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domingo, 19 de fevereiro de 2017

São Bernardo vence clássico. Com méritos

O São Bernardo não só venceu o clássico de hoje de manhã no Estádio Bruno José Daniel como provou que  no momento é  mais time que o rival Santo André.

Vitória de 1 a 0 foi construída de forma consistente, com  personalidade, organização tática  e supremacia técnica. Especialmente no primeiro tempo.

Time dirigido pelo português Sérgio Vieira só ratificou o que já havia mostrado na injusta  derrota  para o Palmeiras, quando dominou mas falhou nas conclusões e tomou dois gols.

Já os comandados de Toninho Cecílio colocaram uma pulga atrás de orelha do torcedor, que enfrentou um calor infernal pra ver um futebol bem aquém do apresentado na bela e surpreendente vitória e 2 a 0 sobre o Corinthians.

Santo André do primeiro tempo apresentou as mesmas deficiências da estreia, quando empatou com o Ituano: sem volume de jogo, sem velocidade, sem intensidade, sem criatividade, sem compactação defensiva e sem aproximação ofensiva.

Por isso a organização do Tigre-- 4-3-3 ofensivo com ajuda dos atacantes Marcinho e Walterson na recuperação de bola -- foi determinante para dominar e aproveitar os espaços com sabedoria. Principalmente pela direita, onde o improvisado meia Fernando Neto ficou sobrecarregado.

Ramalhão -- 4-4-2 burocrático, sem dinamismo e pouco flexível --  não chegou uma vez sequer com real perigo na primeira etapa, enquanto que o São Bernardo ameaçou em quatro oportunidades. 

Na  principal delas o lateral-direito Jean  falhou feio ao tentar  atrasar a bola espirrada; o bom Walterson  se antecipou e bateu de primeira, na saída do goleiro Zé Carlos.

Assim como na estreia, o Santo André voltou para o segundo tempo mais aceso. O primeiro motivo com certeza foi a bronca do treinador no vestiário; o segundo pode ser creditado à entrada do  atacante Claudinho no lugar do pouco produtivo meia Eduardo Ramos.

Abalado emocionalmente, o lateral Jean também saiu para entrar Guilherme Garré  no meio-de-campo. Com isso Fernando Neto (agora mais protegido) voltou para a esquerda e Dudu foi deslocado para a lateral-direita.

Santo André ficou ofensivo, mas  igualmente generoso nos espaços.   Mais plantado, o São Bernardo preparava o bote no contra-ataque ou na sequência de bola parada. Como aos quatro minutos com Felipe Matheus, um meia sempre próximo dos três atacantes.

Mesmo com mais disposição, correndo mais riscos e agora com apenas dois volantes, um meia e três atacantes (o rápido Deivid entrou no lugar do apagado Edmilson, mas pela esquerda), o anfitrião pouco criou e demorou  26 minutos para ameaçar o gol de Daniel com Henan.

Blitz do  até então invicto Santo André só aconteceu mesmo dos 35 aos 39 minutos, quando levou perigo em três oportunidades com Deivid -- na principal delas ele perdeu gol incrível ao cabecear pra fora o bom cruzamento de Dudu -- e uma com Henan.

Já o São Bernardo, tão cansado quanto o adversário -- e não era pra menos pela alta temperatura --, chegou  apenas  mais uma vez com Edno. Mesmo assim ficou claro que tem mais time e pode chegar mais longe no campeonato.

Ambos estão em terceiro lugar nos seus grupos. Na quarta-feira o São Bernardo recebe o invicto Mirassol, que empatou com o São Paulo no Morumbi, e o Santo André vai a Araraquara pegar a Ferroviária, que ontem venceu o Santos na Vila Belmiro.

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Ramalhão empata e Tigre perde

Santo André e São Bernardo estrearam na elite do Campeonato Paulista sem vitória. Dos seis pontos em jogo, os representantes do Grande ABC ganharam apenas um.

De manhã, de volta ao Estádio Bruno José Daniel depois de nove meses sem competições oficiais, o Ramalhão começou atrás mas pelo menos conseguiu empatar de 1 a 1 com o Ituano.

Jogo só melhorou no segundo tempo. No primeiro, o campeão da A-2 de 2016 deixou bastante a desejar. Defensivamente, até que não comprometeu. Porém, do meio pra frente foi uma decepção.

Sem velocidade, sem criatividade, sem intensidade, sem compactação, sem verticalização, sem objetividade e com marcação muito baixa, sem pressionar a saída de bola, o Santo André encontrou um Ituano mais organizado taticamente, melhor postado  e com mais volume de jogo.

Mas chances de gol mesmo, só duas; uma de cada lado: o Ituano ameaçou com Morato cobrando falta no poste direito e o Santo André com Henan cabeceando pra fora. Pouco! Um futebol de segunda.

Na etapa complementar, no entanto, o ritmo foi outro; pelo menos não decepcionou. Ganhou em ofensividade, rapidez e intensidade. Provavelmente o técnico Toninho Cecílio tenha dado uma chacoalhada num time até então passivo, lento, preguiçoso e sem iniciativa.

Sem centralizar tanto e usando mais as beiradas do campo, o Ramalhão chegou com perigo logo aos cinco minutos com Edmilson finalizando mal após boa jogada de Eduardo Ramos pela direita.

No entanto, no minuto seguinte o Ituano fez 1 a 0: cruzamento veio da direita, Guilherme furou na tentativa de  conclusão mas deu sorte; a bola sobrou livre para o artilheiro Ronaldo abrir o placar. Coisas do destino: Ronaldo nasceu em Santo André e foi torcedor de arquibancada do clube por muito tempo.

Inicialmente o Ramalhão sentiu o gol, mas depois, pressionado pela torcida e pela desvantagem, voltou a tomar a iniciativa de atacar, o que, consequentemente, deu espaços generosos para o Ituano armar contragolpes perigosos.

Mais aberto, o jogo ganhou brilho, ousadia e riscos. O Santo André ameaçou com  Dudu aos 16, mas quase tomou o segundo gol dois minutos depois. Aos 23 o Ituano teve nova oportunidade com Ronaldo e aos 25 o Santo André  desperdiçou com o zagueiro Leonardo.

Mesmo com o Ituano mais consciente, melhor armado e  aparentemente senhor da situação, a igualdade do voluntarioso mas limitado Santo André veio aos 38 minutos:  o lateral Cicinho cruzou da direita e  David cabeceou pra baixo, sem chances para o goleiro Fabio.

Empolgado mas ainda condescendente na marcação, o Santo André esteve perto de tomar o segundo gol aos 43 minutos (Morato), mas teve grande chance de ganhar três pontos aos 49, quando outra vez Eduardo Ramos cruzou da direita, mas Claudinho finalizou errado.

À tarde, em Novo Horizonte, o São Bernardo merecia pelo menos o empate, mas acabou perdendo de 3 a 2 do Novorizontino. Edno e Valterson fizeram os gols do Tigre.