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domingo, 29 de setembro de 2013

O adeus ao amigo Sperandio

Ontem, às 6h30min, o quarto 5l5 do H-Cor testemunhou  mais uma vítima de uma doença maldita. O câncer no fígado se espalhou e silenciou para sempre nosso Luiz Carlos Sperandio.

Velado por familiares, parentes e amigos da Imprensa e do Esporte, na tarde-noite de sábado e hoje de manhã no cemitério da Vila Assunção, o corpo do fundador da Photo&Grafia Comunicação foi cremado hoje em Itapecerica da Serra.

Neste momento, já deve estar lá em cima, provavelmente no Bar do Hilário, em mais uma rodada de pôquer ou cacheta com os parceiros Richard Nassif, Lázaro de Azevedo e José Luiz Coice Gonçalves.

Cada qual teve sua importância na história do esporte regional, especialmente do vôlei. Exceção ao Hilário, conselheiro, corneteiro e torcedor fanático do Ramalhão.

Pode soar como exagero pós-perda, mas, guardadas as devidas proporções, o Sperandio pode ser comparado a Luciano do Valle. Como empresário e narrador esportivo, Luciano foi tão importante para a valorização e o crescimento do vôlei nacional quanto Luiz Carlos, como repórter do Diário do Grande ABC e setorista da  saudosa Pirelli multicampeã em inúmeras modalidades.

Além de torcedor fanático do Santo André, Luiz Carlos passou a respirar o vôlei da Pirelli. Não entrava em quadra, só escrevia -- e bem --, mas sua imagem parecia estampada em cada  vitória, em cada título.

Tanto quanto William, Amaury, Xandó, Montanaro, Maurício Jahú, Renan, Brunoro, Roma, Márcio e cia, Luiz Carlos foi campeão estadual, nacional, continental e mundial. Ou não? Estava em todas. Não tinha número nas costas, mas que jogava, jogava.

Torcia com paixão pelo futebol do Ramalhão --  fundou e integrou até uma uniformizada --  e pelo vôlei da Pirelli. Tanto que virou assessor de imprensa do Clube Atlético Pirelli ainda no final dos anos 80, quando deixou o DGABC.

Depois, sim, criou a Photo, muito mais que uma simples assessoria a distribuir releases elogiosos. Pode parecer paradoxal em se tratando de cliente, mas ali se pregava a aplicação de um jornalismo profissional, com muita responsabilidade.

Ressalve-se que, embora torcedor, Luiz Carlos jamais distorceu a realidade de um futebol que sonhava com o acesso e de um vôlei  que sonhava com o topo. O Santo André chegou à elite estadual, ao Brasileirão e ao título da Copa do Brasil.

E o vôlei ganhou o mundo. Para  isso, contou com o empenho, com o comprometimento com a informação, com a análise fiel e com o texto limpo, direto e fácil do amigo Sperandio, o cara do vôlei. Luiz foi meu repórter, meu superior e meu sócio.

Nos últimos tempos, ainda falávamos sobre jornalismo, vôlei, Santo André e sobre o seu Palmeiras. Bem menos do que antes, mas conversávamos com certo saudosismo. Principalmente quando citávamos aquela equipe de Esportes do DGABC comandada por Daniel Lima.

Foi gratificante trabalhar ao lado de Daniel, Luiz, Divanei, Saulo, Lola, Milton, Edélcio e cia.  Não há como negar: a saudade é típica de cinquentões altos (58) e sessentões baixos (61). O importante é que fomos profissionais, protagonistas de uma bela história de jornalismo de verdade.

Mais comedido e calado, mas ainda com um olho no copo e outro no cinzeiro, o emotivo, sensível, ético e espirituoso, mas teimoso, Luiz Carlos lamentava a situação do Ramalhão, elogiava o Palestra rumo à elite nacional e ainda sonhava com o próprio retorno ao vôlei, a convite dos sempre amigos Heitor, Celsinho e Madeira.

Conforme palavras endossadas pelo irmão mais novo, Edair, Luizão não deixava de ouvir conselhos para se cuidar e ter mais qualidade de vida. "Mas não escutava. Queria viver do seu jeito. Também por isso já sofria há algum tempo"-- lembrou Edair .

Pois viveu! Exatamente como escolheu! Torceu, vibrou, amou, educou, empregou, demitiu, bebeu, reclamou, elogiou, fumou, escreveu, ensinou, mentiu, chorou, festejou, jogou, brincou...

Como  qualquer ser humano, teve erros e acertos, prazeres e dissabores. Proporcionou alegrias e tristezas. Assumiu todas as suas  escolhas. Com a mesma responsabilidade com que se dedicou ao jornalismo e às suas causas.

Foi embora cedo demais, é verdade. Mas já não reunia forças para lutar. Antes mesmo de dezembro, quando o câncer foi descoberto, o nosso Luiz já não era o mesmo. Já desdenhava da vida. Não tinha a mesma motivação nem a espirituosidade com que transformava simples fatos em piadas hilárias, cortantes, até.

Hoje cedo, quando voltei do velório, após nosso último adeus, caro amigo, tomei uma pinguinha amarelinha no meu barracão e olhei para aquele antigo pôster que você fez dos meus filhos mais velhos, o Fábio (com a camisa azul do nosso Santo André) e a Maira. E chorei!

Obrigado pela amizade sincera! Nunca vi maldade nem inveja nos seus sempre vivos olhos azuis. Nossa longa convivência profissional foi só um detalhe. Um doce detalhe que fez de nós bons amigos.

Vá com Deus, menino do esporte, do vôlei, da vida! Fique em paz! Vou sentir saudade! Distribua sorrisos, abraços e piadas ao se reencontrar com os antigos parceiros de quadra, mesa e churrasco.

Você não pregava nem exercia  hipocrisia, por isso não aceitaria ser endeusado agora que se vai. Mas jamais deixará de ser respeitado. 

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Esporte sem comando e sem voz. Acorda prefeito!

"Esporte polemiza em Santo André". Essa foi uma das manchetes do caderno de Esportes do DGABC de ontem, quinta-feira.

Descontentes com a falta de respeito ao Esporte da cidade e carregados de razão, pais, alunos, professores e até o presidente da Liga de Futebol exigem explicações da Prefeitura.

Só que o Poder Executivo -- alegando não ter sido comunicado, o que é mentira -- não indicou nenhum representante para debater na audiência pública convocada pela Câmara. Desrespeitou o Legislativo e os munícipes. Pra variar, preferiu encaminhar respostas por escrito ao DGABC.

Coisa típica de "bois fujões". Assim acontece quando não se têm explicações convincentes, coerentes e transparentes. Assim agem dirigentes e políticos que não têm respostas minimamente confiáveis.

Assim acontece quando ninguém sabe quem manda além do prefeito, o maior responsável pelo desfilar de lambanças. Isso mesmo! Principal culpado é o chefão, hoje sério candidato a ser tão ruim quanto seu antecessor.

Coincidentemente, foi o senhor Grana quem bancou ou aceitou a indicação político-partidária de Marta Sobral com a promessa de criar uma secretaria que naufragou antes mesmo de zarpar.

Acredite se quiser, mas, em Santo André, a diretora até hoje oficialmente alocada no Lazer responde -- ou deveria responder -- pelo Esporte. E ninguém tem peito para explicar situação tão anômala.

Por que a protegida do prefeito, e agora blindada pelo chefe de Gabinete (Tiago Nogueira) não foi à audiência? Por que a escolhida de Carlos Grana não respeita o esporte, nem os esportistas da cidade. Por que não responde aos jornalistas?

No fundo, não responde por nada. Lamento, mas tem se provado, dia a dia,  que a grande Marta do basquete não conhece o esporte da cidade; não sabe  dialogar nem se expressar com clareza sobre o assunto.

É triste, mas nossa "beleza negra" não tem argumento nem ao menos para os mais simples questionamentos. Por isso fugir das responsabilidades virou rotina da nossa excepcional reboteira. Nas quadras ela brigava, dividia todas. Agora pica a mula quando a coisa fica preta.

Por isso, repito, Marta Sobral não está preparada para o cargo, não dá a cara pra bater e não manda nada. Também foi assim no começo do ano, quando a Editoria de Esportes do DGABC entrevistou os responsáveis pelos setores em cada cidade.

Apenas Marta não  recebeu a reportagem do Diário. Sem voz confiável,  se limitou a encaminhar respostas-padrões via e-mail. Lógico que não tinha -- como ainda não tem -- capacidade de argumentação e pediu socorro.

Como agora, com toda certeza o Poder Público promoveu reunião com segundo e terceiro escalões, contou com a ajuda de alguns (poucos) agentes públicos competentes e comprometidos, e encaminhou respostas superficiais.

Respostas, por sinal, ainda a serem checadas. Mesmo porque, tudo pode ter sido contornado e acertado apenas nas últimas horas, quando a coisa ficou braba. Inclusive em termos financeiros.

Poucos sabem, mas nos últimos tempos a natação penou. Professores ficaram sem salários, alunos sem apoio,  e os pais tiraram do próprio bolso para custear viagens e inscrições. Até outro dia, passaram maus bocados. Se alguém duvida, mostrou provas.

Pessoal do handebol também pulou miudinho por falta de grana. Meninas dos batalhadores Piazza e Arch dão duro e nos orgulham, mas precisaram fazer greve  por causa de salários atrasados. 

Se o salário do prefeito está em dia, então, elas estão carregadas de razão. Isso sem contar que, sem patrocínio e com verba irrisória, o handebol está praticamente sem uniforme de treinos e jogos. Uma vergonha! Alguém desmente?

Faltam até bolas em bom estado, senhores do Poder, amantes declarados do esporte, quando interessa! Mesmo assim, por terem caráter e vergonha na cara, outro dia nossas meninas derrotaram a rica Metodista.

É bom lembrar que no ano passado o handebol já havia penado nas mãos do prefeitão inimigo do Esporte (Aidan Ravin) e seu  diretor de Esportes, Almir Padalino. Só viram a cor do dinheiro no final do ano.

Abnegadas, Laís e Arilza não vão querer confirmar mas já entraram em rota de colisão com a ex-pupila. Pessoal do basquete feminino também em sido desprezado e anda perdendo atletas de alto nível e até as revelações. 

Vejam a situação das categorias de base, quase sempre com algum revelação. Ainda há quem treine com uniforme da Polty, patrocinadora na década de 90.

Será que o nosso basquete, tão tradicional quanto vencedor,  tem ao menos bola para treinar e jogar? Será que o antigo e estranho patrocínio do Semasa ainda existe? Ou seria grana pontual daqueles acertos escusos canalizados pelo propinoduto até hoje camuflado?

Vôlei esteve bem próximo da morte. Sobrevive na Segunda Divisão, sempre com Madeira, Celsinho e cia, mas não sei se vai longe.  Tomara! Sem investimento, sem patrocínio contínuo, sem base e sem juvenil forte, ninguém faz milagre. Garotada se manda! E o vôlei é muito caro. É preciso ser repensado.

E o atletismo, que vai inclusive perder a pista do Bruno Daniel para beneficiar um futebol profissional que hoje vive só de história? Medidas do gramado já são oficiais, conforme exigências da FIFA. Mais uma vez, os homens da Prefeitura optam por justificativas capengas. Mentem!

Já fomos, nos anos 70 e 80,  base das seleções nacionais e campeões nacionais mais de 10 vezes. O  SESI era imbatível. Hoje, não somos nada! Ninguém dá a mínima para o esporte-base. Além de barato e inclusivo. Como sempre, dependemos de abnegados que trabalham por amor à modalidade.

Nosso futebol amador tem uma verba específica superior a R$ 120 mil. A Liga não só precisa mesmo se virar com isso como prestar contas de forma religiosa, sem sacanagens com notas fiscais forjadas,  relacionadas a arbitragem e outros gastos. Já aconteceu!

Dentro da minha lógica, a verba é suficiente. Desde que não vá para pagar boleiros "exportados". Mas quanto aos campos distritais, a manutenção sempre foi relegada a segundo plano. Problema existe há mais de 40 anos e governo nenhum, de partido nenhum, resolve.

Todos preferem se omitir, fazer de conta que está tudo bem, para se favorecer politicamente. Por isso permitem que alguns espertinhos se adonem dos espaços públicos abandonados.  Que não se resumem aos campos de futebol, diga-se.

E as aulas do Nanasa, hein? Prefeitura prometeu mutirão para salvar as atividades dos alunos deficientes físicos e não fez nada. Aulas só voltaram por causa do projeto ligado ao Estado. Verba municipal, carimbada, deveria ser prioridade de qualquer orçamento decente.

Este é o retrato, o quadro ainda inacabado -- não falei das escolinhas --,  do nosso pobre esporte, hoje teoricamente vinculado ao Gabinete com a justificativa capenga de que seria priorizado com ênfase no jovem.

Quanta balela! Conversa mole pra boi dormir. Alteração administrativa ( blindagem) nada  tem a ver com a juventude. O secretário Raimundo Salles e a diretora Marta não se bicam, só isso! Se dependesse só de Salles, Marta lhe serviria cafezinho. Nada mais!

Mesmo desconfortável, sou obrigado a concordar com as  palavras de Celso Luiz de Almeida, ex-diretor -- com quem trabalhei -- e hoje presidente do EC Santo André: "Vocês ainda vão sentir saudade do Celsinho".

Verdade! Ele até pareceu nada humilde, mas estava coberto de razão. Mesmo sem verba à altura das necessidades e sem ser perfeito -- cometeu, sim, algumas barbeiragens impublicáveis --, Celso Luiz jamais de omitiu e foi bem melhor que seus sucessores.  Quem diria?

A nossa Santo André merecia bem mais. Como somos cidadãos do bem -- pra não dizer frouxos, acomodados e trouxas -- vamos tocando o barco e aplaudindo as manifestações nacionais.

Cuidamos do Rio São Francisco e não olhamos com rigor e carinho o "corguinho" que passa no fundo de casa. Ele está poluído, gente! Vamos dar um basta nisso tudo!

O esporte é apenas um afluente, vítima das mazelas públicas. Chega de jogar a culpa nos antecessores, escamotear limitações e prometer que "no ano que vem vai ser tudo diferente". Já cansou! Nós, cidadãos, com impostos em dia mas direitos ignorados, não acreditamos!

Acorda, prefeito! Mexa-se! Se preciso, mexa no time priorizando o quadro técnico, o funcionário de carreira,  não o viés político ! Afinal, em plenos Jogos Regionais, suas "comprometidas" diretoras de Esporte e Lazer estavam na Grécia, disputando o Mundial de Masters.  Será que o senhor sabia?

Nosso esporte não tem comando, nem voz, mas os salários da chefia ausente estão em dia. O orçamento é irrisório,  o comprometimento é medíocre e a competência gerencial discutível.  Será que o prefeito está esperando piorar ou o ano acabar?

Precisa mais? Pra quê insistir, teimar em bancar o insustentável? Reconhecer o erro soaria como primeira virtude. O duro é que seria preciso ter humildade para descer do pedestal...

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Neto, um poço de incoerência

Quem acompanha este blog há algum tempo sabe exatamente o que penso sobre Neto.

Um ex-ídolo e ex-craque a quem nós, corintianos, devemos muito. Nos deu muita alegria. A principal delas, o primeiro título brasileiro, em 90.

Hoje, um apresentador de programa esportivo -- Os donos da bola, a sala dos corintianos -- e comentarista da Bandeirantes, além da lidíssima coluna no Uol.  Programa da Band já foi melhor!

Fenômeno midiático, muito mais pelas polêmicas irresponsáveis e por não ter papas na língua. Se acha o rei da cocada preta. Pensa que pode falar o que quiser, com ou sem o mínimo de educação e respeito.

Prega humildade  quando sempre foi meio mascarado, antiprofissional e  até problemático. Mete o pau em boleiro e depois, frente a frente, pipoca feio. Passa a endeusar os convidados, como faz com um monte de jogadores e até com  companheiros de trabalho. "Joga muito". Merece vaga na Seleção". "Mito". "Monstro".

E, ultimamente, não se cansa de meter o pau e querer confrontar jornalistas/comentaristas formados, aos quais chama insistentemente de "letrados". Sim, letrados, como eu. Com muito sacrifício e orgulho. E daí?

Neto não estudou porque não quis. Isso não lhe dá o direito de comparar seu polpudo salário, bem superior ao de outros comentaristas,  e execrar quem estudou mas não jogou bola.

O caipira ( do que se orgulha, como eu) dá uma de professor, ensina e critica, mas não mede palavras. Além de, muitas vezes, ignorar seu significado. Ele não é melhor que algumas feras do SporTV e da ESPN.

Alguns são mais responsáveis e têm mais experiência e conhecimentos do que quem jogou muito mas vomita besteiras com a mesma naturalidade com que metia gols de faltas cobradas com maestria. Até merecia vaga na Seleção, mas foi sacaneado em 90 !

Por que a nova bronca? Assisti ao jogo (ruim, pra variar) do Corinthians contra o Grêmio alternando canais -- Globo, ESPN e Band.  O que ouvi na Band foi mais do que suficiente.

Neto deve ter falado mais asneiras, mas uma sequência de paradoxos foi marcante, para mim. Por isso não dá pra confiar em suas palavras. Nem nos conhecimentos práticos.

Ato nº 1 -- " Como o Grêmio veio retrancado, o Tite deveria tirar o Maldonado e colocar o Pato para jogar à frente, ao lado do Érmerson (ele não consegue falar certo, paciência) e do Guerreiro.

Ato nº 2 -- " O Tite é teimoso. Deveria tirar o Guerreiro e colocar o Pato na frente. O Pato precisa de sequência de jogo. Põe o Pato que nóis ganha".

Ato nº 3 -- " O Tite errou ao tirar o Guerreiro para pôr o Pato. Ele deveria sacar o Douglas, que não tá jogando nada".

As palavras de cada ato podem não ter sido exatamente essas, mas a essência não muda. Um mar de palavras conflitantes para quem dissimula bem, mas se julga dono da verdade quando o assunto é futebol.

Tá de brincadeira, Neto! Cansei! Não vejo mais futebol na Band enquanto seu principal comentarista -- corintiano ao não --  não for minimamente profissional, coerente, responsável e competente.

P.S.: faz-se necessária uma pequena correção. Neto foi ídolo e jogador acima da média, jamais craque, como escrevi. Errei!

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

A audiência pública e os bois fujões

Mais uma vez, o esporte de Santo André é desrespeitado. Entra ano, sai ano, e nada muda. Trocam-se partidos e prefeitos, mas continuamos no fundo do poço.

Audiência pública convocada pelo presidente da Câmara, Donizeti Pereira (PV), foi mais um exercício de desrespeito e menosprezo aos cidadãos esportistas andreenses. Um fiasco! Uma piada de mau gosto!

Marcada para se discutir a situação caótica do esporte na cidade e oficializada por edital de chamamento, a audiência simplesmente não aconteceu devido à ausência de representante do Poder Executivo.

Sem debate e  sem explicações para o que ocorre com diversas modalidades, especialmente falta de verba minimamente decente, cerca de 100 munícipes se limitaram a expor os problemas.

Convidadas para a "festa", lá estavam pessoas ligadas ao handebol, à natação, ao atletismo e até ao futebol amador. Mas ninguém do Executivo apareceu para dialogar ou responder. Ou ao menos para distribuir beijinhos e brigadeiros.

Cadê a diretora de Esportes? Cadê o chefe de Gabinete? Cadê o prefeito? Será que não sabiam? Será que não foram avisados? E o edital? Me engana que eu gosto... Puro desprezo!

Desrespeito tão criticado no governo anterior é reprisado na gestão atual. Como verdadeiros bois fujões, políticos e asseclas de meia-tigela não deram as caras. Sem resposta, é melhor pipocar, né?

Gozado e estranho é que, na edição do DGABC de segunda-feira a presença  do secretário de Cultura,  Lazer e Turismo estava confirmada. Tudo tão  estranho quanto incoerente!

Por quê? Porque, devido às desavenças com Marta Sobral,  a sempre ausente diretora de Lazer, que, estranha e injustificadamente, responde pelo Esporte,  Raimundo Salles deixou de comandar também a diretoria de Esporte.

Se, para pôr panos quentes e sustentar uma indicação do prefeito, o Esporte passou para a responsabilidade de Tiago Nogueira e cia, o quê lá faria exatamente o senhor Salles?

Primeiro, que não sabe nada de esporte; segundo, que não lhe compete. Ou será que, com medo das cobranças,  os verdadeiros responsáveis debandaram, como já aconteceu em outras oportunidades?

Inventaram o articulado e ensaboado secretário como boi de piranha? De qualquer forma, os bois fujões perpetraram mais um exercício de menosprezo ao cidadão comum.

Mais uma atitude repugnante, sem justificativa convincente do Poder Público. O mesmo que falou em priorizar o Esporte e o ignora.

Só  vêem e ouvem o que lhes interessa.  Afinal, infelizmente, é a lógica do poder, embasada no cinismo e na prepotência dos incompetentes.

Com a palavra, o mesmo prefeito que, em parcerias/empréstimos junto aos governos estadual e federal, fala em  investir R$ 30 milhões para reformar o Estádio Bruno José Daniel.

Sem licitação, diga-se. É melhor ficarmos atentos!


segunda-feira, 23 de setembro de 2013

De tudo um pouco no futebol

O assunto é futebol.  Então, desta vez vamos tocar de primeira, no máximo um-dois, ok?

* Primeiro tempo do decadente Corinthians diante do líder Cruzeiro beirou o ridículo. Quase surtei! Melhorou no segundo mas está longe do ideal.

*  Competência de Tite, bicampeão mundial interclubes, é indiscutível. Só que o gaúcho perdeu a mão e é, sim, um dos principais responsáveis pela situação pré-vexatória. Tite insiste em estrutura tática furada e com o preguiçoso  autossuficiente Romarinho como marcador, jogador de esquema, como se fosse  o aplicado Jorge Henrique, hoje no Inter.

* Com o sem Alexandre Pato, o Corinthians tem jogado mal. Mas está na cara que Pato está sendo boicotado por alguns  "mui companheiros" e fritado por Tite. Ninguém encosta, ninguém toca... um patinho feio? Por minutos jogados, Pato é o artilheiro do time, mas não é escalado. Por quê?

* Derrota do São Paulo não deve assustar. Gol foi virtude e sorte do zagueiro Rodrigo; e puro azar de Rogério Ceni, embora   alguns críticos afirmem que o goleiro montou a barreira do lado errado.

* Já a derrota do Botafogo deve ligar o sinal de alerta. Perder do Cruzeiro, fora, tudo bem. Mas do Bahia, em casa, assusta. Será que o time de Seedorf e Osvaldo  Oliveira virou o fio?

* Outra vitória do Atlético Paranaense, com golaço do veterano Paulo Bayer, só confirma o belo desempenho do time de Vagner Mancini. Time sabe o que  quer e não especula.

* Bem que o Corinthians poderia ter mais atitude e menos medo, ser menos burocrático e mais ousado. Como Cruzeiro, Botafogo, Atlético Paranaense e até o Mineiro, que escala quatro atacantes.
É preferível perder ou ganhar correndo riscos, mas com emoção.

* É impossível que alguém ainda duvide de que o Palmeiras vai ser campeão da Segundona com muitas rodadas de antecedência. Méritos totais de todos.

* Por falar em Verdão, é preciso ser muito burro para anunciar agora que Wanderlei Luxemburgo vai ser o técnico da equipe em 2014.  Luxemburgo já era! Deixem Gilson Kleina trabalhar em paz.  

* Alex voltou a criticar o calendário do futebol brasileiro. Craque e ídolo do Coritiba, Alex merece a cia de outros jogadores. Menos omissão, caros boleiros! Estão com medo dos coronéis da CBF ou querem uma vaguinha na Seleção? Ou no Comitê da Copa?

* Como fica o Felipão agora, com a lesão na mão do goleiro pré-convocado Júlio César? Ainda vejo a convocação como precipitação e desrespeito a todos os outros profissionais.

* Mano Menezes é bom técnico, mas ele pipocou feio ao saltar do barco flamenguista antes mesmo de se anunciar o naufrágio. Muito estranho! É bom dizer que, agora, não aprovaria sua volta ao Corinthians.  Mais retranca?

* São Caetano continua na mesma cantilena de quem  está deixando o barco ao sabor do vento. Tem se esforçado, é inegável, mas a coisa tá braba. Nada dá certo para o time de Sérgio Guedes. Dispensas só vão ajudar se houver laranja podre.  É preciso jogar mais e transformar forças individuais em força coletiva.

* Todos sabem que Ronan Maria Pinto, o piloto do Sagedd -- Santo André Gestão Empresarial e Desportiva Desastrosa -- é o maior culpado por o Ramalhão estar na sexta divisão do futebol brasileiro.  Mas ainda há oportunistas de plantão que insistem em criticar os dirigentes atuais. Besteira pura! Celso e Jairo podem no máximo ser chamados de loucos por aceitar tamanho abacaxi.

* Isso não impede, no entanto, que se defina a entrevista do presidente Celso Luiz de Almeida ao DGABC como  insossa e conflitante. Resta saber se o repórter-assessor perguntou  e questionou o que deveria e se escreveu, de fato, o que lhe foi dito. Sinceramente, tenho dúvidas. Água com açúcar deu enjoo.

* Câmara de Santo André promoveria, hoje à noite, audiência pública para discutir a situação do esporte andreense.  Tomara que o Poder tenha sido questionado pra valer. Não creio! É bom lembrar que estamos numa draga danada.  Em tempo: quem comanda o nosso DE? Marta, Salles, Tiago, Cláudia, Celso ou Grana? Ou o barco está à deriva? 

  

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

São Paulo morro acima; Corinthians ladeira abaixo

A magia do futebol é mesmo qualquer coisa de extraordinária. Surpreendente, envolvente, apaixonante e punitivo esse tal esporte bretão. O amanhã sempre te espera!

O Corinthians bicampeão do mundo está ladeira abaixo, sem freio. E já se fala na saída do competente  mas não perfeito Tite.

O São Paulo, ao contrário, sobe o morro com firmeza depois da chegada do trabalhador e motivador Muricy Ramalho. Três vitórias em três jogos.

Dos últimos 15 pontos disputados o Corinthians de tanta gente (brava) só ganhou um. Isso mesmo, um ponto. Pior do que isso, não tem jogado nada. Pela sua grandeza, desempenho pífio.

Gozado que, aqui mesmo, há duas semanas, escrevi que o Timão estava tão irritante e burocrático que seria melhor o corintiano ver os jogos do São Paulo perdedor.

Sem dúvida, era a melhor alternativa pra quem não tem time e passa a torcer pela desgraça total do maior rival. Como o São Paulo só perdia... virava sinônimo de alegria alheia.

E agora? Como é que eu fico?  Torcer pra quem? Afinal, o time de Rogério Ceni teve humildade para fechar a casinha e está a apenas três pontos do de Ralf e cia.

Há pouco tempo, o Corinthians brigava pelo G-4  e o São Paulo estava no Z-4. Fragilizado pelos resultados e pressionado pelos números, o primeiro já precisa se preocupar, sim, com a ameaça de rebaixamento.

Motivado e agora fortalecido psicologicamente, o clube do Morumbi se distancia de um fantasma e, mesmo dissimulando,  já ousa sonhar com o G-4 e com a Libertadores. 

É bom lembrar que tudo pode mudar novamente na próxima rodada.  Basta o perdedor vencer e o ganhador perder... Distância que os separa é mínima.

Coisas do futebol. O tempo é senhor da razão também quando o assunto é bola. Quem morria de rir da desgraça tricolor hoje morre de medo de ser malhado como Judas.  Pelo que  (não)vem jogando, não está tão longe.

Paradoxalmente, acho que domingo, diante do Cruzeiro, líder, melhor time do Brasileiro e maior candidato ao título, vai dar Corinthians. Palpite de torcedor! Voz do coração.

É briga de cachorro grande. Mesmo que um deles esbanje saúde e outro esteja ferido de morte, a vergonha, a  camisa e a história pesam.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Azulão arranca empate na marra. Ainda é pouco para quem está ameaçado

São Caetano voltou a não brilhar, o que já virou rotina, mas arrancou importante empate agora há pouco em Goiânia.

Num Serra Dourada gigantesco para tão poucos torcedores e muita chuva, o  novo (?) Azulão empatou de 1 a 1 com o limitado e também ameaçado Atlético Goianiense.

Radicalmente alterado em função de lesões e  da situação na tabela -- ainda na zona de rebaixamento --, ao menos o time de Sérgio Guedes superou a ansiedade, marcou melhor e mostrou disposição.

Pelo menos no segundo tempo, teve atitude, ousou, se empenhou e foi buscar a igualdade na marra, aos 40 minutos do segundo tempo.

Primeiro tempo do São Caetano não passou de razoável, com destaque para o bloqueio defensivo mais cuidadoso, com dois volantes de ofício (Dudu e Leandro Carvalho). Adversário também briga para não cair, é inferior tecnicamente, errou muitos passes e não se impôs mesmo jogando em casa.

Alternando um esquema 4-2-3-1 (raro) com o 4-4-2 ( mais consistente e tradicional), o Azulão teve mais posse de bola e ditou o ritmo de jogo, mas só acordou um pouco ofensivamente após levar o gol.

Aos 30 minutos, João Paulo serviu Ricardo de Jesus. Luís Eduardo falhou na antecipação, foi driblado e permitiu o chute de fora da área. A bola desviou em Douglas Grolli e matou o goleiro Luís, que voltava ao time após mais de seis meses lesionado.

Em desvantagem, o São Caetano acelerou e ofereceu perigo ao gol de Márcio em três chutes longos de Pedro Carmona, Geovane e Jael. Além disso, reclamou da não marcação de possível pênalti sobre Samuel Santos.

Segunda etapa foi bem diferente e melhor. Sem forças e inseguro para agredir e sem aproveitar os espaços para contragolpear em velocidade, o Atlético passou a ver o adversário dominar e chegar com perigo. 

Agressivo, com mais volume e melhor postado -- agora com laterais mais soltos e meias mais próximos dos atacantes Jael e Geovane -- o São Caetano poderia ter empatado aos 10 minutos em cabeçada de Jael.

Como dominava mas não conseguia o empate, Sérgio Guedes passou a correr riscos progressivos. Tanto que aos 18 minutos fez entrar Danilo Bueno no meio e deslocou Fernandinho para a esquerda, no lugar de Renan.

Aos 26 minutos, colocou o atacante Marcelo Soares no lugar de Pedro Carmona -- exigiu boa defesa de Márcio pouco antes -- e passou a jogar no 4-3-3. Aos 29 o próprio Marcelo Soares, de cabeça, desperdiçou boa chance de empatar.

Como o Atlético não tinha força ofensiva, o São Caetano  foi ainda mais ousado. Foi para o tudo ou nada e acabou premiado aos 40 minutos, quando Fernandinho acertou belo chute de fora da área.

Desvio na zaga evitou a defesa de Márcio. Empate fez justiça a quem se esforçou e buscou o empate sem esmorecer. Pior seria perder. Por isso, ganhou um ponto em vez de perder dois.

Porém, ainda é pouco para quem sonhava com o acesso e agora luta contra o fantasma do rebaixamento. Com apenas 23 pontos ganhos em 69 possíveis, aproveitamento de 33,3% é ridículo.

Média de um ponto por jogo não vai levar a equipe do Grande ABC a lugar algum. Melhor: vai levar a uma arapuca chamada descenso.

Triste sina para quem já foi campeão paulista e  por duas  vezes vice brasileiro, além de decidir o título da Libertadores conquistada pelo Olímpia.        

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

No, no te callas, majestade! Solte o gogó, meu sabiá-laranjeira!

"Por qué no te callas?". Frase do rei da Espanha para o ex-ditador da Venezuela entrou para a história há seis anos.

Incauto e falastrão, o finado Hugo Chávez, amiguinho de Lula, criticou o governo espanhol mas foi obrigado baixar a bola e calar a boca após a manifestação de Juan Carlos na Conferência Ibero-Americana, realizada no Chile.

E não é que agora, aqui mesmo na cosmopolita São Paulo, o embate de muitos internautas é direcionado a sua majestade, mas não o rei da Espanha. Muitos querem que o incomparável turdus rufiventris, nome científico do nosso sabiá-laranjeira, faça silêncio.

Há quem não suporte, madrugada adentro e muita claridade a confundir, um canto ininterrupto, forte, típico do macho alfa na marcação de território, na proteção e na aula da melodia aos filhotes ainda chorões.

Tanta coisa muito mais importante pra contestar num país de corruptos aos borbotões e justo a ave símbolo do Brasil vira polêmica. Quem diria?

Adoro vê-los e ouvi-los diariamente, a qualquer hora, no Jardim Tamoio, no Parque Central, no meu telhado (trato-os com mamão todas as manhãs), no muro, na cumieira do barracão, em qualquer lugar.

Levantamentos de especialistas definem que o canto do nosso belo sabiá-laranjeira atinge 75 decibéis, contra 90 de uma buzina de carro, 80 do ruído médio do trânsito e 60 de pessoas normais, aquelas que conversam sem gritar.

Respeito mas não concordo, de jeito nenhum, com os que pregam o silêncio da "ave que reza" (tupi guarani) e que já foi cantada em prosa e verso por Roberta Miranda, Jair Rodrigues, Chitãozinho e Xororó, Marisa Monte, Chico Buarque e, até, Tom Jobin.

Por isso, solte a voz meu sabiá. No te callas!!! Jamais!!! Que os incomodados se mudem, se retirem, coloquem proteção acústica nos quartos ou usem fones de ouvido!

Talvez seja mais interessante o ronco insuportável do maridão mamado ou da mulher que não dorme de lado e ainda fica furiosa quando leva aquele cutucão.

Quem sabe aquela música "maravilhosa", aquele batidão do espertão, individualista, que, às três da manhã, para o "carrão" diante do seu portão, abre o porta-malas e solta o som?

Ou seria melhor ouvir aquela trepada selvagem de alguém que urra e faz a cama pular no andar de cima? Ou casais de vizinhos briguentos a soltar acusações e palavrões dos mais cabeludos.

Criança chorando de dor ou adolescente/jovem discutindo com os pais ao chegar bêbado da balada talvez seja mais saudável e menos ensurdecedor do que o canto do sabiá.

Será que o latido incessante e ardido do cachorro do vizinho ( entenda como quiser) incomoda menos que sua majestade? Seu canto é meio atrapalhado, concordo, mas daí a irritar há um abismo.

O barulho das viaturas policiais, das ambulâncias e até dos tiros também não é páreo para o nosso turdus rufiventris. Dizem! Acham, os reclamões. Todos "adoram" ouvir os fogos de artifício após os títulos do Corinthians ou do São Paulo.

E quando alguns imbecis, mal-educados, cismam de tirar rachas e promover festivais de arrancadas em avenidas que contemplam residências. Portanto, gente que provavelmente vai trabalhar no dia seguinte.

Simples barulhinhos, perto de um pássaro com potência supersônica que hoje marca mais presença nos principais centros urbanos do que no Interior e mesmo nas matas. E olha que sou mateiro, hein! Não estou a falar besteira.

Não, meu querido sabiá, no te callas! Você sempre cantou e encantou. Jamais tirou meu sono. Também não abortou meus sonhos. Pouse na minha janela, no meu telhado, no meu muro, na minha mão, na minha alma...

Sem dó, majestade de peito enferrujado, alaranjado, solte a voz primavera afora! Como agora, exatamente agora, 18h, no muro do meu corredor. E como, com certeza, está a acontecer lá nas jabuticabeiras do Victor e da Júlia, onde os filhotes estão por nascer.

Então, fica combinado: às quatro da matina, quando eu acordar para aquela mijadinha e aquele copo d'água, você canta sem parar. Como se, sonoramente, recitasse: "jamais se esqueça do seu pai".

Pena que alguns manifestantes bravios não entendam que se trata de uma dádiva divina, maravilhosa. Não queiram, portanto, fechar seu bico, amordaçá-lo.

Por que não usar as redes sociais para soltar o verbo, botar a boca no trombone e calar a boca de incompetentes, corporativistas, que só fazem besteira e só olham para o próprio umbigo? Como a maioria dos nossos políticos, por exemplo.

Por favor, parem de implicar com o sabiá! Mesmo que seu canto muitas vezes seja triste ou soe como lamento ( sirene ou despertador?) durante a madrugada. Afinal, ele não rouba, não depreda, não é mascarado, nem usa colarinho branco.

domingo, 15 de setembro de 2013

Corinthians, Palmeiras, Cruzeiro, São Paulo e o jogão do Guarani pela Série C

Pensando bem, meu final de semana foi mais na frente da televisão do que no Jardim Tamoio e no Parque Central.

Vi mais futebol do que corri ou andei. Talvez umas oito horas sentado e apenas metade dedicada à atividade física. Corri 20 quilômetros e andei uns 15. Tá bom, né?

O quê vi? Primeiro,  vi o jogão do Guarani pela Série C do Brasileiro. Jogo com o Macaé não foi interessante apenas pelos  oito gols.

Empate de 4 a 4 foi intenso,  corrido, disputado como final.  Mesmo sem amostragem técnica de primeira,  foi bem melhor do que muitos da Série A. Principalmente os que envolvem o bicampeão do mundo.

 Placar foi  cheio de alternâncias, com direito a erros de arbitragem (pênalti inexistente a favor do Guarani) e goleiro (o do Guarani, Juliano, cometeu um pênalti infantil).

Detalhe: em 13 jogos o time de Campinas só havia levado três gols. Ontem, num jogo só, levou quatro. Coisas do futebol. Guarani e Macaé estão no G-4 do Grupo B, com amplas possibilidades de passar à próxima fase.

Também vi boa parte da partida entre Palmeiras e América Mineiro, pela Série B. Outro jogo disputado com disposição e velocidade incomuns.

Líder e candidato a uma das três vagas (uma já é do Verdão) não especularam. Fizeram um jogo franco. Esbanjaram vontade e em alguns momentos até exageraram na violência. Resultado de 1 a 1 foi justo.

Depois, vi o encontro de dois dos melhores times do Campeonato Brasileiro da Série A. O outro é o Botafogo. Intenso, ousado e organizado, o Cruzeiro mereceu  vencer por 1 a 0.

Poderia ser 2 a 0, não fosse o erro crasso da arbitragem ao inventar impedimento de Ricardo Goulart e/ou Borges.  Vacilo da bela assistente e do juizão.

Ex-jogador do Santo André, o inteligente Ricardo Goulart é um dos destaques do Cruzeiro ao lado de Everton Ribeiro, ex-São Caetano. Arrisco dizer que Everton é um dos melhores do Brasileirão e pode chegar à Seleção.

Meia armador e melhor finalizador da Raposa é jóia rara nos tempos atuais. Hoje, iguala com Alex e põe Ganso no chinelo. Veterano e sempre eficiente Paulo Bayer fez muita falta. Por isso o Atlético Paranaense de Vagner Mancini não foi o mesmo.

Não vi o jogo do São Paulo, mas tenho certeza  de que, com Muricy, a história será mesmo diferente. Empatia entre treinador e clube/elenco é flagrante. Por isso os  seis pontos em dois jogos, com vitórias sobre Ponte Preta e Vasco.

Chegamos ao Corinthians! Vi e, de novo, não gostei. Grande novidade, né? Virou rotina! Previsível, burocrático e sem mobilidade para escapar de uma marcação pegajosa e eficaz.

Desta vez, pelo menos o time foi mais ofensivo, mas perdeu inúmeras oportunidades  de gol. Não brilhou. Faltou competência. Goiás do excelente Valter ( gordinho danado,  hein!) foi mais consciente e organizado.

Por isso o 2 a 1, em pleno Pacaembu, com mais de 22 mil fiéis, foi justo.   Tanto quanto as vaias no final. Torcedor perdeu a paciência com um time que perdeu o prumo. Corre o risco de não chegar nem na Libertadores. Título? Esquece!

No frigir dos ovos, o melhor jogo que vi, no final de semana, foi mesmo da Série C.  Um paradoxo verdadeiro. Bom seria se o Corinthians fosse o Guarani. Mas não é!

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Concordo com o Neto. Felipão errou feio ao antecipar convocação de Júlio César

O fato de eu achar que Neto, como colunista e apresentador do Donos da Bola, da Band,  é tão polêmico quanto contraditório não impede a possibilidade de raras concordâncias.

O ex-ídolo e craque do Corinthians -- a quem devemos o primeiro título do Brasileiro, em 90 --  não tem papas na língua e também escreve besteiras aos borbotões, mas  está coberto de razão no caso Júlio César.

Mesmo sem ser tão bom estrategista quanto motivador, o técnico Luís Felipe Scolari levou a Seleção Brasileira a conquistar, com méritos, a Copa das Confederações. Vitória  da "família"sobre a Espanha campeã mundial foi categórica, insofismável.

Isso, no entanto, não lhe dá o direito de se achar dono da Seleção Brasileira. Convocar o goleiro de um time da Segunda Divisão Inglesa, e que não está jogando, é uma afronta.

Pensando bem, até que pode. Mas é um contra-senso gigantesco. O próprio Felipão cansou de afirmar que vale o momento e que é preciso estar jogando. Agora, vem com essa...

Neto tem razão: como ficam os outros goleiros em condições de serem convocados? Agora, são apenas duas vagas para Diego Cavalieri, Jefferson, Fábio, Rafael e cia.

Alguns podem questionar a não-citação de Cássio e Victor. Sinceramente, vejo em ambos uma irregularidade que não se encaixa no caderno de encargos de um goleiro de Seleção.

Hoje, o próprio Júlio César ainda é mais completo do que os goleiros do Corinthians e do Atlético Mineiro. E não me venham a relembrar a falha contra a Holanda na Copa. Acontece! Falo de hoje.

Felipão está certo ao falar em confiança e lealdade -- como foi com Marcos campeão do mundo em 2002 -- mas a situação é outra. Além de confiável e leal, Marcos sempre foi um grande goleiro.

Nem por isso, foi convocado no ato da concepção, antes do parto. Em tantos anos de futebol, nunca vi Pelé, Tostão, Garrincha, Gérson, Rivelino, Ronaldo, Romário, Careca e outros monstros sagrados ganharem cadeira cativa sem estar em condições.

Felipão pisou na bola! Gauchão dá uma de falastrão e desrespeita todos os outros jogadores, não só os goleiros. Presente antecipado para o goleiro é um acinte ao profissionalismo.

Se merecer, em 2014, que Júlio César seja convocado. Sem essa de Papai Noel! Caso contrário, cabem a Felipão as explicações. Duro vai ser convencer!  

   

terça-feira, 10 de setembro de 2013

GCM também erra. Depois se omite

Aconteceu agora há pouco, no nosso Parque Central, onde estive com filha e  netos.

Ao constatar a presença de veículos de serviço em área reservada ao lazer de crianças, procurei ajuda.

No parquinho, um caminhão especial  acabava de fazer a manutenção das luminárias. Uma picape com prováveis funcionários  e material já deixava o espaço.

Um Gol, da Terwan ( Guaratinguetá, placa final 83), a serviço da Prefeitura de Santo André, ficou ali estacionado por mais 20 minutos. Não sei se ficou lá o dia inteiro.

Detalhe: bem ao lado do gira-gira e do trepa-trepa, repletos de crianças. Local inadequado, lógico! Não havia a mínima necessidade. Pura comodidade.

Bastava estacionar ali mesmo junto à administração,  não na areia e próximo dos brinquedos das crianças. Muito menos sem demarcação e sem isolamento do local.

Como disse acima, procurei ajuda para evitar riscos e possíveis problemas.

Foi quando avistei uma viatura da Guarda Civil Municipal. Só que -- pasmem! -- ela  transitava pela parte baixa do parquinho, também entre brinquedos e crianças.

Antes de questionar a localização do veículo da Terwan,  não resisti e perguntei aos GCMs por que, quem deveria dar exemplo, também havia passado por dentro do espaço infantil.

Sem resposta  e sem assumir o erro, a GCM Gabriela indagou o que eu queria. Solicitei se não podia tomar providência para que os veículos terceirizados, especialmente o Gol, não transitassem nem estacionassem sem pôr a integridade física das crianças em risco.

Após cerca de cinco minutos de conversa e um monte de desculpas esfarrapadas em defesa do indefensável ( horário, velocidade adequada para o local, pisca alerta ligado, falta de alternativa e homens trabalhando) ela me sugeriu que, se não estivesse contente, que procurasse o local competente na Prefeitura e formulasse uma reclamação.

Gabriela  foi omissa, mas não mal-educada. Me pareceu irritada, desafiadora e irônica em alguns momentos. Nos despedimos educadamente, cada qual com sua opinião.

No fundo, no fundo, acredito, até, que a GCM não tomou providências (onde estava a administração do local para orientar?) porque ousei questionar, primeiramente, seu próprio erro.

Afinal, como ser coerente se acabara de cometer da mesma insensatez ao passar por dentro do parquinho? Ser humilde, sem corporativismo, não é fácil, né?

Quer dizer que não havia outra opção para a viatura da PMSA? Então vamos cortar caminho...Que feio! Beira a irresponsabilidade! Marcas dos pneus lá estão, como prova, se minhas palavras forem contestadas

Falando especificamente sobre a omissão descabida, me engana que eu gosto, Gabriela! Você não tinha resposta convincente. Só isso!

Já que você disse também frequentar o parque, escolha bem os horários e locais para brincar com suas crianças. Boa noite e obrigado, muito obrigado, pela atenção.

Moral da história: erraram todos. PMSA, GCM e Terwan deveriam ser mais responsáveis, pensar e agir  para evitar qualquer acidente.

domingo, 8 de setembro de 2013

Corinthians, de exemplar a irritante. Melhor ver o São Paulo perdedor!

Rápido comentário que aqui vai não se refere apenas ao momentaneamente limitadíssimo Corinthians que acaba de empatar sem gols com o lanterna Náutico. Também não é bronca de corintiano decepcionado!

Pacaembu recebeu mais de 22 mil fieis. Pelo que não jogou, e não vem jogando há bom tempo,  o desfalcado e idolatrado Timão não merecia um décimo desse público. Seu primeiro tempo foi irreconhecível, insuportável.

Completo ou não, o Corinthians tem mostrado muito pouco no Brasileiro. Quase nada, perto do que se via há alguns meses, quando  não jogava bonito mas era considerado o melhor do Brasil.

Por mais que insista, por ângulos e olhares, não me convenço. Lamento! De exemplar, ao bicampeão mundial interclubes só restou a solidez defensiva. É pouco pra quem vê resultado mas gosta mesmo -- e aplaude -- é  de futebol!

De resto, hoje em dia, desfila um joguinho irritante. Sem criatividade, sem velocidade, sem profundidade. Sem aproximação individual, nem setorial. Sem jogada ensaiada, sem bola parada...

Sem volume, sem armação, sem intensidade. Sem triangulações, sem jogadas de fundo, sem ousadia de campeão. Quer saber? Sem gana e sem competência! Parece que virou o fio e o discurso de Tite já não resolve.

Reconheço em Tite, ainda, o melhor treinador do futebol brasileiro, mas hoje os comandantes dos clubes com  futebol convincente, de fato,  são outros. Vagner Mancini (Atlético Paranaense), Marcelo Oliveira (Cruzeiro) e Osvaldo Oliveira (Botafogo) tem colocado Tite no chinelo.

Se continuar assim, com produtividade  apenas razoável(e  por enquanto enganosa, assim como a goleada diante do Flamengo), mas desempenho de Segunda Divisão, não duvide se alguns corintianos resolverem assistir aos jogos do São Paulo.

Isso mesmo! São Paulo!!! Sério candidato ao rebaixamento, paradoxalmente,  em alguns momentos o time do Morumbi tem jogado mais do que o Corinthians, ainda entre os primeiros. Não sei como! Mas não é por isso.

Lógico que o corintiano não vai torcer de verdade para o time de Juvenal Juvêncio Mas seria mais legal e emocionante ver o adversário do São Paulo vencer. Ou não? Se Rogério Ceni perder pênalti, a desgraça alheia fica ainda melhor.

Eu, por exemplo, cansei de perder tempo.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Enfim, homens do futebol contestam o poder

Finalmente, jogadores e técnicos de futebol se juntam a poucos e corajosos jornalistas para dar um basta ao mandonismo no futebol brasileiro.

Fico feliz ao ler e ouvir alguns posicionamentos firmes, claros e contestadores de ídolos como Rogério Ceni, Juninho Pernambucano, Alex (do Coritiba), Paulo André e outros, além dos técnicos Muricy, Tite, Abel, Leão e Paulo Autuori. Sem falar no deputado artilheiro Romário.

No meio jornalístico, nomes como José Trajano, Mauro Cézar Pereira, Flávio Prado e Juca Kfouri, entre outros, não são perfeitos, mas ao menos dão a cara a tapa há muito tempo, enquanto certos "amiguinhos" pipocam e se limitam a bajular os detentores do poder.

Ex-jogadores (craques e ídolos) como Tostão (Folha de São Paulo) e Neto (Bandeirantes) também não demonstram ter rabo preso. Isso é muito bom!

Tostão, que não perdoa nem o insuportável Galvão Bueno,  é bem melhor. Alia experiência com sabedoria, inteligência, competência e  independência. Foi craque dentro de campo e é professoral e confiável fora dele.

Neto é mais polêmico, atrevido, mal-educado e incoerente do que competente. Vomita algumas asneiras mas dá ibope. Endeusa ("mito", "monstro") e execra com a mesma facilidade. Pelo menos não tem medo e quase sempre fala o quê pensa.

Exatamente por não ter freio na língua, Neto fala tanta besteira. Ofende jogadores e depois os convida para o  seu programa, fazendo-se de bonzinho. Em "casa", diante de Valdívia, Ibson e Pato, baixou a bola. Se depender do ex-ídolo da Fiel, a Seleção Brasileira vai ter 100 convocados.

Voltando ao que interessa. Neto é um dos "donos" de microfones que não têm receio de criticar o mandonismo e as barbeiragens  -- e olha que são muitas além do calendário massacrante -- da CBF  e das federações.

Entidades que se dizem representativas do futebol são farinha do mesmo saco, cria da mesma teta. Tudo  em nome de um projeto chamado Vamos mamar no poder. Ou seria Vamos enricar às custas do futebol?

Que cada vez mais homens protagonistas do futebol -- de verdade -- contestem os senhores feudais, os senhores de engenho, os coronéis. Os primeiros, artistas e trabalhadores,  engradecem o futebol; os segundos, malandros de carteirinha, dele se locupletam e com ele se lambuzam.

João Havelange criou Ricardo Teixeira, que criou José Maria Marin, que criou Marco Polo del Nero que criará mais um filhote... E por aí afora. Confederação e federações endinheiradas diante de clubes falidos e, também por isso, encabrestados na hora do voto.