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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Esporte sem comando e sem voz. Acorda prefeito!

"Esporte polemiza em Santo André". Essa foi uma das manchetes do caderno de Esportes do DGABC de ontem, quinta-feira.

Descontentes com a falta de respeito ao Esporte da cidade e carregados de razão, pais, alunos, professores e até o presidente da Liga de Futebol exigem explicações da Prefeitura.

Só que o Poder Executivo -- alegando não ter sido comunicado, o que é mentira -- não indicou nenhum representante para debater na audiência pública convocada pela Câmara. Desrespeitou o Legislativo e os munícipes. Pra variar, preferiu encaminhar respostas por escrito ao DGABC.

Coisa típica de "bois fujões". Assim acontece quando não se têm explicações convincentes, coerentes e transparentes. Assim agem dirigentes e políticos que não têm respostas minimamente confiáveis.

Assim acontece quando ninguém sabe quem manda além do prefeito, o maior responsável pelo desfilar de lambanças. Isso mesmo! Principal culpado é o chefão, hoje sério candidato a ser tão ruim quanto seu antecessor.

Coincidentemente, foi o senhor Grana quem bancou ou aceitou a indicação político-partidária de Marta Sobral com a promessa de criar uma secretaria que naufragou antes mesmo de zarpar.

Acredite se quiser, mas, em Santo André, a diretora até hoje oficialmente alocada no Lazer responde -- ou deveria responder -- pelo Esporte. E ninguém tem peito para explicar situação tão anômala.

Por que a protegida do prefeito, e agora blindada pelo chefe de Gabinete (Tiago Nogueira) não foi à audiência? Por que a escolhida de Carlos Grana não respeita o esporte, nem os esportistas da cidade. Por que não responde aos jornalistas?

No fundo, não responde por nada. Lamento, mas tem se provado, dia a dia,  que a grande Marta do basquete não conhece o esporte da cidade; não sabe  dialogar nem se expressar com clareza sobre o assunto.

É triste, mas nossa "beleza negra" não tem argumento nem ao menos para os mais simples questionamentos. Por isso fugir das responsabilidades virou rotina da nossa excepcional reboteira. Nas quadras ela brigava, dividia todas. Agora pica a mula quando a coisa fica preta.

Por isso, repito, Marta Sobral não está preparada para o cargo, não dá a cara pra bater e não manda nada. Também foi assim no começo do ano, quando a Editoria de Esportes do DGABC entrevistou os responsáveis pelos setores em cada cidade.

Apenas Marta não  recebeu a reportagem do Diário. Sem voz confiável,  se limitou a encaminhar respostas-padrões via e-mail. Lógico que não tinha -- como ainda não tem -- capacidade de argumentação e pediu socorro.

Como agora, com toda certeza o Poder Público promoveu reunião com segundo e terceiro escalões, contou com a ajuda de alguns (poucos) agentes públicos competentes e comprometidos, e encaminhou respostas superficiais.

Respostas, por sinal, ainda a serem checadas. Mesmo porque, tudo pode ter sido contornado e acertado apenas nas últimas horas, quando a coisa ficou braba. Inclusive em termos financeiros.

Poucos sabem, mas nos últimos tempos a natação penou. Professores ficaram sem salários, alunos sem apoio,  e os pais tiraram do próprio bolso para custear viagens e inscrições. Até outro dia, passaram maus bocados. Se alguém duvida, mostrou provas.

Pessoal do handebol também pulou miudinho por falta de grana. Meninas dos batalhadores Piazza e Arch dão duro e nos orgulham, mas precisaram fazer greve  por causa de salários atrasados. 

Se o salário do prefeito está em dia, então, elas estão carregadas de razão. Isso sem contar que, sem patrocínio e com verba irrisória, o handebol está praticamente sem uniforme de treinos e jogos. Uma vergonha! Alguém desmente?

Faltam até bolas em bom estado, senhores do Poder, amantes declarados do esporte, quando interessa! Mesmo assim, por terem caráter e vergonha na cara, outro dia nossas meninas derrotaram a rica Metodista.

É bom lembrar que no ano passado o handebol já havia penado nas mãos do prefeitão inimigo do Esporte (Aidan Ravin) e seu  diretor de Esportes, Almir Padalino. Só viram a cor do dinheiro no final do ano.

Abnegadas, Laís e Arilza não vão querer confirmar mas já entraram em rota de colisão com a ex-pupila. Pessoal do basquete feminino também em sido desprezado e anda perdendo atletas de alto nível e até as revelações. 

Vejam a situação das categorias de base, quase sempre com algum revelação. Ainda há quem treine com uniforme da Polty, patrocinadora na década de 90.

Será que o nosso basquete, tão tradicional quanto vencedor,  tem ao menos bola para treinar e jogar? Será que o antigo e estranho patrocínio do Semasa ainda existe? Ou seria grana pontual daqueles acertos escusos canalizados pelo propinoduto até hoje camuflado?

Vôlei esteve bem próximo da morte. Sobrevive na Segunda Divisão, sempre com Madeira, Celsinho e cia, mas não sei se vai longe.  Tomara! Sem investimento, sem patrocínio contínuo, sem base e sem juvenil forte, ninguém faz milagre. Garotada se manda! E o vôlei é muito caro. É preciso ser repensado.

E o atletismo, que vai inclusive perder a pista do Bruno Daniel para beneficiar um futebol profissional que hoje vive só de história? Medidas do gramado já são oficiais, conforme exigências da FIFA. Mais uma vez, os homens da Prefeitura optam por justificativas capengas. Mentem!

Já fomos, nos anos 70 e 80,  base das seleções nacionais e campeões nacionais mais de 10 vezes. O  SESI era imbatível. Hoje, não somos nada! Ninguém dá a mínima para o esporte-base. Além de barato e inclusivo. Como sempre, dependemos de abnegados que trabalham por amor à modalidade.

Nosso futebol amador tem uma verba específica superior a R$ 120 mil. A Liga não só precisa mesmo se virar com isso como prestar contas de forma religiosa, sem sacanagens com notas fiscais forjadas,  relacionadas a arbitragem e outros gastos. Já aconteceu!

Dentro da minha lógica, a verba é suficiente. Desde que não vá para pagar boleiros "exportados". Mas quanto aos campos distritais, a manutenção sempre foi relegada a segundo plano. Problema existe há mais de 40 anos e governo nenhum, de partido nenhum, resolve.

Todos preferem se omitir, fazer de conta que está tudo bem, para se favorecer politicamente. Por isso permitem que alguns espertinhos se adonem dos espaços públicos abandonados.  Que não se resumem aos campos de futebol, diga-se.

E as aulas do Nanasa, hein? Prefeitura prometeu mutirão para salvar as atividades dos alunos deficientes físicos e não fez nada. Aulas só voltaram por causa do projeto ligado ao Estado. Verba municipal, carimbada, deveria ser prioridade de qualquer orçamento decente.

Este é o retrato, o quadro ainda inacabado -- não falei das escolinhas --,  do nosso pobre esporte, hoje teoricamente vinculado ao Gabinete com a justificativa capenga de que seria priorizado com ênfase no jovem.

Quanta balela! Conversa mole pra boi dormir. Alteração administrativa ( blindagem) nada  tem a ver com a juventude. O secretário Raimundo Salles e a diretora Marta não se bicam, só isso! Se dependesse só de Salles, Marta lhe serviria cafezinho. Nada mais!

Mesmo desconfortável, sou obrigado a concordar com as  palavras de Celso Luiz de Almeida, ex-diretor -- com quem trabalhei -- e hoje presidente do EC Santo André: "Vocês ainda vão sentir saudade do Celsinho".

Verdade! Ele até pareceu nada humilde, mas estava coberto de razão. Mesmo sem verba à altura das necessidades e sem ser perfeito -- cometeu, sim, algumas barbeiragens impublicáveis --, Celso Luiz jamais de omitiu e foi bem melhor que seus sucessores.  Quem diria?

A nossa Santo André merecia bem mais. Como somos cidadãos do bem -- pra não dizer frouxos, acomodados e trouxas -- vamos tocando o barco e aplaudindo as manifestações nacionais.

Cuidamos do Rio São Francisco e não olhamos com rigor e carinho o "corguinho" que passa no fundo de casa. Ele está poluído, gente! Vamos dar um basta nisso tudo!

O esporte é apenas um afluente, vítima das mazelas públicas. Chega de jogar a culpa nos antecessores, escamotear limitações e prometer que "no ano que vem vai ser tudo diferente". Já cansou! Nós, cidadãos, com impostos em dia mas direitos ignorados, não acreditamos!

Acorda, prefeito! Mexa-se! Se preciso, mexa no time priorizando o quadro técnico, o funcionário de carreira,  não o viés político ! Afinal, em plenos Jogos Regionais, suas "comprometidas" diretoras de Esporte e Lazer estavam na Grécia, disputando o Mundial de Masters.  Será que o senhor sabia?

Nosso esporte não tem comando, nem voz, mas os salários da chefia ausente estão em dia. O orçamento é irrisório,  o comprometimento é medíocre e a competência gerencial discutível.  Será que o prefeito está esperando piorar ou o ano acabar?

Precisa mais? Pra quê insistir, teimar em bancar o insustentável? Reconhecer o erro soaria como primeira virtude. O duro é que seria preciso ter humildade para descer do pedestal...

4 comentários:

  1. Talvez faltou toda sua competencia nesta administração. Também não entendi porque você ficou de fora' pois sempre trabalhou na administração PT.

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    1. Frustração pura! Aprendi a tempo. Não é minha praia. Independentemente de opção político-partidária. Questão, também, de caráter. Obrigado por reconhecer minha competência. Fico feliz, caro leitor anônimo. Fique, sempre, à vontade para se manifestar.

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  2. "Cada quá com seu sapiquá" - como dizia minha avó! Ou hoje, "cada um no seu quadrado". Prova de governo de marketing, Competência em quadra 10 mas no gabinete 0.

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    1. É isso! Infelizmente! Uma pena para um esporte que já foi exemplar e respeitado Brasil afora. Santo André merece mais. Obrigado

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