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terça-feira, 30 de novembro de 2010

E agora, Ramalhão?

Agora, tudo está consumado! Lamentavelmente, o milagre não aconteceu. O Ramalhão do limitado mas eficiente Jair Picerni reagiu tarde e caiu para a Série C do Campeonato Brasileiro.

Caiu principalmente por absoluta falta de competência diretiva. Os mesmos dirigentes que quase fizeram do Santo André campeão paulista conseguiram fazer dele um dos rebaixados.

Goste ou não, a cúpula do Saged -- Santo André Gestão Empresarial e Desportiva -- precisa assumir a responsabilidade, reconhecer os erros de gerenciamento do futebol do ECSA e dar a volta por cima.

O divisor de águas será o Paulistão 2011. Se for bem e mantiver um bom elenco, pode até reunir forças e virtudes para retornar à Série B.

Mas o bicho vai pegar se o Ramalhão não brilhar, ou brilhar e reprisar 2010, deixando de ser competente na montagem do elenco para a deficitária Série C.

Fica a impressão de que, em caso de participação apagada,Ronan e cia vão entregar a rapadura. Ou pepino, como queira. Possivelmente, o entregarão cheio de dívidas.

No pacote das dívidas, um doce recado, carregado de ironia: "Quem pariu que o embale! Não quero mais! Só me dá prejuízo! Abraços. Saged".

Um sério risco para os dirigentes do Esporte Clube Santo André. Vai pintar a chamada bucha de canhão se ficar caracterizada a responsabilidade jurídica. Pode sobrar pra todo mundo. Inclusive para os sócios do belo poliesportivo.

Uma pena para os raríssimos torcedores que ainda choram pelo Ramalhão.Pra quem ainda não entendeu, eu disse raríssimos. Poucos ou não, merecem mais respeito. Com sentimento não se brinca.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A pequenez do grande Palmeiras

Fingindo inocência, juro que cheguei a pensar que o grande Palmeiras não seria tão pequeno quanto o São Paulo. E, de novo, o Fluminense ganhou três pontos de presente sem necessidade de jogar.

Mais uma vez a entrega não precisou ser explícita. Tratou-se apenas do segundo ato de uma peça teatral encenada na mesma arena. Que pena! Isso tira a legitimidade do título.

Mais rápida que Sedex, a entrega do "parmerinha" começou por um técnico que já foi campeão do mundo. Antes do "jogo", Luiz Felipe Scolari só falou besteira. Só ironizou. Sua escalação com alguns titulares bem orientados cheirava blefe, engana-trouxa.

No banco de reservas, Felipão foi uma farsa. Pouco falou. Quando falou, encenou. Até mesmo quando deu uma "dura" no jovem lateral Gabriel, indicando que deveria jogar pra frente.

Por que não disse a mesma coisa para Marcos Assunção, o melhor volante do Campeonato Brasileiro? Por que não chamou Kléber para uma conversinha? O "gladiador" foi um fiasco, uma cinderela.

A justificativa de Felipão: " O Dinei jogou mais avançado e o Kléber tinha de voltar para buscar a bola. O time foi bem. Gostei". Um fanfarrão, sem dúvida. A cinderela recuava, recebia e se enrolava até perder a bola de forme grotesca.

Os zagueiros do Palmeiras lembravam becões de fazenda, dando chutões e furadas infantis. O meio-campo foi omisso, contemplativo. O ataque foi pífio, ridículo,e lamenta até agora o belo gol do menino Dinei.

Apenas Deola se salvou. Mesmo ameaçado por meia-dúzia de imbecis, o goleiro fez pelo menos quatro boas defesas. Foi profissional. Jogou por si mesmo e por uma instituição, Sociedade Esportiva Palmeiras, muito maior do que uma vitória ou um título.

Pena que a comédia não termina aí. Vai chegar um momento em que o Coríntians também entregará. Igualmente, seria imperdoável. Caráter, dignidade, honra, profissionalismo, respeito, pra quê? Tudo tão fora de moda, né? Talvez seja o retrato o cidadão brasileiro, nada mais.

Quem perde, de verdade, é o futebol brasileiro. Quem se apequena, de verdade, é o futebol brasileiro.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A pequenez do grande Tricolor

Ao Coríntians faltou a grandeza de um campeão.
Ao São Paulo sobrou a pequenez de um timinho de esquina, um enganador.

Ao forte Coríntians faltou competência.
Ao grande São Paulo faltou dignidade.

Ao Coríntians de Tite faltou a ousadia de guerreiros sonhadores.
Ao São Paulo de Carpeggiani sobrou a covardia de cordeirinhos em plena cena teatral.

Ao Coríntians faltou a agressividade de quem precisa vencer.
Ao São Paulo faltou o comprometimento de quem se diz profissional da bola.

Ao Coríntians sobrou conservadorismo tático e faltou capacidade técnica.
Ao São Paulo sobrou a passividade dos desmotivados. Só faltou aplaudir cada lance do adversário.

Ao Coríntians sobrou a tristeza de quem honra a camisa.
Ao São Paulo sobrou felicidade (normal)pelas lágrimas corintianas.

Ao Coríntians faltou jogar. Mas não faltou vergonha.
Ao São Paulo faltou simplesmente querer jogar.Faltou vergonha!Sobrou mentira, encenação.

Ao Coríntians faltou capacidade ofensiva.Sem Ronaldo, então...
Ao São Paulo faltou simplesmente marcar. Especialmente Conca, Deco, Mariano, Carlinhos, Fred e Washington.

Isto é, deixaram meio time passear o jogo inteiro. Principalmente após as duas expulsões. A de Richarlyson foi tão estranha quanto injusta. Sei que reclamou e xingou, mas nem falta fez. Vai jogar no Flu de Murici!

Ao torcedor do Coríntians resta o choro dos perdedores.
Ao torcedor do São Paulo sobra a paradoxal alegria de perdedores que viram seu time fazer o que a maioria queria. Entregar sem parecer uma afronta ao mudo da bola.

Sinceramente, não é legal vibrar com a goleada. Porém, na mesma situação, eu também torceria e não ficaria chateado com a derrota do grande rival. Só não iria ao estádio. Tampouco me misturaria à torcida do Flu.

Quanto aos jogadores, com raríssimas exceções -- Jean, Alex Silva, Lucas. Rogério e Carlinhos Paraíba -- deveriam ter mais dignidade. Faltou profissionalismo. O futebol ficou menor. O São Paulo, instituição, ficou bem menor.

Tanto quanto faltou ao goleiro Felipe diante do campeão Flamengo no ano passado, quando o São Paulo foi prejudicado.Felipe foi moleque irresponsável, mas o Corintians não fez marmelada, não entregou, não simulou, não enganou.

Agora não adianta chorar. Nem achar que a pequenez do grande Tricolor já deu o título ao merecedor Fluminense. Faltam duas rodadas.

Ao Coríntians resta jogar e torcer para Palmeiras e/ou Guarani. Aos anticorintianos resta torcer contra. Como sempre. Tudo normal. Por isso sou corintiano.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A dor de cotovelo dos anticorintianos

Juro que não aguento mais ouvir e ler sobre o pênalti de Gil sobre Ronaldo. Pra mim, corintiano imparcial, foi pênalti e fim de papo. Assim como foi pênalti no cai-cai Rodriguinho, ex-Santo André, no empate do Fluminense com o Goiás.

Pra mim, zagueiro duro por natureza, o lance foi claro. Por trás, força desproporcional... Cal! Pra muitos, a maioria anticorintianos, foi tranco normal de um futebol definido como esporte de contato.

Até aí, tudo bem! O que não dá pra suportar são os absurdos proferidos por técnico, jogadores e dirigentes do Cruzeiro e de todos os anticorintianos com dor de cotovelo antes mesmo de o Timão confirmar um título ainda incerto e difícil. Tudo pode acontecer nas três últimas rodadas. Até mesmo os rivais Palmeiras e São Paulo ajudarem.

Falar em armação pró-Corínthians, em roubo descarado, em apito amigo, é não ter o mínimo de discernimento. Opiniões contraditórias são sempre saudáveis, mas daí a acusar a limitada juizada brasileira de fabricar resultados é falta de responsabilidade de jornalistas e paixão exacerbada de torcedores.

O que não existe na arbitragem brasileira e mundial é clareza de critérios. Melhor: não há critérios. Sandro Meira Júnior quase sempre apitará a infração. Assim como Paulo César de Oliveira. Simon e Héber Roberto Lopes simplesmente vão dizer: "Segue o jogo. Não foi nada". Afinal, pra quê polêmica, né?

Lamentavelmente, o que se repete é uma ladainha que nasceu com o futebol. O choro de perdedor não se limita ao Cruzeiro. Acontece em Rio Pardo, em São Sebastião da Grama, em Mococa, em Caconde, em Guaxupé e até em Casa Branca, cidade do meu amigo Lance.

Quem chora por ti Ramalhão?

Afinal, quem chora por ti Ramalhão? Quem vai chorar a queda do Santo André para o Campeonato Brasileiro da Série C em 2011? Poucos, pouquíssimos. Quase ninguém, aposto.

Torço pelo Ramalhão há mais de 37 anos, mas, confesso, não chorei, nem vou chorar. Chorei a queda do meu Corinthians, mas não derramei uma lágrima pelo Santo André.

Garanto que as derrotas e as decepções mais marcantes do Timão são inundadas de lágrimas verdadeiras. Tanto quanto do Palmeiras, do Flamengo, do Atlético Mineiro,do Remo, do Paissandu, do Santa Cruz, do Bahia, do Sport, do Coritiba, da Ponte, do Vitória e de tantos outros.

Repito: quem chorará o rebaixamento do Ramalhão? Por que poucos? Porque o torcedor andreense abandonou o time há muito tempo. A média de público do Bruno Daniel é uma das piores da Série B. Vexame que está ali, pau a pau, com a torcida do São Caetano.

Hoje, lamentavelmente, o Santo André não tem nem quem por ele se digne a chorar. Talvez alguns torcedores mais fanáticos da Fúria Andreense, da Tuda, da Ramalhões...
Nada mais!

Dos torcedores comuns, ninguém vai chorar. Simplesmente vão voltar a torcer apenas por Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo. E vida que segue.

Será que presidente e vice do Santo André Gestão Empresarial e Desportiva -- Saged -- vão chorar? Esqueçam! Ronan Maria Pinto e Romualdo Nuvem Passageira Magro Júnior jamais terão a grandeza do torcedor de arquibancada, apaixonado.

Será que presidente e ex-presidentes do clube chorarão a derrocada final? Ledo engano pensar em tamanha grandeza de sentimento. Celso Luiz, Wigand, Brandão, Jairo Livólis e cia podem até ficar chateados. Nada mais.

Será que Marcelinho Carioca, Tulica, Fernandinho,Romolo, Élcio, Ulisses, Rotta, Da Silva, Sandro Gaúcho, Fernando e cia ficarão tristes. Claro que sim. Mas não esperem um rio de lágrimas.Nem um fio!,

Será que Jair Picerni e ex-treinadores do clube vão entrar em depressão? Claro que não? Sérgio Soares, Sérgio Guedes, Fahel e cia vão continuar trabalhando no futebol, sem perder tempo com lamentações. Talvez só apareçam para cobrar algum débito.

Será que algum jornalista do Grande ABC será surpreendido com um lenço nos olhos marejados? Impossível! Daniel Lima, Jurandir Martins, Divanei Guazzelli, Nelson Cilo, Marcelo Camargo, Rodrigo Lombardi, Angelo Verotti, Anderson Fattori e cia não têm tempo pra isso.

Será que o prefeito Aidan Ravin choraria a queda do seu Coríntians? Talvez sim!Será que chorou a queda do Ramalhão? Com certeza, não! Apenas uma chateação passageira.É preciso prestar atenção em segmentos mais importantes como saúde, educação e segurança.

Aceitemos, portanto, a frieza da realidade: o Ramalhão não tem mais quem por ele chore. Domingo, ontem, a cidade foi a mesma de sempre, sem um sinal sequer de lamentação. Infelizmente, ninguém vai chorar.

domingo, 14 de novembro de 2010

Mexam-se, Coop e Corpore!

Foi bem legal participar da quarta edição do Mexa-se, promoção da Coop, organização da Corpore e apoio da Prefeitura de Santo André.

Faço apenas uma ressalva mais significativa. É inadmissível que especialistas tão renomados incorram em erro tão primário como atravessar a caminhada de cinco quilômetros na corrida de 10.

Fazer a virada dos 5km no início da D. Pedro II foi a maior falha de organização e definição de percurso. Mesmo com apenas 30 minutos de diferença na largada,o ideal seria que os caminhantes se misturassem aos últimos corredores mais ou menos à altura do viaduto sobre a avenida Prestes Maia. Ou no quarteirão adequado para totalizar a quilometragem.

Como definido, a confusão foi inevitável. Corredores menos rápidos, do pelotão do fundo, como eu, ficaram encaixotados da d. Pedro II até a virada, na praça Adhemar de Barros. Não dava para correr nem em zigue-zague.

Que para o ano que vem a organização preste mais atenção e não prejudique os cerca de sete mil participantes. Número é chutômetro, já que o Diario do Grande ABC conseguiu noticiar 6 mil na primeira página e 17 mil no caderno de Esportes. Por essa e outras, perde credibilidade a cada dia, a cada manchete, a cada falha de informação.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Quatro gols em tempos distintos

Milan x Real Madrid é um dos maiores clássicos da história do futebol mundial. Afinal, são inúmeros títulos nacionais, europeus e mundiais.

O Real Madrid, maior ganhador da Copa dos Campeões -- nove vezes -- foi nitidamente superior no primeiro tempo. Nem mesmo a bela atuação do brasileiro Thiago Silva foi suficiente para escamotear as falhas defensivas do Milan, campeão europeu em sete oportunidades.

Com três volantes defensivos e criatividade zero no meio de campo, o Milan foi inteiramente dominado no setor nevrálgico, onde de fato se decide um jogo de futebol.

O 4-3-3 do Milan foi engolido pelo tradicional 4-4-2 ( duas linhas de quatro mais dois atacantes) com variação para 4-5-1 armado pelo marrendo José Mourinho. Pato, Ibraimovich e Ronaldinho foram um fiasco. O 1 a 0 do time espanhol foi magro pelo que se viu.

No entanto, o mesmo 4-3-3 mal ajambrado deu certo no segundo tempo, quando Ronaldinho deu lugar a Inzaghi e o Milan pelo menos mostrou mais velocidade e disposição. Mesmo sem virtuosismo técnico e tático, o time italiano achou o empate.

Abalado, o esquadrão de Cristiano Ronaldo perdeu a embocadura, reduziu o ritmo, teve falhas individuais e tomou a virada com o mesmo Inzaghi. No final, no entanto, quando o Milan já festejava, tomou o empate.

Considerando-se os tempos distintos -- embora o domínio do Real tenha sido muito mais ostensivo e claro -- até que a igualdade foi justa. Para os limitados italianos, foi um empate-derrota.

Milagre em cinco batalhas?

Particularmente, não acredito. Mas a possibilidade existe. Sim, o Santo André pode ser premiado com o milagre da salvação. E deve acreditar até o último momento.

Se jogadores, técnico e dirigentes não alimentarem a esperança, quem o fará? Depois da boa vitória de 3 a 0 sobre o ASA, o Ramalhão ainda mantém possibilidades de fugir do rebaixamento à Série C do Brasileiro.

Só que, para o milagre se concretizar é preciso jogar bem mais nas últimas batalhas. São cinco. Os dois jogos em casa são contra adversários diretos -- Ipatinga e Náutico, que perderam na última rodada. Pode acontecer de tudo.

As três partidas fora do Bruno Daniel significam ossos duríssimos de roer. O Bragantino ainda precisa de três pontos pra se livrar, enquanto que o forte Sport quer ocupar uma das quatro vagas do acesso e o tradicional Bahia quer o título. Moleza, né?

A rodada de ontem poderia ter sido melhor, não fossem as vitórias magras de Vila Nova e Brasiliense sobre América de Natal e Guaratinguetá, respectivamente.

Ipatinga e Naútico, ameaçadíssimos, perderam. Até mesmo o rival São Caetano ajudou o Ramalhão ao empatar com o Icasa. Ainda acho que um dos problemas do Santo André vai serr o número de vitórias -- nove, contra 10 do Ipatinga e do Guaratinguetá, 11 do Náutico e do Icasa, e 12 do Vila Nova.

São cinco batalhas à procura de um milagre. O time de Jair Picerni vai ter de jogar tudo o que não jogou nas 33 rodadas anteriores. Assim, quem sabe?

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

As palavras da presidenta

Já disse que não votei em Dilma. Tampouco votaria na empáfia e na arrogância sem freios do presidente Lula. Também já disse que jamais compraria um carro usado do senhor Luís Inácio.A figura me incomoda sobremaneira. Não confio!

No entanto, nada disso me impede de torcer muito para que a mineira -- e atleticana -- Dilma Rousseff faça pelo Brasil boa parte do que todos os brasileiros esperam. A começar por um governo para todos.

Sem essa de privilégios para a companheirada de ontem ou de hoje. Tampouco para raças, religiões, banqueiros ou camadas sociais mais ou menos favorecidas.

Gostei das primeiras palavras de Dilma como presidenta. Ou presidente, tanto faz.
Confio mais nela do que naquele que a colocou na garupa e fez dela a mais alta mandatária do País.

Só que não dá pra ficar agradecendo eternamente. Nem batendo na porta do padrinho. A fila anda. Que governe como Dilma. Sem prepotência, sem nepotismo, sem politicagem barata, sem revanchismo e sem compadrios.

Competência, trabalho e ética são fundamentais em todos os segmentos. Sem se esquecer da importância do esporte como ferramenta indispensável para a inserção social e para o desenvolvimento dos cidadãos.

Que a presidenta não se limite a pensar em esporte como megaeventos. Tipo Copa do Mundo e Jogos Olímpicos. Pensar grande é encarar o esporte como um todo. É imprenscindível pensar no esporte como ação social, no esporte educacional, nos eventos, no alto rendimento e no lazer.

O exercício da massificação, pra colher a longo prazo, é, há muito tempo, o pulo-do-gato. Pensar no esporte a curto prazo é um tiro no pé. Ninguém vai colher nada se o objetivo se limitar a medalhas de ouro nas Olimpíadas e ao título da Copa. Cuidado com a roubalheira nas obras!

É preciso plantar com paciência em todas as curvas de nível.Sem pressa para a colheita. É preciso entender que a atividade física, independente de considerada ou não esporte, é fundamental para a saúde.

E atividade física sem a orientação de professor de Educação Física não é o ideal. Daí a necessidade de se olhar o profissional da EF como alguém tão importante quanto o médico, o engenheiro, o advogado ou a nutricionista.

Também é necessário pensar na infra-estrutura para que os homens do esporte não tenham do que reclamar. Nem todas as escolas têm uma simples quadra coberta para que se dê uma aula decente. Por que não virar obrigatoriedade de todos os governantes federais, estaduais e municipais? Custa?

Que Dilma olhe para o esporte, para a educação e para a saúde -- todos se entrelaçam -- com extremo respeito. Gastar com esse trinômio é sinônimo de investimento inteligente. E Dilma não é burra.

Sobre Lula e Felipão

Nunca achei Luiz Felipe Scolari um grande treinador. Já defendi, inclusive, sua volta ao comando da Seleção Brasileira, mas jamais o coloquei no patamar mais alto do podium e do ranking de treinadores de futebol.

Felipão teve méritos como campeão no Grêmio de Porto Alegre e no Palmeiras. O Grêmio tinha um time de razoável pra bom, marcava muito e tinha duas ou três jogadas ofensivas mortais. Já o Palmeiras tinha um timaço. Os títulos foram consequência. Bom técnico e bom time quase sempre significam conquistas.

Depois o ex-zagueiro do Caxias chegou ao topo, ao comando da Seleção Brasileira de Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho e cia de craques extraordinários. Foi campeão do mundo em 2002 e virou herói nacional.

Como técnico da seleção portuguesa, perdeu da Grécia na final da Eurocopa. Na Copa do Mundo, sua estrela não brilhou. Ameaçou, mas não brilhou.

Daí em diante, Felipão passeiou por divisões secundárias do futebol mundial. Até voltar ao Parque Antártica para dirigir um Palmeiras sem tantos figurões e sem personalidade de campeão.

Como sempre, chegou chorando além da conta. Também chegou com ironia, com sinismo, com desculpas esfarrapadas, com agressividade à Imprensa e se colocando acima dee vitórias e derrotas. Deu de ombros até mesmo quando o Palmeiras estava mal no Brasileiro.

As gotas d'água que fizeram transbordar a paciência até mesmo de alguns de seus velhos amiguinhos bajuladores da Imprensa aconteceram nos últimos 10 dias. Primeiro desandou a proferir palavras inadequadas na coletiva de imprensa quando questionado sobre o estranho estado clínico e físico de Valdívia. Depois, generalizou ao acusar os jornalistas e qualificá-los como "palhaços".

Felipão tem personalidade forte e é bom profissional, mas jamais foi bom moço. Só que anda passando do limite. Não precisava usar batina, mas bem que poderia maneirar. Intolerante, o gauchão não aceita se contestado, não permite que alguém ouse pensar diferente dele. Aboliu o contraditório do dicionário e ponto final.

Desconfio, até, que Felipão andou fazendo algum curso intensivo com o presidente Lula. Ambos se julgam acima de bem e do mal. Ambos são donos da palavra final. Ambos se julgam deuses, acham que podem tudo. Todos os outros são reles coadjuvantes num mundo reservado para protagonistas escolhidos a dedo.

Que a Imprensa imparcial e não bajuladora tenha ao menos coragem de bater de frente quando Felipão passar dos limites. Que receba críticas e elogios na medida exata de seus méritos. Sem meias verdades.

Que a Imprensa também tenha a grandeza de reconhecer que usa e abusa do direito de errar, de pecar por atos irresponsáveis e nada profissionais. E que tudo não termine com o manifesto do nariz de palhaço. Talvez sirva, ao menos, para Felipão repensar seus conceitos.