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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Meu bom Papai Noel...

Bem que o saco do nosso bom Papai Noel poderia presentear o esporte do Grande ABC com "brinquedos" com a durabilidade assegurada para todos os dias de 2010. Por exemplo:

1) o Santo André de volta à elite nacional e entre os quatro primeiros do Campeonato Paulista;

2) presidente (Ronan) e vice (Romualdo) da Saged mais competentes e menos dependentes de holofotes midiáticos, sem a síndrome do vedetismo e/ou do coronelismo;

3) cotistas da gestão esportiva dona do futebol do Ramalhão menos omissos e mais participativos nos destinos da empresa;

4) torcida ramalhina menos distante e mais atuante no momento de cobrar e empurrar o time pra cima de visitantes nem sempre tão indigestos;

5) Estádio Bruno José Daniel administrado com eficiência e profissionalismo pelo Poder Público em parceria com o Santo André;

6) Marcelinho Pé de Anjo e Romualdo Nuvem Passageira totalmente dentro ou totalmente fora do futebol, como deputados federal e estadual;

7) Santo André com planejamento sustentável, contratações criteriosas e sem troca-troca de treinador;

8) São Caetano na elite nacional e entre os quatro melhores do Paulistão.

9) e também com planejamento, bom elenco e técnico fixo pelo ano inteiro;

10) que a torcida do Azulão não se limite aos gatos pingados dos últimos anos;

11) que o São Bernardo transacionado com empresários ligados ao PT seja muito mais que uma barriga de aluguel para negociar jogadores;

12) que o Tigre mantenha as escolinhas de futebol e suba para a elite paulista, com o sem o apoio da Prefeitura e de políticos;

13) que o Esporte Clube São Bernardo renasça com força total e volte a brilhar;

14) o mesmo se espera do Palestra parceiro do Santo André;

15) sobre o Grêmio Mauaense, nem sei o que pedir ao Papai Noel:

16) que o vôlei de São Bernardo arrume um patrocinador o quanto antes, sob o risco de perder o time e o rumo;

17) que o handebol masculino da Metodista siga os passos da feminino, campeão paulista e brasileiro em 2009;

18) e que ambos mantenham o excepcional trabalho com os núcleos de formação em parceria com o Prefeitura;

19) que também se mantenha o apoio o basquete masculino, derrotado pelo São José nas oitavas-de-final do Paulista -- campanha foi boa para um time recém-formado -- e ao skate de tantas feras;

20) que o Centro Nacional de Desenvolvimento do Handebol saia do papel e se instale de fato nas dependências do Volks Clube -- deve ganhar nova pista de atletismo;

21) que a Secretaria de Esportes de São Bernardo siga os passos da de São Caetano e não deixe a peteca cair como em 2009;

22) o mesmo vale para a Prefeitura de Santo André, que investe pouco e depois fica chorando as pitangas -- novela vai chegar a uma década;

23) que a volta do atletismo formativo e de alto rendimento às pistas do SESI seja o alento a uma cidade que no passado não muito distante foi mais de 10 vezes campeã do Troféu Brasil e revelou e cedeu inúmeros atletas para Pan-Americanos, Mundiais e Olimpíadas;

24) que o handebol andreense seja visto com mais carinho, mesmo que a proposta seja a longo prazo;

25) pedido acima também serve ao menos para a natação, o basquete e o judô, já que não é possível bancar tudo e ganhar quase tudo como nos tempos da Pirelli;

26) que os governantes das sete cidades do Grande ABC olhem o esporte como política pública e não apenas como moeda de troca para ser esquecida na poeira do tempo logo após as eleições;

27) que nossos "nobres" homens públicos encarem o esporte e o lazer com mais respeito em todos os níveis -- formação, alto rendimento, escolar, ação social. eventos, recreação... -- sem privilégios nem desprezo;

28) que São Caetano mantenha o investimento no esporte e as conquistas merecidas na década por terminar;

29) que também volte a brilhar além Jogos Abertos e Regionais, com títulos estaduais e nacional no vôlei, no handebol, no basquete e na natação, sem perder a hegemonia do atletismo e do judô:

30) que todos os nossos parques sejam estruturados e fiscalizados com eficiência, já que nossa qualidade de vida depende também da qualidade dos nossos espaços públicos destinados a práticas esportivas e de lazer -- o que pode ser uma simples caminhada.

Se o Papai Noel não tiver saco para 30 presentes, que ao menos interceda, ilumine e force a consciência dos dirigentes esportivos que comandam o esporte regional para que trabalhem de forma séria. Feliz Natal a todos! Com ou sem presente!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

E a tal nuvem passageira?

Dia 12 de agosto, em mais uma entrevista ao Diario do Grande ABC, o vice-presidente da Gestão Empresarial do Santo André, Romualdo Magro Júnior, lançou candidatura a deputado estadual, em dobradinha com Marcelinho Carioca -- federal. Depois, como diz ter recebido uma "missão divina", o moço pretende ser prefeito de Santo André. Direito seu, sem dúvida.

À época, questionado sobre a ameaça de rebaixamento que já batia à porta do Santo André, o dirigente-estrela foi incisivo: " Cair? Nunca! Essa é uma nuvem passageira". Pois é... a nuvem não era tão passageira. Nimbos, estratos e cúmulos derramaram, de fato, como previsto há mais de 100 dias, um aguaceiro danado. A tromba d'água despejou o Ramalhão de volta para a Série B.

Empresário do segmento farmacêutico e figurinha carimbada nas páginas do Diario do Grande ABC, Romualdo Nuvem Passageira Magro Júnior forma com o Ronan Maria Pinto, o todo-poderoso do rotulado "melhor jornal regional do Brasil", uma dupla que deve assumir grande parcela de culpa pelo rebaixamento do Ramalhão.

Afinal, futebol não é remédio nem ônibus. Com o irrestrito e incompreensível aval da maioria dos acionistas da empresa Saged, os dois dirigentes se cansaram de errar em contratações e dispensas de jogadores e técnicos. Se meteram -- especialmente Ronan -- em escalações e provocaram demissões fora de hora, como no caso de Sérgio Guedes.

Sem contar a visível falta de planejamento sustentável ao longo de campeonato tão extenso e difícil. Confundiram o mar revolto da elite nacional com as águas calmas da nascente do Rio São Francisco, lá na inesquecível Serra da Canastra.

Deu no que deu! Ao contrário do que diz a música de Hermes de Aquino, a nuvem não era passageira. Por isso a linguagem diretiva e descompassada de uma gestão momentaneamente perdedora-- isso não apaga os louros de virtudes e conquistas anteriores -- deve dar lugar à linguagem da bola em 2010. Sem exageros nem rompantes de mandonismo emanados de quem tem mais o que fazer.

A linguagem da bola tem lá suas especificidades, mas, a exemplo da empresarial, também privilegia trabalho, senso profissional, resultado, comprometimento, responsabilidade, conhecimento e coletivismo.

Agora, não adianta ficar a chorar o leite derramado. Todo mundo sabe quem são os maiores culpados da derrocada. O que não exclui técnicos, jogadores, preparadores físicos, diretor de futebol e supervisor.

Para o Paulistão 2010, se o Santo André não quiser cair pra nunca mais voltar, é preciso botar a mão na massa, já. Que aconteçam dispensas e contratações coerentes. Sem essa a inchar o grupo como nesse 2009 a ser esquecido. Elenco acima de 25 profissionais é besteira. Muito veterano é besteira. Excesso de juniores é besteira. Troca constante de treinador é uma enorme besteira!

Personalidade e capacidade, o técnico Sérgio Soares tem de sobra. Ninguém deve exagerar nos palpites. Quanto menos os cartolas aparecerem, melhor! Afinal, muitos entendem de nuvens; poucos entendem de bola! Há, até, quem não entenda nem de nuvem nem de bola.

, Romualdo? Talvez farmácia! Quem sabe na política? Com dedicação total, o que não acontece no futebol. O espaço do DGABC do amigo e chefe Ronan está garantido. A estrela vai aparecer mais do que Serra e Dilma, juntos. Quanto ao famoso santinho de político em campanha, que tal Pé de Anjo para deputado federal e Nuvem Passageira para estadual. Ou alguém minimamente ajuizado acha que em 2010 Marcelinho Carioca vai querer saber de bola?

De Primeira


*** Vitor, um adolescente de 14 anos, levou um tombaço da bicicleta dias atrás no Parque dos Sabiás, mais conhecido como Parque Central. Socorro foi prestado por um vizinho amigo, que, após cerca de 30 minutos, entrou com a Kombi pela ciclovia e levou o menino para o hospital. Guardas Municipais bem que tentaram, mas ambulância que é bom, nada! E se fosse problema grave?Será que, ao menos em finais de semana e feriados com algum evento mais importante no espaço a Prefeitura não pode providenciar uma ambulância? Falar da proximidade do Hospital Mário Covas é utopia. Enganação. Quanto ao Samu responsável pela região, as GCMs disseram que faz ponto na garagem municipal, lá no Jardim Las Vegas.

*** Bem aqui ,diante da minha janela, a Delegacia Regional de Defesa da Mulher abre às 9h -- atrasos são constantes -- e fecha às 18h, de segunda a sexta-feira. Tudo errado! Deveria funcionar diariamente, no mínimo das 6h até a meia-noite. Canso de ver mulheres vítimas a esperar desde 7h. E não existe nem ao menos um simples aviso sobre o horário. Onde estão nossos governantes? Que economia burra é essa que pensam estar fazendo?

*** Sei que as chuvas atrapalham muito e o agendamento da Prefeitura nem sempre pode ser cumprido à risca, mas o mato no canteiro central da Marginal Apiaí, entre a vila Alzira e o bairrro Silveiras, está muito alto e pode provocar acidentes. Bem em frente ao bar do Toninho, que o prefeito Aidan Ravin conhece tão bem quanto eu, está difícil enxergar os carros. Fica a sugestão de prioridade.

*** Cuidado quando você comprar na Telhanorte! Nem sempre se cumpre o prazo de entrega assumido pelo vendedor. Fui uma das vítimas na semana passada. Em compensação, o pequenino Construbem, lá no final da Carijós, foi exemplar no cumprimento de seus compromissos. Portanto, no caso, tamanho não é documento. Se possível, compre na Carijós.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Capital nacional do atletismo e do handebol

Só não comentei antes por absoluta falta de tempo. Nos últimos dias, as páginas do Diario do Grande ABC nos brindaram com a confirmação de duas belas notícias para o esporte regional. Nosso atletismo e nosso handebol vão ficar ainda mais fortes.

Pretenso candidato ao Governo do Estado e presidente da Fiesp, Paulo Skaf visitou o Grande ABC e anunciou a volta do atletismo de alto rendimento ao SESI de Santo André, capitaneado pelo diretor regional Sérgio Moretti.

Que maravilha! Bons tempos aqueles em que o SESI de Santo André era o bicho-papão de Jogos Abertos e Regionais, campeonatos estaduais e do Troféu Brasil, e cedia vários atletas para os Jogos Olímpicos. Entre as décadas de 70, 80 e início de 90, não tinha pra ninguém. O SESI ganhava todos os títulso possíveis.

Legal, também, que ex-atletas com potencial profissional não serão esquecidos. Pelo contrário! Quem tiver condições, será valorizado, segundo Moretti. Ainda há muita gente boa por aí, com capacidade técnica e disposição para trabalhar. É interessante que os atletas que já treinam no Bruno Daniel e o SESI, sob o comando de professores e técnicos da Prefeitura, não sejam desprezados.

Afinal, nos últimos anos nossos meninos e meninas do esporte-base tem comido o pão que o diabo amassou. O Poder Público, que nos últimos anos jamais olhou com carinho e respeito para o atletismo, bem que poderia ser parceiro do SESI na empreitada. Seríamos ainda mais fortes, sem precisar disputar Jogos Abertos e Regionais com contratações meteóricas de Minas Gerais e outros estados. Fica a sugestão!

Como São Bernardo promete reagir e São Caetano já tem vários campeões treinando na pista do Vila São José, nada mais lógico do que acreditar em evolução e na revelação de valores dentro do próprio Grande ABC. Com o atletismo brasileiro em baixa devido aos casos de doping, não há melhor oportunidade para nos assumirmos como Capital Nacional do Atletismo.

Outra sugestão, repetida, por sinal: a pista do Bruno Daniel praticamente inexiste. Precisa ser reformada, atualizada e disponibilizada de forma decente aos atletas e técnicos. Quanto aos bancos de reservas do campo de futebol, só mudaram de local por causa de exigência dos organizadores da Libertadores. Será que são mais importantes do que a pista de atletismo? Para alguns, parece que sim. Pra mim, jamais!

A outra grande notícia aportou em São Bernardo. Além de pista de atletismo, o antigo Volkswagen Clube, outrora potência poliesportiva da Região, vai receber o Centro Nacional de Desenvolvimento do Handebol. Noi papel, a estrutura é de fazer inveja. Tem de tudo!

Parceria de Prefeitura de São Bernardo com a Confederação Brasileira de Handebol fortalecerá ainda mais o Grande ABC como Capital Nacional da modalidade. Pode parecer ousadia, mas venho escrevendo sobre isso há algum tempo.

Como não concordar com o slogan se no masculino São Bernardo e São Caetano estão entre os quatro melhores do País e no feminino o título ficou com São Bernardo, que cedeu três jogadoras à Seleção Brasileira. Santo André não disputou a Liga Nacional por falta de grana, mas cedeu Adriana Nascimento e Rosária para a disputa do Mundial. Alguma região é mais forte?

Portanto, que 2010 chegue para o Grande ABC se sacramentar de vez como capital nacional do atletismo e do handebol. Quem sabe o vôlei e o basquete não venham na garupa!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Vôlei a caminho da Superliga

A se confirmarem as expectativas da rica Confederação Brasileira de Voleibol, 17 pobres clubes brasileiros devem disputar a Superliga Masculina a partir de 3 de dezembro. Lógico que nem todos são clubes, apenas times, e apenas adultos. Lógico, também, que nem todos são pobres.

O que se quer dizer, na realidade, e com clareza, é que a CBV dos campeões mundiais e olímpicos nada na grana, enquanto que a maioria dos seus filiados vive na penúria, a passar o chapéu, na esperança de parceiros que os levem a enfrentar gastos de primeira grandeza.

Exemplos não faltam. Um deles está em Santo André. E a história conquistas inesquecíveis não tem servido para absolutamente nada. Nos últimos 15 anos, na era pós-Pirelli -- um bicho-papão quase imbatível sob a batuta de capitães como Moreno e William --, o vôlei andreense tem vivido quase à mingua. Da abnegação de Marcelo Madeira, Celsinho, Gatão, Chicão e cia.

A confirmação da participação na Superliga só ocorreu ontem, na bacia das almas. Mas sem patrocínio, já que a GAC Logistics abandonou o barco e a Prefeitura vai ter de bancar tudo sozinha. Vão juntar quirelas. De novo!

Considerando-se o orçamento de 2009 já comprometido, só resta suplementar por meio do Tesouro ou remanejar verba. A esta altura do campeonato, é quase impossível. Então... é rezar para que a peça orçamentária de 2010 contemple o Esporte -- com E maiúsculo, como um todo -- com mais respeito. Pago pra ver! Torço a favor.

Em São Bernardo, tudo parece sob controle. Mas não é bem assim. O banco Santander já desistiu de continuar. Investimento está garantido só até o final da Superliga, provavelmente em maio/junho. É aí que a roda pega! Se em Santo André R$ 500 mil anuais fazem o time ficar entre os oito melhores do País, em São Bernardo o buraco é um pouco mais embaixo.

Especialistas dizem José Montanaro Júnior, o nosso grande Montanaro, também presidente do Brasil Vôlei Clube/São Bernardo -- o antigo Banespa -- calcula valor bem próximo de R$ 6 milhões anuais para bancar um vôlei de primeira linha, um pacotão da base ao adulto, com possibilidades de revelar talentos e ganhar títulos estaduais e nacionais.

A garantia é de que o prefeito Luiz Marinho e o secretário de Esportes, José Luiz Ferrarezi, estão empenhados, de fato, em conquistar parceiros que sejam capazes de manter o vôlei masculino de alto nível em São Bernardo. Estariam flertando com várias empresas. Particularmente, não acredito muito. Pura impressão.

Em se tratando de PT, nem sei se o handebol -- o feminino foi campeão nacional e o masculino caiu nas semifinais -- continuará tão forte na imprescindível parceria com a Metodista, também "sócia" do basquete. Só não podem se esquecer de que o trabalho da universidade vai muito além de títulos no alto rendimento.

Já em São Caetano, a representação na Superliga fica por conta do time "importado" da Ulbra, enquanto que o feminino disputa uma semifinal do Paulista com Osasco. Patrocínio da Blausiegel tem sido superimportante. Em São Bernardo, o time comandado por José Alexandre Devesa foi bem mas não tinha como chegar às semifinais.

Já Santo André está novamente em fase de formação. Peneiras para meninas de 89 a 95 estão marcadas para 12 de dezembro, no Dell"Antonia. O competente Guilherme vai escolher as melhores. Tomara que os Jogos Escolares não tenham sido em vão. Tomara!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O basquete da Laís

Agora há pouco, na saída do Complexo Esportivo Pedro Dell'Antonia, um jovem torcedor me perguntou quanto tinha sido o "basquete da Laís". É isso mesmo! Laís e Arilza estão há tanto tempo à frente do basquete feminino de Santo André que acabam por personificar a modalidade. Para alguns, maldosos ou invejosos, elas se adonaram do basquete e ponto final.

Não é tudo isso! Porém, cabe discussão. Só não se sustenta quando o argumento omite o principal: Laís e Arilza trabalham, são guerreiras e vitoriosas. Não se conta a história do basquete feminino andreense e nacional sem a citação da dupla dinâmica.

Só que a dupla dinâmica tem lá seus limites. Não é todo dia que os santos milagreiros entram em acordo e todos rezam ao lado de e por Santo André. Como na final dos Jogos Abertos, quando as meninas ficaram com o título.

E ontem não foi diferente. Não era dia de santo. Deu a lógica de quem tem parceiros e investe muito mais. Não há como cobrar mais. Debilitada clínica e fisicamente, a cubana Ariadna jogou pouco tempo e seus pontos fizeram muita falta. A boa atuação de Simone não foi suficiente, as mãos de Lilians não foram tão precisas e Fabiana precisa de tempo para se adaptar ao grupo.

Além de pontuar pouco, o basquete da Laís caiu fisicamente, defendeu sem a consistência tão preconizada pela treinadora em todas as preleções. Ganhou o primeiro quarto de 16 a 15, mas fechou o primeiro tempo perdendo de 33 a 31. No segundo, foram pobres 17 pontos, contra 26 de Ourinhos, que também não jogou lá essas coisas.

Pois é, garoto, sinto lhe informar que o basquete da Laís -- e de nós todos, andreenses de nascimento ou de coração -- perdeu de 59 a 48 pela segunda rodada do 12º Campeonato Nacional de Basquete Feminino.

Único participante de todas as edições, o time da Laís foi campeão em 99, com Janeth e cia. E continua à procura de um parceiro que se junte à Prefeitura com o objetivo de contratar e voltar a ganhar títulos. Não é fácil, mas um sabiá me contou que está a caminho. Tomara!

O Zorro e a mula-sem-cabeça

Domingo de manhã. Lá estou novamente na delícia do Parque dos Sabiás, o Parque Central, umdos futuros cartões postais de Santo André. Se o Poder Público souber trabalhar o produto com sabedoria.

De repente, um assobio conhecido -- assovio também serve, segundo o professor Pasquale. Achei estranho, parecia coisa do Zorro, antigo torcedor do Santo André. Calma! O assobio não era para um cavalo branco chamado Silver. Tampouco o Zorro é aquele. Só ganhou o apelido porque, na adolescência sempre foi bom de bola mas extremamente mascarado. Também era brigão, marrento e debochado.

E não é que o assobio fez eco novamente e percebi que alguém no alto da ciclovia, ali perto do Sabina, sem máscara mas com um capacete preto, acena insistentemente.

-- Ei, Raddão, peraí! Sou o Zorro, antigo torcedor do Ramalhão, gritou já cortando caminho pelo canteiro de belas flores amarelas.

Ao se aproximar, sem antes escorregar e quase cair com a bicicleta no último laguinho, lá onde os cachorros adoram nadar, foi inevitável.

-- Cara, como você envelheceu! Rugas, cabelos brancos... Com certeza, não joga mais bola?

-- Ainda brinco um pouco. Engano! Tubo bem com você?

-- Bom, você sempre enganou. Eu, sim, jogava muita bola. Metia um gol atrás do outro, lembra? E tirava o sarro de todo mundo. Mas a bola me puniu, como você sempre alertava, lembra?

--Lembro! O que aconteceu?

-- Peguei um becão maluco pela frente e ele quase me partiu em quatro. Estou com 56 anos e isso foi no ano 2000. Fiz graça e acabei com a perna quebrada em dois lugares, além de romper o ligamento cruzado anterior e estourar os dois meniscos do joelho direito. Justo o da perna boa, acredita?

-- Acredito! Por falar em acreditar, você ainda acredita que o nosso Santo André pode escapar do rebaixamento?

-- Você acredita em saci?

-- Saci?

-- É, saci-pererê, aquele neguinho de uma perna só, chapeuzinho vermelho e arteiro que nem ele só, principalmente com animais. Dizem que ele faz tranças no rabo do cavalo.

--Não!

-- E em curupira?

-- Curupira ou currupira?

-- Tanto faz, ô jornalista! É aquele que, dizem, tem os calcanhares pra frente e os dedos dos pés pra trás.

-- O quê?

-- Acredita ou não?

--Não!

-- Como bom caipira, você acredita em lobisomem, pelo menos?

-- Não acredito também não. Nunca vi! Mas lá em Rio Pardo eles diziam que na quaresma o Joaquim Balaieiro virava lobo e assustava a molecada. Na quaresma eu não passava na frente da tapera dele não!

-- Lá também tinha asssombração? E mula-sem-cabeça, aquela besta com três pés, dois atrás e um na frente?

-- Os mais velhos diziam que sim. Se borravam nas calças e estalavam os olhos de tanto medo. Já vi muita mula com cabeça. Sem cabeça, nunca! Mas é tudo lenda, folclore. Tudo superstição, coisa do povão desinformado. Não acredito não!

-- Se você não acredita nisso, também não leva a sério quando alguém fala em branca de neve, papai noel, fantasma e coisas do gênero.

-- Lógico que não! Já sou grandinho!

--Então, por que vem me perguntar se eu ainda acredito na salvação do Santo André. Situação é igual. Pura utopia, lenda. Nada mais nos resta diferente de abraçar o inimigo São Caetano. Mesmo que seja um abraço de tamanduá! Não confio mais e passei a torcer contra desde que mandaram o Sérgio Guedes embora. Agora, que assumam as consequências.

-- E se ganhar do Goiás hoje à noite?

-- Esquece, não vai ganhar. Vai perder, assim como o Botafogo vai penar contra o Barueri. E o Fluminense vai lotar o Maracanã e ganhar de novo. Se bobear, quem cai, além da gente, do Sport e do Náutico, é o Botafogo. A tabela deles é uma pedreira. E olha que o time deles é melhor que o nosso.

-- Percebeu que já demos a volta inteira na pista? E você empurrando a bicicleta!

-- Ela está pior que o Santo André. Furou o pneu de novo. Não tem mais jeito. Preciso ir embora. Dê um beijo na filha do conselheiro.

-- Em quem?

-- Na mineirinha linda dos olhos esverdeados! Tchau!

-- Zorro, o conselheiro morreu!

-- Mas a filha dele não!

A kombi e a linguagem dos sinais

Sábado de manhã, Parque dos Sabiás, mais conhecido como Parque Central. Antes mesmo de entrar pelo portão principal, percebi que havia bastante gente. Crianças brincando, adultos correndo ou caminhando, ciclistas pedalando em velocidade aceitável e até atletas em nítido ritmo de treinamento.

Lógico que também lá estavam pessoas mal-educadas. Daquelas que não limpam o cocozinho do animal de estimação e muito menos o cocozão do cachorro São Bernardo que mais parece um filhote de hipopótamo. Tão mal-educadas quanto alguns pescadores que sujam os lagos ou pescam onde a placa, se ainda existisse de forma integral, orientaria sobre a proibição.

Por falar em educação e orientação, as lixeiras quebradas foram repostas, mas as placas detonadas pelos maus elementos ainda dependem de atitude do Poder Público. Sem se esquecer de que é preciso repor, fiscalizar e punir, se for o caso. Nosso problema maior vem do berço e se chama educação.

Pois bem... Logo na entrada, ali no primeiro lago, percebi que uma kombi, com identificação da Coopflora/Jardinagem e Paisagismo -- contratada de Prefeitura, descia no local adequado mas em velocidade visivelmente acima do exigido. Discretamente, fiz o característico sinal com uma das mãos, sugerindo que o motorista reduzisse para não colocar os pedestres em risco.

De forma acintosa, e provavelmente proferindo algum palavrão que não consegui identificar, o distinto cavalheiro mostrou o volante com as duas mãos, como que desafiando para que eu assumisse a direção do veículo. Segui minha caminhada pista acima. A kombi, na mesma toada, desceu e ganhou a rua pelo acesso principal.

Ficaram, no entanto, algumas perguntas para quem procura exercer o direito de cidadão: a kombi não deveria sair pela esquerda, pelo portão junto à favela Gamboa? O gentleman "chofer" não deveria estar em velocidade compatível e respeitar os frequentadores do espaço? Quem orienta os condutores ou fiscaliza os veículos que adentram ao parque? Que punição as empresas recebem? Responsáveis da Prefeitura sabem que a infração também é cometida pelo pessoal da Gib/Alimentação, tanto no Central quanto no Tamoio, onde já os vi cortando caminho pelo meio do jardim para não ter de dar a volta por trás do Corintinha? E quando a conduta inadequada é dos próprios funcionários públicos, inclusive policiais militares e guardas vicis, como também já presenciei?

Com certeza, não podemos ficar por conta da linguagem dos sinais. Um alerta, um aceno, um palavrão e nada mais. Repito o aviso-cidadão: condutas, acesso e trânsito interno dos parques merecem fiscalização eficaz e contínua, além de maior atenção do governo Aidan Ravin.

domingo, 8 de novembro de 2009

Ramalhão acredita na "cigana" e se dá mal

Em título, linha fina e matéria do nosso (?) Diario do Grande ABC de ontem, algumas palavras e frases foram tão recorrentes quanto perigosas e inadequadas. Por opção do jornalista responsável pelo texto e, lógico, de quem endossou a edição, usaram-se: Santo André busca benefício do "pouco caso" corintiano; de olho em 2010, Timão não dá atenção ao jogo de amanhã; ...Timão apenas cumpre tabela no Campeonato Brasileiro.

Detalhe é que nenhum dos entrevistados do dia -- Rômulo, Camilo, Cesinha e o técnico Sérgio Soares -- sugeriu claramente qualquer facilidade pelo fato de o Corinthians não brigar por título nem por vaga à Copa Libertadores, competição para a qual já está classificado, como campeão da Copa do Brasil. Pelo contrário, todos enalteceram o peso da camisa, a força da torcida e as qualidades coletivas e individuais do adversário.

Abordagem dos responsáveis, principalmente pelo título e pela linha fina da matéria, foi minimamente infeliz, ingênua, talvez tendenciosa. Não consigo entender a intenção ao se forçar a realidade do momento, da história e das declarações dos profissionais envolvidos.

Tanto que o jogo de agora há pouco no Pacaembu, diante de mais de 18 mil torcedores, mostrou um Corinthians "relaxado" com mais atitude do que um Santo André "motivado". Estranho paradoxo. Pra quem apenas "cumpre tabela", até que o Corinthians foi ousado demais. Pra quem precisava vencer, o Ramalhão foi apático demais. Para quem não daria atenção ao jogo, o Timão se aplicou demais. Pra quem está no fio da navalha, o Santo André correu menos, marcou menos, ousou menos e criou menos do que podia.

Os gols de Ronaldo e Dentinho, além das bolas na trave de Edno e Balbuena e outras três oportunidades contundentes mostram números superiores diante de um adversário que chegou com real perigo em apenas três ocasiões. O time de Sérgio Soares até que teve posse de bola, mas faltou-lhe objetividade. Ricardo Conceição fez falta como volante de contenção. Se bem que, pelo desenho do jogo de hoje, eram necessários dois cães de guarda à frente da zaga. O veterano Fernando não foi suficiente.

Deu impressão de que o grupo andreense confiou em excesso na leitura da "cigana". Acreditou no "pouco caso". Agora o clube está em 18º lugar com 35 pontos, ao lado do Náutico. O lanterna Sport tem 30. Com belo público no Maracanã, o esforçado Fluminense venceu o previsível Palmeiras -- Obina marcou um gol legal mas Simon errou feio e não validou --, somou 36 pontos e pulou para o 17º lugar, mas ainda está longe da salvação, já que o Botafogo ganhou do Coritiba e pulou para 41.

Próximos jogos do Santo André: Goiás (F), Avaí (C), Náutico (C) e Internacional (F). Se prevalecer a linha de corte de 45 pontos, Botafogo e Coritiba só precisam de mais quatro pontos para se livrar da degola, enquanto que o Ramalhão necessita de 10 em 12 a serem disputados.

Pra quem falava em rebaixamento como "nuvem passageira", está cada vez mais difícil o vice-presidente da Saged ( Santo André Gestão Empresarial Desportiva), Romualdo Magro Júnior, ser convincente. Outra previsão errada. Como se não bastasse a "cigana". Que pena! Intimamente, também errei nas previsões. Acreditei que nos últimos oito jogos ( dois minitorneios de quatro jogos) o time ganharia 13 pontos. Ganhou 10.

Viva as escolinhas de esporte!

Gol de placa a atitude do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC ao manter o Festival de Escolas de Esportes. Criado a cerca de quatro ou cinco anos, o evento tem tudo para promover a integração e motivar crianças, adolescentes, professores e dirigentes esportivos das sete cidades.

Ao lado de José Fiorizzi, Mauro Chekin, Vadão, Marquinhos, Paulinho, Chalé e outros abnegados pelas coisas do esporte regional, tive o prazer de representar a Prefeitura de Santo André no Grupo de Trabalho do Esporte criado pelo Consórcio.

Festivais nas modalidades de vôlei, basquete, handebol, futsal e futebol, até 15 anos de idade, cresceram de forma gradativa e consistente, conforme pretensão dos esportistas coordenados por Fiorizzi. Meninos e meninas do Grande ABC ganharam oportunidade interessante, que vem preencher o calendário regional, tão pobre de eventos tão importantes para os jovens valores.

Por aí já há várias revelações dos festivais das escolinhas de iniciação esportiva integrando equipes competitivas. Isso quer dizer que não há segredos para quem acredita, investe e dá continuidade a um trabalho sério e comprometido. E olha que o investimento financeiro do Consórcio é bem pequeno.

Neste ano, de 14 de novembro a cinco de dezembro, os festivais vão acontecer novamente em sedes itinerantes: Mauá (futsal), São Bernardo (vôlei), Diadema (futebol), Santo André (handebol) e São Caetano (basquete). Isso é muito legal e não poderia ser abandonado, como chegou a ser cogitado por alguns dirigentes incompetentes e preguiçosos. Ainda bem! Viva as escolinhas. Aplausos aos técnicos que prestigiam os festivais e dão espaços também para as revelações.
O esporte agradece.

Água no chope da tetracampeã Metodista

Com méritos, agora há pouco no Ginásio do Baetão, a Metodista/São Bernardo conquistou o tetracampeonato da Liga Nacional de Handebol Feminino. Mesmo com a derrota de 26 a 20 para Blumenau, a equipe de Eduardo Carlone ficou com o título porque em Brusque abriu expressiva vantagem de oito gols --25 a 17.

Festa foi meio sem graça, porque derrota soa como água no chope de quem fez uma campanha irrepreensível e tinha tudo para ser campeã invicta. E só não foi porque abusou do direito de errar no segundo tempo, enquanto que Blumenau, mesmo sem a excepcional Fabi, mudou da água pro vinho. Fez uma primeira etapa fraca ofensivamente e esbarrou nos erros de finalização ou nas defesas de Ariadne, de novo. Com confiança e muita velocidade nos contra-ataques, o time de Aline Pará foi pra cima.

Com incrível vantagem de 13 gols -- 11 a 6 no primeiro tempo mais os oito gols de diferença -- a Metodista perdeu a concentração e desandou no emocional. Como consequência, erros atrás de erros que só não terminaram em perda do título porque a vantagem foi conquistada em Brusque.

Apesar do decepcionante segundo tempo, a Metodista reuniu virtudes indiscutíveis e teve uma campanha brilhante. Melhor estrutura e melhor elenco do País, sob o comando geral de Alberto Rigollo, a Metodista só perdeu três jogos no ano.

Um deles foi para Santo André, na decisão dos Jogos Regionais. Santo André que, sem patrocínio, ficou fora da Liga. Santo André que não fica devendo nada para equipes como Blumenau, Concórdia e Caxias do Sul. Santo André que, por falta de investimento compatível, a cada ano vê seus destaques e revelações baterem asa.

Já a Liga Nacional Masculina tem o início das semifinais programado para esta quinta-feira, com Metodista (4º) x Pinheiros (1º) e USCS/São Caetano (3º) x Unopar/Londrina (2º). Favoritismo é do EC Pinheiros, mas ninguém ganha de véspera. O susto das meninas da Meto fica como exemplo.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Esporte, escola e visibilidade

Dois canais da ESPN mostraram ontem à noite o basquete masculino e o handebol feminino da Metodista/São Bernardo.

Na primeira partida da decisão da Liga Nacional de Handebol Feminino, em Brusque (SC), a Metodista nadou de braçada e atropelou Blumenau. Após início equilibrado, a equipe de Eduardo Carlone e da boa goleira Ariadne tomou as rédeas do jogo e ganhou de 25 a 17. Por isso leva oito gols de vantagem para o jogo final, domingo de manhã no Baetão. Está com as duas mãos na taça e bem perto do tetra. Com méritos!

No mesmo horário, em Sorocaba, pelo Paulista de Basquete Masculino, o outro canal da ESPN apresentou a vitória da Liga Soracabana sobre a Metodista/São Bernardo por 89 a 82. O primeiro tempo foi pau-a-pau, o terceiro quarto da Metodista foi ridículo -- especialmente no ataque -- e o quarto final das feras de Sidney Coppini foi excepcional. Tanto que a diferença caiu de 24 para apenas sete pontos. São Bernardo e Santo André lutam pela oitava vaga à próxima fase. Não está fácil.

O mais importante a ser analisado, no entanto, não são os resultados da Metodista. O destaque fica por conta das mais de três horas -- três horas, isso mesmo! -- de exposição televisiva da marca Metodista e da cidade de São Bernardo. É visibilidade pra mais de metro, de quilômetro.

Universidade e Prefeitura tiveram um marketing extraordinário. O que deveria servir de exemplo para todos, especialmente Santo André, praticamente sem parceiros-patrocinadores no esporte de alto rendimento.

O vôlei masculino vai disputar a Superliga com importante mas pequeno apoio da GAC Logistics. O basquete vive pedindo esmola e ninguém liga. No feminino, as bravas meninas de Laís e Arilza vão para o Nacional com a cara e a coragem de sempre. No masculino, o time do Pizza está no Paulista sem parceria. Já o handebol feminino ficou de fora da Liga Nacional por falta de grana.

E não adianta a gente pensar que a Prefeitura é obrigada a bancar tudo sozinha. Não é bem assim! O que se faz necessário, há muito tempo, é o governo municipal tomar a frente e convidar empresários de vários setores para uma conversa. Urge a criação de um setor de captação de recursos sem perfil de enganação ou troca-troca. Que seja sinônimo de conhecimento, capacidade, abnegação e profissionalismo. Para trabalhar em conjunto com o Departamento de Esporte. Meia-boca resolve!

Como sugestão, o primeiro passo poderia ser um convite para o segmento educacional, das escolas particulares e das universidades andreenses. Quem garante que, com um projeto decente, sério, de longo prazo, e a presença do prefeito, o pessoal do Etip, do Singular, do Arbos, do Pueri Domus, do Pentágono, do Bosque, do Educandário e outros não poderia se sensibilizar? Parceria poderia ter início em equipes de base. Aidan Ravin tem o que oferecer aos "sócios".

E as nossas universidades? Por que não incorporam de fato o esporte e se juntam -- ou voltam a se unir -- ao Poder Público, como fazem Metodista em São Bernardo e USCS (Imes) em São Caetano. Como exemplos, a Fefisa, hoje parceira no Núcleo de Educação Física, já patrocinou o handebol. O Singular já encampou vários eventos e também foi parceiro do basquete masculino ao lado do Carrefour, se não me engano. Onde está a força da UniABC? Como é a cara da UniA, hoje Grupo Anhanguera de Ensino. Se os outros podem, por que Santo André não? Yes, we can!


De Primeira

* Preciso ser repetitivo: até quando o belo espaço dos nossos outdoors vai divulgar evento que aconteceu em julho? Não é possível que o setor de Comunicação da Prefeitura de Santo André não se digne a retirar dos olhos da população algo que já rolou a quase quatro meses: os Jogos Regionais. Incompetência ou má vontade? Talvez o secretário da Pasta não tenha tempo. Não faltam projetos e eventos do próprio Esporte para serem divulgados.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Jogo rápido

Como cidadão, torcedor e verdadeiro patrão, não custa opinar rapidamente sobre:

1) Os nobres vereadores e as emendas umbilicais

Que festa! Emendas individuais ao orçamento do prefeito de Santo André, Aidan Ravin, para 2010 soam como absurdo cala-boca para os nossos "nobres" representantes na Câmara Municipal. Salvo raríssimas exceções, trata-se de um bando de incompetentes egocêntricos e bairristas. Milagrosamente, os seis vereadores do PT disseram não porque reivindicam a manutenção do Orçamento Participativo, que não era uma maravilha mas poderia ser aperfeiçoado. Mas todos são semelhantes. Não se iluda! Os outros 15 festeiros com dinheiro público aprovaram as cotas individuais propostas pelo governo do PTB e vão poder fazer emendas umbilicais no valor de R$ 200 mil cada, por ano. O total do cofre da alegria, semelhante ao do Governo Federal com deputados e senadores, chega a R$ 4.2 milhões anuais. Lógico que tudo isso em nome de uma nojeira também conhecida como governabilidade. Nada mais do que um troca-troca de favores. Quase todas as propostas executivas serão aprovadas e quase nenhuma proposta legislativa -- leia-se emenda umbilical -- será rejeitada. Sugestão de um esportista de coração e formação: por que, em vez de dar esmola política com dinheiro do Tesouro, portanto, nosso, o prefeito não olha com mais carinho para o ESPORTE. Esses R$ 4.2 milhões seriam muito melhor aproveitados. Investir no ESPORTE é investir no cidadão! Estou cansado de pedir e de olho no orçamento de 2010!

2) O Santo André ainda pode escapar da degola?

Lógico que ainda há esperanças de o Santo André se livrar do rebaixamento à Série B. A matemática está muito mais para o improvável, mas é preciso acreditar. Só que, ganhar 10 pontos em 15 a serem disputados é mais difícil do que os políticos de Santo André -- de hoje e de ontem -- olharem com o devido respeito para o ESPORTE. São três jogos fora ( Corinthians, Goiás e Internacional) e dois em casa, contra Avaí e Náutico. Se a ordem é não ficar em cima do muro, não acredito no milagre. Mas vou torcer muito. Rezar? Há coisas mais importantes a merecer orações.

3) O São Caetano virou o fio antes da hora?

Sim! O São Caetano virou o fio bem antes de a onça beber água. Por isso vai continuar de braços abertos, à espera do maior rival. Na Série B. Teve um início vergonholso e só se recuperou quando o técnico Antonio Carlos mostrou capacidade e ajeitou o time. Agora, está ladeira abaixo. Fogo morro acima e água morro abaixo, ninguém segura. É como mulher namoradeira e homem predador. Assim está o nosso Azulão. De fogo, virou água. E tenho certeza de que um dos itens que mais pesaram foi a severa punição imposta ao treinador por uma simples invasão (?) de campo para festejar um gol contra o Brasiliense no último minuto. Muito estranho!

4) Qual é a do São Bernardo?

Tenho me esforçado, mas até agora não entendi direito por que o São Bernardo praticamente abriu mão de ganhar a Copa Paulista e chegar à Copa do Brasil pelas mesmas vias que conduziram o Santo André ao título em 2004. A justificativa dos dirigentes fala em voltar todas as baterias e focar no Paulista da Segunda Divisão em 2010. Objetivo é o acesso. Tem boi na linha! Será que, mesmo ainda com possibilidades de ganhar o título, o Tigre não está preocupado em fazer dinheiro com a negociação imediata de alguns destaques. Preste atenção! E se a meninada fugir do ensaiado e ganhar a Copa? Enquanto isso, pelo lado do Palestra, é tudo ou nada diante do Taubaté. Sonho da filial do Ramalhão é disputar a Segundona.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Um trator chamado São Caetano (2)

Há cerca de 15 dias, o título da coluna/blog foi "Um trator chamado São Caetano". Claro que não tenho nenhuma procuração para puxar o saco, defender ou endeusar este ou aquele dirigente esportivo. Além do que, não sou assessor de Imprensa de nenhuma das prefeituras do Grande ABC. Nem pretendo ser. A intenção foi apenas analisar e valorizar a 13ª conquista dos Jogos Abertos do Interior por São Caetano, além de cutucar a onça com vara curta. As onças, no caso.

Se bem que, hoje, São Bernardo não passa de uma jaguatirica de médio porte. Limita-se a comer galinhas e assustar crianças no terreiro da velha colônia. E a tendência é piorar no que se refere ao esporte competitivo. Opção como diretriz deve ser respeitada. A outra onça, antes predadora até de bezerros desmamados, dos grandes, virou cordeirinho. Há mais de um década -- como já cansei de escrever -- Santo André anda mansinha, mansinha. Está mais para as calopsitas da Rosana, minha cunhada, do que para algum felino parente do gato.

O caipira, aqui, tem consciência de que alguns leitores concordaram com o texto -- recorrente, por sinal. Outros discordaram mas silenciaram e alguns ficaram na bronca e se manifestaram por telefone ou email. E o contraditório saudável, educado e consistente é sempre bem-vindo. Principalmente quando sabemos que o assunto, embora dissecado nos últimos anos, não é de pleno conhecimento de todos. Nem meu, lógico!

Um dos comentários postados foi do jovem cidadão Thiago. Andreense, ex-aluno do Colégio São José, o jovem questiona alguns itens. Por exemplo: "Se tirar o caminhão de dinheiro investido por São Caetano em relação aos demais concorrentes, será que seria essa diferença toda?" Sinceramente, não há como garantir. Mas é preciso tirar o chapéu. Nossos vizinhos sabem fazer esporte. Tanto que nadam de braçadas há mais de uma década.

Como ilustração, é bom lembrar que na última edição a anfitriã São Caetano fez 373 pontos, contra 274 de São José dos Campos, 247 de Piracicaba, 240 de Santos, 226,5 de São Bernardo e apenas 142 de Santo André, a nona colocada. Foram 99 pontos de vantagem sobre São José dos Campos, 146,5 para São Bernardo e 231 para Santo André. Juntos, A e B somariam 368,5 pontos e ainda perderiam de C. Justificar? Talvez! Desmerecer? Jamais!

Nos três anos anteriores, São Caetano ganhou o título com as seguintes diferenças para o vice-campeão, São Bernardo, e o terceiro colocado, São José dos Campos: 331 a 320 e 198 em 2006, 284 a 280 e 209 pontos em 2007 e 341, 293 e 260 em 2008. São Bernardo vem descendo a ladeira! É bom frisar que em 2006, quando promoveu os Jogos Abertos e ficou a apenas quatro pontos do campeão, o investimento dos batateiros foi superior ao de São Caetano.

No mesmo período, Santo André foi quinto em São Bernardo e na Praia Grande, ainda na Primeira Divisão. Em 2008, em Piracicaba, já na Segunda Divisão, também ficou em quinto, o que, na realidade, significa a 17ª força do Estado. Se orgulhar como? Melhoramos em 2009, mas em 2010 voltamos para a Segundona.

Falar de orçamentos, como também questiona o esperto Thiago, é meio perigoso. São realidades diferentes, políticas públicas diferentes, problemas sociais diferentes, cabeças diferentes, comandos diferentes. Grosso modo, os investimentos totais -- totais! -- de São Caetano e São Bernardo são semelhantes. Só que os R$ 20 milhões de São Caetano representam maravilhosos 4% do orçamento total do munícipio em 2009. Os mesmos R$ 20 milhões de São Bernardo não atingem a 1 % de um dos maiores orçamentos municipais do País.

Em 2009, cerca de R$ 10 milhões foram para o alto rendimento do campeão. Os outros 50% dividem-se de forma quase equivalente entre pessoal e demais projetos, que incluem formação, comunitários, terceira idade, futebol amador, eventos e lazer. Em São Bernardo, o investimento do Tesouro no esporte competitivo ficou entre R$ 3 milhões e R$ 3,5 milhões. Como em pessoal são gastos cerca de extravagantes R$ 10 milhões por ano, o restante é rateado por inúmeros segmentos do esporte e do lazer. Para 2010 os montantes devem ser mantidos, mas com remanejamentos de verbas dentro da secretaria. E ainda há a dependência de possíveis parceiros.

Em Santo André, o orçamento de 2009 -- pífio e definido pela gestão anterior -- deve beirar os R$ 12 milhões, considerando-se esporte e lazer. Como já escrevi, o ideal seria de no mínimo 1%, cerca de R$ 19 milhões. Custeio com pessoal não fica longe R$ 7,5 milhões. Para projetos, que incorporam serviços, produtos, material, contratações, educação física, eventos, Expresso Lazer, aniversário da cidade e outros quetais, total não passa de R$ 2,5 milhões. Portanto, sobram cerca de R$ 2 milhões para o alto rendimento. Convenhamos, pouco se faz no cenário econômico-esportivo atual. Especialmente quando os empresários-parceiros são tão raros como conquistas relevantes.

O jovem Thiago também questiona as revelações de São Caetano: " Quantos que levantaram troféus são formados em São Caetano?" Realmente, são poucos. Santo André é forçada a revelar algumas promessas porque não tem alternativas financeiras nem ao menos para mantê-las na cidade. A Paloma, do judõ, é apenas um dos muitos exemplos. Ah, São Caetano contrata um o monte de gente! Verdade! São José, São Bernardo, Santos, Piracicaba e Santo André também. Ou o campeão de tênis de mesa, Duan Quan (?) nasceu na Vila Pires?

Que culpa São Caetano tem se pode investir no esporte como um todo? Se o jovem Thiago tiver um pouco de tempo, vai perceber que o esporte comunitário de São Caetano também é superior em quantidade e talvez qualidade. Se bobear, por absoluta falta de investimento coerente nos últimos anos e não por incapacidade do quadro profissional, Santo André também perde em atendimentos à comunidade -- esporte enquanto ação social -- para São Bernardo e Diadema. Quanto a São José dos Campos -- orçamento total de R$ 20 milhões -- e Santos e Piracicaba -- perto de 13 milhões --, não tenho subsídios para analisar com embasamento minimamente confiável.

Para o jovem Thiago, ficar em nono lugar na Primeira Divisão dos Jogos Abertos -- hoje sem o glamour de idos tempos -- não é demérito, "afinal, o investimento de é 1/10 dos demais concorrentes". A proporção orçamentária está equivocada, mas o opinião deve ser respeitada. Para mim, é demérito sim! E a culpa -- também como já cansei de escrever -- é de quem sempre virou as costas para o esporte ou fez dele simples moeda de troca política. A maldita política. Nenhum gestor público ou diretor de Esporte e Lazer faria milagre com as migalhas que lhes foram confiadas. E, independente de partido político, ninguém vai fazer sucessao do dia pra noite sem encarar políticas públicas como coisa séria. Independente de títulos.

Não tenho vergonha, mas, por enquanto, também não tenho um motivo sequer para me orgulhar do esporte de Santo André como um todo. Antigamente, o andreense tinha inúmneras razões para se orgulhar de cidadãos e campeões formados ou lapidados pelos homens do esporte. Hoje, temos alguns cidadãos, raríssimos campeões e apenas meia-dúzia de homens-líderes comprometidos de fato com o esporte. É uma pena!

Convenhamos, jovem Thiago, falamos quase a mesma linguagem; é mesmo muito pouco. E não é coincidência; é incompetência com tempero de menosprezo. Tomara, torço muito para que a administração Aidan Ravin respeite e valorize de fato o esporte em sua plenitude. Ficar comparando e jogando a culpa em antecessores o tempo todo não vai resolver o problema. Ficamos pra trás e precisamos reagir. O primeiro ano já está por terminar. É bom trabalhar mais e falar menos. De preferência, com mais informações corretas e sem parcialidade característica de quem ainda conhece pouco e cai do cavalo quando se arvora de defensor dos fracos e oprimidos. Mas dá pra entender...

Um abraço ao jovem assessor de Imprensa recém-contratado pela Prefeitura de Santo André. Um abraço respeitoso ao cidadão Thiago. Como esportista, não deixe de sonhar! Como esportista, não deixarei de cobrar. Quem quer que esteja no poder. Mesmo que se trate de amigo.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

De novo, o assunto é Santo André

Sei que nem todos leitores e pseudo pauteiros do blogdoraddi entendem quando o assunto recorrente é Santo André. Porém, no momento, não há como fugir. É o mais importante do esporte regional.

O espaço poderia ser ocupado novamente pelos Jogos Abertos, evento sobre o qual voltarei a falar ainda nesta semana. Se o computador ajudar! Também haveria lugar para o São Caetano de uma missão quase impossível -- voltar à elite nacional -- ou para a classificação do São Bernardo às quartas-de-final da Copa Paulista.

Até mesmo o Palestra, em situação nada fácil na Segunda Divisão Paulista, merece algumas linhas. Tanto quanto a vitória do Brasil Vôlei Clube/São Bernardo sobre o SESI na primeira final do Paulista. Estranho o jogo não ter sido no Poliesportivo. Outro evento provocou a transferência para o pequeno Baetão?!

Pois bem... vamos ao Santo André. Rodada teve vitória do Ramalhão, do Náutico e do Coritiba, empate do Sport e do Fluminense, e derrota do Botafogo. Agora, segundo o matemático Tristão Garcia, as possibilidades de o Santo André cair são de 66%, contra 68% do Náutico, 69% do Botafogo, 86% do Sport e 97% do Flu. O risco do Coritiba é de apenas 9%.

Acoplados à frieza dos números porcentuais, não se descartam jogos em casa -- pra quem só ganha com apoio da torcida --, classificação, número de vitórias, fase e adversários dos concorrentes à vaga, capacidade técnica atual, competência emocional, cartões amarelos e vermelhos, contusões e outras variantes.

No minitorneio anterior, o chutômetro raddiano previu oito pontos ganhos, com vitórias sobre Vitória e Fluminense e empates com Atlético Parananense e Barueri. O Ramalhão só cumpriu metade da tarefa, somando minguados quatro pontos. No penúltimo minitorneio, recém-iniciado, calculei empate com o Palmeiras e Corinthians, vitória diante do Grêmio e derrota para o Cruzeiro.

Vitória sobre o Verdão -- que parece amarelar desde a saída de Pierre -- compensa dois pontos perdidos na fase anterior. No entanto, pra quem insiste na linha de corte cravada nos 45 pontos, o time de Sérgio Soares ainda precisa de 13 em 21 a serem disputados. Situação continua preta, embora ainda existam esperanças. Heróis ou vilãos só serão definidos nas três últimas rodadas.

De Primeira

* Sei que chateia, mas entre a omissão e o alerta, fico com a segunda opção. Muita gente, mas muita mesmo, entrou de graça no jogo contra o Palmeiras. Está certo que o ingresso a R$ 50/25 ficou salgado, mas o limite do bom senso deve ser respeitado. Especialmente por autoridades. Não pega bem um diretor da Prefeitura de Santo André forçar a barra para colocar dois parentes pelo portão de entrada de Imprensa e autoridades. Ninguém me contou. Eu vi! Como nunca fiz isso, fico à vontade para criticar.

* Da boca pra fora, poucos se manifestam oficialmente, mas dirigentes esportivos de Santo André e São Bernardo não ficaram nada contentes com nono e quinto lugares, respectivamente, nos Jogos Abertos. A dor-de-cotovelo implica em minimizar o belo feito de São Caetano e deixa turva a visão sobre os próprios erros. Que pena! Políticos fazem escola!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Ramalhão vence líder e respira

Quem foi ao Bruno José Daniel para ver o líder o Campeonato Brasileiro saiu decepcionado. O Palmeiras foi previsível, jogou mal e virou refém do medo de perder. Quem foi para empurrar um time ainda ameaçado pelo rebaixamento saiu feliz e esperançoso. O Santo André não foi brilhante tecnicamente -- nem precisava --, mas teve atitude e raça incomuns. Não teve inspiração, mas exalou transpiração do primeiro ao último minuto.

O palmeirense que foi para aplaudir Marcos, Diego Souza, Cleiton Xavier, Vagner Love e Obina saiu duplamente frustrado: com o resultado negativo e com um futebol nada criativo, limitado a bolas esticadas ou levantadas com chutões de uma defesa limitada. E amedrontado com a possibilidade de deixar o título escapar pelos vãos dos dedos. O andreense, não! Viu um grupo guerreiro, a superar limites técnicos a cada dividida. Viu as proezas de Neneca e desta vez não levou tanto susto com a zaga -- nada perfeita, ainda bate cabeças --, embora o Palmeiras tivesse criado mais oportunidades de gol.

Pelo menos ontem, a eficácia do esquema ousado montado por Sérgio Soares foi comprovada no todo. E duas individualidades devem ser destacadas. Como único volante de contenção verdadeiro, Ricardo Conceição anulou Diego Souza, um dos ícones do Palmeiras. Em compensação, do outro lado, os volantes Edmilson e Souza não achavam os meias Marcelinho Carioca e Camilo, sempre livres às suas costas ou pelas beiradas do campo.

Outro destaque fica por conta de Nunes, que não faz bom campeonato. Também, cansou de jogar isolado, no discutível 3-6-1! Diante de uma defesa insegura, o centroavante não se limitou aos dois gols fáceis. Cansou de puxar a marcação dos zagueiros ou de um dos volantes, caiu pela esquerda com sabedoria, mostrou ousadia ofensiva e brigou o tempo todo. Ofuscou Vágner Love, mais uma vez. Os gols? Simples e merecidos prêmios por erros do Palmeiras, e oferecidos de bandeja por Camilo. Até eu faria. Se perdesse, seria vaiado por mais de 10 mil pessoas.

Enquanto o Santo André apresentou a atitude de quem ainda respira e luta para sair da UTI, o Palmeiras não teve bola nem cara de campeão. Pode até ganhar o título. Mais pela incompetência dos outros do que por competência própria.

Assisti ao jogo entre dois amigos palmeirenses que têm o Santo André como segundo time. Ganhei em dose dupla. Pela boa companhia e pelos 2 a 0 indiscutíveis. Fabiano e Marquinhos saíram frustrados e com a pulga atrás da orelha. Afinal, que líder é esse?

Lógico que nada está definido. Porém, o resultado pode desnudar as fragilidades do líder na reta final e motivar o Santo André. Sem deixar de lembrar que vitórias encobrem falhas que não podem se repetir nas próximas sete rodadas. Díficil acreditar que Cruzeiro, Grêmio, Corinthians, Goiás, Avaí, Náutico e Internacional darão tanto mole quanto o previsível Palmeiras de Muricy Ramalho, sinônimo de capacidade e falta de educação. Quando perde, só dá patada.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Um trator chamado São Caetano

Como previsto, não deu outra! Mais uma vez, deu São Caetano nos Jogos Abertos do Interior. Ainda em andamento, aqui na terra da GM e das Casas Bahia, a 73ª edição da Olimpíada Caipira já tem seu grande campeão.

Como se fossem os tratores utilizados pelos invasores do MST nas plantações de laranja da Cutrale, São Caetano passa por cima de tudo e ganha com cinco dias de antecedência seu 13º título da maior competição poliesportiva do Brasil. Mesmo sem o glamour de antigamente, não se discute a importância dos JAI para o universo esportivo. Afinal, são 234 cidades e cerca de 13 mil atletas, muitos de nível olímpico.

O município de São Caetano foi campeão pela primeira vez em 82, em Rio Claro, numa época em que a hegemonia era disputada pau-a-pau entre Santo André e Campinas. Bons tempos! Mas isso é passado. Depois de dois vices em 91 e 92, a segunda conquista de São Caetano veio em 97, em Bragança Paulista. Até 2002, a cidade foi hexacampeã, só perdendo o privilégio em 2003, quando Santos promoveu e ganhou o evento. De 2004 a 2009, outro hexa, totalizando 13 títulos em 73 edições.

O bicho-papão meio aposentado e quase inalcançável ainda é Santos, que ganhou 25 vezes. De 1940 a 1952 foram 13 conquistas seguidas -- seria tridecacampeão? -- e de 62 a 68 um hepta. Ganhou também em 54, 57 , 59 e 87. Quanto ao primeiro lugar em 2003, há até quem diga que São Caetano facilitou as coisas em troca de favor político. Que favor? Não sei. Nem imagino!

Santo André, que estava empatada com São Caetano, agora ficou pra trás. Enquanto a cúpula administrativa -- prefeito e cia bela -- respeitava e levava o esporte a sério, foram 12 títulos, com destaque para a década de 80. Santo André foi brilhante em 80, 81, 83, 84, 85, 86 e 88. Antes, o triunfo maior veio em 70, 72, 76 e 77. Em 96, o último, em Bragança Paulista, já sem a parceria robusta da Pirelli.

Em 2010, volta para a Segunda Divisão. Legal, né? Quanto orgulho para o cidadão andreense! Será que, mesmo com a alteração de comando -- leia-se Aidan Ravin -- o esporte vai continuar como simples moeda de troca, de trapaças políticas em nome de uma excrescência, um tumor vulgarmente conhecido como governabilidade? Só falta o governo querer reduzir a verba do esporte em vez de valorizar e investir com sabedoria, a longo prazo!

Completando os 26 títulos regionais -- 35,61% de aproveitamento -- o solitário de São Bernardo, em 73, em casa. São Bernardo foi vice em 2006, 2007 e 2008. Agora, em 2009, a disputa com São José dos Campos, Piracicaba e Santos está bem mais acirrada. Acho muito difícil ficar em segundo.

E por lá também já andam falando em corte drástico no orçamento do esporte. Se isso acontecer, vai sangrar. O prefeito Luiz Marinho vai dar um tiro no próprio pé. Pior: a bala vai ricochetear e se alojar no coração de uma grande cidade. Um ferimento de morte. Me recuso a acreditar!

Voltando aos números: a galeria dos campeões destaca ainda Campinas, hoje na Segunda Divisão depois de brilhar na década de 70. Foram cinco dos 10 títulos que ostenta. Na hierarquia do esporte estadual aparece Guarulhos, que investiu forte e se destacou na década de 90, quando foi hexa, de 90 a 95. Hoje, faz companhia pra Campinas na Segundona. Afinal, investir em esporte pra quê, ? Bobagem...

A mineira Uberlândia vem em seguida com três primeiros lugares, nas três primeiras edições dos JAI: Monte Alto (36), Uberlândia (37) e Sorocaba (38). Para completar o quadro, Ribeirão Preto ganhou em 53, Jundiaí em 61 e São José dos Campos em 69.

Como se vê, pela história numérica dos Jogos Abertos, São Caetano é mesmo um tratorzão, um tatuzão capaz de cavar e derrubar muito mais que simples laranjais. Mais é um trator do bem, do bom exemplo, do investimento saudável, sem prejuízos a quem trabalha de verdade. Derruba cafezais, canaviais, eucaliptais, cebolais e outros quetais do nosso querido interiorzão. Porém, a São Caetano do prefeito José Aurichio e do secretário de Esporte e Turismo Mauro Chekin reina sem matar, sem massacrar, sem invadir, sem roubar, sem destruir, sem desrespeitar. Assim é o esporte! Assim deveria ser a vida!

P.s.: bem que na próxima reunião do Consórcio Intermunicipal o prefeito campeão poderia ministrar uma aula sobre a importância do esporte -- não apenas de alto rendimento -- na vida do cidadão comum. Aidan, Marinho, Osvaldo, Reali, Volpi e Kiko não podem faltar.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Quando empate vira derrota

Nem sempre, o que parece, de fato, é a realidade. O futebol é tão dinâmico e os números são tão relativizados que hoje não há mais como se afirmar, imediatamente após um jogo de futebol, que o resultado foi ótimo, bom, razoável ou ruim.
Isoladamente, sem checar todos os outros placares da rodada, nada está garantido de véspera. Haja vista o que acontece no Campeonato Brasileiro. Exemplo doméstico fica por conta o empate do Santo Andre quarta-feira em Barueri. Bom ou ruim para quem está com a faca no pescoço?

Como, naquele momento, a maioria dos analistas de plantão se ateve ao jogo em si, ao ponto conquistado fora de casa, a voz corrente definia como bom resultado. Afinal, o time de Sérgio Soares pulava para 29 pontos e se mantinha na 16ª posição, um ponto à frente do Botafogo.

No entanto, o grupo de Estevam Soares comprovou evolução e sapecou 3 a 1 no bom Atlético Mineiro. Moral da história: subiu para 31 pontos e saiu da zona de degola. O empate do Santo André, que parecia bom para muitos e apenas razoável para alguns -- dentro das minhas previsões nos minitorneios --, configurou-se como mau negócio no fechamento da rodada. Virou um empate-derrota.
Agora, o Ramalhão caiu para a zona de rebaixmaento. Tem 30 pontos a disputar e precisa ganhar 16 para se garantir na elite nacional em 2010. Considerando-se a linha de corte -- 45 --, o Botafogo parece mesmo o grande inimigo a ser batido.
O pior é que esse inimigo fez oito pontos nos últimos cinco jogos, contra cinco de Santo André e Fluminense -- se enfrentam amanhã no Bruno Daniel -- quatro do Sport e apenas um do Náutico.
Não há como fugir do rótulo. Jogo deste sábado é mesmo o divisor de águas dos desesperados. Empate é horrível para ambos. Seria um abraço de moribundos. Santo André tem obrigação de vencer, mas, se vacilar, escorrega diante de um lanterna que ainda não está morto. Se perder, o milagre da salvação vai virar cada vez mais milagre.
Time parece evoluir, mas ainda está bem distante do ideal. Creio que o período galleano tenha sido o grande problema. Sérgio Guedes dava mostras de que arrumação tática não faltava. Só que ele saiu e Sérgio Soares chegou tardiamente. Se SS não repetir algumas invenções de postura tática suicida, pode até se safar.
Para isso não pode abrir mão dos dois volantes de contenção. Mesmo quando jogar em casa. Esquema 3-5-2 ( ou 3-6-1, como preferem alguns) pressupõe três zagueiros e dois alas com liberdade ofensiva. É contra-senso jogar com apenas um volante e dois ou três meias de ofício. Agredir sim, mas sem descuidos defensivos quase sempre fatais.
Jogos Abertos de São Caetano
Jogos Abertos do Interior, em São Caetano, têm tido uma cobertura que há muito não se via por parte do Diario do Grande ABC. Legal mesmo! Destaques, chamadas, boas matérias, algumas entrevistas interessantes e informações relevantes. Tomara que nos próximos dias tenhamos mais textos de São Bernardo e as classificações, com pontuações de cada cidade. Tomara, também, que a boa cobertura não seja apenas resposta a interesses políticos e financeiros. O esporte regional agradece. Independente de ingenuidade possível e desculpável.
Agora à tarde, estive no Ginásio Marlene Bento -- homenagem a uma das maiores jogadoras de basquete do País -- e vi a fácil vitória do handebol feminino de São Bernardo. Santo André jogou mal. Reagiu um pouco no segundo tempo, mas não podia perder por diferença tão grande -- 33 a 19. Desfalcada de Audi ( foi para a França) e Néia -- lesionada -- a equipe de Rubens Piazza foi derrotada por quem investe muito mais e tem obrigação de ganhar sempre. Deu a lógica! Com méritos. Ou alguém pensou que aquela derrota na final dos Jogos Regionais passaria batida, sem vingança?
Não vi o basquete feminino, mas sei que Santo André venceu a forte equipe de Americana por 62 a 58. Quem viu, gostou do time de Laís e Arilza. Ao contrário da estréia, na derrota de 61 a 53 para Catanduva. A cubana Ariadna fez 21 pontos. A pivô Simone fez 15 pontos e pegou 15 rebotes. Adversário de amanhã é Ourinhos e tudo pode acontecer .

terça-feira, 6 de outubro de 2009

A brabeza do Chevettão

Domingo, 11h da manhã, paro pra tomar água diante do clube Santa Maria, ali perto do Teatro Paulo Machado de Carvalho, na Avenida Kennedy. Daqui, do Paço Municipal de Santo André, até lá, em São Caetano, no Primeiro Mundo, é uma boa puxada. Bairro Jardim, Campestre, Santa Maria, Barcelona... Andar faz bem. Pra quem gosta, então, melhor ainda. Se tiver um pé de amora pelo caminho, na volta, juro que paro.

De repente, a mão pesa sobre meu ombro direito. Batida firme, desconhecida, e voz de poucos amigos:

-- E aí, Raddão, tudo bem? Não tem o quê fazer em Santo André? Quer dizer que você voltou a escrever? Pelo que entendi, além de bater sem medo, com energia e alguma sabedoria, você dá uma de matemático e garante que a coisa tá preta pro seu time e pro meu?

-- Fala Chevettão! Que brabeza! Há quanto tempo! Como vai a italianada da família? E a saúde? Ainda trabalha na ferramentaria da GM ou já se aposentou? Tem acompanhado o Saad, quer dizer, o São Caetano?


-- Caramba! Vai devagar! Faz 10 perguntas sem tomar fôlego e não me dá tempo de respirar. Só abro a boca de novo depois que você responder o que perguntei.

-- Tá bom! Tudo bem comigo, com os filhos, com o neto...


--Neto!? Você já tem neto? Agora reparando melhor. Além de mais velho, meio acabado e cara de cansado irreversível, teu cabelo tá cada vez mais branco, e ralo. Melhor ficar careca! Olha só,o bigode também tá branco!

-- Já andei uns 10 quilômetros e vou andar mais uns sete de volta. A pé, tá claro? Cara de cansado é normal. Afinal, meu motor é 5.4 com tração 4x4. Quanto às indagações, voltei, sim, a escrever. Estou feliz. Serviço público, com mazelas inadmissíveis para cidadãos comuns, não é minha praia. Perdi um pouco a embocadura jornalística, mas ainda chego lá. Quem sabe volte a publicar a coluna em algum jornal regional decente. Quanto ao Santo André, acho possível, mas é difícil escapar. Deu o primeiro passo importante ao vencer o Vitória, mas dizem os especialistas que ainda precisa ganhar 17 pontos em 33 possíveis para se livrar sem medo. Ainda tem muita água pra rolar. O Fluminense está frito, mas o facão vai levar mais três. Pelo andar da carruagem, um deles é o Náutico. Quanto a Sport e Botafogo, têm força para reagir e complicar a vida do Ramalhão. Também não descarto Atlético Paranaense e Coritiba. Melhoraram, mas basta olhar a tabela e se lembrar de que as pernas longas da vitória são tão perigosas quanto as pernas curtas da lorota. Se perderem duas seguidas e os mais ameaçados ganharem duas seguidas, embola tudo. Quer saber? Não garanto nem Santos e Barueri. Um não tem time e parece indolente. O outro não tem peso de camisa e chegou aonde podia. Pega o Santo André nesta quarta-feira. Se vencer, aí sim pode respirar.


-- Dá um tempo! Respira! Toma a água! E o meu Saad?

-- Saad não, São Caetano!


-- Tá certo! Será que já deu o que tinha que dar? Se não ganhar da Portuguesa, é melhor perder as esperanças. O gozado é que começou muito mal, reagiu, fez a italianada da cidade sonhar e agora voltou a decepcionar. Contra o Vasco, dava pra empatar. Contra Ceará e Guarani, quem quer subir não pode dar mole em casa.

-- Chevettão, você praticamente respondeu tudo. Já decretou a morte do Azulão. Hoje, portanto, antes do jogo de terça-feira, tudo leva a crer que quem apostar no São Caetano como um dos novatos da Série A vai errar. Ganhar no mínimo 25 pontos em 30 possíveis é tarefa...


-- Já sei, você já escreveu, mais difícil do que o elefante passar no buraco da agulha.

--Não escrevi isso!

--Lógico, eu li! Eu li no seu brog!

-- Não é brog, é blog! E ainda leu errado! Escrevi um lutador de sumô (daqueles japoneses bem gordões) passar no buraco da agulha.

-- Tanto faz! É tudo grande, muito grande e gordo, pra buraco tão pequeno. Nem milagre! Então, o clássico da Série B de 2011 está garantido. Um azul cai e o outro azul não sobe; fica esperando de braços abertos. Que beleza! Por isso é melhor você torcer pro timinho lá da Zona Leste, do Tatuapé, e eu vibrar com o Verdão campeão brasileiro. O meu Parmera não vai dá mole, não! Com o Muricy, ó, aqui é trabalho -- garante o explosivo Chevettão antes de se despedir batendo no antebraço e deixar a última pergunta desafiadora.

-- E o neto, é Verdão ou vai pelo mesmo mau caminho do avô caipira e teimoso? Nunca vi, descendente de italiano, de Udine, e torce pro time errado.

-- O Victor só tem dois anos e meio. Já fala "Verdão" -- influência do pai, Danilo --, "Timão, " -- bons conselhos dos tios paternos, Felipe e Fernando -- e "Aqui é Curíntia" -- imposição popular do Raddi.


-- Tá bom! Chega de besteira. Tchau! Dá um abraço no Daniel!

-- Peraí, e as perguntas iniciais? Vai embora sem resposta?


-- Fica pra outro dia. Você fala muito e eu não gosto de corintiano. Nem sei por que te suporto. Deveria ter passado batido, fazendo de conta que não te vi, em vez de me misturar. Ainda mais suado, assim! Pensando bem, lá em Santo André não tem parque não? Por que você não foi andar no seu Parque dos Sabiás, no Celso Daniel, no Jardim Tupi?

-- Tupi, não! Jardim Tamoio, lá no Ipiranguinha. Prefiro a intuição de que sempre vou encontrar amigos pelos caminhos da vida. Como você sabe, amizade não tem preço. Mesmo sabendo que aqui na avenida não tem sombra, nem pássaros como lá, cá estou. Gosto daqui, da rua de lazer, da rua da família. A única coisa igual é a bosta canina. Aqui no Primeiro Mundo, como lá, a pista parece banheiro de pessoas mal-educadas "conduzidas" por cachorrinhos charmosos e cachorrões mal-encarados. Lembra o seu bom prefeito de que os jardins estão bem cuidados, são mesmo um cartão de visitas, uma beleza, mas é preciso fiscalizar e punir os marmanjos deseducados. Ou alguém acha que a visita vai pisar e gostar do belo e malcheiroso"cartão"?

-- Tchau! Não vou mais perder tempo com bosta de cachorro e sermão de vizinho pobre. E quero que os seus times se explodam! Tá bom?


De Primeira


* Sob o comando de Osmar Garraffa e Lombardi Júnior, a Equipe Futebol Total, da Rádio Emissora ABC, chega para preencher um vácuo no rádio-jornalismo esportivo regional. Desejamos sucesso aos companheiros, que, ao lado de Marcos Roberto e Jurandir Martins, tão bem nos recepcionaram ontem à noite no Baby Beef Jardim. Evento contou com inúmeros jornalistas, atletas e dirigentes do esporte. Destaque para Osmar Santos.

* Competições dos Jogos Abertos do Interior começam amanhã em São Caetano. Anfitriã mantém investimento digno da importância do esporte e deve ganhar seu 13º título, superando Santo André -- aquela, dos bons tempos, que tem 12. Santos ainda é a maior vencedora da Olimpíada Caipira, com 25 títulos. Campinas tem 10, Guarulhos, 6; e Uberlândia -- sim, a mineira Uberlândia -- tem três. São Bernardo, São José dos Campos, Ribeirão Preto e Jundiaí ganharam uma vez cada, totalizando os 72 eventos. Matéria do DGABC sobre os Jogos Abertos ficou legal. Pra não perder o costume, apenas um reparo sobre as conquistas: em 1939, na quarta edição, a campeã foi a anfitriã Campinas, e não Uberlândia.