Seguidores

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Nota 10 pro DGABC é piada! Cinco é o limite

Há pelo menos 15 dias estou engasgado pra comentar um detalhe que encarei como piada de mau gosto.

Respeito a opinião dos jornalistas entrevistados no programa Diálogo Aberto, do companheiro Daniel Lima, mas discordo frontalmente.

Questionados sobre que nota histórica dariam ao jornal Diário do Grande ABC, o diretor de Redação Sérgio Vieira e o  excepcional jornalista e memorialista Ademir Medici, meu amigo, não tiveram qualquer dúvida.

Como numa apuração de desfiles carnavalescos, "nota... déeeez". Só faltou a ênfase do locutor oficial. Torcedores paulistas da Gaviões da Fiel e cariocas da Beija-Flor lotariam a arquibancada e iriam ao delírio.

Porém, aqui, num cantinho reservado à imprensa (independente) eu estaria a vaiar. Trabalhei na editoria de Esportes do DGABC por quase 15 anos e fico muito a vontade pra discordar.

Minha nota pode até ser contestada, mas  é a mesma do sempre rígido, polêmico responsável e competente Daniel. Nada mais do que um cinco.

História do Diário merece ser enaltecida e  respeitada por todos nós, cidadãos do Grande ABC. Afinal, são 57 anos de muita dedicação  diária às coisas de uma região com quase três milhões de habitantes.

Só que, nota 10 é demais pra minha cabeça. Afinal, como todos, o Diário de ontem, de hoje e de amanhã vai acertar e errar.  Qual o problema? Vai questionar e ser questionado. Seu compromisso é com o leitor.  Por isso a credibilidade não pode oscilar tanto em quase seis décadas.

No quesito jornalismo, já cansou de fazer besteira. A começar por uma linha editorial que só agora -- gostem ou não, com as intervenções cirúrgicas do Daniel Lima e a correspondência da equipe --  volta a assumir uma postura de comprometimento  verdadeiro com o Grande ABC.

Tempos atrás, talvez mais de uma década, lançou o slogan definindo-se como braço direito do Grande ABC. Pois é... esqueceram do esquerdo. Por isso andaram fazendo tudo pela metade.

Por isso campeava o compadrio. Por isso brotavam acertos escusos e subterrâneos com o Poder Público. Ao sabor dos ventos e da coloração partidária. Ai de quem não rezasse pela cartilha da Catequese. Pau nele!

Por isso a falta de profissionalismo responsável.  Por  isso a ausência de linha editorial de fato. Por isso derrapagens aos borbotões. Por isso, em alguns períodos, um trem de incompetências a prestar desserviço ao cidadão do Grande ABC.

Por isso a bela história, alternando momentos de jornaleco com posturas de um grande jornal regional, não merece mais do que o cinco da imparcialidade. Com todo respeito, nota 10 é agrado de sonhadores.

Só pra completar: se o importante DGABC deixar de existir nosso mundinho será ainda pior. Já foi ruim com ele, quase exclusivo porque dominador. Pior sem ele,

Que os novos trilhos o conduzam por muitos anos. Sem mentiras. Sem omissões. Sem protecionismo. Sem parcialidade. Sem brincar com a  nobre arte de informar, analisar, questionar e transformar a sociedade.

Uma bela história nem sempre é sinônimo de nota 10.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Mais 110km nas montanhas e vales da Mantiqueira

Adoro  trilhas, caminhos, montanhas, vales, rios... O que não é novidade pra quem dispõe de seu tempo precioso para ler o Blogdoraddi.

Por isso, e para exercitar o direito de ser livre,  na semana passada, ao lado do amigo- irmão Nivaldo, o Cal, voltei aos lindos e por vezes  desafiadores morros da Serra da Mantiqueira. Montanhas e vales verdes de fé, companheirismo e liberdade.

Desta vez, a quarta,  foram cerca de 110 quilômetros de desafios, de Paraisópolis a Aparecida. Mais de 150 mil passos em quatro dias. Caminho mais democrático, impossível.

Como aquecimento, no domingo, eu e o Bruno, filho do Cal,  subimos a Pedra do Forno, em Gonçalves-MG. Céu azul e visão de 360º. Imperdível!

Companheiros de viagem e de vida, eu e o Cal dormimos em Paraisópolis. Por sorte em quartos separados, porque ele ronca muito.

Pousada da Praça, comandada com maestria pela Jandira, sempre nos recebe de braços abertos. Tudo sem restrições, inclusive o belo café da manhã, por R$ 66. Custo benefício ideal.


                                                              ARROZ E FEIJÃO NOTA 10 

Saímos às 6h30min para enfrentar 28km até a pousada da dona Ines e do seu José, quatro quilômetros depois de Luminosa, distrito de Brasópolis-MG.

Após subir a serra,  antes do meio-dia aportamos momentaneamente no Cantagalo, na  pousada da Vó Maria. Como sempre, fomos muito bem recebidos e atendidos pelo Rodrigo Jucemar e pela dona Elza, autora do melhor arroz com feijão caipira da face da terra.

Gastamos R$ 40, os dois, incluindo almoço com filé de frango, abóbora, chuchu com ovo, salada, mais ovo frito, suco de mexerica, uma pinguinha da casa e quatro latinhas de Itaipava. Juro que pagaria quarentão só pelo arroz com feijão e pelo dom de receber que todos por ali demonstram.

Barriga cheia, respiramos fundo e pé na estrada. Subida leve, descida pesada até Luminosa e aclive médio até a dona Inês, onde chegamos às 16h30. No primeiro dia foram 28km, com ascendentes próximas de 400m de altimetria. Não é pouco!  Precisa ter caixa e perna!

Gastamos R$ 52 cada um -- jantar simples, mais quatro Itaipavas, uma pinguinha daquela escondida sob a pia, pouso e café servido às cinco e meia da manhã. Quarto amplo, com quatro beliches e duas camas de solteiro,  pra dez pessoas. Graças a Deus, só nós dois. E bem distantes! Kkk...

                                                              "QUEBRA-PERNA"

Às seis da matina, ainda no escuro e com direito a nevoeiro e uma vista inesquecível de Luminosa, lá embaixo, saímos para cumprir a segunda perna da jornada de quatro. Previsão de 32km tendo o desafiador "quebra-perna", um dos carmas dos peregrinos,   como obstáculo maior.

Encaramos no peito, na garra! Por volta das 11h já estávamos  no ponto de maior altitude do Caminho da Fé, já no asfalto, ali perto da entrada para a Pedra do Baú. Em seguida, já pregados e com dores nas panturrilhas, começamos a descer e passamos pela pousada Barão Montês,  onde comemos e  pernoitamos na empreitada anterior.

"Mergulhamos" com diferença de altimetria de 400m, até Campista, bairro de Campos do Jordão-SP, na divisa com Minas. Dali até Campos do Jordão foi um parto, muito difícil.

Foram mais de 15km, com bastante sombra das matas e predominância de ascendentes -- mais 400m -- até chegar ao asfalto. Chegamos ao hostel Campos do Jordão extenuados, já  às cinco e meia, próximo do anoitecer. Com assaduras glúteas e de mau humor!

No total do dia, um absurdo; caminhamos perto de 34km. Um excesso, reconheço. Ficamos no aconchego da Minda, em quarto com banheiro privativo, e gastamos R$ 80 cada um.

Pernoite mais café da manhã no capricho, antes das 6h. Um  doce achado, em se tratando da sempre inflacionada Campos do Jordão em alta temporada.

Fica a sugestão: hostel Campos do Jordão, ali na Abernéssia, pertinho da estação, é alternativa bem interessante também aos turistas tradicionais e aos  peregrinos de todos os caminhos de fé. Vale a pena conhecer.

Às 6h30 do dia seguinte, já sem assaduras -- hipoglos resolveu mesmo --   ali bem próximo,  pegamos o ônibus até o Horto Florestal. A pé é muito arriscado em asfalto recheado de curvas fechadas e sem acostamento.

Optamos pela estrada de Pedrinhas, em detrimento da tradicional Caminho da Fé, que desce pelos trilhos da antiga linha férrea em direção a Pindamonhangaba. .

                                          PEDRAS NO MEIO DO CAMINHO

Dispostos, renovados e motivados para enfrentar mais 28km, até a pousada do seu Agenor e da dona Maria, já no distrito de Pedrinhas, saímos do horto exatamente às 7h10min. 

Diferença de altimetria foi brutal: 550m ascendentes e 1250m de descendentes. Ledo engano afirmar que na descida todo santo ajuda. Com todo respeito, Nossa Senhora Aparecida precisou dar uma forcinha.

Afinal, lá em cima encontraríamos o Caminho de Aparecida. Subidas até a pousada Santa Maria da Serra, onde já fiquei ao lado de outro amigo-irmão, o Zé Luiz, na caminhada anterior, ano passado, foram brabas. Felizmente, tempo encoberto e bastante sombra foram companheiros.

Almoçamos, e bem, lá na Sandra, que comanda a pousada enquanto o marido, João Alves de Souza, o Passarinho, administra a extensa fazenda Lavrinhas.  Gastamos, os dois,  apenas R$ 50, incluindo água e duas cervejinhas.

Sandra e Passarinho foram atletas de elite do SESI de Santo André, na época de Elói Schleder, Adauto e cia, quando nosso atletismo dava as cartas no cenário nacional. Bons tempos. Hoje estamos numa draga danada, à mercê de um Poder Público que dá as costas ao esporte.

Formada em Educação Física, Sandra Ferreira deu aulas na Prefeitura andreense. Já Passarinho ganhou inúmeras provas internacionais,  em três oportunidades fez pódio na tradicional São Silvestre e virou técnico. Conversamos rapidamente.

Estômagos forrados com fartura, é hora de descer, descer e descer,  até Pedrinhas. Saímos por volta do meio-dia e  na primeira curva vislumbramos inúmeras cidades do Vale do Paraíba. Chegamos no seu Agenor pouco depois das quatro da tarde.

Ícone da nossa literatura, com certeza Carlos Drumond de Andrade se cansaria de tantas pedras no meio do caminho. Ou estaria fazendo poesia até agora! Afinal, como "recitou" o poeta, "tem uma pedra no meio do caminho; no meio do caminho tem uma pedra". Pior: ladeira a baixo

Poesia e pedras a parte -- risco de torções aumentou -- , vencemos mais uma batalha. Com direito a um visual deslumbrante do bairro do Gomeral. Um vale verde a perder de vista. Uma paisagem sensacional! Mesmo que vista pela quarta vez. Mais uma dádiva da natureza.

Fomos bem recebidos pelo casal, seu Agenor e dona Maria. Como sempre. Tudo na simplicidade, mas a contento. Jantar bom, pernoite e café da manhã bem simples por apenas R$ 50 cada um.  

Seu Agenor é daquelas figuras folclóricas. Solta uma piada atrás da outra. Anda às voltas com a próstata e com o  diabetes. Também com as vacas, com "evangélicos que gritam muito" e com a picadeira de cana que nos acordou antes das quatro da manhã.

Exemplo: assim que chegamos o Cal cismou de perguntar se ali pegava celular. "Pega, pega sim. Na mão. Cê num tá com ele na mão?" . Dizer o quê? Melhor dar risada sem dó, pedir uma pinguinha e preparar a goela pra cerveja.

Aí eu pedi uma. Encostei no balcão e o gozador me serviu um copo (daqueles comuns, de cerveja) cheio. Cheio! Pinga da região, com  lascas de sassafrás. Deliciosa!

Até levarmos um susto ao ler no recipiente: Castrol. Isso mesmo! Ninguém acha que a marvada se chama Castrol ou tem algum parentesco com a Petrobras né? Num galão de Castrol...É brincadeira!!!

                                                          CAMARÃO DE ÁGUA DOCE

 Apesar do somatório de cansaço, nosso último dia seria café-pequeno diante dos anteriores. Entre 21 e 22km -- diferente dos 19 restantes anunciados na placa em frente à pousada do seu Agenor -- até Aparecida.

Sem subidas nem descidas, e com direito a um belo nascer do sol, saímos às seis da manhã e chegamos à basílica de Nossa Senhora Aparecida pouco depois das 11.

Sem subidas nem descidas; caminhamos no plaino, entre pastagens, fazendas de gado leiteiro e garrotes de corte.  Até o nosso Caminho de Aparecida -- originário de Alfenas-MG -- reencontrar o da Fé em seu novo trajeto de chegada.

Triste mesmo foi passar novamente por Potim, que  há mais de 20 anos virou cidade após se emancipar de Guaratinguetá. Lamento a impressão, mas uma cidade feia, suja, com calçadas estreitas,  muitas casas amontoadas e arborização quase zero. 

Potim -- em tupi, significa camarão de água doce, antes abundante num riacho local -- tem cerca de 20 mil habitantes. Por onde passamos, presença do Poder Público parece utopia, miragem.

Mais tarde, na imponente basílica -- em contraste com a própria cidade --, preces feitas, agradecimentos externados, esperamos o Bruno e da dona Cacilda, mãe do Cal, e pegamos carona até Santo André.

Mais uma vez, valeu a pena. Caminhar à sombra  de um amigo tão leal me faz sentir um ser privilegiado. Fico feliz  e eternamente grato ao ser conduzido pelas mãos de Deus.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Nada muda no Parque Central

O tempo passa e pouco, ou quase nada,  muda no nosso belo Parque Central. Fazer o quê, além de reclamar e alertar as autoridades competentes (?).

É bem possível que o pessoal da Secretaria de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos, comandada por Paulinho Serra, e o prefeito Carlos Grana continuem à espera da verba do PAC prometida pelo Governo Federal.

Kkk! Kkk! É o que dá acreditar na cigana. Ela é analfabeta mas garante ser especialista em leitura de mãos descuidadas e inocentes. Fiquem felizes porque não são vítimas solitárias. Quem sabe nas próximas eleições...

Lagos do nosso sonhado Ibirapuera  continuam assoreados, imundos, matando nossos peixes. Especialmente os lagos menores, praticamente fora do alcance de quem usa o acesso principal e anda pouco pelo parque. Uma vergonha!

Ciclovia também precisa ser tratada com mais atenção. Hoje de manhã, correndo sob chuva e evitando a pista de terra, pude constatar inúmeras rachaduras e saliências que vão provocar acidentes aos ciclistas.

Falta manutenção e sobra abuso de veículos, oficiais ou não. Dentro e fora da ciclovia.  Poucos respeitam limites de velocidade. Isso quando, como hoje, não nos deparamos com caminhões pesados na pista. Um abuso sem fiscalização nem punição!

Quando falo em veículos oficiais incluo viaturas -- nem todas -- da Guarda Civil Municipal. Isso quando se dignam a sair da "casinha", aquela sala na entrada principal. Andar a pé é ousadia de poucos. Talvez de regime.

Por isso nossa segurança fica a desejar. Se alguém for roubado, ninguém  da GCM vai notar. Também não farão nada se os usuários de drogas resolverem "brincar" nos finais de tarde. Um absurdo!

Mesmo porque,  em alguns dias, como ontem,  pelo menos o acesso da Barão de Mauá tem ficado aberto  até bem mais tarde, facilitando a ação de gente de vida tão fácil quanto perigosa.

Com a palavra, o nobre prefeito. Tá esperando o quê pra tomar atitude?