga Paulinha (rsrs) --, mas respeitei a opção da maioria mais "elitizada". Gosto não se discute; respeita-se.

No domingo de manhã, a caminho de Visconde de Mauá, com direito a Paulinha, Almir Sater, Victor e Leo, e muita poeira, mais duas horas de estrada morro acima. Para testar a 4x4, o amigo Milton optou pelo caminho mais longo e bonito.

Lá estávamos no barzinho-pedágio do Nei, aos pés da Pedra Selada. O visual é belíssimo. Parece mesmo uma sela de cavalo. Só que assusta! Me julguei maluco por querer subir. São 1.755m de altitude. O percurso de 2.750m é em terreno íngreme, sem muitos cotovelos de respiro.

Mesmo com bancos estratégicos para descansar, água límpida e pequenas cachoeiras/cascatas a escolher, a roda pega. A pulsação sobe ao limite. O coração dispara. O suor molha o pano. Se a musculatura das pernas não estiver em dia, a coisa fica preta.

Uma hora e 37 minutos depois, lá estamos no cume. Com visão de 360º, esperamos a nuvem passar e avistamos Resende, Porto Real (?), Itatiaia e parte de Visconde de Mauá. Além do imenso Vale do Rio Preto, de Prateleiras e Agulhas Negras, outro pico que também já conquistamos, em 2003, quando ainda era o quarto mais alto do Brasil.

Imperdível! Não dá pra por preço! Não havia cavalo, mas a pedra estava selada. Por isso montei. Montei num cavalo alado e pelo vale me lancei. Sobre matas, montanhas, rios e cachoeiras, juro que voei.

Voei e sonhei! Sonhei e acordei sorrindo. O sorriso de quem, naquele momento, acima das nuvens, não exala suor, transpira a doçura e a grandeza de algo chamado felicidade.

De volta ao topo, é preciso apear do cavalo baio, pegar o cajado improvisado e iniciar a descida. Com a lembrança de que nem sempre todo santo ajuda. Todo cuidado é pouco!

Passos acelerados e arriscados, água da bica, banho de cachoeira, oxigênio puro, pássaros cantando, colheita de pinhões, cerveja gelada, queijo meia-cura e olhos brilhando. Uma hora e vinte depois.

Não acredito! Não sou tão louco ou metido a besta! Não subi até lá! Nem matando! Olho para esposa e companheiros de viagem e repito: Não acredito! É muito alto! Mas é verdade!

Peraí! Escrevi alguma coisa no livro do cume. "100% Santo André, 100% cansados, 100% felizes".

Não quero, mas é hora de voltar. Que pena! É hora de voltar. Eu só queria caminhar, subir, escalar... Eu só queria sonhar, cavalgar e voar.

A pedra está lá! Linda! Forte! Parada! Selada! O desafio está lançado. Basta ter imaginação e coragem para montar. Montar e voar! Mais uma vez, valeu!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Havelange, cê tá de brincadera, meu!

Se é que já não a disse, Neto, ex-craque e ídolo do Corinthians, hoje comentarista de rádio e TV, não teria outra frase para o senhor João Havelange: "Cê tá de brincadera, meu!" -- diria o polêmico moço de Santo Antonio de Posse. Não é pra menos!

Dias atrás, o quase centenário dirigente ( 95 anos, ex-CBD e FIFA) falou um besteira tão grande que não pode deixar de ser contestada.

Torcedor do Fluminense, maior devedor do futebol brasileiro, o brasileiro afrancesado simplesmente propôs que o governo anistie os clubes de dívidas atuais e ainda sejam isentos de qualquer tarifação daqui pra frente.

"Se o governo cobrar (as dívidas monstruosas), os clubes vão acabar. É preciso zerar e não cobrar mais. O clube tranquiliza e é importante na educação das gerações. Taxa zero, sem cobrar imposto disso e daquilo. As dívidas são um oceano para os clubes e uma gota d'água para a nação" -- afirmou, sem o menor constrangimento.

Pra quem não sabe,nobre senhor, as dívidas fiscais e trabalhistas dos clubes superam a casa de R$ 3,5 bilhões. Daria para construir pelo menos uma quadra esportiva decente em inúmeras escolas. E contratar um sem-número de professores de Educação Física.

Segundo levantamento de 2009, divulgado em 2010, os maiores caloteiros, pela ordem, são Fluminense, Vasco, Botafogo, Flamengo, Atlético Mineiro e Santos.

Só o Flu deve perto de R$ 400 milhões. O Corinthians, 11º da lista, estaria -- não tenho certeza -- perto de R$ 130 milhões. No âmbito regional, Santo André e São Caetano também estão longe de ser credores.

Pra quem não sabe,nobre senhor, há bom tempo o governo criou o Refis, com o objetivo de regularizar créditos por meio do parcelamento de débitos. Só que muitos clubes já foram excluídos por inadimplência ou descumprimento de cláusulas contratuais.

Pra quem não sabe, nobre senhor, há pouco tempo o governo -- bonzinho com alguns, escolhidos a dedo -- criou a Timemania. Em troca do direito de imagem, a loteria da Caixa Econômica Federal destina 22% do montante arrecadado aos clubes.

Pra quem não sabe, nobre senhor do mundo,hoje os dirigentes de clubes podem responder civil e criminalmente em caso de malversação do dinheiro.

Aí vem alguém de renome, como o nobre senhor, propor tamanha asneira. Respeito opiniões, mesmo que pareçam incongruentes. Respeito o ser humano, acima de tudo, mas um cidadão do mundo não deveria sair por aí falando sem pensar. Ou pensando muito para beneficiar poucos, como o seu Fluminense, em detrimento de muitos.

Ou os cidadãos de bem, cumpridores de seus deveres fiscais, não merecem respeito? Será que somos um bando de idiotas, de cordeirinhos, de peixinhos à mercê de tubarões? Fico indignado, sim!

Não dizem que todos devem ser iguais perante a lei? Respondo e posso ser preso se não pagar Imposto de Renda. Os compromissos pessoais e empresariais dos cidadãos comuns são extensos e onerosos. INSS, FGTS,ICMS, ISS, IPVA, Cofins... E por aí vai.

Compromissos devem ser honrados. A justificativa do nobre senhor do mundo é ridícula.O clube tranquiliza? Quem? Os que dele se locupletam em nome de paixões como o futebol?

Os clubes são importantes na educação das gerações? Como argumento, não cola. Não tem consistência. Para tal, muito mais importante é o governo assumir seus deveres e investir no esporte como política pública. É imprescindível que o esporte seja respeitado e encarado como direito de todos os cidadãos.

Os clubes, sociais ou simplesmente de futebol, são de poucos. O esporte precisa ser de todos. Crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, sem distinção de camada social, cor, religião, nacionalidade ou opção sexual.

Financeiramente privilegiado, o nobre senhor do mundo só poderia mesmo sugerir proposta tão estapafúrdia, grotesca e desrespeitosa. Havelange, cê tá de brincadera, meu! Isso é coisa de político à caça de votos.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Morte ou sobrevida à "figueira assassina"?

Mais uma vez, a figueira centenária do Parque Celso Daniel volta a ser notícia. Na noite da última quinta-feira ela não feriu; matou. Matou? Ela?

A vida de uma senhora, aposentada, de 68 anos, não tem preço. Quem tem família sabe! Não importa se Leda caminhava, corria ou tomava suco na lanchonete.

Naquela tarde/noite, excepcionalmente, troquei de parque e de horário. Caminhei por 60 minutos, entre 17h30min e 18h30min. Foram sete quilômetros, sem evitar a figueira,nem a escuridão na parte baixa do espaço.

Afinal, não tenho bola-de-cristal! O acidente aconteceu um pouco depois.Poderia ser evitado? Lógico que sim! Mas não foi a árvore quem matou.

Quem deve responder judicialmente, por danos morais e materiais, é o Poder Público. Qualquer pessoa poderia ser vítima do descuido ou da irresponsabilidade. Inclusive este caipira metido a besta.

Não li nem ouvi declaração clara e convincente dos homens do Departamento de Parques e Áreas Verdes, vinculado à Secretaria de Obras e Serviços Públicos.

Há pelo menos 10 anos a figueira tombada pelo Comdephaapasa -- Conselho Municipal de Defesa... -- apresenta debilidade provocada por fungos.

Administrações anteriores pensaram em sacrificá-la, mas movimentos de defesa prevaleceram e figueira sobreviveu. Mesmo doente! Então, não se pode afirmar que o ocorrido foi surpresa para quem cuida da manutenção dos nossos parques.

A discussão predominante, agora, é cortar ou não a "figueira assassina". Há quem sugira prisão perpétua para a figueira, mas muitos defendem a pena de morte. Decaptar é o melhor remédio -- argumentam.

Outros a absolvem. "Não houve intenção de matar" -- justificam. Também há quem, como eu, opte pela sobrevida, desde que o tratamento seja contínuo e eficaz. Sem negligência!

Sem se esquecer de que o paciente clama por cama cativa, UTI permanente e isolamento maior do que o atual. Meus amigos, atletas ou simples caminhantes, que me desculpem, mas a pista jamais seria a mesma.

Enquanto se discutem as penas a serem aplicadas à "figueira assassina", os verdadeiros responsáveis lamentam o peça do destino, dão explicações vazias e tiram da reta.

Quem sabe o fato acorde nossos políticos para uma realidade escamoteada por embelazamentos superficiais quase sempre em detrimento de cuidados primordiais?

Talvez o próximo "assassino" seja um velho eucalipto do Parque Regional, outra figueira, agora do Ipiranguinha, ou um pinheiro da Chácara Pignatari. Todos já têm passagem pela Polícia.

Também pode ser aquela pequena goiabeira do Parque Central ou o pé de hortelã do Parque Escola. O atual gramado do Estádio Bruno Daniel também pode matar. Atenção, além de esburacado, a "grama está alta"!

domingo, 17 de abril de 2011

O bom cabrito não berra!

O bom cabrito não berra! Ao menos é o que diz o famoso ditado popular. Melhor ainda é o cabrito que não berra na hora errada, sem razão.

Portanto, todos os chorões -- principalmente o São Paulo -- estão reclamando do regulamento do Campeonato Paulista sem argumentos sólidos.

Está certo que o regulamento não é lá essas coisas. Especialmente quando determina que as próximas fases serão disputadas em jogo único. Em caso de empate, pênalti e fim de papo.

Primeiro colocado da fase classificatória com 41 pontos ganhos, o time de Paulo César Carpeggiani e Rogério Ceni -- dois reclamões -- pega o oitavo, a Portuguesa, que ganhou 13 pontos a menos e se classificou na bacia das almas. Mas...

Mas, como já afirmou mais de uma vez Luiz Felipe Scolari, ninguém mandou os dirigentes dos clubes assinarem concordando com as sugestões/imposições da Federação Paulista.

Se deram o OK, por que agora ficar chorando e criticando o regulamento? A incoerência é dos homens que decidem fora das quatro linhas. Todos poderiam ao menos ter ponderado quanto a vantagens conquistadas pelos melhores e jogos de ida e volta nos momentos decisivos.

Como isso acontece há pelo menos quatro décadas, quem sabe no ano que vem os dirigentes de clubes e federação usem o bom senso em prol do futebol?

Acho que é melhor acreditar no coelhinho da Páscoa. Pau neles, Felipão!

Nada de céu! Muito menos de salvação!

Tudo o que a torcida do Santo André queria aconteceu neste domingo. Calma, pessoal! No Bruno Daniel, foi tudo normal, dentro da lógica.

O pior time do campeonato -- 20º colocado com 15 pontos ganhos e apenas duas vitórias em 19 jogos -- coroou o rebaixamento à Segunda Divisão estadual com derrota de 2 a 0 para os reservas do Coríntians.

O domingo ganhou contornos de felicidade para o torcedor do Ramalhão e de negritude para os de São Caetano e São Bernardo bem perto das 18h.

Foi quando se configuraram as vitórias do Linense no Anacleto Campanella e da Portuguesa no Canindé. Nada de céu! Muito menos de salvação!

As derrotas determinaram a não classificação do Azulão às quartas-de-final ( céu do G-8) do Paulistão e o rebaixamento do Tigre para a Segundona.

Pra quem, como eu, acreditava em vitória sem tantos atropelos do São Caetano para se qualificar e ainda por cima salvar o São Bernardo da degola, foi uma surpresa e tanto.

O Azulão vinha numa ascendente -- uma das vítimas foi o Corinthians -- e tinha tudo para atropelar um adversário limitado e ameaçado. Porém, não teve competência nem ao menos para salvar o vizinho, caçula da elite.

O São Bernardo terminou em 17º lugar com 18 pontos ganhos, cinco vitórias e deficit de 15 gols. Perdeu a vaga porque o Ituano ( 2 a 0 no também rebaixado Noroeste) fechou com deficit de 12 gols.

Agora não adianta chorar o leite derramado. A campanha do ABC Futebol Clube foi pífia, considerando-se que Ramalhão e Tigre morreram abraçados.

A fase quartas-de-final começa no final de semana com São Paulo (1º) x Portuguesa
(8º), Palmeiras (2º) x Mirassol (7º), Corinthians (3º) x Oeste (6º) e Santos (4º) x
Ponte Preta (5º).

Os grandes são favoritos para fazer as semifinais? Sim! Na teoria! O São Caetano também era...

sábado, 16 de abril de 2011

Caminhos do céu e da salvação

São Caetano e São Bernardo têm domingo decisivo na última rodada da fase classificatória do Campeonato Paulista. O ideal é que os dois vençam.

O Azulão para não depender de empate ou derrota de Paulista, Portuguesa e Americana. O Tigre para não precisar ficar rezando por igualdade entre Noroeste e Ituano.

O problema é como vencer. Em casa, a tarefa do bem armado mas às vezes desligado São Caetano (oitavo colocado com 26 pontos ganhos) sugere obstáculos menos consistentes diante do ameaçado Linense.

Em 15º lugar com 18 pontos ganhos, cinco vitórias e deficit de 10 gols, está na cara que o time de Lins vai jogar fechado, fazendo muitas faltas -- à moda Pintado -- e explorando contragolpes lotéricos.

Como tem muito mais time, ao São Caetano resta jogar com seriedade, velocidade, consciência e extrema atenção nos três setores. Com paciência, vai achar o caminho do gol sem tanta dificuldade porque a defesa do Linense é limitada e lenta.

Se perder a concentração e a seriedade, como diante do Santo André, o Azulão toma o gol, começa a errar passes fáceis e acaba derrotado pela falta de controle emocional.

Décimo-sexto colocado com 18 pontos ganhos, cinco vitórias e menos 14 gols, o Tigre vai ao Canindé e não tem alternativa que não jogar no erro da frágil mas tradicional Portuguesa.

Raça, sangue, suor e marcação ostentiva, do primeiro ao último minuto, são imprescindíveis para o time de Estevam Soares, psicologicamente fortalecido com a vitória no clássico diante do Santo André.

Se não voltar a apresentar a maldita instabilidade defensiva e ainda arrumar bons contraataques, concluídos com chutes bem calibrados, o São Bernardo tem plenas condições de se salvar da degola.

Tanto no Campanella quanto no Canindé, Azulão e Tigre estarão ligadíssimos nos demais resultados da rodada. A informação pode ser uma faca de dois gumes.

O São Caetano reúne méritos para ficar no céu dos oito classificados. Por menor demérito do que Ituano, Noroeste e Linense, o São Bernardo merece o caminho da salvação.

terça-feira, 12 de abril de 2011

O Azulão, o Tigre, o céu e a salvação

São Caetano e São Bernardo dependem das próprias forças para atingir objetivos distintos na elite do Campeonato Paulista.

Vitória significa o céu do G-8 do bem para o Azulão e a salvação do G-4 do mal para o Tigre. O primeiro recebe o ameaçado Linense no Anacleto Campanella e o segundo vai ao Canindé enfrentar uma Portuguesa instável mas ainda com esperanças de classificação.

O São Caetano vem de excelente vitória e bom futebol diante do sempre respeitável Corinthians. O São Bernardo vem de boa vitória e futebol valente no clássico frente ao rebaixado Santo André.

Em oitavo lugar com 26 pontos ganhos, sete vitórias e dois gols de saldo, o time de Ademir Fonseca está com a faca e o queijo na mão. Se não cortar e comer, dança.

Até mesmo empate ou derrota pode manter o Azulão com a oitava vaga, mas aí a Portuguesa não poderia vencer o São Bernardo, o Paulista não poderia superar o Santos, nem o Americana ganhar em Presidente Prudente.

Se fizer a lição de casa, o São Caetano vai pegar Palmeiras ou São Paulo na próxima fase. Em curva ascendente, pode até surpreender os grandes e chegar à semifinal. Tem elenco pra isso.

Já o São Bernardo está em situação semelhante, só que em busca da salvação. Está em 16º lugar com 18 pontos ganhos, cinco vitórias e deficit de 14 gols.

Se ganhar da Lusa, está livre da degola. Se empatar, vai depender de igualdade ou vitória do Ituano (15 pontos ganhos) diante do Noroeste (17 pontos ganhos). Se perder, fica na torcida pra que dê empate em Itu.

Além de São Bernardo, Noroeste e Ituano, também Linense (18), Botafogo (19) e Bragantino (19) correm risco de rebaixamento.

Só pra lembrar: o rebaixado Santo andré pega o Corinthians na última rodada. Ronan Maria Pinto, presidente do Saged, garante que vai oficializar a demissão nos próximos dias.

O vice da Gestão Empresarial, Romualdo Nuvem Passageira Magro Júnior, é um dos cotados para assumir, assim como Jairo Livólis, presidente do Conselho de Cotistas e ex-presidente do Esporte Clube Santo André.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

O fim do Ramalhão?

"Ramalhão pode desaparecer se Ronan Pinto confirmar renúncia". Esse é o título da coluna do amigo Daniel Lima na coluna do CapitalSocial de hoje.

Erro, precipitação ou drama após mais um rebaixamento anunciado desde o início do Paulistão? Infelizmente, não! É a mais pura verdade.

Pior: com ou sem o todo-poderoso presidente do Saged e dono do Diario do Grande ABC, o futebol profissional de Santo André pode estar com os dias contados.

Sob o comando de Ronan, a administração do Santo André Gestão Empresarial e Desportiva anda pau-a-pau com um futebol medíocre. A disputa é cabeça-a-cabeça com a performance de um futebol que tem sido sinônimo de fiasco, de incompetência dentro e fora do campo.

Tudo pode não passar de bravata de quem está acuado e tenta trucar sem carta, mas se o "chefe" ficar a coisa também não vai mudar muito.

As dívidas quase impagáveis estão aí. O fundo do poço está aí. A incompetência gestora é visível a olho nu. Está aí, há quatro anos!

Sem o "poder exclusivo" de quem deita e rola praticamente sem contestações consistentes dos acionistas, o Saged vai ficar na mão de quem?

Duvido que apareça um louco para assumir um caminhão de dívidas e um avião em queda livre.

Alguns podem argumentar que o futebol deve voltar para o comando do Esporte Clube Santo André, como o foi por cerca de quatro décadas.

Vou repetir com todas as letras: hoje o clube social está estabilizado mas não tem condições financeiras para assumir abacaxi de tamanha grandeza.

Mesmo que a paixão clubista esteja acima de tudo, é pedir para o raio cair sobre a própria cabeça. É um contrato de risco desnecessário. É loucura voltar a misturar um sócio-esportivo ascendente com um futebol profissional capenga e deficitário.

Ninguém, nem mesmo o mais abnegado, o mais sonhador, o mais trabalhador, faz milagre no futebol atual. O risco de insolvência, de falência, do belo clube fincado no Parque Jaçatuba seria enorme.

Se for pra escolher, que morra o futebol!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Deu Barça! Que novidade!

O Barcelona fez mais uma vítima na Liga dos Campeões da Europa. Em casa, não precisou ser brilhante para atropelar o Shakhtar/Brasil da Ucrânia.

Foi 5 a 1, mas o placar moral bem que poderia ter sido 4 a 2. Não foi pra tanto!No jogo de volta a missão de ucranianos/brasileiros é quase impossível.

No primeiro tempo até que o jogo foi mais equilibrado. Embora o Barcelona tenha feito 1 a o logo aos 2 minutos com o excepcional Iniesta, o Shakhtar tentou sair em velocidade e teve pelo menos duas belas oportunidades com Luís Adriano e William.

Isso só aconteceu porque o Barcelona, embora seja um primor técnico e ofensivo, deixa a desejar quando é atacado com penetrações rápidas às costas de pseudo-laterais ao se posicionar num estranho e arriscado 2-5-1-2.

Tento explicar: dois zagueiros (Busquets e Piqué)lentos para cobrir tanto espaço, dois alas abertos (Adriano e Daniel Alves, que mais parecia ponta), apenas um volante marcador (Mascherano), ladeado por dois volantes (?) que só cercam mas saem pro jogo com desenvoltura (Xavi e Keitá), um meia de aproximação que dita o ritmo ao bel-prazer (Iniesta) e dois atacantes (Messi chegando de frente e Villa fechando das extremas para o meio). Ufa!

Já o time ucraniano exibia um 4-2-3-1. Tento explicar: quatro zagueiros limitados, apavorados e em linha; dois volantes fixos,cães-de-guarda, um armador (Jadson) centralizado e sem tanta movimentação, ladeado por dois meias (Douglas Costa pela direita e William pela esquerda), que ajudavam na marcação dos alas e saiam em velocidade quando de posse de bola. Ufa!

Só que a posse de bola média do Barcelona foi de 65%. Mesmo não estando seguro, o time espanhol voltou a marcar aos 33 minutos com Daniel Alves ao aproveitar lançamento em diagonal de Iniesta.

Com 2 a 0, o Barça conseguiu se arrumar e estabilizar o sistema defensivo, não passando por novos sustos na primeira etapa.

No segundo tempo Piqué fez 3 a 0 logo aos 7 minutos. O Shakhtar diminuiu aos 13, mas levou ao quarto aos 15 (Keitá). Aí, foi obrigado a jogar um pouco mais ofensivamente, sem se limitar a pontadas em velocidade, e deu campo para um dos melhores times do mundo.

Com espaços, do jeito que gosta, o Barcelona aproveitava os contragolpes para chegar com perigo. Principalmente pela meia-ponta-direita, com Daniel Alves e Messi.

Dominado e já sem tantas avenidas para tentar as penetrações, o Shakhtar só ameaçou aos 36 minutos, quando Luís Adriano acertou o poste direito. Nem mesmo a entrada de outros dois brasileiros (Alex e Fernandinho) mudou a história do jogo.

Pelo contrário, aos 41 o Barcelona voltou a marcar. Mais uma vez pela direita, Daniel Alves fez bela assistência para Xavi fechar o marcador e tornar a missão do Shakhtar tão difícil quando a de Santo André e São Bernardo para fugir do rebaixamento no Paulistão.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Vargas, Fláquer e... Consladel?

Minha corrida matinal de hoje resultou em sentimentos de alegria e estranheza.

A 100 metros de casa, na praça Getúlio Vargas, a da Igreja Matriz, uma surpresa bem agradável.

Caminhões, máquinas e cerca de 50 funcionários da Prefeitura de Santo André trabalhavam -- juro que é verdade -- como verdadeiras formiguinhas para concluir a revitalização do espaço.

Em ritmo frenético, com cara reinauguração política no aniversário, dia 8, todos se dividiam entre plantar árvores, colocar bancos, postes, grama e cimento nos lugares corretos.

Muito interessante! Tudo leva acrer que, finalmente, teremos uma praça decente. Administração Aidan Ravin merece elogios contidos, cuidadosos.

Isso, no entanto, não me faz concordar com as faixas distribuídas estrategicamente pelas esquinas das redondezas.

"Moradores e comerciantes agradecem o prefeito dr. Aidan pela revitalização da praça Getúlio Vargas".

O bem-estar da população é obrigação de qualquer homem público. Nada mais normal. Por isso me limito ao aplauso discreto, à espera do amanhã.

Não tenho nada contra o prefeitão, pelo contrário, mas não me sinto incluído na faixa de agradecimento com cara de cobra mandada ou bajulação de algum puxa-saco de plantão. Aidan não precisa disso.

Na praça Antonio Fláquer ( Jardim Tamoio, aqui no Ipiranguinha ), também em ritmo alucinante, mais de 40 funcionários igualmente plantam pequenas mudas junto ao antigo lago/fonte luminosa, podam as árvores, checam a iluminação e desenham belos gramados.

Garanto que o sentimento de felicidade é verdadeiro. Após 10 quilômetros ( cinco correndo e cinco caminhando a passos largos) paro pra tomar água e dou de cara com
dois out-doors,lado a lado, talvez fruto de parceria.

"Obra do Governo do Estado de São Paulo. Praça de Exercício do Idoso. Valor: R$ 187 mil. Prazo de entrega:180 dias". Apesar de achar o valor exorbitante, fiquei ainda mais feliz. Pela valorização, pelo respeito à qualidade de vida do idoso.

No entanto, a outra placa me causou estranheza e dúvida: " Praça de Exercício do Idoso... Consladel Construtora Ltda... Prefeitura de Santo André". Opa! Algo de podre no reino da Dinamarca?

Pra quem não sabe, a Consladel é a mesma que apareceu outro dia no Fantástico, em matéria-denúncia sobre a máfia dos radares espalhados Brasil afora.

Ou será que a Consladel Construtora não tem nada a ver com a das multas, das licitações fajutas e dos contratos fraudulentos?

Me engana que eu gosto! Como cidadão andreense, tenho o direito de me indignar, de questionar e ficar com a pulga atrás da orelha. Afinal, estou pagando, via impostos, as revitalizações de Vargas e Fláquer.

P.S.: ainda vou cobrar se as omissões e condutas inadequadas desfiladas no Parque Central forem repetidas no Tamoio e na Matriz. É imprescindível ficar atento à manutenção, à segurança, à orientação, à fiscalização e, se necessário, punir os infratores.

Se o Poder Público se esquecer logo-logo das praças, então é porque tudo não passou de encenação política. Seria uma pena, mas não surpresa.

domingo, 3 de abril de 2011

Boeing maior; buraco da agulha menor

Como torcedor, deixei de ver o Coríntians para, como jornalista-torcedor, ver o Santo André.Bom negócio? Não, péssimo!

Em pleno Bruno Daniel, o Ramalhão acaba de perder de 3 a 1 do lanterna Grêmio Prudente e está virtualmente rebaixado à Segunda Divisão do Campeonato Paulista.

Pior do que perder, o time de Sandro Gaúcho voltou a ser uma colcha de incompetências táticas, técnicas, organizacionais e emocionais.

Abalado, desesperado, o grupo não mostra perspectiva minimamente confiável de que seja capaz de fazer o milagre de ganhar seis pontos diante de São Bernardo e Coríntians.

"Sem vergonha", como gritou a torcida no final de mais um vexame? Não! Porém, sem inteligência, sem capacidade técnica, sem controle emocional, sem volume, sem intensidade, sem criatividade, sem velocidade, sem agressividade.

Pior, um time sem coração, sem garra, sem determinação, sem o brio e o "sangue nos olhos" que se exigem de quem está entre a cruz da salvação e a espada da degola.

Um time medroso, que se apequena quando precisa se agigantar, que se entrega, se acovarda, quando precisa lutar pela sobrevivência, não merece mesmo continuar na elite do futebol paulista.

Agora, o Boeing está cada vez maior, enorme, mas o buraco da agulha é cada vez menor, bem pequeno, mal cabe a linha da costureira.

O torcedor apaixonado, fanático, pode até acreditar. Eu, infelizmente, não acredito mais.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Sentimento de gratidão e dever cumprido

Após 14 meses de mais acertos do que erros,e com o sentimento de dever cumprido, deixo hoje a coordenação da academia do Esporte Clube Santo André.

Favor não confundir o belo complexo sócio-esportivo cravado no valorizado Parque Jaçatuba com o Saged -- Santo André Gestão Empresarial e Desportiva.

O Santo André do qual fui funcionário é muito maior do que um simples time de futebol.

O Santo André do seu Joaquim, do Jocenir, da Andréia e da Rose é muito maior do que o do futebol capenga comandado por Ronan Maria Pinto e seus assessores de meia tigela -- a maioria é incompetente.

O Santo André do Rodrigo, da Adriana, do Loami,da Eloá, da Sueli e do Celso Luiz é uma potência como clube ainda a ser descoberta pelos cidadãos andreenses. São aproximadamente 20 mil associados, entre titulares e dependentes. População maior do que muitas cidades pelo Brasil afora.

O verdadeiro Santo André, de pessoas humildes e decentes, me recebeu de braços abertos. Por isso saio com a certeza de que as portas jamais se fecharão. Não foi um trabalho fácil, mas valeu a pena. Foi um desafio superado.

Ver a academia crescer de forma contínua e consistente foi gratificante.Mas isso só aconteceu porque contei com apoio incondicional de todos. De dirigentes e gerência até o mais simples, e não menos importante, funcionário.

E principalmente porque pude contar com uma verdadeira família a trabalhar unida, sem que prevalecesse qualquer individualidade. O que não é tarefa das mais fáceis nos dias atuais, de tanto egoismo, de tanta sacanagem, de tanta trairagem.

O brilho foi do grupo, do coletivo. Da dona Ivonete, da Bel, da Mel, do Alemão, do Rogério, do Anderson, da Vanessa e do Lucas.Quanto sacrifício! Quanto coleguismo!

Tive a responsabilidade da liderança, mas jamais os vi ou os tratei como um chefete qualquer, com desrespeito, com ar e atitudes de superioridade supostamente creditados ao poder de uma canetada. Por isso foi tão bom.

A conquista e a sensação de desafio superado são frutos do trabalho de profissionais de verdade, qualificados, como Fernanda, Alexandre, Luciana, Fernando, Wellington, Vanete, Daniel, Nildes, Carol, Leonardo, Veridiane, Viviane, Felipe, Eloi, Márcio e Gisele, que suportaram minha chatice de amigo exigente, sem jamais desprezar meu profissionalismo e meu senso de justiça.

Saio feliz, com o sentimento de dever cumprido e de gratidão. Agora vou cuidar da família, da saúde -- montanhas de Minas, me aguardem! -- e da aposentadoria. Obrigado, muito obrigado a todos que lá estão ou por lá passaram. Inclusive os mais de 1.5 mil alunos.

Pena que o futebol profissional do Santo André não tenha metade da competência e do comprometimento das pessoas com as quais convivi nos últimos 14 meses.

Que o Alemão seja feliz na nova empreitada. Capacidade não lhe falta. Experiência a gente ganha. Ainda há muito a ser feito. Vou torcer como se fosse o meu Coríntians diante do São Paulo. Valeu, S-18!!!

Sobre Anderson, errei!

Não sei se pequei pelo excesso de confiança ou porque entendi mal a confidência do meu sabiá de estimação. Só sei que errei feio quando afirmei que o zagueiro Anderson faria no máximo quatro ou cinco jogos pelo Santo André. Acho que o sabiá quis dizer que ele só estrearia na quarta ou quinta rodada.

Escrevi, inclusive, que seria um absurdo a diretoria do Saged -- Santo André Gestão Empresarial e Desportiva -- pagar cerca de R$ 120 mil por três meses de contrato pra quem faria do Santo André apenas um trampolim de visibilidade e recuperação física para retornar a um grande clube no Campeonato Brasileiro.

Nada disso aconteceu! Felizmente, para o Santo André, o ex-companheiro de Fábio Luciano no Coríntians não só jogou boa parte do Paulistão como foi um dos destaques de um time capenga e desorganizado taticamente.

Teve muito mais altos do que baixos, tanto na antecipação quanto na cobertura. Pelo alto, só pecou quando perdeu a concentração e olhou pro lado errado, marcou a bola. E sempre teve contra si o fato de os volantes não serem sinônimos de primor defensivo.

Sabe jogar e readquiriu tanto a forma técnica quanto a física. Se quiser, não vai ter dificuldades para disputar o Brasileiro da Série A por um bom time. Apesar da má campanha do Ramalhão, o que pesa e desvaloriza todo o elenco. Tomara que ele não erre feio nas últimas rodadas.

Clássico decisivo no Campanella

O quer que aconteça nas próximas três rodadas não vai alterar a triste imagem que o ABC Futebol Clube deixa quando, pela primeira vez, se junta na elite do futebol paulista.

Um mais, outro menos, Santo André, São Bernardo e São Caetano foram um fiasco. O São Caetano ainda sonha como G-8 do bem, mas depende de três vitórias. Quem sabe duas vitórias, diante de São Bernardo e Linense, e um empate contra o Coríntians?!

No clássico de amanhã no Anacleto Campanella contra o abalado São Bernardo pode acontecer de tudo. Teoricamente, o favoritismo é do Azulão. Contra o Santo André, também era. E deu no que deu! Se bem que o jogo foi meio estranho.

Há, até, quem desconfie que o São Caetano não fez questão nenhuma de ganhar. Não garanto que entregou, mas também não ponho a mão no fogo. Não confio na maioria dos dirigentes de futebol.

Voltando ao jogo de amanhã, parece que o São Bernardo sofreu um terremoto seguido de tsunami. Não é possível! O Tigre vinha numa ascendente e, de repente, caiu de produção e não jogou nada contra Botafogo e Americana.

Virou gatinho e agora também está com a faca na garganta. Precisa ganhar amanhã e depois, no próximo sábado, em casa, do desorganizado mas ainda vivo Santo André.

Para o Grande ABC não correr risco de ter dois rebaixados para a Segundona, seria melhor uma vitória do São Bernardo (16º). Será que o Azulão (10º)vai fazer questão de ganhar?

Já o Santo André (18º) pega o Grêmio Prudente domingo no Bruno Daniel. Precisa vencer, de preferência jogando bem mais do que no campeonato todo. Diante do São Caetano, só ganhou porque achou um gol salvador.

Tem 15 pontos e, pelas contas do meu amigo Daniel Lima, precisa somar 21 se quiser passar no buraco da agulha. Se depender do Coríntians na última rodada, pode esquecer!