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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Unimed ABC induz ou mente?

Ainda não consegui concluir se todos os funcionários da Unimed ABC são pagos para trabalhar com competência, respeito e profissionalismo. Acho que sim!

Porém, tenho certeza de  que alguns são coagidos para  não informar corretamente, induzir e/ou mentir, provavelmente sob a perigosa  coação/proteção empregatícia do manto patronal.

Como conveniado, já tive problemas nada agradáveis com a empresa. Ainda não mudei porque, infelizmente,  convênio médico é como qualquer prestadora de serviços, especialmente nos setores de telefonia, internet e TVs fechadas.

No principal dos enroscos, fui quase atendido (?) por um pseudodoutor boliviano. De madrugada, o sonolento irresponsável não conseguia nem ao menos concatenar uma frase. Imagine fazer a consulta e dar a receita. Poderia me levar a óbito.

Impaciente,  contei até 13 e meti a mão na mesa. Assustei o tal e quebrei o silêncio do pronto-socorro. Exigi ser atendido por uma enfermeira. E fui. Depois, formulei a reclamação e o doutorzinho  acabou demitido. Dizem!

Anteontem, a falha aparentemente simples, corriqueira, foi na informação, via telefone. Tudo começou porque me meti a voltar a jogar futebol após férias de um ano. Lesão reto-femoral  na coxa direita e necessidade de ultrassonografia simples para confirmar o tamanho  do prejuízo.

Liguei na Unimed. A atendente, Gisele,  não vacilou. A essência do diálogo:

-- O senhor tem de ligar na Vanguard para marcar. Posso transferir!

-- Moça, já liguei! Só tem vaga para dia 12 de dezembro. E minha coxa está arrebentada. Mal consigo andar.

-- Não posso fazer nada, senhor!

-- Não há outra opção em Santo André?

-- Não! Qual o seu plano?

-- Há ou não?  Independentemente de plano.

-- Um momento! Só mesmo em Mauá ou Ribeirão Pires.

-- Cê tá de brincadeira! Outro dia minha esposa, que tem o mesmo plano, fez ultrassom ali no bairro Jardim, com o dr. Iglésias, do DISA.  Confira a informação, por favor. Algo está errado!

-- Está confirmada, senhor. Só em Mauá e Ribeirão Pires. Ou na Vanguard!

-- Não acredito! Vou consultar o guia médico e procurar meus direitos. Boa tarde, Gisele!

-- Boa tarde, senhor. A Unimed ABC agradece sua ligação...

Cinco minutos depois, liguei no DISA. Não só fui bem atendido como dei sorte. Uma desistência facilitou minha vida e no dia seguinte, ontem de manhã, fiz o ultrassom com o dr. Rafael.

Resultado já está em mãos: estiramento de segundo grau, repouso, gelo, antiinflamatório, paciência e nada de bola. Nem montanha!

Moral da história: a Unimed ABC,  no caso representada pela solícita atendente, não deu a informação correta. Falhou, induziu e/ou mentiu descarada e insistentemente para que o procedimento acontecesse na Vanguard, coincidentemente, empresa de propriedade da Unimed ABC.

Portanto, caros leitores, cuidado com certas atitudes da Unimed ABC. E com todos os demais empresários amiguinhos do setor. Fala mais alto a ganância. O conveniado paga caro e se lasca.





quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Curtas, grossas e vergonhas da província

Como diz o amigo-irmão Daniel Lima, o Grande ABC é mesmo uma província. Aqui os coronéis ainda mandam. Feudos ainda existem.

Quem tem o poder do cargo, do nome ou da grana, deita e rola, faz o quê quer, quando quer. Manda prender e mandar soltar. Há, até, quem mande matar.

Gente graúda, de nome e sobrenome. Políticos, empresários. Enfim, reis e amigos íntimos dos reis. Mesmo que o rei esteja nu. Ou do padre. Ou dos dois.

Comecemos pelo padre. Já escrevi aqui que o cidadão comum não tem proteção adequada do Poder Público. Tanto estadual quanto municipal. Mas, após dois assaltos à paróquia,  o padre da Igreja Matriz de Santo André, meu vizinho,  se esbalda de seguranças na hora errada.

Lógico que não tem culpa, mas se dá ao luxo de ter a proteção de duas viaturas e quatro guardas civis municipais durante a sempre repleta missa das 10 da manhã. Pra quê?  Pra ficar jogando conversa fora?

Jogo de cena? No mesmo domingo, por volta das 16h, a igreja estava aberta, mas praticamente às moscas. Qualquer ladrãozinho de galinha faria a festa. Exagero de manhã para dar visibilidade e abandono à tarde, quando ninguém vai elogiar.

A mim, há dois meses, GCM sugeriu falar com o vereador Marcos Pinchiari e engrossar abaixo-assinado solicitando base comunitária se quisesse minimizar o problema de falta de segurança na região. Só não o mandei para aquele lugar porque estava diante da igreja.

Passemos do padre protegido ao vereador peroba. É muita petulância dos nobres edis da Câmara de Santo André. Principalmente do veteraníssimo José Araújo, que reza pela mesma cartilha do prefeito Carlos Grana. Ou de quem signifique poder maior.

Vai ser cara de pau assim na p.q.p. ! O camarada, pseudo representante do povo, se julga no direito de emparedar o secretário de Saúde, Homero Nepomuceno, porque este ( corretamente, por sinal) não estaria a facilitar a vida dos seus apadrinhados.

O (nada) nobre vereador quer que o secretário interfira para privilegiar o agendamento de consultas e outros quetais para os indicados  dos asseclas do rei. Assim,  na cara dura!

Às favas o cidadão comum, que precisa pegar  fila e esperar meses por uma consulta ou um exame mais específico. Se for amigo/eleitor dos nobres dispensáveis -- com raríssimas exceções --, tudo deve ser facilitado.  Aos encastelados, tudo!

Se não for, que o prefeito fique esperto nas próximas votações. Ou dá ou desce, como diria o papagaio sacana no caminhão carregado de galinhas. Um absurdo! Um desrespeito ao cidadão pagador de impostos! Votem nele nas próximas eleições, seus trouxas, puxa-sacos e/ou cabos eleitorais.

Outra escorregadela vergonhosa da província está no esporte andreense. Mais especificamente na anunciada Secretaria de Esporte, prometida para um exemplar raro de incompetência como dirigente.

Insistir com Marta Sobral é um acinte. Coisa de prefeito com visão tacanha, que blefa, que finge não enxergar o óbvio. Esqueci que Grana é filhote do Lula. Normal, portanto, que alegue não saber de nada quando não lhe interessa.

Em um ano, a moça não fez absolutamente nada como diretora de Esporte,  estranha e estrategicamente lotada no Lazer, mas, teoricamente -- conversa fiada --,  sob as asas do Gabinete. Outra mentira deslavada.

Tudo jogo de cena. Temos cara de trouxa, prefeito?Marta foi uma escolha política errada e agora tem de ser bancada às custas de quê? Capricho ou medo de rasurar uma excrecência rotulada de governabilidade?

Poucos sabem -- e quase ninguém tem peito para confirmar -- que a ex-grande pivô de Santo André e da Seleção Brasileira é brigada com o ainda secretário de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo, Raimundo Salles. Além disso,  tem ficha político-partidária assinada para apoiar Geraldo Alckmin.

Estranho né? Incompetência gerencial e  possível traição partidária merecem cargos e afagos como prêmio. Enquanto isso,  funcionários de carreira, técnicos, competentes, comprometidos, e raros, são jogados para escanteio.  Parecem marionetes a cada troca de gestão.

Do esporte para as ruas, para o Trânsito. Custo a acreditar, mas outro dia, quando minha esposa acionou o DST para que um veículo (quase sempre  de alguém mal-educado que estava no boteco do amigo dos políticos enchendo a cara), fosse retirado da frente da minha garagem, recebeu uma resposta estapafúrdia.

Os  agentes vieram multar o veículo -- se for conhecido de alguém do poder ou chorar eles costumam só avisar -- e, diante de duas testemunhas, disseram que não havia como remover o carro porque o DST não tem guincho. É brincadeira! Não acredito!

Numa cidade de 680 mil habitantes e com orçamento anual superior a R$ 3.2 bilhões, não é possível. Se não for mais uma desfaçatez dos agentes para não esticar a conversa, é uma vergonha. Não importa quem desrespeita a lei, tem de multar e guinchar, cara-pálida!

E assim segue a vida na província.  Aos amigos do rei, do prefeito, do vereador, do padre, do delegado e de outros poderes, o benefício da proteção. Aos cidadãos comuns,  a rigidez da lei. Sinto nojo!  



sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A injustiça de um homem justo

Já escrevi que Alexandre Pato foi patético e irresponsável naquela cavadinha diante de Dida.

Já escrevi que Pato não tem a cara do Coríntians e que parece no mundo da lua. Ou da moda.

Já escrevi que Pato deveria se dedicar às passarelas e sair em revistas de celebridades, ao lado de beldades.

Já escrevi que o jovem promissor Pato não vale os R$ 40 milhões investidos pelo bicampeão mundial interclubes.

Também já escrevi que Tite é um dos melhores técnicos do futebol brasileiro e estrela de primeira grandeza, protagonista,  na conquista diante do Chelsea.

Já escrevi que Tite entende de bola, fala a linguagem do boleiro -- apesar da titebilidade -- e pensa o clube de sol a sol.

Já escrevi que Tite é paizão, bom ouvidor,  trabalhador e domina como poucos as táticas e estratégias do jogo da bola. Jogou e conhece os caprichos da bola.

Escrevi, também, que Tite fechou com o  grupo campeão e com a tática campeã -- hoje limitada ao defensivismo exacerbado -- , por isso caiu na arapuca da teimosia e quase levou o Corinthians à Série B.

Escrevi, ainda, e repito, que Tite é justo, muito justo,  com o grupo. Coisa rara no mundo atual. Especialmente no mundo da bola.

Isso tudo, no entanto, não define Tite como perfeito. Com direitos inabaláveis e opiniões incontestáveis.

Os bons também erram. Os trabalhadores também falham. Os conhecedores também vacilam.

Os ganhadores também perdem. Os convictos também dormem no ponto. Os justos também cometem injustiças.

Isso tudo para repetir, com todas as letras: mesmo de saída, Tite insiste, teima em não ser coerente  com o menino Pato, de quem exige maior participação e marcação permanente. Um exagero para quem nasceu pra fazer gol.

Em momento algum, no Corinthians, Tite foi, de fato, completamente justo com Pato. Pelo contrário. Todos -- Emerson, Romarinho, Danilo, Douglas e cia -- sempre tiveram oportunidades reais.

Falta de confiança? Retaliação por não aprovar a contratação? Vaidade? Brilho ofuscado? Inveja do elenco campeão? Não creio!

Debilidade física recorrente? Conversa fiada? Lesões incuráveis? Balela! Convicções táticas? Também não colam! Seria burrice para alguém tão íntegro e inteligente.

Emerson dá selinho, falha, corre feito louco e engana trouxa mas tem lugar garantido. Romarinho cai na noite, vira "artista" de novela mas é tratado com um bebê porque tenta executar as tarefas táticas defensivas determinadas pelo paizão. Como se fosse Jorge Henrique.

Danilo entra em má fase mas sai e volta. Sem fome de bola. Douglas alterna sonolência com lampejos de grande armador, mas tem chance. Até Maldonado e Ibson entram de vez em quando.

Com Guerrero lesionado, Renato Augusto, um ótimo meio-campista, quebra o galho de centroavante enquanto Pato fica toda hora no banco. Mesmo com melhor produtividade como goleador do ano, já que jogou bem menos que Guerreiro. Basta dividir minutos jogados por gols marcados. Perder gol, todo mundo perde.

Sem sequência de jogo, Pato paga o pato. Sem esquema ofensivo, Pato paga o pato. Sem meias e atacantes criativos, Pato paga o pato. Sem conjunto e com excesso de individualismo, Pato paga o Pato. Sem gols, Pato paga o pato. Sem time, Pato paga o pato.

É justo? Pato falhou feio, mas sabe jogar e não pode amargar sozinho o castigo reservado aos bodes expiatórios. Todos são campeões, todos perdem, todos ganham. Todos merecem uma nova oportunidade.

Soa contraditório, mas o excepcional Tite está a cometer o pecado da injustiça. Vai embora como campeão, com a nossa gratidão e com a chancela de homem justo, mas sem ter a humildade de reconhecer que passou do limite.

Quem sabe Pato possa dar a volta por cima com Mano Menezes?



 


 

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Concórdia é campeã. Melhor para o handebol

Afirmei, ontem, com todas as letras, que a Metodista era favorita para chegar ao octacampeonato da Liga Nacional de Handebol Feminino. Caí do cavalo! Errei!

Agora há pouco, em Cabo Frio, a ligeiro favoritismo foi simplesmente pulverizado pela invicta Concórdia. Após 14 a 12 na primeira etapa, a equipe catarinense fechou a decisão em 27 a 22.

Com méritos e sem susto! Foi o troco do ano passado, quando perdeu a final de 22 a 20. Um título inédito e que deve fazer bem para o handebol nacional.

Afinal, concordem ou não os competentes dirigentes da nossa grande Metodista,  a quebra da hegemonia de sete anos significa o fim  de um ciclo vitorioso e deve motivar ainda mais outras praças esportivas. Afinal, caiu o bicho-papão!  

Alternando o esquema 5-1 com o 3-2-1, com a marcação individual sobre Amanda, da Seleção Brasileira, a Metodista começou um pouco melhor no conjunto, mas não tirou proveito para ampliar a vantagem.

No 6-0, com a marcação bem baixa, quase sobre a linha de área, Concórdia reagiu e chegou à igualdade em seis gols aos 11 minutos. Depois, jamais perdeu a vantagem.

Com marcação plantada e agressiva, e contra-ataques qualificados em velocidade, Concórdia chegou a abrir cinco gols -- 13 a 8 -- quando a Metodista perdeu a concentração e pecou tanto na defesa quanto nas finalizações. 

Quando não errou, parou na goleira Jéssica.  Reação no final do primeiro tempo só foi suficiente para reduzir a diferença -- 14 a 12 -- e dar esperanças de virar o jogo.

Mas Concórdia voltou para a segunda etapa com a mesma postura e com momentâneas variações de 6-0 para 5-1, enquanto que a equipe de Eduardo Carlone optou pelo 5-1, ainda com marcação individual sobre Amanda. No final, na hora do tudo ou nada, chegou a usar o 4-2, mas sem resultado.

A Metodista perdeu a concentração e p conjunto. Não teve a mesma consistência das semifinais e dependeu quase que exclusivamente da brilhante  Débora Hannah.

Com grandes atuações da goleira Jéssica e da armadora Amanda, o máximo que o time de Alexandre Schneider permitiu foi a diferença de um gol. Prevaleceu a distância confortável e administrável de três gols ( 16-13, 19-16, 22-19...).

Nem mesmo a performance de Débora Hannah  (da Seleção e eleita a melhor jogadora da Liga, enquanto que Flávia, de Santo André, foi a melhor goleira) evitou que a invicta Concórdia fechasse em 27 a 22.

Com méritos, estava quebrada a hegemonia da grande equipe de São Bernardo. O título inédito fica em boas mãos. E com um técnico que esbanja competência há muito tempo -- Alexandre Schneider. 

Torço pela Metodista e por Santo André, mas, sinceramente,  acho que vai ser melhor para o handebol como um todo.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Handebol da Metodista perto do octa

Metodista/São Bernardo e Concórdia se enfrentam na grande decisão do título da Liga Nacional de Handebol Feminino.

Com investimento à altura, estrutura invejável e competência exemplar, dentro e fora das quadras, da base ao alto rendimento, a heptacampeã brasileira tem amplas condições de triunfar novamente amanhã à noite em Cabo Frio.

Ninguém ganha nem perde de véspera, mas a Metodista é, sim, favorita. Embora invicta no campeonato, Concórdia venceu mas apresentou flagrantes oscilações táticas e técnicas nas semifinais contra Santo André.

Campeã de 2012, a Metodista foi mais consistente, inteligente e competente nas duas vitórias diante de Blumenau. Se jogar tudo que pode, sem possível recaída técnica ou emocional,  time de Eduardo Carlone volta como octacampeão.

Nos jogos de volta das semifinais, ontem à noite, a Metodista fez 22 a 19 (12 a 8) diante de Blumenau, enquanto que  Concórdia, a vice-campeã do ano passado, superou Santo André por 23 a 20 (10 a 11). 

Os finalistas poderiam até perder em função das vantagens na primeira partida, mas voltaram a reunir méritos para vencer. Concórdia teve mais dificuldades, já que desta vez o time de Rubens Piazza -- sem patrocínio e com orçamento limitado --  marcou melhor e não se precipitou tanto no setor ofensivo.

Especialmente no primeiro tempo, Santo André defendeu -- 5/1 --  com determinação e atacou de forma sustentada, sem acelerar em momentos impróprios. Tanto que chegou a livrar três gols ( 11 a 8 ) e deu a impressão de que conseguiria reverter a desvantagem.

Só que Concórdia voltou para o segundo tempo com outra postura. Melhorou a marcação (principalmente sobre Aline e Audi), diminuiu os espaços e contra-atacou em velocidade.

Mesmo com as grandes defesas da pequenina goleira Flávia, o time de Alexandre Schneider se impôs, abriu cinco gols e administrou até o final ( 23 a 20).

No jogo de fundo, Blumenau precisava tirar uma diferença de 10 gols, mas acabou perdendo de três. Foi menos apático na marcação, mas ofensivamente mostrou lentidão, falta de ousadia nas penetrações e de competência nas conclusões.

Já a Metodista soube administrar a vantagem, sem perder a concentração. Quando falhou na defesa, contou novamente com as boas intervenções da goleira Ariadne. Outro destaque da octacampeã nacional foi a armadora Débora Hannah, da Seleção Brasileira.

Time por time, ligeiro favoritismo para a Metodista. Missão do time catarinense é ingrata, mas não  impossível. Hegemonia pode, sim, ser quebrada. E a invicta Concórdia merece respeito.

Só não consigo entender o porquê da realização de semifinais e final em Cabo Frio (RJ), sem o calor dos torcedores de São Bernardo, Santo André, Blumenau e Concórdia.

Coisas da competente Confederação Brasileira de Handebol, a dona do evento e dos acordos com o SporTV. O silêncio de um ginásio vazio machuca a alma do verdadeiro torcedor. Imagine em decisão!

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Metodista atropela e Santo André derrapa nas semifinais da Liga Nacional de Handebol

Primeira rodada das semifinais da Liga Nacional de Handebol Feminino, ontem à noite em Cabo Frio, teve vitória e derrota dos representantes do Grande ABC.

Na preliminar, Santo André oscilou, derrapou e perdeu de 26 a 22 de Concórdia. Agora precisa vencer amanhã por pelo menos cinco gols de diferença se quiser  decidir no título em jogo único, na quinta-feira.

No jogo de fundo, a Metodista/São Bernardo também oscilou, mas atropelou Blumenau. A heptacampeã nacional fez 35 a 25 e  só não chega novamente à decisão se perder amanhã de  11 gols de diferença.

Primeiro tempo de Santo André, segundo colocado do Grupo A na fase classificatória, não foi bom.  Embora a vantagem do time catarinense, líder invicto do Grupo B, não superasse os dois gols, o resultado foi administrado sem transtornos.

Santo André aceitou o ritmo. Velocidade na transição quase sempre encontrava o momentaneamente passivo time do técnico Rubens Piazza mal posicionado defensivamente. Perdeu de 14 a 12 da vice-campeã do ano passado.

Segundo tempo, no entanto, foi bem diferente. Piazza mexeu na tática, nas peças individuais e com o emocional do grupo, que passou a defender de forma mais agressiva e compacta, além de não desperdiçar tantos contragolpes.

Jogo ficou equilibrado e Santo André chegou a assumir  vantagem -- 20 a 19 -- aos 15 minutos. Porém, voltou a pecar defensivamente nos sete minutos finais e acabou perdendo de 26 a 22.

Como o primeiro critério de desempate é o saldo de gols e o segundo é a melhor campanha, Santo André terá a difícil tarefa de vencer o time de Alexandre Schneider por diferença igual ou superior a cinco gols.

No jogo de fundo,  a campeoníssima Metodista passeou na primeira etapa, quando abriu 20 a 10. Blumenau foi lento no ataque e precipitado nas conclusões, além de decepcionar no bloqueio defensivo.

Rápida, insinuante e competente nas penetrações e nas conclusões, a campeã nacional não teve dificuldades para se impor. Quando falhou na defesa,  de novo contou com as intervenções precisas da goleira Ariadne.

Perdendo de 20 a 10, Blumenau voltou para a segunda etapa com postura mais competitiva e chegou a abrir 4 a 0, mas a Metodista  acordou após pedido de tempo e bronca do técnico Eduardo Carlone.

Foi o suficiente para readquirir a concentração e o domínio das ações. Tanto que brecou a reação catarinense e abriu 13 gols -- 33 a 20 -- quando faltavam  sete minutos para o final do jogo.

Quando necessário, Ariadne voltou a brilhar e a equipe de São Bernardo ( primeira colocada do Grupo A na fase classificatória) não deu mais chances de reação ao adversário (segundo do B).

Sem dificuldades, acelerou o ritmo quando quis ou administrou a boa vantagem, fechou em 35 a 25 e ficou muito perto da finalíssima.  Só perde a vaga se trocar a seriedade pela  negligência e pelo desrespeito ao adversário.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Azulão e Ramalhão de olho na elite

Minhas caminhadas e corridas no Parque Central quase sempre rendem oxigênio, resistência, força,  reflexão, distração e socialização.

Rendem também discussões saudáveis, questionamentos, lamentos, dores, suores, críticas e informações.  Sobre vários segmentos, diga-se. Nada de  limites e amarras esportivas.

Hoje cedo, por exemplo, caminhei um pouquinho ao lado do "Corintiano". Não sei seu nome, mas sei que é gente boa. Está bravo, lógico, com o seu Corinthians. Como eu.

Desta vez não falamos de Tite, nem de Pato. Nem de Libertadores. Tampouco de rebaixamento. Surpreendentemente,  assunto foi o Santo André que disputa a Série A-2 do Campeonato Paulista a partir de 26 de janeiro.

-- Fala aí, corintiano! Bom dia!

-- Vai Curíntia! Já Correu? Bom dia!

--  Hoje não vou correr não! Estou fora de forma pra  jogar futebol e tenho jogo à noite no Primeiro de Maio. Cadê a companhia?

-- Dei folga pra ela  -- disse, referindo-se à companheira inseparável, uma cachorrinha espertíssima.

--  Então,  hoje você vai se cansar mais. É ela que te puxa! -- provoquei.

Risos contidos e uma pergunta de supetão:

-- Será que o seu Santo André volta para a Primeira Divisão ou cai para a Terceira?

-- Sabe que eu não sei te responder. Pode acontecer de tudo! Só sei que o São Caetano, pelo elenco e pelo maior poder de investimento, tem obrigação de voltar.  Vai cair para a Série C do Brasileiro, mas no Estadual deve subir.

--   Pois é... Mas dizem que o Santo André anda devendo até as calças e não pode investir. Aí fica difícil montar time bom, né?

-- Verdade! Ramalhão deve bastante. Inclusive pra mim, pra  prestadores de serviço, pra fornecedores e, principalmente, ao Governo Federal. Culpa principal do maldito e incompetente Saged. Débitos fiscais, com impostos, são altos. Mesmo assim, no campo, tem condições de subir.

-- Como? Tem dívida e não tem time!

-- Pode sim! Se contratar certo e o técnico Roberto Fonseca acertar a mão e a tática, o time pode chegar. Especialmente se começar bem. Com várias vitórias em sequência.

-- Mas não basta começar bem. São todos contra todos em 19 rodadas. Sobem os quatro primeiros e caem os quatro últimos. Sem quadrangular!

-- Eu sei. Mas essa fórmula de disputa impõe jogar para vencer, sem especular.  Ficar em quinto ou oitavo não resolve nada. Por isso é importante acertar o time e começar bem. Ganhar 10 pontos nas cinco primeiras rodadas seria muito bom. Motivação pura. O time embalaria. Se perder seguidamente, aí complica.

-- Verdade! Não dá pra ficar em oitavo e esperar o mata-mata. Sobem os melhores e caem os piores. É mais justo! Quem são os seus favoritos?

-- Calma aí, corintiano! Nessa eu não entro. O São Caetano tem  obrigação de subir. Dos outros, não posso falar. São vários clubes tradicionais e outros novatos. Já pensou se pinta um novato forte e o Ramalhão vai para a Terceirona?

-- Aí já é demais, né? É possível? O Santo André está tão mal?

-- Não sei. Tudo pode acontecer. Estávamos na Série D nacional e agora precisamos reconquistar a vaga. Se não jogar pra valer, pode, sim, cair. Afinal, conhece o caminho como a palma da mão.

-- Não entendi?

-- O Santo André é especialista em queda livre. Com qualquer fórmula de disputa, é um verdadeiro para-quedista.

-- Entendi. Então, é bom você rezar em dobro.

-- Por que, em dobro?

-- Pelo nosso Curíntia e pelo seu Santo André. (rsrs)

-- Verdade! Cara, já deu minha hora. Vou curtir minhas paixões.

-- Quem? O Curíntia e o Santo André?

-- Não! Meus netos, corintiano, meus netos. Tchau!

-- Tchau! Vai com Deus. Dá um abraço naquele pequeninho que eu vi, viu, com a camisa do Palmeiras.

-- Obrigado! Com seis anos, o Victor ainda não sabe se torce pelo Palmeiras do pai, Danilo, ou pelo Corinthians do vô Raddi. Que Deus o ilumine! Qualquer opção será respeitada.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

O poder e o mensalinho da CBF

Mais uma vez, o  sentimento é de indignação. Quando não, de nojo, asco. Sinto vontade de vomitar. Essas pessoas não merecem meu respeito. Privilégio não se restringe a políticos.

Presidente da Confederação Brasileira de Futebol, José Maria Marin -- também político  --  acaba de confirmar que o bônus mensal de cada federação foi dobrado e passa a ser de R$ 100 mil.

No País do Mensalão do PT e de tantos outros partidos, o PAF -- Programa de Ajuda às Federações -- nada mais é que um mensalinho. Tudo para comprar a consciência e os votos dos  27 dirigentes estaduais do futebol.

É óbvio que as eleições do compadrio no ano que vem já estão bem encaminhadas. Cartas marcadas. Votos comprados. São 47 votos -- os outros 20 são dos clubes integrantes da elite nacional.

É uma excrecência, enojante. O poder e o mensalinho são irmãos siameses. Bandidos se locupletam. Por isso ninguém quer largar o poder. Os senhores feudais não abrem mão do trono. Nem do seu entorno.

Lógico que o vice Marco Polo del Nero, também presidente da Federação Paulista,  já está eleito. Portanto, tudo como dantes. De longa data. Sucessão sem oposição, de fato.

Almirante Heleno Nunes (CBD), João Havelange, Giulite Coutinho, Ricardo Teixeira -- o cara de pau  ainda está na folha de pagamento da CBF como assessor --, Marin, Del Nero... E por aí vai.

Confederação milionária, federação rica e clubes pobres, endividados, mesmo com todos os "jeitinhos" do Governo Federal para  cancelar ou minimizar as dívidas fiscais de maus pagadores.

Enfiam o dinheiro onde? Além de incompetentes, a maioria dos presidentes de clubes -- inclusive do Grande ABC -- come na mão do poder maior. Exatamente para não perder o poder, a vaga e as benesses.

Maldito ou bendito poder. Todos mamam nas tetas de um banco chamado futebol. E quase todos reclamam da falta de leite. Malandragem e incompetência mudaram de nome.

E o governo dos mil-jeitos,  mil-acertos e mil-conluios ainda enterra o pedido de CPI das suspeitíssimas federações estaduais. Depois de tudo certo, o poder maior interferiu e, em cima da hora,  alguns senadores mijaram para trás.

Nenhuma surpresa! Só mais uma decepção! Nobres políticos, não? Que Congresso é esse? Mais uma vez, a ordem é não investigar os amigos do rei.

A quem interessa? Somente aos poderosos. Esse é o país que queremos para os nossos filhos e netos?

domingo, 3 de novembro de 2013

Azulão sem bola e à espera de um milagre

São Caetano perdeu de 3 a 0 em Recife e cada vez mais depende de verdadeiro milagre para se livrar da Série C.

Com apenas oito vitórias, 31 pontos ganhos e medíocres 31,3% de aproveitamento, o Azulão só não entrega os pontos porque se apega à matemática. Bola, não tem mostrado.

Particularmente, repito: não acredito; é viola no saco. Teria de ganhar entre 12 e 14 pontos dos 15 restantes a disputar -- América Mineiro em casa,  Boa fora, Joinville e América de Natal (C) e ASA (F). 

Adversários não significam nenhum assombro, mas o São Caetano também não assusta ninguém. De novo, ontem, foi assim diante do Sport,  cada vez mais próximo do acesso.

Proposta de ganhar no contra-ataque não foi totalmente equivocada. Faz faltaram tática, execução e competência ofensiva diante de adversário nascido para atacar mas sem qualquer comprometimento defensivo.

Em casa, diante de 23 mil torcedores, o Sport se apresentava num 4-3-3 ousado, com raríssimas variações para um 4-4-2 mais conservador.

Além disso, pouco se preocupava com a proteção aos zagueiros internos. Tanto que o lateral-direito Patrick mais parecia ala/ponta e  Rittiery era tudo, menos volante.

Defensivamente, o time de Geninho era uma peneira, uma cratera. Só que, ofensivamente, o Azulão ficava a dever. Pintado optou por um 5-2-1-2, já que, na prática, o volante Fabinho foi escalado como central.

Como os laterais não subiam, para ao menos transformar o time num 3-5-2 mais consistente, nem jogava em bloco mais à frente, o São Caetano dava espaços às investidas de Patrick e às flutuações de Marcos Aurélio, Lucas Lima e  Felipe Azevedo.

Neto Baiano era o pivô. E foi exatamente dele o primeiro gol do Sport. Ele dominou levantamento no peito à frente de Ricardinho e às costas de Luís Eduardo e concluiu forte, de pé esquerdo.

Além do gol, o time pernambucano ainda chegou duas vezes com perigo, enquanto que o São Caetano ameaçou com Cassiano Boddini, Marcelo Soares e Wagner.

Azulão voltou para o segundo tempo tomando a iniciativa e em cinco minutos criou duas boas oportunidades de marcar, com Marcelo Soares e Wagner. Magrão fez bela defesa, salvando um Sport desconcentrado.

Mas, em seguida, Patrick assustou pela direita e aos 10 Neto Baiano fez 2 a 0, de cabeça, ao aproveitar cruzamento -- de novo Patrick --  e falha de Wagner, que olhou mais para a bola.

Azulão sentiu  o gol, mas nem assim Pintado não trocou o cuidado pela ousadia. Aos 14 minutos, substituiu Marcelo Soares por Paulo Henrique -- seis por meia dúzia, quando já poderia abrir mão do terceiro zagueiro.

Seis minutos depois, sim, trocou o zagueiro Wagner pelo meia Danilo Bueno. Mas nada mudou porque dois minutos depois Geninho sacou o artilheiro do jogo e colocou o zagueiro Pereira. Em seguida, sem mais opções ofensivas no banco, Pintado fez entrar o volante Anselmo no lugar de Éder.

De novo  4-3-1-2. Pra quem perdia de 2 a 0 e precisava pelo menos empatar, não foi a melhor opção. Tanto que o time não mais chegou com perigo ao gol de Magrão, enquanto que o Sport voltou a ameaçar aos 27 e a marcar aos 46 minutos, em belo chute de Marcos Aurélio, no ângulo esquerdo.

Deu no que deu! Resta acreditar no milagre da matemática e no olhar da divina providência. Futebol que é bom, quase nada.